01 Lingua Portuguesa
01 Lingua Portuguesa
01 Lingua Portuguesa
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, prepo-
sição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem...... 10
Sintaxe: reconhecimento dos termos da oração; reconhecimento das orações num pe-
ríodo.................................................................................................................................. 21
Concordância verbal; concordância nominal.................................................................... 26
Colocação de pronomes................................................................................................... 28
Ocorrência da crase.......................................................................................................... 30
Regência verbal; regência nominal................................................................................... 32
Processo de formação das palavras................................................................................. 34
Coesão.............................................................................................................................. 36
Sentido próprio e figurado das palavras............................................................................ 38
Pontuação......................................................................................................................... 39
Figuras de Linguagem....................................................................................................... 43
Acentuação gráfica............................................................................................................ 48
Tipologia textual e gêneros textuais.................................................................................. 51
Questões........................................................................................................................... 62
Gabarito............................................................................................................................. 76
Leitura e interpretação de texto
Definição Geral
Embora correlacionados, esses conceitos se distinguem, pois sempre que compreendemos adequadamen-
te um texto e o objetivo de sua mensagem, chegamos à interpretação, que nada mais é do que as conclusões
específicas. Exemplificando, sempre que nos é exigida a compreensão de uma questão em uma avaliação, a
resposta será localizada no próprio no texto, posteriormente, ocorre a interpretação, que é a leitura e a conclu-
são fundamentada em nossos conhecimentos prévios.
Compreensão de Textos
Resumidamente, a compreensão textual consiste na análise do que está explícito no texto, ou seja, na
identificação da mensagem. É assimilar (uma devida coisa) intelectualmente, fazendo uso da capacidade de
entender, atinar, perceber, compreender. Compreender um texto é apreender de forma objetiva a mensagem
transmitida por ele. Portanto, a compreensão textual envolve a decodificação da mensagem que é feita pelo
leitor. Por exemplo, ao ouvirmos uma notícia, automaticamente compreendemos a mensagem transmitida por
ela, assim como o seu propósito comunicativo, que é informar o ouvinte sobre um determinado evento.
Interpretação de Textos
É o entendimento relacionado ao conteúdo, ou melhor, os resultados aos quais chegamos por meio da as-
sociação das ideias e, em razão disso, sobressai ao texto. Resumidamente, interpretar é decodificar o sentido
de um texto por indução.
A interpretação de textos compreende a habilidade de se chegar a conclusões específicas após a leitura de
algum tipo de texto, seja ele escrito, oral ou visual.
Grande parte da bagagem interpretativa do leitor é resultado da leitura, integrando um conhecimento que
foi sendo assimilado ao longo da vida. Dessa forma, a interpretação de texto é subjetiva, podendo ser diferente
entre leitores.
Exemplo de compreensão e interpretação de textos
Para compreender melhor a compreensão e interpretação de textos, analise a questão abaixo, que aborda
os dois conceitos em um texto misto (verbal e visual):
FGV > SEDUC/PE > Agente de Apoio ao Desenvolvimento Escolar Especial > 2015
Português > Compreensão e interpretação de textos
A imagem a seguir ilustra uma campanha pela inclusão social.
“A Constituição garante o direito à educação para todos e a inclusão surge para garantir esse direito também
aos alunos com deficiências de toda ordem, permanentes ou temporárias, mais ou menos severas.”
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(B) As leis que garantem direitos podem ser mais ou menos severas.
(C) O direito à educação abrange todas as pessoas, deficientes ou não.
(D) Os deficientes temporários ou permanentes devem ser incluídos socialmente.
(E) “Educação para todos” inclui também os deficientes.
Comentário da questão:
Em “A” o texto é sobre direito à educação, incluindo as pessoas com deficiência, ou seja, inclusão de pes-
soas na sociedade. = afirmativa correta.
Em “B” o complemento “mais ou menos severas” se refere à “deficiências de toda ordem”, não às leis. =
afirmativa incorreta.
Em “C” o advérbio “também”, nesse caso, indica a inclusão/adição das pessoas portadoras de deficiência
ao direito à educação, além das que não apresentam essas condições. = afirmativa correta.
Em “D” além de mencionar “deficiências de toda ordem”, o texto destaca que podem ser “permanentes ou
temporárias”. = afirmativa correta.
Em “E” este é o tema do texto, a inclusão dos deficientes. = afirmativa correta.
Resposta: Logo, a Letra B é a resposta Certa para essa questão, visto que é a única que contém uma afir-
mativa incorreta sobre o texto.
Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das
ideias presentes. Interpretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias do
texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qualquer texto ou discurso e se amplia no entendi-
mento da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no merca-
do de trabalho e nos estudos.
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode-se criar vários problemas, afetando não só o
desenvolvimento profissional, mas também o desenvolvimento pessoal.
Busca de sentidos
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada pará-
grafo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendi-
do, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explicitadas pelo autor. Textos argumentativos não
costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-se
ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é funda-
mental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.
Importância da interpretação
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o
raciocínio e a interpretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a
escrita.
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-
-nos dos detalhes presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente. Interpretar exi-
ge paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar
dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo
exposto. Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira
aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierár-
quica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
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Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.
Diferença entre compreensão e interpretação
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto e verificar o que realmente está escrito
nele. Já a interpretação imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O leitor tira conclusões
subjetivas do texto.
A ortografia oficial prescreve a maneira correta de escrever as palavras, baseada nos padrões cultos do
idioma. Procure sempre usar um bom dicionário e ler muito para melhorar sua escrita.
Alfabeto
O alfabeto passou a ser formado por 26 letras: A – B – C – D – E – F – G – H – I – J – K – L – M – N – O – P
– Q – R – S – T – U – V – W – X – Y – Z.. As letras “k”, “w” e “y” não eram consideradas integrantes do alfabeto
(agora são). Essas letras são usadas em unidades de medida, nomes próprios, palavras estrangeiras e outras
palavras em geral. Exemplos: km, kg, watt, playground, William, Kafka, kafkiano.
Vogais: a, e, i, o, u, y, w.
Consoantes: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w, x, z.
Alfabeto: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.
Observações:
A letra “Y” possui o mesmo som que a letra “I”, portanto, ela é classificada como vogal.
A letra “K” possui o mesmo som que o “C” e o “QU” nas palavras, assim, é considerada consoante. Exemplo:
Kuait / Kiwi.
Já a letra “W” pode ser considerada vogal ou consoante, dependendo da palavra em questão, veja os exem-
plos:
No nome próprio Wagner o “W” possui o som de “V”, logo, é classificado como consoante.
Já no vocábulo “web” o “W” possui o som de “U”, classificando-se, portanto, como vogal.
Emprego da letra H
Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas como símbolo, por
força da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do latim hodie.
Emprega-se o H:
- Inicial, quando etimológico: hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, etc.
- Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh e nh: chave, boliche, telha, flecha, companhia, etc.
- Final e inicial, em certas interjeições: ah!, ih!, hem?, hum!, etc.
- Algumas palavras iniciadas com a letra H: hálito, harmonia, hangar, hábil, hemorragia, hemisfério, helipor-
to, hematoma, hífen, hilaridade, hipocondria, hipótese, hipocrisia, homenagear, hera, húmus;
- Sem h, porém, os derivados baianos, baianinha, baião, baianada, etc.
Não se usa H:
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- No início de alguns vocábulos em que o h, embora etimológico, foi eliminado por se tratar de palavras que
entraram na língua por via popular, como é o caso de erva, inverno, e Espanha, respectivamente do latim, her-
ba, hibernus e Hispania. Os derivados eruditos, entretanto, grafam-se com h: herbívoro, herbicida, hispânico,
hibernal, hibernar, etc.
Emprego das letras E, I, O e U
Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i/, /o/ e /u/ nem sempre é nítida. É principalmente
desse fato que nascem as dúvidas quando se escrevem palavras como quase, intitular, mágoa, bulir, etc., em
que ocorrem aquelas vogais.
Escreve-se com a letra E:
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar: continue, habitue, pontue, etc.
- A sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar: abençoe, magoe, perdoe, etc.
- As palavras formadas com o prefixo ante– (antes, anterior): antebraço, antecipar, antedatar, antediluviano,
antevéspera, etc.
- Os seguintes vocábulos: Arrepiar, Cadeado, Candeeiro, Cemitério, Confete, Creolina, Cumeeira, Desper-
dício, Destilar, Disenteria, Empecilho, Encarnar, Indígena, Irrequieto, Lacrimogêneo, Mexerico, Mimeógrafo,
Orquídea, Peru, Quase, Quepe, Senão, Sequer, Seriema, Seringa, Umedecer.
Emprega-se a letra I:
- Na sílaba final de formas dos verbos terminados em –air/–oer /–uir: cai, corrói, diminuir, influi, possui, re-
tribui, sai, etc.
- Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra): antiaéreo, Anticristo, antitetânico, antiestético, etc.
- Nos seguintes vocábulos: aborígine, açoriano, artifício, artimanha, camoniano, Casimiro, chefiar, cimento,
crânio, criar, criador, criação, crioulo, digladiar, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe, frontispício, Ifi-
gênia, inclinar, incinerar, inigualável, invólucro, lajiano, lampião, pátio, penicilina, pontiagudo, privilégio, requisi-
to, Sicília (ilha), silvícola, siri, terebintina, Tibiriçá, Virgílio.
Grafam-se com a letra O: abolir, banto, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concor-
rência, costume, engolir, goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência,
rebotalho, Romênia, tribo.
Grafam-se com a letra U: bulir, burburinho, camundongo, chuviscar, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar,
entupir, íngua, jabuti, jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada, tonitruante, trégua, urtiga.
Parônimos: Registramos alguns parônimos que se diferenciam pela oposição das vogais /e/ e /i/, /o/ e /u/.
Fixemos a grafia e o significado dos seguintes:
área = superfície
ária = melodia, cantiga
arrear = pôr arreios, enfeitar
arriar = abaixar, pôr no chão, cair
comprido = longo
cumprido = particípio de cumprir
comprimento = extensão
cumprimento = saudação, ato de cumprir
costear = navegar ou passar junto à costa
custear = pagar as custas, financiar
deferir = conceder, atender
diferir = ser diferente, divergir
delatar = denunciar
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dilatar = distender, aumentar
descrição = ato de descrever
discrição = qualidade de quem é discreto
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
emigrar = sair do país
imigrar = entrar num país estranho
emigrante = que ou quem emigra
imigrante = que ou quem imigra
eminente = elevado, ilustre
iminente = que ameaça acontecer
recrear = divertir
recriar = criar novamente
soar = emitir som, ecoar, repercutir
suar = expelir suor pelos poros, transpirar
sortir = abastecer
surtir = produzir (efeito ou resultado)
sortido = abastecido, bem provido, variado
surtido = produzido, causado
vadear = atravessar (rio) por onde dá pé, passar a vau
vadiar = viver na vadiagem, vagabundear, levar vida de vadio
Emprego das letras G e J
Para representar o fonema /j/ existem duas letras; g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo arbi-
trário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos: gesso (do grego gypsos), jeito (do latim jactu) e jipe
(do inglês jeep).
Escrevem-se com G:
- Os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem: garagem, massagem, viagem, origem, vertigem,
ferrugem, lanugem. Exceção: pajem
- As palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: contágio, estágio, egrégio, prodígio, relógio,
refúgio.
- Palavras derivadas de outras que se grafam com g: massagista (de massagem), vertiginoso (de vertigem),
ferruginoso (de ferrugem), engessar (de gesso), faringite (de faringe), selvageria (de selvagem), etc.
- Os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete, ginete,
gíria, giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, sugestão, tangerina, tigela.
Escrevem-se com J:
- Palavras derivadas de outras terminadas em –já: laranja (laranjeira), loja (lojista, lojeca), granja (granjeiro,
granjense), gorja (gorjeta, gorjeio), lisonja (lisonjear, lisonjeiro), sarja (sarjeta), cereja (cerejeira).
- Todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear: arranjar (arranje), despejar (des-
pejei), gorjear (gorjeia), viajar (viajei, viajem) – (viagem é substantivo).
- Vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j: laje (lajedo), nojo (nojento), jeito (jeitoso, enjeitar,
projeção, rejeitar, sujeito, trajeto, trejeito).
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- Palavras de origem ameríndia (principalmente tupi-guarani) ou africana: canjerê, canjica, jenipapo, jequiti-
bá, jerimum, jiboia, jiló, jirau, pajé, etc.
- As seguintes palavras: alfanje, alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, intrujice, jeca, jegue, Jeremias, Jericó,
Jerônimo, jérsei, jiu-jítsu, majestade, majestoso, manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento, rijeza, sabujice,
sujeira, traje, ultraje, varejista.
Atenção: Moji, palavra de origem indígena, deve ser escrita com J. Por tradição algumas cidades de São
Paulo adotam a grafia com G, como as cidades de Mogi das Cruzes e Mogi-Mirim.
Representação do fonema /S/
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:
- C, Ç: acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, contorção, exceção, endereço, Igua-
çu, maçarico, maço, maciço, miçanga, muçulmano, muçurana, paçoca, pança, pinça, Suíça, vicissitude.
- S: ansioso, cansar, diversão, excursão, farsa, ganso, hortênsia, pretensão, propensão, remorso, sebo,
tenso, utensílio.
- SS: acesso, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão, escassez, essencial, expres-
são, fracasso, impressão, massa, massagista, missão, necessário, obsessão, opressão, pêssego, procissão,
profissão, ressurreição, sessenta, sossegar, submissão, sucessivo.
Grafa-se com SS a correlação CED - CESS: cessão, intercessão, acessível, concessão.
- SC, SÇ: acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, crescer, cresço, descer, desço, disciplina, dis-
cípulo, discente, discernir, fascinar, florescer, imprescindível, néscio, oscilar, piscina, ressuscitar, seiscentos,
suscetível, víscera.
- X: aproximar, auxiliar, máximo, próximo, trouxe.
- XC: exceção, excedente, excelência, excelso, excêntrico, excepcional, excesso, exceto, excitar.
Homônimos
São palavras que têm a mesma pronúncia, e às vezes a mesma grafia, mas significação diferente.
acento = inflexão da voz, sinal gráfico
assento = lugar para sentar-se
acético = referente ao ácido acético (vinagre)
ascético = referente ao ascetismo, místico
cesta = utensílio de vime ou outro material
sexta = ordinal referente a seis
círio = grande vela de cera
sírio = natural da Síria
cismo = pensão
sismo = terremoto
empoçar = formar poça
empossar = dar posse a
incipiente = principiante
insipiente = ignorante
intercessão = ato de interceder
interseção = ponto em que duas linhas se cruzam
ruço = pardacento
russo = natural da Rússia
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Emprego de S com valor de Z
- Adjetivos com os sufixos –oso, -osa: gostoso, gostosa, gracioso, graciosa, teimoso, teimosa.
- Adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa, milanês, milanesa.
- Substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa: burguês, burguesa, burgueses, camponês,
camponesa, camponeses, freguês, freguesa, fregueses.
- Verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s: analisar (de análise), apresar (de presa), atrasar
(de atrás), extasiar (de êxtase), extravasar (de vaso), alisar (de liso).
- Formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados: pus, pusemos, compôs, impuser, quis, quiseram.
- Os seguintes nomes próprios de pessoas: Avis, Baltasar, Brás, Eliseu, Garcês, Heloísa, Inês, Isabel, Isau-
ra, Luís, Luísa, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha, Tomás, Valdês.
- Os seguintes vocábulos e seus cognatos: aliás, anis, arnês, ás, ases, através, avisar, besouro, colisão,
convés, cortês, cortesia, defesa, despesa, empresa, esplêndido, espontâneo, evasiva, fase, frase, freguesia,
fusível, gás, Goiás, groselha, heresia, hesitar, manganês, mês, mesada, obséquio, obus, paisagem, país, pa-
raíso, pêsames, pesquisa, presa, presépio, presídio, querosene, raposa, represa, requisito, rês, reses, retrós,
revés, surpresa, tesoura, tesouro, três, usina, vasilha, vaselina, vigésimo, visita.
Emprego da letra Z
- Os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita: cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito,
avezita.
- Os derivados de palavras cujo radical termina em –z: cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar (de
vazio).
- Os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas: fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização.
- Substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral: pobreza
(de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio).
- As seguintes palavras: azar, azeite, azáfama, azedo, amizade, aprazível, baliza, buzinar, bazar, chafariz,
cicatriz, ojeriza, prezar, prezado, proeza, vazar, vizinho, xadrez.
Sufixo –ÊS e –EZ
- O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos concretos:
montês (de monte), cortês (de corte), burguês (de burgo), montanhês (de montanha), francês (de França), chi-
nês (de China).
- O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: aridez (de árido), acidez (de
ácido), rapidez (de rápido), estupidez (de estúpido), mudez (de mudo) avidez (de ávido) palidez (de pálido)
lucidez (de lúcido).
Sufixo –ESA e –EZA
Usa-se –esa (com s):
- Nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender: defesa (defender), presa (pren-
der), despesa (despender), represa (prender), empresa (empreender), surpresa (surpreender), etc.
- Nos substantivos femininos designativos de títulos: baronesa, dogesa, duquesa, marquesa, princesa, con-
sulesa, prioresa, etc.
- Nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês: burguesa (de burguês), francesa (de francês),
camponesa (de camponês), milanesa (de milanês), holandesa (de holandês), etc.
- Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, to-
esa, turquesa, etc.
Usa-se –eza (com z):
- Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando qualidade, estado, condição:
beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve), etc.
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Verbos terminados em –ISAR e -IZAR
Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical não
terminar em –s, grafa-se –izar (com z): avisar (aviso + ar), analisar (análise + ar), alisar (a + liso + ar), bisar (bis
+ ar), catalisar (catálise + ar), improvisar (improviso + ar), paralisar (paralisia + ar), pesquisar (pesquisa + ar),
pisar (piso + ar), frisar (friso + ar), grisar (gris + ar), anarquizar (anarquia + izar), civilizar (civil + izar), canalizar
(canal + izar), amenizar (ameno + izar), colonizar (colono + izar), vulgarizar (vulgar + izar), motorizar (motor +
izar), escravizar (escravo + izar), cicatrizar (cicatriz + izar), deslizar (deslize + izar), matizar (matiz + izar).
Emprego do X
- Esta letra representa os seguintes fonemas:
Ch – xarope, enxofre, vexame, etc.
CS – sexo, látex, léxico, tóxico, etc.
Z – exame, exílio, êxodo, etc.
SS – auxílio, máximo, próximo, etc.
S – sexto, texto, expectativa, extensão, etc.
- Não soa nos grupos internos –xce- e –xci-: exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo,
excitar, inexcedível, etc.
- Grafam-se com x e não com s: expectativa, experiente, expiar, expirar, expoente, êxtase, extasiado, extrair,
fênix, texto, etc.
- Escreve-se x e não ch:
Em geral, depois de ditongo: caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo, etc. Excetuam-se
caucho e os derivados cauchal, recauchutar e recauchutagem.
Geralmente, depois da sílaba inicial en-: enxada, enxame, enxamear, enxaguar, enxaqueca, enxergar, en-
xerto, enxoval, enxugar, enxurrada, enxuto, etc. Excepcionalmente, grafam-se com ch: encharcar (de charco),
encher e seus derivados (enchente, preencher), enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se
trata do prefixo en- + palavra iniciada por ch.
Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante, caxambu, caxinguelê, orixá, maxixe, etc.
Nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, mexer, mexerico, puxar,
rixa, oxalá, praxe, vexame, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar, xampu.
Emprego do dígrafo CH
Escreve-se com ch, entre outros os seguintes vocábulos: bucha, charque, charrua, chavena, chimarrão,
chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha, tocha.
Consoantes dobradas
- Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes C, R, S.
- Escreve-se com CC ou CÇ quando as duas consoantes soam distintamente: convicção, occipital, cocção,
fricção, friccionar, facção, sucção, etc.
- Duplicam-se o R e o S em dois casos: Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ si-
bilante, respectivamente: carro, ferro, pêssego, missão, etc. Quando um elemento de composição terminado
em vogal seguir, sem interposição do hífen, palavra começada com /r/ ou /s/: arroxeado, correlação, pressupor,
bissemanal, girassol, minissaia, etc.
CÊ - cedilha[ https://vestibular.uol.com.br/duvidas-de-portugues/ortografia-quando-usar-c.htm.]
É a letra C que se pôs cedilha. Indica que o Ç passa a ter som de /SS/. O Ç só é usado antes de A, O, U.
O Ç é utilizado em palavras derivadas de vocábulos terminados em -TO, -TOR e -TIVO:
- Canto = canção
- Ereto = ereção
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- Setor = seção
- Condutor = condução
- Ativo = ação
- Intuitivo = intuição
Também se utiliza Ç em substantivos que terminam em -TENÇÃO, que por sua vez derivam de verbos ter-
minados em -TER:
- Conter = contenção
- Reter = retenção
- Deter = detenção
Em verbos terminados em -ÇAR, mas somente quando seu substantivo equivalente terminar em -CE ou
-ÇO:
- Lance = lançar
- Alcance = alcançar
- Abraço = abraçar
Em substantivos que terminam em -ÇÃO desde que sejam derivados de verbos onde a letra R é retirada:
- Abreviar = abreviação
- Exportar = exportação
- Enrolar = enrolação
Emprego do M antes de P e B
Antes das letras P e/ou B, sempre será utilizado a letra M.
