18 Gestao Ambiental PDF
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SUSTENTABILIDADE
ODS 18
São Paulo
2019
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
CAPÍTULO 1. CONCEITO DE GESTÃO AMBIENTAL ...................................... 5
1.1 - A História da Gestão Ambiental ......................................................................... 5
1.2 - Importância da Sustentabilidade na Gestão Ambiental .................................... 7
1.3 – Pratica da Sustentabilidade na Gestão Ambiental? ........................................ 10
1.3.1 - Certificado Ambiental ...................................................................................... 11
1.3.2 - Estratégias adotadas pelas empresas na gestão ambiental ............................ 15
1.3.3 - Planejamento de Extração de Recursos Naturais ........................................... 18
1.3.3.1 - Vantagens das Energias Renováveis para o Meio Ambiente ...................... 19
1.3.3.2 - O que Esperar do Futuro dessa Área? .......................................................... 22
CAPÍTULO 2. GESTÃO AMBIENTAL E SOCIEDADE ........................................ 22
2.1 - Desenvolvimento Sustentável ............................................................................... 22
2.1.1 - Sustentabilidade Empresarial ............................................................................ 23
2.1.2 - Gestão Ambiental ................................................................................................ 24
2.1.2.1 - Políticas Públicas e Gestão Ambiental ............................................................ 27
2.2 - Papel da Sociedade na Gestão Ambiental ………………………………….….. 36
2.2.1 - O Papel do Cidadão ............................................................................................ 37
2.3 - O Papel da Gestão Ambiental na Sociedade ...................................................... 39
2.3.1 - Principais Problemas Ambientais Vividos na Atualidade ............................. 42
2.3.2 - Benefícios da Gestão Ambiental ........................................................................ 43
2.3.3 - Importância da Gestão Ambiental para as Organizações ............................. 44
CAPÍTULO 3. FORMAS DE CONSCIENTIZAR O CIDADÃO ........................... 45
3.1 – Como esse Projeto Afeta a Sociedade ................................................................. 45
3.1.1 - Questões Ambientais e sua Evolução ............................................................... 46
3.1.2 - Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental .................................... 47
3.2 - Como Influenciar as Pessoas ............................................................................... 50
3.2.1 - Problemas do Aquecimento Global ................................................................. 55
3.2.2 - Gestão Ambiental: Conceitos Importantes ..................................................... 58
3.2.2.1 - Principais Conceitos: Meio Ambiente, Gestão Ambiental
e Desenvolvimento Sustentável ....................................................................... 58
3.2.2.2 - Educação Ambiental na Legislação ............................................................... 64
3.3 – Como o Cidadão Ajuda na Gestão Ambiental ................................................... 66
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 67
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 70
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INTRODUÇÃO
A questão ambiental está inserida nas diversas áreas de estudo da economia, uma vez
que o meio ambiente é fonte de matérias primas e energia, local de despejo dos rejeitos das
atividades produtivas e contribui de maneira significativa para o bem-estar da população.
Afinal, a economia é por muitos definida como a ciência que aloca recursos escassos para fins
alternativos. A constatação de que os recursos naturais do planeta estavam chegando ao seu
limite data do final dos anos 60, e nas três últimas décadas este assunto evidenciou-se, pois os
danos causados ao meio ambiente de origem antrópica acompanharam o ritmo de crescimento
econômico.
A discussão passou a ser se deveria ou não desacelerar o ritmo de crescimento
econômico em função da crescente degradação ambiental, e neste contexto, o relatório “Limites
do Crescimento” de 1972 (ELY, 1986, p.,73) coloca explicitamente os limites do crescimento
econômico devido à finitude dos recursos naturais, propondo o “crescimento econômico zero”.
WILKINSON (1973 apud SACHS, 1986, p. 52) defende sua oposição a tal relatório, como pode
ser observado em alguns trechos: (...) é errado pressupor que a “taxa de exploração da natureza”
esteja relacionada apenas com a taxa de crescimento econômico e não com as formas, conteúdos
e usos do crescimento (...) O desafio consiste na redefinição das formas e usos do crescimento
e não da desistência do crescimento. O enfoque do “crescimento zero” foi superado e ganha
importância maior o conceito de Desenvolvimento Sustentável. Este termo foi difundido no
relatório “Nosso Futuro Comum” de 1987, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, das Nações Unidas e centra-se em três eixos principais: crescimento
econômico, equidade social e equilíbrio ecológico. 11.
Assim, o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser assimilado pelas
lideranças empresariais na forma de Sistema de Gestão Ambiental, incorporando um novo
modo de produzir sem comprometer o meio ambiente. Movidas pela demanda de seus
consumidores e exigência do Governo, que estabeleceu uma legislação ambiental cada vez mais
rígida e determinada, muitas empresas tiveram que adequar seus processos industriais, para
desenvolver e implantar sistemas de gestão de seus processos e/ou produtos, de maneira que os
atendessem.
Neste sistema, empresários começaram a verificar que uma postura ambientalmente correta na
gestão dos processos refletia-se diretamente na produtividade, qualidade e consequentemente,
em melhores resultados econômico-financeiros. Como uma forma de verificar e divulgar as
empresas que apresentam uma postura ambientalmente correta, estabeleceu-se sistemas de
avaliação de desempenho ambiental, com normas e critérios padronizados em todo o mundo.
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O conjunto de normas mais aceito na gestão ambiental é o da série ISO 14000, cujo
objetivo geral é fornecer assistência para as organizações na implantação ou no aprimoramento
de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) consistente com a meta do desenvolvimento
sustentável e compatível com diferentes estruturas culturais, sociais e organizacionais.
Considera-se, então, que atuar de maneira ambientalmente responsável é, principalmente hoje,
um diferencial entre as empresas no mercado. Em breve, este diferencial se tornará um pré-
requisito, e quanto antes as empresas perceberem esta nova realidade, maior será a chance de
se manterem no mercado (GUTBERLET, 1996).
Nos últimos tempos houve um crescimento muito expressivo da preocupação das
empresas com as questões ambientais. As novas exigências dos consumidores têm feito com
que a gestão ambiental das empresas se desenvolva a ponto de entregar processos mais limpos
e sustentáveis. Sendo assim como podemos tornar a gestão ambiental das empresas relevante?
As empresas brasileiras, na busca por manterem-se competitivas, tanto no mercado
nacional quanto internacional, estão implantando a gestão ambiental dentro das organizações,
pois a sociedade e o Governo estão adquirindo consciência sobre os danos ambientais a sua
volta, e se manifestando contra abusos em relação ao meio ambiente. Pode-se formular através
do que foi exposto, a seguinte questão da pesquisa: Quais os principais elementos em termos
de limitações e/ou potencialidades que as empresas brasileiras apresentam, tendo como objetivo
principal um melhor desempenho industrial perante seus concorrentes, buscando cumprir a
legislação ambiental e as pressões do mercado, considerando a utilização de gestão ambiental?
Como complemento a essa interrogação, tentar-se-á demonstrar quais as principais
dificuldades e barreiras enfrentadas pelas indústrias para o cumprimento das exigências
ambientais, tanto em nível mercadológico, organizacional, quanto na relação com os órgãos
reguladores ambientais.
Será dado destaque aos aspectos econômicos – 12 dispêndios/ganhos – tendo em vista
a busca da compreensão de uma economia da sustentabilidade. Este estudo limitar-se-á às
relações das atividades dos setores industrial com o meio ambiente, sendo este abordado em
suas dimensões de fornecedor de recursos naturais, receptor de dejetos oriundos das atividades
de produção e consumo, e espaço onde se dão as interações entre os processos naturais e sócio
culturais.
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CAPÍTULO 1. CONCEITO DE GESTÃO AMBIENTAL
Gestão ambiental é um sistema de administração empresarial que dá ênfase na
sustentabilidade. Desta forma, a gestão ambiental visa o uso de práticas e métodos
administrativos que reduzir ao máximo o impacto ambiental das atividades econômicas nos
recursos da natureza.
Tornando-se um dos grandes temas das discussões mundiais envolvendo muitos países.
Esse fato e as tecnologias atuais disponíveis, a globalização, as normas regulamentadoras e
técnicas administrativas contribuem com o desenvolvimento sustentável.
A questão ambiental nas organizações ocupa hoje um papel de grande importância, pois
a inserção da variável ecológica em uma política de atuação é capaz de conduzir todos os níveis
organizacionais rumo ao desenvolvimento sustentável. Promovendo mudanças positivas ás suas
partes interessadas - não só no ambiente interno da empresa como no meio externo.
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diante de uma imensa dificuldade de se chegar a um “denominador comum”, a um acordo que
seja bom para todos.
A tendência é que cada vez mais as questões ambientais estejam no foco das discussões,
entre os países, entre as empresas e na sociedade de maneira geral. Torna-se importante e
interessante que os gestores de hoje tenham um pensamento aberto para essas questões, pois
elas podem ser um diferencial para a empresa, basta analisarmos a história e a evolução do
pensamento do consumidor. Os custos da implementação além de não serem elevados podem
trazer grandes ganhos para a empresa.
Gestor, as organizações estão sempre em evolução, temos que estar sempre preparados
para receber bem as mudanças que nos são impostas seja pelo governo ou pela sociedade.
No Brasil a gestão ambiental já é um assunto presente nas grandes empresas, porém a
maioria das empresas registradas no Brasil segundo o SEBRAE são classificadas como micro,
pequenas e médias, e aí o assunto ainda é pouco tratado, incentivos financeiros, ganhos com
marketing, melhoria nos processos de produção, esses são alguns dos pontos que podem ser
melhorados através de um sistema de gestão ambiental eficiente.
Pois bem, mudanças de paradigmas estão cada vez mais presentes na sociedade, o poder
público está cada vez mais atento e vamos mais além, o consumidor está cada vez mais exigente,
alguns mais atentos e bem informados inclusive conseguem identificar a prática de
greenwashing e outros meios de "ilusão". Cabe à companhia, analisar e definir em qual posição
pretende colocar a sua empresa, a cobrança por um desenvolvimento mais sustentável
(econômico, social e ecológico) é realidade.
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A sustentabilidade empresarial tem a capacidade de mudar de forma positiva a imagem
de uma empresa junto aos consumidores. Com o aumento dos problemas ambientais gerados
pelo crescimento desordenado nas últimas décadas, os consumidores ficaram mais conscientes
da importância da defesa do meio ambiente. Cada vez mais os consumidores vão buscar
produtos e serviços de empresas sustentáveis. Vale apena ressaltar que, sustentabilidade
empresarial não são atitudes superficiais que visem o marketing, aproveitando a chamada “onda
ambiental”.
As práticas adotadas por uma empresa devem apresentar resultados práticos e
significativos para o meio ambiente e a sociedade como um todo.
O que é Sustentabilidade?
Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente
sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias
necessidades.
Ao longo da maior parte da história do homem, ele viu-se como um dominador da
natureza e acreditava que ela estava disponível somente para o seu bem-estar, para servir ao
desenvolvimento econômico. Essa forma de pensar produziu uma “sociedade de consumo”,
que é exatamente o oposto do desenvolvimento sustentável, pois as indústrias e fábricas buscam
extrair o máximo de recursos do planeta para acumular riquezas e satisfazer o consumismo
exagerado da população, ocorrendo muito desperdício. O caminho seguido pela economia até
o momento foi extrair, produzir, vender, utilizar e descartar, sem se preocupar com a natureza
e com as futuras gerações, como se os recursos naturais não tivessem fim.
Esse modelo de desenvolvimento da nossa sociedade estabelecido até o momento levou
a consequências drásticas, como poluição ambiental e desigualdade social. Está comprovado
que o ser humano não pode consumir o que e quanto quiser sem se preocupar com as
consequências.
Houve uma evolução na forma como encaramos a relação entre o desenvolvimento
econômico e o meio ambiente.
Desse modo, surgiu a necessidade urgente de mudarmos essa visão. Os que buscam
aplicar as ideias da sustentabilidade levam em conta a harmonia entre a natureza e a sociedade
em qualquer empreendimento humano, tendo os seguintes pontos como bases:
Ser ecologicamente correto: não esgotar os recursos da natureza, tratar o meio
ambiente com respeito, haver um equilíbrio entre o que retiramos da natureza e
o que oferecemos em troca. Veja alguns exemplos: usar somente a quantidade
de água e energia necessária e evitar desperdícios; consumir produtos que não
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tenham embalagem excessiva e de empresas que não estão ameaçando a
natureza; consumir menos carne, porque o rebanho produz gás metano do efeito
estufa; andar em transportes públicos ou bicicletas; não consumir substâncias
destruidoras da camada de ozônio (como sprays que contêm CFC); realizar
coleta seletiva em casas e empresas; realizar reciclagem e reutilização de
materiais, entre outros.
A reciclagem e fontes de energia limpas são formas de colocar em prática
o desenvolvimento sustentável;
B) Ser economicamente viável: a sustentabilidade não quer interromper o
desenvolvimento, mas corresponde a uma nova forma de pensar, buscando
meios que propiciem o crescimento econômico sem agredir o meio ambiente.
Nesse processo, desenvolvem-se novas oportunidades de negócios que
podem ser aproveitadas por pessoas e empresas.
