Cópia de Artigo Jeane - Versão de Defesa - 16 Out 2024

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

JEANE VIEIRA DE SOUZA

A IMPLANTAÇÃO DA BNCC (CURRÍCULO NACIONAL COMUM) E SEU


IMPACTO NA PROFISSÃO DOCENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

BELÉM/PA
2024
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JEANE VIEIRA DE SOUZA

A IMPLANTAÇÃO DA BNCC (CURRÍCULO NACIONAL COMUM) E SEU


IMPACTO NA PROFISSÃO DOCENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Artigo apresentado ao curso de Graduação em


Licenciatura plena em Pedagogia da Universidade
Federal do Pará como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
Orientador: Prof. Dr. Leandro Klineyder G. de
Freitas.

BELÉM/PA
2024
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JEANE VIEIRA DE SOUZA

A IMPLANTAÇÃO DA BNCC (CURRÍCULO NACIONAL COMUM) E SEU


IMPACTO NA PROFISSÃO DOCENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL

BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Dr. Leandro Klineyder Gomes de Freitas (ICED/UFPA)
(Orientador)

______________________________________________
Profª. Drª. Sônia Maria Maia Oliveira (ICED/UFPA)
(Examinadora)

_________________________________________________
Prof. Ms. Raimundo Nonato Leite de Oliveira (ICED/UFPA)
(Examinador)

Data da defesa: 16/10/2024.


Conceito:________

BELÉM/PA
2024
4

AGRADECIMENTOS

Este trabalho nasce da inquietação e da necessidade de compreender os desafios e as


transformações trazidos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a formação e
atuação dos professores da educação infantil. Em meio às mudanças e debates intensos no
cenário educacional brasileiro, este estudo reflete um esforço contínuo de análise crítica sobre
o impacto desse documento normativo no cotidiano escolar e nas práticas pedagógicas dos
educadores.

Ao longo deste processo de pesquisa, fui movida pela convicção de que a educação,
além de ser uma prática social essencial, deve sempre buscar caminhos de renovação que
atendam às demandas reais da sociedade e, principalmente, das crianças, que são o futuro. A
formação docente, nesse sentido, desempenha um papel vital, sendo o alicerce de qualquer
transformação significativa na qualidade da educação.

A produção deste trabalho também foi marcada por uma jornada pessoal de
crescimento, aprendizado e superação. Cada página escrita reflete não apenas uma busca pelo
conhecimento, mas também uma profunda dedicação em contribuir com o campo da
educação. Ao explorar as questões propostas pela BNCC e suas implicações, espero oferecer
uma contribuição valiosa para o debate educacional, além de inspirar outros educadores e
pesquisadores a se aprofundarem nesse tema.

Agradeço a todos que me apoiaram neste caminho e que, direta ou indiretamente,


contribuíram para a conclusão deste trabalho. Que este estudo possa servir de estímulo para
novas reflexões e avanços na formação dos profissionais que dedicam suas vidas à educação
infantil.

Gostaria de expressar minha profunda gratidão a todos que contribuíram para a


realização deste trabalho. Primeiramente, agradeço à minha família, que esteve ao meu lado
em todos os momentos, oferecendo amor, paciência e apoio incondicional ao longo desta
jornada acadêmica. Vocês foram minha força e inspiração.

Ao meu amor, que esteve sempre presente, oferecendo apoio, carinho e compreensão
em cada etapa deste processo. Seu amor e incentivo foram fundamentais para que eu nunca
desistisse dos meus sonhos.
5

Aos meus amigos, que, com palavras de encorajamento e presença constante, tornaram
os desafios mais leves e a caminhada mais agradável. A amizade de vocês foi essencial para
que eu pudesse seguir em frente com confiança e determinação.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Leandro Klineyder G. de Freitas, sou profundamente


grata por sua orientação, paciência e incentivo. Sua expertise e dedicação foram essenciais
para a realização deste trabalho. Muito obrigada por acreditar no meu potencial e por me guiar
ao longo deste processo com sabedoria e generosidade.

Por fim, agradeço a Deus, pela força, fé e sabedoria que me sustentaram em cada
passo desta caminhada. Sem Ele, nada disso seria possível.

A todos, o meu sincero agradecimento.


6

“…O ensino se modifica em decorrência da sua necessária


ligação com o desenvolvimento da sociedade e com as
condições reais em que ocorre o trabalho docente.”

(Libâneo)
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A IMPLANTAÇÃO DA BNCC (CURRÍCULO NACIONAL COMUM) E SEU IMPACTO NA


PROFISSÃO DOCENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL.

Jeane vieira de Souza

RESUMO
O estudo aborda o impacto da implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na profissão
docente da Educação Infantil, analisando as mudanças nas formações iniciais e continuadas dos
professores. A BNCC prioriza o desenvolvimento integral dos alunos e a integração de áreas de
conhecimento, exigindo dos docentes a adequação de suas metodologias e estratégias de ensino. O
documento normativo também enfatiza competências e habilidades específicas, estruturando o
currículo ao redor dessas diretrizes. A pesquisa foi realizada por meio de pesquisas bibliográficas e
documentais, examinando textos acadêmicos, artigos e documentos oficiais, incluindo a própria
BNCC. O estudo destaca a necessidade de um currículo crítico e reflexivo que atenda às demandas
educacionais da sociedade e reflita as realidades locais e necessidades das comunidades escolares,
além de discutir as implicações de longo alcance para a educação no Brasil.
Palavras-chave: BNCC, Formação de professores, Currículo.

THE IMPLEMENTATION OF THE BNCC (COMMON NATIONAL CURRICULUM BASE)


AND ITS IMPACT ON THE EARLY CHILDHOOD EDUCATION TEACHING
PROFESSION

Jeane vieira de Souza

ABSTRACT

The study addresses the impact of the implementation of the National Common Curricular Base
(BNCC) on the Early Childhood Education teaching profession, analyzing changes in the initial and
continuing training of teachers. BNCC prioritizes the integral development of students and the
integration of areas of knowledge, requiring teachers to adapt their methodologies and teaching
strategies. The normative document also emphasizes specific competencies and skills, structuring the
curriculum around these guidelines. The research was carried out through bibliographic and
documentary approaches, examining academic texts, articles and official documents, including the
BNCC itself. The study highlights the need for a critical and reflective curriculum that meets the
educational demands of society and reflects the local realities and needs of school communities, in
addition to discussing the far-reaching implications for education in Brazil.
Keywords: BNCC, teacher training, curriculum
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1 INTRODUÇÃO

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento normativo que define


um conjunto orgânico e progressivo de conteúdos básicos de aprendizagem que todos os
alunos devem desenvolver nas etapas e métodos da educação básica, garantindo o seu direito
à aprendizagem e ao desenvolvimento (Brasil, 2018, p. 7).

