DL 102-09 - SHST
DL 102-09 - SHST
DL 102-09 - SHST
6 Para efeitos do nmero anterior, a informao es- e) Incentivo ao estudo de boas prticas em matria de
tatstica deve permitir a caracterizao dos acidentes e das sistemas de organizao e funcionamento das actividades
doenas profissionais de modo a contribuir para os estudos de preveno.
epidemiolgicos, possibilitar a adopo de metodologias e
critrios apropriados concepo de programas e medidas 3 O fomento da investigao, do desenvolvimento
de preveno de mbito nacional e sectorial e ao controlo experimental e da demonstrao deve orientar-se predo-
peridico dos resultados obtidos. minantemente para a melhoria da preveno dos riscos
profissionais e da proteco da sade do trabalhador.
Artigo 8.
Artigo 11.
Consulta e participao
Normalizao
1 Na promoo e na avaliao, a nvel nacional, das
medidas de polticas no domnio da segurana e da sade 1 As normas e especificaes tcnicas na rea da
no trabalho deve ser assegurada a consulta e a participao segurana e da sade no trabalho relativas, nomeadamente,
das organizaes mais representativas dos empregadores a metodologias e a procedimentos, a critrios de amos-
e trabalhadores. tragem, a certificao de produtos e equipamentos so
2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, as aprovadas no mbito do SPQ.
organizaes de empregadores e trabalhadores com assento 2 As directrizes prticas desenvolvidas pela Organi-
na Comisso Permanente de Concertao Social (CPCS) zao Internacional do Trabalho e Organizao Mundial
devem integrar: de Sade, bem como as normas e especificaes tcnicas
nacionais a que se refere o nmero anterior, constituem
a) O Conselho Nacional de Higiene e Segurana no referncias indispensveis a ser tidas em conta nos proce-
Trabalho (CNHST); dimentos e medidas adoptados em cumprimento da legis-
b) O Conselho Consultivo para a Promoo da Segu- lao sobre segurana e sade no trabalho, bem como na
rana e Sade no Trabalho da Autoridade para as Condies produo de bens e equipamentos de trabalho.
do Trabalho.
Artigo 12.
Artigo 9.
Licenciamento e autorizao de laborao
Educao, formao e informao para a segurana
e para a sade no trabalho A legislao sobre licenciamento e autorizao de la-
borao contm as especificaes adequadas preveno
1 O Estado deve prosseguir a integrao de conte- de riscos profissionais e proteco da sade.
dos sobre a segurana e a sade no trabalho nos currculos
escolares dos vrios nveis de ensino, tendo em vista uma Artigo 13.
cultura de preveno no quadro geral do sistema educativo
e a preveno dos riscos profissionais como preparao Segurana de mquinas e equipamentos de trabalho
para a vida activa. 1 No mbito da preveno e da segurana dos equi-
2 O Estado promove a integrao de contedos sobre pamentos deve toda a pessoa singular ou colectiva que
a segurana e a sade no trabalho nas aces de educao fabrique mquinas, aparelhos, ferramentas, instalaes
e formao profissional de forma a permitir a aquisio e outros equipamentos para utilizao profissional pro-
de conhecimentos e hbitos de preveno de acidentes de ceder s investigaes e operaes necessrias para que,
trabalho e doenas profissionais. na fase de concepo e durante a fabricao, sejam, na
3 O Estado promove aces de formao e infor- medida do possvel, eliminados ou reduzidos ao mnimo
mao destinadas a empregadores e trabalhadores, bem quaisquer riscos que tais produtos possam apresentar para
como aces de informao e esclarecimento pblicos nas a sade ou para a segurana das pessoas e garantir, por
matrias da segurana e da sade no trabalho. certificao adequada, antes do lanamento no mercado,
a conformidade com os requisitos de segurana e de sade
Artigo 10. aplicveis.
Investigao e formao especializada 2 Toda a pessoa singular ou colectiva que importe,
venda, alugue, ceda a qualquer ttulo ou coloque em ex-
1 O Estado deve assegurar condies que promovam posio mquinas, aparelhos, ferramentas ou instalaes
o conhecimento e a investigao na rea da segurana e para utilizao profissional deve:
da sade no trabalho.
2 O fomento, pelo Estado, da investigao na rea a) Proceder ou mandar proceder aos ensaios e contro-
da segurana e da sade no trabalho deve ser orientado, los necessrios para se assegurar que a construo e o
em especial, pelos seguintes vectores: estado de tais equipamentos de trabalho so de forma a
no apresentar riscos para a segurana e a sade dos traba-
a) Apoio criao de estruturas de investigao e for- lhadores, desde que a utilizao de tais equipamentos seja
mao ps-graduada de especialistas e de investigadores; feita correctamente e para o fim a que se destinam, salvo
b) Colaborao entre as vrias estruturas nacionais in- quando os referidos equipamentos estejam devidamente
teressadas; certificados;
c) Divulgao de informao cientfica e tcnica que b) Tomar as medidas necessrias para que s mquinas,
contribua para o avano do conhecimento e progresso da aos aparelhos, s ferramentas ou s instalaes para utiliza-
investigao; o profissional sejam anexadas instrues, em portugus,
d) Incentivo participao nacional em programas in- quanto montagem, utilizao, conservao e repa-
ternacionais; rao das mesmas, em que se especifique, em particular,
6170 Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009
Artigo 15.