Ex:
- Pombo, também, tempo, campo.
Quando se tratar das demais consoantes, utiliza-se a letra N.
Ex:
- Canto, tanto, manto, ente, quente.
R ou RR?
A consoante R pode ser pronunciada com uma vibração mais forte e prolongada ou mais fraca e curta.
No início das palavras, a pronúncia é sempre forte (rato, remo, rosa), e também quando se encontra dupli-
cada entre duas vogais (correção, serrote, derramar).
Quando a consoante R se encontra sozinha entre duas vogais, no meio das palavras, assumirá uma pro-
núncia fraca (caro, loiro, dourado).
Ou seja, a utilização de R ou RR está relacionada à estrutura fonética da palavra, à maneira como é pro-
nunciada.
Dica:
Palavras como genro, enredo e enrolar, por exemplo, a pronúncia do r é forte e com vibração prolongada,
porém se utiliza r, pois a letra se encontra entre uma consoante e uma vogal, e não entre duas vogais.
Nunca se utiliza RR no inicia das palavras!
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Classes de palavras: substantivo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, prepo-
sição e conjunção: emprego e sentido que imprimem às relações que estabelecem
— Definição
As classes gramaticais são grupos de palavras que organizam o estudo da gramática. Isto é, cada palavra
existente na língua portuguesa condiz com uma classe gramatical, na qual ela é inserida em razão de sua fun-
ção. Confira abaixo as diversas funcionalidades de cada classe gramatical.
— Artigo
É a classe gramatical que, em geral, precede um substantivo, podendo flexionar em número e em gênero.
A classificação dos artigos
– Artigos definidos: servem para especificar um substantivo ou para se referirem a um ser específico por
já ter sido mencionado ou por ser conhecido mutuamente pelos interlocutores. Eles podem flexionar em número
(singular e plural) e gênero (masculino e feminino).
– Artigos indefinidos: indicam uma generalização ou a ocorrência inicial do representante de uma dada
espécie, cujo conhecimento não é compartilhado entre os interlocutores, por se tratar da primeira vez em que
aparece no discurso. Podem variar em número e gênero.
Observe:
NÚMERO/GÊNERO MASCULINO FEMININO EXEMPLOS
Preciso de um pedreiro.
Singular Um Uma
Vi uma moça em frente à casa.
Localizei uns documentos antigos.
Plural Umas Umas
Joguei fora umas coisas velhas.
Outras funções do artigo
– Substantivação: é o nome que se dá ao fenômeno de transformação de adjetivos e verbos em substan-
tivos a partir do emprego do artigo. Observe:
– Em “O caminhar dela é muito elegante.”, “caminhar”, que teria valor de verbo, passou a ser o substantivo
do enunciado.
– Indicação de posse: antes de palavras que atribuem parentesco ou de partes do corpo, o artigo definido
pode exprimir relação de posse. Por exemplo: “No momento em que ela chegou, o marido já a esperava.”
Na frase, o artigo definido “a” esclarece que se trata do marido do sujeito “ela”, omitindo o pronomes pos-
sessivo dela.
– Expressão de valor aproximado: devido à sua natureza de generalização, o artigo indefinido inserido
antes de numeral indica valor aproximado. Mais presente na linguagem coloquial, esse emprego dos artigos
indefinidos representa expressões como “por volta de” e “aproximadamente. Observe: “Faz em média uns dez
anos que a vi pela última vez.” e Acrescente aproximadamente umas três ou quatro gotas de baunilha.”
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Contração de artigos com preposições
Os artigos podem fazer junção a algumas preposições, criando uma única palavra contraída. A tabela abai-
xo ilustra como esse processo ocorre:
— Substantivo
Essa classe atribui nome aos seres em geral (pessoas, animais, qualidades, sentimentos, seres mitológicos
e espirituais). Os substantivos se subdividem em:
– Próprios ou Comuns: são próprios os substantivos que nomeiam algo específico, como nomes de pes-
soas (Pedro, Paula) ou lugares (São Paulo, Brasil). São comuns os que nomeiam algo na sua generalidade
(garoto, caneta, cachorro).
– Primitivos ou derivados: se não for formado por outra palavra, é substantivo primitivo (carro, planeta); se
formado por outra palavra, é substantivo derivado (carruagem, planetário).
– Concretos ou abstratos: os substantivos que nomeiam seres reais ou imaginativos, são concretos (ca-
valo, unicórnio); os que nomeiam sentimentos, qualidades, ações ou estados são abstratos.
– Substantivos coletivos: são os que nomeiam os seres pertencentes ao mesmo grupo. Exemplos: mana-
da (rebanho de gado), constelação (aglomerado de estrelas), matilha (grupo de cães).
— Adjetivo
É a classe de palavras que se associa ao substantivo para alterar o seu significado, atribuindo-lhe caracteri-
zação conforme uma qualidade, um estado e uma natureza, bem como uma quantidade ou extensão à palavra,
locução, oração ou pronome.
Os tipos de adjetivos
– Simples e composto: com apenas um radical, é adjetivo simples (bonito, grande, esperto, miúdo, regu-
lar); apresenta mais de um radical, é composto (surdo-mudo, afrodescendente, amarelo-limão).
– Primitivo e derivado: o adjetivo que origina outros adjetivos é primitivo (belo, azul, triste, alegre); adjeti-
vos originados de verbo, substantivo ou outro adjetivo são classificados como derivados (ex.: substantivo morte
→ adjetivo mortal; verbo lamentar → adjetivo lamentável).
– Pátrio ou gentílico: é a palavra que indica a nacionalidade ou origem de uma pessoa (paulista, brasileiro,
mineiro, latino).
O gênero dos adjetivos
– Uniformes: possuem forma única para feminino e masculino, isto é, não flexionam seu termo. Exemplo:
“Fred é um amigo leal.” / “Ana é uma amiga leal.”
– Biformes: os adjetivos desse tipo possuem duas formas, que variam conforme o gênero. Exemplo: “Me-
nino travesso.”/”Menina travessa”.
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O número dos adjetivos
Por concordarem com o número do substantivo a que se referem, os adjetivos podem estar no singular ou
no plural. Assim, a sua composição acompanha os substantivos. Exemplos: pessoa instruída → pessoas ins-
truídas; campo formoso → campos formosos.
O grau dos adjetivos
Quanto ao grau, os adjetivos se classificam em comparativo (compara qualidades) e superlativo (intensi-
fica qualidades).
– Comparativo de igualdade: “O novo emprego é tão bom quanto o anterior.”
– Comparativo de superioridade: “Maria é mais prestativa do que Luciana.”
– Comparativo de inferioridade: “O gerente está menos atento do que a equipe.”
– Superlativo absoluto: refere-se a apenas um substantivo, podendo ser:
• Analítico: “A modelo é extremamente bonita.”
• Sintético: “Pedro é uma pessoa boníssima.”
– Superlativo relativo: refere-se a um grupo, podendo ser de:
• Superioridade - “Ela é a professora mais querida da escola.”
• Inferioridade - “Ele era o menos disposto do grupo.”
Pronome adjetivo
Recebem esse nome porque, assim como os adjetivos, esses pronomes alteram os substantivos aos quais
se referem. Assim, esse tipo de pronome flexiona em gênero e número para fazer concordância com os subs-
tantivos. Exemplos: “Esta professora é a mais querida da escola.” (o pronome adjetivo esta determina o subs-
tantivo comum professora).
Locução adjetiva
Uma locução adjetiva é formada por duas ou mais palavras, que, associadas, têm o valor de um único ad-
jetivo. Basicamente, consiste na união preposição + substantivo ou advérbio. Exemplos:
– Criaturas da noite (criaturas noturnas).
– Paixão sem freio (paixão desenfreada).
– Associação de comércios (associação comercial).
— Verbo
É a classe de palavras que indica ação, ocorrência, desejo, fenômeno da natureza e estado. Os verbos se
subdividem em:
– Verbos regulares: são os verbos que, ao serem conjugados, não têm seu radical modificado e preservam
a mesma desinência do verbo paradigma, isto é, terminado em “-ar” (primeira conjugação), “-er” (segunda con-
jugação) ou “-ir” (terceira conjugação). Observe o exemplo do verbo “nutrir”:
– Desinência: “-ir”, no caso, pois é a terminação da palavra e, tratando-se dos verbos, indica pessoa (1a,
2 , 3a), número (singular ou plural), modo (indicativo, subjuntivo ou imperativo) e tempo (pretérito, presente ou
a
futuro). Perceba que a conjugação desse no presente do indicativo: o radical não sofre quaisquer alterações,
tampouco a desinência. Portanto, o verbo nutrir é regular: Eu nutro; tu nutre; ele/ela nutre; nós nutrimos; vós
nutris; eles/elas nutrem.
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– Verbos irregulares: os verbos irregulares, ao contrário dos regulares, têm seu radical modificado quando
conjugados e/ou têm desinência diferente da apresentada pelo verbo paradigma. Exemplo: analise o verbo di-
zer conjugado no pretérito perfeito do indicativo: Eu disse; tu dissestes; ele/ela disse; nós dissemos; vós disses-
tes; eles/elas disseram. Nesse caso, o verbo da segunda conjugação (-er) tem seu radical, diz, alterado, além
de apresentar duas desinências distintas do verbo paradigma”. Se o verbo dizer fosse regular, sua conjugação
no pretérito perfeito do indicativo seria: dizi, dizeste, dizeu, dizemos, dizestes, dizeram.
— Pronome
O pronome tem a função de indicar a pessoa do discurso (quem fala, com quem se fala e de quem se fala),
a posse de um objeto e sua posição. Essa classe gramatical é variável, pois flexiona em número e gênero. Os
pronomes podem suplantar o substantivo ou acompanhá-lo; no primeiro caso, são denominados “pronome
substantivo” e, no segundo, “pronome adjetivo”. Classificam-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos,
interrogativos, indefinidos e relativos.
Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais apontam as pessoas do discurso (pessoas gramaticais), e se subdividem em prono-
mes do caso reto (desempenham a função sintática de sujeito) e pronomes oblíquos (atuam como complemen-
to), sendo que, para cada o caso reto, existe um correspondente oblíquo.
CASO RETO CASO OBLÍQUO
Eu Me, mim, comigo.
Tu Te, ti, contigo.
Ele Se, o, a , lhe, si, consigo.
Nós Nós, conosco.
Vós Vós, convosco.
Se, os, as, lhes, si, consi-
Eles
go.
Observe os exemplos:
– Na frase “Maria está feliz. Ela vai se casar.”, o pronome cabível é do caso reto. Quem vai se casar? Maria.
– Na frase “O forno? Desliguei-o agora há pouco. O pronome “o” completa o sentido do verbo. Fechei o
que? O forno.
Lembrando que os pronomes oblíquos o, a, os, as, lo, la, los, las, no, na, nos e nas desempenham apenas
a função de objeto direto.
Pronomes possessivos
Esses pronomes indicam a relação de posse entre o objeto e a pessoa do discurso.
PESSOA DO DISCURSO PRONOME
1 pessoa – Eu
a
Meu, minha, meus, minhas
2 pessoa – Tu
a
Teu, tua, teus, tuas
3 pessoa – Ele / Ela
a
Seu, sua, seus, suas
Exemplo: “Nossos filhos cresceram.” → o pronome indica que o objeto pertence à 1ª pessoa (nós).
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Pronomes de tratamento
Tratam-se de termos solenes que, em geral, são empregados em contextos formais — a única exceção é o
pronome você. Eles têm a função de promover uma referência direta do locutor para interlocutor (parceiros de
comunicação).
São divididos conforme o nível de formalidade, logo, para cada situação, existe um pronome de tratamento
específico. Apesar de expressarem interlocução (diálogo), à qual seria adequado o emprego do pronome na
segunda pessoa do discurso (“tu”), no caso dos pronomes de tratamento, os verbos devem ser usados na 3a
pessoa.
Pronomes demonstrativos
Sua função é indicar a posição dos seres no que se refere ao tempo, ao espaço e à pessoa do discurso –
nesse último caso, o pronome determina a proximidade entre um e outro. Esses pronomes flexionam-se em
gênero e número.
PESSOA DO DISCURSO PRONOMES POSIÇÃO
Os seres ou objetos estão próximos da
1a pessoa Este, esta, estes, estas, isto.
pessoa que fala.
Observe os exemplos:
“Esta caneta é sua?”
“Esse restaurante é bom e barato.”
Pronomes Indefinidos
Esses pronomes indicam indeterminação ou imprecisão, assim, estão sempre relacionados à 3ª pessoa do
discurso. Os pronomes indefinidos podem ser variáveis (flexionam conforme gênero e número) ou invariáveis
(não flexionam). Analise os exemplos abaixo:
– Em “Alguém precisa limpar essa sujeira.”, o termo “alguém” quer dizer uma pessoa de identidade indefi-
nida ou não especificada.
– Em “Nenhum convidado confirmou presença.”, o termo “nenhum” refere-se ao substantivo “convidado” de
modo vago, pois não se sabe de qual convidado se trata.
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– Em “Cada criança vai ganhar um presente especial.”, o termo “cada” refere-se ao substantivo da frase
“criança”, sem especificá-lo.
– Em “Outras lojas serão abertas no mesmo local.”, o termo “outras” refere-se ao substantivo “lojas” sem
especificar de quais lojas se trata.
Confira abaixo a tabela com os pronomes indefinidos:
CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INDEFINIDOS
Muito, pouco, algum, nenhum, outro, qualquer, certo, um, tanto, quanto, bastan-
VARIÁVEIS
te, vários, quantos, todo.
INVARIÁVEIS Nada, ninguém, cada, algo, alguém, quem, demais, outrem, tudo.
Pronomes relativos
Os pronomes relativos, como sugere o nome, se relacionam ao termo anterior e o substituem, ou seja, para
prevenir a repetição indevida das palavras em um texto. Eles podem ser variáveis (o qual, cujo, quanto) ou
invariáveis (que, quem, onde).
Observe os exemplos:
– Em “São pessoas cuja história nos emociona.”, o pronome “cuja” se apresenta entre dois substantivos
(“pessoas” e “história”) e se relaciona àquele que foi dito anteriormente (“pessoas”).
– Em “Os problemas sobre os quais conversamos já estão resolvidos.” , o pronome “os quais” retoma o
substantivo dito anteriormente (“problemas”).
CLASSIFICAÇÃO PRONOMES RELATIVOS
VARIÁVEIS O qual, a qual, os quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que, onde.
Pronomes interrogativos
Os pronomes interrogativos são palavras variáveis e invariáveis cuja função é formular perguntas diretas e
indiretas. Exemplos:
“Quanto vai custar a passagem?” (oração interrogativa direta)
“Gostaria de saber quanto custará a passagem.” (oração interrogativa indireta)
CLASSIFICAÇÃO PRONOMES INTERROGATIVOS
VARIÁVEIS Qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
INVARIÁVEIS Quem, que.
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— Advérbio
É a classe de palavras invariável que atua junto aos verbos, aos adjetivos e mesmo aos advérbios, com o
objetivo de modificar ou intensificar seu sentido, ao adicionar-lhes uma nova circunstância. De modo geral, os
advérbios exprimem circunstâncias de tempo, modo, vlugar, qualidade, causa, intensidade, oposição, aprova-
ção, afirmação, negação, dúvida, entre outras noções. Confira na tabela:
ADVÉRBIO DE Talvez, quiçá, porventura, e palavras que “Quiçá seremos recebidas.” “Provavelmente,
expressem dúvida, acrescidas do sufixo “: sairei mais cedo.”
DÚVIDA -mente”, como possivelmente. “Talvez eu saia cedo.”
“Por que vendeu o livro?” (Oração interrogati-
Quando, como, onde, aonde, donde, por va direta, que indica causa)
ADVÉRBIO DE que; esse advérbio pode indicar circuns-
“Quando posso sair?” (oração interrogativa
tâncias de modo, tempo, lugar e causa; é
INTERROGAÇÃO direta que indica tempo)
usado somente em frases interrogativas
diretas ou indiretas. “Explica como você fez isso.”(oração interro-
gativa indireta, que indica modo.
— Conjunção
As conjunções integram a classe de palavras que tem a função de conectar os elementos de um enunciado
ou oração e, com isso, estabelecer uma relação de dependência ou de independência entre os termos ligados.
Em função dessa relação entre os termos conectados, as conjunções podem ser classificadas, respectivamen-
te e de modo geral, como coordenativas ou subordinativas. Em outras palavras, as conjunções são um vínculo
entre os elementos de uma sentença, atribuindo ao enunciado maior clareza e precisão.
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– Conjunções coordenativas: observe o exemplo:
Eles ouviram os pedidos de ajuda. Eles chamaram o socorro.” – “Eles ouviram os pedidos de ajuda e cha-
maram o socorro.”
No exemplo, a conjunção “e” estabelece uma relação de adição ao enunciado, ao conectar duas orações
em um mesmo período: além de terem ouvido os pedidos de ajuda, chamaram o socorro. Perceba que não há
relação de dependência entre ambas as sentenças, e que, para fazerem sentido, elas não têm necessidade
uma da outra. Assim, classificam-se como orações coordenadas, e a conjunção que as relaciona, como coor-
denativa.
– Conjunções subordinativas: analise este segundo caso:
Conjunções subordinativas: com base no sentido construído entre as duas orações relacionadas, a con-
junção subordinativa pode ser de dois subtipos:
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1 – Conjunções integrantes: introduzem a oração que cumpre a função de sujeito, objeto direto, objeto
indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de outra oração. Essas conjunções são que e se. Exem-
plos:
“É obrigatório que o senhor compareça na data agendada.”
“Gostaria de saber se o resultado sairá ainda hoje.”
2 – Conjunções adverbiais: introduzem sintagmas adverbiais (orações que indicam uma circunstância
adverbial relacionada à oração principal) e se subdividem conforme a tabela abaixo:
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Numeral
É a classe de palavra variável que exprime um número determinado ou a colocação de alguma coisa dentro
de uma sequência. Os numerais podem ser: cardinais (um, dois, três...), ordinais (primeiro, segundo, terceiro...),
fracionários (meio, terço, quarto...) e multiplicativos (dobro, triplo, quádruplo...). Antes de nos profundarmos em
cada caso, vejamos o emprego dos numerais e suas três principais finalidades:
1 – indicar leis e decretos: nesses casos, emprega-se o numeral ordinal somente até o número nono;
após, devem ser utilizados os numerais cardinais. Exemplos: Parágrafo 9° (parágrafo nono); Parágrafo 10°
(Parágrafo 10).
2 – indicar os dias do mês: nessas situações, empregam-se os numerais cardinais, sendo que a única ex-
ceção é a indicação do primeiro dia do mês, para a qual deve-se utilizar o numeral ordinal. Exemplos: dezesseis
de outubro; primeiro de agosto.
3 – indicar capítulos, séculos, reis e papas: após o substantivo emprega-se o numeral ordinal até o dé-
cimo; após o décimo utiliza-se o numeral cardinal. Exemplos: capítulo X (décimo); século IV (quarto); Henrique
VIII (oitavo), Bento XVI (dezesseis).
Os tipos de numerais
– Cardinais: são os números em sua forma fundamental e exprimem quantidades.
Exemplos: um dois, dezesseis, trinta, duzentos, mil.
– alguns deles flexionam em gênero (um/uma, dois/duas, quinhentos/quinhentas).
– alguns números cardinais variam em número, como é o caso: milhão/milhões, bilhão/bilhões, trilhão/tri-
lhões, e assim por diante.
– a palavra ambos(as) é considerada um numeral cardinal, pois significa os dois/as duas. Exemplo: Antônio
e Pedro fizeram o teste, mas os dois/ambos foram reprovados.
– Ordinais: indicam ordem de uma sequência (primeiro, segundo, décimo, centésimo, milésimo…), isto é,
apresentam a ordem de sucessão e uma série, seja ela de seres, de coisas ou de objetos.
– os numerais ordinais variam em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Exemplos:
primeiro/primeira, primeiros/primeiras, décimo/décimos, décima/décimas, trigésimo/trigésimos, trigésima/trigé-
simas.
– alguns numerais ordinais possuem o valor de adjetivo. Exemplo: A carne de segunda está na promoção.
– Fracionários: servem para indicar a proporções numéricas reduzidas, ou seja, para representar uma par-
te de um todo. Exemplos: meio ou metade (½), um quarto (um quarto (¼), três quartos (¾), 1/12 avos.
– os números fracionários flexionam-se em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural).
Exemplos: meio copo de leite, meia colher de açúcar; dois quartos do salário-mínimo.
– Multiplicativos: esses numerais estabelecem relação entre um grupo, seja de coisas ou objetos ou coi-
sas, ao atribuir-lhes uma característica que determina o aumento por meio dos múltiplos. Exemplos: dobro,
triplo, undécuplo, doze vezes, cêntuplo.
– em geral, os multiplicativos são invariáveis, exceto quando atuam como adjetivo, pois, nesse caso, pas-
sam a flexionar número e gênero (masculino e feminino). Exemplos: dose dupla de elogios, duplos sentidos.