Conforme explicita o documento normativo de 2018, tem a função de organizar e


definir os conteúdos essenciais para o aprendizado de todos os alunos ao longo da educação
básica. Ela estabelece uma sequência de conteúdos e habilidades que precisam ser
desenvolvidos, assegurando que o direito à educação e ao crescimento pessoal seja garantido
a todos. Segundo o documento, essa estrutura busca, portanto, promover uma aprendizagem
equitativa e progressiva, adaptada aos métodos e etapas de ensino, de modo que todos os
estudantes possam se desenvolver plenamente.

Em outras palavras, embora esta expressão pareça redundante, a base nacional comum
curricular determinar o que é básico e o que é essencial em cada nível de aprendizagem e
desenvolvimento da educação básica, e em análogo às definições da BNCC, o governo
também ratificou uma Base Curricular Nacional para a Formação de Professores, este
documento prescreve novas diretrizes e ações para a formação inicial e continuada dos
professores, isso gerou algumas discordâncias por parte de alguns autores que estudam esse
documento normativo.
A educação depende fortemente da formação de professores. Isto é necessário não só
para manter e replicar o modelo educativo atual, mas também para provocar transformações e
progressos significativos. Portanto, é fundamental que a formação docente esteja na
vanguarda das pesquisas, discussões e reflexões no campo da educação. Deve-se compreender
que as mudanças estruturais, curriculares e metodológicas na educação só podem ser
implementadas se estiverem alinhadas com a formação dos professores, que serve de base
para a mudança, preservação, criação ou replicação.

As políticas que regem a formação de professores estão em constante evolução, pois


são ponto de discórdia nos debates políticos e teórico-pedagógicos. A partir disso se deu a
escolha deste tema fazendo uma reflexão acerca do documento normativo que determina as
competência e habilidades indispensáveis a cada etapa da educação básica (BNCC), chamou
minha atenção as mudanças impostas a formação de professores da educação infantil, como
um documento de extrema relevância para educação tanto público como privado. Acredito
9

que a formação docente inicial e continuada da educação infantil em relação à base ainda é
pouco examinada e debatida, resultando, por vezes, na falta de informação. Da mesma forma
que autores como Rosa e Schnetzler (2003) explicam sobre a importância da formação de
professores na prática de pesquisa, e Mckernan (2009) fala sobre a necessidade da pesquisa-
ação na formação de professores e na aprendizagem dos alunos porque a pesquisa enriquece e
amplia os horizontes de julgamento em torno deles, permitindo que o conhecimento seja
aprendido e discutido de forma autônoma, superando conhecimentos considerados
dogmáticos.

Portanto, é importante que o currículo seja um suporte crítico e reflexivo de


profissionais, relacionados com as realidades e necessidades da comunidade escolar, esse
artigo buscou apontar os impactos que tiveram na formação inicial e continuada de
professores da educação infantil com as novas mudanças impostas pela BNCC, e até que
ponto influenciaram ou afetaram a prática pedagógica destes profissionais.

As mudanças que a BNCC trouxe para formação de professores especialmente da


educação infantil, mudando a forma que abordam seu trabalho e as possíveis influências nas
estratégias e métodos utilizados em sala de aula. Este documento tem levado a uma mudança
no foco da educação, dando ênfase no desenvolvimento pleno e na integração de diferentes
áreas do conhecimento. A introdução da BNCC também estimulou uma reavaliação do papel
do professor, obrigando-os a adequar suas práticas pedagógicas às novas diretrizes
curriculares, gerando implicações de longo alcance para o trabalho docente, moldando a
maneira como os educadores abordam sua profissão e impactando as experiências de
aprendizagem, isso acabou provocando diversos questionamentos, a saber: quais os impactos
que esse documento traz para o currículo e as consequências para a formação dos professores
da educação infantil? quais mudanças a BNCC trouxe para formação desses professores? qual
a intencionalidade da BNCC com as novas mudanças para formação inicial e continuada de
professores? Questões estes a quais procuro responder ao longo deste artigo.

O objetivo principal deste trabalho é analisar a BNCC acerca da formação de


professores para a educação infantil, as mudanças implantadas por esse documento normativo
e verificar as consequências dessa implantação, quais foram essas mudanças e se foram
negativas ou positivas, de que forma afetou ou mudou o trabalho docente.

A metodologia aplicada neste estudo foi a pesquisa bibliográfica e documental, onde


em primeiro momento foi feito um levantamento de dados a partir de textos, teses, artigos e
10

outros, sobre o tema e a pesquisa documental para coletar informações de documentos oficiais
como BNCC que é o foco desta pesquisa, e outros documentos que falem acerca da formação
de professores na educação infantil no brasil.

Está pesquisa insere-se prioritariamente no âmbito acadêmico com o objetivo de


aprimorar e atualizar conhecimentos por meio do estudo científico de trabalhos publicados, a
pesquisa científica começa com um estudo de literatura, onde o pesquisador busca trabalhos
publicados relevantes para compreender e analisar o problema do estudo a ser realizado.
Ajuda-nos desde o início porque o objetivo é determinar se já existe trabalho científico sobre
o tema de investigação a realizar, esse levantamento é fundamental para a construção da
pesquisa científica porque permite compreender melhor o fenômeno em estudo. As
ferramentas utilizadas para realizar pesquisas bibliográficas são: livros, artigos científicos,
teses, teses, anuários, revistas, leis e outros tipos de fontes escritas publicadas.

Como Fonseca (2002) descreve:

[...] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e


publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos,
páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma
pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se
estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se
baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências
teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou
conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a
resposta (FONSECA, 2002, p. 31).

