2018 TCC

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1

CENTRO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FERNANDA SIMÕES SMANIO

CONTABILIDADE NA GESTÃO AMBIENTAL


Procedimentos e Princípios

RIO DE JANEIRO

2018.1

5
FERNANDA SIMÕES SMANIO

MATRÍCULA Nº 13110055

CONTABILIDADE NA GESTÃO AMBIENTAL


Procedimentos e Princípios

Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina


de Trabalho de Conclusão de Curso do curso
de Ciências Contábeis da Universidade
Cândido Mendes como pré-requisito a
obtenção de grau de Bacharel em Ciências
Contábeis.

ORIENTADOR: PROF.º MARCOS PEDRO

RIO DE JANEIRO

2018.1

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FERNANDA SIMÕES SMANIO

MATRÍCULA Nº 13110055

CONTABILIDADE NA GESTÃO AMBIENTAL

Procedimentos e Princípios

Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso do curso de


Ciências Contábeis da Universidade Cândido Mendes como pré-requisito a obtenção de grau
de Bacharel em Ciências Contábeis.

BANCA AVALIADORA

MARCOS PEDRO

RIO DE JANEIRO

2018.1

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus que
iluminou o meu caminho durante esta caminhada, a
todos os professores que acompanharam minha
graduação, em especial ao Prof. Marcos Pedro,
responsável pela realização deste trabalho, aos meus
pais pelo incentivo a apoio constantes, aos meus
amigos, porém em especial a Pamela Miranda,
obrigada por toda paciência e principalmente pelo
carinho.

4
5

“Aqueles que se sentem satisfeitos sentam-se e nada fazem. Os insatisfeitos são


os únicos benfeitores do mundo. ”
(Walter S. Landor)

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RESUMO
SMANIO, F. S. Contabilidade na Gestão Ambiental. Monografia (Graduação em Ciências
Contábeis). Ciência Contábeis da Universidade Cândido Mendes – Unidade Centro: Rio de
Janeiro, 2018.

A intervenção do ser humano sobre a natureza, estando assim o mesmo envolvido, tem
feito com que se debata e realize cada vez mais ações que, ao visualizarem o fator ambiental,
visem não comprometer a qualidade de vida das nossas gerações futuras. O desenvolvimento
progressivo das entidades sobre este assunto, ao longo do tempo, destacou uma preocupação
dos sistemas produtivos sob uma visão eficiente e eficaz.
O processo decisório nas empresas sofre limitações cada vez mais rigorosas, ficando
evidente que um dos componentes importantes dessa reviravolta acontecer, são mudanças no
modo de pensar e agir.
Acontece um equívoco na divulgação deste tema, e ocorre então voluntariamente de
forma crescente, mas não de forma constante. As entidades só divulgam as informações
referentes ao tema que lhe convém, ou seja, aspectos positivos; deixando assim uma pseudo
consciência ambiental.
Este trabalho vai procurar demonstrar que a preocupação com o meio ambiente tem
que ser um forte aliado das empresas e organizações. Nesse enfoque vem a Contabilidade
Ambiental, que pode ser aplicada dentro das empresas diante de pequenos gestos dos
administradores, gestores e partes interessadas.
Para este trabalho também foram realizadas pesquisas de fontes oficiais
governamentais Nacionais (CPC e IBRACON). Adicionalmente contempla um mapeamento de
algumas partes da Legislação Brasileira referente aos tributos ambientais e a convergência com
a Ciência Contábil.
Demonstrarei dois estudos de caso real de duas empresas brasileiras e suas abordagens
de Gestão Contábil Ambiental. As conclusões vão procurar trazer um diagnóstico do cenário
Brasileiro para o tema, o ponto de melhoria para a adoção da Gestão Contábil Ambiental,
modelos adotados no Brasil e uma análise Econômica acerca da Gestão Ambiental nas
empresas.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
SGR – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
ONU – ORGANIZAÇÃO DS NAÇÕES UNIDAS
TQEM – GERENCIAMENTO AMBIENTAL DE QUALIDADE TOTAL
PNAM – POLITICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
CMMAD – COMISSÃO MUNDIAL PARA O MEIO AMBIENTE E O
DESENVOLVIMENTO
UFSC – UNIDEVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
IDA – INDICADOR DE DESEMPENHO AMBIENTAL
IDO – INDICADOR DESEMPENHO OPERACIONAL
IDG – INDICADOR DE CONDIÇÃO AMBIENTAL
ICA – INDICADOR DE CONDIÇÃO AMBIENTAL
PNUMA – PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE
ANEFAC – ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EXECUTIVOS DE FINANCAS,
ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
FIPECAFI – FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISA CONTABEIS ATUARIAIS E
FINANÇAS
P4P – PROJETO QUARTA PELOTIZAÇÃO
FCPA – FOREIGN CORRUPT PRACTOCES ACT
TCSA – TERMO DE COMPROMISSO SOCIOAMBIENTAL
LO – LICENÇA DE OPERAÇÃO
TAC – TERMOS DE AJUSTES DE CONDUTA
TCA – TERMOS DE COMPROMISSO AMBIENTAL

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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 10
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................................ 12
1.1 - Contabilidade Gerencial ............................................................................................................ 13
1.2 - Visão Sistêmica das entidades .................................................................................................. 16
1.3 - Legislação voltada para a Contabilidade na Gestão Ambiental ................................................ 21
1.4 - Desenvolvimento econômico sustentável gerando benefícios rentáveis ................................... 24
1.5 - Conceitos e aplicabilidade na Contabilidade na gestão Ambiental ........................................... 27
2.0 PRÁTICA ADOTADAS NA CONTABILIDADE DA GESTÃO AMBIENTAL ......................... 30
2.1 - A Gestão Ambiental e a sustentabilidade no cotidiano das empresas ....................................... 30
2.2 - Ativo Ambiental (Bens e Direitos)............................................................................................ 31
2.3 - Passivo Ambiental (Obrigações) ............................................................................................... 32
2.4 - Receitas Ambientais (Prestação de Serviços e venda de produtos elaborados por meio do
reaproveitamento etc.) ....................................................................................................................... 33
2.5 - Custos e Despesas ambientais (Consumo de ativos relacionados à área ambiental) ................. 34
3.0 ESTUDO DE CASO E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ....................................35
3.1 Demonstração do Resultado do Exercício ......................................................................36
3.1.1 - Demonstração do Fluxo de Caixa ..............................................................................37
3.1.2 - Balanço Patrimonial ...................................................................................................38
3.1.3 - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ................................................38
3.1.4 - Demonstração do Valor Adicionado ..........................................................................38
3.2 - Aspectos ambientais no Balanço e onde encontrá-los na Demonstração de Resultados ........... 39
3.3 - Indicadores de desempenho ambiental como exemplo de aplicação da CGA........................... 41
3.4 - Estudo de caso – SAMARCO MINERAÇÃO..............................................................44
3.4.1 - Estratégia e Gestão .................................................................................................47
3.4.2 - Gestão de riscos ......................................................................................................48
3.4.3 - Destaque Financeiros .............................................................................................48
3.4.4 - Resultados financeiros............................................................................................49
3.4.5 - Desempenho Socioambiental .................................................................................51
3.4.6 - Iniciativas ambientais .............................................................................................52
3.4.8 - Demonstrações de Resultados ................................................................................54
3.4.9 - Demonstração Financeira abrangente ....................................................................54
3.4.10 - Demonstração do Fluxo do Caixa ........................................................................55
3.4.11 - Ativos e Passivos..................................................................................................56
3.4.12 - Tributos a receber .................................................................................................57
3.4.13 - Tributos a recolher ...............................................................................................58

8
CONCLUSÃO ..........................................................................................................................59
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..........................................................................................61

9
INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento da tecnologia e avanço industrial houve se a necessidade de
adaptar as empresas para que não tivesse muita agressão ao meio ambiente, devido a isso
surgiram Leis para que as empresas se adaptassem com responsabilidade para manter sempre o
meio ambiente livre de agressão.
Antigamente as empresas apenas tinham o objetivo de crescimento e lucro, porém, com
tantos prejuízos e agressões ao meio ambiente houve a conscientização ambiental, através da
educação ambiental, a responsabilidade social, várias gestões socioambientais visando
minimizar o impacto ambiental.
Devido a toda repercussão na preservação do meio ambiente, teve a obrigatoriedade e
surgimento da Contabilidade na Gestão Ambiental, sendo um instrumento de registro, controle
e de informações com o objetivo de fornecer informações úteis e de controle para que tenha
baixo impacto no meio ambiente.
Este presente trabalho propõe e mostra a importância da contabilidade Ambiental, como
sendo um instrumento importante para a Gestão Ambiental, e sendo o diferencial no mundo
competitivo da empresa, que sempre busca manter o equilíbrio entre o desenvolvimento
econômico de suas atividades e a utilização dos recursos do nosso meio ambiente.
Podemos destacar que a preservação e a recuperação do meio ambiente são relatadas
através da Contabilidade Ambiental, sendo que sua finalidade é coletar, evidenciar e mensurar
os gastos e todo o investimentos ambientais das empresas e auxiliar todos os gestores nas
decisões corretas permitindo que todos tenham acessos a essas informações da empresa.
O surgimento da Contabilidade Ambiental na década 70 se deve pelo aparecimento de
problemas ambientais, notando assim o valor da preocupação e foco para melhoria do mesmo,
efetuando assim a contabilização dos seus benefícios e seus prejuízos que o desenvolvimento
de um determinado produto poderia causar ao meio ambiente, sendo assim, surgiu várias ações
planejadas para desenvolver projetos com a intenção de preservar o meio ambiente.
Aqui no Brasil foi abordado esse assunto desde 1800, criando algumas leis e tratados
para regular o uso dos recursos naturais e definir investimentos na manutenção/preservação do
meio ambiente, tento um maior impacto mesmo em 1930, pois tornou se evidente a necessidade
de atender ao desenvolvimento econômico e social para a melhoria do meio ambiente.
Com uma grande demanda de entidades a favor da preservação ambiental adotando a
Contabilidade na Gestão Ambiental foram feitas leis e diretrizes para a preservação do mesmo,
adaptando a responsabilidade das empresas favoráveis a preservação e manutenção do meio
ambiente. A Legislação Ambiental Brasileira e bastante ampla, sendo um conjunto variado de

10
dispositivos e instrumentos legais que avalia a regulamentação tanto de proteção, como de
controle e Gestão Ambiental, podemos citar a Lei nº 6.938/81que estabelece a Política Nacional
do Meio Ambiente, há também a Resolução n. 1.003 de 19 de agosto de 2004 que aprova a
NBC T 15 sendo uma norma técnica que traça as diretrizes que torna obrigatório do profissional
Contador Ambienta para realizar o Balanço Ambiental, isto é, o dever do Contador da Gestão
Ambiental que divulga informações de natureza social e ambiental das responsabilidades da
empresa.
Esse presente trabalho tem como objetivo geral avaliar e expor a importância do
profissional contador na Gestão Ambiental e as empresas que utilizam a Contabilidade
Ambiental. Pretende-se também como objetivos específicos demonstrar o uso da Contabilidade
Ambiental como forma para preservação do meio ambiente, demonstrar todas as vantagens do
seu uso e identificar como instrumento de estratégia e planejamento de diferenciação entre as
empresas.
Foi utilizado nesse trabalho a metodologia de pesquisa bibliográfica com a utilização de
artigos, livros, monografias, teses relacionados com Contabilidade Ambiental e Gestão
Ambiental.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Contabilidade não tem apenas o papel de evidenciar a situação patrimonial e a


evolução financeira das entidades, com o decorrer da evolução das empresas devido à grande
competitividade do mercado de trabalho têm cada vez mais chamado atenção o controle dos
impactos ambientais. O objetivo da Contabilidade acaba por não apenas restrito organização
financeira, os investimentos realizados, as despesas e as obrigações das entidades, com essa alta
competitividade entre os mesmo os Sistema de Gestão Ambiental (SGA) tornou-se um grande
aliado das organizações buscando manter seus processos, os seus aspectos e os impactos
ambientais sob controle, a Contabilidade tem que acima de tudo também demonstrar de uma
forma sucinta e clara as organizações sua interação com o ambiente que situa, informando os
seus investimentos realizados, as suas despesas e as obrigações adquiridas em benefícios do
meio ambiente, sendo tanto no sentido de evitar a sua degradação quanto nos gastos para
recuperação das agressões ali praticadas contra a natureza e o meio ambiente (KRAEMER
2004).
Para aprofundar a importância sobre a Contabilidade Ambiental temos de entender o
significado de Ciências Contábeis, que define como uma ciência social que através da relação
entre o homem e sua riqueza, ou seja, uma das áreas de grande conhecimento específico sendo
responsável por organizar e cuidar das finanças de uma organização, através de registro e do
controle das despesas, receitas e dos lucros, sendo a área que coordena e monitora o registro de
negócios, como vendas, compras, os investimentos e as aplicações da mesma, portanto deve se
criar um vínculo entre o homem, sua riqueza e o meio ambiente, a Contabilidade Ambiental
favorece como um mecanismo de tratamento entre as relações econômicas e as riquezas ligada
ao meio ambiente (KRAEMER 2004).
É de conhecimento universal que os recursos naturais são limitados, comprometendo o
equilíbrio ecológico do nosso planeta, tendo base nessa informação de grande relevância a
Contabilidade Ambiental, tornou se a ciência que apresenta condições de forma sistemática
registros e controles contribuindo de forma positiva a proteção ambiental com vários dados
econômicos e financeiros (PRAZERES, GOMES, AZEVEDO 2002).
“[...] assim, as empresas começam a apresentar soluções para alcançar o
desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo, aumentar a lucratividade de
seus negócios. Neste contexto, gestão ambiental não é apenas uma atividade
filantrópica nem apenas tema para ecologistas e ambientalistas é sim uma
atividade que pode propiciar ganhos financeiros para as empresas. A
administração, com suas novas concepções, dentre elas a dimensão da gestão
ambiental, está sendo considerada uma das principais chaves para solução

12
dos mais graves problemas que afligem o mundo moderno. ” (PRAZERES,
GOMES, AZEVEDO 2002)
A Contabilidade na Gestão Ambiental se tornou importante e fundamental para as
organizações, adotando várias medidas efetivas para a conservação e preservação do meio
ambiente, sua abordagem social obriga as empresas a participar ativamente de pesquisa
informando os eventos realizados pela mesma que pode afetar o meio ambiente,
simultaneamente, cuidar para que haja apenas resultados positivos (PRAZERES, GOMES,
AZEVEDO 2002).
A Contabilidade Ambiental surgiu no ano de 1970 quando perceberam que os problemas
ambientais deveriam ter um pouco mais de atenção, efetuando a contabilização dos benefícios
e prejuízos que o desenvolvimento de um determinado produto/serviço poderia trazer ao meio
ambiente. Sendo um conjunto de várias ações planejadas para desenvolver projetos levando em
conta apenas a preocupação com o meio ambiente (SOUZA, MIRANDA 2011).