A reciclagem é um exemplo de ideia que pode ser usada no
desenvolvimento sustentável, mas se o gasto com a reciclagem de determinado
material for maior que o de extrair o recurso bruto da natureza. Esse
processo não será economicamente viável e tenderá a não continuar.
A sustentabilidade, por outro lado, está relacionada com a ideia de
continuidade — como essas vertentes podem manter-se em equilíbrio ao longo
do tempo. Por isso, pesquisas devem ser realizadas para desenvolver meios que
tornem economicamente viável a reciclagem de um determinado material.
Um exemplo que mostra como o desenvolvimento sustentável pode ser
não só economicamente viável, mas também trazer vantagens, é o uso de
lâmpadas fluorescentes, que resultam em uma economia de 80% na conta de luz
porque ela dura dez vezes mais que as incandescentes.
C) Ser socialmente justo: isso envolve ética, justiça social, educação de
qualidade, trabalho decente para todos, solidariedade e considerar que nosso
planeta é um só e que cada ação afeta o todo, pois a vida é interação e tudo está
relacionado.
Um exemplo que podemos citar é o uso de transporte coletivo como um
meio sustentável de diminuir a quantidade de carros e, consequentemente, a
poluição gerada para o meio ambiente. Porém, além de ser de qualidade, esses
meios de transporte também devem possuir mecanismos que o deixem acessíveis
e confortáveis para o uso de todos, inclusive de idosos e de pessoas com
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deficiências. Desse modo, as ideias e tecnologias que têm a sustentabilidade
como foco devem levar em conta também classes e grupos menos favorecidos.
Outro exemplo que alia esses três pontos já mencionados é o modelo da
agricultura. Hoje esse modelo privilegia alta especialização, menor diversidade
e maior uso de produtos químicos. Dá-se preferência ao cultivo extensivo de
monoculturas, com uso excessivo de fertilizantes e agrotóxicos que acabam por
poluir o solo, as águas e provocar graves alterações no ecossistema e na saúde
da população. No entanto, considerando a agricultura sustentável, podemos
enfatizar a agricultura familiar, que além de dar maior oportunidade para pessoas
menos favorecidas, também incentiva práticas ecologicamente corretas, como a
diversificação de cultivos, o menor uso de insumos industriais, o uso sustentável
dos recursos genéticos e a agroecologia.
D) Ser culturalmente diverso: valorizar a diversidade, promover relações de
respeito com todos e gerar benefícios para todos. Por exemplo, hoje a renda de
uma pessoa negra no Brasil é, em média, 50% menor que a de uma pessoa
branca.
As ideias sustentáveis difundidas devem promover a igualdade, não a
desigualdade e preconceito que vemos hoje.
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tecnologicamente mais avançados podem monopolizar o mercado. Despertada a
atenção para este desafio, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
juntamente com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e do Instituto de
Defesa do Consumidor (Idec) trabalham no projeto Selo Verde Brasileiro, com
o objetivo de aumentar a competitividade das empresas brasileiras exportadoras
e estimular a adoção de métodos produtivos ambientalmente corretos. Para os
consumidores, apresenta-se, porém a dificuldade de diferenciar produtos
“verdes” dos demais existentes no mercado, pois na maioria das vezes, não têm
o conhecimento específico para poder avaliar os dados expostos nos rótulos dos
produtos. O conjunto de fundamentos e exposições até aqui colocados não é
conclusivo, 33 pois estes quesitos apontados continuam em discussão e tendem
a se ampliar.
ISO 14001
A norma ISO 14001 é uma ferramenta criada para auxiliar empresas a
identificar, priorizar e gerenciar seus riscos ambientais como parte de suas
práticas usuais. A norma faz com que a empresa dê uma maior atenção às
questões mais relevantes de seu negócio. A ISO 14001 exige que as empresas
se comprometam com a prevenção da poluição e com melhorias contínuas,
como parte do ciclo normal de gestão empresarial.
A ISO 14001 segue a metodologia conhecida por aplicar um ciclo de
melhoria contínua denominado Plan-Do-Check-Act (PDCA) que traduzido
para o português significa Planejar-Executar-Verificar-Agir.
Planejar: traçar os objetivos e os processos necessários para se atingir
os resultados levando-se em consideração a política ambiental da
empresa.
Executar: colocar em prática os processos planejados na etapa anterior.
Verificar: fazer o exercício de monitoramento do atendimento dos
processos em relação a política ambiental, objetivos, metas, requisitos
legais, entre outros, e relatar os resultados.
Agir: agir para a melhoria contínua dos processos e do sistema de gestão
ambiental do empreendimento.
São requisitos do sistema de gestão ambiental:
A. Requisitos gerais;
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B. Política ambiental;
C. Planejamento;
D. Implementação e operação;
E. Verificação;
F. Análise pela administração.
Para obtenção da certificação do empreendimento pela ABNT NBR ISO 14001
(válido até janeiro de 2016) é necessário que ele esteja dentro dos requisitos determinados.
Geralmente uma empresa externa é contratada para fazer uma auditoria e verificar o sistema
ambiental da empresa e sua adequação a ABNT NBR ISO 14001. As certificações possuem
validades, e para a manutenção e re-certificação da ISO novas auditorias são necessárias.
Por isso, é importante estar atento às mudanças que a empresa pode causar no ambiente
direta ou indiretamente.
Os setores industriais automotivo, petroquímico e químico e o setor de prestação
de serviços são os que possuem o maior número de certificações ISO 14001, sendo a
Petrobras, a empresa com maior destaque no cenário brasileiro. A maioria dessas empresas
é de médio ou grande porte e impactam significativamente o ambiente.
A região brasileira com maior número de certificações ISO 14001 é a região
sudeste. Isso pode ser explicado pelo fato dessa região conter os maiores parques industriais.
Com destaque para São Paulo que possui cerca de 50% das certificações. No litoral norte
de São Paulo, o loteamento Riviera de São Lourenço, bairro de Bertioga, foi o primeiro
projeto de desenvolvimento urbano a receber este reconhecimento em todo o mundo. O
loteamento é desenvolvido de forma ordenada e com alto respeito ao meio ambiente, com
mais de um terço de sua área territorial foi preservada para áreas verdes.
A principal dificuldade enfrentada pelas empresas de pequeno porte é a questão
dos custos da consultoria de implantação, dos investimentos na adequação de equipamentos
e processos produtivos, do contrato com a empresa certificadora, das auditorias de
supervisão do SGA e da manutenção do sistema são um empecilho considerável.
A cada ano cresce no Brasil o número de certificações, justificada por motivos
diversos como: preocupação ambiental, competitividade no mercado, melhoramento da
imagem da empresa perante a questões ambientais e por pressão de clientes. Com isso, o
Brasil vem melhorando sua colocação a cada ano no Ranking de número de certificados
emitidos no mundo. Segundo dados da ABNT no ano de 2005 o Brasil ocupava 11ª posição
(1800 certificações), perdendo para Japão (1782), China (9230), Espanha (6523), Reino
Unido (6223), Alemanha (4400), Suécia (3716), Coreia (2610) e França (2607).
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1.3.2 - Estratégias Adotadas pelas Empresas na Gestão Ambiental
Com o avanço do setor tecnológico e cada vez mais pessoas utilizando suas
ferramentas no mundo contemporâneo, é indiscutível a sua praticidade para realizar as
atividades diárias.
Com isso, muitas organizações têm desenvolvido estudos e pesquisas com
objetivo de identificar potenciais melhorias e práticas de reuso, redução, reutilização e
economia de materiais.
Com o racionamento de água, ideias surgiram para intensificar o consumo
consciente. E ainda, repensar sobre a emissão de poluentes e uso de energia elétrica,
responsável por toda tarefa realizada em todos os postos existentes. Em uma empresa, por
exemplo, tal projeto, estruturado em Estratégias de Gestão Ambiental, utiliza-se de recursos
visuais (cotidianamente), para a preservação e uso sensato de todos os recursos disponíveis.
Hoje, estratégias de gestão ambiental fazem parte do ambiente de trabalho.
Temos, como exemplo, os cartazes distribuídos pelo ambiente corporativo, folders e
manuais de conscientização, evidenciando a importância de se economizar água, bem como,
outros recursos naturais. E certamente, o uso controlado de papel, energia, copos
descartáveis, ar condicionado, etc.
Grandes empresas têm usado deste artifício, e aplicação de metas
individuais/anuais para obter resultados positivos ao final do mês. Também, para encontrar-
se entre as 10 empresas de maior Gestão Ambiental do país é um processo gradativo. Logo
sua imagem no mercado cresce de valor, da mesma forma que instituições responsáveis por
supervisionar tais ações. Valem-se das benfeitorias para parabenizar, reconhecer e oferecer
prêmios. Assim fomentadas, muitas realizam atividades ocasionalmente, para promover seu
nome e figurar como empresa sustentável.
Não obstante, muitas têm seguido pelo caminho lógico - que é o da preocupação
e preservação. Todas propõem ações práticas como algo indispensável ao cotidiano dos
colaboradores, e ainda, preservar o meio ambiente.
Essas empresas oferecem aos funcionários as opções de sustentabilidade
coletiva, em que todo um setor faz uso reduzido de papel, por exemplo. Ademais, oferecem
aos funcionários e colaboradores uma opção de descarte adequado para objetos de sua
própria residência, tais como: pilhas, garrafas, celulares, monitores, e peças de
computadores que não podem ser destinadas em lixo comum.
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Essas ações, interligadas com outras, estimulam o ciclo de aprendizado e boas
atitudes em diversos ambientes, desde o lar, passando pelo trabalho até a vida social e
urbana.
A importância do monitoramento da poluição
A poluição é definida como qualquer forma de energia ou matéria que
tornam o ar impróprio, nocivo, tóxico ou ofensivo a saúde. Com o crescimento
das fontes de poluentes na atmosfera, o impacto é sentido diretamente na saúde
humana e nos ecossistemas (como corrosão e qualidade do solo e das águas).
Daí a necessidade de darmos maior atenção ao monitoramento da qualidade do
ar.
Controle para reduzir os impactos
Esse monitoramento tem como objetivo identificar os poluentes,
quantificá-los e apontar quais os efeitos nocivos presentes, além de garantir o
desenvolvimento socioeconômico sustentável e ambientalmente seguro com a
prevenção, combate e redução das emissões dos poluentes.
População crescente aumenta a poluição
O crescimento contínuo da população, resulta no aumento de serviços de
atendimento social, que causam problemas na qualidade do ar, como maior
número de veículos automotores, tanto particulares quanto transportes públicos,
crescimento de quantidade de indústrias, principalmente das que geram energia,
aumento nas obras, entre outros.
Reflexo direto na saúde
É fácil perceber os sintomas de que estamos respirando ar poluído: tosse
seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Os grupos de maior risco, que
possuem maior sensibilidade a estes problemas, são as crianças, idosos e pessoas
com doenças respiratórias e cardíacas. Médicos alertam que os sintomas podem
ser ainda mais graves dependendo da sensibilidade de cada indivíduo.
Estudos epidemiológicos apontam correlação entre a exposição aos
poluentes e os efeitos de morbidade e mortalidade, mesmo quando os poluentes
não ultrapassam os padrões de qualidade do ar. É de responsabilidade do Estado
não só monitorar a concentração dos poluentes, mas adotar medidas de
prevenção e melhoria do ar.
Mais doentes
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O aumento da poluição atmosférica acaba gerando mais gastos ao
poder público, já que ela está diretamente ligada ao crescimento de
atendimentos e internações hospitalares e uso de medicamentos.
Padrões de qualidade
Os valores que definem o padrão que a qualidade do ar deve ter, varia de
acordo com a abordagem adotada, considerando o desenvolvimento e
capacidade nacional do local. Os padrões estabelecidos no Brasil são de
responsabilidade da resolução Conama nº 3/1990, que divide a qualidade em
padrões primários e secundários.
Os padrões primários são os que, se ultrapassados, afetam a saúde da
sociedade, enquanto os secundários são os que, além de prever o bem estar da
população, abordam os efeitos à fauna e flora, ao meio ambiente de forma geral.
Essas e muitas outras curiosidades sobre este tema tão atual, você encontra nos
cursos da área Ambiental do iPED.
Certificações ambientais
Parte do trabalho de um profissional de Gestão Ambiental é compreender
os processos de legislação ambiental e licenciamento. Com isso, o profissional
pode adequar sua empresa para seguir as leis e adquirir uma certificação ou até
mesmo trabalhar nos órgãos reguladores.
A ISO 14.000, por exemplo, exige que as empresas adequem todo o seu
processo de emissão de poluentes, produção e gerenciamento de resíduos. O
profissional de Gestão Ambiental é o responsável por se certificar de que cada
detalhe seguirá as normas estabelecidas pela ISO, implementando as mudanças
necessárias.
Junto a isso, o profissional de Gestão Ambiental deve treinar e capacitar toda a
equipe de trabalho para atender aos padrões e normas exigidos.
Conscientização e educação
Uma das importantes funções da área de Gestão Ambiental é criar
programas de conscientização sobre a preservação do meio ambiente. Nesse
trabalho, entram desde o planejamento e o desenvolvimento dos programas até
a coordenação e implementação dos mesmos em escolas, empresas,
comunidades, municípios etc.
O profissional da área também pode criar materiais educativos e dar
palestras sobre meio ambiente e preservação.