De fato, a revisão das produções acadêmicas e científicas já disponíveis, tanto em


fontes impressas quanto digitais, não apenas fornece uma base sólida de conhecimentos, mas
também direciona o estudo em termos de lacunas e contribuições potenciais. Além disso, o
autor observa que, em alguns casos, a pesquisa bibliográfica é o próprio eixo central da
investigação, especialmente quando o objetivo é consolidar conhecimentos ou explorar
fundamentos teóricos já existentes para compreender melhor o problema em questão. Assim,
Fonseca (2002) destaca o valor dessa prática como um meio de integrar e analisar
criticamente as informações, permitindo ao pesquisador estabelecer um diálogo com a
produção acadêmica anterior.
Segundo Macedo (1994) o estudo de bibliográfico é o primeiro passo em qualquer tipo
de pesquisa científica e o objetivo é revisar a literatura existente e não duplicar o assunto do
estudo ou experimento. Dessa forma, para Lakatos e Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica
não é simplesmente uma repetição do que foi dito ou escrito sobre um assunto, mas sim
11

proporciona um exame de um assunto, um novo foco ou abordagem, levando a conclusões


inovadoras.

Como Gil (2002) acredita que a pesquisa documental apresenta diversas vantagens
como “fonte rica e estável de dados”: Não há um alto custo e não requer contato com sujeitos
de pesquisa, além de ser capaz de ler as fontes em profundidade, ela é muito parecida com a
pesquisa bibliográfica segundo o autor, a diferença é a Natureza da fonte.

Estes métodos foram utilizados com intuito de contribuir com a produção do


conhecimento, através da pesquisa bibliográfica e documental foram realizados movimentos
ativo de apreensão dos objetivos propostos, observando as etapas, de leitura, de
questionamentos e de interlocução crítica com o material bibliográfico, de modo a despertar
uma reflexão analítica em docentes e futuros docentes.

Este artigo está dividido em tópicos, sendo o primeiro a introdução que compreende a
forma e o desenvolvimento, fazendo uma exposição geral do trabalho. O segundo tópico
denominado de BNCC e a formação de professores da educação infantil, baseando-se em
autores que já discutiram sobre o tema, buscando ressaltas as novas mudanças que a
implantação da base impôs a formação inicial e continuada desses professores. O terceiro
tópico intitulado Uma análise acerca da formação docente da educação infantil sob as novas
perspectivas da BNCC, com intuito de analisar criticamente as mudanças feitas no currículo
escolar e as práticas da formação docente da educação infantil. O último tópico considerações
finais, onde mostrará o caminho percorrido no estudo e suas ponderações acerca de do que foi
apresentado.

2. BNCC E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

As discussões em torno do desenvolvimento de uma Base Nacional Comum Curricular


(BNCC) para regulamentar os currículos da Educação Básica ocorreram em diversas esferas
desde a Constituição Federal de 1988. Porém, somente em 1996 é que o marco legal para sua
criação foi estabelecido no art. 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (nº 9.394/1996).
A edição inicial da BNCC foi divulgada em 2015 e aberta para comentários. Em maio de
2016, foi lançada uma versão revisada que incluiu modificações significativas na seção
Educação Infantil. Desde então, esta versão revista tem sido utilizada como guia por
instituições públicas e privadas que servem este nível de ensino. Uma terceira versão do
12

documento foi elaborada e enviada ao Conselho Nacional, posteriormente, em 15 de


dezembro de 2017, a BNCC foi aprovada através da Resolução nº CNE/CP nº 2, de 22 de
dezembro de 2017, que aprovou a implementação deste documento no sistema público e
privado, federal, estadual, distrital e municipal.

Desde a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em


1996, até a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017, ocorreram
inúmeras mudanças no currículo da Educação Infantil no Brasil. Antes da implementação da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em 1996, a Educação Infantil não era
enquadrada como um componente da Educação Básica. Com isso, faltavam diretrizes
definitivas para a estruturação de seu currículo. Com a promulgação da LDB, a Educação
Infantil foi formalmente reconhecida como a etapa inicial da Educação Básica.
Posteriormente, esse reconhecimento exigiu o desenvolvimento de um currículo adaptado e
específico para essa etapa (Brasil, 1996).

O ano de 1998 assistiu à integração dos Referenciais Curriculares Nacionais para a


Educação Infantil (RCNEI) neste contexto particular. O RCNEI teve como objetivo orientar
educadores que trabalham com crianças pequenas nos primeiros anos. Posterior a isso em
2009 as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) foram
aprovadas, marcando um marco significativo, estas orientações reforçaram a ideia da criança
como principal agente da sua própria aprendizagem, enfatizando a importância de criar
oportunidades para que as crianças vivenciem a vida de forma contextualizada, levando em
consideração as necessidades e características únicas de cada faixa etária (Brasil, 2009).

Apesar dos progressos trazidos pelas DCNEI, vários governos locais optaram por
manter o quadro do RCNEI, optando por integrar apenas alguns componentes da legislação
atualizada. Essa situação surgiu porque o RCNEI oferecia uma visão de educação, instrução,
material didático e estratégias de ensino muito semelhantes ao modelo escolar convencional
(Brasil, 2009).

Com a aprovação da BNCC foi oferecida uma nova perspectiva para o campo da
Educação Infantil, sendo um documento crucial que delineia vários princípios como: éticos,
estéticos e políticos a serem incorporados nos projetos políticos pedagógicos das instituições
de ensino público e privado. A BNCC também enfatiza a importância da garantia de direitos
fundamentais da aprendizagem a todas as crianças no Brasil: o direito de coexistir, brincar,
participar, explorar, comunicar e aprender uns com os outros (BRASIL, 2017). Esses direitos
13

de aprendizagem são sistematicamente organizados por meio de campos de experiência que


incorporam as situações concretas e as experiências cotidianas das crianças, bem como seus
conhecimentos sobre patrimônio cultural, em um arranjo curricular abrangente (BRASIL,
2017). A BNCC na educação infantil organiza os conteúdos a partir dos campos de
experiencias, que são as áreas de conhecimento interrelacionadas que devem atravessar as
práticas pedagógicas.