1.1 - Contabilidade Gerencial

A Contabilidade Gerencial serve para fornecer informações a gerentes para utilizar na


sua organização. “Criar valor por meio de valores” lema utilizada na Contabilidade Gerencial,
significa que deve se manter um compromisso com valores éticos quando utilizados para
influenciar decisões que criam valor para as partes interessadas nas organizações, tornando
parceiros estratégicos compreendendo os aspectos financeiros e operacionais dos negócios,
analisando essas responsabilidades em termos de lucros – demonstrações contábeis, pessoas –
aprendizagem e satisfação dos funcionários, processos – foco na satisfação do cliente, e do
planeta – gestão ambiental e sustentabilidade (GARRISON, NOREEN, BREWER 2013).
Na Contabilidade Gerencial, como apresentado no TABELA 01 abaixo, os gerentes
auxiliam na realização de três atividades importantes: planejamento, controle e tomada de
decisões.

13
TABELA 01- Contabilidade Gerencial
Divulga informações para gerentes da organização com o
propósito de: planejamento; controle e tomada de decisões;
Enfatiza decisões que afetarão o futuro
Enfatiza a relevância
Enfatiza fazer as coisas no tempo hábil
Enfatiza relatórios no nível do segmento
Não tem necessariamente que seguir os GAAP/IFRS
Não é obrigatória
GARRISON, NOREEN, BREWER 2013
• Planejamento: estabelecer objetivos e especificar suas formas para alcança-las;
• Controle: processo de coletar feedback garantindo que o plano tenha sido executado
adequadamente ou se necessário modificar;
• Tomada de decisões: selecionar uma ação dentre as alternativas concorrentes (GARRISON,
NOREEN, BREWER 2013).
Com todo esse conhecimento sobre a Contabilidade Gerencial, voltamos ao ponto
chave, a Contabilidade na Gestão Ambiental, pois tendo o planejamento, o controle e as
tomadas de decisões os gestores podem investir no setor ambiental, tendo a ideia de que é
necessário investir muito com recursos para atingir os objetivos de preservação ambiental,
levando em consideração que os retornos tanto financeiros quanto os ambientais não serão de
resultados imediatos sendo a longo prazo seus benefícios.
“0 conflito entre o investimento financeiro e o retorno que será alcançado com a
implantação um sistema de gerenciamento ambiental desmembrado entre o aspecto lucrativo
e o ecologicamente saudável, pode vir a prejudicar o desempenho econômico da empresa,
inicialmente devido aos efeitos dessas mudanças”, porém com gestores adequados e treinados
com objetivos e foco no Gerenciamento da Contabilidade Ambiental pode estabelecer objetivos
visando um equilíbrio nas despesas e lucros, fornecendo informações da sua organização para
controlar o patrimônio, avaliação do desempenho e tomada de decisão do mesmo, e a
Organização das Nações Unidas (ONU) por meio de normas contábeis, que enfatiza a
contabilização dos elementos de proteção e da recuperação ambiental visando o desempenho
ambiental. Com a exposição dos ativos, passivos, despesas, custos e receitas ambientais, sendo
tanto no balanço patrimonial ou na demonstração em parte mostrando a sociedade seus
compromissos com a preservação do meio ambiente (VEGINI 2007).

14
Contabilidade Ambiental

Passivo Ambiental

Ativo Ambiental Receita Ambiental

Custo Ambiental

SOUZA et al 2015
• Ativo Ambiental: são bens e direitos adquiridos pela organização com a finalidade de
promover a preservação, controle e/ou recuperação ambiental;
• Passivo Ambiental: é o prejuízo ou danos ao meio ambiente causado pelas empresas no
decorrer de suas atividades industriais;
• Despesas Ambientais: é o gasto geral estando relacionado diretamente ao meio ambiente
não estando ligado com o processo produtivo da empresa;
• Custos Ambientais: é o consumo dos recursos empregados pela empresa no processo
produtivo com o intuito de aliviar, monitorar e prevenir os danos no meio ambiente;
• Receitas Ambientais: são recursos provenientes da venda e comercialização de produtos
reciclados como matéria-prima para outras atividades podendo ser reutilizados no processo
produtivo da própria empresa. (SOUZA et al 2015).
No TABELA 02 podemos observar os conceitos e objetivos sobre Contabilidade
Gerencial, deixando bem evidente que os gestores que tem informações úteis, analisa e prepara
a empresa, estando sempre a par das informações financeiras e não-financeiras e tendo auxílios
de todos os departamentos, com todo esse auxílio sempre haverá um feedback positivo e o
crescimento da organização é garantida (FREZATTI, AGUIAR, GUERREIRO 2007),
demonstrando assim que influencia na Gestão Ambiental também, mas que com foco,
organização e objetivo toda empresa pode e deve fazer sua parte na preservação do meio
ambiente e com lucro significativo.
TABELA 02
Fontes Conceito/objetivo sobre Contabilidade Gerencial
Anderson, Needles e Processo de identificação, mensuração, acumulação, análise,
Cadwell (1989) preparação, interpretação e comunicação da informação
financeira usada pelos gestores para planejamento, avaliação e
controle. A informação financeira possibilita aos gestores, de
um lado, o uso apropriado de recursos, de outro lado, a
prestação de contas (accountability) decorrente desse uso.

15
Louderback et al. Prover informações para dar apoio ás necessidades dos
(2000) gestores internos da organização.
Anthony e Welsch Fornecer informações úteis para os gestores, que são pessoas
(1981) que estão dentro da organização.
Hansen e Mowen Identificar, coletar, mensurar, classificar, e reportar
(1997) informações que são úteis para os gestores no planejamento,
controle e processo decisório.
Horngren, Foster e Medir e reportar as informações financeiras e não financeiras
Datar (2000) que ajudam s gestores a tomar decisões, para atingir os
objetivos da organização.
Horngren, Sundem e Projeto de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar,
Stratton (2004) interpretar, e comunicar informações que auxiliem os gestores
a atingir objetivos organizacionais.
FREZATTI, AGUIAR, GUERREIRO 2007

1.2 - Visão Sistêmica das entidades

Toda empresa no seu âmbito de sucesso, passou por várias etapas, vários planejamentos,
pois as empresas para que funcione com total harmonia deve haver planejamento, e uma
administração impecável com contabilidade financeira e gerencial auxiliando no bom
desempenho da mesma. As organizações não devem trabalhar a base da improvisação, tendo
que ser tudo planejado. O planejamento é a primeira função administrativa de uma entidade, a
função administrativa defini objetivos a atingir e como fazer para alcança-los (SILVA, FILHO
2011).
No planejamento empresarial é de grande relevância o envolvimento não apenas dos
gestores, mas de todos que são envolvidos tanto com ações presente ou com ações futuras, isso
se torna necessário para que todos se comprometam com o mesmo objetivo da empresa a
realizar as metas expostas e tenham total conhecimento de todos elementos que norteiam o
trabalho com o maior número de pessoas estejam alinhados com a estratégia da organização.
Quanto maior a capacidade do planejamento melhor se torna os resultados em relação aos
objetivos e metas estabelecidas (SILVA, FILHO 2011).
Todas as organizações fazem parte da população, elas não existem isoladamente, de um
modo geral, as organizações dependem uma das outras para poderem sobreviver e se
competirem de um mundo complexo de empresas. Toda entidade deve conhecer seu ambiente
interno que torna de uma forma mais fácil o comportamento e entendimento de sua equipe, e o
seu ambiente externo sendo composto por outras organizações, a sociedade, outros países, isto
é, o mundo dinâmico e globalizado no qual vivemos (CHIAVENATO 2014).

16
No QUADRO 01 abaixo segue uma estrutura de uma visão mais didática de
compreensão de como é dividida uma entidade levando em consideração quatro diferentes
ambientes (CHIAVENATO 2014).

QUADRO 01

16. Introdução ao comportamento organizacional


17. O mundo das organizações
18. As organizações e sua administração

12. Diferenças individuais e personalizadas


13. Percepção, atribuição, atitude e decisão
14. Motivação e engajamento
15. Qualidade de vida no trabalho
Pessoas

7. Grupos e equipes – Comportamento grupal e


intergrupal
8. Equipes e empowerment
9. Poder, política e liderança
10. Estresse, conflito e negociação
11. Qualidade de vida no trabalho

Grupos e 3. Desenho Organizacional


Equipes 4. Cultura Organizacional
5. Mudança e desenvolvimento organizacional
Dinâmica 6. Conhecimento corporativo e organizações de
Organizacional aprendizagem

1. As organizações em um mundo em constante


Dinâmica mudança e transformação
Ambiental 2. Estratégia Organizacional

CHIAVENATO 2014
• Pessoas: são os que participam da empresa e realiza as diferentes tarefas e níveis de
atividades;
• Grupos/equipes: são as pessoas que compõe as atividades de maior complexidade que exige
o trabalho em grupo;
• Ambiente interno: envolve todo o sistema organizacional, de um lado tem os aspectos
estruturais e do outro os aspectos dinâmicos e vivencias;
• Ambiente externo: envolve o ambiente social, econômico, cultural, tecnológico,
demográfico e ecológico que influencia no seu funcionamento. (CHIAVENATO 2014).
Com toda estratégia, planejamento, objetivo e foco no crescimento empresarial, a
empresa notou que com os avanços tecnológicos, as mudanças no mercado de trabalho e no
ambiente externo notou-se a necessidade de serem flexível e modificável para o melhor no
futuro em relação ao meio ambiente. Os conceitos de planejamento juntamente com a percepção

17
de mudança tomaram se a iniciativa de considerar a Gestão Ambiental, dando assim um maior
foco e ênfase na Contabilidade da gestão Ambiental.
No Brasil os pensamentos sobre as questões ambientais estão sendo discutidas desde
1800, foram criadas algumas leis e tratados para tentar regular o uso de recursos naturais e por
ora definir investimentos na manutenção/preservação do sistema. O planejamento Ambiental
propriamente dito tem maior peso em 1930, quando ocorre conflitos por água, terra, recursos
biológicos e energético tornando evidente a necessidade de atender um desenvolvimento
econômico e social para a melhoria do meio ambiente (SILVA, FILHO 2011).
“Nestes últimos trinta anos, desde a Conferência de Estocolmo de
1972 que inseriu a questão ambiental de forma prioritária e definitiva na
agenda internacional, os problemas ambientais mudaram de significado e
importância, e estão cada vez mais presentes nos diferentes elementos que
influem nas decisões empresariais. No que se refere à importância, é nítido
ver a incorporação crescente das preocupações ambientais em todas as
grandes questões estratégicas da sociedade contemporânea, algo que não
ocorria há algumas décadas. ” (SOUZA 2002)
Com a gravidade do assunto as entidades empresarias passaram a ter uma visão
sistêmica em relação ao assunto, as dimensões econômicas e mercadológicas em relação as
questões ambientais tornaram cada vez mais relevantes. É notável através das mídias destinada
ao público empresarial e financeiro o vínculo criado das empresas e dos mercados em questão
ambiental cada vez maior, mais positivo e explícitos. Em termos de significado a questão
ambiental passou a não mais ser tratada como um assunto qualquer nos meios empresariais,
mas sim um assunto de grande impacto, de acordo com SOUZA 2002 “ [...] Com o passar dos
anos, sobretudo a partir da década de 80, o surgimento de novos conceitos - como o
Desenvolvimento Sustentável e o Ecodesenvolvimento no campo das teorias de
desenvolvimento, e a Produção Mais Limpa e o Gerenciamento Ambiental da Qualidade Total
(TQEM) no campo empresarial, dentre outros - foi acentuando os vínculos positivos entre
preservação ambiental, crescimento econômico e atividade empresarial [...]”. Dessa forma as
questões ambientais crescentemente incorporadas aos mercados e as estruturas sociais e
regulatórias da economia tornou um elemento considerado parte das estratégias de crescimento
empresarial.
No TABELA 03 temos a evolução desde a década de 70 até uma visão futura para o ano
de 2020 a evolução na preocupação com o meio ambiente e sua evolução, desde o comando e
controle até a Gestão de conhecimento na atualidade.

TABELA 3
Tópicos 1970 1980 1990 2000-2020
Comando e Controle Instrumento de Abordagens Gestão do
Mercado Híbridas Conhecimento

18
• Controle da poluição nas • Controle no início da • Controle e • Negócio sustentável e
Foco indústrias prevenção prevenção estimulo para os
integrados processos de inovação
1.

• Extensa legislação • Taxas e permissões • Prevenção da • Legislação como


sobre os limites de cada para polui poluição por oportunidades
fonte poluidora (abordagem de todos os • Processos integrados
• Taxar a empresa que custos) membros da com as necessidades
polui (ligada ao • Poluidor paga; sociedade ambientais
Meios

conceito de • Externalidade com • Esforços de • Revisão do conceito de


externalidade com base base local integração nas externalidade com
local) empresas base local
2.

• Crítica ao
conceito da
externalidade
com base local
• Visão da capacidade de • Redução do Estado • Revisão das • Cultura de negócios
regulamentação Previdência e do políticas rumo ao
• Visão restritiva da papel regulador do ambientais do desenvolvimento
legislação ambiental Estado Estado sustentável e a
• Visão restritiva da • Discurso sobre as responsabilidade
legislação ambiental responsabilidades socioambiental
sociais das
Influências

empresas
exercidas a partir
da missão,
cultura, objetivos
e quadro de
3.

valores
explicitamente
comprometidos
com o meio
ambiente
• Cumprir apenas a • Legislação normativa • Cultura • Todos os níveis das
legislação • Consumidor conservadora em organizações
• Pouca integração entre interessado apenas no alguns segmentos envolvidos nas
matriz e filial preço das empresas políticas ambientais
1. Principais barreiras

• Pequena articulação de • Pequena articulação • Início da gestão • Integração da gestão


gestão ambiental com da gestão ambiental ambiental na ambiental concluída na
negócio com o negocio cadeia cadeia fornecedor-
• Consumidor interessado • Pouca integração fornecedor- cliente
apenas no preço entre matriz e filial cliente • Maior aproximação
• Envolveu apenas as • Inicio de das políticas de P&D,
empresas poluentes aproximação das produção e gestão
políticas de P&B, ambiental entre matriz
produção e gestão e filial
ambiental entre
matriz e filial
• Gestão fim de tubo • Manutenção de • Revisão da gestão • Superação da gestão
(tratar e dispor os gestão fim de tubo fim de tubo fim de tubo
Políticas concretas

poluentes após o fim da • Permissões com • P&D integrado • Telecomunicações


produção, sem interferir poucos resultados com as políticas atuando na cooperação
sobre os processos) mesmo na OECD ambientais intrafirmas e trabalho
• Tentativa de • Emprego das de rede
organização de um certificações • Certificações
mercado de regulação • Estratégias de integradas com a
comunicação missão e os objetivos
com da companhia;
5.