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Desenvolvimento de políticas públicas
O profissional de Gestão Ambiental pode, ainda, participar da elaboração
de leis ambientais e políticas públicas de preservação e recuperação do meio
ambiente e planos diretores. Esse tipo de trabalho pode ser desenvolvido junto a
secretarias municipais e estaduais de meio ambiente, por exemplo.
Geoprocessamento
O geoprocessamento é o tratamento de informações e dados geográficos
por meio de sistemas e programas específicos, como o Sistema de Informação
Geográfica (SIG). Esse trabalho é fundamental no controle e monitoramento
ambiental de áreas de preservação, na gestão de bacias hidrográficas, em
diagnósticos ambientais, na elaboração de estudos de impacto ambiental e no
mapeamento da vegetação.
Mais uma vez, o profissional de Gestão Ambiental é quem fica
encarregado de utilizar e tratar essas informações, elaborando projetos de
gerenciamento urbano, redes de infraestrutura e ocupação humana.
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1.3.3.1 - Vantagens das Energias Renováveis para o Meio Ambiente
As fontes renováveis de energia são aquelas consideradas inesgotáveis. Elas recebem
este nome uma vez que podem se renovar a todo o momento. Elas são encontradas na natureza
em grande quantidade ou ainda possuem alta capacidade de se regenerarem por maneiras
naturais.
Existem vários exemplos de energias renováveis. As principais e mais conhecidas são:
Energia eólica
Tem origem por meio da força dos ventos que são capazes de movimentar
as pás de cata-ventos, que estão ligados aos seus geradores. A vantagem para
este tipo de energia é que existe um baixíssimo impacto ambiental e também a
geração de poucos resíduos.
Energia Solar
Outra energia muito conhecida e também bastante utilizada é sem dúvida
a solar. Ela é adquirida por meio de painéis fotovoltaicos que são capazes de
transformar a luz solar em energia. Possui um baixo custo de manutenção dos
seus equipamentos e, assim como a eólica, também um baixo impacto para o
meio ambiente.
Energia Hidráulica
A energia hidráulica tem origem na água que gira as turbinas das usinas
hidrelétricas, o que gera a devida energia. Para adquirir este tipo de energia não
ocorre poluição da água, além de garantir uma baixa emissão de gases que
causam o efeito estufa.
As energias renováveis representam verdadeiros benefícios para a natureza, já que
contam muitas vezes com baixos custos, e, além disso, não necessitam de processos artificiais
que resultam em prejuízo para o meio ambiente. Portanto, podemos destacar diversas vantagens
para a natureza, como:
Podem ser consideradas inesgotáveis para a escala humana quando comparado aos
combustíveis fósseis; O impacto ambiental é bem menor do que o provocado por meio das
fontes de energia com origem nos combustíveis fósseis, como o carvão, petróleo e gás. Isso
porque elas não produzem dióxido de carbono ou outros gases com “efeito de estufa”; Oferecem
menos riscos do que a energia nuclear; Permitem a criação de novos postos de emprego com
investimentos em zonas menos favorecidas; Com elas é possível reduzir as emissões de CO2,
melhorado assim a qualidade de vida com um ar mais limpo; Reduzem a dependência energética
da nossa sociedade face aos combustíveis fósseis.
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Um dos fatores mais interessantes no contexto da gestão ambiental é observar a
evolução do pensamento empresarial no que diz respeito ao assunto ao longo dos últimos anos.
A evolução das questões ambientais não tem ficado apenas nas esferas ambientalistas,
acadêmicas ou governamentais, eles tem encontrado cada vez mais espaço na sociedade de uma
maneira geral e mesmo que alguns assuntos por vezes sejam interpretados de maneira
equivocada por alguns, está cada vez mais sendo pauta da sociedade, e essa é uma crescente
que pode ser observada na história.
Barbieri (2011), diz que as primeiras manifestações de gestão ambiental foram
estimuladas pelo esgotamento de recursos, como a escassez de madeira para a construção de
moradias, fortificações, móveis, instrumentos e combustível, cuja exploração havia se tornada
intensa desde a era medieval.
Nos anos de 1950 e 1960 a gestão ambiental nas indústrias era abordada de maneira
muito tímida, limitando-se a atender a legislação vigente, que já era pouca, mas um
acontecimento trouxe certa mudança de pensamento, pode-se dizer que a divulgação do livro,
a primavera silenciosa, de Rachel Carson, que foi publicado em 1962 nos Estados unidos e
alertava sobre o uso de agrotóxicos no ambiente natural, fez com que as preocupações com o
meio ambiente começassem a ter certo destaque.
A preocupação crescente com a contaminação ambiental resultou no início da década
de 1970 em dois eventos de grande relevância, a divulgação do relatório do clube de Roma e a
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em
1972. A conferencia ajudou para que os países industrializados e aqueles que ainda estavam em
processo de industrialização, adotassem, por exemplo, padrões de controle e de qualidade nas
suas indústrias com o apoio de relatórios de avaliação de impacto ambiental e o controle final
do processo (“end of the pipe"), porém é importante destacar que existia uma atitude reativa e
com isso as indústrias se limitavam apenas ao cumprimento das normas e mesmo assim, muitas
vezes quando eram obrigados a isso.
Nos anos de 1980 as indústrias começaram a ter uma mudança de pensamento e com
isso entendeu que era preciso uma mudança nos seus processos de produção, um dos pontos
principais estavam na minimização de resíduos e na reciclagem, pode-se dizer que nessa década
o empresariado começava a ver o tema Meio Ambiente com outros olhos, não só pelo simples
fato, do “pelo bem da natureza” mais também como uma necessidade da legislação, da
sociedade e como melhoria dos processos para fins financeiros.
Nos anos de 1990 uma nova onda veio para mudar o cenário ambiental no mundo, os
códigos voluntários de conduta da família ISO 14000 tornava-se um diferencial para as
20
empresas não só no cenário nacional, mas também no internacional, além da responsabilidade
com uma produção mais limpa, a ecoeficiência começava a ser falada com mais intensidade,
sistemas de gestão ambiental ajudavam nos processos da empresa para minimizar os impactos,
identificar as falhas e trabalhar através da melhoria contínua, diferente das décadas anteriores,
as organizações já trabalhavam com uma atitude mais pró ativa no tocante do cumprimento das
normas ambientais, com isso, o meio ambiente tornava-se parte da estrutura da empresa.
A partir dos anos 2000 novas práticas e novos conceitos surgiram em uma geração mais
atenta para as causas ambientais, não tanto como deveria, mas apresentando uma grande
evolução se comparada às gerações anteriores. O termo SGI surgia nas organizações, a
responsabilidade pela cadeia produtiva, que antes era um assunto quase que inexistente,
começava a ser uma prática em algumas indústrias, a avaliação do ciclo de vida era um novo
aliado para a indústria e para a sociedade, com essa crescente ambiental nas indústrias e na
sociedade, surge o ecodesign, a atitude pró ativa antes voltada para o cumprimento das normas,
puxava para o lado social também e com isso a estrutura o ambiental, o social tornavam-se parte
da estrutura organizacional.
Por mais que as questões ambientais tenham passado e ainda passam por altos e baixos,
a evolução é constante, seja por obrigatoriedade legal ou necessidades. Durante anos houve
diversas evoluções nas empresas, na sociedade e entre os países que discutem alternativas para
diversas questões ambientais, em conferências como as de Estocolmo, RIO 92, Kyoto, Paris,
diante de uma imensa dificuldade de se chegar a um “denominador comum”, a um acordo que
seja bom para todos.
A tendência é que cada vez mais as questões ambientais estejam no foco das discussões,
entre os países, entre as empresas e na sociedade de maneira geral. Torna-se importante e
interessante que os gestores de hoje tenham um pensamento aberto para essas questões, pois
elas podem ser um diferencial para a empresa, basta analisarmos a história e a evolução do
pensamento do consumidor. Os custos da implementação além de não serem elevados podem
trazer grandes ganhos para a empresa.
Gestor, as organizações estão sempre em evolução, temos que estar sempre preparados
para receber bem as mudanças impostas seja pelo governo ou pela sociedade.
No Brasil a gestão ambiental já é um assunto presente nas grandes empresas, porém a
maioria das empresas registradas no Brasil segundo o SEBRAE são classificadas como micro,
pequenas e médias, e aí o assunto ainda é pouco tratado, incentivos financeiros, ganhos com
marketing, melhoria nos processos de produção, esses são alguns dos pontos que podem ser
melhorados através de um sistema de gestão ambiental eficiente.
21
Pois bem, mudanças de paradigmas estão cada vez mais presentes na sociedade, o poder
público está cada vez mais atento e vamos mais além, o consumidor está cada vez mais exigente,
alguns mais atentos e bem informados inclusive conseguem identificar a prática de
greenwashing e outros meios de "ilusão". Cabe à companhia, analisar e definir em qual posição
pretende colocar a sua empresa, a cobrança por um desenvolvimento mais sustentável
(econômico,social e ecológico) é realidade.
25
b) Projeto – essa fase demanda uma série de conhecimentos e habilidades para
que seja efetuada e por sua complexidade foi dividida em três outras fases, são
elas:
Estudo Preliminar–aqui é viabilizado um levantamento de dados e
informações secundárias da área alvo da intervenção que, conjuntamente
com o levantamento de campo e a obtenção de dados primários, criará
condições para se traçar um diagnóstico da área.
II) Diagnóstico e Prognóstico– essa fase consiste no processamento dos
dados e informações adquiridos na fase do Estudo Preliminar
(Diagnóstico) e dá um maior embasamento na criação de cenários
advindos das propostas (Prognóstico), ou seja, permite que, após o
lançamento de um proposta seja possível criar cenários criteriosos de
como ficaria a área após a efetivação da mesma, considerando outras
alternativas e medidas (mitigadoras) nesse processo .
III) Plano Diretor – após as fases anteriores, se cria condições para a
decisão a ser tomada, assim, essa fase representa a melhor alternativa a
ser empregada para o atendimento das mais diversas necessidades da
sociedade a ser intervinda, tendo sempre como abordes a preservação
ambiental.
c) Execução – já com o plano diretor definido, essa fase, como próprio nome
diz, vem para executar a referida proposta, sempre de acordo com os recursos
disponíveis e previstos, seguindo a prioridades estabelecidas, com fins a garantir
a continuidade da gestão. Ainda sob essa fase, se faz importante salientar que
quando se tratar de áreas urbanas, existe uma série de instrumentos previstos na
lei 10.257 (Estatuto da Cidade) que, respeitadas as suas exigências legais para a
implementação, podem ser utilizados, tais como o uso do parcelamento,
edificação ou utilização compulsória (Art.4°, V, i), o IPTU (Imposto sobre a
Propriedade Predial e Territorial Urbana) progressivo (Art. 7°) e a
desapropriação (Art. 8°).
d) Retroalimentação – por fim chega-se a essa fase, que se configura com uma
das mais importantes, já que é através dela que será possível um
acompanhamento e avaliação da fase da execução, o que irá possibilitar um
maior controle da mesma. E, com base nessas informação advindas desse
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controle, serão indicados os possíveis erros, o que auxiliará na efetuação das
devidas correções e na melhoria constante desse processo.
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Segundo Barbieri (p.71/72) alguns desses instrumentos são indiretos, ou seja,
apesar de não serem criados para determinado fim, acabam por atingi-lo, por exemplo,
um decreto estabelecendo o rodízio de carros em uma cidade, apesar de ter sido criado
para diminuir os congestionamentos acaba por auxiliar na melhoria da qualidade de ar
da cidade, já que irá diminuir a quantidade de gases emitidas pelos automóveis. Existem
ainda uma outra categoria, mais interessante para esse trabalho, a dos instrumentos
diretos, aqueles criados visando diretamente as questões ambientais, esses é,
geralmente, a categoria na qual se encaixa os instrumentos advindos das políticas
públicas ambientais.
Ainda segundo o autor (p.72-82) esses últimos podem ser subdivididos em:
Econômicos, que representam aqueles capazes de influenciar o comportamento das
pessoas através de medidas de incentivo econômico ou custos adicionais para elas, como
é o caso dos incentivos fiscais para redução de emissões e conservação de recursos eda
cobrança de tributos ambientais; a segunda categoria, chamada pelo o autor de outros
representa aqueles mais preventivos com caráter mais basilar, como a educação
ambiental, o apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico e a criação de unidades
de conservação, por fim chega-se a categoria comando e controle, os instrumentos dessa
categoria são aqueles responsáveis por estabelecer padrões de qualidade ambiental e
níveis de concentração máximos de poluentes, são exemplos dessa categoria, os padrões
de emissão, qualidade e desempenho, o licenciamento ambiental e um dos objetos
principais desse artigo, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental, como será visto
posteriormente.
Direito Ambiental
De forma sucinta, como bem acentua Édis Milaré (2007, p. 759), o Direito
Ambiental pode ser entendido como:
“[...] o complexo de princípios e normas coercitivas reguladoras das
atividades humanas que direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do
ambiente em sua dimensão global, visando à sua sustentabilidade para as
presentes e futuras gerações.”
Pode-se dizer que a definição de Direito Ambiental, encontra-se inteiramente
ligada à noção de meio ambiente, uma vez que esse será o objeto do mesmo e que os
dois compartilham da mesma natureza jurídica difusa, porém ambos não se confundem.