Segundo dados do MEC (2018), a formação de professores será norteada pelas regras
da BNCC, tendo como principal objetivo uma orientação de uma linguagem comum do que se
deve esperar sobre a formação de professores, com a finalidade de revisar as normas que
regem os cursos de pedagogia e licenciatura para que as práticas em sala de aula estejam de
acordo com a base nacional comum curricular. Com a homologação do documento trouxe
uma modificação nos currículos de formação de professores, pois alterou em partes os
conteúdos educacionais do currículo. Essa alteração teve impacto notável nos cursos de
Pedagogia e em outros programas especializados que preparam educadores para a educação
básica, isso porque o currículo está estruturado inteiramente em torno de competências, o que
por sua vez levou à aprovação das competências necessárias aos professores para atuarem na
educação básica, inseridos no documento BNC-Formação.

O referido documento define 10 (dez) competências gerais e indica a formação inicial


e continuada desses professores que são baseadas em três dimensões: O conhecimento, a
prática e engajamento. Essas três dimensões segundo a base, é fundamental para compor um
ensino eficaz. A primeira dimensão é o conhecimento, que está ligado à proficiência do
professor em um determinado assunto. A segunda dimensão é a prática, que diz respeito à
habilidade do professor em construir e controlar o ambiente de aprendizagem. A terceira
dimensão é o engajamento, que trata da dedicação do professor no aprendizado e na
comunicação com colegas, familiares e comunidade escolar. Cada dimensão inclui
competências específicas que são esperadas do professor.

Segundo Macedo (2002) a utilização da palavra ‘competência’, elemento principal do


texto das diretrizes Curriculares de Formação de Professores da Educação Básica, é utilizada
de forma imprecisa e aparentemente entendida como significando ‘conhecimento prático’, em
relação ao ‘saber fazer’, Dentro do conceito de competência, delineiam-se pelo menos duas
tradições da moderna teoria do ensino, os conceitos de “construtivismo cognitivo” e
“comportamental”, que aparecem no conceito de competência em documentos curriculares. O
14

conceito de “competências e habilidades” proposto no documento da BNCC, além de nortear


a nova forma de funcionamento da educação nacional, também reflete o contexto mais amplo
que permeia todas as áreas da sociedade e determina as regras atuais.
De acordo com Avancini (2021) a “Base” é um documento juridicamente vinculativo,
formulado para servir de referência às redes e escolas nacionais de ensino para a formulação
de currículos. Sua estrutura é baseada em um conjunto de habilidades e competências que os
alunos desenvolvem ao longo da educação básica, o que envolve currículo e métodos de
ensino atualizados. Portanto, esta atualização depende diretamente da formação dos
professores. É neste contexto que o Conselho Nacional de Educação aprovou a Base Nacional
Comum para a Formação Inicial e a Base Nacional Comum para a Formação Contínua,
mesmo que as matrizes sejam diferentes, os dois documentos dialogam entre si e com a
BNCC, para conseguir isso, os programas de pedagogia e ensino precisam se adaptar às novas
regulamentações e redesenhar cursos e estágios.
No que diz respeito à formação continuada, as redes educativas e as escolas deverão
reformular os seus planos e ações nesta área. Em termos de currículos do curso de pedagogia
e licenciatura, é necessária uma reformulação profunda do currículo, o que significa que o
novo formato de curso deve ser implementado em todas as instituições de ensino superior que
oferecem cursos de formação de professores, segundo o documento seria até dezembro de
2021, já o período de formação contínua é também de dois anos, contados a partir da data de
aprovação da base de formação continuada, ocorrida em outubro de 2020.
Como foi mencionado a educação infantil passou por mudanças significativas nos
últimos anos, principalmente na forma como o ensino é conduzido. A mudança para uma
abordagem mais natural e lúdica à aprendizagem das crianças resultou numa maior ênfase na
espontaneidade e na exploração de diferentes campos de experiência, com a implementação
da BNCC, o foco agora é proporcionar às crianças um amplo leque de possibilidades para
explorar. Os campos de experiência e direitos de aprendizagem podem ser definidos como um
currículo estruturado, no qual o professor atua como mediador e é responsável por facilitar
essas experiências, ao organizar as situações, o professor oferece à criança as seguintes
possibilidades: explorar, fazer escolhas, criar, conviver, brincar, participar das escolhas,
explorar, expressar-se e compreender-se (BRASIL,2017).
O currículo da Educação Infantil sofreu modificações significativas com a introdução
da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Pois ela defende a colocação da criança na
vanguarda do processo educativo, e o currículo é organizado em torno dos Direitos de
Aprendizagem e dos Campos de Experiência. As alterações mais notáveis incluem:
15

A organização curricular sugerida pela BNCC, que envolve a integração dos Direitos
de Aprendizagem e dos Campos de Experiência, em vez de áreas de conhecimento ou
disciplinas tradicionais, o foco está em práticas inter-relacionadas que se complementam. Essa
abordagem enfatiza as experiências em detrimento das aulas, resultando em uma rotina
educacional coesa e intencional, cuidadosamente planejada e executada.

A segunda mudança está nas práticas pedagógicas, onde o Currículo Nacional de Base
Comum (BNCC) apresenta um conjunto de práticas educacionais que visam criar uma rotina
coesa e proposital. Essas práticas são meticulosamente pensadas, organizadas e planejadas
intencionalmente para aprimorar o processo de aprendizagem. O papel do professor é o de
mediador, colaborador, guia afetuoso e comprometido que respeita as necessidades de seus
alunos, tanto educacionais, físicas e emocionais. O professor não exerce poder, mas está
equipado, treinado e aberto à aprendizagem.

Em terceiro lugar estão os contextos educativos, a qual a BNCC recomenda que as


concepções e contextos educacionais sejam propícios à exploração das crianças. Isso inclui a
criação de horários, ambientes e materiais adequados que facilitem as práticas cotidianas de
cuidado atento e pessoal. O objetivo final é proporcionar às crianças uma rotina educativa
integral, meticulosamente planejada e pensada, com o objetivo de promover experiências
significativas.

A quarta alteração está em relação as crianças, pois segundo a BNCC, a Educação


Infantil deve ser voltada para as crianças e não para ambientes de sala de aula estruturados. Os
professores são incentivados a atuar como mediadores e parceiros na exploração, servindo
como guias atenciosos e dedicados que valorizam profundamente as necessidades
educacionais, físicas e emocionais de seus alunos.