19
compromissos • Ampla participação da
ambientais alta gestão
relativamente
mais claros
• Desenvolvimento • Indústria • Cinco • Políticas de
da indústria ambiental ambiental na OECD pontos de gestão longo prazo para a cadeia
• Primeiros • Integração das ambiental produtiva
mecanismos de redução da agências reguladoras no aproximam pessoas • Integração entre
poluição nas industrias plano nacional (incluindo a gestão as agências reguladoras
• Origem das • Marketing de resíduos no plano internacional
agências reguladoras de ambiental (apenas na residenciais), • Marketing
meio ambienta diferenciação de empresas ambiental efetivo
produtos) (substituição de • Práticas de
• Primeiras matérias-primas, gestão ambiental em toda
experiências de P&D redução do a cadeia de suprimentos
Inovações

com os negócios consumo de energia • P&D


ambientais e de processos), incorporado ás ações
• Certificação ONGs e Estados ambientais
Ambientais e Selos dos processos de
prevenção
6.

Verdes
ambiental
• Inicio do
marketing
ambiental que
integra as
necessidades dos
consumidores com
as práticas
ambientais
• Ênfase na legislação • Pequeno número de • Dificuldade na • Dependência
reduziu o estimulo para permissões para integração entre tecnológica
inovações ambientais poluir não foi capaz as diversas • Maior implantação do
nas fabricas de gerar um mercado políticas de marketing ambiental
Problemas

isoladamente • Marketing ambiental gestão • Forte disputa em


• Poucas relações de P&D restrito a pequenas • Marketing relação a direitos e
com negócios diferenciações ambiental ainda patentes
ambientais e marketing • Poucas relações de não totalmente • Barreiras informais no
corporativo P&D com negócios implantado comercio exterior com
7.

ambientais base em justificativas


ambientais
• Relatório de impactos • Gestão de riscos, • Certificações • Ecodesign (envolve o
ambientais eficiência energética, • Produção mais design para a produção
(licenciamento recuperação limpa (estratégias ambiental combinado
ambiental) ecológica ambientais com a saúde e a
• Leilão dos direitos de integradas a segurança durante todo
poluir produtos, o ciclo de vida dos
• Analise de processos e processos da empresa)
viabilidade serviços) • Produção limpa
Ferramentas

• Análise do ciclo (avanço qualitativo em


de vida relação á produção
(ferramenta de mais limpa) envolve
decisão com base quatro princípios
no exame básicos: precaução,
sistêmico da prevenção, integração
8.

produção desde e controle democrático


as matérias- por parte da sociedade
primas, aceitação • Ecoeficiência
do mercado e (estratégia que integra
disposição dos as ações ambientais e
produtos)

20
• ISO 14.000 todas as áreas da
empresa)
• Reativo • Ofensivo • Transição • Inovativo (proativo)
• (Apenas cumpre a (Pequenas mudanças
(Mudança de (Antecipa problemas,
legislação, sem nos processos
cultura efetivas desenvolve processos e
preocupação com o produtivos, pouca
rumo a critérios produtos
Perfil

meio ambiente) integração entre gestão


ambientalmente ambientalmente corretos
ambiental e negócios)
sustentáveis e com enfoque estratégico)
investimentos
9.

orientados para
objetivos
POLIZELLI, PETRONI, KRUGLIANSKAS 2005
Para OLIVEIRA, SERRA 2009 os projetos que valorizam o meio ambiente tornaram
importante e devem mudar décadas de negligencias ambientais, modificando os processos que
causaram grande impactos ambientais, sendo assim aos poucos está sendo introduzidas e
aplicadas nas empresas os projetos ambientais. E dentre esse assunto sobre a manutenção e
melhoria no meio ambiente destacamos a grande importância da Gestão ambiental.
"Gestão ambiental envolve planejamento, organização, e orienta a
empresa a alcançar metas [ambientais] especificas, em uma analogia, por
exemplo, com o que ocorre com a gestão de qualidade. Um aspecto relevante
da gestão ambiental é que sua introdução requer decisões nos níveis mais
elevados da administração e, portanto, envia uma clara mensagem à
organização de que se trata de um compromisso corporativo. A gestão
ambiental pode se tornar também um importante instrumento para as
organizações em suas relações com consumidores, o público em geral,
companhias de seguro, agências governamentais, etc." (NILSSON, 1998).

1.3 - Legislação voltada para a Contabilidade na Gestão Ambiental

Com a grande demanda de empresas a favor da preservação adotando a Contabilidade


na Gestão Ambiental tornou necessário a adoção de políticas e diretrizes da Gestão Ambiental.
A adoção das políticas ambientais, ao contrário do que imaginavam que se tornaria uma
desvantagem financeira, transformou num importante diferencial competitivo, ou seja, os seus
produtos obtidos de processos e componentes que são favoráveis à preservação e manutenção
do meio ambiente tomaram força no mercado, exigindo assim das empresas informações sobre
a origem e a forma de obtenção dos produtos que são oferecidos aos consumidores
(GUIMARÃES 2014).
Com toda essa globalização da preocupação com o Meio Ambiente e a intervenção
industrial no mesmo, a contabilidade é um importante instrumento na evidenciação e
divulgação dos efeitos dos custos e as receitas consequente da adoção de investimentos
sustentáveis dos resultados e no patrimônio das empresas. Justo que a Gestão Ambiental
envolve nas decisões difíceis e de considerável impacto no empreendimento torna-se inevitável
o conhecimento da legislação que aplica as questões ambientais (GUIMARÃES 2014).

21
De acordo com CRUZ, MARQUES, FERREIRA 2009 “ [...]uma das questões
consideradas mais relevantes que compõem o escopo da atuação estatal é o meio ambiente.
Isso porque o debate está na agenda mundial em decorrência da degradação que vem sofrendo
em praticamente todo o planeta, como resultado da exploração industrial. Ao considerar que
a finalidade da atuação do Estado é promover o bem comum e que o meio ambiente é
considerado um recurso de uso comum das pessoas tutelado pelo Estado, pode-se afirmar que
a gestão e defesa dos recursos ambientais constituem finalidade da ação do Estado. ” A Partir
desse pensamento e fundamento a Constituição Federal de 1988 o meio ambiente passou a ser
visto como um bem tutelado juridicamente, “a Constituição de 1988 foi, portanto, a primeira
a tratar deliberadamente da questão ambiental” trazendo mecanismos para a proteção e o
controle da preservação, sendo vista por alguns como a “Constituição Verde” (SILVA 2004).
A Legislação Ambiental Brasileira é bastante ampla, constituindo um conjunto variado
de dispositivos e instrumentos legais que avaliam a regulamentação de proteção, controle e
gestão ambiental. Dentre as principais normas brasileiras que lidam com as questões
ambientais, destacamos a Lei nº 6.938/81, que estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente
(PNMA), e o Capitulo VI da Constituição Federal do Brasil de 1988 que trata do meio ambiente
(GUIMARÃES 2014).
O Art. 225 da Constituição de 1988 prescreve que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
(...)
IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade.
V – controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida
e o meio ambiente;
VI – promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e
a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
(...)
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas independentemente da obrigação de reparar os danos
causados."
A questão ambiental passou a ser tratado como um tema importante e relevante, tendo
impacto com toda a população, devendo ter intervenção de todos, não apenas da população,
mas também das empresas que de certa forma tem grande influência no meio ambiente quando
sua organização retira da natureza seus recurso e matérias para seu próprio benefício. O meio
ambiente, seja qual for o conceito é certo que todos estão ligados diretamente a sobrevivência
22
de todo ser humano no planeta, de acordo com TINOCO, KRAEMER 2008: “O meio ambiente
pode ser definido como o conjunto de elementos bióticos (organismos vivos) e abióticos
(energia solar, solo, água e ar) que integram a camada da Terra chamada biosfera,
sustentáculo e lar dos seres vivos”, A sobrevivência do homem se deve apenas por estarmos
inserido em um ecossistema, por se tratar de uma questão de sobrevivência, as organizações
juntamente com toda a humanidade reconheceu que agredindo o meio ambiente põe em risco a
vida de toda espécie, então, fica entendido que meio ambiente, segundo a Lei nº. 6.938 de 31
de agosto de 1981, como: “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem
física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”
(LAURINDO 2014).
Toda empresa tem sua responsabilidade social, uma obrigação com a sociedade, a
Contabilidade na Gestão Ambiental pode ser vista como uma excelente ferramenta estratégica
de apoio as inúmeras empresas, todas as informações de caráter econômico e financeiro deve
ser transparente juntamente com a parte social. A responsabilidade das empresas não define
apenas com projetos e serviços sociais, mas também com divulgações das informações aos
interessados e de como está sendo as alterações patrimoniais da empresa que refletem na
sociedade. Podemos destacar nessa responsabiliza empresarial no art. 4º da Lei nº 6.938/81 os
objetivos da Política Nacional do Meio ambiente:
a) A compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade
do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
b) A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, a divulgação de dados e informações
ambientais e a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
c) A imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins
econômicos (GUIMARÃES 2014).
A Contabilidade na Gestão Ambiental tornou se importante para auxiliar as empresas,
sendo uma especialização voltada para a necessidade de expor informações adequadas de
características da gestão ambiental, sendo também direcionada para a Contabilidade Financeira
Ambiental, Contabilidade Nacional Ambiental, e a Contabilidade Gerencial Ambiental, e tendo
também um papel importante a Auditoria Ambiental (GUIMARÃES 2014). No domínio da
Contabilidade Ambiental foi exposta uma norma pelo Conselho Federal de Contabilidade, a
Resolução n. 1.003, de 19 de agosto de 2004 aprovando a NBC T 15 que é uma norma técnica
que traça as diretrizes para que haja a realização por profissional contador do “Balanço

23
Ambiental”, isto é, o dever de enunciação das informações de natureza social e ambiental das
responsabilidades das empresas (FURLAN 2013).
A implantação do Sistema de Gestão Ambiental ISO 14000 (International Organization
for Standardization) teve a finalidade de quantificar, determinar e analisar os impactos
ambientais de interesse tanto do poder público quanto das empresas nacionais e multinacionais,
estão sendo implementadas e exigidas; há também as determinações do Conselho Federal de
Contabilidade constante da NBC T 15; há também os projetos de Lei nº 3116/1997 e 1254/2003
da Câmara dos Deputados, todos com focos específicos na disciplina da contabilidade, ou seja
a Contabilidade Ambiental (FURLAN 20013).
Devemos sempre lembrar que quando se fala em Contabilidade Ambiental não só as
empresas, mas também os governos têm seu papel, a Contabilidade Ambiental para as empresas
procura evitar que sua produção venha causar danos ao equilíbrio ecológico, porém o governo
deve fazer sua parte através de Leis que sejam seguidas e com profissionais capacitados para
intervir e fiscalizar as organizações. Temos como exemplo e um ponto importante é a Lei nº
6.938/81 é a obrigação do poluidor, independentemente da culpa existente, tem por obrigação
indenizar e/ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, se destacando a Lei
de Crimes Ambientais, Lei nº 9.605/98, dispõe sobre as sanções penais e administrativas,
derivadas das condutas e atividade que lesionam o meio ambiente (GUIMARÃES 2014).
Com a economia globalizada e o avanço tecnológico e a exigência da sociedade por um
mundo mais prático e saudável, se sentiram na obrigação exigir dos entes estatais e das
empresas a demonstração da responsabilidade ambiental, isto é, que haja de uma forma clara a
divulgação de atos que são implementados em benefício do planeta e suas gerações futuras.
Devido à grande demanda na produção nos dias atuais foi imposto que não deveria haver
agressão a natureza ou agredi-la o mínimo possível, diante dessa tal responsabilidade a palavra
ordem é “Gestão Ambiental”, tanto na empresa pública quando na privada, sendo que haja
eficácia é necessário que as informações sejam produzidas no âmbito da Contabilidade
Ambiental (FURLAN 2013).

1.4 - Desenvolvimento econômico sustentável gerando benefícios rentáveis

Desenvolvimento sustentável: esse conceito surgiu devido a estudos da Organizações


das Nações Unidas em relação as mudanças climáticas, usado como uma resposta para a
humanidade com a crise social e ambiental que atingia o mundo na segunda metade do século
XX. Durante a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CMMAD) que

24
ficou conhecida como Comissão de Brundtland, presidida pela norueguesa Gro Haalen
Brundtland, foi um processo do qual continha informações colhidas pela comissão durante o
período de 3 anos de pesquisa e análise, destacando nessa pesquisa questões sociais, ao que se
refere ao uso da terra, suprimento de agua, educativos e sanitários, serviços sociais e abrigos,
além do crescimento urbano. Foi concluído nesse relatório e exposto que o conceito de
desenvolvimento sustentável “[...] aquele que atende as necessidades do presente sem
comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”,
esse relatório também ressaltou as questões urbanas, a descentralização dos recursos financeiros
e humanos e o valor do poder político sobre a sociedade (BARBOSA 2008).
De acordo com a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento os objetivos
do desenvolvimento sustentável estão relacionados com o processo de crescimento da cidade
objetivando a conservação do uso racional dos recursos naturais que são usadas nas atividades
produtivas das empresas (BARBOSA 2008). O Desenvolvimento Sustentável pode ser uma
consequência do desenvolvimento econômico, social e a preservação ambiental, como é
demonstrado no QUADRO 02 abaixo.
QUADRO 02 – Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar
o desenvolvimento sustentável

Preservação
Justiça e
Desenvolvimento Sócio-ambiental Conservação
Ambiental
Social
Desenvolvimento
Sustentável

Inclusão Ecoeficiência
Social

Desenvolvimento
Econômico

BARBOSA 2008
“Para que uma sociedade seja sustentável, é necessário haver a integração do
desenvolvimento com a conservação ambiental. ” A sustentabilidade econômica se faz
necessário juntamente com a política econômica sendo instrumento para a sustentação dos
ecossistemas e dos recursos naturais, os sistemas convencionais costumam lidar com o meio
ambiente, os mercados e as economias devem sempre agir preventivamente e conscientizar
sobre os valores desses bens e serviços com os recursos ambientais (CARVALHO et al 2015).

