ALEM, Escravos

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r ○m a n C e
Kangni Alem

ESCRA os romance

8
Rio de laneiro
2011
TEMPOS ANTIGOS II:

1788,o incomparável lusitano

Digam o que disserem, os povos daqui sempre julgaram os


seus semelhantes e os estrangeiros primeiro pela aparência.
Desde que puseram os pés em Glehué, os brancos foram
classificados em categorias mais ou menos respeitáveis e tra-
tados conforme se impunham ou não aos habitantes locais
pelo traje, pelo comportamento. Há três séculos temos visto
de quase tudo: branco de igreja, branco navio, ou ainda
branco pacotilha.
Mas em 1788, segundo o calendário do branco da escola,
quando Francisco Félix de Souza desembarcou em Glehué,
um branco baixinho intitulando-se nobre português e aven-
tureiro conforme a grande tradição do seu povo, até as gali-
nhas caíram na gargalhada nos seus poleiros. Parecia impro-
tSCRAVOS

história inventada por aquele sujeito fracote e


a
Primeiro mandaram-no
faminto, de aparêncialastimável.
não morresse desidratado.
sentar e deram-lhe água para que
durante dias inteiros,
Em seguida foi preciso alimentá-lo,
o
com mingau de tapiocae coco ralado, até seu estômago
recuperaras alegriasde uma alimentação rica e de uma di-
gestão normal.
Os garotosda época, depois de adultos, haverão de se
lembrarpor muito tempo da cena memorável do dia em
que o aventureiroportuguês voltou à vida. Na noite do ter-
ceirodia, entre as mulheres que o alimentavam e tentavam
convencê-loa aceitar um banho, pois o seu cheiro era insu-
prtável, o homem se levantou sorridente, claudicando
como pássaromanco, soltou gases pela boca e pelo ânus e
gritou uma fraseenigmática, que certos habitantes, suposta-
mente acostumadoscom as sonoridades da língua dos ne-
greirosportugueses,dizem ter sido algo assim: Querodescer
na praçaJoaoBatista.A veracidade da frase é posta em dúvi-
da diversasfontes, mas a autenticidade dos peidos e dos
arrotos,ternas muito mais marcantes, foi tão claramente
confirmadaque até hoje certos espíritos maliciosos de
Glehué shocapazesde os imitar
e reproduzir.
descerna praça 1000Batista. Na
frase misteriosa, um
nome intrigara os ouvidos
do público: JocioBatista. Esse
nome,os habitantes de
Glehué conheciam de cor. Designav
va a fortalezaconstruída
em
1721 por outros irmaos de raça
do branquejodoente,
noo longe da floresta de Kpassé.Ele,
mal mantendo em
pé, queria logo ir se reunir ao» seus
compatriotas,A sua
esperando,estuo me parecia querer dizer "estao
esperando, preciso ir cumpt os
meus irmaose
assumir o meu jugar entre eles" Ingrato,
murmuravamas os
outros mulheres que cuidaratn dele, por que
sognao tentaram sabendo do seu desembarque calatnit0•
acolhê-lo desde a chegada? Elas nao
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1788,O INCOMPARÁVEL LUSITANO

mentavam tê-lo alimentado, bobagem, mas gostariam de


mantê-lo ali, prolongando assim o senso de hospitalidade
local, pois o tal Francisco dizia ter vindo se estabelecer em
Glehué, onde o aguardava importante posto, fato em que,
na verdade, ninguém acreditava.
Ingratidão, isso sim, murmuravam as jovens, excitadas
pelos encantos e certos atributos do branco, elogiados pelas
mulheres que os haviam visto e até apalpado quando o in-
feliz dormia. Mas também nesse ponto é difícil confiar nes-
ses detalhes certamente inventados para embelezara fama
do aventureiro português. No entanto, uma coisa era certa:
ele vinha mesmo de longe.
Naquele ano de 1788, quando o tal FranciscoFélix de
Souza, originário de Salvador, Bahia, ouviu dizer que vagara
o posto de diretor de uma fortalezana África,exatamente
na Costa dos Escravos, a sua situação era bem precária. Ti-
ros, socos, celas de penitenciárias, aos 34 anos ele já passara
por muitas experiências e emoções fortes e a sua única espe-
rança era uma riqueza súbita, sonho de qualquer desiludido
da vida, a fim de chegar à outra ladeira da existência entre-
gando-se aos prazeres e delícias de uma vida de sibarita, nos
braços de índias nuas e mouras encantadas, criaturas miste-
már-
riosas vestidas de vermelho e deslizando pés frios no
more dos salões dos seus palácios imaginários.
quando a
Ele construía muitos desses palácios, sobretudo
súplicas mu-
fome apertava e ele se desesperava, lançando
ao seu
das ao Deus do seu povo e imprecaçõesassassinas
abandonara Coimbra
pai. Este último, um sujeito exibido,
tropical. Por
para fazer fortuna no Brasil com a agricultura
os desregramen-
um período os negócios prosperaram, mas
facilidades da vida na colónia logo o fizeram afrou-
tos e as
tempo e morreu
xar a disciplina. Ele não resistiu por muito
sífilis, deixando de herança para Franciscoe
destruído pela
a mãe uma dura pobreza.