Por fim a quinta modificação os direitos e Aprendizagem e Campos de Experiências


em que a BNCC defende uma estrutura curricular centrada nesses dois componentes
principais. Os Direitos de Aprendizagem abrangem os conceitos educacionais fundamentais
que toda criança tem direito a adquirir. Entretanto, os Campos de Experiência são designados
como áreas de aprendizagem que correspondem aos Direitos de Aprendizagem e devem ser
explorados exaustivamente pelas crianças.

E conforme o que já foi mencionado sobre as novas mudanças no currículo da


educação infantil, destacamos os estudos de Michael Young, ao qual e considerado um dos
fundadores da NSE (Nova Sociologia da Educação), que em sua investigação destacou
16

inicialmente duas ideias principais. Em primeiro lugar, a educação e o conhecimento não


podem ser separados; em segundo, o conhecimento, especialmente o currículo, não são dados,
mas uma construção social, isto significa que se o currículo é um processo social ao qual
expressa relações de poder e, portanto, é acima de tudo uma ferramenta política para as
relações de poder existentes. Young argumenta sobre as relações de poder no currículo que
podem ser observadas através da organização do conhecimento, ou seja, esta organização do
conhecimento no currículo pode ser vista como uma expressão da distribuição de poder na
sociedade e que a organização do “conhecimento” de qualquer sistema educacional e quem
dita como as oportunidades educacionais são distribuídas e para quem.

Portanto, acreditamos que compreender esse marco nos estudos curriculares de Young
é importante para a compreensão das modificações impostas na contemporaneidade pela
BNCC. Young (2014) alega que as questões de conhecimento são fundamentais quando se
trata de documentos curriculares. Contudo, ele não nega que ainda é importante lembrar que o
currículo é uma construção social e que dentro dele existem relações de poder.

Nesta perspectiva, o currículo para Young deve promover o desenvolvimento


intelectual dos alunos, o apoio para este desenvolvimento vem de conceitos estabelecidos nas
disciplinas escolares e não de competências ou habilidades etc. Nas palavras do autor, “[…]
se um currículo for definido em termos de resultados, habilidades ou avaliação mais ampla,
ele não proporcionará oportunidades de aquisição de conhecimento.” (Young, 2014, p. 195)

Isto é para Young (2007), o currículo não deve ser visto como uma ferramenta para
atingir objetivos, competências e/ou habilidades, mas sim como uma razão inerente à
existência da escola. Para o autor o currículo:

[...] o currículo tem que levar em consideração o conhecimento local e


cotidiano que os alunos trazem para a escola, mas esse conhecimento nunca
poderá ser uma base para o currículo. A estrutura do conhecimento local é
planejada para relacionar-se com o particular e não pode fornecer a base para
quaisquer princípios generalizáveis. Fornece acesso a tais princípios é uma
das principais razões pelas quais todos os países têm escolas” (YOUNG,
2007, p. 13).

Segundo Young, pensar na reforma curricular exige ser claro sobre o que se quer que
as crianças aprendam. Este é o ponto de partida. Em segundo lugar, não há desenvolvimento
curricular que não seja desenvolvido em conjunto com a formação de professores. Assim, em
síntese, qualquer reforma curricular deve ser uma colaboração entre os órgãos curriculares
nacionais e as diversas associações profissionais de professores (particularmente as
17

relacionadas com disciplinas específicas). Deve também incluir vários especialistas de


universidades etc. Precisa ser assim, a única forma de levar a cabo a reforma curricular é a
cooperação entre as instituições curriculares nacionais e todas as partes (YOUNG, 2014).

Como o autor tem uma visão crítica sobre o propósito do currículo escolar,
argumentando que ele não deve ser tratado meramente como uma ferramenta para
desenvolver habilidades ou competências específicas, mas sim como um fundamento
essencial para a existência da própria escola. Para o autor, embora o conhecimento local e
cotidiano dos alunos tenha valor e deva ser considerado, ele não pode servir como base do
currículo, pois sua estrutura é voltada ao particular, carecendo de universalidade e princípios
que possam ser generalizados. Segundo Young, a escola tem, entre suas principais
responsabilidades, o papel de proporcionar o acesso a esse conhecimento mais amplo e
universal, que transcende o contexto individual dos alunos e estabelece uma conexão com o
conhecimento científico e cultural acumulado pela sociedade.

A política pública brasileira voltada para a educação pré-escolar testemunhou, em seu


percurso histórico, um movimento de lutas e contradições em relação à educação infantil
como campo de bem-estar, em direção a uma filosofia educacional centrada na segurança da
criança, sujeito de direitos, individualidade e concretude. A formação e atuação dos
professores que atuam nessa área educacional tem sido tema de discussão, onde a
profissionalização desses professores é fundamental. A educação infantil considera a criança
como um sujeito completo e o professor como um profissional que deve ser capacitado para
atuar nesta área, com base nesse pensamento o próximo tópico faremos uma breve análise
cercar da formação deste professor no que tange as políticas públicas educacionais, em
específico a BNCC.

3. UMA ANÁLISE ACERCA DA FORMAÇÃO DOCENTE DA EDUCAÇÃO INFANTIL


SOB AS NOVAS PERSPECTIVAS DA BNCC

Considerando que: o § 8º do art. 62 da LDB que estabelece que os currículos dos


cursos da formação de docentes terão por referência a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC-Educação Básica). A RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 2, de 20 de dezembro de 2019 irá
18

definir as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a


Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da
Educação Básica (BNC-Formação).

A discussão em torno dos efeitos das políticas públicas educacionais nos processos de
formação e no trabalho docente oferece uma visão da perspectiva do governo para o projeto
de educação e sociedade. Especificamente, esclarece os caminhos escolhidos para as
transformações necessárias, reconhecendo que a legislação, as reformas e as diretrizes
curriculares nacionais para a formação de professores não são criadas isoladas do contexto
histórico e das contradições sociais dentro e fora das escolas. Levando em conta essa
perspectiva, torna-se essencial e desafiador pensar a formação e o trabalho docente em relação
aos conflitos, às resistências e à conciliação com as políticas públicas educacionais. Freitas e
Molina (2020) enfatizam que as manifestações políticas não são fenômenos estáticos, mas
evoluem junto com as mudanças de sua época histórica, representando as aspirações de uma
determinada sociedade pelo projeto social implementado por meio da ação do Estado.