25
“Para alcançarmos o DS, a proteção do ambiente tem que ser
entendida como parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode
ser considerada isoladamente; é aqui que entra uma questão sobre a qual
talvez você nunca tenha pensado: qual a diferença entre crescimento e
desenvolvimento? A diferença é que o crescimento não conduz
automaticamente à igualdade nem à justiça sociais, pois não leva em
consideração nenhum outro aspecto da qualidade de vida a não ser o acúmulo
de riquezas, que se faz nas mãos apenas de alguns indivíduos da população.
O desenvolvimento, por sua vez, preocupa-se com a geração de riquezas sim,
mas tem o objetivo de distribuí-las, de melhorar a qualidade de vida de toda a
população, levando em consideração, portanto, a qualidade ambiental do
planeta. “ (CARVALHO et al 2015)
O Desenvolvimento Econômico Sustentável tornou importante para as empresas, pois a
gestão de qualidade empresarial é obrigada que implementem em seus sistemas de produção a
valorização dos bens naturais. A proteção do meio ambiente se tornou o objetivo de muitas
organizações, introduzindo em suas empresas programas de reciclagens, poupar energia e várias
outras inovações ecológicas. Para que se entenda a relação da empresa com o meio ambiente e
o desenvolvimento econômico sustentável temos que aceitar como se estabelece a teoria do
sistema, que a empresa é um sistema aberto, sendo formado por um conjunto de elementos
relacionados entre si, gerando bens e serviços, empregos, dividendos, também consumindo
recursos naturais dentro do limite de preservação (KRAEMER et al 2013).
Na FIGURA 01 pode-se identificar empresas experientes com desenvolvimento
econômico rentável, identificamos resultados econômicos e resultados estratégicos da
organização na causa ambiental, estes resultados não é viabilizado de imediato, tendo a
necessidade de que seja planejado e organizado corretamente passo a passo para a interiorização
da variável ambiental na organização e possa atingir o conceito de excelência ambiental
(KRAEMER 2013), lembrando que todo esse processo e desenvolvimento deve-se sempre feito
juntamente com a Contabilidade da gestão Ambiental.
FIGURA 01 – Motivação para proteção ambiental na empresa

1. Senso de
responsabilidade 8. Lucro
ecológica
7. Qualidade de
2. Exigências vida
legais

3. Proteção dos 6. Pressão do


interesses da mercado
empresa
5. Proteção dos
4. Imagem funcionários

KRAEMER 2013
1. Desenvolva e publique uma política ambiental.

26
2. Estabeleça metas e continue a avaliar os ganhos.
3. Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas e do pessoal
administrativo (linha de assessoria).
4. Divulgue interna e externamente a política, os objetivos e metas e as responsabilidades.
5. Obtenha recursos adequados.
6. Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade.
7. Acompanhe a situação ambiental da empresa e faça auditorias e relatórios.
8. Acompanhe a evolução da discussão sobre a questão ambiental.
9. Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e
desenvolvimento aplicados à área ambiental.
10. Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos: empresa,
consumidores, comunidade, acionistas etc.
Para KRAEMER 2013 “A sustentabilidade econômica – que deve ser alcançada através
do gerenciamento e alocação mais eficientes dos recursos e de um fluxo constante
investimentos públicos e privados”, ou seja, diversas organizações empresariais estão cada vez
mais focados e preocupados em atingir o desempenho satisfatório em relação ao meio ambiente,
neste sentido, a gestão ambiental é um aspecto funcional da gestão de qualquer empresa, que
desenvolve e também implanta as políticas e estratégias ambientais visando um
desenvolvimento econômico sustentável gerando benefícios rentáveis.

1.5 - Conceitos e aplicabilidade na Contabilidade na gestão Ambiental

Contabilidade de Gestão Ambiental ou, Contabilidade Ambiental é um sistema de


informações destinados a prover as organizações informações sobre a rarefação dos recursos
naturais utilizados e também as ações desenvolvidas para evitar o mesmo, isto é, acarretar
menos prejuízos no meio ambiente. Sendo assim, a Gestão Ambiental compreende estratégias
conjuntas que destinam ao cumprimento da Legislação Ambiental e o seu controle nos impactos
ambientais através de tecnologias limpas e gerenciamento nos parâmetros ambientais e a
prevenção dos aspectos que possam vim a causar impactos ao meio ambiente e a saúde humana
(BERNARDO, MACHADO 2010).
“[...] todos os elementos da gestão ambiental devem estar registrados
em sistemas de informações contábeis ambientais, os quais proverão aos
usuários internos e externos informações relevantes para a tomada de
decisões, a fim de se avaliar o desempenho ambiental de determinada
organização. [...] para que possa absorver as informações de caráter
ambiental precisa, antes de tudo, estar estruturada e integrada ao sistema de
gestão ambiental.

27
[...] a eficiência de ambos os sistemas proverá aos usuários internos
e externos de informações preciosas e fidedignas a respeito da ecoeficiência
de uma organização ou processo específico, que no caso pode ser o processo
de produção de determinado bem. ” (BERNARDO, MACHADO 2010)
A Contabilidade Ambiental tem alguns pontos no seu objetivo a ser aplicado na
empresa:
• Saber se a empresa cumpriu com a Legislação ambiental;
• Comprovar a evolução da atuação ambiental da empresa;
• Observar se os objetivos ambientais estabelecidos estão sendo cumpridos;
• Auxiliar no processo decisório e na fixação da gestão ambiental;
• Verificar e detectar áreas da qual necessitam de atenção, as áreas críticas, em relação aos
aspectos ambientais;
• Identificar todas as oportunidades de melhoria da gestão dos aspectos ambientais;
• Identificar oportunidade estratégicas obtendo informações para satisfazer seus stakerolders
(todas as partes interessadas) (COSTA 2014).
Com visão futura a organização tem de modo positivo se esforçado e procurado agir
com a responsabilidade social, isto é, através dos princípios que tragam benefícios para todos.
Através dos sistemas de gestão as empresas visaram minimizar os impactos ambientais, por
isso, houve resultados positivos satisfatórios como boa imagem junto à sociedade e
racionalização do uso dos meios de recursos de produção. Devido toda a repercussão de
proteção ao meio ambiente, as entidades têm tentado respeitar a legislação ambiental vigente e
adotados as chamadas normas voluntárias, que definem princípios e requisitos que podem
contribuir para a sua atuação de forma proativa, diminuindo assim os riscos ambientais
(COSTA 2014).
A Contabilidade na Gestão Ambiental se tornou um fator estratégico para analisar a
administração das organizações, através de várias atividades implementadas como assegurar a
conformidade com as leis ambientais, formular as estratégias de administração para com o meio
ambiente, implementar alguns programas de prevenção à poluição, organizar os produtos ás
especificações ecológicas, controlar os instrumentos de correção ao meio ambiente, e
administrar o programa ambiental da empresa (TINOCO, ROBLES 2006).
No TABELA 04 há uma demonstração de uma visão geral da Gestão Ambiental, de uma
forma sucinta dos aspectos da Gestão de Processos, Gestão de Resultados, Gestão de
Sustentabilidade e Gestão do Plano Ambiental.
TABELA 04 – Visão geral da gestão ambiental
Gestão de Gestão de Gestão de Gestão do plano
processos resultados sustentabilidade ambiental

28
Exploração de Emissões gasosas Qualidade do ar Princípios e
recursos compromisso
Transformação de Efluentes líquidos Qualidade da água Política ambiental
recursos
Acondicionamento Resíduos sólidos Qualidade do solo Conformidade legal
de recursos
Transporte de Particulados Abundancia e Objetivos e metas
recursos diversidade da flora
Aplicação e uso deOdores Abundância e Programa
recursos diversidade da ambiental
fauna
Quadros de riscos Ruídos e vibrações Qualidade de vida Projetos ambientais
ambientais do ser humano
Situações de Iluminação Imagem Ações corretivas e
emergência institucional preventivas
TINOCO ROBLES 2006 apud MACEDO 1994
Quando uma empresa analisa o ponto de vista empresarial o aspecto econômico,
qualquer atitude que venha a ser tomada em relação a variável ambiental, tem se a ideia que as
despesas aumentam e consequentemente o aumento dos custos de processo produtivo
(TINOCO, ROBLES 2006). “Algumas empresas, porém, têm demonstrado que é possível
ganhar dinheiro e proteger o meio ambiente mesmo não sendo uma organização que atua no
chamado “mercado verde”, desde que as empresas possuam certa dose de criatividade e
condições internas que possam transformar as restrições e ameaças ambientais em
oportunidades de negócios” (DONAIRE 1999).
Na Contabilidade na Gestão Ambiental existe um problema que é a falta de definição
normalizada de custos ambientais, dependendo das várias abordagens, incluindo uma variedade
de custos ambientais, como por exemplo, custos de investimentos ou deposição, que por muitas
vezes, também, custos externos – custos incorridos fora de empresa. Além disso, partes destes
custos não é identificada e nem atribuída aos respectivos processos e produtos, mas apenas
somada ao overhead (custo ou despesa) geral. A Contabilidade na Gestão Ambiental é uma
abordagem que facilita a transição de informações tanto da Contabilidade financeira e da
Contabilidade analítica para aumentar a eficiência de materiais e reduzir o impacto e risco
ambiental os custo da prevenção ambiental (PENEDA, MARÇAL 2001).
Os custos ambientais na Contabilidade da Gestão Ambiental compreendem tanto os
custos externos quanto internos e referem-se a todos custos relacionados com a prevenção e
degradação ambientais, compreende todas as atividades adotada para satisfazer as
conformidades regulamentar, voluntários ou compromissos próprios, já as despesas da
prevenção ambiental incluem todas as despesas medidas de proteção ambiental sob a
responsabilidade de prevenção, controlar e documentar os aspectos ambientais, controlar os

29
impactos e riscos, essas despesas está diretamente relacionada com o seu desempenho
ambiental (PENEDA, MARÇAL 2001).
Podemos citar três razões básicas para que uma empresa adote as especificidade da
contabilidade: exigências legais – exigência legal e normativa, obrigando os administradores a
controlar mais seus riscos ambientais, sob pena de multas e indenizações; demanda de
parceiros sociais – a empresa está sob a pressão interna e externa, essas demandas podem vim
dos clientes, organizações ecológicas, administração pública, investidores etc.; gestão interna
– relacionada com ativa gestão ambiental e seu controle, visando reduzir os custos e as despesas
operacionais e melhorando a qualidade dos produtos (TINOCO, ROBLES 2006).
Podemos avaliar que os Contadores têm um papel importante neste processo,
incentivando as empresas a implementar gestões ambientais que venha a gerir dados
apresentáveis contabilmente, nos balanços sociais, além de criar os sistemas e métodos dos
elementos e mostrar aos empresários as vantagens dessa ação (PINTO, GUTIERREZ, LONGO
2006).

2.0 PRÁTICA ADOTADAS NA CONTABILIDADE DA GESTÃO


AMBIENTAL

Neste trabalho, foi relatado que nos dias atuais as empresas têm tido ações ambientais
assumindo seu papel cada vez mais integrado. Para SOUZA 2002 existe três razões que as
empresas buscaram melhorar o seu desempenho ambiental: 1º - o regime regulatório
internacional está mudando em direção a exigências crescentes em relação à proteção
ambiental; 2º - o mercado empresarial está em constante mudança, tanto de fatores quanto de
produtos; 3º - o conhecimento e a tecnologia está mudando, com crescentes descobertas e
publicidade sobre as causas e consequências dos danos ambientais. Podemos então dizer que a
gestão ambiental empresarial está condicionada pela pressão das regulamentações, em busca de
melhor reputação, a pressão de acionistas, seus investidores e os bancos para que as empresas
reduzam o seu risco e impacto ambiental.

2.1 - A Gestão Ambiental e a sustentabilidade no cotidiano das empresas

A Gestão Ambiental faz parte dos objetivos da empresa, sendo tanto do ponto de vista
econômico quanto social, a empresa é vista como um sistema dinâmico averto, onde existem

30
entradas que alimentam esse processo, das quais geram saídas. As entradas são as matérias
primas, a energia, o recurso financeiro e tecnológico e o trabalho, e o processo são as realizações
dessas atividades empresarias, que consomem a entrada, sendo assim produzindo bem ou
serviço, por se tratar de um sistema dinâmico e aberto a empresa está sempre em constante
interação com o seu ambiente (VEGINI 2007). O grande desafio para se obter um
desenvolvimento sustentável são os diversos obstáculos a serem superados, porém, quando
falamos de preservação ambiental, significa não produzir determinados produtos para não afetar
o meio ambiente, tornando isso de forma cara, até mesmo as vezes sem condições de serem
adquiridos pelo consumidor final. “Os danos causados pelas empresas ao meio ambiente
tomaram proporções tão significativas que as medidas para tentar a reversão ou contenção
deste quadro emergem de vários pontos. ” Desta forma o governo ressaltou mais a legislação
ambiental, estabelecendo vários parâmetros técnicos sobre o volume máximo de resíduos
considerados ambientalmente aceitável, visando mais as penalidades extremamente rigorosas,
podendo até por em risco a continuidade da empresa (PRAZERES, GOMES, AZEVEDO
2002).
Todas as empresas que já possuem esse sistema de Gestão Ambiental e tiveram gasto
para implementar e melhorar o desemprenho do mesmo visando o melhor para o meio ambiente,
tendo diversas maneiras de agirem em prol do meio ambiente, podendo ser divulgadas ao
grande público com o objetivo de estimular outras companhias a tomar as mesma decisões,
demonstrando comprometimento e responsabilidade da empresa com a qualidade ambiental,
através da divulgação a sua imagem e a de seus produtos (PRAZERES, GOMES, AZEVEDO
2002).
A Contabilidade Gerencial na Gestão Ambiental é a melhor forma de gerir o meio
ambiente, sendo necessário um controle financeiro constante a fim de melhor o resultado da
política ambiental, sendo um dos principais problemas das empresas é a escassez de recursos,
a contabilidade se torna importante pois através das suas informações auxiliam os gestores a
desenvolverem um trabalho produtivo, viabilizando a custos baixos, monitorando, proteção e a
recuperação do meio ambiente (PRAZERES, GOMES, AZEVEDO 2002).