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ESCRAVOS

Francisco tinha 20 anos quando o pai morreu. E


desdeen_
tão, confiando nas possibilidades imensas daquela terra
que
o viu nascer, não deixou de provocar o destino. No
entanto
a sua última desventura exaurira a seiva das últimas
espe-
ranças que nutria. Sorokin, seu sócio, e dois outros malan-
dros que recrutaram como assistentes ao chegara Minas
Gerais não tiveram a sua sorte: caíram mortos na poeirado
chão, sem entender de onde vinham as balas que os abate-
ram tão de imediato.
No início o negócio parecera rentável. Compraram a pre-
ço irrisóriouma mina de ouro que lhes descreveramcomo
promissora. E que manteve a promessa. Mas pouco depois,
quando as primeiras pepitas surgiram dos tamises, apresen-
taram-se homens armados para contestar o direito de pro-
priedade. A mina pertenceria a um riquíssimo homemde
negócios do local, e os documentos de Franciscoe dos só-
cios seriam falsos. Eles riram daquela história, mas três dias
depois, quando os homens armadosvoltarame abriram
fogo contra eles, só lhes restaram os olhos para chorar e os
dentes para ranger de ódio perante as autoridades judiciais.
Naquela manhã de julho de 1788, sentado no gabinete
do juiz que decidiria a sua sorte, Francisco foi atraído parao
jornal pousado na mesa do magistrado e aberto na página
dos anúncios. Buscava-seum diretor para um forte portu-
guês na Costa dos Escravos,ele leu, remuneração atraente,
liberdade total para quem aceitasse o posto para organizar
ne-
os seus próprios benefícios a serviço dos interesses dos
que a região conti-
gociantes portugueses, que precisavam
comércio
nuasse sendo administrada de modo a facilitar o
de escravos entre o golfo da Guiné e a colónia do Brasil,
sala do juiz, atravessar
Franciscoteve a ideia de fugir da to-
a finl de
Minas Gerais e fugir para o Rio ou para a Bahia

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mentavaln testo alimentado, bobagem, mas go«tariam de
mant&lo ali, pmlongando assim o senso de hospitalidade
o tal franciwo dizia tet vindo se estabelecerem
G)ehué,onde o aguardava importante posto, fato em que,
na ninguém acreditava.
Ingratidao, isso sim, murmuravam as jovens, excitadas
encantos e certos atributos do branco, elogiados pelas
mulheresque os visto e até apalpado quando o in-
tetizdormia. Mas também nesse ponto é difícil confiar nes-
ses detalhes «rtamente inventados para embelezar a fama
do português. No entanto, uma coisa era certa:
ele mesmo de longe.
Naqueleano de 1788,quando o tal FranciscoFélixde
originário de Salvador, Bahia, ouviu dizer que vagara
o posto de diretor de uma fortaleza na África,exatamente
na Costa dos Es«avos, a sua sjtuaçao era bem precária. Tis
tos, (Tias de penitenciárias, aos 34 anos ele já passara
muitas experiências e emoçOes fortes e a sua única e«pe-
rança era uma riqueza subita, sonho de qualquer desiludido
da vida, a fim de chegar à outra ladeira da existência entre.
gand0& aos prazeres e delicias de uma 'Oda de sibarita, nos
braçosde índias nuas e mouras encantadas, criaturas miste-
vestidasde vertnelho e deslizando frios no már-
more dos salOesdos seus palácios imaginários.
construía muitos desses palácios, sobretudo quando a
tortica;rrtava e se desesperava, lançando súplicas mu.
dO ao Deus do seu povo e itnpre€asOesassassinas ao seu
ultimo. um sujeito exibido, abandonara Coitnbra
pota tonuna 00 Brasilcom a agri€ultura tropical. Por
um os Pto•.lietatatnemas os desregramen•
e 1401idodesda vida na colónia logo 0 tintarn attoo•
xat a disciplina, OSO gnuito tetnpo
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utna dura
ESCRAVOS