Em sua resolução a BNC-formação estabelece Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Formação Inicial em Nível Superior de Professores para a Educação Básica e determina a
Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica, a qual
deve ser concretizada em todas as modalidades dos cursos e programas destinados à formação
docente. Onde pressupõe na íntegra seu art. 2 º e 3º respectivamente a formação docente
estabelecendo competências gerais e especificas para desenvolvimento profissional:

Art. 2º A formação docente pressupõe o desenvolvimento, pelo


licenciando, das competências gerais previstas na BNCC-Educação Básica,
bem como das aprendizagens essenciais a serem garantidas aos estudantes,
quanto aos aspectos intelectual, físico, cultural, social e emocional de sua
formação, tendo como perspectiva o desenvolvimento pleno das pessoas,
visando à Educação Integral. Art. 3º Com base nos mesmos princípios das
competências gerais estabelecidas pela BNCC, é requerido do licenciando o
desenvolvimento das correspondentes competências gerais docentes.
Parágrafo único. As competências gerais docentes, bem como as
competências específicas e as habilidades correspondentes a elas, indicadas
no Anexo que integra esta Resolução, compõem a BNC-Formação.

O artigo 2º da CNE/CP Nº 2 afirma que a formação docente necessita do avanço das


capacidades globais dos alunos previstas na BNCC para a Educação Básica, juntamente com
os conhecimentos fundamentais que devem ser assegurados aos alunos quanto ao seu
desenvolvimento intelectual, físico, cultural, social e emocional. O objetivo é alcançar a
educação integral e o crescimento holístico dos indivíduos. Da mesma forma, o artigo 3º
determina que os egressos devem cultivar as competências correspondentes com base nos
19

princípios de competências gerais estabelecidos na BNCC. A formação de professores


abrange uma combinação de competências pedagógicas gerais e competências e habilidades
específicas que são relevantes para o corpo docente.

No Parecer BNC-Formação (BRASIL, 2019a), a terceira versão enfatiza a importância


de adquirir conhecimentos fundamentais exigidos pelo mercado de trabalho e cultivar
competências socioemocionais nas esferas pessoal, educacional e profissional como fator
diferenciador. Para atender às demandas deste contexto, que exige competências cognitivas e
híbridas altamente intrincadas. A formação inicial ministrada visa criar uma convergência
entre os domínios da formação e da prática profissional, fomentando o diálogo e a resolução
de problemas. Esta abordagem é enfatizada nos debates educativos do século XXI, uma vez
que os professores necessitam de práticas eficazes para responder às exigências de uma
sociedade em rápida mudança e de reformas dos cuidados de saúde em evolução. É
fundamental que os cursos superiores proporcionem oportunidades de diálogo e reflexão
sobre estas reformulações, permitindo uma compreensão mais profunda das suas implicações
e do seu impacto no desenvolvimento profissional (ALMEIDA; SILVA; LINS, 2015).

Em seu artigo 4º a da CNE/CP Nº 2 vai detalhar as competências especificas a três


dimensões fundamentais que integram e complementam a ação docente. São elas:

I - Conhecimento profissional; II - prática profissional; e III - engajamento


profissional.
§ 1º As competências específicas da dimensão do conhecimento profissional
são as seguintes: I - dominar os objetos de conhecimento e saber como
ensiná-los; II - demonstrar conhecimento sobre os estudantes e como eles
aprendem; III - reconhecer os contextos de vida dos estudantes; e IV -
conhecer a estrutura e a governança dos sistemas educacionais.
§ 2º As competências específicas da dimensão da prática profissional
compõem-se pelas seguintes ações: I - planejar as ações de ensino que
resultem em efetivas aprendizagens; II - criar e saber gerir os ambientes de
aprendizagem; III - avaliar o desenvolvimento do educando, a aprendizagem
e o ensino; e IV - conduzir as práticas pedagógicas dos objetos do
conhecimento, as competências e as habilidades.
§ 3º As competências específicas da dimensão do engajamento profissional
podem ser assim discriminadas: I - comprometer-se com o próprio
desenvolvimento profissional; II - comprometer-se com a aprendizagem dos
estudantes e colocar em prática o princípio de que todos são capazes de
aprender; III - participar do Projeto Pedagógico da escola e da construção de
valores democráticos; e IV - engajar-se, profissionalmente, com as famílias e
com a comunidade, visando melhorar o ambiente escolar.

Os cursos desempenham um papel crucial na formação de professores,


especificamente em termos teóricos e metodológicos. É da maior importância que seja
20

fornecida formação de alta qualidade para garantir que estes professores estejam preparados
para ensinar eficazmente nas escolas primárias. A formação inicial dos professores é uma
componente vital do seu desenvolvimento profissional, servindo como pedra angular no seu
percurso educativo. O Ministério da Educação (MEC, 2017) afirma que o objetivo principal
da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é fornecer uma estrutura padronizada para a
formação de professores. Com isso, há necessidade de rever as diretrizes dos cursos de
graduação para garantir que elas priorizem as competências práticas exigidas em sala de aula
e estejam alinhadas com a BNCC. A formulação das novas Diretrizes Normativas da
Educação Básica da BNCC significa justamente a reorganização do ensino superior para
poder cultivar talentos profissionais de acordo com todas as exigências da formação escolar
básica, especialmente as exigências dos cursos de licenciatura plena, por isso é necessária
uma atualização o ensino e a gestão das escolas brasileiras Conceitos e práticas formativas
relacionadas às atividades. (Santos Silva, 2019, p. 5).

Souza, Santos e Santos (2016) enfatizam ainda a importância da prestação de serviços


adequados nesse sentido. É imperativo que os profissionais que se envolvem diretamente com
a educação infantil compreendam seu crescimento e jornada educacional. Devem reconhecer
que estas crianças têm necessidades fundamentais, incluindo a necessidade de brincar,
aprender, sorrir e descansar. Além disso, é crucial que as crianças desenvolvam a sua
independência e autoconfiança num ambiente centrado na alfabetização, promovendo
gradualmente a sua autonomia e autoestima. Diante dessa premissa, é fundamental priorizar o
currículo como ponte entre o texto puramente teórico e o manual de atividades utilizado pelos
educadores da Educação Infantil. Consequentemente, é considerado um recurso valioso que
apoia a sua abordagem educacional Kramer et al. (2000). Leite et al. (2018) sublinham a
importância da formação de professores a este respeito, uma vez que permite aos educadores
transcenderem um currículo fragmentado e abraçar um currículo integrado. Essa integração
facilita o desenvolvimento de práticas pedagógicas que abrangem diversas áreas do
conhecimento, mas ainda reconhecendo as características únicas de cada área individual.