2.2 - Ativo Ambiental (Bens e Direitos)

Os ativos ambientais são todos os bens adquiridos pela entidade com a finalidade de
controle, recuperação e preservação do meio ambiente (SOUZA, MIRANDA 2011). Os ativos
se tornam diferentes entre uma empresa e outra na Contabilidade Ambiental, sendo

31
representada através de estoques de produto em processos de redução ou eliminação da
poluição, bem como por investimento realizados pela organização e o aprimoramento de
tecnologias sempre mantendo o foco no controle ambiental, proteção, processo e conservação
do meio ambiente (SOUZA et al 2015).
Esses ativos são recursos controlado, que surgem de fatos passados e são esperados
futuros fluxos de benefícios econômicos diretos e indiretos para a empresa. O capital de giro,
ou também capital circulante é o montante aplicado para a realização da atividade econômica
da entidade, sendo composto pelas disponibilidades e também pelos ativos realizados tanto a
curto quanto a longo prazo (AULER 2002).
Podemos citar dois exemplos de ativos ambientais que se enquadra no presente trabalho:
a) Na conta disponibilidades, podemos contabilizar valores referentes a recebimentos
originados de uma receita ambiental;
b) Nos ativos a curto e longo prazo realizados podem ser lançados os direitos originários de
uma receita ambiental e seus estoques, quando consideramos os insumos do sistema de
gerenciamento ambiental ou com produtos reaproveitamos o processo operacional
(PRAZERES, GOMES, AZEVEDO 2002).
Dentro do capital fixo, dividimos as contas ambientais em:
a) Imobilizado: são bens destinados a manutenção do gerenciamento ambiental, temos como
exemplo, filtros de ar, equipamentos de estação de tratamento, etc.;
b) Investimentos: participação societária nas empresas ecologicamente responsáveis;
c) Diferido: são gastos em desenvolvimento de tecnologia “limpa” de produção que
beneficiarão nos exercícios futuros, temos como exemplos, a implantação dos gastos do
Sistema de Gestão Ambiental para a certificação ISO 14001 (PRAZERES, GOMES,
AZEVEDO 2002).
Os ativos realizáveis a curto e a longo prazo, podem ser lançados seus direitos
originários de uma receita ambiental e os seus estoques, mesmo estando relacionados com os
insumos dos sistemas de gerenciamento ambiental ou com os produtos reaproveitados do
processo operacional (AULER 2002).

2.3 - Passivo Ambiental (Obrigações)

Passivo Ambiental é quando há prejuízo ou danos ambientais causados pela própria


entidade durante suas atividades. Advém de um fator importante gerador do passado ou do
presente, é uma “divida” que a entidade cria com o meio ambiente, exigindo em um

32
determinado prazo a entrega dos seus ativos correspondentes, ou a prestação de um serviço
futuro (SOUZA et al 2015).
O Passivo Ambiental é definido como sendo toda obrigação contraída voluntaria ou
involuntária, destinada a aplicar ação de controle, preservação e recuperação do meio ambiente,
ou seja, contrapartida um ativo ou custo ambiental. De acordo com a Norma Internacional de
Contabilidade (IAS 37), o reconhecimento de um passivo ambiental deve atender aos seguintes
requisitos: 1º - a empresa tem por obrigação legal ou implícita como consequência de um evento
passado, é o uso do meio ambiente ou a geração de resíduos tóxicos; 2º - os recursos sejam
exigidos para se liquidar o passivo ambiental, isto é, tendo a chance de ocorrer a saída de
recursos dependendo um ou mais evento futuros; 3º - o passivo ambiental envolvido possa ser
estimado com segurança suficiente (AULER 2002).
Para os princípios contábeis, esses gastos e suas respectivas exigibilidades deveriam ser
contabilizadas e registrarem a receita deles decorrente, permitindo a confrontação de receitas e
despesas no mesmo período contábil. Essas dificuldades de identificação e quantificação dos
custos nessa área ambiental podemos notar as diversas técnicas de que a Contabilidade pode
estar impondo valor, ainda que aproximado, dos custos e dos passivos ambientais incorridos
nos processos de obtenção das receitas (PRAZERES, GOMES, AZEVEDO 2002).
Dentro do Passivo Ambiental, assim como qualquer passivo, dividimos em capital de
terceiros e capital próprio dos quais constituem as origens de recursos da empresa. Capital de
terceiros (exigível) – bancos: empréstimos nas entidades financeiras para investimentos na
gestão ambiental; fornecedores: adquiri através de compra de equipamentos e insumos para o
controle ambiental; sociedade: indenização ambiental. Capital próprio (não exigível) –
acionistas: aumento do capital com meta exclusiva para investimentos em meio ambiente, ou
para pagamento de um passivo ambiental; entidade: destinar parte dos lucros em programas
ambientais (AULER 2002).
Dessa forma, podemos destacar que a empresa terá que realizar através de investimento
ou uma ação de igual valor aos prejuízos ambientais por ela causados de tal forma a compensa-
los (SOUZA et al 2015).

2.4 - Receitas Ambientais (Prestação de Serviços e venda de produtos elaborados por


meio do reaproveitamento etc.)

Receita ambiental é mais uma forma de lucro a mais gerado pela entidade, que resulta
da venda de resíduos e sobras adquiridos durante o processo de produção, que resulta em ganhos

33
positivos em decorrência da atuação da empresa e na prevenção do meio ambiente. As receitas
ambientais decorrem de: venda de produtos reciclados; prestação de serviços especializados;
venda de produtos elaborados de insumos do processo produtivo; receita de aproveitamento de
gazes e calor; redução do consumo de energia elétrica; redução do consumo de água; redução
do consumo de matéria-prima; participação do faturamento total da empresa (SOUZA,
MIRANDA 2011).
As receitas ambientais tiveram origem dos recursos provenientes da venda de produtos
reciclados ou comercializados através da matéria prima para outras atividades, podendo ser
reutilizados no processo produtivo da própria empresa. Pode se definir receita como o
acréscimo de benefícios econômicos no período contábil usado na forma de entrada de ativos
ou decréscimo de exigibilidade e que assim resulta em um aumento do patrimônio líquido,
porém, o objetivo principal na aplicação da gestão ambiental não é gerar receita para a entidade,
mas desenvolver uma forma de política responsável acerca dos problemas ambientais (AULER
2002).
Valendo destacar que o ganho de mercado que a empresa obtém com o reconhecimento
público quanto a sua política ambiental, também se enquadra dentro das receitas ambientais da
empresa (SOUZA et al 2015).

2.5 - Custos e Despesas ambientais (Consumo de ativos relacionados à área ambiental)

Custo ambiental: consumo de recurso empregado pela empresa no processo produtivo


com o objetivo de aliviar, monitorar e prevenir os danos ambientais, ou seja, compreende todos
os gastos relacionados direta ou até indiretamente protegendo o meio ambiente ativados em
função de sua vida útil (SOUZA et al 2015). Os custos ambientais são gastos realizados pela
entidade, sendo utilizado para reduzir ou eliminar os efeitos negativos do seu sistema
operacional sobre o meio ecológico (AULER 2002).
Podemos ressaltar que os custos ambientais são classificados em custos internos (os
privados) e custos externos (sociais): custos internos – tradicionalmente contabilizados ao longo
do processo produtivo, que servem de base para a determinação do preço de venda dos produtos;
custos externos – custos gerados pelo impacto da atividade empresarial no meio ambiente e na
sociedade (AULER 2002).
Despesas Ambientais: são os recursos adquiridos sem benefícios algum, podendo
beneficiar direta ou indiretamente o patrimônio da empresa e o meio ambiente, temos como
exemplos de despesas compra de insumos e equipamentos antipoluentes; insumos necessários

34
aos processos de definição e manutenção de programas e políticas ambientais, etc. (SOUZA
2015).
As despesas ambientais representam como a utilização ou de consumo de bens e
serviços no processo de produzir receitas, ou refere-se a gastos efetuados no passado, também
no presente que influenciara no futuro, de uma forma geral, pode se dizer que o grande fato
gerador de despesas é o esforço continuo para produzir receita (AULER 2002).
Tantos os custos quanto as despesas quando destinados a preservação ambiental deve
ocorrer uma ligação com o processo produtivos e/ou em decorrência deste, destacando em
grupo específicos da demonstração de resultado do exercício e consiste dos custos de insumos
e de mão de obra necessário a proteção, recuperação e preservação do meio ambiente,
amortizando os gastos capitalizados (AULER 2002).
As despesas e os custos ambientais são os gastos das entidades aplicados direta ou
indiretamente no Sistema de Gestão Ambiental do processo produtivos e também nas atividades
ecológicas, quando aplicados indiretamente são denominados de despesas, mas quando são
aplicados diretamente são chamados de custos (AULER 2002).

3.0 ESTUDO DE CASO E DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

O presente trabalho tem como foco conceitos tantos econômicos quanto ecológicos
como a Gestão Ambiental, a Contabilidade Ambiental e o Desenvolvimento sustentável,
interagindo todos de forma harmoniosa, demonstrando cada papel tanto no desenvolvimento
econômico quanto no meio ambiente e sua preservação.
A Gestão Ambiental que atua nos recursos naturais, juntamente com a Gestão dos
Recursos Humanos desenvolvem caminhos econômicos sustentáveis no mercado de trabalho,
de forma coerente usando métodos, ferramentas e estratégias para obter soluções que não
agridem o meio ambiente (CUNHA, LIMONGI, PAIVA 2010).
Na Gestão Ambiental podemos citar três aspectos importantes:
a) Dimensão institucional: envolve a pessoa responsável no processo de tomada de decisão
referente a Gestão Ambiental;
b) Dimensão espacial: delimitar o espaço físico onde a Gestão Ambiental atua e onde se dará
os resultados;
c) Dimensão temática: delimita quais a questão ambiental será envolvida na Gestão Ambiental
(CUNHA, LIMONGI, PAIVA 2010).

35
Sabemos que a Contabilidade Ambiental é a contabilidade que avalia, evidencia e
identifica os eventos tanto econômicos quando financeiros que estão relacionados com a área
ambiental, servindo como meio de comunicação entre a empresa e a sociedade, ou seja, é o
ramo da contabilidade que mostra informações financeiras da empresa em relação ao meio que
se encontra. Essas informações produzidas são utilizadas pelos gestores de tal forma a alcançar
o desenvolvimento sustentável econômico, tornando uma meta de administração moderna com
função de fatores internos e externos as empresas (VEGINI 2007).
Segundo a Lei nº. 6.404/76 informa que a Demonstrações Financeiras Obrigatórias tem
cinco atualizações que são essenciais para o mesmo: Demonstração do Resultado do Exercício;
Demonstração do Fluxo de Caixa; Balanço Patrimonial; Demonstração dos Lucros ou Prejuízos
Acumulados e Demonstração do Valor Adicionado. Podemos citar as Notas Explicativas sendo
informações complementares que relata as demonstrações contábeis, podendo ser usadas para
descrever as práticas contábeis utilizadas pelas entidades como explicação adicional sobre as
contas ou as operações especificas. “ (CUNHA, LIMONGI, PAIVA 2010).
“A Lei das Sociedades por Ações, ao tratar de notas
explicativas, estabelece que as empresas deverão indicar pelo menos:
(a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais,
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão,
de constituição de provisões para encargos ou riscos e dos ajustes para
atender às perdas prováveis na realização de elementos ativos;
(b) os investimentos em outras sociedades, quando estes forem
relevantes;
(c) o aumento de valor de elementos do ativo resultantes de novas
avaliações;
(d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias
prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
(e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das
obrigações;
(f). as opções de compras de ações outorgadas e exercidas no
exercício;
(g) o número, as espécies e as classes das ações de capital social;
(h) os ajustes de exercícios anteriores;
(i) eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que
tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e
sobre os resultados futuros da empresa. ” (TERMOS CONTÁBEIS 2018)

3.1 Demonstração do Resultado do Exercício

Instituída no art. 187 da Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades
por Ações) tem como seu objetivo principal demonstrar de forma simples e vertical as
operações realizadas durante um determinado período, normalmente de doze meses, e o
resultado pode ser tanto de lucro ou de prejuízo. A forma de elaboração completa exigida por

36
lei é importante apresentar os grupos de receitas, impostos, despesas e lucros como no TABELA
05 abaixo (SOARES et al 2007).
TABELA 05 – Demonstração do Resultado do
Exercício
DRE
Receita Bruta
(-) vendas Canceladas
(-) Descontos Incondicionais
(-) Impostos Sobre Vendas
(=) Receita Líquida
(-) CMV
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
Vendas
Administrativas
Outras receitas/despesas
(=) LUCRO OPERACIONAL

Receitas Financeiras
Despesas Financeiras
Resultado Financeiro Líquido

Resultado antes da CSLL/IR


Provisão CSLL
Provisão IR
Resultado antes das Participações
(-) Debenturistas
(-) Administradores
(=) LUCRO DO PERÍODO
Lucro por Ação
VALENTE 2018

3.1.1 - Demonstração do Fluxo de Caixa

Não sendo um demonstrativo exigido por Lei, ela não deixa de ser importante para o
controle financeiro de uma empresa, controlando de forma detalhada toda a origem de todo
dinheiro que entra em Caixa ou Conta de Movimento do Banco, assim também como o destino
de todos o que sai e o resultado deste fluxo. O gerente financeiro cuida de todas situações
divergentes que ocorrem na empresa quando compara a Demonstração de Resultado do
Exercício ao saber o motivo de mesmo o Caixa estando baixo e a empresa alcançando lucro
considerável o porquê não foi capaz de liquidar as suas obrigações, ou então o motivo que a
empresa teve o prejuízo mesmo que o Caixa tenha aumentado (SOARES et al 2007).

37
3.1.2 - Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é a forma de demonstração contábil destinada a evidenciar tanto


qualitativa quanto quantitativamente em uma determinada data a posição patrimonial e
financeira de uma organização. As suas contas deverão ser classificadas de acordo com os
elementos de patrimônio que registram e agrupam de tal forma para facilitar o conhecimento e
a análise da situação financeira da empresa. O Balanço Patrimonial é composto por três
subdivisão: ativo – compreende os direitos e os bens e as demais aplicações dos recursos
controlados pela empresa, sendo capaz de gerar benefícios econômicos futuros; passivo –
compreende as origens de recursos que são representados pelas responsabilidades para com
terceiros, que resulta de eventos ocorridos que exigem ativos para a sua liquidação; patrimônio
líquido – compreende os próprios recursos da empresa, e o seu valor é a diferença positiva
sendo entre o valor do Ativo e o valor do Passivo (PORTAL CONTABILIDADE 2012).

3.1.3 - Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados também se tornou obrigatória


perante a Lei 6.404/76 com o objetivo de mostrar as mutações que ocorrem na conta de lucros,
ou prejuízos, acumulados durante o período de apuração contábil. É aplicado o princípio do
regime econômico, ou da responsabilidade dos exercícios, pois os ajustes de exercícios
anteriores sobre os elementos patrimoniais não podem afetar o resultado do exercício atual
(IESDE BRASIL).
“De acordo com o que determina o artigo 186 da Lei 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, a DLPA é um relatório contábil que evidencia:
Art. 186. [...] I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios
anteriores e a correção monetária do saldo inicial; II - as reversões de
reservas e o lucro líquido do exercício; III - as transferências para reservas,
os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim do
período. ” (IESDE BRASIL)

3.1.4 - Demonstração do Valor Adicionado

O Demonstração do Valor Adicionado em conjunto com o Balanço social se tornam


valiosos demonstrativos para a empresa evidenciar tanto o lado social quanto o econômico.
Assim como os outros, também foi inserido de forma obrigatória através da Lei nº. 11.638 de
28 de dezembro de 2007, e também fazendo parte das demonstrações financeiras exigidas pela
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, para as empresas de capital aberto. O valor da riqueza

38
quando gerada pela empresa, a sua distribuição entre os elementos que contribuem para a
geração dessa riqueza, tais como financiadores, acionistas, colaboradores, governo, etc. bem
como também a parcela da riqueza não distribuída é o conteúdo mínimo de um Demonstração
do Valor Adicionado, do artigo 188 desta Lei na qual foi alterada (UFSC).