– Coletivos: correspondem aos substantivos que exprimem quantidades precisas, como dezena (10 uni-
dades) ou dúzia (12 unidades).
– os numerais coletivos sofrem a flexão de número: unidade/unidades, dúzia/dúzias, dezena/dezenas, cen-
tena/centenas.
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— Preposição
Essa classe de palavras tem o objetivo de marcar as relações gramaticais que outras classes (substantivos,
adjetivos, verbos e advérbios) exercem no discurso. Por apenas marcarem algumas relações entre as unidades
linguísticas dentro do enunciado, as preposições não possuem significado próprio se isoladas no discurso. Em
razão disso, as preposições são consideradas classe gramatical dependente, ou seja, sua função gramatical
(organização e estruturação) é principal, embora o desempenho semântico, que gera significado e sentido,
esteja presente, apenas possui um menor valor.
Classificação das preposições
Preposições essenciais: só aparecem na língua propriamente como preposições, sem outra função. São
elas:
– Exemplo 1) ”Luís gosta de viajar.” e “Prefiro doce de coco.” Em ambas as sentenças, a preposição de
manteve-se sempre sendo preposição, apesar de ter estabelecido relação entre unidades linguísticas diferen-
tes, garantindo-lhes classificações distintas conforme o contexto.
– Exemplo 2) “Estive com ele até o reboque chegar.” e “Finalizei o quadro com textura.” Perceba que nas
duas fases, a mesma preposição tem significados distintos: na primeira, indica recurso/instrumento; na segun-
da, exprime companhia. Por isso, afirma-se que a preposição tem valor semântico, mesmo que secundário ao
valor estrutural (gramática).
Locuções prepositivas
Recebe esse nome o conjunto de palavras com valor e emprego de uma preposição. As principais locuções
prepositivas são constituídas por advérbio ou locução adverbial acrescido da preposição de, a ou com. Confira
algumas das principais locuções prepositivas.
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— Interjeição
É a palavra invariável ou sintagma que compõem frases que manifestam por parte do emissor do enunciado
uma surpresa, uma hesitação, um susto, uma emoção, um apelo, uma ordem, etc., por parte do emissor do
enunciado. São as chamadas unidades autônomas, que usufruem de independência em relação aos demais
elementos do enunciado. As interjeições podem ser empregadas também para chamar exigir algo ou para cha-
mar a atenção do interlocutor e são unidades cuja forma pode sofrer variações como:
– Locuções interjetivas: são formadas por grupos e palavras que, associadas, assumem o valor de interjei-
ção. Exemplos: “Ai de mim!”, “Minha nossa!” Cruz credo!”.
– Palavras da língua: “Eita!” “Nossa!”
– Sons vocálicos: “Hum?!”, “Ué!”, “Ih…!”
Os tipos de interjeição
De acordo com as reações que expressam, as interjeições podem ser de:
Definição: Sintaxe é a área da Gramática que se dedica ao estudo da ordenação das palavras em uma
frase, das orações em um discurso e também da coerência (relação lógica) que estabelecem entre si.
Sempre que uma frase é construída, é fundamental que ela contenha algum sentido para que possa ser
compreendida pelo receptor. Por fazer a mediação da combinação entre palavras e orações, a sintaxe é essen-
cial para que essa compreensão se efetive. Para que se possa compreender a análise sintática, é importante
retomarmos alguns conceitos, como o de frase, oração e período. Vejamos:
Frase
Trata-se de um enunciado que carrega um sentido completo e possui sentido integral, podendo ser cons-
tituído por uma ou várias palavras, além disso, pode conter verbo (frase verbal) ou não (frase nominal). Uma
frase pode exprimir ideias, sentimentos, apelos ou ordens. Exemplos: “Saia!”, “O presidente vai fazer seu dis-
curso.”, “Atenção!”, “Que horror!”.
A ordem das palavras é associada à pontuação apropriada, além de ser fundamental para a compreensão
da informação escrita e deve seguir os padrões da Língua Portuguesa. Observe que a frase “A professora já
vai falar.” pode ser modificada para: “Já vai falar a professora.” sem que haja prejuízo de sentido. No entanto,
a construção “Falar a já professora vai.”, apesar da combinação das palavras, não poderá ser compreendida
pelo interlocutor.
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Oração
É uma unidade sintática que se estrutura em torno de um verbo ou de uma locução verbal. Uma frase pode
ser uma oração, desde que tenha um verbo e um predicado; quanto ao sujeito, nem sempre consta em uma
oração, assim como o sentido completo. O importante é que seja compreensível pelo receptor da mensagem.
Analise, abaixo, uma frase que é oração com uma que não é.
1 – Silêncio!”: É uma frase, mas não uma oração, pois não contém verbo.
2 – “Eu quero silêncio.”: A presença do verbo classifica a frase como oração.
– Unidade sintática (ou termo sintático): a sintaxe de uma oração é formada por cada um dos termos, os
quais, por sua vez, estabelecem relação entre si para dar sentido à frase. No exemplo supracitado, a palavra
“quero” deve unir-se às palavras “Eu” e “silêncio” para que o receptor compreenda a mensagem. Dessa forma,
cada palavra desta oração recebe o nome de termo ou unidade sintática, desempenhando, cada qual, uma
função sintática diferente.
– Classificação das orações: as orações podem ser simples ou compostas. As orações simples apresen-
tam apenas uma frase; as compostas apresentam duas ou mais frases na mesma oração. Analise os exemplos
abaixo e perceba que a oração composta tem duas frases, e cada uma tem seu próprio sentido.
– Oração simples: “Eu quero silêncio.”
– Oração composta: “Eu quero silêncio para poder ouvir o noticiário”.
Período
A construção é composta por uma ou mais orações, sempre com sentido completo. Assim como as orações,
o período também pode ser simples ou composto, diferenciando-se pelo número de orações que apresenta:
o período simples contém apenas uma oração, e o composto mais de uma. Lembrando que a oração é uma
frase que contém um verbo. Assim, para não ter dúvidas quanto à classificação, basta contar quantos verbos
existem na frase.
– Período simples: “Resolvo esse problema até amanhã.” - apresenta apenas um verbo.
– Período composto: Resolvo esse problema até amanhã ou ficarei preocupada.” - contém dois verbos.
— Análise Sintática
É o nome que se dá ao processo que serve para esmiuçar a estrutura de um período e das orações que o
compõem.
– Termos da oração: é o nome dado às palavras que atribuem sentido a uma frase verbal. A reunião des-
ses elementos forma o que chamamos de estrutura de um período. Os termos essenciais subdividem-se em:
essenciais, integrantes e acessórios. Acompanhe a seguir as especificidades de cada tipo.
Termos Essenciais (ou fundamentais) da oração
– Sujeito e Predicado: enquanto um é o ser sobre quem/o qual se declara algo, o outro é o que se declara
sobre o sujeito e, por isso, sempre apresenta um verbo ou uma locução verbal, como nos respectivos exemplos
a seguir:
Exemplo: em “Fred fez um lindo discurso.”, o sujeito é “Fred”, que “fez um lindo discurso” (é o restante da
oração, a declaração sobre o sujeito).
Nem sempre o sujeito está no início da oração (sujeito direto), podendo apresentar-se também no meio da
fase ou mesmo após o predicado (sujeito inverso). Veja um exemplo para cada um dos respectivos casos:
“Fred fez um lindo discurso.”
“Um lindo discurso Fred fez.”
“Fez um lindo discurso, Fred.”
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– Sujeito determinado: é aquele identificável facilmente pela concordância verbal. Ex.: Laura escreve
bem.
– Sujeito determinado simples: possui apenas um núcleo ligado ao verbo. Ex.: “Júlia passou no teste”.
– Sujeito determinado composto: possui dois ou mais núcleos. Ex.: “Júlia e Felipe passaram no teste.”
– Sujeito determinado implícito: não aparece facilmente na oração, mas a frase é dotada de entendimen-
to. Ex.: “Passamos no teste.” Aqui, o termo “nós” não está explícito na oração, mas a concordância do verbo o
destaca de forma indireta.
– Sujeito indeterminado: é o que não está visível na oração e, diferente do caso anterior, não há concor-
dância verbal para determiná-lo.
Esse sujeito pode aparecer com:
– Verbo na 3a pessoa do plural. Ex.: “Reformaram a casa velha”.
– Verbo na 3a pessoa do singular + pronome “se”: “Contrata-se padeiro”.
– Verbo no infinitivo impessoal: Comer frutas faz bem à saúde.
– Orações sem sujeito: são compostas somente por predicado e sua mensagem está centralizada no ver-
bo, que é impessoal. Essas orações podem ter verbos que constituam fenômenos da natureza ou os verbos
ser, estar, haver e fazer quando indicativos de fenômeno meteorológico ou tempo. Observe os exemplos:
“Choveu muito ontem”.
“Era uma hora e quinze”.
– Predicados Verbais: resultam da relação entre sujeito e verbo, ou entre verbo e complementos. Os ver-
bos, por sua vez, também recebem sua classificação, conforme abaixo.
– Verbo transitivo: é o verbo que transita, isto é, que vai adiante para passar a informação adequada. Em
outras palavras, é o verbo que exige complemento para ser entendido. Para produzir essa compreensão, esse
trânsito do verbo, o complemento pode ser direto ou indireto. No primeiro caso, a ligação direta entre verbo e
complemento. Ex.: “Quero comprar roupas”.
No segundo, verbo e complemento são unidos por preposição. Ex.: “Preciso de dinheiro.”
– Verbo intransitivo: não requer complemento, é provido de sentido completo. São exemplos: morrer, acor-
dar, nascer, nadar, cair, mergulhar, correr.
– Verbo de ligação: servem para expressar características de estado ao sujeito, sendo eles: estado per-
manente (“Pedro é alto.”), estado de transição (“Pedro está acamado.”), estado de mutação (“Pedro esteve
enfermo.”), estado de continuidade (“Pedro continua esbelto.”) e estado aparente (“Pedro parece nervoso.”).
– Predicados nominais: são aqueles que possuem um nome (substantivo ou adjetivo) como núcleo signifi-
cativo da oração. Além disso, caracterizam-se pela indicação de estado ou qualidade e são compostos por um
verbo de ligação mais o predicativo do sujeito.
– Predicativo do sujeito: é um termo que atribui características ao sujeito por meio de um verbo. Exemplo:
em “Marta é inteligente.”, o adjetivo é o predicativo do sujeito “Marta”, ou seja, é sua característica de estado
ou qualidade. Isso é comprovado pelo “ser” (é), que é o verbo de ligação entre Marta e sua característica atual.
Esse elemento não precisa ser, obrigatoriamente, um adjetivo, mas pode ser uma locução adjetiva, ou mesmo
um substantivo ou palavra substantivada.
– Predicado Verbo-Nominal: esse tipo deve apresentar sempre um predicativo do sujeito associado a uma
ação do sujeito acrescida de uma qualidade sua. Exemplo: “As meninas saíram mais cedo da aula. Por isso,
estavam contentes.
O sujeito “As meninas” possui como predicado o verbo “sair” e também o adjetivo “contentes”. Logo, “esta-
vam contentes” é o predicativo do sujeito e o verbo de ligação é “estar”.
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Termos integrantes da oração
Basicamente, são os termos que completam os verbos de uma oração, atribuindo sentido a ela. Eles podem
ser complementos verbais, complementos nominais ou mesmo agentes da passiva.
– Complementos verbais: como sugere o nome, esses termos completam o sentido de verbos, e se clas-
sificam da seguinte forma:
Objeto direto: completa verbos transitivos diretos, não exigindo preposição.
Objeto indireto: complementam verbos transitivos indiretos, isto é, aqueles que dependem de preposição
para que seu sentido seja compreendido.
Quanto ao objeto direto, podemos ter:
– Um pronome substantivo: “Aquele é o culpado.”
– Um pronome oblíquo direto: “Questionei-a sobre o acontecido.”
– Um substantivo ou expressão substantivada: “Os persistentes sempre vencem.”
– Complementos Nominais: esses termos completam o sentido de uma palavra, mas não são verbos; são
nomes (substantivos, adjetivos ou advérbios), sempre seguidos por preposição. Observe os exemplos:
– “Maria estava satisfeita com seus resultados.” – observe que “satisfeita” é adjetivo, e “com seus resulta-
dos” é complemento nominal.
– “O entregador atravessou rapidamente pela viela. – “rapidamente” é advérbio de modo.
– “Eu tenho medo do cachorro.” – Nesse caso, “medo” é um substantivo.
– Agentes da Passiva: são os termos de uma oração que praticam a ação expressa pelo verbo, quando
este está na voz passiva. Assim, estão normalmente acompanhados pelas preposições de e por. Observe os
exemplos do item anterior modificados para a voz passiva:
– “Os resultados foram motivo de satisfação de Maria.”
– “O cachorro foi alvo do meu medo.”
– “A viela foi atravessada rapidamente pelo entregador.”
Termos acessórios da oração
Diferente dos termos essenciais e integrantes, os termos acessórios não são fundamentais ao sentido da
oração, mas servem para complementar a informação, exprimindo circunstância, determinando o substantivo
ou caracterizando o sujeito. Confira abaixo quais são eles:
– Adjunto adverbial: são os termos que modificam o sentido do verbo, do adjetivo ou do advérbio. Analise
os exemplos:
“Dormimos muito.”
O termo acessório “muito” classifica o verbo “dormir”.
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– Orações: «Quando a mercadoria chegar, avise.” (advérbio de tempo).
– Adjunto adnominal: é o termo que especifica o substantivo, com função de adjetivo. Em razão disso,
pode ser representado por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, numerais adjetivos ou pronomes adjetivos.
Analise o exemplo:
“O jovem apaixonado presenteou um lindo buquê à sua colega de escola.”
Sujeito: “O jovem apaixonado”.
Núcleo do predicado verbal: “presenteou”.
Objeto direto do verbo presentear: “um lindo buquê”.
Objeto indireto: “à sua colega de escola”.
Adjuntos adnominais: no sujeito, temos o artigo “o” e “apaixonado”, pois caracterizam o “jovem”, núcleo do
sujeito; o numeral “um” e o adjetivo “lindo” fazem referência a “buquê” (substantivo); o artigo “à” (contração da
preposição + artigo feminino) e a locução “de trabalho” são os adjuntos adnominais de “colega”.
– Aposto: é o termo que se relaciona com o sujeito para caracterizá-lo, contribuindo para a complementa-
ção de uma informação já completa. Observe os exemplos:
“Michael Jackson, o rei do pop, faleceu há uma década.”
Brasília, capital do Brasil, foi construída na década de 1950.”
– Vocativo: esse termo não apresenta relação sintática nem com sujeito nem com predicado, tendo sua
função no chamamento ou na interpelação de um ouvinte, e relaciona-se com a 2ª pessoa do discurso. Os
vocativos são os receptores da mensagem, ou seja, a quem ela é dirigida. Podem ser acompanhados de inter-
jeições de apelo. Observe:
Ei, moça! Seu documento está pronto!”
Senhor, tenha misericórdia de nós!”
Vista o casaco, filha!”
— Estudo da relação entre as orações
Os períodos compostos são formados por várias orações. As orações estabelecem entre si relações de
coordenação ou de subordinação.
– Período composto por coordenação: é formado por orações independentes. Apesar de estarem unidas
por conjunções ou vírgulas, as orações coordenadas podem ser entendidas individualmente porque apresen-
tam sentidos completos. Acompanhe a seguir a classificação das orações coordenadas:
Oração coordenada aditiva: “Assei os salgados e preparei os doces.”
Oração coordenada adversativa: “Assei os salgados, mas não preparei os doces.”
Oração coordenada alternativa: “Ou asso os salgados ou preparo os doces.”
Oração coordenada conclusiva: “Marta estudou bastante, logo, passou no exame.”
Oração coordenada explicativa: “Marta passou no exame porque estudou bastante.”
– Período composto por subordinação: são constituídos por orações dependentes uma da outra. Como
as orações subordinadas apresentam sentidos incompletos, não podem ser entendidas de forma separada. As
orações subordinadas são divididas em substantivas, adverbiais e adjetivas. Veja os exemplos:
Oração subordinada substantiva subjetiva: “Ficou provado que o suspeito era realmente o culpado.”
Oração subordinada substantiva objetiva direta: “Eu não queria que isso acontecesse.”
Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “O gerente precisa que esteja tudo em ordem”.
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Oração subordinada substantiva completiva nominal: “Temos fé de que a humanidade pare de destruir
o planeta.”
Oração subordinada substantiva predicativa: “Nosso maior desejo é que todos sejam aprovados.”
Oração subordinada substantiva apositiva: “Apenas saiba disto: que tudo esteja organizado quando eu
voltar!”
Oração subordinada adverbial causal: “Não demorei, pois tinha hora marcada na psicóloga.”
Oração subordinada adverbial consecutiva: “Ficamos tão felizes que pulamos de alegria.”
Oração subordinada adverbial final: “Eles ficaram vigiando para que nós chegássemos a casa em segu-
rança.”
Oração subordinada adverbial temporal: “Assim que eu cheguei, eles iniciaram o trabalho.”
Oração subordinada adverbial condicional: “Se você vier logo, espero por você.»
Oração subordinada adverbial concessiva: “Ainda que estivesse cansado, concluiu a maratona.”
Oração subordinada adverbial comparativa: “Marta sentia como se ainda vivesse no interior.”
Oração subordinada adverbial conformativa: “Conforme combinamos anteriormente, entregarei o produ-
to até amanhã.”
Oração subordinada adverbial proporcional: “Quanto mais me exercito, mais tenho disposição.”
Oração subordinada adjetiva explicativa: “Meu filho, que passou no concurso, mudou-se para o interior.”
Oração subordinada adjetiva restritiva: “A aluna que esteve enferma conseguiu ser aprovada nas pro-
vas.”
Visão Geral: sumariamente, as concordâncias verbal e nominal estudam a sintonia entre os componentes
de uma oração.
– Concordância verbal: refere-se ao verbo relacionado ao sujeito, sendo que o primeiro deve, obrigato-
riamente, concordar em número (flexão em singular e plural) e pessoa (flexão em 1a, 2a, ou 3a pessoa) com o
segundo. Isto é, ocorre quando o verbo é flexionado para concordar com o sujeito.
– Concordância nominal: corresponde à harmonia em gênero (flexão em masculino e feminino) e núme-
ro entre os vários nomes da oração, ocorrendo com maior frequência sobre os substantivos e o adjetivo. Em
outras palavras, refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Tal
concordância ocorre em gênero e pessoa
Casos específicos de concordância verbal
Concordância verbal com o infinitivo pessoal: existem três situações em que o verbo no infinitivo é fle-
xionado:
I – Quando houver um sujeito definido;
II – Sempre que se quiser determinar o sujeito;
III – Sempre que os sujeitos da primeira e segunda oração forem distintos.
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Observe os exemplos:
“Eu pedir para eles fazerem a solicitação.”
“Isto é para nós solicitarmos.”
Concordância verbal com o infinitivo impessoal: não há flexão verbal quando o sujeito não for definido,
ou sempre que o sujeito da segunda oração for igual ao da primeira oração, ou mesmo em locuções verbais,
com verbos preposicionados e com verbos imperativos.
Exemplos:
“Os membros conseguiram fazer a solicitação.”
“Foram proibidos de realizar o atendimento.”
Concordância verbal com verbos impessoais: nesses casos, verbo ficará sempre em concordância com
a 3a pessoa do singular, tendo em vista que não existe um sujeito.
Observe os casos a seguir:
– Verbos que indicam fenômenos da natureza, como anoitecer, nevar, amanhecer.
Exemplo: “Não chove muito nessa região” ou “Já entardeceu.»
– O verbo haver com sentido de existir. Exemplo: “Havia duas professoras vigiando as crianças.”
– O verbo fazer indicando tempo decorrido. Exemplo: “Faz duas horas que estamos esperando.”
Concordância verbal com o verbo ser: diante dos pronomes tudo, nada, o, isto, isso e aquilo como sujeito,
há concordância verbal com o predicativo do sujeito, podendo o verbo permanecer no singular ou no plural:
– “Tudo que eu desejo é/são férias à beira-mar.”
– “Isto é um exemplo do que o ocorreria.” e “Isto são exemplos do que ocorreria.”
Concordância verbal com pronome relativo quem: o verbo, ou faz concordância com o termo precedente
ao pronome, ou permanece na 3a pessoa do singular:
– “Fui eu quem solicitou.» e “Fomos nós quem solicitou.»
Concordância verbal com pronome relativo que: o verbo concorda com o termo que antecede o prono-
me:
– “Foi ele que fez.» e “Fui eu que fiz.»
– “Foram eles que fizeram.” e “Fomos nós que fizemos.»
Concordância verbal com a partícula de indeterminação do sujeito se: nesse caso, o verbo cria concor-
dância com a 3a pessoa do singular sempre que a oração for constituída por verbos intransitivos ou por verbos
transitivos indiretos:
Concordância com o elemento apassivador se: aqui, verbo concorda com o objeto direto, que desempe-
nha a função de sujeito paciente, podendo aparecer no singular ou no plural:
– Aluga-se galpão.” e “Alugam-se galpões.”