Franciscotinha 20 anos quando o pai morreu. E desde en-


tão, confiando nas possibilidades imensas daquela terra que
o viu nascer, não deixou de provocar o destino. No entanto
a sua última desventura exaurira a seiva das últimas espe-
ranças que nutria. Sorokin, seu sócio, e dois outros malan-
dros que recrutaram como assistentes ao chegar a Minas
Gerais não tiveram a sua sorte: caíram mortos na poeira do
chão, sem entender de onde vinham as balas que os abate-
ram tão de imediato.
No início o negócio parecera rentável. Compraram a pre-
ço irrisório uma mina de ouro que lhes descreveram como
promissora. E que manteve a promessa. Mas pouco depois,
quando as primeiras pepitas surgiram dos tamises, apresen-
taram-sehomens armados para contestar o direito de pro-
priedade.A mina pertenceria a um riquíssimo homem de
negóciosdo local, e os documentos de Francisco e dos só-
cios seriam falsos. Eles riram daquela história, mas três dias
depois, quando os homens armados voltaram e abriram
fogo contra eles, só lhes restaram os olhos para chorar e os
dentes para ranger de ódio perante as autoridades judiciais.
Naquelamanhã de julho de 1788, sentado no gabinete
do juiz que decidiria a sua sorte, Francisco foi atraído para o
jornal pousado na mesa do magistrado e aberto na página
dos anúncios. Buscava-seum diretor para um forte portu-
guês na Costa dos Escravos,ele leu, remuneração atraente,
liberdade total para quem aceitasse o posto para organizar
os seus próprios benefícios a serviço dos interesses dos ne-
gociantes portugueses, que precisavam que a região conti-
nuasse sendo administrada de modo a facilitar o comércio
de escravosentre o golfo da Guiné e a colónia do Brasil,
Franciscoteve a ideia de fugir da sala do juiz, atravessar
Minas Gerais e fugir para o Rio ou para a Bahia a fim de to-

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1788, O INCOMPARÁVEL LUSITANO

mar um desses bergantins que ele sempre


vira partir para a
África. Assim partiria rumo à boa aventura,
pois já se conven-
cera de modo íntimo e peremptório de que
aquele posto lhe
fora reservado pelo destino, que afinal a sua
vida iria mudar,
em meio a negras de nádegas fartas e negros
beiçudos, que
ele venderia sem remorso, pois em todo caso
aquela gente
não tinha alma, como decretara a Santa Igreja
Católica. E ele,
por educação e natureza, confiava no julgamento
da Igreja.
Quanto tempo para entender onde estava a sua chance!
Afinal, não era um comércio como qualquer outro?
Diziam
que aquela gente era tão preguiçosa que apanhá-la e depor-
tá-la para os campos de cana, algodão e tabaco do Novo
Mundo significava dar-lhes a oportunidade de realizar algo
importante na sua vida tediosa. Ele sempre ouvira discursos
desse tipo, mas nunca prestara muita atenção. De repente,
sim, de repente ele acreditou ter descoberto uma lógica irre-
futável no negócio escravagista: não seria plausível que a
longo prazo esse tráfico acabasse fortalecendo a vil raça dos
negros?
Sim, refletiu ele, animado com a ideia de que se todos os
selvagens e canibais da Africa pudessem ser reduzidos à con-
dição de escravos, mais tarde os seus filhos constituiriam uma
nação, e nos abençoariam por tê-los tirado de um estado real-
mente degradante. Ele precisava partir para a África, mas an-
tes era necessário sair daquele gabinete, fugir da presença do
magistrado vingativo e dolicocéfalo que não parava de enca-
rá-lo, estirando as comissuras da boca num sorriso malévolo.
-----Está me ouvindo, senhor Francisco?
Não, ele não estava ouvindo. Não queria mais ouvir pes-
soa alguma, nem a sua mãe, cuja imagern lhe trazia à mente
um presságio incómodo, Ela morrera um ano depois do fa-
lecimento do marido. A pobre mulher náo sabia mais para
onde ir naquele Brasilimenso, implacável como uma mal-
dição. Ninguém para contrair segundas núpcias. É,verdade

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ESCRAVOS

que ali os colonos casavam com as mulheres da sua própria


raça, depois de se cansar de fornicar com as negras e sodo-
mizar os índios, mas a maioria preferia ir buscar esposa em
Portugal ou na Espanha. Na colónia as viúvas náo tinham
chance de serem acolhidas por outro homem, a menos que
tivessem herança gorda o bastante para justificar o novo
casamento. A mae de Francisco morrera em decorrência
desse desprezo com que eram tratadas as viúvas pobres; des-
de então Franciscosó ouvia o espírito da falecida, sempre
pronto a lhe martelar a cabeça com conselhos tolos e repre-
ensOesgentis, porém castradoras. E não é que assim que
pensou em vender os negros para civilizá-los aquele espírito
lhe soprou para não fazer isso? Não, francamente, chegaraa
hora de se libertar da moral dos fracos e conquistar o mun-
do de outro modo, submetendo a ferro ou veneno, se preci-
so fosse, todas as vontades contrárias aos seus propósitos.
— Acorde, senhor Francisco! Escrivão, dê água para ele
beber, pois está a ponto de desmaiar!
Os objetos à sua volta adquiriam relevos ondulados. Fran-
cisco Félix de Souza sentiu-se tonto, escorregando para um
abismo cuja consistência não conseguiria descrever. O pai e
a mãe vinham ao seu encontro: ele com os olhos turvos e os
órgãos genitais podres pela doença, ela num estado tão las-
timável que até Deus se envergonharia de tê-la criado mu-
lher. O líquido que lhe escorreu pela garganta era tão sur-
preendentemente fresco que quase doeu. Ele tossiu e depois
respirou ruidosamente. Voltara ao mundo dos vivos, mas
conhecera a felicidade do pensamento puro, da convicçá0
livre dos fingimentos, das tolices da moral que mantêm os
pobres acorrentados aos seus catres malcheirosos. Ficariari-
quíssimo na África, ainda que contra tudo e contra todos•
----Está me ouvindo, senhor Francisco? Vou lhe dar urna
oportunidade para se redimir. Abandone o Brasil,vá para
Portugal, para a Espanha, ou algum outro local, mas aban-