Esse ramo jurídico possui uma das maiores interdisciplinaridades do direito, pois trata
de um tema transversal, dessa forma encontra-se ligado aos mais distintos ramos
normativos, como o Direito Internacional, o Direito Penal, o Direito Administrativo e o
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Direito Civil, além de se encontrar ligado também a outras ciências como a Geografia,
Biologia e a Sociologia. Essa interação faz com que o mesmo receba influências desses
outros, tornando-o um direito complexo, amplo.
Segundo Paulo Affonso Leme Machado (2007, p. 54-55):
“O Direito Ambiental é um Direito sistematizador, que faz a articulação da
legislação, da doutrina e da jurisprudência concernentes aos elementos que
integram o ambiente. Procura evitar o isolamento dos temas ambientais e sua
abordagem antagônica. Não se trata mais de construir um Direito das águas,
um Direito da atmosfera, um Direito do solo, um Direito Florestal, um Direito
da fauna ou um Direito da biodiversidade. O Direito Ambiental não ignora o
que cada matéria tem de específico, mas busca interligar estes temas com a
argamassa da identidade dos instrumentos jurídicos de prevenção e de
reparação, de informação, de monitoramento e de participação. “
Tal Complexidade, como também a quantidade de interações com outras
ciências, faz com que o Direito Ambiental, também seja extremamente semelhante à
Gestão Ambiental, vista anteriormente, pois, além da questão da multidisciplinaridade,
esse ramo do direito possui também um significativo papel na preservação ambiental, já
que seu objetivo, assim como o da Gestão Ambiental, é fundamentalmente preventivo.
E a razão pela qual o mesmo está voltado para o momento anterior à efetiva consumação
do dano ambiental, se da pelo fato de que quando o dano se instala a sua reparação é,
por muitas vezes, impossível ou de difícil de acontecer, além de ser extremamente
dispendiosa.
É impensável conceber-se a degradação ambiental e sua reparação como regras,
a prevenção é claramente o caminho mais seguro e mais barato. Aparte a questão
econômica, a ambiental é mais importante, já que em alguns casos mesmo com todo um
suporte financeiro a reparação não é possível de acontecer, como nos casos do
desaparecimento de uma única espécie da fauna ou de uma floresta inteira.
Princípios Norteadores do Direito Ambiental
Para se atingir o principal instrumento do Direito Ambiental, o Estudo
Prévio de Impacto Ambiental, se faz necessário algumas breves imersões nos
princípios norteadores do Direito Ambiental, já que os mesmos são considerados
como a fonte primeira de tal direito, pois são aplicados antes da feitura das
normas e instrumentos, na aplicação dos mesmos e na falta deles.
Dentre a vasta gama desses princípios, convém aqui comentar um pouco
sobre três deles, quais sejam:
a) Princípio da prevenção
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Em se falando do princípio da prevenção o mesmo surgiu como
princípio na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento de 92, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, ali ficaram
estabelecido diversos princípios, sendo o da precaução acolhido
expressamente no de número 15 da seguinte forma:
“Princípio 15: De modo a proteger o meio-ambiente, o princípio
da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo
com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou
irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser
utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente
viáveis para prevenir a degradação ambiental.”
Segundo Fiorillo(p.37) tal princípio ainda é abarcado pela
Constituição Federal no caput do seu Art. 225, ao preceituar o dever do
Poder Público e da coletividade de proteger e preservar o meio ambiente
para as presentes e futuras gerações.
Tal princípio é muitas vezes confundidos com o de precaução,
entretanto, segundo Granziera (p.55), o último traz consigo um conceito
mais restritivo do que o da prevenção, para a autora, é como se, a
precaução tendesse à não autorização de um determinado
empreendimento quando não houver certeza de que ele não fosse causar
no futuro um dano irreversível, enquanto que a prevenção versa sobre a
busca de uma compatibilização entre a atividade a ser licenciada e a
proteção do meio ambiente, através da imposição de condicionantes ao
projeto.
É por essa razão que o Estudo de Impacto Ambiente é
considerado como um instrumento que atende ao princípio da prevenção,
já que, após sua análise prévia de um determinado empreendimento, se
torna possível assegurar sua realização, se medidas compensatórias e
mitigadoras ou até mesmo mudanças no projeto em análise forem feitas.
b) Princípio da Precaução
Paulo Afonso Leme Machado, ao citar o jurista Jean-Marc
Lavieille (p.55), ensina que “O princípio da precaução consiste em dizer
que não somente somos responsáveis sobre o que nós sabemos, sobre o
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que nós deveríamos ter sabido, mas, também, sobre o de que nós
deveríamos duvidar”.
Essa é a questão principal que diferencia o princípio da precaução
do da prevenção, o primeiro está baseado em certeza científica, ou seja,
segundo o mesmo se não existir tal certeza que uma ação não vá causar
danos irreversíveis no futuro, a mesma deve ser combatida.
Silva (p.106), vai além, ao citar Aragão, indica que a atuação
conforme o princípio em comento deve se dá, antes mesmo que o
princípio da prevenção imponha qualquer atuação preventiva, ou seja tal
princípio exige o benefício da dúvida em favor do meio ambiente ,
quando existir qualquer incerteza sobre os efeitos de determinas
atividades.
c) Princípio do Desenvolvimento Sustentável
É do saber de todos que os recursos naturais são fontes esgotáveis
se não forem utilizados de maneira correta. Esse princípio não busca uma
estagnação econômica, nem é desfavorável ao progresso como os mais
radicais possam pensar, o mesmo busca uma convivência coerente entre
esse desenvolvimento econômico e o meio ambiente e por consequência,
a manutenção de um meio saudável para a vida humana.
Segundo Fiorrilho (p. 24-25), esse instituto caiu em desuso com
o liberalismo, mas em face das transformações de cunho social e
tecnológico que a sociedade brasileira vem vivendo ao longo dos últimos
anos, vem-se buscando o mesmo mais uma vez, pois,se tem a necessidade
de uma intervenção estatal para que esse equilíbrio entre
desenvolvimento e meio ambiente seja alcançado. O jurista Ronaldo
Mota Sardenberg (1995, p. 3) diz que:
“A busca e a conquista de um ‘ponto de equilíbrio’ entre o
desenvolvimento social, o crescimento econômico e a utilização dos
recursos naturais exigem um adequado planejamento territorial que tenha
em consta os limites da sustentabilidade. O critério do desenvolvimento
sustentável deve valer tanto para o território nacional na sua totalidade,
áreas urbanas e rurais, como para a sociedade, para o povo, respeitadas
as necessidades culturais e criativas do país.”
31
Tal equilíbrio é fundamental em uma sociedade fundada na livre
concorrência e iniciativa como a brasileira, já que a inobservância do
mesmo acarretará uma desordem ambiental.
Passada a breve explanação de tais princípios, será dado o
enfoque na Política Nacional do Meio Ambiente, que precedeu a
constituição de 1988, mas foi abraçada por ela, tal Política traz em seu
seio a presença dos citados princípios, bem como, a de outros mais e é
tratada como uma grande diretriz para o Direito Ambiental Brasileiro,
assim como, para a Gestão Ambiental, como visto a seguir.
Política Nacional do Meio Ambiente
Criada em 31 de agosto de 1981, a lei n° 6.938 que versa sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente (PNMA) é considerada, apesar de ter sido precedida por
normas esparsas que tratavam sobre questões ambientais pontuais como o Decreto-lei
n° 1.413 de 1975 (tratava sobre o controle da poluição ambiental por atividades
industriais) e a Lei n° 6.803 de 1980 (tratava sobre as diretrizes básicas para o
zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição), como um verdadeiro marco do
Direito Ambiental no Brasil, sendo responsável, de certa forma, pela desvinculação do
Direito Ambiental perante o Direito Administrativo (ANDERSON SILVA, p.302).
A citada legislação, é reconhecida não só como inovadora, mas até como
pioneira em relação a outros países e, a partir de sua vigência, são incontáveis os
benefícios ambientais alcançados. Também não se pode calcular sua ampla influência
na definição de políticas públicas e na própria estruturação de Sistemas de Gestão
Ambiental (MILARÉ 2001, p.290).
Tal instrumento normativo foi ainda recepcionado pela Constituição Federal de
1988 e colabora efetivamente para a concretização do art. 225 da Constituição
Brasileira, pois, ao trazer em seu corpo uma série de princípios, objetivos, conceitos e
instrumentos fundamentais para o Direito Ambiental, contribui diretamente para a
materialização do direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, além disso,
pode-se dizer, à luz de Granziera(p.67) que tal norma “[...] mudou definitivamente a
forma de tratar as atividades humanas, estabelecendo um vínculo de natureza legal
entre o desenvolvimento e a proteção do meio ambiente”.
Dentre suas criações mais importantes, destaca-se a criação do Sistema Nacional
do Meio Ambiente (SISNAMA), que é formado por um conjunto de órgãos e
instituições dos mais diversos níveis do Pode Público encarregados da proteção do
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meio ambiente, sendo considerado como o grande arcabouço da Gestão Ambiental no
Brasil (MILARÉ, 2001, p.293).
Objetivos da PNMA
Para Milaré, (p.291) a Lei 6.938/81 possui uma série de lacunas conceituais e de
técnicas legislativas que apesar de criar certa confusão, não obscurecem o seu sentido,
nem o seu entendimento e aplicação. A definição dos objetivos é uma dessas lacunas.
A lei traz em seu corpo um conceito de objetivo geral (caput, Art.2º), como também
elenca uma série de objetivos específicos (Art. 4º), em relação ao primeiro, convém
transcrever a redação do caput do art. 2º da lei em comento, que assim expõe:
“Art 2º - A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (...)”
Tal objetivo, segundo Milaré possui uma série de falhas conceituais. Entre elas,
destaca-se o fato do mesmo submeter o meio ambiente a ”condição para o
desenvolvimento”, quando deveria fazer da qualidade ambiental a finalidade do
próprio desenvolvimento e o fato do mesmo reduzir tal questão a um assunto de
segurança nacional, uma vez que, segundo o autor, a segurança planetária não pode
igualmente ser colocada em questão, nem ignorada por politicas nacionalistas, ou seja,
não se pode tratar um assunto que possui implicações mundiais ,como é o caso, sob o
prisma de uma única nação.
Em se tratando dos objetivos específicos, Granziera (p.71) dispõe que:
“Ao se tratar dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, a Lei n°
6.938/81 provoca alguma confusão, pois entre os objetivos ali apontados há
ações que nada têm a ver com finalidades, mas, com os meios a serem
utilizados para atingir os objetivos.”
Segundo a autora, somente dois dos objetivos elencados no art. 4° da lei 6.938/81
devem ser considerados como tal, são eles:
a) à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua
utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do
equilíbrio ecológico propício à vida; e
b) à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação
da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
Em se tratando do primeiro fica claro que trata-se de uma tentativa de garantir o
uso racionalizado dos recursos ambientais com o fim maior de certificar a sua
33
perpetuação para as futuras gerações, ligado a redação do art. 225 da Constituição
Federal.
Já em relação ao segundo, percebe-se que ele esta ligado ao princípio do
desenvolvimento sustentável, tendo um tripé a ser equilibrado, consistido no
desenvolvimento econômico e social e na proteção ambiental.
De uma forma geral esses objetivos, a pesar de suas lacunas, tracejam um contorno
fidedigno das finalidades dessa Politica tão insigne para a proteção ambiental no
Brasil.
Conceitos da PNMA
Os conceitos trazidos que contribuíram para a formação do vinculo citado
anteriormente estão previstos no Art. 3° da legislação em comento, são eles:
I – Meio Ambiente –para a PNMA, meio ambiente é “o conjunto de
condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
Tal conceito, apesar de ser considerado como defasado hodiernamente,
por desconsiderar a questão socioeconômica, foi basilar para a
construção dos mais variados conceitos contemporâneos de meio
ambiente, pois refere-se fundamentalmente aos conceitos de vida e
equilíbrio (GRANZIERA, p.68);
II – Degradação Ambiental – é considerada como sendo “a alteração
adversa das características do meio ambiente”. Esse conceito, devido a
sua amplitude, abre margem para que se ajuíze o entendimento de que a
degradação seria um gênero do qual a poluição, vista a seguir, seria uma
espécie (GRANZIERA, p.70);
III – Poluição– o conceito previsto nessa legislação traz um rol de uma
série de situações entendidas como tal, sendo a caracterização da mesma,
feita pela descrição do fato ocorrido relativo a poluição e à
correspondente previsão legal, ficando tais situações comprovadas no
respectivo processo para apurar a ocorrência de um dano ambiental, seja
ele um processo administrativo ou judicial (GRANZIERA, p.69). Cabe
ainda citar o já falado rol previsto no inciso III da lei em comento, que
diz:
“III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante
de atividades que direta ou indiretamente:
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a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos;”
IV – Poluidor – para a PNMA, essa figura seria “a pessoa física ou
jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou
indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”.