Concordância verbal com as expressões a metade, a maioria, a maior parte: preferencialmente, o ver-
bo fará concordância com a 3° pessoa do singular. Porém, a 3a pessoa do plural também pode ser empregada:
– “A maioria dos alunos entrou” e “A maioria dos alunos entraram.”
– “Grande parte das pessoas entendeu.” e “Grande parte das pessoas entenderam.”
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Concordância nominal muitos substantivos: o adjetivo deve concordar em gênero e número com o subs-
tantivo mais próximo, mas também concordar com a forma no masculino plural:
– “Casa e galpão alugado.” e “Galpão e casa alugada.”
– “Casa e galpão alugados.” e “Galpão e casa alugados.”
Concordância nominal com pronomes pessoais: o adjetivo concorda em gênero e número com os pro-
nomes pessoais:
– “Ele é prestativo.” e “Ela é prestativa.”
– “Eles são prestativos.” e “Elas são prestativas.”
Concordância nominal com adjetivos: sempre que existir dois ou mais adjetivos no singular, o substantivo
permanece no singular, se houver um artigo entre os adjetivos. Se o artigo não aparecer, o substantivo deve
estar no plural:
– “A blusa estampada e a colorida.” e “O casaco felpudo e o xadrez.”
– “As blusas estampada e colorida.” e “Os casacos felpudo e xadrez.”
Concordância nominal com é proibido e é permitido: nessas expressões, o adjetivo flexiona em gênero
e número, sempre que houver um artigo determinando o substantivo. Caso não exista esse artigo, o adjetivo
deve permanecer invariável, no masculino singular:
– “É proibida a circulação de pessoas não identificadas.” e “É proibido circulação de pessoas não identifi-
cadas.”
– “É permitida a entrada de crianças.” e “É permitido entrada de crianças acompanhadas.”
Concordância nominal com menos: a palavra menos permanece é invariável independente da sua atua-
ção, seja ela advérbio ou adjetivo:
– “Menos pessoas / menos pessoas”.
– “Menos problema /menos problemas.”
Concordância nominal com muito, pouco, bastante, longe, barato, meio e caro: esses termos instau-
ram concordância em gênero e número com o substantivo quando exercem função de adjetivo:
– “Tomei bastante suco.” e “Comprei bastantes frutas.”
– “A jarra estava meia cheia.” e “O sapato está meio gasto”.
– “Fizemos muito barulho.” e “Compramos muitos presentes.”
Colocação de pronomes
A colocação do pronome átono está relacionada à harmonia da frase. A tendência do português falado no
Brasil é o uso do pronome antes do verbo – próclise. No entanto, há casos em que a norma culta prescreve o
emprego do pronome no meio – mesóclise – ou após o verbo – ênclise.
De acordo com a norma culta, no português escrito não se inicia um período com pronome oblíquo átono.
Assim, se na linguagem falada diz-se “Me encontrei com ele”, já na linguagem escrita, formal, usa-se “Encon-
trei-me’’ com ele.
Sendo a próclise a tendência, é aconselhável que se fixem bem as poucas regras de mesóclise e ênclise.
Assim, sempre que estas não forem obrigatórias, deve-se usar a próclise, a menos que prejudique a eufonia
da frase.
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Próclise
Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo.
Palavra de sentido negativo: Não me falou a verdade.
Advérbios sem pausa em relação ao verbo: Aqui te espero pacientemente.
Havendo pausa indicada por vírgula, recomenda-se a ênclise: Ontem, encontrei-o no ponto do ônibus.
Pronomes indefinidos: Ninguém o chamou aqui.
Pronomes demonstrativos: Aquilo lhe desagrada.
Orações interrogativas: Quem lhe disse tal coisa?
Orações optativas (que exprimem desejo), com sujeito anteposto ao verbo: Deus lhe pague, Senhor!
Orações exclamativas: Quanta honra nos dá sua visita!
Orações substantivas, adjetivas e adverbiais, desde que não sejam reduzidas: Percebia que o observavam.
Verbo no gerúndio, regido de preposição em: Em se plantando, tudo dá.
Verbo no infinitivo pessoal precedido de preposição: Seus intentos são para nos prejudicarem.
Ênclise
Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo.
Verbo no início da oração, desde que não esteja no futuro do indicativo: Trago-te flores.
Verbo no imperativo afirmativo: Amigos, digam-me a verdade!
Verbo no gerúndio, desde que não esteja precedido pela preposição em: Saí, deixando-a aflita.
Verbo no infinitivo impessoal regido da preposição a. Com outras preposições é facultativo o emprego de
ênclise ou próclise: Apressei-me a convidá-los.
Mesóclise
Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo.
É obrigatória somente com verbos no futuro do presente ou no futuro do pretérito que iniciam a oração.
Dir-lhe-ei toda a verdade.
Far-me-ias um favor?
Se o verbo no futuro vier precedido de pronome reto ou de qualquer outro fator de atração, ocorrerá a pró-
clise.
Eu lhe direi toda a verdade.
Tu me farias um favor?
Colocação do pronome átono nas locuções verbais
Verbo principal no infinitivo ou gerúndio: Se a locução verbal não vier precedida de um fator de próclise,
o pronome átono deverá ficar depois do auxiliar ou depois do verbo principal.
Exemplos:
Devo-lhe dizer a verdade.
Devo dizer-lhe a verdade.
Havendo fator de próclise, o pronome átono deverá ficar antes do auxiliar ou depois do principal.
Exemplos:
Não lhe devo dizer a verdade.
Não devo dizer-lhe a verdade.
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Verbo principal no particípio: Se não houver fator de próclise, o pronome átono ficará depois do auxiliar.
Exemplo: Havia-lhe dito a verdade.
Se houver fator de próclise, o pronome átono ficará antes do auxiliar.
Exemplo: Não lhe havia dito a verdade.
Haver de e ter de + infinitivo: Pronome átono deve ficar depois do infinitivo.
Exemplos:
Hei de dizer-lhe a verdade.
Tenho de dizer-lhe a verdade.
Observação
Não se deve omitir o hífen nas seguintes construções:
Devo-lhe dizer tudo.
Estava-lhe dizendo tudo.
Havia-lhe dito tudo.
Ocorrência da crase
Definição: na gramática grega, o termo quer dizer “mistura “ou “contração”, e ocorre entre duas vogais,
uma final e outra inicial, em palavras unidas pelo sentido. Basicamente, desse modo: a (preposição) + a (artigo
feminino) = aa à; a (preposição) + aquela (pronome demonstrativo feminino) = àquela; a (preposição) + aquilo
(pronome demonstrativo feminino) = àquilo. Por ser a junção das vogais, a crase, como regra geral, ocorre dian-
te de palavras femininas, sendo a única exceção os pronomes demonstrativos aquilo e aquele, que recebem
a crase por terem “a” como sua vogal inicial. Crase não é o nome do acento, mas indicação do fenômeno de
união representado pelo acento grave.
– O a dos pronomes relativos a qual e as quais: “São pessoas às quais devemos o maior respeito e consi-
deração”.
Perceba que a incidência da crase está sujeita à presença de duas vogais a (preposição + artigo ou prepo-
sição + pronome) na construção sintática.
Técnicas para o emprego da crase
1 – Troque o termo feminino por um masculino, de classe semelhante. Se a combinação ao aparecer, ocor-
rerá crase diante da palavra feminina.
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Exemplos:
“Tudo às avessas.”
“Barcos à deriva.”
5 – Outros casos envolvendo locuções e crase:
Na locução «à moda de”, pode estar implícita a expressão “moda de”, ficando somente o à explícito.
Exemplos:
“À uma hora.”
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Regência verbal; regência nominal
Visão geral: na Gramática, regência é o nome dado à relação de subordinação entre dois termos. Quando,
em um enunciado ou oração, existe influência de um tempo sobre o outro, identificamos o que se denomina
termo determinante, essa relação entre esses termos denominamos regência.
— Regência Nominal
É a relação entre um nome o seu complemento por meio de uma preposição. Esse nome pode ser um subs-
tantivo, um adjetivo ou um advérbio e será o termo determinante.
O complemento preenche o significado do nome, cujo sentido estaria impreciso ou ambíguo se não fosse
pelo complemento.
Observe os exemplos:
“A nova entrada é acessível a cadeirantes.”
“Eu tenho o sonho de viajar para o nordeste.”
“Ele é perito em investigações como esta.”
Na primeira frase, adjetivo “acessível” exige a preposição a, do contrário, seu sentido ficaria incompleto. O
mesmo ocorre com os substantivos “sonho“ e “perito”, nas segunda e terceira frases, em que os nomes exigem
as preposições de e em para completude de seus sentidos. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que
regem. Veja nas tabelas abaixo quais são os nomes que regem uma preposição para que seu sentido seja
completo.
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REGÊNCIA COM A PREPOSIÇÃO PARA
apto para essencial para mau para
bastante para impróprio para pronto para
bom para inútil para próprio para
— Regência Verbal
Os verbos são os termos regentes, enquanto os objetos (direto e indireto) e adjuntos adverbiais são os ter-
mos regidos. Um verbo possui a mesma regência do nome do qual deriva.
Observe as duas frases:
I – “Eles irão ao evento.” O verbo ir requer a preposição a (quem vai, vai a algum lugar), e isso o classifica
como verbo transitivo direto; “ao evento” são os termos regidos pelo verbo, isto é, constituem seu complemento.
II – “Ela mora em região pantanosa.” O verbo morar exige a preposição em (quem mora mora em algum
lugar), portanto, é verbo transitivo indireto.
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convocação NÃO “Chame todos!”
“Chamo a Talita de Tatá.”
Chamar Rege complemen- “Chamo Talita de Tatá.”
apelido to, com e sem pre-
posição “Chamo a Talita Tatá.”
“Chamo Talita Tatá.”
o que se paga NÃO “Paguei o aluguel.”
Pagar
a quem se paga SIM “Pague ao credor.”
quem chega, chega
Chegar a algum lugar / verbo SIM “Quando chegar ao local, espere.”
transitivo indireto
quem obedece a algo
Obedecer / alguém / transitivo SIM “Obedeçam às regras.”
indireto
Esquecer verbo transitivo direito NÃO “Esqueci as alianças.”
... exige um com-
verbo transitivo direito plemento sem e
Informar “Informe o ocorrido ao gerente.”
e indireto, portanto... outro com preposi-
ção
quem vai vai a algum
Ir lugar / verbo transitivo SIM “Vamos ao teatro.”
indireto
Quem mora em algum “Eles moram no interior.”
Morar lugar (verbo transitivo SIM
indireto) (Preposição “em” + artigo “o”).
verbo transitivio di-
Namorar NÃO “Júlio quer namorar Maria.”
reito
verbo bi transitivo (di-
Preferir SIM “Prefira assados a frituras.”
reto e indireto)
quem simpatiza sim-
patiza com algo/ al-
Simpatizar SIM “Simpatizei-me com todos.”
guém/ verbo transitivo
indireto
Visão geral: a formação de palavras que integram o léxico da língua baseia-se em dois principais processos
morfológicos (combinação de morfemas): a derivação e a composição.
Derivação: é a formação de uma nova palavra (palavra derivada) com base em uma outra que já existe na
língua (palavra primitiva ou radical).
1 – Prefixal por prefixação: um prefixo ou mais são adicionados à palavra primitiva.
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2 – Sufixal ou por sufixação: é a adição de sufixo à palavra primitiva.
3 – Prefixal e sufixal: nesse tipo, a presença do prefixo ou do sufixo à palavra primitiva já é o suficiente para
formação de uma nova palavra.
4 – Parassintética: também consiste na adição de prefixo e sufixo à palavra primitiva, porém, diferentemen-
te do tipo anterior, para existência da nova palavra, ambos os acréscimos são obrigatórios. Esse processo parte
de substantivos e adjetivos para originar um verbo.
5 – Regressiva: é a remoção da parte final de uma palavra primitiva para, dessa forma, obter uma palavra
derivada. Esse origina substantivos a partir de formas verbais que expressam uma ação. Essas novas palavras
recebem o nome de deverbais. Tal composição ocorre a partir da substituição da terminação verbal formada
pela vogal temática + desinência de infinitivo (“–ar” ou “–er”) por uma das vogais temáticas nominais (-a, -e,-o).”
6 – Imprópria (ou conversão): é o processo que resulta na mudança da classe gramatical de uma palavra
primitiva, mas não modifica sua forma. Exemplo: a palavra jantar pode ser um verbo na frase “Convidaram-me
para jantar”, mas também pode ser um substantivo na frase “O jantar estava maravilhoso”.
Composição
É o processo de formação de palavra a partir da junção de dois ou mais radicais. A composição pode se
realizar por justaposição ou por aglutinação.
– Justaposição: na junção, não há modificação dos radicais. Exemplo: passa + tempo - passatempo; gira
+ sol = girassol.
– Aglutinação: existe alteração dos radicais na sua junção. Exemplo: em + boa + hora = embora; desta +
arte = destarte.
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Coesão
— Definições e diferenciação
Coesão e coerência são dois conceitos distintos, tanto que um texto coeso pode ser incoerente, e vice-ver-
sa. O que existe em comum entre os dois é o fato de constituírem mecanismos fundamentais para uma pro-
dução textual satisfatória. Resumidamente, a coesão textual se volta para as questões gramaticais, isto é, na
articulação interna do texto. Já a coerência textual tem seu foco na articulação externa da mensagem.
— Coesão Textual
Consiste no efeito da ordenação e do emprego adequado das palavras que proporcionam a ligação entre
frases, períodos e parágrafos de um texto. A coesão auxilia na sua organização e se realiza por meio de pala-
vras denominadas conectivos.
As técnicas de coesão
A coesão pode ser obtida por meio de dois mecanismos principais, a anáfora e a catáfora. Por estarem rela-
cionados à mensagem expressa no texto, esses recursos classificam-se como endofóricas. Enquanto a anáfora
retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a ligação e a harmonia textual.
As regras de coesão
Para que se garanta a coerência textual, é necessário que as regras relacionadas abaixo sejam seguidas.
Referência
– Pessoal: emprego de pronomes pessoais e possessivos.
Exemplo:
«Ana e Sara foram promovidas. Elas serão gerentes de departamento.” Aqui, tem-se uma referência pes-
soal anafórica (retoma termo já mencionado).
– Comparativa: emprego de comparações com base em semelhanças.
Exemplo:
“Mais um dia como os outros…”. Temos uma referência comparativa endofórica.
– Demonstrativa: emprego de advérbios e pronomes demonstrativos.
Exemplo:
“Inclua todos os nomes na lista, menos este: Fred da Silva.” Temos uma referência demonstrativa catafórica.
– Substituição: consiste em substituir um elemento, quer seja nome, verbo ou frase, por outro, para que
ele não seja repetido.
Analise o exemplo:
“Iremos ao banco esta tarde, elas foram pela manhã.”
Perceba que a diferença entre a referência e a substituição é evidente principalmente no fato de que a
substituição adiciona ao texto uma informação nova. No exemplo usado para a referência, o pronome pessoal
retoma as pessoas “Ana e Sara”, sem acrescentar quaisquer informações ao texto.
– Elipse: trata-se da omissão de um componente textual – nominal, verbal ou frasal – por meio da figura
denominando eclipse.
Exemplo:
“Preciso falar com Ana. Você a viu?” Aqui, é o contexto que proporciona o entendimento da segunda oração,
pois o leitor fica ciente de que o locutor está procurando por Ana.
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– Conjunção: é o termo que estabelece ligação entre as orações.
Exemplo:
“Embora eu não saiba os detalhes, sei que um acidente aconteceu.” Conjunção concessiva.
– Coesão lexical: consiste no emprego de palavras que fazem parte de um mesmo campo lexical ou que
carregam sentido aproximado. É o caso dos nomes genéricos, sinônimos, hiperônimos, entre outros.
Exemplo:
“Aquele hospital público vive lotado. A instituição não está dando conta da demanda populacional.”
— Coerência Textual
A Coerência é a relação de sentido entre as ideias de um texto que se origina da sua argumentação – con-
sequência decorrente dos saberes conhecimentos do emissor da mensagem. Um texto redundante e contradi-
tório, ou cujas ideias introduzidas não apresentam conclusão, é um texto incoerente. A falta de coerência preju-
dica a fluência da leitura e a clareza do discurso. Isso quer dizer que a falta de coerência não consiste apenas
na ignorância por parte dos interlocutores com relação a um determinado assunto, mas da emissão de ideias
contrárias e do mal uso dos tempos verbais.
Observe os exemplos:
“A apresentação está finalizada, mas a estou concluindo até o momento.” Aqui, temos um processo verbal
acabado e um inacabado.
“Sou vegana e só como ovos com gema mole.” Os veganos não consomem produtos de origem animal.
Princípios Básicos da Coerência
– Relevância: as ideias têm que estar relacionadas.
– Não Contradição: as ideias não podem se contradizer.
– Não Tautologia: as ideias não podem ser redundantes.
Fatores de Coerência
– As inferências: se partimos do pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento, as
inferências podem simplificar as informações.
Exemplo:
“Sempre que for ligar os equipamentos, não se esqueça de que voltagem da lavadora é 220w”.
Aqui, emissor e receptor compartilham do conhecimento de que existe um local adequado para ligar deter-
minado aparelho.
– O conhecimento de mundo: todos nós temos uma bagagem de saberes adquirida ao longo da vida e que
é arquivada na nossa memória. Esses conhecimentos podem ser os chamados scripts (roteiros, tal como nor-
mas de etiqueta), planos (planejar algo com um objetivo, tal como jogar um jogo), esquemas (planos de funcio-
namento, como a rotina diária: acordar, tomar café da manhã, sair para o trabalho/escola), frames (rótulos), etc.
Exemplo:
“Coelhinho e ovos de chocolate! Vai ser um lindo Natal!”
O conhecimento cultural nos leva a identificar incoerência na frase, afinal, “coelho” e “ovos de chocolate” são
elementos, os chamados frames, que pertencem à comemoração de Páscoa, e nada têm a ver com o Natal.
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Sentido próprio e figurado das palavras
Visão Geral: o significado das palavras é objeto de estudo da semântica, a área da gramática que se dedica
ao sentido das palavras e também às relações de sentido estabelecidas entre elas.
Denotação e conotação
Denotação corresponde ao sentido literal e objetivo das palavras, enquanto a conotação diz respeito ao
sentido figurado das palavras. Exemplos:
“O gato é um animal doméstico.”
“Meu vizinho é um gato.”
No primeiro exemplo, a palavra gato foi usada no seu verdadeiro sentido, indicando uma espécie real de
animal. Na segunda frase, a palavra gato faz referência ao aspecto físico do vizinho, uma forma de dizer que
ele é tão bonito quanto o bichano.
Hiperonímia e hiponímia
Dizem respeito à hierarquia de significado. Um hiperônimo, palavra superior com um sentido mais abran-
gente, engloba um hipônimo, palavra inferior com sentido mais restrito.
Exemplos:
– Hiperônimo: mamífero: – hipônimos: cavalo, baleia.
– Hiperônimo: jogo – hipônimos: xadrez, baralho.
Polissemia e monossemia
A polissemia diz respeito ao potencial de uma palavra apresentar uma multiplicidade de significados, de
acordo com o contexto em que ocorre. A monossemia indica que determinadas palavras apresentam apenas
um significado. Exemplos:
– “Língua”, é uma palavra polissêmica, pois pode por um idioma ou um órgão do corpo, dependendo do
contexto em que é inserida.
– A palavra “decalitro” significa medida de dez litros, e não tem outro significado, por isso é uma palavra
monossêmica.
Sinonímia e antonímia
A sinonímia diz respeito à capacidade das palavras serem semelhantes em significado. Já antonímia se
refere aos significados opostos. Desse modo, por meio dessas duas relações, as palavras expressam proximi-
dade e contrariedade.
Exemplos de palavras sinônimas: morrer = falecer; rápido = veloz.
Exemplos de palavras antônimas: morrer x nascer; pontual x atrasado.
Homonímia e paronímia
A homonímia diz respeito à propriedade das palavras apresentarem: semelhanças sonoras e gráficas, mas
distinção de sentido (palavras homônimas), semelhanças homófonas, mas distinção gráfica e de sentido (pala-
vras homófonas) semelhanças gráficas, mas distinção sonora e de sentido (palavras homógrafas). A paronímia
se refere a palavras que são escritas e pronunciadas de forma parecida, mas que apresentam significados
diferentes. Veja os exemplos:
– Palavras homônimas: caminho (itinerário) e caminho (verbo caminhar); morro (monte) e morro (verbo
morrer).
– Palavras homófonas: apressar (tornar mais rápido) e apreçar (definir o preço); arrochar (apertar com força)
e arroxar (tornar roxo).
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– Palavras homógrafas: apoio (suporte) e apoio (verbo apoiar); boto (golfinho) e boto (verbo botar); choro
(pranto) e choro (verbo chorar) .
– Palavras parônimas: apóstrofe (figura de linguagem) e apóstrofo (sinal gráfico), comprimento (tamanho) e
cumprimento (saudação).
Pontuação
— Visão Geral
O sistema de pontuação consiste em um grupo de sinais gráficos que, em um período sintático, têm a fun-
ção primordial de indicar um nível maior ou menor de coesão entre estruturas e, ocasionalmente, manifestar as
propriedades da fala (prosódias) em um discurso redigido. Na escrita, esses sinais substituem os gestos e as
expressões faciais que, na linguagem falada, auxiliam a compreensão da frase.