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1788, O INCOMPARÁVEL LUSITANO

done este lugar, caso contrário a oposição dos proprietários


das minas de ouro se abaterá sobre a sua pessoa. Que
ideia,
usurpar títulos de propriedade! Eu sei, o senhor já me disse
que não fez por mal. Mas os inimigos que arranjou aqui são
muito poderosos, mais poderosos do que a justiça, portanto
eu o aconselho a sumir.
Francisco balbuciou ideias vagas, malformadas.

Durante o curto instante da sua descida para o abismo, pen-


sara em assassinar o juiz e pular pela janela. Nunca matara,
nem quando vivera no sertão, enfrentandoos rigoresda
vida de cangaceiro. Mas pelo desejo de ir para a África,sim,
seria capaz de dar esse passo. E eis que a graça tocou aquele
pobre juiz cabeça de batráquio, de modos melífluos de jus-
ticeiro a serviço dos poderosos locais!Será que aquele juiz
pobre e ridículo sabia que acabara de escapar de morrer es-
trangulado?
Francisco levantou-se. Com um passo inseguro, porém
movido pelo ódio de seu próprio destino, da sua pobreza e
da dos pais, do juiz e dos indigentes em geral, dirigiu-se ao
homem da lei. Passou pelo escrivão sem ao menos olhá-lo.
Outro infeliz que deveria ser exterminado para acabar com
a sua vida miserável.
O juiz continuava sorrindo, com as comissuras dos lábios
enrugados num vinco perverso e arrogante. Francisco parou
diante dele, agarrou-o brutalmente pelo colarinho e abraçou-
o gulosamente. No seu olhar não havia o menor sentimento
de gratidão, mas sim lágrimas de raiva, para protestar contra
o paternalismo da decisão da justiça. Ele gostaria de ter sido
condenado, e ainda assim ter fugido rumo ao seu destino
africano. Ao contrário, o trataram como o pobre homem que
de fato era, fora tratado com piedade, e isso, ele jurou para si
mesmo, jamais se repetiria.

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ESCRAVOS

Foi esse o homem que desembarcou naquela manhade


julho de 1788 na praia de Glehué, desnutrido e cansadoda
travessia. Na chegada, ninguém para recebê-lo. O capitão
do AquileAoro,navio negreiro que fazia cabotagemparaa
baía de Porto Seguro, atirara-o rumo ao litoral, deixando-o
aos cuidados de uns pirogueiros que o levaram até a terra
firme, onde ele afinal desabou. Os negros que o salvaram
nào entoaram o hino que ele compusera durante a viagem
para o litoral africano:

Tu és o incomparável lusitano
O algarviense d'aquém e d'além-mar.
O árabe, o indiano, o persa, o chefe da Guiné,
O Grande Senhor das terras africanas,
Do Congo, do Manicongo e de Zafolo.

Os povos daqui, em geral capazes de ler a vontade de um


homem através do seu olhar, nada leram no olhar daquele
homem branco de olhos apagados de cansaço e do sol ma-
rinho, que repetia sem cessar, como um papagaio:Quero
descerna praça João Batista.
Inicialmente foi nomeado assistente do administrador
se-
temporário do forte, no mesmo ano da sua chegada, em
e em menos de dez
guida foi encarregado do livro contábil,
fortaleza,
anos Francisco Félix de Souza assumiu a direçáo da
povoou a sua
se impôs como sério rival à autoridade do rei,
que seduziuou
residência com umas cinquenta mulhere«
comércio de escra-
que os chefes do litoral, seus parceiros no passou
vos, lhe ofereciam em sinal de dedicação e amizade.
inteligétl-
a ser chamado Chachá, que significa vivacidade e
corn
cia, forma de reconhecer e homenagear a rapidez
conquistava mulheres, honrarias e riquezas.

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