ConformeGranziera (p.68),essa definição foi muito pertinente, já que até
então existia-se uma dúvida sobre a possibilidade das pessoas jurídicas
de público ou privado serem consideradas como poluidoras no momento
em que implantassem empreendimentos que, direta ou indiretamente,
causassem degradação ambiental. Tal afirmação legal só corrobora a
determinação de que as atividades de empresas públicas ou privadas
devam ocorrer em harmonia com o objetivo da PNMA.
V - Recursos Ambientais – segundo a PNMA, são considerados como
tal “a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os
estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a
fauna e a flora”. Cabe frisar que no corpo primeiro da Lei 6.938, a fauna
e flora estavam excluídas dessa relação, sendo incluídos depois pela Lei
7.804 de 1989, o que demonstra a própria evolução do conceito.
Instrumentos da PNMA
Sob a luz de José Afonso da Silva (p.216) chega-se ao
entendimento que os instrumentos da PNMA nada mais são do que: “[...]
medidas, meios e procedimentos pelos quais o Poder Público executa a
Política Ambiental tendo em vista a realização concreta de seu objeto, ou
seja, a preservação, melhoria e recuperação do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico”.
Tais instrumentos (13 no total) são elencados no art. 9° da Lei
6.938/81, entretanto, nem todos eles possuem uma previsão legal
detalhada, sendo alguns aplicados de maneira empírica e esparsa em
ações de gestão ambiental (SILVA p.310 apud MILARÉ).
José Afonso da Silva (p.216) ensina que tais instrumentos podem ser
classificados em três categorias distintas dependendo do seu perfil, quais
sejam:
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a) Os instrumentos de intervenção ambiental: que são
mecanismos normativos através dos quais o Poder Público
interfere no meio ambiente, com fins a regular a atuação do
particular e do próprio poder público, para se atingir os objetivos
da PNMA, como por exemplo, o zoneamento ambiental;
b) Os instrumentos de controle repressivo: esses dispõem-se a
corrigir os descompassos da legalidade ambiental, através da
aplicação de sanções cíveis e penais;
c) Os instrumentos de controle ambiental: que
constituem-se naqueles atos e medidas que visam assegurar a
observância das normas e planos destinados a preservação e
recuperação ambiental, podendo ocorrer antes da ação
potencialmente causadora de dano, que seria o chamado controle
prévio (Estudo de Impacto Ambiental e o licenciamento
ambiental prévio por exemplo); durante a ação potencialmente
causadora de dano ambiental, chamado de controle concomitante
(inspeções e fiscalizações por exemplo) e também podem ocorrer
depois da ação potencialmente danosa ao meio ambiente,
chamado de controle “a posteriori”, que busca verificar se tal
ação se prendeu ao que determinava as normas de proteção
ambiental, feito por vistorias e exames.
Em relação a tais instrumentos, é de certo que todos eles são
efetivamente reguladores da preservação do equilíbrio ambiental,
entretanto como dito anteriormente, quando um dano ambiental ocorre
sua reparação é, na maioria das vezes, difícil, dispendiosa e muitas vezes
impossível de ocorrer em sua totalidade, assim sendo, em se tratando de
Gestão Ambiental, compreende-se que os instrumentos que tenham por
fim, atuar previamente ao dano são os mais coerentes, contudo, cabe
frisar novamente, que os demais também possuem sua importância e
devem sim ser aplicados quando necessários.
Dito isso, passa-se à análise do instrumento chave, objeto desse
artigo, o Estudo Prévio de Impacto Ambiental.
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fazem isso por meio de projetos de plantio de árvores ou reflorestamento, o que inclusive
pode servir como compensação das emissões de carbono.
Prevenir e Reduzir Resíduos
As empresas tendem a produzir grandes quantidades de resíduos, como
excesso de embalagens e desperdício de alimentos. Isso contribui muito para a
degradação ambiental, devido ao aumento do desmatamento, ao maior uso de energia e
à lotação de aterros sanitários.
Com o uso de produtos reciclados, as empresas podem reduzir custos e seu
impacto ambiental. Além disso, a adoção de políticas que encorajem os clientes a reduzir
seus resíduos — como oferecer um desconto para o uso de sacolas reutilizáveis ou dispor
de lixeiras de coleta seletiva — pode deixar sua empresa a frente nas questões
sustentáveis. Desencorajar o desperdício, como a cobrança de taxa por sacos plásticos,
também pode ser útil.
Com isso, aprendemos uma lição: adotar políticas mais conscientes em relação
ao meio ambiente pode trazer inúmeros benefícios para sua empresa.
Além do mais, mesmo que ela não seja 100% verde, ser um consumidor responsável de
recursos limitados pode ajudá-lo a fazer a sua parte na preservação ambiental e a evitar
problemas com os órgãos ambientais. Adote essas ideias!
Quer aprender mais sobre o assunto? Leia o nosso post sobre redução de custos:
a sustentabilidade como bom negócio.
39
Existe a necessidade de estratégias em que a natureza seja levada em consideração
também como fator restritivo, que deve ser utilizado com máxima produtividade e sem efeitos
degradantes, a fim de que, no futuro, a disponibilidade dos recursos naturais esteja preservada.
Considerações ambientais devem ser misturadas com propostas de equidade social,
eficiência econômica e factibilidade política, pois a sustentabilidade pressupõe que os custos
ambientais sejam internalizados pelo mercado. Um aspecto que também deve ser considerado
nos objetivos voltados para a sustentabilidade é o tratamento a ser dado a hábitos de consumo
e estilos de vida, afirma Goodland (1997).
A sociedade industrial tem atropelado os ecossistemas naturais dos quais depende, e
induzido mudanças consideráveis nos fluxos materiais da superfície da terra. Um problema
estratégico é encontrar um metabolismo sustentável para a sociedade industrial e reconstruí-la
nessa conformidade. Para atingir-se um mundo sustentável, o lado da demanda não pode
permanecer intocável. Para Goodland (1997), faz-se necessário um sistema de incentivos e
penalidades que estimule as pessoas a adotar modos de vida adequados a esse objetivo.
Parte-se da ideia de que o desenvolvimento sustentável surge da busca em
compatibilizar o desenvolvimento ambiental, econômico e social. A ideia de um
desenvolvimento sustentável que contém objetivos do equilíbrio ecológico e da justiça social,
obtidos através do crescimento econômico orientado pelo livre mercado, é um discurso que não
possui uma fundamentação sobre a capacidade do mercado de dar o justo valor à naturea e à
cultura.
Capitalizar a natureza para ajustá-la aos mecanismos de valorização do mercado é
difícil, porque existem processos ecológicos impossíveis de serem reduzidos ao padrão de
medida do mercado. Tomando-se a Economia como o processo de produção e distribuição de
riqueza, este pode estar fundado numa racionalidade social que integre os processos ecológicos,
tecnológicos e culturais. Nesta perspectiva, o desenvolvimento sustentável torna-se um projeto
voltado à erradicação da pobreza, à satisfação das necessidades básicas e melhorias na
qualidade de vida da população.
A gestão ambiental como instrumento de alcance do desenvolvimento sustentável, além
de criar normas de ordenamento ecológico, métodos de avaliação de impacto ambiental e
instrumentos econômicos para a valorização dos recursos naturais, ofereceria bases para a
construção de um paradigma alternativo, fundado no potencial ecológico, na inovação
tecnológica e na gestão participativa. Macedo (1994) considera a gestão ambiental uma função
organizacional indispensável, como a função financeira, recursos humanos, produção,
comercial, marketing, dentre outras. As funções dentro de uma organização representam o
40
conjunto de processos e atividades homogêneos no que se refere aos assuntos tratados, aos
elementos e aos objetivos que precisa alcançar.
Neste contexto, a gestão ambiental tem ganhado destaque e uma dimensão estratégia
das empresas, como forma de planejar o desenvolvimento, a implantação e manutenção de uma
política ambiental para o desenvolvimento sustentável se caracterizam como “conjunto de
princípios, estratégias e diretrizes de ações e procedimentos para proteger a integridade dos
meios físicos e bióticos, bem como dos grupos sociais que deles dependem. Inclui também, o
monitoramento e o controle de elementos essenciais à qualidade de vida, em geral, e à
salubridade humana, em especial”.
Nesse sentido, o gestor ambiental é o profissional com formação multidisciplinar e
interdisciplinar, com uma visão holística que vai trabalhar diretamente com a gestão ambiental,
elaborando projetos com o objetivo de alcançar resultados positivos em relação ao meio
ambiente, bem como a redução dos impactos ambientais provocados pelas ações do homem,
melhorando a qualidade de vida, para que todos se sintam bem em um ambiente menos poluído,
além de garantir o uso mais racional dos recursos naturais, preservando-os para as gerações
vindouras e contribuindo para a sustentabilidade econômica, social e ambiental.
A profissão de gestor ambiental é nova no mercado, mas é uma área que está em
expansão devido às exigências ambientais da atualidade, este profissional pode atuar em
empresas e instituições públicas que pretendem incorporar o conceito de sustentabilidade.
Diante do cenário vigente, da crescente globalização dos mercados, a gestão ambiental é um
fator estratégico de competitividade para as organizações que pretendem se manter ativas,
competitivas e com uma boa imagem. Sendo assim, o gestor ambiental tem o papel de encontrar
alternativas de projetos e técnicas para a manutenção do equilíbrio ambiental, desta forma, é
importante que este profissional desenvolva suas atividades de forma integrada com as novas
tecnologias e em sintonia com seu conhecimento técnico o que resultará em uma gestão
inovadora com responsabilidade socioambiental, que leve em consideração a preservação
ambiental e melhoria da qualidade de vida.
O gestor ambiental é o responsável por organizar, dirigir e controlar atividades relativas
ao meio ambiente. Entre tais atividades, merecem destaque o planejamento, o gerenciamento e
a execução de tarefas voltadas para o diagnóstico socioambiental, a avaliação de impactos,
proposição de medidas mitigadoras (tanto preventivas como corretivas), a recuperação de áreas
degradadas e monitoramento da qualidade ambiental visando à promoção do desenvolvimento
sustentável, enfim, a adoção de medidas voltadas para a obtenção de efeitos positivos sobre o
41
meio ambiente, seja reduzindo ou eliminando danos ou problemas de origem antrópica (atuação
reativa), seja evitando seu aparecimento (atuação preventiva).
O gestor ambiental tem grande responsabilidade e deve ser étnico para administrar os
recursos naturais e propor técnicas científicas para minimizar os impactos ambientais
provocados pelas ações humanas. Além de todas as características citadas, cabe destacar que
todo gestor ambiental é também um educador ambiental, pois assume um papel importante para
um novo modelo de desenvolvimento, promover a gestão racional e equilibrada dos recursos
naturais.
A atuação do gestor ambiental como educador ambiental é “agente multiplicador
executando programas de treinamento e conscientização coletiva da importância da divulgação
e adoção dos princípios de sustentabilidade através de diferentes instrumentos”. A atuação
como educador ambiental pressupõe um processo de formação e informação, que requer a
mudança de comportamentos, hábitos, de atitudes, consciência crítica e propor novas práticas
referentes às questões ambientais, que levem as comunidades a buscarem formas de preservar
o meio ambiente.
Afinal, é importante que o gestor ambiental busque sempre refletir sobre sua própria
prática de atuação, analisando se está surtindo efeitos na organização, na sociedade e em relação
às pessoas envolvidas, o trabalho de conscientização de todos os envolvidos no processo é de
suma importância para a obtenção de resultados positivos, sejam econômicos, sociais e
ambientais.
42
Essa grande preocupação teve seu surgimento entre os anos 70 e 80, como duas forte
forças condutoras. A primeira na década de 70, nos países desenvolvidos o governo impôs aos
administradores melhoras em relação ao meio ambiente e empresa. Quanto à década de 80,
ouve um crescimento muito grande de ambientalistas, que passaram a assumir papeis muito
importantes na escolha de estratégias ambientais corporativas.
Nesses dois períodos ouve respostais significativas de empresas, tanto a sanções legais,
quanto a sociais. Durante esses períodos se via manifestações inermes das empresas com
relação à responsabilidade social, porém a partir destes períodos empresas começaram a criar
departamentos voltados as questões ambientais.
A partir de 1990 muitas empresas começaram a colocar o meio ambiente como uma
forma de estratégia, cujo qual Varadarajan (1992) chamou de “enviropreneurial marketing”,
que se defini em atividades de marketing benéficas empresariais e ambientais, que visão os
objetivos da empresa e os anseios sociais.
Assim, novas series de situações ambientais começaram a surgir nas empresas, como:
invertidos e acionistas, que se interessou com as positivas performances ambientais e
econômicas. Começando então, não só as pressões vindas do governo e do desejo social, mas
também por acionistas, compradores, bancos e consumidores e/ou por concorrência. Onde a
empresa passa a ser orientada para o meio ambiente. O relacionamento entre negócios e a
Natureza é recíproco: negócios causam efeitos no meio ambiente e este nos negócios, que
podem ser afetados de modo significativo na sua rentabilidade, reputação, no moral de seus
colaboradores, no relacionamento com clientes e na apreensão dos investidores.
(SOLITANDER, ET AL, 2002).
E a partir do ano 2000, vemos a cultura de negócios e desenvolvimento da
sustentabilidade e responsabilidade socioambiental ser uma grande influencia, utilizando como
ferramentas o Ecodesing (colocando o desing na produção combinando com a saúde e
segurança durante todo o ciclo de vida dos processos da empresa) e Ecoeficiência (ação que
agrega as ações ambientais em todas as áreas da empresa).