O emprego da pontuação tem as seguintes finalidades:
– Garantir a clareza, a coerência e a coesão interna dos diversos tipos textuais;
– Garantir os efeitos de sentido dos enunciados;
– Demarcar das unidades de um texto;
– Sinalizar os limites das estruturas sintáticas.
— Sinais de pontuação que auxiliam na elaboração de um enunciado
Vírgula
De modo geral, sua utilidade é marcar uma pausa do enunciado para indicar que os termos por ela isolados,
embora compartilhem da mesma frase ou período, não compõem unidade sintática. Mas, se, ao contrário, hou-
ver relação sintática entre os termos, estes não devem ser isolados pela vírgula. Isto quer dizer que, ao mesmo
tempo que existem situações em que a vírgula é obrigatória, em outras, ela é vetada. Confira os casos em que
a vírgula deve ser empregada:
• No interior da sentença
1 – Para separar elementos de uma enumeração e repetição:
ENUMERAÇÃO
Adicione leite, farinha, açúcar, ovos, óleo e chocolate.
Paguei as contas de água, luz, telefone e gás.
REPETIÇÃO
Os arranjos estão lindos, lindos!
Sua atitude foi, muito, muito, muito indelicada.
2 – Isolar o vocativo
“Crianças, venham almoçar!”
“Quando será a prova, professora?”
3 – Separar apostos
“O ladrão, menor de idade, foi apreendido pela polícia.”
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4 – Isolar expressões explicativas:
“As CPIs que terminaram em pizza, ou seja, ninguém foi responsabilizado.”
5 – Separar conjunções intercaladas
“Não foi explicado, porém, o porquê das falhas no sistema.”
6 – Isolar o adjunto adverbial anteposto ou intercalado:
“Amanhã pela manhã, faremos o comunicado aos funcionários do setor.”
“Ele foi visto, muitas vezes, vagando desorientado pelas ruas.”
7 – Separar o complemento pleonástico antecipado:
“Estas alegações, não as considero legítimas.”
8 – Separar termos coordenados assindéticos (não conectadas por conjunções)
“Os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se, morrem.”
9 – Isolar o nome de um local na indicação de datas:
“São Paulo, 16 de outubro de 2022”.
10 – Marcar a omissão de um termo:
“Eu faço o recheio, e você, a cobertura.” (omissão do verbo “fazer”).
• Entre as sentenças
1 – Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas
“Meu aluno, que mora no exterior, fará aulas remotas.”
2 – Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das orações iniciadas
pela conjunção “e”:
“Liguei para ela, expliquei o acontecido e pedi para que nos ajudasse.”
3 – Para separar as orações substantivas que antecedem a principal:
“Quando será publicado, ainda não foi divulgado.”
4 – Para separar orações subordinadas adverbiais desenvolvidas ou reduzidas, especialmente as que an-
tecedem a oração principal:
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3 – Emprega-se a vírgula sempre que orações coordenadas apresentam sujeitos distintos, por exemplo:
“A mulher ficou irritada, e o marido, constrangido.”
O uso da vírgula é vetado nos seguintes casos: separar sujeito e predicado, verbo e objeto, nome de
adjunto adnominal, nome e complemento nominal, objeto e predicativo do objeto, oração substantiva e oração
subordinada (desde que a substantivo não seja apositiva nem se apresente inversamente).
Ponto
1 – Para indicar final de frase declarativa:
“O almoço está pronto e será servido.”
2 – Abrevia palavras:
– “p.” (página)
– “V. Sra.” (Vossa Senhoria)
– “Dr.” (Doutor)
3 – Para separar períodos:
“O jogo não acabou. Vamos para os pênaltis.”
Ponto e Vírgula
1 – Para separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha uti-
lizado a vírgula:
“Gosto de assistir a novelas; meu primo, de jogos de RPG; nossa amiga, de praticar esportes.”
2 – Para separar os itens de uma sequência de itens:
“Os planetas que compõem o Sistema Solar são:
Mercúrio;
Vênus;
Terra;
Marte;
Júpiter;
Saturno;
Urano;
Netuno.”
Dois Pontos
1 – Para introduzirem apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam
e/ou resumem ideias anteriores.
“Anote o endereço: Av. Brasil, 1100.”
“Não me conformo com uma coisa: você ter perdoado aquela grande ofensa.”
2 – Para introduzirem citação direta:
“Desse estudo, Lavoisier extraiu o seu princípio, atualmente muito conhecido: “Nada se cria, nada se per-
de, tudo se transforma’.”
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3 – Para iniciar fala de personagens:
“Ele gritava repetidamente:
– Sou inocente!”
Reticências
1 – Para indicar interrupção de uma frase incompleta sintaticamente:
“Quem sabe um dia...”
2 – Para indicar hesitação ou dúvida:
“Então... tenho algumas suspeitas... mas prefiro não revelar ainda.”
3 – Para concluir uma frase gramaticalmente inacabada com o objetivo de prolongar o raciocínio:
“Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília -
José de Alencar).
4 – Suprimem palavras em uma transcrição:
“Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner).
Ponto de Interrogação
1 – Para perguntas diretas:
“Quando você pode comparecer?”
2 – Algumas vezes, acompanha o ponto de exclamação para destacar o enunciado:
“Não brinca, é sério?!”
Ponto de Exclamação
1 – Após interjeição:
“Nossa Que legal!”
2 – Após palavras ou sentenças com carga emotiva
“Infelizmente!”
3 – Após vocativo
“Ana, boa tarde!”
4 – Para fechar de frases imperativas:
“Entre já!”
Parênteses
a) Para isolar datas, palavras, referências em citações, frases intercaladas de valor explicativo, podendo
substituir o travessão ou a vírgula:
“Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre)
quem seria promovido.”
Travessão
1 – Para introduzir a fala de um personagem no discurso direto:
“O rapaz perguntou ao padre:
— Amar demais é pecado?”
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2 – Para indicar mudança do interlocutor nos diálogos:
“— Vou partir em breve.
— Vá com Deus!”
3 – Para unir grupos de palavras que indicam itinerários:
“Esse ônibus tem destino à cidade de São Paulo — SP.”
4 – Para substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:
“Michael Jackson — o retorno rei do pop — era imbatível.”
Aspas
1 – Para isolar palavras ou expressões que violam norma culta, como termos populares, gírias, neologis-
mos, estrangeirismos, arcaísmos, palavrões, e neologismos.
“Na juventude, ‘azarava’ todas as meninas bonitas.”
“A reunião será feita ‘online’.”
2 – Para indicar uma citação direta:
“A índole natural da ciência é a longanimidade.” (Machado de Assis)
Figuras de Linguagem
As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais
expressiva. É um recurso linguístico para expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo ori-
ginalidade, emotividade ao discurso, ou tornando-o poético.
As figuras de linguagem classificam-se em
– figuras de palavra;
– figuras de pensamento;
– figuras de construção ou sintaxe.
Figuras de palavra
Emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir
um efeito mais expressivo na comunicação.
Metáfora: comparação abreviada, que dispensa o uso dos conectivos comparativos; é uma comparação
subjetiva. Normalmente vem com o verbo de ligação claro ou subentendido na frase.
Exemplos
...a vida é cigana
É caravana
É pedra de gelo ao sol.
(Geraldo Azevedo/ Alceu Valença)
Encarnado e azul são as cores do meu desejo.
(Carlos Drummond de Andrade)
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Comparação: aproxima dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos:
como, tal qual, tal como, que, que nem. Também alguns verbos estabelecem a comparação: parecer, asseme-
lhar-se e outros.
Exemplo
Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol, quando você entrou em mim como um sol no quintal.
(Belchior)
Catacrese: emprego de um termo em lugar de outro para o qual não existe uma designação apropriada.
Exemplos
– folha de papel
– braço de poltrona
– céu da boca
– pé da montanha
Sinestesia: fusão harmônica de, no mínimo, dois dos cinco sentidos físicos.
Exemplo
Vem da sala de linotipos a doce (gustativa) música (auditiva) mecânica.
(Carlos Drummond de Andrade)
A fusão de sensações físicas e psicológicas também é sinestesia: “ódio amargo”, “alegria ruidosa”, “paixão
luminosa”, “indiferença gelada”.
Antonomásia: substitui um nome próprio por uma qualidade, atributo ou circunstância que individualiza o
ser e notabiliza-o.
Exemplos
O filósofo de Genebra (= Calvino).
O águia de Haia (= Rui Barbosa).
Metonímia: troca de uma palavra por outra, de tal forma que a palavra empregada lembra, sugere e retoma
a que foi omitida.
Exemplos
Leio Graciliano Ramos. (livros, obras)
Comprei um panamá. (chapéu de Panamá)
Tomei um Danone. (iogurte)
Alguns autores, em vez de metonímia, classificam como sinédoque quando se têm a parte pelo todo e o
singular pelo plural.
Exemplo
A cidade inteira viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos de seu
cavalo. (singular pelo plural)
(José Cândido de Carvalho)
Figuras Sonoras
Aliteração: repetição do mesmo fonema consonantal, geralmente em posição inicial da palavra.
Exemplo
Vozes veladas veludosas vozes volúpias dos violões, vozes veladas.
(Cruz e Sousa)
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Assonância: repetição do mesmo fonema vocal ao longo de um verso ou poesia.
Exemplo
Sou Ana, da cama,
da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.
(Chico Buarque)
Paronomásia: Emprego de vocábulos semelhantes na forma ou na prosódia, mas diferentes no sentido.
Exemplo
Berro pelo aterro pelo desterro berro por seu berro pelo seu
[erro
quero que você ganhe que
[você me apanhe
sou o seu bezerro gritando
[mamãe.
(Caetano Veloso)
Onomatopeia: imitação aproximada de um ruído ou som produzido por seres animados e inanimados.
Exemplo
Vai o ouvido apurado
na trama do rumor suas nervuras
inseto múltiplo reunido
para compor o zanzineio surdo
circular opressivo
zunzin de mil zonzons zoando em meio à pasta de calor
da noite em branco
(Carlos Drummond de Andrade)
Observação: verbos que exprimem os sons são considerados onomatopaicos, como cacarejar, tiquetaque-
ar, miar etc.
Figuras de sintaxe ou de construção
Dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis re-
petições ou omissões.
Podem ser formadas por:
omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
ruptura: anacoluto;
concordância ideológica: silepse.
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Anáfora: repetição da mesma palavra no início de um período, frase ou verso.
Exemplo
Dentro do tempo o universo
[na imensidão.
Dentro do sol o calor peculiar
[do verão.
Dentro da vida uma vida me
[conta uma estória que fala
[de mim.
Dentro de nós os mistérios
[do espaço sem fim!
(Toquinho/Mutinho)
Assíndeto: ocorre quando orações ou palavras que deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas
aparecem separadas por vírgulas.
Exemplo
Não nos movemos, as mãos é
que se estenderam pouco a
pouco, todas quatro, pegando-se,
apertando-se, fundindo-se.
(Machado de Assis)
Polissíndeto: repetição intencional de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gra-
matical.
Exemplo
Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.
(Rubem Braga)
Pleonasmo: repetição de uma ideia já sugerida ou de um termo já expresso.
Pleonasmo literário: recurso estilístico que enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplos
Não os venci. Venceram-me
eles a mim.
(Rui Barbosa)
Morrerás morte vil na mão de um forte.
(Gonçalves Dias)
Pleonasmo vicioso: Frequente na linguagem informal, cotidiana, considerado vício de linguagem. Deve ser
evitado.
Exemplos
Ouvir com os ouvidos.
Rolar escadas abaixo.
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Colaborar juntos.
Hemorragia de sangue.
Repetir de novo.
Elipse: Supressão de uma ou mais palavras facilmente subentendidas na frase. Geralmente essas palavras
são pronomes, conjunções, preposições e verbos.
Exemplos
Compareci ao Congresso. (eu)
Espero venhas logo. (eu, que, tu)
Ele dormiu duas horas. (durante)
No mar, tanta tormenta e tanto dano. (verbo Haver)
(Camões)
Zeugma: Consiste na omissão de palavras já expressas anteriormente.
Exemplos
Foi saqueada a vila, e assassina dos os partidários dos Filipes.
(Camilo Castelo Branco)
Rubião fez um gesto, Palha outro: mas quão diferentes.
(Machado de Assis)
Hipérbato ou inversão: alteração da ordem direta dos elementos na frase.
Exemplos
Passeiam, à tarde, as belas na avenida.
(Carlos Drummond de Andrade)
Paciência tenho eu tido...
(Antônio Nobre)
Anacoluto: interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando a sequência do processo lógi-
co. A construção do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática definida.
Exemplos
E o desgraçado, tremiam-lhe as pernas.
(Manuel Bandeira)
Aquela mina de ouro, ela não ia deixar que outras espertas botassem as mãos.
(José Lins do Rego)
Hipálage: inversão da posição do adjetivo (uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na
mesma frase).
Exemplo
...em cada olho um grito castanho de ódio.
(Dalton Trevisan)
...em cada olho castanho um grito de ódio)
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Silepse
Silepse de gênero: Não há concordância de gênero do adjetivo ou pronome com a pessoa a que se refere.
Exemplos
Pois aquela criancinha, longe de ser um estranho...
(Rachel de Queiroz)
V. Ex.a parece magoado...
(Carlos Drummond de Andrade)
Acentuação gráfica
A acentuação gráfica consiste no emprego do acento nas palavras grafadas com a finalidade de estabe-
lecer, com base nas regras da língua, a intensidade e/ou a sonoridade das palavras. Isso quer dizer que os
acentos gráficos servem para indicar a sílaba tônica de uma palavra ou a pronúncia de uma vogal. De acordo
com as regras gramaticais vigentes, são quatro os acentos existentes na língua portuguesa:
– Acento agudo: indica que a sílaba tônica da palavra tem som aberto.
Exemplo: área, relógio, pássaro.
– Acento circunflexo: empregado acima das vogais “a” e” e “o”para indicar sílaba tônica em vogal fechada.
Exemplo: acadêmico, âncora, avô.
– Acento grave/crase: indica a junção da preposição “a” com o artigo “a”.
Exemplo: “Chegamos à casa”. Esse acento não indica sílaba tônica!
– Til: Sobre as vogais “a” e “o”, indica que a vogal de determinada palavra tem som nasal, e nem sempre
recai sobre a sílaba tônica.
Exemplo: a palavra órfã tem um acento agudo, que indica que a sílaba forte é “o” (ou seja, é acento tônico),
e um til (˜), que indica que a pronúncia da vogal “a” é nasal, não oral. Outro exemplo semelhante é a palavra
bênção.
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– Monossílabas Tônicas e Átonas: mesmo as palavras com apenas uma sílaba podem sofrer alteração
de intensidade de voz na sua pronúncia.
Exemplo: observe o substantivo masculino “dó” e a preposição “do” (contração da preposição “de” + artigo
“o”).
Ao comparar esses termos, percebermos que o primeiro soa mais forte que o segundo, ou seja, temos uma
monossílaba tônica e uma átona, respectivamente. Diante de palavras monossílabas, a dica para identificar se
é tônica (forte) ou fraca átona (fraca) é pronunciá-las em uma frase, como abaixo:
“Sinto grande dó ao vê-la sofrer.”
“Finalmente encontrei a chave do carro.”
Recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas terminadas em:
a(s) → pá(s), má(s);
e(s) → pé(s), vê(s);
o(s) → só(s), pôs.
– As monossílabas tônicas formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói.
Exemplo: réis, véu, dói.
Não recebem acento gráfico:
– As monossílabas tônicas: par, nus, vez, tu, noz, quis.
– As formas verbais monossilábicas terminadas em “-ê”, nas quais a 3a pessoa do plural termina em “-eem”.
Importante: Antes do novo acordo ortográfico, esses verbos era acentuados. Ex.: Ele lê → Eles lêem leem.
Exceção: o mesmo não ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, já que a terceira pessoa
termina em “-êm”. Nesses caso, a acentuação permanece acentuada. Ex.: Ele tem → Eles têm; Ele vem → Eles
vêm.
Acentuação das palavras Oxítonas
As palavras cuja última sílaba é tônica devem ser acentuadas as oxítonas com sílaba tônica terminada em
vogal tônica -a, -e e -o, sucedidas ou não por -s. Ex.: aliás, após, crachá, mocotó, pajé, vocês. Logo, não se
acentuam as oxítonas terminadas em “-i” e “-u”.
Exemplo: caqui, urubu.
Acentuação das palavras Paroxítonas
São classificadas dessa forma as palavras cuja penúltima sílaba é tônica. De acordo com a regra geral, não
se acentuam as palavras paroxítonas, a não ser nos casos específicos relacionados abaixo.
Observe as exceções:
– Terminadas em -ei e -eis. Ex.: amásseis, cantásseis, fizésseis, hóquei, jóquei, pônei, saudáveis.
– Terminadas em -r, -l, -n, -x e -ps. Ex.: bíceps, caráter, córtex, esfíncter, fórceps, fóssil, líquen, lúmen, réptil,
tórax.
– Terminadas em -i e -is. Ex.: beribéri, bílis, biquíni, cáqui, cútis, grátis, júri, lápis, oásis, táxi.
– Terminadas em -us. Ex.: bônus, húmus, ônus, Vênus, vírus, tônus.
– Terminadas em -om e -ons. Ex.: elétrons, nêutrons, prótons.
– Terminadas em -um e -uns. Ex.: álbum, álbuns, fórum, fóruns, quórum, quóruns.
– Terminadas em -ã e -ão. Ex.: bênção, bênçãos, ímã, ímãs, órfã, órfãs, órgão, órgãos, sótão, sótãos.
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Acentuação das palavras Proparoxítonas
Classificam-se assim as palavras cuja antepenúltima sílaba é tônica, e todas recebem acento, sem exce-
ções.
Exemplo: ácaro, árvore, bárbaro, cálida, exército, fétido, lâmpada, líquido, médico, pássaro, tática, trânsito.
Ditongos e Hiatos
Acentuam-se:
– Oxítonas com sílaba tônica terminada em abertos “_éu”, “_éi” ou “_ói”, sucedidos ou não por “_s”.
Exemplo: anéis, fiéis, herói, mausoléu, sóis, véus.
– As letras “_i” e “_u” quando forem a segunda vogal tônica de um hiato e estejam isoladas ou sucedidas
por “_s” na sílaba.
Exemplo: caí (ca-í), país (pa-ís), baú (ba-ú).
Não se acentuam:
– A letra “_i”, sempre que for sucedida por de “_nh”.
Exemplo: moinho, rainha, bainha.
– As letras “_i” e o “_u” sempre que aparecerem repetidas.
Exemplo: juuna, xiita. xiita.
– Hiatos compostos por “_ee” e “_oo”.
Exemplo: creem, deem, leem, enjoo, magoo.
O Novo Acordo Ortográfico
Confira as regras que levaram algumas palavras a perderem acentuação em razão do Acordo Ortográfico
de 1990, que entrou em vigor em 2009:
1 – Vogal tônica fechada -o de -oo em paroxítonas.
Exemplos: enjôo – enjoo; magôo – magoo; perdôo – perdoo; vôo – voo; zôo – zoo.
2 – Ditongos abertos -oi e -ei em palavras paroxítonas.
Exemplos: alcalóide – alcaloide; andróide – androide; alcalóide – alcaloide; assembléia – assembleia; as-
teróide – asteroide; européia – europeia.
3 – Vogais -i e -u precedidas de ditongo em paroxítonas.
Exemplos: feiúra – feiura; maoísta – maoista; taoísmo – taoismo.
4 – Palavras paroxítonas cuja terminação é -em, e que possuem -e tônico em hiato.
Isso ocorre com a 3a pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Exemplos: deem; lêem –
leem; relêem – releem; revêem.
5 – Palavras com trema: somente para palavras da língua portuguesa. Exemplos: bilíngüe – bilíngue; en-
xágüe – enxágue; linguïça – linguiça.
6 – Paroxítonas homógrafas: são palavras que têm a mesma grafia, mas apresentam significados diferen-
tes. Exemplo: o verbo PARAR: pára – para. Antes do Acordo Ortográfico, a flexão do verbo “parar” era acentua-
da para que fosse diferenciada da preposição “para”.
Atualmente, nenhuma delas recebe acentuação. Assim:
Antes: Ela sempre pára para ver a banda passar. [verbo / preposição]
Hoje: Ela sempre para para ver a banda passar. [verbo / preposição]
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Tipologia textual e gêneros textuais
Definições e diferenciação: tipos textuais e gêneros textuais são dois conceitos distintos, cada qual com
sua própria linguagem e estrutura. Os tipos textuais gêneros se classificam em razão da estrutura linguística,
enquanto os gêneros textuais têm sua classificação baseada na forma de comunicação. Assim, os gêneros são
variedades existente no interior dos modelos pré-estabelecidos dos tipos textuais. A definição de um gênero
textual é feita a partir dos conteúdos temáticos que apresentam sua estrutura específica. Logo, para cada tipo
de texto, existem gêneros característicos.