3.2 - Aspectos ambientais no Balanço e onde encontrá-los na Demonstração de


Resultados

Balanço ambiental também chamado de balanço de massa e energia é a base para


realizar cálculo de entradas e saída em um sistema pré-determinado com ênfase nos aspectos
ambientais de acordo com a sua atividade. Para eficácia da aplicação do balanço ambiental nas
entidades tem que haver o conhecimento da entidade, através de medições físicas de suas saídas,
relacionando com as quantidades de entrada, através do estabelecimento de complexas relações
estequiométricas que ocorre entre os elementos que compõe os materiais envolvidos nos
processos de transformação. Para que o mesmo seja de forma completa citamos quatro fases: o
levantamento do inventario (onde são estabelecidos todos os fluxos e inter-relações); o cálculo
do balanço; a definição dos objetivos e a avaliação dos resultados obtidos (FILHO, FRANK
2000).
A aplicação do Balanço é importante para um conhecimento maior do sistema, dentro
da determinação tanto qualitativa quanto quantitativa de seus imputs e outputs, como
demonstrado na FIGURA 02 abaixo a forma de construção de um sistema, através dessa
aplicação fornece dados para o Sistema de Gestão Ambiental (FILHO, FRANK 2000).
FIGURA 02 – Inputs e Outputs de um Sistema

Matérias primas Resíduos Sólidos

Ar
Produção Ruído/barulho
Ou
Emissões
Água Processo atmosféricas
Energia Riscos/emergências

FILHO, FRANK 2000


Podemos destacar que, quanto mais detalhado for esse fornecimento de dados aos
sistemas, mais claro e rápidos serão identificados os pontos de processos responsáveis pelos
impactos ambientais associados e assim, consequentemente, torna mais fácil a definição de que
ações será preciso ser planejada e implementada para que haja a correção dos problemas
(FILHO, FRANK 2000).

39
Através do Balanço Ambiental podemos utilizar de tal forma a monitorar a evolução
dos fatores de riscos ambientais dentro da metodologia de Gestão Ambiental, essa metodologia
serve para monitorar as ações ambientais de uma determinada empresa sendo necessário estudar
os fatores de riscos ambientais presentes na atuação da organização, esses fatores de risco
devem estar restritos a fatores ambientais como também aspectos sociais e éticos. Esse
indicador ambiental depois de avaliado é estabelecido uma formula de cálculo de cada índice
especifico, sendo feito de acordo com a natureza de cada índice apresentado no TABELA 06,
esse quadro exibe a estrutura genérica do Balanço Ambiental proposto (FREIRE,
CRISÓSTOMO, ROCHA 2006).
TABELA 06 – Modelo de balanço ambiental a partir de indicadores ambientais
Indicadores Ambientais Ano Ano E Avanço Retrocesso
Peso
01 02 (%) Ambiental Ambiental
Uso da água (litros)
Geração de lixo
sólido
Água,
Geração de lixo
Ar e
líquido
Saneamento
Geração de lixo
radioativo
Emissão de CO²
Uso de
componentes
Biodiversida
biológicos
de
Desmatamento
Outros
Geração de energia
Energia alternativa
Uso de energia
Geração de
radiação
Geração de
Saúde
luminosidade
excessiva
Geração de ruídos
Uso de terra
Acidentes
Agricultura ambientais
Utilização de
produtos químicos
Total Avanço ou Retrocesso
Superáveis ou Déficit Ambiental
Totalização
FREIRE, CRISÓSTOMO, ROCHA 2006

40
Sendo assim podemos destacar que o Balanço Social, aprovado pela Resolução CFC
1.003/2004 de 01 de janeiro de 2006 através da NBC T 15 como um procedimento para
evidenciação de informações de natureza social e também ambiental, tendo como objetivo
transparecer a sociedade a participação e a responsabilidade social da empresa. O Balanço
Ambiental é um modelo de informação que demonstra atividades de uma empresa privada
perante a sociedade sendo diretamente relacionada, tendo como objetivo a divulgação da gestão
econômico e social, e sobre seu relacionamento com a comunidade demonstrando de forma
clara o resultado de sua responsabilidade social. (ZANLUCA).
“[...] os modelos de balanço ambiental proposto em conjunto com
relatórios administrativos quanto aos fatores de riscos ambientais permitem
que sejam analisadas principalmente as ameaças e vulnerabilidade envolvidas
na gestão ambiental. A proposta é uma ferramenta a mais no contexto das
tentativas de contribuir para uma empresa mais responsável. ” (FREIRE,
CRISÓSTOMO, ROCHA 2006)

3.3 - Indicadores de desempenho ambiental como exemplo de aplicação da CGA

O Desempenho Ambiental é um processo da gestão interna baseado em indicadores que


serve para analisar a evolução do desempenho ambiental de uma empresa, comparando ás suas
metas estabelecidas pela mesma. Podemos destacar duas categorias a serem considerados no
desempenho ambiental: os indicadores de condição ambiental (fornece informações importante
sobre a qualidade do meio ambiente local, geralmente coletados de acordo com padrões e regras
ambientais que são estabelecidos por normas e dispositivos legais) e os indicadores de
desempenho ambiental (divididos em dois grupos o Indicador de Desemprenho de Gestão que
fornece informação sobre as práticas de gestão que influencia dentro do desemprenho ambiental
e o Indicadores de desempenho Operacional que fornece informação das operações do processo
produtivo interferindo no desempenho ambiental) (COMISSÃO DE ESTUDO DE QUESTÕES
AMBIENTAIS E SEGURANÇA DO NOS-27).
TABELA 07 – Classificação dos indicadores de desempenho ambiental (IDA)
Categoria Tipo Exemplos de indicadores
Consumo relativo de
energia
Consumo relativo de água
Indicador de Desempenho
Geração relativo de
Indicador de Desempenho Operacional (IDO)
matéria-prima
Ambiental (IDA)
Consumo relativo de
matéria-prima
Indicador de Desempenho Quantidade de ocorrências
de Gestão (IDG) ambientais

41
Percentual de metas
atingidas
Concentração de um
contaminante específico na
água, ar e solo
Indicador de Condição Ambiental (ICA)
Número total de espécies
da fauna em uma área
local definida
COMISSÃO DE ESTUDO DE QUESTÕES AMBIENTAIS E
SEGURANÇA DO NOS-27
“Com desenvolvimento industrial [...] houve a necessidade de criar
estratégias organizacionais para as questões ambientais, tendo em vista a
mitigação e redução dos impactos ambientais negativos e potencializarão dos
impactos positivos. Para minimizar tais impactos ambientais, algumas
empresas tem utilizados ferramentas de gestão empresarial com foco no meio
ambiente tais como, ecoeficiência, produção mais limpa (P+L), implantação
de programas de monitoramentos, treinamentos, sistemas de gestão ambiental
e outros que auxiliem na tomada de decisões sobre as ações que envolvam o
meio ambiente. ” (ANDRADE, SOUSA, ÉRAS 2011)
Devido ao grande problema da falta de ferramentas para avaliar o risco que as
dependências das empresas têm dos serviços ambientais, por isso o objetivo do presente é dos
indicadores agregar e quantificar informações para mostrar sua importância, simplificando suas
informações sobre fatos complexos com base na melhora do processo de comunicação. Esses
indicadores têm como objetivo demonstrar o uso dos recursos naturais demonstrando valores
monetários e em valores absolutos de quantidade ou consumo considerando as iniciativas do
gerenciamento ambiental, os impactos significativos que estão diretamente relacionados ao
setor da atividade e as respectivas ações de minimização (RAUPP, SELIG, SIERRA 2015).
Os indicadores de desempenho ambiental minimizam os impactos ao meio ambiente
através das atividades organizacionais que demonstram com valores monetários ou absolutos
as quantidades dos recursos naturais analisando também os reflexos dessas ações de
gerenciamento ambiental. “Diferentes indicadores ambientais podem transmitir informações a
partir de medições diretas, relativas ou índices estabelecidos. Podem se apresentar de forma
agregada ou ponderada, de acordo com as informações e o uso que se pretende, sendo
conveniente que tais agregações e ponderações sejam realizadas de forma a assegurar a
consistência, clareza, e comparabilidade desses indicadores”. (RODRIGUES et al 2015).
Após ter estabelecido o propósito da utilização correta dos indicadores operacionais nos
subsistemas proposto, deve se garantir a coletagem dos dados, disponibilidade, procedência,
executando atividades de monitoramento periódico, levantando os dados realmente necessários
para obter os indicadores e índices de desempenho (BECKER, FERREIRA, POSSAMAI
2013).

42
Com a adaptação das industriais aos novos modelos ambientais produzindo assim cada
vez mais produtos limpos, consequentemente houve um aumento de industrias que utilizam
normas da ISO 14000 na busca de uma melhor excelência ambiental dos produtos. A ISO 1400
visa estabelecer padrões internacionais de desempenho e práticas de gestão ambiental
corporativa, temos aqui alguns benefícios esperados da implementação de um indicador que é
a ISO 14000:
• Reduzir os custos através da redução de resíduos;
• Maior segurança a financiadores e seguradoras;
• Provável melhora do tratamento recebido por agentes reguladoras;
• Manutenção de assentimento ambiental;
• Melhor relação com os clientes e com o público em geral.
• Melhorar a produtividade e a eficiência com a melhora do gerenciamento; (FREIRE,
CRISÓSTOMO, ROCHA 2006).
A execução de projetos acaba exigindo das empresas requisitos ambientais e sociais,
dessa forma, também foi proposto que além dos indicadores do desempenho de negócios
(essencial para análise do desempenho da empresa), tivessem também indicadores ambientais
e sociais permitindo analisar o quanto a mesma se encontra adequada a padrões ambientais e
sociais demonstrada por ela, governo ou organismo internacional. A utilização desses
indicadores que permite a demonstração do desempenho ambiental e social, seja posto em
pratica o plano da Gestão Ambiental e a Responsabilidade Social. Foram usados ferramenta
gerencial na medida que dá uma visão sucinta e ilustrativa do desempenho da empresa, podendo
ser absolutos (único item por período, tais como lucro ou perda do período) ou relativos (um
item por período, tais como lucro por ação) (FREIRE, CRISÓSTOMO, ROCHA 2006).
Podemos considerar três combinações de indicadores relativos sendo utilizados para
descrever o Desempenho Ambiental: indicador financeiro em relação a outro financeiro;
indicador ambiental em relação a um indicador financeiro; e um indicador ambiental em relação
a outro indicador ambiental (FREIRE, CRISÓSTOMO, ROCHA 2006).
Vale ressaltar que a escolha de um conjunto de indicadores ambientais se torna essencial
para a elaboração de uma metodologia de avaliação de Gestão Ambiental, mantendo
características associadas aos tipos de atividades, o porte da entidade, os processos produtivos
e os produtos. Esses indicadores, normalmente definidos pelo Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente-PNUMA órgão ligados a ONU como sendo prioritários, tem cinco
grupos:

43
• Agua, ar e saneamento – a agua, como conhecimento de todos, é um dos recursos naturais
que mais preocupa, pois, os grandes centros urbanos já sentem os efeitos da contaminação
da mesma devido a resíduos de esgoto doméstico, praticas inadequadas de agrícolas e
efluentes industriais. O ar com o aumento de gases nas emissões atmosféricas com o efeito
estufa se tornou uma das principais preocupações.
• Biodiversidade - devido a contenção da expansão da fronteira agrícola pelo aumento da
produtividade das culturas, permitiu assim manter intactos milhões de hectares de vegetação
nativa dentro do ecossistema brasileiro, mesmo assim, foi necessário avanço no
desenvolvimento da tecnologia para possibilitar a convivência das atividades dos
agronegócios para com a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade, impedindo
assim perda no mesmo;
• Energia – o sistema energético realiza atividades de extração, processamento e distribuição
e o uso de energia, seus efeitos nocivos atinge de forma considerável numa escala regional
e até global;
• Saúde – no quesito saúde temos que aplicar a promoção da saúde, com intuito de proteção
do ser humano e do meio ambiente através da identificação, do controle e monitoramento
dos riscos, diminuindo doenças respiratórias e de vários males causados pela produção do
mesmo, porém, para que haja essa promoção de saúde é necessário capacitar os empregados
em política de segurança, de meio ambiente e de prevenção de doença;
• Agricultura – o solo é a base de uma produção de alimentos que necessita de cuidados
especiais, sendo assim, deve ter o manejo do solo de forma sustentável, isso é uma forma de
ação estratégica de grande importância social, econômica e ambiental (FREIRE,
CRISÓSTOMO, ROCHA 2006).
“Os indicadores das condições ambientais avaliam directamente as condições
da qualidade do estado do ambiente. São utilizados para aceder à informação
do impacte das emissões atmosféricas na qualidade do ar ou das águas. As
condições ambientais ao redor da empresa, tais como a qualidade do ar e da
água, são geralmente monitorizadas pelas entidades governamentais. Se uma
determinada empresa for a única, ou a principal poluidora da região, a
legislação pode requerer que a monitorização seja realizada pelas empresas,
[...]. Uma vez que a qualidade dos componentes ambientais como o ar, a água
ou o solo e os impactes nas actividades humanas (p.e., eutrofização, redução
da biodiversidade, efeito de estufa) dependem de vários factores (emissões de
outras empresas, instalações de produção de energia, urbanizações e tráfego),
a quantificação e registo dos ICA é principalmente desenvolvida por entidades
oficiais. “ (PENEDA, MARÇAL 2001)