Logo com todas essas especulações surge a Gestão Ambiental Empresarial, que foca o
estudo de estratégias e economia através de uma boa convivência entre natureza e empresa.
Deste modo afetando não somente o ambiente em que atua (interno), mas também o ambiente
externo.
43
Gerenciar uma organização de modo ambientalmente correto pode resultar em
benefícios consideráveis para as empresas que o fazem como, por exemplo: redução de custos,
dados o menor índice de refugos de produção, incentivos para a inovação, oportunidades de
novos negócios, melhorias na qualidade do produto, diminuições de pressões regulamentadoras,
entre outros. (Leandro Jose, 2007)
As empresas que não utilização de gestão ambiental estão sujeitas a perder
oportunidades no mercado consumidor e obtendo riscos de se responsável por danos
ambientais, significando grandes somas de dinheiro e colocando então em perigo o seu futuro.
Vejamos dois tipos de benefícios desta gestão, os benefícios econômicos e estratégicos.
Os econômicos estão relacionados à Economia de custo: reduz consumo de água,
energia e outros insumos, devido também a reciclagem e redução de multas; Incremento de
receitas: aumento na contribuição de produtos “verdes” que podem ser vendidos por preços
mais altos, inovação de produtos e menos concorrência e novas linhas de produto;
Os benefícios estratégicos são: melhorias na imagem, maior produtividade,
comprometimento do pessoal, melhoria nas relações com os órgãos governamentais e melhor
adequação aos padrões ambientais. Dessa forma os benefícios trazidos pela gestão ambiental
fazem crescer muito a utilização deste em empresas.
44
Neste sentido, as certificações principais são a ISO 9000, com foco em gestão da qualidade, e
a ISO 14000 — para a gestão ambiental. A certificação ISO 14000 é um aglomerado de
condutas técnicas e administrativas que determina padrões para a gestão ambiental em
empresas, associações e organizações públicas e privadas.
Essas práticas foram criadas com a finalidade de orientar e auxiliar empresas e
organizações a adotarem ações que diminuam os impactos que elas causam no meio ambiente.
45
3.1.1 - Questões Ambientais e sua Evolução
No inicio da sociedade talvez não tenha havido uma preocupação com este tipo de
assunto, porém com o passar dos tempos esta preocupação veio aumentando e cada ano que se
passa este assunto é tratado em diversos meios de comunicação e espramos que com o passar
do tempos este debate esteja mais a tona.
O aumento de bem-estar social proporcionado pelo vigoroso crescimento, bem como
desenvolvimento econômico mundial ocorrido no século XX, é ameaçado pelas transformações
ambientais ocorridas, em sua maioria, pela consequência das práticas deliberadas das ações
humanas.
No Brasil, desde o período colonial, já existiam instrumentos normativos que
objetivavam proteger os recursos ambientais, no entanto, naquele momento a preocupação era
de preservar em função de interesses econômicos provindos da exploração ambiental. Tal
posicionamento perdurou até a década de 60, onde houveram mudanças drásticas na legislação
ambiental com a criação do Estatuto da Terra (em 1964), e posteriormente o novo Código de
Defesa Florestal (em 1965), o que demostrava uma preocupação ambiental com o impacto das
atividades antrópicas em relação ao meio ambiente.
A década de 70 trouxe consigo um propósito voltado a regulamentação e controle
ambiental, sobretudo com a conferência de Estocolmo, que influenciou e viabilizou um
posicionamento para que as nações começassem a estruturar seus órgãos ambientais e a
estabelecer suas legislações, objetivando o controle da poluição ambiental. Tal conferência teve
impacto na sociedade brasileira e resultou na criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente
(SEMA), que assumiu a incumbência de fixar normas e modelos relativos à preservação do
meio ambiente.
Somente em 1981, tal posicionamento tornou-se mais concreto e efetivo com o
estabelecimento da Política Nacional do Meio Ambiente, prevista na lei nº 6.938, que fora
sancionada pelo Congresso Nacional, e continha em seu texto normativo preceitos
estabelecendo a descentralização das ações, atribuindo aos Estados e Municípios a função de
executores de medidas e providências para a proteção ambiental, bem como a conceituação de
Estudos de Impacto Ambiental e de Relatório de Impacto Ambiental, institutos que
posteriormente tiveram fundamental importância nas medidas de controle e preservação
ambiental.
Ainda na década de 80, a proteção ambiental, que era vista sob uma perspectiva
defensiva, baseadas apenas no estrito cumprimento das legislações até então desenvolvidas,
estimulando soluções meramente corretivas, passou a ser considerada como uma necessidade
46
do ponto de vista econômico, pois reduz o desperdício de matérias-primas e transmite uma boa
imagem para a empresa que adere a proposta ambientalista. Desta forma a preocupação com
preservação se globaliza no final daquele período, tendo como marco o Relatório de
Brundtland, responsável pela disseminação do conceito de Desenvolvimento Sustentável, e
agiu de modo a fazer uma alerta as nações para a busca de meios alternativos a consecução d e
tal desenvolvimento.
Com o advento da Constituição da República promulgada em 1988, a preocupação com
a preservação ambiental ganhou um instrumento normativo especifico e com força hierárquica
sobre as demais normas infraconstitucionais, sintetizado o artigo 225 deste diploma legal, e em
seu texto é nítida a influência do conceito de Desenvolvimento Sustentável trazido pelo
Relatório de Brundtland, vislumbrando a coletividade social direito fundamental ao meio
ambiente equilibrado, e aderindo a este caráter de fundamentalidade, ao passo que ter direito ao
meio ambiente equilibrado reside no fato de tal direito ser indispensável a uma qualidade de
vida benéfica, ao qual, por sua vez, se torna um meio essencial para condições de uma vida
digna.
No ano de 1992, a “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento”, também conhecida Rio-92, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, e teve
grande importância para o movimento de proteção ambiental, pois resultou na criação da
Agenda 21 e a Carta da Terra, contudo, fora a partir deste movimento que surgiu uma nova
forma de abordagem, o foco passou a ser o aperfeiçoamento de todo o processo produtivo,
objetivando reduzir o impacto ambiental como um todo, exercendo de forma viável uma gestão
ambiental.
Neste prisma, é necessário voltar-se ao direito ao meio ambiente equilibrado, enquanto
direito fundamental, garantido constitucionalmente e galgado sob perspectiva do
desenvolvimento sustentável, direito este, categoricamente discutido no percurso histórico
social, no que toca a sua juridicidade e aplicabilidade, o que demonstra sua essencial
importância nos campos de estudo, interpretação e aplicação no meio social.
50
Os limites: A humanidade está usando 20% a mais de recursos naturais do que o planeta
é capaz de repor. Com isso, está avançando sobre os estoques naturais da Terra,
comprometendo as gerações atual e futuras segundo o Relatório Planeta Vivo 2002,
elaborado pelo WWF e lançado este ano em Genebra.
De acordo com o relatório, o planeta tem 11,4 bilhões de hectares de terra e
espaço marinho produtivos - ou 1,9 hectares de área produtiva per capita. Mas a
humanidade está usando o equivalente a 13,7 bilhões de hectares para produzir os grãos,
peixes e crustáceos, carne e derivados, água e energia que consome. Cada um dos 6
bilhões de habitantes da Terra, portanto, usa uma área de 2,3 hectares. Essa área é a
Pegada Ecológica de cada um. O fator de maior peso na composição da Pegada Ecológica
hoje é a energia, sobretudo nos países mais desenvolvidos.
A Pegada Ecológica de 2,3 hectares é uma média. Mas há grandes diferenças
entre as nações mais e menos desenvolvidas, como mostra o Relatório Planeta
Vivo, que calculou a Pegada de 146 países com população acima de um milhão
de habitantes. Os dados mais recentes (de 1999) mostram que enquanto a Pegada
média do consumidor da África e da Ásia não chega 1,4 hectares por pessoa, a
do consumidor da Europa Ocidental é de cerca de 5,0 hectares e a dos norte-
americanos de 9,6 hectares.
Embora a Pegada brasileira seja de 2,3 hectares – dentro da média
mundial, mas cerca de 20% acima da capacidade biológica produtiva do
planeta.
Quando falamos em emissões de poluentes, as diferenças dos índices
emitidos pelos países desenvolvidos e em desenvolvimento também são
significativas: Um cidadão médio norte-americano, por exemplo, responde pela
emissão anual de 20 toneladas anuais de dióxido de carbono; um britânico, por
9,2 toneladas; um chinês, por 2,5; um brasileiro, por 1,8; já um ganês ou um
Nicaraguense, só por 0,2; e um tanzaniano, por 0,1 tonelada anual. A China e o
Leste da Ásia aumentaram em 100% o consumo de combustíveis fósseis em
apenas cinco anos (1990/95). (Wolfgang Sachs, do WUPPERTAL
INSTITUTE), resultando na mortalidade de milhões de pessoas por ano nessas
regiões.
Nos países industrializados cresce cada vez mais o
consumo de recursos naturais provindos dos países em desenvolvimento - a
51
ponto de aqueles países já responderem por mais de 80% do consumo total no
mundo. Segundo Sachs, 30% dos recursos naturais consumidos na Alemanha
vêm de outros países; no Japão, 50%; nos países Baixos, 70%.
desafio: O grande desafio da humanidade é promover o desenvolvimento sustentável de
forma rápida e eficiente. Este é o paradoxo: sabemos que o tempo está se esgotando, mas
não agimos para mudar completamente as coisas antes que seja demasiado tarde. Diz-se
que uma rã posta na água fervente saltará rapidamente para fora, mas se a água for
aquecida gradualmente, ela não se dará conta do aumento da temperatura e
52tranquilamente se deixará ferver até morrer. Situação semelhante pode estar ocorrendo
conosco em relação à gradual destruição do ambiente natural. Hoje, grande parte da
sociedade se posiciona como mero espectador dos fatos, esquecendo-se de que somos
todos responsáveis pelo futuro que estamos modelando. Devemos exercer a cidadania
planetária, e rapidamente.
A luz no fim do túnel: A conscientização ambiental de massa, só será possível com
percepção e entendimento do real valor do meio ambiente natural em nossas vidas. O
meio ambiente natural é o fundamento invisível das diferenças sócio econômicas entre
países desenvolvidos e em desenvolvimento. O dia em que cada brasileiro entender como
esta questão afeta sua vida de forma direta e irreversível, o meio ambiente não precisará
mais de defensores. A sociedade já terá entendido que preservar o meio ambiente é
preservar a própria pele, e fragilizar o meio ambiente, é fragilizar a economia, o emprego,
a saúde, e tudo mais. Esta falta de entendimento compromete a adequada utilização de
nossa maior vantagem competitiva frente ao mundo: recursos hídricos, matriz energética
limpa e renovável, biodiversidade, a maior floresta do mundo, e tantas outras vantagens
ambientais que nós brasileiros temos e que atrai o olhar do mundo.
Mas, se nada for feito de forma rápida e efetiva, as próximas gerações serão
prejudicadas duplamente, pelos impactos ambientais e pela falta de visão de nossa
geração em não explorar adequadamente a vantagem competitiva de nossos recursos
naturais.
Sei, que somos a primeira geração a dispor de ferramentas para compreender as
mudanças causadas pelo homem no ambiente da Terra, mas não gostaria de ser uma das
últimas com a oportunidade de mudar o curso da história ambiental do planeta.
Marilena Lino de Almeida Lavorato: Publicitária (PUCC), Pós-graduada em
Gestão Ambiental (IETEC), Sociologia e Política (EPGSP-SP), Gestão de Negócios
(FGV), Marketing (ESPM). Mais de 20 anos de experiência na condução de equipes
52
multidisciplinares, parcerias estratégicas, e novos negócios de grandes empresas. Criou e
desenvolveu diversas ações macroeducativas na temática ambiental. Atualmente é
Diretora da MAIS Projetos (gestão e educação sócio-ambiental) e coordenadora do
Grupo Multidisciplinar de Gestão Ambiental da APARH-SP (Associação Paulista de
Administradores de Recursos Humanos de São Paulo)
A região amazônica e as mudanças climáticas: As mudanças do clima global
constituem um sério problema a ser enfrentado em todas suas dimensões. Dada à
contribuição significativa das emissões por alterações de ambientes florestais
(desflorestamentos) e a grande importância que o tema tem dentro das instituições
públicas e privadas na região amazônica, é fundamental que todos os esforços sejam
empreendidos para que, no Brasil, exista um firme posicionamento que busque subsidiar
o debate e os acordos nacionais e internacionais atualmente em discussão em Milão, Itália,
na COP-9 Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas.
Apesar de ser um tema ainda repleto de incertezas, dada a sua complexidade, é
alta a probabilidade de que o desmatamento na Amazônia continue seu processo histórico
com altas taxas de destruição de florestas. Além disso, a fragilidade dos sistemas
existentes indica um sério problema ambiental para o mundo.
Como exemplo, o Estado do Amazonas possui 157 milhões de hectares, 83
milhões de áreas protegidas e apenas 2% de áreas desmatadas com incremento calculado
em 0,04% ao ano, inferior à média da região, que é de 0,52% ao ano. Numa estimativa
inicial, este Estado possui, em suas florestas, um estoque de carbono da ordem de 32,4
bilhões de CO2-equivalentes.