Como se classificam os tipos e os gêneros textuais
As classificações conforme o gênero podem sofrer mudanças e são amplamente flexíveis. Os principais gê-
neros são: romance, conto, fábula, lenda, notícia, carta, bula de medicamento, cardápio de restaurante, lista de
compras, receita de bolo, etc. Quanto aos tipos, as classificações são fixas, e definem e distinguem o texto com
base na estrutura e nos aspectos linguísticos. Os tipos textuais são: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo
e injuntivo. Resumindo, os gêneros textuais são a parte concreta, enquanto as tipologias integram o campo das
formas, da teoria. Acompanhe abaixo os principais gêneros textuais inseridos e como eles se inserem em cada
tipo textual:
Texto narrativo: esse tipo textual se estrutura em: apresentação, desenvolvimento, clímax e desfecho. Es-
ses textos se caracterizam pela apresentação das ações de personagens em um tempo e espaço determinado.
Os principais gêneros textuais que pertencem ao tipo textual narrativo são: romances, novelas, contos, crônicas
e fábulas.
Texto descritivo: esse tipo compreende textos que descrevem lugares ou seres ou relatam acontecimen-
tos. Em geral, esse tipo de texto contém adjetivos que exprimem as emoções do narrador, e, em termos de
gêneros, abrange diários, classificados, cardápios de restaurantes, folhetos turísticos, relatos de viagens, etc.
Texto expositivo: corresponde ao texto cuja função é transmitir ideias utilizando recursos de definição,
comparação, descrição, conceituação e informação. Verbetes de dicionário, enciclopédias, jornais, resumos
escolares, entre outros, fazem parte dos textos expositivos.
Texto argumentativo: os textos argumentativos têm o objetivo de apresentar um assunto recorrendo a
argumentações, isto é, caracteriza-se por defender um ponto de vista. Sua estrutura é composta por introdu-
ção, desenvolvimento e conclusão. Os textos argumentativos compreendem os gêneros textuais manifesto e
abaixo-assinado.
Texto injuntivo: esse tipo de texto tem como finalidade de orientar o leitor, ou seja, expor instruções, de for-
ma que o emissor procure persuadir seu interlocutor. Em razão disso, o emprego de verbos no modo imperativo
é sua característica principal. Pertencem a este tipo os gêneros bula de remédio, receitas culinárias, manuais
de instruções, entre outros.
Texto prescritivo: essa tipologia textual tem a função de instruir o leitor em relação ao procedimento. Esses
textos, de certa forma, impedem a liberdade de atuação do leitor, pois decretam que ele siga o que diz o texto.
Os gêneros que pertencem a esse tipo de texto são: leis, cláusulas contratuais, edital de concursos públicos.
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Gêneros textuais predominantemente do tipo textual narrativo
Romance
É um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidosl. Pode ter partes em que o tipo nar-
rativo dá lugar ao descritivo em função da caracterização de personagens e lugares. As ações são mais exten-
sas e complexas. Pode contar as façanhas de um herói em uma história de amor vivida por ele e uma mulher,
muitas vezes, “proibida” para ele. Entretanto, existem romances com diferentes temáticas: romances históricos
(tratam de fatos ligados a períodos históricos), romances psicológicos (envolvem as reflexões e conflitos inter-
nos de um personagem), romances sociais (retratam comportamentos de uma parcela da sociedade com vistas
a realização de uma crítica social). Para exemplo, destacamos os seguintes romancistas brasileiros: Machado
de Assis, Guimarães Rosa, Eça de Queiroz, entre outros.
Conto
É um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e
até folclores. Inicialmente, fazia parte da literatura oral. Boccacio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita
com a publicação de Decamerão.
Ele é um gênero da esfera literária e se caracteriza por ser uma narrativa densa e concisa, a qual se desen-
volve em torno de uma única ação. Geralmente, o leitor é colocado no interior de uma ação já em desenvolvi-
mento. Não há muita especificação sobre o antes e nem sobre o depois desse recorte que é narrado no conto.
Há a construção de uma tensão ao longo de todo o conto.
Diversos contos são desenvolvidos na tipologia textual narrativa: conto de fadas, que envolve personagens
do mundo da fantasia; contos de aventura, que envolvem personagens em um contexto mais próximo da reali-
dade; contos folclóricos (conto popular); contos de terror ou assombração, que se desenrolam em um contexto
sombrio e objetivam causar medo no expectador; contos de mistério, que envolvem o suspense e a solução de
um mistério.
Fábula
É um texto de caráter fantástico que busca ser inverossímil. As personagens principais não são humanos e
a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
Novela
É um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevidade do conto.
Esse gênero é constituído por uma grande quantidade de personagens organizadas em diferentes núcleos, os
quais nem sempre convivem ao longo do enredo. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O
Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
Crônica
É uma narrativa informal, breve, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial. Pode ter um tom humo-
rístico ou um toque de crítica indireta, especialmente, quando aparece em seção ou artigo de jornal, revistas e
programas da TV. Há na literatura brasileira vários cronistas renomados, dentre eles citamos para seu conheci-
mento: Luís Fernando Veríssimo, Rubem Braga, Fernando Sabido entre outros.
Diário
É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico, geralmente, é
para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de
texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um exemplo:
“Domingo, 14 de junho de 1942
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, quando o vi na mesa, no meio dos meus outros
presentes de aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com isso eu não contava.)
52
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que não é de espantar; afinal, era meu aniversário.
Mas não me deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha curiosidade até quinze para as sete.
Quando não dava mais para esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as boas-vindas,
esfregando-se em minhas pernas.”
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual descritivo
Currículo
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. Nele são descritas as qualificações e as ativida-
des profissionais de uma determinada pessoa.
Laudo
É um gênero predominantemente do tipo textual descritivo. Sua função é descrever o resultado de análises,
exames e perícias, tanto em questões médicas como em questões técnicas.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos descritivos são: folhetos turísticos; cardápios
de restaurantes; classificados; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual expositivo
Resumos e Resenhas
O autor faz uma descrição breve sobre a obra (pode ser cinematográfica, musical, teatral ou literária) a fim
de divulgar este trabalho de forma resumida.
Na verdade resumo e/ou resenha é uma análise sobre a obra, com uma linguagem mais ou menos formal,
geralmente os resenhistas são pessoas da área devido o vocabulário específico, são estudiosos do assunto, e
podem influenciar a venda do produto devido a suas críticas ou elogios.
Verbete de dicionário
Gênero predominantemente expositivo. O objetivo é expor conceitos e significados de palavras de uma
língua.
Relatório Científico
Gênero predominantemente expositivo. Descreve etapas de pesquisa, bem como caracteriza procedimen-
tos realizados.
Conferência
Predominantemente expositivo. Pode ser argumentativo também. Expõe conhecimentos e pontos de vistas
sobre determinado assunto. Gênero executado, muitas vezes, na modalidade oral.
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos expositivos são: enciclopédias; resumos es-
colares; etc.
Gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos
Artigo de Opinião
É comum1 encontrar circulando no rádio, na TV, nas revistas, nos jornais, temas polêmicos que exigem uma
posição por parte dos ouvintes, espectadores e leitores, por isso, o autor geralmente apresenta seu ponto de
vista sobre o tema em questão através do artigo de opinião.
Nos tipos textuais argumentativos, o autor geralmente tem a intenção de convencer seus interlocutores e,
para isso, precisa apresentar bons argumentos, que consistem em verdades e opiniões.
1 http://www.odiarioonline.com.br/noticia/43077/VENDEDOR-BRASILEIRO-ESTA-MENOS-SIMPATICO
53
O artigo de opinião é fundamentado em impressões pessoais do autor do texto e, por isso, são fáceis de
contestar.
Discurso Político
O discurso político2 é um texto argumentativo, fortemente persuasivo, em nome do bem comum, alicerçado
por pontos de vista do emissor ou de enunciadores que representa, e por informações compartilhadas que
traduzem valores sociais, políticos, religiosos e outros. Frequentemente, apresenta-se como uma fala coletiva
que procura sobrepor-se em nome de interesses da comunidade e constituir norma de futuro. Está inserido
numa dinâmica social que constantemente o altera e ajusta a novas circunstâncias. Em períodos eleitorais, a
sua maleabilidade permite sempre uma resposta que oscila entre a satisfação individual e os grandes objetivos
sociais da resolução das necessidades elementares dos outros.
Hannah Arendt (em The Human Condition) afirma que o discurso político tem por finalidade a persuasão
do outro, quer para que a sua opinião se imponha, quer para que os outros o admirem. Para isso, necessita da
argumentação, que envolve o raciocínio, e da eloquência da oratória, que procura seduzir recorrendo a afetos
e sentimentos.
O discurso político é, provavelmente, tão antigo quanto a vida do ser humano em sociedade. Na Grécia an-
tiga, o político era o cidadão da “pólis” (cidade, vida em sociedade), que, responsável pelos negócios públicos,
decidia tudo em diálogo na “agora” (praça onde se realizavam as assembleias dos cidadãos), mediante pala-
vras persuasivas. Daí o aparecimento do discurso político, baseado na retórica e na oratória, orientado para
convencer o povo.
O discurso político implica um espaço de visibilidade para o cidadão, que procura impor as suas ideias,
os seus valores e projetos, recorrendo à força persuasiva da palavra, instaurando um processo de sedução,
através de recursos estéticos como certas construções, metáforas, imagens e jogos linguísticos. Valendo-se
da persuasão e da eloquência, fundamenta-se em decisões sobre o futuro, prometendo o que pode ser feito.
Requerimento
Predominantemente dissertativo-argumentativo. O requerimento tem a função de solicitar determinada coi-
sa ou procedimento. Ele é dissertativo-argumentativo pela presença de argumentação com vistas ao conven-
cimento
Outros exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos argumentativos são: abaixo-assinados; ma-
nifestos; sermões; etc.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual injuntivo
Bulas de remédio
A bula de remédio traz também o tipo textual descritivo. Nela aparecem as descrições sobre a composição
do remédio bem como instruções quanto ao seu uso.
Manual de instruções
O manual de instruções tem como objetivo instruir sobre os procedimentos de uso ou montagem de um
determinado equipamento.
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos injuntivos são: receitas culinárias, instruções em
geral.
Gêneros textuais predominantemente do tipo textual prescritivo
Exemplos de gêneros textuais pertencentes aos textos prescritivos são: leis; cláusulas contratuais; edital de
concursos públicos; receitas médicas, etc.
2 https://www.infopedia.pt/$discurso-politico
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Outros Exemplos
Carta
Esta, dependendo do destinatário pode ser informal, quando é destinada a algum amigo ou pessoa com
quem se tem intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto ou que não se tenha intimidade.
Dependendo do objetivo da carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser dissertativa,
narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para
finalizar a despedida.
Propaganda
Este gênero aparece também na forma oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais ca-
racterísticas são a linguagem argumentativa e expositiva, pois a intenção da propaganda é fazer com que o
destinatário se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter algum tipo de descrição e sempre é
claro e objetivo.
Notícia
Este é um dos tipos de texto que é mais fácil de identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o obje-
tivo desse texto é informar algo que aconteceu.
A notícia é um dos principais tipos de textos jornalísticos existentes e tem como intenção nos informar acer-
ca de determinada ocorrência. Bastante recorrente nos meios de comunicação em geral, seja na televisão, em
sites pela internet ou impresso em jornais ou revistas.
Caracteriza-se por apresentar uma linguagem simples, clara, objetiva e precisa, pautando-se no relato de
fatos que interessam ao público em geral. A linguagem é clara, precisa e objetiva, uma vez que se trata de uma
informação.
Editorial
O editorial é um tipo de texto jornalístico que geralmente aparece no início das colunas. Diferente dos outros
textos que compõem um jornal, de caráter informativo, os editoriais são textos opinativos.
Embora sejam textos de caráter subjetivo, podem apresentar certa objetividade. Isso porque são os edito-
riais que apresentam os assuntos que serão abordados em cada seção do jornal, ou seja, Política, Economia,
Cultura, Esporte, Turismo, País, Cidade, Classificados, entre outros.
Os textos são organizados pelos editorialistas, que expressam as opiniões da equipe e, por isso, não rece-
bem a assinatura do autor. No geral, eles apresentam a opinião do meio de comunicação (revista, jornal, rádio,
etc.).
Tanto nos jornais como nas revistas podemos encontrar os editoriais intitulados como “Carta ao Leitor” ou
“Carta do Editor”.
Em relação ao discurso apresentado, esse costuma se apoiar em fatos polêmicos ligados ao cotidiano so-
cial. E quando falamos em discurso, logo nos atemos à questão da linguagem que, mesmo em se tratando de
impressões pessoais, o predomínio do padrão formal, fazendo com que prevaleça o emprego da 3ª pessoa do
singular, ocupa lugar de destaque.
55
Reportagem
Reportagem é um texto jornalístico amplamente divulgado nos meios de comunicação de massa. A reporta-
gem informa, de modo mais aprofundado, fatos de interesse público. Ela situa-se no questionamento de causa
e efeito, na interpretação e no impacto, somando as diferentes versões de um mesmo acontecimento.
A reportagem não possui uma estrutura rígida, mas geralmente costuma estabelecer conexões com o fato
central, anunciado no que chamamos de lead. A partir daí, desenvolve-se a narrativa do fato principal, ampliada
e composta por meio de citações, trechos de entrevistas, depoimentos, dados estatísticos, pequenos resumos,
dentre outros recursos. É sempre iniciada por um título, como todo texto jornalístico.
O objetivo de uma reportagem é apresentar ao leitor várias versões para um mesmo fato, informando-o,
orientando-o e contribuindo para formar sua opinião.
A linguagem utilizada nesse tipo de texto é objetiva, dinâmica e clara, ajustada ao padrão linguístico di-
vulgado nos meios de comunicação de massa, que se caracteriza como uma linguagem acessível a todos os
públicos, mas pode variar de formal para mais informal dependendo do público a que se destina. Embora seja
impessoal, às vezes é possível perceber a opinião do repórter sobre os fatos ou sua interpretação.3
Gêneros Textuais e Gêneros Literários
Conforme o próprio nome indica, os gêneros textuais se referem a qualquer tipo de texto, enquanto os gê-
neros literários se referem apenas aos textos literários.
Os gêneros literários são divisões feitas segundo características formais comuns em obras literárias, agru-
pando-as conforme critérios estruturais, contextuais e semânticos, entre outros.
- Gênero lírico;
- Gênero épico ou narrativo;
- Gênero dramático.
Gênero Lírico
É certo tipo de texto no qual um eu lírico (a voz que fala no poema e que nem sempre corresponde à do
autor) exprime suas emoções, ideias e impressões em face do mundo exterior. Normalmente os pronomes e os
verbos estão em 1ª pessoa e há o predomínio da função emotiva da linguagem.
Elegia
Um texto de exaltação à morte de alguém, sendo que a morte é elevada como o ponto máximo do texto.
O emissor expressa tristeza, saudade, ciúme, decepção, desejo de morte. É um poema melancólico. Um bom
exemplo é a peça Roan e Yufa, de William Shakespeare.
Epitalâmia
Um texto relativo às noites nupciais líricas, ou seja, noites românticas com poemas e cantigas. Um bom
exemplo de epitalâmia é a peça Romeu e Julieta nas noites nupciais.
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Sátira
É o poema lírico em que o emissor faz uma crítica a alguém ou a algo, em tom sério ou irônico. Tem um forte
sarcasmo, pode abordar críticas sociais, a costumes de determinada época, assuntos políticos, ou pessoas de
relevância social.
Acalanto
Canção de ninar.
Acróstico
Composição lírica na qual as letras iniciais de cada verso formam uma palavra ou frase. Ex.:
Amigos são
Muitas vezes os
Ajudam e
Eterna
https://www.todamateria.com.br/acrostico/
Balada
Uma das mais primitivas manifestações poéticas, são cantigas de amigo (elegias) com ritmo característico
e refrão vocal que se destinam à dança.
Vilancete
São as cantigas de autoria dos poetas vilões (cantigas de escárnio e de maldizer); satíricas, portanto.
57
Épico (ou Epopeia)
Os textos épicos são geralmente longos e narram histórias de um povo ou de uma nação, envolvem aventu-
ras, guerras, viagens, gestos heroicos, etc. Normalmente apresentam um tom de exaltação, isto é, de valoriza-
ção de seus heróis e seus feitos. Dois exemplos são Os Lusíadas, de Luís de Camões, e Odisseia, de Homero.
Ensaio
É um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e
filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado.
Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófi-
co, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos
ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico. Exemplo: Ensaio sobre a tolerância, de John Locke.
Gênero Dramático
Trata-se do texto escrito para ser encenado no teatro. Nesse tipo de texto, não há um narrador contando a
história. Ela “acontece” no palco, ou seja, é representada por atores, que assumem os papéis das personagens
nas cenas.
Tragédia
É a representação de um fato trágico, suscetível de provocar compaixão e terror. Aristóteles afirmava que
a tragédia era “uma representação duma ação grave, de alguma extensão e completa, em linguagem figurada,
com atores agindo, não narrando, inspirando dó e terror”. Ex.: Romeu e Julieta, de Shakespeare.
Farsa
A farsa consiste no exagero do cômico, graças ao emprego de processos como o absurdo, as incongruên-
cias, os equívocos, a caricatura, o humor primário, as situações ridículas e, em especial, o engano.
Comédia
É a representação de um fato inspirado na vida e no sentimento comum, de riso fácil. Sua origem grega está
ligada às festas populares.
Tragicomédia
Modalidade em que se misturam elementos trágicos e cômicos. Originalmente, significava a mistura do real
com o imaginário.
Poesia de cordel
Texto tipicamente brasileiro em que se retrata, com forte apelo linguístico e cultural nordestinos, fatos diver-
sos da sociedade e da realidade vivida por este povo.
Discurso Religioso4
A Análise Crítica do Discurso (ADC) tem como fulcro a abordagem das relações (internas e recíprocas) entre
linguagem e sociedade. Os textos produzidos socialmente em eventos autênticos são resultantes da estrutura-
ção social da linguagem que os consome e os faz circular. Por outro lado, esses mesmos textos são também
potencialmente transformadores dessa estruturação social da linguagem, assim como os eventos sociais são
tanto resultado quanto substrato dessas estruturas sociais.
4 https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/download/4694/3461#:~:text=O%20discurso%20religioso%20%C3%A9%20aquele,discurso%20(Orlan-
di%2C%201996).&text=locutor%20est%C3%A1%20no%20plano%20espiritual,plano%20temporal%20(os%20adoradores).
58
O discurso religioso é “aquele em que há uma relação espontânea com o sagrado” sendo, portanto, “mais
informal”; enquanto o teológico é o tipo de “discurso em que a mediação entre a alma religiosa e o sagrado se
faz por uma sistematização dogmática das verdades religiosas, e onde o teólogo (...) aparece como aquele que
faz a relação entre os dois mundos: o mundo hebraico e o mundo cristão”, sendo, assim, “mais formal”. Porém,
podemos falar em DR de maneira globalizante.
Assim, temos:
- Desnivelamento, assimetria na relação entre o locutor e o ouvinte – o locutor está no plano espiritual
(Deus), e o ouvinte está no plano temporal (os adoradores). As duas ordens de mundo são totalmente diferen-
tes para os sujeitos, e essa ordem é afetada por um valor hierárquico, por uma desigualdade, por um desnive-
lamento. Deus, o locutor, é imortal, eterno, onipotente, onipresente, onisciente, em resumo, o todo-poderoso.
Os seres humanos, os ouvintes, são mortais, efêmeros e finitos.
- Modos de representação. A voz no discurso religioso (DR) se fala em seus representantes (Padre, pastor,
profeta), essa é uma forma de relação simbólica. Essa apropriação ocorre sem explicitar os mecanismos de
incorporação da voz, aspecto que caracteriza a mistificação.
- O ideal do DR é que o ‘representante’, o que se apropria do discurso de Deus’, não o modifique. Ele deve
seguir regras restritas reguladas pelo texto sagrado, pela Igreja, pelas liturgias. Deve-se manter distância entre
‘o dito de Deus’ e ‘o dizer do homem’.
- A interpretação da palavra de Deus é regulada. “Os sentidos não podem ser quaisquer sentidos: o discurso
religioso tende fortemente para a monossemia”.
- Dualismos, as formas da ilusão da reversibilidade: plano humano e plano divino; ordem temporal e ordem
espiritual; sujeitos e Sujeito; homem e Deus. A ilusão ocorre na passagem de um plano para outro e pode ter
duas direções: de cima para baixo, ou seja, de Deus para os homens, momento em que Ele compartilha suas
propriedades (ministração de sacramentos, bênçãos); de baixo para cima, quando o homem se alça a Deus,
principalmente, através da visão, da profecia. Estas são formas de ‘ultrapassagem’.
- Escopo do discurso religioso. A fé separa os fiéis dos não-fiéis, “os convictos dos não-convictos. Logo, é
o parâmetro pelo qual delimita a comunidade e constitui o escopo do discurso religioso em suas duas forma-
ções características: para os que creem, o discurso religioso é uma promessa, para os que não creem é uma
ameaça.
Os discursos religiosos, como já vimos, se mostram com estruturas rígidas quanto aos papéis dos interlocu-
tores (a divindade e os seres humanos). Os dogmas sagrados, por exemplos, fé e Deus, são intocáveis. “Deus
define-se (...) a si mesmo como sujeito por excelência, aquele que é por si e para si (Sou aquele que É) e aquele
que interpela seu sujeito (...) eis quem tu és: é Pedro.”