3.4 - Estudo de caso – SAMARCO MINERAÇÃO

44
SAMARCO MINERAÇÃO S.A, capital fechado, fundada em 1977, a Samarco é uma
empresa Brasileira de mineração que é controlada em partes iguais por dois acionistas entre a
Vale S.A e a BHP Billiton Brasil Ltda. Está situada em Belo Horizonte/MG, na Rua Paraíba,
nº 1122, Bairro Funcionários. Uma empresa sólida, com 35 anos de mercado que cultivou o
respeito as pessoas, a integridade e a mobilização com objetivo de atingir resultados duradouros
e diferenciados.
SAMARCO: empresa de empreendimento integrado que compreende a lavra, o
beneficiamento e a concentração de minério de ferro de baixo teor também com a
movimentação desse minério concentrado por minerodutos, estando ligados as duas unidades
operacionais da Companhia – Minas Gerais ao Espirito Santo. A unidade do Espirito Santo
ocorre os processos de pelotização – transforma o minério concentrado em pelotas, principal
produto da empresa, e de escoamento da produção por terminal marítimo próprio. Já a unidade
de Minas Gerais constitui os recursos geológicos da ordem de 8,0 bilhões de toneladas de
minério de ferro.
Objetivo empresarial: produzir e fornecer pelotas de minério de ferro, utilizando do
avanço da tecnologia de forma intensiva para otimizar o uso de recursos naturais e gerando
desenvolvimento econômico e social, com total respeito ao meio ambiente.
Visão futura – 2022: dobrar o valor da Empresa e ter reconhecimento por empregados,
clientes e sociedade como a melhor empresa do setor.
Valores a manter: Respeito às pessoas; Integridade; Mobilização para resultados

Principais destaques de 2012


Econômico:
• O setor de minério de ferro houve instabilidade em 2012, com uma baixa de 19,4% no preço
médio das pelotas no mercado internacional;
• Receita bruta fechou 2012 em R$6.610,7 milhões, um recuo de 7,1% em relação ao ano
anterior. Atingiu um Ebitda Ajustado de R$3.553,9 milhões e uma margem Ebitda de 54,3%.
Esses dados representam, respectivamente, uma queda de 13,4% e de 4,0 pontos percentuais
em comparação a 2011;
• Para financiar as aspirações estratégicas e assegurar a competitividade, foi captado
R$2.010,02 milhões em uma operação de emissão de bonds no exterior e obtivemos R$506,4
milhões em empréstimos com cobertura do Nippon Export and Investment Insurance;

45
• O Projeto Quarta Pelotização (P4P), fundamental para os planos de crescimento, atingiu
67,3% de progresso acumulado, incluindo as áreas de engenharia, construção e suprimentos.
Até dezembro de 2012, já tinha sido investido R$5,3 bilhões no projeto, ou 99,1% do
orçamento previsto;
• Foi produzido 21,305 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro, atingindo o
recorde histórico de produção mensal de pelotas, com a marca de 1,971 milhão de toneladas;
• Pelo segundo ano consecutivo, foram reconhecidos com o Troféu Transparência, concedido
pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(ANEFAC) e a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Finanças
(FIPECAFI).
Sociais
• A taxa de acidentes registrados encerrou o ano em 0,65, índice superior ao de 2011, mas
dentro da meta anual. Foi destacado a queda no número de acidentes com maior potencial
de gravidade e perda de tempo (CPT), atingindo a segunda melhor marca histórica, de 0,14;
• Permaneceu as ações de desenvolvimento socioinstitucional do Projeto Quarta Pelotização
(P4P), com o objetivo de mitigar os impactos nas áreas de influência direta das obras;
• O projeto Cidadão do Futuro beneficiou 280 crianças e adolescentes em 2012, que tiveram
um índice de aprovação escolar de 99,6% no Espírito Santo e de 100% em Minas Gerais,
nas escolas beneficiadas pelo programa;
• O índice de satisfação dos clientes alcançou 89%, resultado superior ao de 2011, que foi de
85%;
• Foram eleitos uma das 150 Melhores Empresas para Trabalhar, pelas revistas Exame e Você
S/A.

Ambientais
• Houve avanço no controle das emissões atmosféricas, com a inauguração dos precipitadores
eletrostáticos e na evolução das obras de instalação de barreiras de vento (wind fences) na
unidade de Ubu;
• Foi assinado os convênios para a carboneutralização da etapa de implementação do P4P,
iniciativa inédita no Brasil para empreendimento desse porte;
• Após a instalação da nova usina de pelotização em Ubu, foi investido R$5,3 milhões na
construção de uma nova estação de tratamento de efluentes;

46
• O Programa de Educação Ambiental beneficiou 3.736 alunos e 345 professores de escolas
públicas e privadas, 767 produtores rurais e 16 comunidades vizinhas às nossas operações;
• Através projeto de reaproveitamento de óleo vegetal foi estendido para Guarapari e Anchieta
(ES), com a instalação de 60 pontos de coleta, beneficiando escolas e associações de
catadores desses municípios.

3.4.1 - Estratégia e Gestão


A Samarco avalia de todas as formas o futuro dos negócios na mineração, mas está
ciente que haverá desafios que deverá transpor para atingir seus objetivos de longo prazo. Dessa
maneira, foi conduzido, ao longo de 2012, um novo ciclo de revisão da estratégia, que resultou
na elaboração de dois planos de negócio, um destinado aos próximos cinco anos e outro
contemplando a Visão 2022, denominado o Mapa Estratégico. Por meio dos fóruns de Saúde e
Performance – reuniões mensais com as diretorias e gerências gerais –, implantados no ano
2012, e do trabalho de comitês temáticos, foi reunido visões das diversas áreas da Empresa para
analisar as visões de negócio e o caminho para alcançar as metas.
Em 2022 pretende dobrar o valor da Empresa e serem reconhecidos por empregados,
clientes e a sociedade como os melhores do setor. Para obter esse resultado, a estratégia está
baseada em três pilares de gestão: Conformidade - respeitar as leis, brasileiras e internacionais,
e as próprias normas e procedimentos; Excelência - persistir, a cada dia, o melhor em tudo o
que planejarem, seja no processo produtivo, nas operações ou na promoção de um ambiente de
trabalho saudável e seguro; Crescimento - crescer não apenas em situação de riqueza, mas em
na capacidade de influenciar a sociedade por meio de práticas positivas, como os investimentos
em ecoeficiência.
O processo de formulação estratégica gerou a necessidade de revisitarmos a nossa
identidade organizacional. Como consequência, além de assumirmos a nova visão, revimos
nossa missão e sintetizamos nossos valores em três: respeito às pessoas, integridade e
mobilização para resultados. Queremos, assim, garantir a promoção de atitudes e
comportamentos necessários para alcançar nossos objetivos. Em 2013, a nova identidade será
desdobrada pelos líderes a todos os empregados da Empresa.
Para serem mais eficientes, devem ter objetividade, simplicidade para identificar boas
ideias, criatividade para aprimorar resultados e humildade para crescer. O alinhamento
organizacional é a força motriz para promover a confiança, a mobilização e a transparência na
Empresa, através do fluxo de informações, entendimento, crença, prática e disseminação de
condutas, por isso, espera se que os líderes mostram comunicação como competência, a

47
liderança pelo exemplo e o protagonismo como meio de transformar a si próprio, influenciar
suas equipes e contribuir positivamente para o ambiente ao redor.

3.4.2 - Gestão de riscos


A gestão de riscos é um processo-chave para desenvolver a estratégia e os processos de
gestão. Todos os riscos operacionais, estratégicos e de projetos são sempre avaliados em relação
aos seus impactos em saúde e segurança, meio ambiente, legal e financeiro, buscando englobar
os diferentes aspectos da sustentabilidade do negócio. A Política de Gestão de Riscos e o
Manual de Gestão de Riscos Corporativos contêm as diretrizes e a metodologia de gestão, sendo
referência a todos os demais documentos utilizados nesse processo. A abordagem está alinhada
àquelas adotadas pelos acionistas e de acordo com as melhores práticas de mercado.
Os riscos da Samarco são classificados em:
• Riscos Estratégicos;
• Riscos Operacionais;
• Riscos de Projetos;
• Riscos Financeiros e de Conformidade;
• Riscos de Saúde e Segurança.
O processo para monitorar as ações de tratamento de riscos foi refeito, e as ações críticas
passaram a ser acompanhadas em cronograma detalhado. Além disso, foi elaborado versões
iniciais de seis planos de continuidade do negócio relacionados aos riscos de maior impacto na
organização. Durante o decorrer do ano, esse processo foi compartilhado com os acionistas,
com a realização de diversas reuniões de acompanhamento. Foi desenvolvido os guias de
verificação de conformidade, documentos que apresentam a relação de requisitos críticos dos
processos da Samarco, leis brasileiras e as legislações FCPA (Foreign Corrupt Practices Act) e
UK Bribery Act. Em 2012, foi elaborado os guias para os temas suprimentos e financeiro, sendo
que os demais (relacionamento, recursos humanos, saúde e segurança, meio ambiente,
comercial e tecnologia da informação) serão desenvolvidos ao longo de 2013.

3.4.3 - Destaque Financeiros


TABELA 08
2012 2011 2010 2009 2008
Receita Bruta 6611 7117 6324 2937 4240
Receita Líquida 6550 7059 6240 2813 4166
Margem Bruta (%) 61,30% 63,90% 64,80% 51,60% 62,10%
Lucro Líquido 2646 2914 2247 1312 1263

48
EBIT 3357 3922 3493 1002 2118
Ebitda 3554 4113 3671 1190 2247
Margem Ebitda (%) 54,30% 58,30% 58,80% 42,00% 53,90%
Investimentos 643 420 294 114 699
Investimentos (P4P) 2709 935 24 - -
Ativos Totais 11001 7095 5542 4947 6878
Patrimônio Líquido 3274 1807 1377 1829 1555
Dívida Bruta 2931 2340 2023 1471 1583
Dívida Líquida 2553 2073 1758 1290 1404
Dívida Bruta / Ebitda 1,7x 1,1x 0,9x 2,2x 1,6x
ROCE 29,3 55,2 67,2 20,4 30,1

REPRESENTAÇÃO EM GRÁFICO – TABELA 08

12000

10000

8000

6000

4000

2000

2012 2011 2010 2009 2008

3.4.4 - Resultados financeiros


GRÁFICO 01

49
Composição de receita bruta 2012 (em%)
Serviços
Pellet Feed; Logísticos /
0,30% Outros; Pellet Feed
0,80% Pellet Screenling
Serviços Logísticos / Outros
Pellet
Screenling; Pelotas
2,40%

Pelotas;
96,50%

GRÁFICO 02

Vendas por região em 2012 (milhões de t)

Europa
Europa; 19% África / Oriente Médio
Américas; 15%
China
Outros Ásia
Outros Ásia; Américas
27% África / Oriente
Médio; 29%

China;
16%

Em 2012, o faturamento bruto da Samarco alcançou R$6.610,7 milhões, 7,1% abaixo


do montante registrado no ano anterior, que foi de R$7.117,3 milhões. Esse resultado se deve,
principalmente, à redução no preço médio de venda das pelotas, na ordem de 19,4% em
comparação a 2011 (2012 – USD/dmt 153.9 x 2011 – USD/dmt 190.9). Mesmo com a eficiência
de custos alcançada em 2012, a redução na receita líquida de vendas resultou na diminuição de
2,5% na margem bruta, em moeda doméstica no ano, que ficou em 61,3%. Em 2011, ela foi de
63,9%.

50
As despesas operacionais somaram desembolsos da ordem de R$656,2 milhões no ano
de 2012, equivalente a 10,0% da receita líquida, versus R$585,9 milhões registrados no ano
anterior (8,4% da receita líquida). O lucro líquido atribuído em 2012 foi de R$2.646,3 milhões,
um recuo de 9,2% em elação aos R$2.914,3 milhões apurados em 2011. O resultado foi
intensificado pelo aumento das despesas financeiras (R$11,6 milhões), em função do maior
nível de endividamento em 2012, ainda que em patamares seguros, com destaque ao covenant
dívida bruta/Ebitda de 1,7x.

3.4.5 - Desempenho Socioambiental


Clientes
A SAMARCO mantém sempre um relacionamento próximo e transparente com os
clientes em toda a cadeia de atendimento, do desenvolvimento de produtos ao monitoramento
pós-entrega. Para isso, contam com equipes comprometidas e o apoio de sistemas e processos
adequados.
Poder Público
A relação com o poder público é pautada pelo respeito recíproco, pelo cumprimento das
leis e pelo compartilhamento dos objetivos de desenvolvimento nas áreas de influência da
Empresa. Além das iniciativas em andamento, no âmbito do Projeto Quarta Pelotização atuam
de forma sistemática, no Espírito Santo, por meio da Comissão de Gestão e Acompanhamento
do Termo de Compromisso Socioambiental (TCSA), firmado entre o Governo do Estado, o
Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o Ministério Público e os municípios
de Anchieta, Guarapari e Piúma, além da Samarco. Esses grupos reúnem-se mensalmente para
discutir ações para o fortalecimento da governança regional, tendo o foco no desenvolvimento
do território de nossa área de influência direta.
Comunidades
O diálogo respeitoso, próximo e construtivo é a base do relacionamento da Samarco
com as 81 comunidades vizinhas às entidades. Ao longo dos 29 municípios que fazem parte da
área de influência, realizaram atividades para contribuir com o desenvolvimento local e a
geração de valor compartilhado, investindo em educação, geração de renda, empreendedorismo
e preservação ambiental.
Empregados
Devido a função das mudanças estratégicas da Samarco, revisado em 2012 o escopo e
os desafios em recursos humanos, levou a um novo posicionamento da área. Assim, atrair, reter

51
e capacitar profissionais, melhorar seu desempenho e criar programas mais eficazes de gestão
de desenvolvimento foram temas de grande atenção ao longo do ano.