O conhecimento sobre a formação de professores de educação infantil também tem


levado a uma exploração do conhecimento sobre a educação infantil e suas especificidades,
buscando compreender toda a trajetória percorrida para chegar ao documento que temos
atualmente, a saber, a BNCC, que por sua vez está norteando o escopo da educação infantil e
o documento que conduz todos os trabalhos pedagógicos realizados.
21

Santos e Macedo (2021), indagam que a DCNEI (BRASIL, 2009) deveriam ser mais
vistas na Educação Infantil, pois trazem consigo os “princípios básicos do trabalho educativo
na educação infantil”, esses princípios não são prescritivos e colocam a criança na vanguarda
do processo educativo, sem dissociá-lo do cuidado. Além disso, trazem jogos e interações
como componentes estruturais.

Por outro lado, a BNCC para a Educação Infantil defende os princípios éticos,
políticos e estéticos na concepção das iniciativas político-pedagógicas das instituições e
identifica que todas as crianças brasileiras têm seis direitos constitucionais que devem ser
respeitados: o direito de viver; o direito de jogar; o direito de participar; o direito de explorar;
o direito de se comunicar e o direito de se conhecer (BRASIL, 2017a). A sua sistematização é
facilitada por campos de experiência que criam um quadro curricular que tem em conta as
situações e experiências concretas do quotidiano das crianças, sendo também incorporados os
seus conhecimentos. Ao analisar este documento de forma mais detalhada, percebe-se que o
texto contém seis direitos e cincos campos de conhecimento que devem ser considerados de
forma transdisciplinar pois não permitem a associação entre jogos, interações e os resultados
desejados pelas crianças (MONTEIRO, CASTRO, HERNECK, 2018, p.210).

Na tentativa de compreender os efeitos dela na Educação Infantil, procuramos discutir


o conteúdo dos autores a respeito. Na primeira versão do documento, de 2015, os autores
Campos e Barbosa (2015) afirmam que “a base do currículo na educação básica é a avaliação
externa e a função do professor é acompanhar as demandas do mercado, que são
representadas pelas adoções de livros que contenham o conteúdo das provas" (CAMPOS,
BARBOSA, 2015, p.358).

O documento afirma a importância de uma base curricular partilhada, que é então


complementada por uma componente diversificada específica para cada sistema educativo e
escola. Esta abordagem na construção da BNCC reflete o marco regulatório das políticas
neoliberais. Notavelmente, o documento ganhou importância no âmbito da formação de
professores, uma vez que deve ser respeitado em todos os níveis e modalidades da Educação
Básica. Consequentemente, é crucial examinar até que ponto a formação contínua de
professores é considerada essencial nesta nova estrutura educativa. O objetivo desta iniciativa
é alinhar a formação de professores com a BNCC, reconhecendo que os educadores
desempenharão um papel vital no sucesso da sua implementação.
22

Art. 5º A BNCC é referência nacional para os sistemas de ensino e para as


instituições ou redes escolares públicas e privadas da Educação Básica, dos
sistemas federal, estaduais, distrital e municipais, para construírem ou
revisarem os seus currículos. §1º A BNCC deve fundamentar a concepção,
formulação, implementação, avaliação e revisão dos currículos, e
consequentemente, das propostas pedagógicas das instituições escolares,
contribuindo, desse modo, para a articulação e coordenação de políticas e
ações educacionais desenvolvidas em âmbito federal, estadual, distrital e
municipal, especialmente em relação à formação de professores, à avaliação
da aprendizagem, à definição de recursos didáticos e aos critérios definidores
de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da oferta de
educação de qualidade (BRASIL, 2017b, p.5).

O surgimento da BNCC foi impulsionado pelo objetivo de elevar o nível da educação,


alcançado por meio da implementação de um currículo diferenciado para os alunos em todo o
país. Este currículo é supervisionado externamente, com o auxílio de avaliações extensas e
materiais didáticos padronizados. Além disso, existe um sistema de recompensas para
monitorar e regular o desempenho de professores, administradores e alunos, embora esta
abordagem seja considerada falha pela autora.

Esta abordagem representa um retrocesso, pois torna-se evidente que os professores


receberão uma remuneração inadequada e os recursos serão desperdiçados, ao mesmo tempo
que se atribui a culpa aos professores. O documento traça um conceito que gira em torno de
orientar os professores sobre quais ações tomar, oferecendo formação continuada com foco
em programas de mestrado profissional, ensino a distância e cursos breves. Nesse sentido,
verifica-se que a BNCC, apesar de almejar estabelecer uma nova política de formação
docente, na verdade caminha na direção oposta ao desejado e necessário para o efetivo
desenvolvimento docente (MAGALHÃES, 2019).

O projeto é marcado pela lógica comercial e as frustrações da proposta são certamente


evidentes. Esta visão “prática” e “tarefa” do ensino é considerada um retrocesso, uma
pedagogia de moldes tecnicistas. Além disso, pode ser classificado como um princípio que vai
contra a formação de sujeitos sociais políticos conscientes, capazes de intervir na sua
realidade e construir a sua história. Dessa forma, o contexto neoconservador do país reafirma
que a BNCC é mais uma forma de controlar os professores, avaliados pelo sucesso ou
fracasso de seus alunos, e formados a partir de padrões a se seguir que invadem as
universidades. Segundo Cássio (2018), a implementação de uma nova política curricular por
23