Outros traços do DR se configuram com o uso do imperativo e do vocativo – características inerentes de
discursos de doutrinação; uso de metáforas – explicitadas por paráfrases que indicam a leitura apropriada para
as metáforas utilizadas; uso de citações no original (grego, hebraico, latim) – traduzidas para a língua em uso
através de perífrases extensas e explicativas em que se busca aproveitar o máximo o efeito de sentido advindo
da língua original; o uso de performativos – uso de verbos em que o ‘dizer’ representa o ‘fazer’; o uso de sintag-
mas cristalizados – usadas em orações e funções fáticas.
Ainda em relação às unidades textuais, podemos acrescentar o uso de determinadas formas simbólicas do
DR como as parábolas, a utilização de certos temas, como a efemeridade da vida humana, a vida eterna, o
galardão, entre outros. Acrescenta-se também como marca a intertextualidade.
Discurso Jurídico5
O discurso legal caracteriza-se como um discurso hierárquico e dominante, baseado numa estrutura de ex-
clusão e discriminação de várias minorias sociais, como os pobres, os negros, os homossexuais, as mulheres,
etc. A especificidade da linguagem jurídica, e as restrições educacionais quanto a quem pode militar na Área
(advogados, promotores, juízes, etc.), são apenas algumas das estratégias utilizadas pelo sistema jurídico para
manter o discurso legal inacessível à maioria das pessoas, e desta forma protege-lo de análises e críticas.
5 https://periodicos.ufsc.br/index.php/revistacfh/article/download/23353/21030/0
59
Como em todo discurso dominante, as posições de poder criadas para os participantes de textos legais são
particularmente assimétricas, como é o caso num julgamento (e.g. entre o juiz e o réu; entre o juiz e as teste-
munhas; etc.). Os juízes, por exemplo, detêm um poder especial devido ao seu status social e ao seu acesso
privilegiado ao discurso legal (são eles que produzem a forma final dos textos legais). Portanto, é a visão de
mundo do juiz que prevalece nas sentenças, em detrimento de outras posições alternativas.
Além de relações de poder, os textos legais também expressam relações de gênero. A lei e a cultura mascu-
lina estão intimamente ligadas; o sistema jurídico é quase que inteiramente dominado por homens (só recente-
mente as mulheres passaram a fazer parte de instituições jurídicas) e, de forma geral, ele expressa uma visão
masculina do mundo. As mulheres que são parte em processos legais (e.g. reclamantes, rés, testemunhas,
etc.) estão expostas a um duplo grau de discriminação e exclusão: primeiro, como leigas, elas ocupam uma
posição desfavorecida se comparadas com militantes legais (advogados, juízes, promotores, etc.); segundo,
elas são estigmatizadas também por serem mulheres, e têm seu comportamento social e sexual avaliado e
controlado pelo discurso jurídico.
Discurso Técnico6
Para o desempenho de tal papel, eles contam com suas características intrínsecas, as quais são responsá-
veis pelo “rótulo” que cada tipo textual carrega.
Tais características se evidenciam formal e funcionalmente e são percebidas, de maneira mais ou menos
clara pelo leitor/ouvinte. Afinal, todos os tipos de texto têm um público fiel, ao qual se destinam.
Os autores que têm o texto técnico como objeto de estudo concordam que ele apresenta as seguintes ca-
racterísticas:
• Linguagem monossêmica;
• Vocabulário específico ou léxico especializado;
• Objetividade;
• Emprego de voz passiva;
• Preferência pelo emprego do tempo verbal presente.
As características apontadas acima coadunam-se com o objetivo principal de qualquer produção de cunho
técnico: transmissão de conhecimentos de forma clara e imparcial. Embora a objetividade e a neutralidade
sejam fiéis parceiras do texto técnico, não se pode afirmar que esse tipo textual seja isento das marcas de seu
autor, enquanto produtor de ideias e veiculador de informações. Quando há a troca da 3ª pessoa do singular
pela 1ª pessoa do plural, por exemplo, o autor tem a intenção de conquistar o seu interlocutor, tornando-o um
parceiro “na assunção das informações dadas, numa forma de estratégia argumentativa.”
Todo tipo textual possui a argumentatividade, porém essa aparece de modo mais intenso e explícito em
alguns textos e de modo menos intenso e explícito em outros. Para complementar a afirmação dessas autoras,
cita-se Benveniste para o qual, o sujeito está sempre presente no texto, não havendo, portanto, texto neutro ou
imparcial.
Percebe-se, então, que o texto técnico possui características que o diferenciam dos demais tipos de textos.
No entanto, não se deve afirmar que ele seja desprovido de marcas autorais. Tanto é verdade, que alguns au-
tores de textos técnicos não dispensam o uso de certos advérbios e conjunções, por exemplo, expedientes que
têm a função de modalizar o discurso.
A modalização, nesse tipo de texto, pode aparecer de forma implícita e/ou explícita. Sob essa última forma,
verificam-se o aparecimento de construções específicas, tais como as nominalizações, a voz passiva, o empre-
go de determinadas conjunções e preposições.
6 https://revistas.ufg.br/lep/article/download/32601/17331/
60
Discurso Acadêmico/Científico7
O texto como objeto abstrato se configura no campo da linguística como teoria geral. Já discurso é uma
realidade de interação-enunciação objeto de análises discursivas. Enquanto os textos, como objetos concretos,
são aqueles que se apresentam completos constituídos de um ato de enunciação que visa à interação entre
produtor e interlocutor. Partindo dessas concepções, percebe- se que texto e discurso se complementam, pois,
para o autor, “a separação do textual e do discursivo é essencialmente metodológica”, o que leva à distinção
entre os dois a anular-se. Neste caso, texto e discurso são unidades complementares.
A partir da compreensão de discurso, passa-se a refletir sobre o que vem ser discurso científico. Para Gui-
marães é aquele em que “o autor pretende fazer o leitor saber.” Ou seja, a intenção do autor é fazer o leitor ou
pesquisador saber como os resultados daquela pesquisa foram alcançados, dando-lhe oportunidade de repetir
os procedimentos metodológicos em outras pesquisas similares.
Para Carioca, “o discurso científico é a forma de apresentação da linguagem que circula na comunidade
científica em todo o mundo. Sua formulação depende de uma pesquisa minuciosa e efetiva sobre um objeto,
que é metodologicamente analisado à luz de uma teoria.” Outra posição é que o discurso científico não se dá
apenas pela comprovação ou refutação do que foi escrito, dá-se também pela aceitabilidade dos pares que
compõem a comunidade específica.
Desse modo, pode-se dizer que a estrutura global da comunicação científica está respaldada em parâme-
tros normativos referentes à produção de gêneros e à produção da linguagem, ou seja, o discurso acadêmi-
co se estabeleceu dentro de convenções instituídas pela comunidade científica, que, ao longo do tempo, se
expressa por características, como impessoalidade, objetividade, clareza, precisão, modéstia, simplicidade,
fluência, dentre outros.
É importante apresentar a posição de Charaudeau sobre a problemática entre o discurso informativo (DI) e
discurso científico (DC). Para o autor, o que eles têm em comum é a problemática da prova. “[...] o primeiro se
atém essencialmente a uma prova pela designação e pela figuração (a ordem da constatação, do testemunho,
do relato de reconstituição dos fatos), o segundo inscreve a prova num programa de demonstração racional.”.
Percebe-se que o interesse principal do discurso informativo é transmitir uma verdade através dos fatos. Já
o discurso científico se impõe pela prova da racionalidade que reside na força da argumentatividade. E mais,
este deve se comprometer com a logicidade das ideias para estas se tornem mais convincentes.
Como se viu, o discurso acadêmico é produzido dentro de uma esfera de comunicação relativamente defi-
nida chamada de comunidade científica. Em geral, no ensino superior, vão se encontrar modelos de discurso
acadêmico que já se tornaram consagrados para essa comunidade. Na subseção que segue se mostrará es-
pecificamente alguns deles.
O primeiro modelo, monografia de análise teórica, evidencia uma organização de ideias advindas de biblio-
grafias selecionadas sobre um determinado assunto. Nesse tipo, pode-se fazer uma análise crítica ou compara-
tiva de uma teoria ou modelo já consagrado pela comunidade científica. O modelo metodológico indicado pelos
autores é: escolha do assunto/ delimitação do tema; bibliografia pertinente ao tema; levantamento de dados
específicos da área sob estudo; fundamentação teórica; metodologia e modelos aplicáveis; análise e interpre-
tação das informações; conclusões e resultados.
No segundo modelo, monografia de análise teórico-empírica, faz-se uma análise interpretativa de dados
primários, com apoio de fontes secundárias, passando-se para o teste de hipóteses, modelos ou teorias. A
partir dos dados primários e secundários, o autor /pesquisador mostrará um trabalho inovador. Quanto ao mo-
delo metodológico, tem-se: realidade observável; pergunta problema e objetivo proposto; bibliografia e dados
secundários; teoria pertinente ao tema (conceitos, técnicas, constructos) e dados secundários; instrumentos de
pesquisa (questionário); pesquisa empírica; análise; conclusões e resultados.
No terceiro modelo, monografia de estudo de caso, o autor/pesquisador faz uma análise específica da re-
lação existente entre um caso e hipóteses, modelos e teorias. O modelo metodológico adotado obedece aos
seguintes passos: escolha do assunto/delimitação do tema; bibliografia pertinente ao tema (área específica sob
estudo); fundamentação teórica; levantamento de dados da organização sob estudo; caracterização da organi-
zação; análise e interpretação das informações; conclusões e resultados.
7 http://www.repositorio.jesuita.org.br/bitstream/handle/UNISINOS/4823/MARIA%20DE%20F%c3%81TIMA%20RIBEIRO%20DOS%20SANTOS_.pdf?sequence=1&i-
sAllowed=y
61
Observa-se que esses modelos possuem suas particularidades, mas também aspectos que coincidem. Este
é o caso da pesquisa bibliográfica, que é imprescindível em qualquer trabalho científico.
Discurso Literário8
O discurso literário pode não ser apenas ligado aos procedimentos adotados pelo autor, mas também, e
talvez mais diretamente do que se pensa, ligado ao contexto sociocultural no qual está inserido, evidencian-
do-se, nem sempre claramente, uma influência das instituições que o cercam na escolha de determinados
procedimentos de linguagem.
A ideia de que o discurso literário constrói-se a partir de elementos intrínsecos ao texto literário tomou corpo
com os estudos realizados no início do século XX. Foram os formalistas russos que demonstraram uma preocu-
pação com a materialidade do texto literário, recusando, num primeiro momento, explicações de base extralite-
rária. Neste sentido, o que importava para os integrantes do movimento era o procedimento, ou seja, o princípio
da organização da obra como produto estético. Assim, a preocupação dos formalistas era investigar e explicar
o que faz de uma determinada obra uma obra literária, nas palavras de Jakobson: “a poesia é linguagem em
sua função estética. Deste modo, o objeto do estudo literário não é a literatura, mas a literariedade, isto é, aquilo
que torna determinada obra uma obra literária”. A questão da literariedade como processo ou procedimento de
elaboração está centrado nas estruturas que diferenciam o texto literário de outros textos.
A literariedade é conceituada não só pela linguagem diferenciada que gera o estranhamento, mas também
histórica e culturalmente. Uma obra literária não pode ser apenas uma construção bem elaborada, mas deve
também retratar o homem de sua época ou época anterior, com todas as suas angústias, desejos e forma de
pensar. Tornando-se, assim, não apenas um material para ser estudado linguisticamente, mas também e, prin-
cipalmente, uma obra viva em que toda vez que se relê encontre-se algo novo e representativo do ser humano.
QUESTÕES
62
Mas ele prosseguiu indiferente,
carregando no seu dorso bois e gente,
até roçados de arroz e de feijão.
Na sua obstinada e galopante caminhada,
destruiu paredes, casas, barricadas,
deixando no percurso mágoa e dor.
Depois subiu os degraus da igreja santa
e postou-se horas sob os pés do Criador.
E desceu devagarinho, até deitar-se
novamente no seu leito.
Mas toda noite o seu olhar de rio
fica boiando sob as luzes da cidade.
(Adaptado de: MORAES, Herculano. O rio da minha
terra. Disponível em: https://www.escritas.org)
No trecho até roçados de arroz e de feijão, o termo “até” classifica-se como
(A) pronome.
(B) preposição.
(C) artigo.
(D) advérbio.
(E) conjunção.
2. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Área Administrativa
Atenção: Para responder à questão, leia a crônica “Tatu”, de Carlos Drummond de Andrade.
O luar continua sendo uma graça da vida, mesmo depois que o pé do homem pisou e trocou em miúdos a
Lua, mas o tatu pensa de outra maneira. Não que ele seja insensível aos amavios do plenilúnio; é sensível, e
muito. Não lhe deixam, porém, curtir em paz a claridade noturna, de que, aliás, necessita para suas expedições
de objetivo alimentar. Por que me caçam em noites de lua cheia, quando saio precisamente para caçar? Como
prover a minha subsistência, se de dia é aquela competição desvairada entre bichos, como entre homens, e de
noite não me dão folga?
Isso aí, suponho, é matutado pelo tatu, e se não escapa do interior das placas de sua couraça, em termos
de português, é porque o tatu ignora sabiamente os idiomas humanos, sem exceção, além de não acreditar em
audiência civilizada para seus queixumes. A armadura dos bípedes é ainda mais invulnerável que a dele, e não
há sensibilidade para a dor ou a problemática do tatu.
Meu amigo andou pelas encostas do Corcovado, em noite de prata lunal, e conseguiu, por artimanhas só
dele sabidas, capturar vivo um tatu distraído. É, distraído. Do contrário não o pegaria. Estava imóvel, estático,
fruindo o banho de luz na folhagem, essa outra cor que as cores assumem debaixo da poeira argentina da Lua.
Esquecido das formigas, que lhe cumpria pesquisar e atacar, como quem diz, diante de um motivo de prazer:
“Daqui a pouco eu vou trabalhar; só um minuto mais, alegria da vida”, quedou-se à mercê de inimigos maiores.
Sem pressentir que o mais temível deles andava por perto, em horas impróprias à deambulação de um profes-
sor universitário.
− Mas que diabo você foi fazer naqueles matos, de madrugada?
− Nada. Estava sem sono, e gosto de andar a esmo, quando todos roncam.
63
Sem sono e sem propósito de agredir o reino animal, pois é de feitio manso, mas o velho instinto cavernal
acordou nele, ao sentir qualquer coisa a certa distância, parecida com a forma de um bicho. Achou logo um cipó
bem forte, pedindo para ser usado na caça; e jamais tendo feito um laço de caçador, soube improvisá-lo com
perícia de muitos milhares de anos (o que a universidade esconde, nas profundas camadas do ser, e só permite
que venha aflorar em noite de lua cheia!).
Aproximou-se sutil, laçou de jeito o animal desprevenido. O coitado nem teve tempo de cravar as garras
no laçador. Quando agiu, já este, num pulo, desviara o corpo. Outra volta no laço. E outra. Era fácil para o tatu
arrebentar o cipó com a força que a natureza depositou em suas extremidades. Mas esse devia ser um tatu
meio parvo, e se embaraçou em movimentos frustrados. Ou o sereno narrador mentiu, sei lá. Talvez o tenha
comprado numa dessas casas de suplício que há por aí, para negócio de animais. Talvez na rua, a um vendedor
de ocasião, quando tudo se vende, desde o mico à alma, se o PM não ronda perto.
Não importa. O caso é que meu amigo tem em sua casa um tatu que não se acomodou ao palmo de terra
nos fundos da casa e tratou de abrigar longa escavação que o conduziu a uma pedreira, e lá faz greve de fome.
De lá não sai, de lá ninguém o tira. A noite perdeu para ele seu encanto luminoso. A ideia de levá-lo para o zoo-
lógico, aventada pela mulher do caçador, não frutificou. Melhor reconduzi-lo a seu hábitat, mas o tatu se revela
profundamente contrário a qualquer negociação com o bicho humano, que pensa em apelar para os bombeiros
a fim de demolir o metrô tão rapidamente feito, ao contrário do nosso, urbano, e salvar o infeliz. O tatu tem ra-
zões de sobra para não confiar no homem e no luar do Corcovado.
Não é fábula. Eu compreendo o tatu.
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Os dias lindos. São Paulo: Companhia das Letras, 2013)
No desfecho da crônica, o cronista revela, em relação ao tatu, um sentimento de
(A) empatia.
(B) desconfiança.
(C) superioridade.
(D) soberba.
(E) desdém.
3. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Administrativa-
Melancolia e criatividade
Desde sempre o sentimento da melancolia gozou de má fama. O melancólico é costumeiramente tomado
como um ser desanimado, depressivo, “pra baixo”, em suma: um chato que convém evitar. Mas é uma fama
injusta: há grandes melancólicos que fazem grande arte com sua melancolia, e assim preenchem a vida da
gente, como uma espécie de contrabando da tristeza que a arte transforma em beleza. “Pra fazer um samba
com beleza é preciso um bocado de tristeza”, já defendeu o poeta Vinícius de Moraes, na letra de um conhecido
samba seu.
Mas a melancolia não para nos sambas: ela desde sempre anima a literatura, a música, a pintura, o
cinema, as artes todas. Anima, sim: tanto anima que a gente gosta de voltar a ver um bom filme melancólico,
revisitar um belo poema desesperançado, ouvir uma vez mais um inspirado noturno para piano. Ou seja: os
artistas melancólicos fazem de sua melancolia a matéria-prima de uma obra-prima. Sorte deles, nossa e da
própria melancolia, que é assim resgatada do escuro do inferno para a nitidez da forma artística bem iluminada.
Confira: seria possível haver uma história da arte que deixasse de falar das grandes obras melancóli-
cas? Por certo se perderia a parte melhor do nosso humanismo criativo, que sabe fazer de uma dor um objeto
aberto ao nosso reconhecimento prazeroso. Charles Chaplin, ao conceber Carlitos, dotou essa figura humana
inesquecível da complexa composição de fracasso, melancolia, riso, esperteza e esperança. O vagabundo sem
destino, que vive a apanhar da vida, ganhou de seu criador o condão de emocionar o mundo não com feitos
gloriosos, mas com a resistente poesia que o faz enfrentar a vida munido da força interior de um melancólico
disposto a trilhar com determinação seu caminho, ainda que no rumo a um horizonte incerto.
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(Humberto Couto Villares, a publicar)
No terceiro parágrafo, a personagem Carlitos é invocada para
(A) dar um sentido de nobreza a todas as experiências de fracasso humano.
(B) testemunhar a determinação de um indivíduo em alcançar seus altos objetivos.
(C) indicar a possibilidade da transformação sistemática da dor em franca alegria.
(D) personificar a complexa conjunção entre força poética e marginalidade social.
(E) promover a felicidade que pode desfrutar quem não está comprometido com nada.
4. FCC - 2022 - TRT - 22ª Região (PI) - Técnico Judiciário - Tecnologia da Informação
A independência política em 1822 não trouxe muitas novidades em termos institucionais, mas consolidou
um objetivo claro, qual seja: estruturar e justificar uma nova nação.
A tarefa não era pequena e quem a assumiu foi o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que,
aberto em 1838, no Rio de Janeiro, logo deixaria claras suas principais metas: construir uma história que ele-
vasse o passado e que fosse patriótica nas suas proposições, trabalhos e argumentos.
Para referendar a coerência da filosofia que inaugurou o IHGB, basta prestar atenção no primeiro concurso
público por lá organizado. Em 1844, abriam-se as portas para os candidatos que se dispusessem a discorrer
sobre uma questão espinhosa: “Como se deve escrever a história do Brasil”. Tratava-se de inventar uma nova
história do e para o Brasil. Foi dado, então, um pontapé inicial, e fundamental, para a disciplina que chamaría-
mos, anos mais tarde, e com grande naturalidade, de “História do Brasil”.
A singularidade da competição também ficou associada a seu resultado e à divulgação do nome do vence-
dor. O primeiro lugar, nessa disputa histórica, foi para um estrangeiro − o conhecido naturalista bávaro Karl von
Martius (1794-1868), cientista de ilibada importância, embora novato no que dizia respeito à história em geral e
àquela do Brasil em particular − , o qual advogou a tese de que o país se definia por sua mistura, sem igual, de
gentes e povos. Utilizando a metáfora de um caudaloso rio, correspondente à herança portuguesa que acabaria
por “limpar” e “absorver os pequenos confluentes das raças índia e etiópica”, representava o país a partir da
singularidade e dimensão da mestiçagem de povos por aqui existentes.
A essa altura, porém, e depois de tantos séculos de vigência de um sistema violento como o escravocrata,
era no mínimo complicado simplesmente exaltar a harmonia. Além do mais, indígenas continuavam sendo dizi-
mados no litoral e no interior do país.
Martius, que em 1832 havia publicado um ensaio chamado “O estado do direito entre os autóctones no
Brasil”, condenando os indígenas ao desaparecimento, agora optava por definir o país por meio da redentora
metáfora fluvial. Três longos rios resumiriam a nação: um grande e caudaloso, formado pelas populações bran-
cas; outro um pouco menor, nutrido pelos indígenas; e ainda outro, mais diminuto, alimentado pelos negros.