3.4.6 - Iniciativas ambientais


Além da licença para a instalação do Projeto Quarta Pelotização, adquirida em 2011,
cumpriram, na unidade de Ubu (ES), cerca de 150 condicionantes relativas a Licenças de
Operação (LO), Termos de Ajuste de Conduta (TAC) e Termos de Compromisso Ambiental
(TCA). Em Germano (MG), possuem 25 licenças ambientais, 10 autorizações de
funcionamento, entre outras outorgas que, juntas, somam 217 condicionantes. Todos os
processos de renovação e obtenção dessas licenças têm transcorrido normalmente.
TABELA 09 – Investimento em programas e projetos ambientais (em R$ mil)
Ano Espírito Santo Minas Gerais Investimento % do
Total Faturamento
Bruto
2009 R$ 7.568 R$ 8.620 R$ 16.188 0,57%
2010 R$ 48.569 R$ 35.362 R$ 83.932 1,33%
2011 R$ 87.296 R$ 39.378 R$ 126.674 1,78%
2012 R$ 165.240 R$ 38.427 R$ 203.667 3,08%

3.4.1 - Balanço Patrimonial


TABELA 10 – BALANÇO PATRIMONIAL
Nota
Ativo Controladora Consolidado
Explicativa
2012 2011 2012 2011
(Reclassifi (Reclassifi
Circulante
cado) cado)
Caixa equivalentes
3 507.204 256.858 523.032 270.005
de caixa
Aplicações
financeiras em caixa 4 - - 249.028 230.539
restrito
Contas a receber 5 993.381 979.682 744.422 750.037
Estoques 6 349.939 266.886 349.939 266.886
Despesas
474 1.392 776 1.553
antecipadas
Outros ativos 8 27.035 7.959 27.198 7.805
Total de ativo
2.112.913 1.594.820 2.129.344 1.608.911
circulante
Não circulante
Depósitos judiciais 19 148.746 94.146 148.746 94.146
Tributos a recuperar 7 47 4.268 47 4.268
Imposto de renda
28 - 177.495 - 177.527
diferido
Outros ativos 8 22.209 36.771 22.413 36.932

52
171.002 312.680 171.206 312.873
Investimentos 9 27.496 23.701 - -
Imobilizado 11 8.668.983 5.148.489 8.669.080 5.148.567
Intangível 12 31.425 24.987 31.427 24.990
Total do ativo não
8.898.906 5.509.858 8.871.713 5.486.430
circulante
Total do ativo 11.011.819 7.104.678 11.001.057 7.095.341
Nota
Passivo Controladora Consolidado
Explicativa
2012 2011 2012 2011
(Reclassifi (Reclassifi
Circulante
cado) cado)
Fornecedores 13 337.934 301.417 337.961 301.419
Adiantamentos sobre
14 404.908 1.243.879 404.908 1.243.879
contratos de câmbio
Empréstimos e
15 409.497 379.772 409.497 379.772
financiamentos
Encargos financeiros
14 e 15 27.314 13.019 27.314 13.019
a pagar
Salários, provisões e
17 74.108 66.181 76.142 67.399
contribuições sociais
Tributos a recolher 18 28.985 20.795 29.093 20.858
Provisão para
28 81.949 77.164 81.917 77.306
imposto de renda
Dividendos 22 661.578 - 661.578 -
Provisões diversas 20 62.995 32.233 62.995 32.233
Outros passivos 21 42.231 34.801 29.340 24.039
Total do passivo
2.131.499 2.169.261 2.120.745 2.159.924
circulante
Não circulante
Empréstimos e
15 5.143.893 2.750.919 5.143.893 2.750.919
financiamentos
Encargos financeiros
14 e 15 1.353 859 1.353 859
a pagar
Provisões para
19 309.398 288.283 309.398 288.283
contingências
Imposto de renda
28 22.119 - 22.097 -
diferido
Provisões diversas 20 128.913 87.770 128.913 87.770
Outros passivos 21 516 495 530 495
Total do passivo não
5.606.192 3.128.326 5.606.184 3.128.326
circulante
Patrimônio
Capital social 22 297.025 297.025 297.025 297.025
Reserva de capital 22 2.476 2.476 2.476 2.476
Reserva de lucros 22 294.549 294.549 294.549 294.549
Ajustes acumulados
22 695.345 467.675 695.345 467.675
de conversão

53
Dividendos
22 1.984.733 745.366 1.984.733 745.366
adicionais propostos
Total do patrimônio
3.274.128 1.807.091 3.274.128 1.807.091
líquido
Total do passivo e do
11.011.819 7.104.678 11.001.057 7.095.341
patrimônio líquido

3.4.8 - Demonstrações de Resultados


TABELA 11 – BALANÇO PATRIMONIAL
Nota Controladora Consolidado
Explicativa 2012 2011 2012 2011
Receitas 23 6.549.679 7.059.432 6.549.679 7.058.930
Custo dos produtos
24 (2.536.090) (2.551.273) (2.536.323) (2.550.752)
vendidos
Lucro bruto 4.013.589 4.508.159 4.013.356 4.508.178
Despesas
operacionais
Vendas 25 (118.606) (120.976) (115.203) (118.018)
Gerais e
25 (56.685) (46.645) (56.685) (46.645)
administrativas
Outras despesas
operacionais, 26 (432.247) (420.010) (484.353) (421.217)
liquidas
Resultado de
equivalência 9 810 2.376 - -
patrimonial
Resultado financeiro
Receitas financeiras 27 5.913 9.177 6.061 9.329
Despesas financeiras 27 (103.396) (91.785) (103.431) (91.816)
Variações cambiais
27 127.571 (123.036) 127.536 (122.063)
liquidas
Lucro operacional 3.386.949 3.717.260 3.387.281 3.717.748
Imposto de renda 28 (740.638) (802.928) (740.970) (803.416)
Lucro líquido do
2.646 2.914.332 2.646.311 2.914.332
exercício
Para exercícios findos em 31 de dezembro 2012 e 2011 na moeda de apresentação (Em milhares de Reais – R$)

3.4.9 - Demonstração Financeira abrangente


TABELA 12
Controladora e Consolidado
2012 2011
Lucro líquido do exercício 2.646.311 2.914.332
Outros resultados abrangentes
Ajustes de conversão do exercício 227.670 284.663
Outros resultados abrangentes para o exercício 227.670 284.663
Resultado abrangente total 2.873.981 3.198.995
Para exercícios findos em 31 de dezembro 2012 e 2011 na moeda de apresentação (Em milhares de Reais – R$)

54
3.4.10 - Demonstração do Fluxo do Caixa
As demonstrações dos fluxos de caixa, pelo método indireto, são preparadas e
apresentadas de acordo com o pronunciamento contábil CPC 03 (R2) – Demonstração dos
Fluxos de Caixa. As demonstrações do valor adicionado são preparadas conforme o
pronunciamento contábil CPC 09 – Demonstração do Valor Adicionado e apresentadas como
informação suplementar às demonstrações financeiras.
TABELA 13 – Demonstração de Fluxo de Caixa
Nota Controladora Consolidado
Explicativa 2012 2011 2012 2011
Fluxo de caixa das atividades
operacionais
Lucro líquido antes do imposto de
3.386.949 3.717.260 3.387.281 3.717.748
renda
Ajustes para reconciliar o lucro
líquido com caixa gerado pelas
atividades operacionais
Depreciação e amortização 11 e 12 196.775 190.306 196.798 190.319
Provisão (reversão) para créditos de 2.656 (57) 2.653 20
liquidação duvidosa
Provisão (reversão) para revisão de
5 (84.868) 168.736 (84.868) 169.736
preços
Provisão para obsolescência dos
6 4.050 1.160 4.050 1.160
estoques
Provisão para realização dos impostos
7 243.705 123.204 243.705 123.204
a recuperar
Reversão de provisão para realização 555 (186) 555 (585)
de outros ativos
Constituição de provisão para
19 21.316 13.161 21.316 13.161
contingências
Reversão (constituição) de provisão
35.715 (7.425) 35.715 (7.425)
para outros passivos
Perda de ativo imobilizado e
11 e 12 2.353 4.081 2.352 4.801
intangível
Equivalência patrimonial 9 (810) (2.376) - -
Encargos financeiros 104.892 64.783 104.892 64.783
Variação cambial – ativos e passivos 41.578 323.745 41.480 324.170
3.954.866 4.598.112 3.955.929 4.601.092
(Aumento) redução nos ativos
operacionais:
Aplicações financeiras em caixa - - (18.489) (22.627)
restrito
Contas a receber de clientes 68.513 (196.506) 87.829 (193.257)
Estoques (69.238) 8.967
(69.2
17.266
38)
Tributos a recuperar (414.483) (228.575) (414.434) (227.009)
Depósitos judiciais (54.600) (21.388) (54.600) (21.388)
Despesas antecipadas 832 (841) 777 (974)

55
Outros ativos (8.070) (17.807) (5.437) (15.355)
Aumento (redução) nos passivos
operacionais:
Fornecedores 36.517 65.831 36.542 65.690
Impostos a recolher 30.309 111.881 30.332 111.898
Aumento (redução) nos passivos
operacionais:
Salários, provisões e contribuições
3.487 10.807 4.303 11.202
sociais
Imposto de renda pago/compensado 28 (460.612) (730.493) (461.118) (730.906)
Outros passivos 47.880 9.128 45.767 15.936
Caixa líquido gerado pelas atividades 3.135.446 3.609.116 3.138.163 3.611.568
operacionais
Fluxo de caixa das atividades de
investimento
Aquisição de imobilizado e intangível 11 e 12 (3.231.669) (1.292.926) (3.231.705) (1.292.962)
Recebimento pela venda de
6 139 6 139
imobilizado e intangível
Caixa líquido aplicado nas atividades
(3.231.663) (1.292.787) (3.231.699) (1.292.823)
de investimento
Fluxo de caixa das atividades de
financiamento
Capitação de financiamentos – 5.270.919 4.081.313 5.270.919 4.081.313
terceiros
Pagamento de financiamentos (4.092.181) (3.532.128) (4.092.181) (3.532.128)
Pagamento de juros (90.103) (62.033) (90.103) (62.034)
Pagamento de dividendos 22 (745.366) (2.768.828) (745.366) (2.768.827)
Caixa liquido gerado pelas (aplicado
343.269 (2.281.676) 343.269 (2.281.676)
nas) atividades de financiamento
Aumento líquido do saldo de
3 250.346 34.769 253.027 37.185
disponibilidade
Caixa e equivalentes de caixa no
256.858 222.089 270.005 232.820
início do exercício
Caixa e equivalentes de caixa no fim 507.204 256.858 523.032 270.005
do exercício
250.346 34.769 253.027 37.185

3.4.11 - Ativos e Passivos


As práticas contábeis para registro e divulgação de ativos e passivos contingentes e
obrigações presentes são as seguintes:
• ativos contingentes são reconhecidos somente quando há garantias reais ou decisões judiciais
favoráveis, transitadas em julgado. Os ativos contingentes com êxitos prováveis são apenas
divulgados em nota explicativa.

56
• passivos contingentes avaliados como perdas possíveis são apenas divulgados em nota
explicativa e os passivos contingentes avaliados como de perdas remotas não são
provisionados nem divulgados.

3.4.12 - Tributos a receber


A composição do saldo de tributos a recuperar encontra-se detalhada a seguir:
TABELA 13 – Tributos a receber
Controladora Consolidado
Notas
2012 2011 2012 2011
ICMS – MG (a) 431.027 276.772 431.027 276.772
Provisão para perdas (a) (431.027) (276.772) (431.027) (276.772)
sobre ICMS – MG
ICMS – ES (b) 472.300 382.850 472.300 382.850
Provisão para perdas (b) (472.300) (382.850) (472.300) (382.850)
sobre ICMS – ES
PIS e COFINS (c) 147.243 85.380 147.243 85.380
Imposto de renda a (d) 87.348 - 87.348 -
recuperar
Outros 336 931 405 974
Total 234.927 86.311 234.996 86.354
Ativo circulante 234.880 82.043 234.949 82.086
Ativo não circulante 47 4.268 47 4.268
Os créditos de ICMS são caracterizados como ativos contingentes por estarem
vinculados ao desfecho dos litígios em que se discute a incidência de ICMS sobre a
transferência de concentrado do Estado de MG para ES (vide nota explicativa n.º 19), em que
os autos de infração contemplam os valores referentes aos créditos. Por esse motivo, a
Companhia constituiu provisão para perda de 100% dos saldos de créditos de ICMS - MG.
Os créditos de PIS e de COFINS referem-se principalmente à aquisição de materiais,
insumos, energia elétrica e à aquisição de ativo imobilizado, cuja apropriação ocorre pela razão
de 1/12 por mês. A realização desses créditos ocorre mensalmente por meio da sua
compensação com outros tributos federais, em especial o IRPJ a pagar.

57
3.4.13 - Tributos a recolher
TABELA 14 – Tributos a recolher
Controladora Consolidado
2012 2011 2012 2011
ISS retido 7.898 5.328 7.898 5.328
INSS de terceiros a 7.965 4.869 7.965 4.869
recolher
IRRF a recolher 4.920 4349 5.028 4.412
DIFAL de ICMS a 3.119 2.491 3.119 2.491
recolher
CFEM a recolher 2.539 2.151 2.539 2.151
COFINS retido 1.556 1.011 1.556 1.011
Outros 988 596 988 596
28.985 20.795 29.093 20.858

Todos os dados da SAMARCO foram retirados do Relatório da Administração e


Demonstrações Financeiras desenvolvida em 2012.

58
CONCLUSÃO
Conclui se que mesmo com todo avanço que temos com maquinas, formas de utilização
de bens naturais para benefício em prol do desenvolvimento da população, houve se a
necessidade de dar a importância da preservação do meio ambiente, as utilizações desses
recursos naturais estavam fazendo de forma negativa uma grande agressão ao meio ambiente.
Dentre todos os fatores que com o tempo foi se agravando, foi vendo a necessidade de
dar ênfase ao assunto, criando Leis e diretrizes para a preservação do mesmo, e também
profissionais para melhoria da empresa com objetivo e planejamento no melhor para o meio
ambiente.
Foi visto pelas próprias empresas a necessidade de melhoria na preservação, visando
também até um bem para o lucro da sua empresa, pois sabiam que colaborando com a
preservação do meio ambiente, se tornariam um diferencial no mercado de trabalho gerando
lucro. Pode se perceber a atuação ambiental de algumas empresas, começaram a agir com mais
responsabilidades em relação ao meio ambiente, investindo cada vez mais em equipamento
antipoluentes com foco em agredir menos a natureza, essas atitudes das empresas trazem
sempre benefícios para si próprio, mas também para a sociedade também, pois a agressão ao
mesmo prejudica a todos.
Através do crescimento no setor industrial os consumidores não aceitaram mais as
“agressões” ao meio ambiente, se interessando apenas em produtos que não agridam ao meio
ambiente, mesmo que acabem pagando mais caro. Com esse posicionamento dos consumidores
as empresas obrigaram-se a promover mudanças significativas nos modelos de administração
de recursos, sendo capaz de controlar o rendimento e também adequar os recursos humanos e
de materiais.
Com todo o processo de adaptação empresarial com foco na preservação ambiental
houve a obrigatoriedade de um profissional capacitado, a Contabilidade Ambiental, tornando
fundamental para o planejamento e organização da empresa econômico e financeiro sempre
relacionando com a preservação ambiental, auxiliando sempre os gestores e demonstrando suas
obrigações em prol do meio ambiente.
A Contabilidade na Gestão Ambiental é muito importante para empresas, sendo uma
ferramenta estratégica, devemos ser utilizados por todos os gestores e administradores de forma
sistemática e sistêmica. Devemos evidenciar os ativos e passivos ambientais, ou seja, as
empresas devem possuir plano de contas e critérios que mostram métodos mais seguros que
influencia no meio ambiente, sendo condicionado para preservação, proteção, o
desenvolvimento e a recuperação do meio ambiente.

59
Desta forma, podemos concluir que toda empresa deve possuir em sua Gestão
Ambiental um desenvolvimento constante, e esse sistema tende a obedecer a legislação e
melhorar sua responsabilidade para com a sociedade e com o meio ambiente de uma forma
sustentável.

60
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