Recentemente, o Governo do Amazonas, através da Secretaria de
Desenvolvimento Sustentável, vem se posicionando, de maneira comprometida, em
buscar possíveis meios para a reversão do quadro de desmatamento das florestas do
Estado. Neste sentido, a Convenção sobre Mudanças Climáticas e o Protocolo de Kyoto
são instrumentos de grande potencial para auxiliar neste grande desafio do Amazonas e
do Brasil.
Durante as negociações na COP-9, em Milão, não foram aprovados mecanismos
econômicos que remunerem a conservação florestal através do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL), da Convenção sobre Mudanças Climáticas. No entanto,
é evidente a importância do tema para a Convenção. Neste sentido, é necessário que se
deflagre um processo de negociação entre os países industrializados, que resulte em
53
menor desmatamento em todas as regiões tropicais do Planeta e, possivelmente,
reflorestando as áreas de importância ecológica, como a Amazônia e a Mata Atlântica.
A partir de alterações de concentrações do gás dióxido de carbono (CO2) na
atmosfera, organismos das Nações Unidas iniciaram o levantamento das emissões
globais e constataram as seguintes informações:
Robert Watson, que coordenou o IPCC Special Report on Land Use, Land Use
Change and Forestry. 2000 para o PNUMA e a OMM, observou que: "Entre os anos de
1850 e 1998, aproximadamente 270 (+/- 30) Gt C foi emitida como dióxido de carbono
para a atmosfera, como resultado e queima de combustíveis fosseis e produção de
cimento.
Cerca de 136 (+/- 55) Gt C foi emitido como resultado de mudanças de uso da
terra, predominantemente dos ecossistemas florestais. Isto resultou num incremento de
CO2 atmosférico da ordem de 176 (+/- 10) Gt C. Assim, a concentração de CO2
aumentou de 285 para 366 (i.e. aprox. 28%), o que significa que cerca de 43% do total
das emissões foram retidas na atmosfera. O restante das emissões, aprox. 230 (+/-60) Gt
C, foram reabsorvidas em quantidades iguais pelos oceanos e pelos sistemas terrestres
(p.ex. florestas)."
O texto de Robert Watson revela a contribuição do desmatamento sobre o
problema das mudanças climáticas, na medida que as alterações de uso da terra, como
o desmatamento, poderão emitir muito CO2 para a atmosfera, ou seja, GEE (Gases de
Efeito Estufa). A contribuição histórica do desmatamento nos últimos 2 séculos é da
ordem de 33% do total emitido globalmente, e isto devido às alterações no uso da terra.
A resiliência (capacidade de se recuperarem) dos sistemas florestais resultou em certo
nível de reabsorção desses GEE, na forma de crescimento vegetativo, acúmulo de
biomassa florestal e no solo, demonstrando, acima de tudo, a importância do sistema
florestal de crescimento intenso, como os biomas tropicais.
É necessária uma posição pro-ativa
Considerando que a linha de base, ou cenário de referência, para o uso da
terra nas diversas regiões amazônicas é a continuidade do desmatamento, e com taxas
crescentes, e, ao mesmo tempo, que ao reduzir o processo de desmatamento deverá
ocorrer um aumento de retorno financeiro para as atividades que usam as florestas como
sistemas produtivos (manejo florestal, p. ex.). Particularmente nos desdobramentos de
políticas multilaterais atualmente sendo negociadas pelos países membros da ONU,
recomendam-se a adoção das seguintes atividades:
54
A Inclusão do tema florestal nas negociações sobre mecanismos econômicos que
remunerem sua manutenção dados os serviços ambientais decorrentes (biodiversidade,
água, manutenção do equilíbrio climático).
Orientar recursos financeiros advindos dos ganhos sobre o comércio de carbono para os
povos indígenas, populações extrativistas e produtores rurais das regiões amazônicas;
Criar uma categoria especial para projetos de carbono e conservação florestal para
sistemas tropicais, considerando a urgência dos incentivos econômicos para este tema,
associados aos benefícios globais para a biodiversidade, redução da pobreza e proteção
de mananciais, em adição à mitigação das mudanças climáticas.
Os Gases de Efeito Estufa são: vapor d'água (H2O), ozônio (O3), dióxido de carbono
(CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), clorofluorcarbonos (CFC),
hidrofluorcarbonos (HFC), perfluorcarbonos (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6).
55
Áreas Protegidas: Englobam as Unidades de Conservação (UCs), mosaicos e
corredores ecológicos, espaços considerados essenciais, do ponto de vista econômico,
por conservarem a sociobiodiversidade, além de serem provedores de serviços
ambientais e geradores de oportunidades de negócios.
Espaços como os parques, florestas nacionais, mosaicos florestais e as UCs
mantidas pelo Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) são responsáveis pela
produção direta de parte da água destinada ao consumo humano, bem como impedem a
emissão de bilhões de toneladas de carbono na atmosfera.
Grau de importância crescente têm os corredores ecológicos, que conectam os
fragmentos de áreas naturais e são definidos no Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC) como porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando
UCs, possibilitam o fluxo de genes e o movimento da biota - conjunto de seres vivos de
um ecossistema, o que inclui a flora, a fauna, os fungos e outros grupos de organismos
-, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, e ainda a
manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência, de áreas com
extensão maior do que aquelas das unidades individuais.
Para viabilizar a manutenção e conservação de todas as áreas protegidas, o
governo lança mão de várias estratégias políticas, contidas em diferentes instrumentos,
como o Cadastro Nacional de UCs, o Plano Estratégico Nacional de Áreas Protegidas
(PNAP) e programas e projetos de alcance nacional.
Biodiversidade: O Brasil ocupa quase metade da América do Sul e é o país com a
maior diversidade de espécies no mundo, espalhadas nos seis biomas terrestres e nos
três grandes ecossistemas marinhos.
São mais de 103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais conhecidas no
país. Suas diferentes zonas climáticas favorecem a formação de zonas biogeográficas
(biomas), a exemplo da floresta amazônica, maior floresta tropical úmida do mundo; o
Pantanal, maior planície inundável; o Cerrado, com suas savanas e bosques; a Caatinga,
composta por florestas semiáridas; os campos dos Pampas; e a floresta tropical pluvial
da Mata Atlântica. Além disso, o Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km²,
que inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e
pântanos. Tudo isso pode ser pesquisado no Portal da Biodiversidade.
Esta abundante variedade de vida abriga mais de 20% do total de espécies
do planeta, encontradas em terra e na água. Em termos globais, o Brasil incorporou as
recomendações da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), entidade vinculada
56
à Organização das Nações Unidas (ONU) e apresenta um relatório anula sobre a situação
da biodiversidade brasileira, no Panorama da Biodiversidade Global (Global
Biodiversity Outlook – GBO). O documento contém, ainda, uma análise das ações
globais com o objetivo de assegurar que a biodiversidade seja conservada e usada de
forma sustentável, e que os benefícios advindos do uso dos recursos genéticos sejam
equitativamente distribuídos.
A situação da biodiversidade brasileira é acompanhada de perto também pela
Comissão Nacional da Biodiversidade (Conabio), que tem papel relevante na discussão
e implantação das políticas sobre a biodiversidade, bem como identificar e propor áreas
e ações prioritárias para pesquisa, conservação e uso sustentável dos componentes da
biodiversidade. Uma das grandes preocupações do governo é com as espécies brasileiras
ameaçadas de extinção, sobreexplotadas - exploração excessiva, não-sustentável, em
com consequências negativas que, cedo ou tarde, serão prejudiciais do ponto de vista
físico/quantitativo, qualitativo, econômico, social ou ambiental - ou ameaçadas de
sobreexplotação, requerendo políticas específicas de recuperação tanto de fauna
terrestre e aquática como de flora. Ocorre que o processo de extinção está relacionado
ao desaparecimento de espécies ou grupos de espécies em um determinado ambiente ou
ecossistema.
Para estimular ações, pesquisas e desenvolvimento de projetos de conservação
da biodiversidade, o Ministério do Meio Ambiente lançou o Prêmio Nacional da
Biodiversidade. A proposta pretende conhecer o mérito de iniciativas, atividades e
projetos de organizações não governamentais, empresas, sociedade civil, academia,
órgãos públicos, imprensa e cidadãos, que se destacam na busca por melhoria ou
manutenção do estado de conservação das espécies da biodiversidade brasileira,
contribuindo para a implantação das Metas de Aichi para a Biodiversidade.
Cidades Sustentáveis: A correta destinação dos resíduos sólidos é condição primordial
para uma cidade sustentável. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),
aprovada em agosto de 2010, trouxe importantes instrumentos para que municípios de
todo o Brasil iniciassem o enfrentamento aos principais problemas ambientais, sociais
e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. PNRS tem como
pilar o princípio da responsabilidade compartilhada. Isso significa que indústrias,
distribuidores e varejistas, prefeituras e consumidores são todos responsáveis pelos
resíduos sólidos e cada um terá de contribuir para que eles tenham uma disposição final
adequada.
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Buscar um melhor ordenamento do ambiente urbano primando pela qualidade
de vida da população é trabalhar por uma cidade sustentável. Melhorar a mobilidade
urbana, a poluição sonora e atmosférica, o descarte de resíduos sólidos, eficiência
energética, economia de água, entre outros aspectos, contribuem para tornar uma cidade
sustentável.
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Recomendações de Segurança: recomendações relativas à segurança no manuseio,
armazenagem e transporte de produtos e materiais diversos, com o intuito de prevenir
possíveis tipos de poluição e/ou degradação inerentes aos mesmos.
Prevenção de Acidentes/Gerenciamento de Carga e Descarga: gestão adequada e
pormenorizada de produtos químicos e originários de outras fontes nas operações de carga
e descarga dos mesmos. É necessário sempre planejar o carregamento e o descarregamento
de produtos, com a realização de treinamento do pessoal de operação para a função, uso de
EPI’s especificados, além dos equipamentos que devem estar em bom estado de
conservação.
Gerenciamento do armazenamento: Gestão apropriada do armazenamento dos produtos
químicos ou outros, com estabelecimento de uma sistemática de ordenação física dos
produtos. Devem ser definidos os níveis de empilhamento máximo por tipo de embalagem,
responsabilidades pelo manuseio, armazenamento e preservação dos materiais nos diversos
estágios onde são movimentados, além de locais adequados para o armazenamento, de
acordo com a periculosidade do produto. Os depósitos para o armazenamento de produtos
perigosos devem ser compatíveis com as características dos produtos a serem armazenados,
sendo vedado armazenamento de produtos perigosos em embalagens inadequadas ou
avariadas, por exemplo.
Gerenciamento do transporte: Medidas de gestão que visam o transporte de produtos
químicos e diversos, com carga sendo acondicionada e amarrada de maneira correta em
veículos próprios, verificação de compatibilidade de produtos e, no caso de produtos
perigos, o número ONU, o grau de risco e a classe de risco, usando a sinalização no
caminhão de acordo com a legislação vigente.
Passo a Passo para o Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais: Compreender
as atividades da sua empresa e como elas interagem com o meio ambiente é muito
importante para estar em Compliance Ambiental. E neste artigo, vamos abordar o que são
aspectos de impacto ambiental e como fazer o levantamento de Aspectos e Impactos
Ambientais do seu empreendimento de forma coerente e eficaz.
Quais são os processos de cada atividade que sua empresa exerce? Eles impactam
o meio ambiente? Seja de forma positiva ou negativa?
Aspectos e Impactos Ambientais: Aspecto Ambiental compreende todas as matérias de
uma empresa que podem interagir com o ambiente durante uma atividade ou processo.
Já o Impacto Ambiental é a consequência dessa interação que gera modificações no meio
ambiente, seja ela benéfica ou prejudicial.
60
Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais (LAIA) é um estudo aprofundado
para conhecer melhor a conexão da empresa com o meio ambiente ao seu redor e sua
relação com os recursos naturais.
Gestão dos Aspectos e Impactos Ambientais. Muitos gestores acham que calcular a
quantidade de resíduos que sua empresa gera e o quanto isso pode ser prejudicial na hora
de lançamento no meio ambiente, não são ações importantes.
E o cálculo do consumo de energia elétrica? Fica, muitas vezes, em segundo
plano.
Por isso é importante realizar a Gestão dos Aspectos e Impactos Ambientais para
analisar as consequências da sua atividade e da interação com o meio ambiente.
O envolvimento de todos os colaboradores também é importante, mas a
participação dos gestores e alta direção é fundamental para que se haja um conhecimento
ambiental amplo que torne suas ações mais adequadas.
Um gestor bem informado e participativo vai:
Decidir melhor assuntos desse tema;
Valorizar mais as escolhas sobre o meio ambiente;
Indicar melhorias de processos;
Indicar melhorias de matérias-prima;
Usar conscientemente os recursos naturais.
Levantamento de Aspectos e Impactos Ambientais (LAIA). O conteúdo da norma ISO
14001 dispõe sobre o controle das atividades causadoras de impacto ambiental e
determina que as empresas realizem o (LAIA), apontando prioridades e seus níveis de
criticidade.
Porém, em sua versão atual de 2015, é apresentado um ponto novo que é a
análise do ciclo de vida.