Ali estavam, pois, os três povos formadores do Brasil; todos juntos, mas (também) diferentes e separados.
Mistura não era (e nunca foi) sinônimo de igualdade. Essa era uma ótima maneira de “inventar” uma história
não só particular (uma monarquia tropical e mestiçada) como também muito otimista: a água que corria repre-
sentava o futuro desse país constituído por um grande rio caudaloso no qual desaguavam os demais pequenos
afluentes.
É possível dizer que começava a ganhar força então a ladainha das três raças formadoras da nação,
que continuaria encontrando ampla ressonância no Brasil, pelo tempo afora.
(Adaptado de: SCHWARCZ, Lilia Moritz. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras,
2019)
O verbo sublinhado no segmento Mistura não era (e nunca foi) sinônimo de igualdade está flexionado nos
mesmos tempo e modo que o sublinhado em:
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(A) a disciplina que chamaríamos, anos mais tarde, e com grande naturalidade
Atenção: Considere o texto abaixo, do pensador francês Voltaire (1694-1778), para responder à questão.
O preço da justiça
Vós, que trabalhais na reforma das leis, pensai, assim como grande jurisconsulto Beccaria, se é racional
que, para ensinar os homens a detestar o homicídio, os magistrados sejam homicidas e matem um homem em
grande aparato.
Vede se é necessário matá-lo quando é possível puni-lo de outra maneira, e se cabe empregar um de
vossos compatriotas para massacrar habilmente outro compatriota. [...] Em qualquer circunstância, condenai o
criminoso a viver para ser útil: que ele trabalhe continuamente para seu país, porque ele prejudicou o seu país.
É preciso reparar o prejuízo; a morte não repara nada.
Talvez alguém vos diga: “O senhor Beccaria está enganado: a preferência que ele dá a trabalhos penosos e
úteis, que durem toda a vida, baseia-se apenas na opinião de que essa longa e ignominiosa pena é mais terrível
que a morte, pois esta só é sentida por um momento”.
Não se trata de discutir qual é a punição mais suave, porém a mais útil. O grande objetivo, como já dis-
semos em outra passagem, é servir o público; e, sem dúvida, um homem votado todos os dias de sua vida a
preservar uma região da inundação por meio de diques, ou a abrir canais que facilitem o comércio, ou a drenar
pântanos infestados, presta mais serviços ao Estado que um esqueleto a pendular de uma forca numa corrente
de ferro, ou desfeito em pedaços sobre uma roda de carroça.
(VOLTAIRE. O preço da justiça. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 18-20)
Voltaire acusa o sentido contraditório de um determinado posicionamento ao referir-se a ele nestes segmen-
tos:
(A) massacrar habilmente um compatriota / detestar o homicídio
(B) matem um homem / em grande aparato
(C) Beccaria está enganado / o grande objetivo é servir o público
(D) presta mais serviços ao Estado / trabalhos penosos e úteis
(E) servir ao público / preservar uma região da inundação
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6. FCC - 2022 - SEDU-ES - Professor MaPB - Ensino Fundamental e Médio - Língua Portuguesa-
Ai de ti, Ipanema
Há muitos anos, Rubem Braga começava assim uma de suas mais famosas crônicas: “Ai de ti, Copaca-
bana, porque eu já fiz o sinal bem claro de que é chegada a véspera de teu dia, e tu não viste; porém minha voz
te abalará até as entranhas.” Era uma exortação bíblica, apocalíptica, profética, ainda que irônica e hiperbólica.
“Então quem especulará sobre o metro quadrado de teu terreno? Pois na verdade não haverá terreno algum.”
Na sua condenação, o Velho Braga antevia os sinais da degradação e da dissolução moral de um
bairro prestes a ser tragado pelo pecado e afogado pelo oceano, sucumbindo em meio às abjeções e ao vício:
“E os escuros peixes nadarão nas tuas ruas e a vasa fétida das marés cobrirá tua face”.
A praia já chamada de “princesinha do mar”, coitada, inofensiva e pura, era então, como Ipanema
seria depois, a síntese mítica do hedonismo carioca, mais do que uma metáfora, uma metonímia.
No fim dos anos 50, Copacabana era o éden não contaminado ainda pelos plenos pecados, eram
tempos idílicos e pastorais, a era da inocência, da bossa nova, dos anos dourados de JK, de Garrincha. Digo
eu agora: Ai de ti, Ipanema, que perdeste a inocência e o sossego, e tomaste o lugar de Copacabana, e não
percebeste os sinais que não são mais simbólicos: o emissário submarino se rompendo, as águas poluídas, as
valas negras, as agressões, os assaltos, o medo e a morte.
(Adaptado de: VENTURA, Zuenir. Crônicas de um fim de século. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999, p. 166/167)
Ao qualificar a linguagem de Rubem Braga em sua crônica “Ai de ti, Copacabana”, Zuenir Ventura se vale
dos termos exortação e condenação, para reconhecer no texto do Velho Braga,
(A) a tonalidade grave de uma invectiva.
(B) a informalidade de um discurso emocional.
(C) o coloquialismo de um lírico confessional.
(D) a retórica argumentativa dos clássicos.
(E) a força épica de uma celebração.
7. FCC - 2022 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Analista Judiciário - Área Administrativa-
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sileira vem se dando conta de que mulheres não podem ser tratadas como cidadãs de segunda categoria,
submetidas ao poder de homens que, com o subterfúgio da sua “paixão”, vinham assumindo o direito de vida
e morte sobre elas.
(Adaptado de: ELUF, Luiza Nagib. A paixão no banco dos réus. São Paulo: Saraiva, 2002, XI-XIV, passim)
É inteiramente regular a pontuação do seguinte período:
(A) A autora do texto reclama, com senso de justiça que não se considere passional um crime movido pelo
rancor, e pelo ódio.
(B) Como reage, a sociedade, quando se vê diante desses crimes em que, a paixão alegada, vale como
uma atenuante.
(C) Tratadas há muito, como cidadãs de segunda classe, as mulheres, aos poucos, têm garantido seus
direitos fundamentais.
(D) Não é a paixão, mas sim, os motivos mais torpes, que estão na raiz mesma, dos crimes hediondos
apresentados como passionais.
(E) Há advogados cuja retórica, encenada em tom emocional, acaba por convencer o júri, inocentando as-
sim um frio criminoso.
[Viver a pressa]
Há uma continuidade entre a lógica intensamente competitiva e calculista do mundo do trabalho e aquilo
que somos e fazemos nas horas em que estamos fora dele.
O vírus da pressa alastra-se em nossos dias de uma forma tão epidêmica como a peste em outros tempos:
a frequência do acesso a um website despenca caso ele seja mais lento que um site rival. Mais de um quinto
dos usuários da internet desistem de um vídeo caso ele demore mais que cinco segundos para carregar.
Excitação efêmera, sinal de tédio à espreita. Estará longe o dia em que toda essa pressa deixe de ser uma
obsessão? Será que a adaptação triunfante aos novos tempos da velocidade máxima acabará por esvaziar até
mesmo a consciência dessa nossa degradação descontrolada?
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 88)
Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período:
(A) Ao detectar, em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa, que contamina não apenas o tempo do
trabalho, mas também o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de que, se assim continuar,
nossa civilização se degradará.
(B) Ao detectar em nossos dias, tão agitados o vírus da pressa, que contamina não apenas o tempo do tra-
balho mas, também, o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor, de que, se assim continuar,
nossa civilização se degradará.
(C) Ao detectar, em nossos dias tão agitados o vírus da pressa, que contamina, não apenas o tempo do
trabalho mas também o tempo de outras ocupações, o autor mostra seu temor de que, se assim continuar
nossa civilização, se degradará.
(D) Ao detectar em nossos dias tão agitados, o vírus da pressa que contamina, não apenas o tempo do
trabalho mas, também o tempo, de outras ocupações, o autor mostra seu temor de que, se assim continuar
nossa civilização se degradará.
(E) Ao detectar em nossos dias tão agitados o vírus, da pressa que contamina não apenas o tempo do tra-
balho, mas também o tempo de outras ocupações, o autor mostra, seu temor, de que, se assim continuar
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nossa civilização se degradará.
9. FCC - 2022 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - Área Judiciária
O meu ofício
O meu ofício é escrever, e sei bem disso há muito tempo. Espero não ser mal-entendida: não sei nada so-
bre o valor daquilo que posso escrever. Quando me ponho a escrever, sinto-me extraordinariamente à vontade
e me movo num elemento que tenho a impressão de conhecer extraordinariamente bem: utilizo instrumentos
que me são conhecidos e familiares e os sinto bem firmes em minhas mãos. Se faço qualquer outra coisa, se
estudo uma língua estrangeira, se tento aprender história ou geografia, ou tricotar uma malha, ou viajar, sofro
e me pergunto como é que os outros conseguem fazer essas coisas. E tenho a impressão de ser cega e surda
como uma náusea dentro de mim.
Já quando escrevo nunca penso que talvez haja um modo mais correto, do qual os outros escritores se
servem. Não me importa nada o modo dos outros escritores. O fato é que só sei escrever histórias. Se tento
escrever um ensaio de crítica ou um artigo sob encomenda para um jornal, a coisa sai bem ruim. O que escrevo
nesses casos tenho de ir buscar fora de mim. E sempre tenho a sensação de enganar o próximo com palavras
tomadas de empréstimo ou furtadas aqui e ali.
Quando escrevo histórias, sou como alguém que está em seu país, nas ruas que conhece desde a infân-
cia, entre as árvores e os muros que são seus. Este é o meu ofício, e o farei até a morte. Entre os cinco e dez
anos ainda tinha dúvidas e às vezes imaginava que podia pintar, ou conquistar países a cavalo, ou inventar
uma nova máquina. Mas a primeira coisa séria que fiz foi escrever um conto, um conto curto, de cinco ou seis
páginas: saiu de mim como um milagre, numa noite, e quando finalmente fui dormir estava exausta, atônita,
estupefata.
(Adaptado de: GINZBURG, Natalia. As pequenas virtudes. Trad. Maurício Santana Dias. São Paulo: Cosac
Naify, 2015, p, 72-77, passim)
As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas em:
(A) As palavras que a alguém ocorrem deitar no papel acabam por identificar o estilo mesmo de quem as
escreveu.
(B) Gaba-se a autora de que às palavras a que recorre nunca falta a espontaneidade dos bons escritos.
(C) Faltam às tarefas outras de que poderiam se incumbir a facilidade que encontra ela em escrever seus
textos.
(D) Os possíveis entraves para escrever um conto, revela a autora, logo se dissipou em sua primeira tenta-
tiva.
(E) Não haveria de surgir impulsos mais fortes, para essa escritora, do que os que a levaram a imaginar
histórias.
Considerando a regência nominal e o emprego do acento grave, o trecho destacado em “inerentes a esta
festa” está corretamente substituído em:
69
11. Assinale a frase com desvio de regência verbal.
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contrário, deveria ser considerado, mas é menosprezado, pois à primeira vista não atendeu a um pressuposto.
Essas interpretações podem provocar outras tragédias além de acidentes de carro.
Disponível em:<https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. (texto adaptado)
No trecho “[...]poderemos assistir à queda de um deles.”, a ocorrência do acento grave é justificada
(A) pela exigência de artigo do termo regente, que é um verbo, e pela exigência de preposição do termo
regido, que é um nome.
(B) pela exigência de preposição do termo regente, que é um nome, e pela exigência de artigo do termo
regido, que é um verbo.
(C) pela exigência de artigo do termo regente, que é um nome, e pela exigência de artigo do termo regido,
que é um verbo.
(D) pela exigência de preposição do termo regente, que é um verbo, e pela exigência de artigo do termo
regido, que é um nome.
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Assim, seguindo a regra gramatical acerca da crase, assinale a alternativa em que há o emprego da crase
indevidamente:
(A) cara a cara; às ocultas; à procura.
(B) face a face; às pressas; à deriva.
(C) à frente; à direita; às vezes.
(D) à tarde; à sombra de; a exceção de.
Ainda alcancei a geração que cedia o lugar às senhoras grávidas. Se uma delas tomava o bonde, três,
quatro ou cinco jovens se arremessavam. E a boa e ofegante senhora tinha seu canto, tinha seu espaço. E,
quando ia pagar a passagem, dizia o luso condutor por trás dos bigodões: “Já está paga, já está paga!”.
E assim, num simples gesto, temos o perfil, o retrato, a alma do antigo jovem. Hoje, não. Outro dia, fui
testemunha auditiva e ocular de um episódio patético. Vinha eu, em pé, num ônibus apinhado. Passageiros
amassados uns contra os outros. Essa promiscuidade abjeta desumanizava todo mundo. O sujeito perdia a
noção da própria identidade e tinha uma sensação de bicho engradado. Pois bem. E, de repente, o ônibus para,
e entra, exatamente, uma senhora grávida. Oitavo ou nono mês.
O ônibus estava vibrante, rumoroso de jovens estudantes. Imaginei que esses latagões(*) iam dar uns dez
lugares à mater recém-chegada. Pois bem. Ninguém se mexeu e, repito, ninguém piou. E foi aí que percebi
subitamente tudo. Ali estava uma nova geração, sem nenhuma semelhança com as anteriores. Durante meia
hora a pobre mulher ficou em pé, no meio da passagem. Faço uma ideia das cambalhotas que não virou o filho.
Eis o que importa destacar: – ela viajou e desceu, e não teve a caridade de ninguém.
(Nelson Rodrigues, Jovens imbecilizados pelos velhos. O óbvio ululante: primeiras confissões. Adaptado)
(*)latagões: homens jovens, robustos e de grande estatura.
A passagem do texto em que todas as palavras estão empregadas em sentido próprio é:
(A) Ninguém se mexeu e, repito, ninguém piou.
(B) E, quando ia pagar a passagem, dizia o luso condutor por trás dos bigodões…
(C) O ônibus estava vibrante, rumoroso de jovens estudantes.
(D) Se uma delas tomava o bonde, três, quatro ou cinco jovens se arremessavam.
(E) E foi aí que percebi subitamente tudo.
15. Quadrix - 2023 - Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás - GO - Cargos de Nível Fundamental
O vocábulo “probo”, na sentença “Ele sempre se orgulhou de ser um sujeito probo”, é antônimo de
(A) desonesto.
(B) leal.
(C) intolerante.
(D) negligente.
(E) justo.
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16. Quadrix - 2023 - Prefeitura de Alto Paraíso de Goiás - GO - Cargos de Nível Fundamental
O termo “efêmeros”, na sentença “É uma pena que momentos como esse sejam efêmeros”, é sinônimo de
(A) desvalorizados.
(B) tênues.
(C) banais.
(D) insignificantes.
(E) fugazes.
Escola inclusiva
É alvissareira a constatação de que 86% dos brasileiros concordam que há melhora nas escolas quando se
incluem alunos com deficiência.
Uma década atrás, quando o país aderiu à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e as-
sumiu o dever de uma educação inclusiva, era comum ouvir previsões negativas para tal perspectiva generosa.
Apesar das dificuldades óbvias, ela se tornou lei em 2015 e criou raízes no tecido social.
A rede pública carece de profissionais satisfatoriamente qualificados até para o mais básico, como o ensino
de ciências; o que dizer então de alunos com gama tão variada de dificuldades.
Os empecilhos vão desde o acesso físico à escola, como o enfrentado por cadeirantes, a problemas de
aprendizado criados por limitações sensoriais – surdez, por exemplo – e intelectuais.
Bastaram alguns anos de convívio em sala, entretanto, para minorar preconceitos. A maioria dos entrevis-
tados (59%), hoje, discorda de que crianças com deficiência devam aprender só na companhia de colegas na
mesma condição.
Tal receptividade decerto não elimina o imperativo de contar com pessoal capacitado, em cada estabeleci-
mento, para lidar com necessidades específicas de cada aluno. O censo escolar indica 1,2 milhão de alunos
assim categorizados. Embora tenha triplicado o número de professores com alguma formação em educação
especial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. Não se concebe que possa haver um
especialista em cada sala de aula.
As experiências mais bem-sucedidas criaram na escola uma estrutura para o atendimento inclusivo, as
salas de recursos. Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno e sua família para
definir atividades e de auxiliar os docentes do período regular nas técnicas pedagógicas.
Não faltam casos exemplares na rede oficial de ensino. Compete ao Estado disseminar essas iniciativas
exitosas por seus estabelecimentos. Assim se combate a tendência ainda existente a segregar em salas es-
peciais os estudantes com deficiência – que não se confunde com incapacidade, como felizmente já vamos
aprendendo.
(Editorial. Folha de S.Paulo, 16.10.2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que, com a mudança da posição do pronome em relação ao verbo, conforme
indicado nos parênteses, a redação permanece em conformidade com a norma-padrão de colocação dos pro-
nomes.
(A) ... há melhora nas escolas quando se incluem alunos com deficiência. (incluem-se)
(B) ... em educação especial inclusiva, contam-se não muito mais que 100 mil deles no país. (se contam)
(C) Não se concebe que possa haver um especialista em cada sala de aula. (concebe-se)
(D) Aí, ao menos um profissional preparado se encarrega de receber o aluno... (encarrega-se)
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(E) ... que não se confunde com incapacidade, como felizmente já vamos aprendendo. (confunde-se)
Dieta salvadora
A ciência descobre um micróbio adepto de um
alimento abundante: o lixo plástico no mar.
O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não
consegue dar um destino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas
com seus próprios dejetos. Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até car-
caças de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água, subterrâneo ou a céu aberto, que se
encaminha inevitavelmente para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da Guanabara ao
Pacífico.
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália, China e dos Emirados Árabes descobriram
em duas ilhas gregas um micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico jogado ao mar.
Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou
duro, como o das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios, de guardanapo ao pescoço,
o decomponham e façam a festa. Os cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que eles
ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um
explorador descobre na costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher pérolas e construir
diques submarinos. Em troca das pérolas que as salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se de-
fenderem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se reproduzem, tornam-se milhões, ocupam
os litorais, aprendem a falar e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek. É que, no
livro, as salamandras aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios no comando, nossos
mares, pelo menos, estarão a salvo.
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro. Folha de S. Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.
Os pronomes pessoais oblíquos átonos, em relação ao verbo, possuem três posições: próclise (antes do
verbo), mesóclise (no meio do verbo) e ênclise (depois do verbo).
Avalie as afirmações sobre o emprego dos pronomes oblíquos nos trechos a seguir.
I – A próclise se justifica pela presença da palavra negativa: “E não se contenta em brindar os mares, rios e
lagoas com seus próprios dejetos.”
II – A ênclise ocorre por se tratar de oração iniciada por verbo: “Intoxica-os também com garrafas plásticas,
pneus, computadores, sofás e até carcaças de automóveis.”
III – A próclise é sempre empregada quando há locução verbal: “Não quero dizer que os micróbios comedo-
res de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek.”
IV – O sujeito expresso exige o emprego da ênclise: “O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo,
derrotar o câncer e produzir um ‘Dom Quixote’”.
Está correto apenas o que se afirma em
(A) I e II.
(B) I e III.
(C) II e IV.
(D) III e IV.
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19. FCC - 2019 - SANASA Campinas - Técnico de Instrumentação - Automação de Processos-
Diversos países estão propondo alternativas para enfrentar o problema da poluição oceânica, mas, até o
momento, não tomaram quaisquer medidas concretas.A organização holandesa The Ocean Cleanup resolveu
dar um passo à frente e assumir a missão de combater a poluição oceânica nos próximos anos.
A organização desenvolveu uma tecnologia para erradicar os plásticos que poluem os mares do planeta
e pretende começar a limpar o Great Pacific Garbage Patch (a maior coleção de detritos marinhos do mundo),
no Oceano Pacífico Norte, utilizando seu sistema de limpeza recentemente redesenhado.
Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes oceânicas fazer todo o trabalho. Uma rede
de telas em forma de “U” coletaria o plástico flutuante até um ponto central. O plástico concentrado poderia,
então, ser extraído e enviado à costa marítima para fins de reciclagem.
(Texto adaptado. Disponível em: https://futuroexponencial.com)
Em resumo, a ideia principal do projeto é deixar as correntes oceânicas fazer todo o trabalho. (3° parágrafo)
O conteúdo da frase acima está preservado nesta outra redação, respeitando-se as regras de ortografia e
acentuação:
(A) Em sintese, a ideia principal do projeto equivale a deixar que as correntes oceânicas furtem-se a quais-
quer trabalhos.
(B) Para sintetisar, a ideia principal do projeto tem haver com deixar que as correntes oceânicas executem
o trabalho integralmente.
(C) De modo suscinto, a ideia principal do projeto está em deixar que as correntes oceânicas desempenhem
qualquer trabalho.
(D) Em poucas palavras, a ideia principal do projeto consiste em deixar que as correntes oceânicas realizem
o trabalho completo.
(E) Sem mais delongas, a ideia principal do projeto assemelha-se a deixar que as correntes oceânicas de-
sempenhem hesitosamente o trabalho.
A concordância, a ortografia e a acentuação estão plenamente corretas na frase que se encontra em:
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GABARITO
1 D
2 A
3 D
4 E
5 A
6 A
7 E
8 A
9 B
10 D
11 B
12 D
13 D
14 E
15 A
16 E
17 D
18 A
19 D
20 C
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