si só não pode resolver os problemas que as políticas anteriores não conseguiram resolver. Em
vez disso, é crucial que os professores assumam a responsabilidade pela sua formação e se
reconheçam como participantes ativos no seu desenvolvimento profissional. Isso envolve
cultivar uma identidade profissional que vai além de ser uma mera ferramenta nas mãos dos
outros. Infelizmente, as mudanças trazidas pela nova política de formação de professores não
priorizam a valorização e o reconhecimento dos professores. Portanto, é importante examinar
criticamente as intenções por trás destas políticas e como elas se alinham com os princípios do
capitalismo. Além disso, as discussões sobre os objetivos e o papel da BNCC (Base Nacional
Comum Curricular) devem ser integradas nos programas de formação inicial e continuada de
professores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto da crise do capitalismo e, das reformas neoliberais foi implantado um


processo de reforma curricular em alguns países. No Brasil, essa discussão, como em todo
processo de decisão curricular, impulsionou o interesse e causou discussões em torno da
definição de tipos e recomendações de formação humana. Para entender-los, foi necessário
uma analise, ainda que brevemente, sobre o caminho histórico do conceito subjacente ao
currículo nacional, bem como as reivindicações contrárias a esta definição avançadas por
entidades progressistas no campo da educação. Na perspectiva da formação humana,
incluindo alunos e professores. Estas entidades formaram o grupo de resistência contra a
proposta de basear o currículo nacional do ensino básico numa visão pragmática de formação
baseada em competências.

A violação dos direitos dos professores do ensino básico de receberem uma formação
abrangente e ponderada é uma consequência direta das sugestões atuais para a sua formação
inicial e continuada. Laval (2019, p.17) argumenta que a implementação dos princípios
neoliberais nas escolas necessita da adoção de um modelo educacional específico, segundo o
autor esse modelo particular de escolarização, que é essencialmente uma mercadoria privada
com um valor que transcende as considerações econômicas, e levanta dúvidas sobre a garantia
do direito à educação previsto no artigo 205 da Constituição Federal de 1988.

Em apoio a este ponto de vista, Libâneo et al. (2022), afirmam que existem
contradições inerentes às atuais iniciativas políticas e pedagógicas. Estas contradições podem
ser categorizadas da seguinte forma: primeiro, uma abordagem neoliberal que atribui o papel
24

da educação escolar a dotar os alunos de competências e habilidades orientadas para o


mercado; e em segundo lugar, o aspecto sócio-crítico da promoção do potencial humano a
partir de uma perspectiva que promove a humanização, a emancipação e a democracia não
está isento de deficiências.

No nosso panorama social atual, as forças políticas dominantes alinham-se com a


agenda social e política neoliberal, resultando em repercussões significativas para a formação
de professores. Especificamente, isto levou a uma abordagem diminuída e utilitária da
formação, carente de análise crítica e de fundamentos teóricos. Consequentemente, o processo
de formação foi enfraquecido e os professores experimentaram um rápido declínio no valor e
reconhecimento profissional (LIBÂNEO et al., 2022).

A situação atual revela uma tendência preocupante de desmantelamento da


importância dos professores e da sua formação. Esta observação é apoiada pela abordagem
predominante à formação, que dá prioridade às competências práticas, negligenciando os
fundamentos teóricos, conforme ditado pelas políticas existentes.

A deliberação CNE/CP n.º 2, de 20 de dezembro de 2019, que recebeu aval do


Conselho Nacional de Educação, estabelece as "Orientações Curriculares Nacionais para a
Capacitação Inicial de Professores para a Educação Básica e estabelece a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC)", segundo a deliberação CNE/CP n.º 2/2017. Esse acontecimento
tem sido alvo de discussão de diversos especialistas brasileiros que criticam fortemente a
proposta aprovada pelo CNE, uma vez que o documento sugere uma formação desvinculada
da realidade dos professores e que dificulta a conscientização de classe com o objetivo de
transpor o modo capitalista de produção da vida.

Segundo os autores, o atual programa de formação de professores do BNC mostra a


extensão da desigualdade, do sofrimento, da privação de direitos do nosso povo. Para
Fernandes (1989, p. 17), “[...] os professores precisam se reeducar e mudar, para eles não
veem o seu trabalho e o seu trabalho educativo na perspectiva das políticas da classe
dominante”.

Esta nova diretriz imposta à formação inicial e continuada de professores representa,


portanto, como destaca Freitas (2020) Um retrocesso de 40 anos às ideias emancipatórias e
progressistas construídas. As medidas anunciaram mudanças significativas no processo
educativo, marcado por grandes obstáculos a implementação e reimplementação de políticas
neoliberais regressivas, Políticas excludentes, aprofundando a desigualdade, estabelecendo a
25

individualidade, fortalecendo a integridade e o empreendedorismo individual como modos de


vida e de sucesso, influenciando a formação dos nossos jovens e crianças (FREITAS, 2020).

O destaque nas competências tem sido foco central das políticas educacionais do
Ministério da Educação (MEC), principalmente em relação à educação infantil e à formação
de professores. No entanto, existem certas preocupações quanto à abordagem adotada, que dá
primazia a medidas imediatistas em vez de um processo de planeamento abrangente baseado
em quadros de referência e diagnósticos. Esta abordagem também coloca ênfase em
conteúdos e objetivos específicos, sem uma visão clara para a nação e para o projeto
educativo desejado. O eixo central dessas políticas é a Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), que tem impactado diretamente a educação infantil e na formação de professores.
Lamentavelmente , esta atitude levou a um papel secundário da articulação federativa e a uma
compreensão restrita da educação e do currículo. A BNCC, desenhada especificamente para a
educação infantil, reforça uma perspectiva antiescolar e uma visão liberal e idealista da
educação, que vai ao contrário de uma compreensão crítica da educação infantil como um
direito e como base de emancipação humana.

A legislação acima mencionada está enraizada numa compreensão prática e técnica da


formação de professores, com foco na aplicação prática do conhecimento, visando exercer
maior controle sobre as práticas pedagógicas. No meio das contradições históricas e dos
desafios colocados por um “passado” persistente, a formação de professores ainda é
reconhecida como um dos fatores chave que influenciam a qualidade da educação. No
entanto, não se pode dizer que o desenvolvimento profissional desses professores seja
atualmente uma prioridade máxima, especialmente considerando o cenário em evolução da
profissionalização docente em consonância com as novas DCN (Brasil. MEC. CNE, 2015b), o
BNC-Formação e o BNCC, particularmente no que diz respeito à regulamentação das práticas
de ensino e à promoção de uma abordagem “empreendedora” da educação caracterizada pela
padronização.
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