Isso refina, ainda mais, o processo do LAIA e permite que a empresa trabalhe
conceitos desde a origem de um processo como o estudo da matéria prima, o método em
si e o descarte do produto.
É interessante que a empresa seja dívida por áreas no momento do estudo do LAIA,
e possibilite uma análise detalhada dos gestores de cada área, considerando apenas aquele
espaço específico. Além disso, é um processo que demanda a participação de muitos
colaboradores, o que força o aprendizado em grupo.
61
Passo a passo: De acordo com a ISO 14001, a primeira etapa do processo do LAIA
é identificar e avaliar os Aspectos e Impactos Ambientais relacionados às atividades
exercidas, e avaliar o grau de criticidade e importância.
1. Planejamento Assim como qualquer outro método, o ponto de partida
deve ser pelo planejamento estratégico e da decisão do que será avaliado
primeiro.
Quem vai participar? Será que todos os colaboradores integrados
são capacitados?
2. Identificação. Nesta etapa, é preciso mapear todas as atividades
desenvolvidas na empresa. Sim, todas, porque geralmente são
evidenciadas aquelas rotineiras ou consideradas mais importantes para o
negócio.
O mapeamento precisa ser minucioso, porque deixar de
identificar uma atividade demonstra uma falta de controle dos aspectos
associados à ela, o que pode levar a uma multa ambiental ou não
conformidades durante uma auditoria para certificação na ISO 14001, por
exemplo.
A atividade precisa ser monitorada desde o seu planejamento,
durante a execução e a produção final.
3. Avaliação. A avaliação das atividades identificadas em relação à
significância para a empresa é feita por um modelo de planilha chamado
Failure Mode and Effects Analysis (FMEA).
As atividades são avaliadas em relação:
Ao seu operacional;
À responsabilidade de execução;
À natureza do impacto ambiental;
À relevância, que são considerados a abrangência da
atividade, seu potencial dano e a probabilidade de ocorrer
um impacto ambiental;
Aos requisitos legais (se um aspecto se relaciona com
alguma legislação que precisa ser atendida).
Algumas organizações optam por fazer esta avaliação segundo a
interface dos aspectos ambientais com a legislação. E quando há
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legislação incidente sobre eles, automaticamente o aspecto será
considerado crítico.
4. Controle: Após destrinchar as atividades, seus aspectos e impactos e
graus de significância, é necessário identificar controles operacionais
para evitar os impactos ambientais. Temos como exemplo o Controle de
Resíduos Sólidos.
Benefícios do LAIA: Além de ser requisito obrigatório para
certificação, sabemos que o levantamento atualizado e a
correlação entre aspectos e impactos (e perigos e riscos) à
legislação é uma ferramenta eficaz no controle dos
aspectos/perigos e no atendimento aos requisitos legais
aplicáveis prevenindo:
Danos ambientais;
Acidentes ocupacionais;
Autos de infração, embargo ou interdição;
Danos à imagem da organização bem como processos
judiciais.
E garantindo:
Desenvolvimento sustentável;
Consumo mais consciente dos recursos naturais;
Educação ambiental para os os colaborados;
Baixo juros de investimentos públicos
O LAIA é um documento de muito valor para a empresa, pois
ele promove a educação ambiental e integra os colaboradores. O
estudo de Aspectos e Impactos Ambientais gera muita reflexão
sobre o consumo consciente e o desenvolvimento sustentável.
Em 1975, ocorreu o Congresso de Belgrado, na
Iugoslávia, que foi promovido pela UNESCO, a fim de
formular princípios para estabelecer um programa de Educação
Ambiental.
O encontro originou a Carta de Belgrado, um documento
considerado um marco histórico para o fortalecimento das
questões ambientais, que conceitua Educação Ambiental.
63
A carta declara que ao promover a educação ambiental, o
cidadão possui a oportunidade de desenvolver uma
conscientização a respeito das questões ambientais.
O objetivo é formar uma população com conhecimentos e
competências necessárias para engajar no trabalho individual e
coletivo para a resolução dos problemas atuais do meio ambiente.
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Já no ensino superior, temas dessa atualidade tem crescido, com diversos cursos
de graduação e pós-graduação.
O ingresso da questão ambiental em cursos superiores e técnicos significa
uma preocupação do mercado de trabalho em capacitar profissionais para o planejamento
e gerenciamento das questões ambientais, relacionando o meio ambiente com questões
econômico-tecnológicas e sociais.
Confira abaixo a lista com 5 cursos superiores que estudam o meio ambiente:
Gestão Ambiental: esse curso prepara o aluno para diagnosticar problemas e
propor melhorias participando de projetos ambientais, levando em consideração o
desenvolvimento sustentável;
Educação Ambiental: curso EaD (Ensino a distância) de curta duração do Senai;
Engenharia Ambiental: curso com duração de 5 anos, prepara o aluno com
disciplinas relacionadas à Engenharia, Ecologia e até Economia, para atuação direta com
o meio ambiente, desenvolvendo projetos para minimizar os danos ambientais e
maximizar os lucros da atividade humana de maneira sustentável;
Ciências Socioambientais: esse curso visa formar profissionais para elaborar, analisar e
executar projetos ligados ao meio ambiente, levando em consideração questões sociais,
culturais, históricas e políticas das relações entre sociedades e o ecológico;
Geociências e Educação Ambiental: o aluno estuda a dinâmica interna e externa do
planeta, de forma geral, considerando a interação entre geosfera, biosfera, hidrosfera e
atmosfera.
Porém, acreditamos que a educação ambiental não deve estar atrelada como
responsabilidade inerente à escola ou universidade. Ela deve ser construída de forma
coletiva, com a participação e construção de todos os cidadãos de uma sociedade.
E claro, os formadores de opinião têm papel fundamental para tal construção,
sejam eles educadores, pais, gestores de empresas e atores políticos. Uma vez que a
mudança cultural se dá por ações locais que estão conectadas com o global, e vice-versa.
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Programa de Educação Ambiental (PEA), que é direcionado aos grupos sociais
impactados pelas atividades do empreendimento;
Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores (PEAT), que é voltado para
os recursos humanos envolvidos direta ou indiretamente nas atividades do
empreendimento.
O PEA estimula o empreendimento a ser envolver com os grupos sociais das
suas áreas de influência com maior vulnerabilidade socioambiental. É importante a troca
de experiências, pois a comunidade precisa ser informada sobre como evitar ou reduzir
os impactos socioambientais dos empreendimentos locais.
Dessa forma, a elaboração do Plano de Educação Ambiental acontece a partir do
Diagnóstico Socioambiental Participativo, fundamentado em metodologias
participativas, que visa mobilizar as responsabilidades sociais e os grupos impactados
pelas atividades licenciadas.
Já o desenvolvimento do PEAT salienta a participação dos trabalhadores na
avaliação das implicações dos impactos e riscos socioambientais consequentes das
suas atividades no meio ambiente.
É preciso constar no Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores os
impactos socioambientais do empreendimento, integrados com os outros programas
previstos no PCA (Programa de Controle Ambiental).
Com isso, acreditamos que a partir do diálogo, mobilização e conscientização, é
possível construir uma sociedade educada ambientalmente, conectada a laços
sustentáveis e empreendimentos sérios e conscientes.
CONCLUSÃO
Pode-se concluir após realizar esse trabalho que a Governança Ambiental é um assunto
que hoje se faz muito presente, não só no dia a dia das empresas, como também na sociedade.
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Através desse trabalho foi possível observar os diferentes meios e métodos que o mesmo
conceito de Governança é aplicado, gerando, consequentemente, diferentes resultados, mas
todos visando a sustentabilidade e o pensamento verde do negócio.
É importante frisar também que, por alguns países ainda não estarem tão avançados na
Governança Ambiental e sustentabilidade como um todo, as empresas estão desempenhando
esse papel, e assumindo um comportamento altruísta voltado para o desenvolvimento
sustentável desse quesito tão importante nos países. Conforme citado nos capítulos acima,
existem diversos exemplos dessas empresas que estão desenvolvendo projetos com um foco
verde.
Todas elas, embora tenham projetos distintas, visam chegar no mesmo resultado: um
país que seja mais focado nos meios e não apenas nos fins, prezando pelo desenvolvimento
sustentável. Sabe-se que, mesmo existindo empresas exemplares que tomam problemas
governamentais para elas e tentam mudar o panorama atual, ainda existem muitos quilômetros
a serem percorridos para chegarmos em um país e em uma situação exemplar para o meio
ambiente e frente aos outros países.
A partir disso, se espera desses novos políticos um comportamento que seja mais
preocupado com esse tema, visto que é algo que nos influencia diretamente na rotina, tanto
atualmente, quanto daqui a alguns séculos.
Quando a empresa opta por ser uma empresa ambientalmente responsável, deve
gerenciar suas atividades de maneira a identificar todos os impactos sobre o meio ambiente,
buscando minimizar os impactos que sejam negativos e aumentar os positivos. Nesse sentido,
deve, portanto, agir para que haja manutenção e melhoria das condições ambientais,
minimizando suas ações que são potencialmente agressivas ao meio ambiente e multiplicando
para outras empresas as práticas e conhecimentos adquiridos na experiência da gestão
ambiental.
A implementação de um Sistema de gestão ambiental (SGA) dentro de uma empresa
tem por finalidade buscar a melhoria do desempenho ambiental da empresa, a prevenção da
poluição, a redução de resíduos, o reaproveitamento de matéria e o cumprimento da legislação
ambiental que a ela é aplicável. Ao aliar sua imagem com a responsabilidade ambiental a
empresa estará agregando valor ao seu produto/serviço que estará vinculado a sua imagem a
um produto/serviço que não agride a natureza e se isso o faz, tenta minimizar ao máximo essa
agressão no meio ambiente.
A utilização de forma adequada do sistema de gestão ambiental fará com que a empresa
obtenha ganhos e oportunidades como, por exemplo: melhor relacionamento entre as partes do
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processo (cliente e empresa), melhoria no lucro da empresa com a utilização da ferramenta
logística reversa, ganho na imagem, diferencial competitivo ambiental entre outros. Quando um
produto/serviço recebe a rotulagem ambiental, também conhecido como “selo verde”, é uma
garantia de que este está de acordo com todas as clausulas da norma ISO 14.001 e, portanto
causará menor impacto ao meio ambiente. O “selo verde” é a forma pela qual a empresa tem de
estampar sua “visão ambiental” nas suas ferramentas promocionais e em seus produtos/serviços
de forma a atingir o seu público-alvo.
O uso consciente de recursos naturais, as novas alternativas e as ações relacionadas ao
planeta são iniciativas para o bem-estar coletivo. Sustentabilidade é um termo usado para definir
ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem
comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a sustentabilidade está diretamente
relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os
recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes
parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.
Já que o desequilíbrio é causado por atitudes humanas erradas com o meio ambiente e é
um problema no momento presente a adoção de ações de sustentabilidade garante a médio e
longo prazo um planeta em boas condições para o desenvolvimento das diversas formas de vida,
inclusive a humana. Garante os recursos naturais necessários para as próximas gerações,
possibilitando a manutenção dos recursos naturais (florestas, matas, rios, lagos, oceanos) e
garantindo uma boa qualidade de vida para as futuras gerações É de extrema importância buscar
novos caminhos para a economia, sociedade e cultura, de modo que garanta a continuidade da
existência humana e do planeta terra.
A questão importante nesse trabalho foi conhecer o conceito de sustentabilidade e como
ela pode impactar na qualidade de vida de um funcionário dentro da organização. Quando se
fala em sustentabilidade empresarial as estratégias de responsabilidade social das empresas
estão voltadas para se tornarem cada vez mais sustentáveis. Ações e produtos sustentáveis na
área empresarial ganham destaque e o gosto dos consumidores.
Neste caso, a corporação possui uma postura de responsabilidade com os valores
ambientais e sociais, por ser fundamentada na preservação do meio ambiente e melhora na
qualidade de vida. Nos dias de hoje, muitas são as empresas e demais instituições que já notaram
a responsabilidade que tem em mãos quando o assunto é responsabilidade. Por conta disso, é
necessário atentar para a conscientização das empresas, que devem apostar na reciclagem de
resíduos, a diminuição de lixo, o reaproveitamento de recursos naturais como é o caso da
própria água, a economia com a energia (que preferencialmente deve ser de fonte renovável) e
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diversas outras ações. Além disso, as atitudes pessoais também devem ser valorizadas, já que
qualquer um pode fazer a sua parte, atuando na preservação dos recursos naturais, realizando a
coleta do lixo, economizando energia e água e outros.
Para fecharmos, esse tema de Governança Ambiental, como a própria definição diz, é
englobar de forma prática no dia a dia das empresas e da sociedade, projetos ou métodos visem
um pensamento ambiental e verde que seja sustentável no cotidiano. Para o nosso grupo, foi
muito importante estudarmos esse tema e entrarmos na profundidade do tema, a partir do
momento em que o conhecimento que adquirimos com esse estudo, pode nos auxiliar a
modificar a empresa em que trabalhamos através de iniciativas pequenas, que tenham um
grande impacto no futuro, como por exemplo substituir copos de café por xícaras próprias, as
quais cada pessoa consegue levar a sua, e reutilizá-la.
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