3 Toda a pessoa singular ou colectiva que proceda
montagem, colocao, reparao ou adaptao Obrigaes gerais do empregador
de mquinas, aparelhos, ferramentas ou instalaes para 1 O empregador deve assegurar ao trabalhador con-
utilizao profissional deve assegurar, na medida do pos- dies de segurana e de sade em todos os aspectos do
svel, que, em resultado daquelas operaes, tais equipa- seu trabalho.
mentos no apresentam risco para a segurana e a sade 2 O empregador deve zelar, de forma continuada e
das pessoas, desde que a sua utilizao seja efectuada permanente, pelo exerccio da actividade em condies de
correctamente. segurana e de sade para o trabalhador, tendo em conta
4 As mquinas, os aparelhos, as ferramentas e as os seguintes princpios gerais de preveno:
instalaes para utilizao profissional s podem ser for-
necidos ou colocados em servio desde que contenham a) Identificao dos riscos previsveis em todas as acti-
a marcao de segurana, o nome e o endereo do fabri- vidades da empresa, estabelecimento ou servio, na con-
cante ou do importador, bem como outras informaes que cepo ou construo de instalaes, de locais e processos
de trabalho, assim como na seleco de equipamentos,
permitam identificar claramente os mesmos e prevenir os
substncias e produtos, com vista eliminao dos mesmos
riscos na sua utilizao.
ou, quando esta seja invivel, reduo dos seus efeitos;
5 Nos casos de feiras, demonstraes e exposies, b) Integrao da avaliao dos riscos para a segurana
quando as mquinas, aparelhos, ferramentas e instalaes e a sade do trabalhador no conjunto das actividades da
para utilizao profissional se encontrem sem as normais empresa, estabelecimento ou servio, devendo adoptar as
proteces de segurana, devem estar indicadas, de forma medidas adequadas de proteco;
bem visvel, as precaues de segurana, bem como a im- c) Combate aos riscos na origem, por forma a eliminar
possibilidade de aquisio destes equipamentos tal como ou reduzir a exposio e aumentar os nveis de proteco;
se encontram apresentados. d) Assegurar, nos locais de trabalho, que as exposies
6 As autoridades competentes devem divulgar, pe- aos agentes qumicos, fsicos e biolgicos e aos factores de
riodicamente, as especificaes a respeitar na rea de se- risco psicossociais no constituem risco para a segurana
gurana no trabalho, por forma a garantir uma preveno e sade do trabalhador;
de concepo e a facilitar os respectivos procedimentos e) Adaptao do trabalho ao homem, especialmente
administrativos. no que se refere concepo dos postos de trabalho,
escolha de equipamentos de trabalho e aos mtodos de
Artigo 14. trabalho e produo, com vista a, nomeadamente, atenuar
o trabalho montono e o trabalho repetitivo e reduzir os
Fiscalizao e inquritos
riscos psicossociais;
1 O organismo com competncia inspectiva do mi- f) Adaptao ao estado de evoluo da tcnica, bem
nistrio responsvel pela rea laboral controla o cum- como a novas formas de organizao do trabalho;
primento da legislao relativa segurana e sade no g) Substituio do que perigoso pelo que isento de
trabalho e aplica as sanes correspondentes ao seu in- perigo ou menos perigoso;
cumprimento, sem prejuzo de competncias especficas h) Priorizao das medidas de proteco colectiva em
de outras entidades. relao s medidas de proteco individual;
2 Compete ainda ao organismo a que se refere o i) Elaborao e divulgao de instrues compreensveis
nmero anterior a realizao de inqurito em caso de aci- e adequadas actividade desenvolvida pelo trabalhador.
dente de trabalho mortal ou que evidencie uma situao
particularmente grave. 3 Sem prejuzo das demais obrigaes do emprega-
3 Em casos de doena profissional ou outro dano para dor, as medidas de preveno implementadas devem ser
a sade ocorrido durante o trabalho ou com ele relacio- antecedidas e corresponder ao resultado das avaliaes dos
nado, o organismo competente do ministrio responsvel riscos associados s vrias fases do processo produtivo,
incluindo as actividades preparatrias, de manuteno e
pela rea da sade, atravs das autoridades de sade, e
reparao, de modo a obter como resultado nveis eficazes
o organismo competente do ministrio responsvel pela de proteco da segurana e sade do trabalhador.
rea da segurana social podem, igualmente, promover a 4 Sempre que confiadas tarefas a um trabalhador,
realizao do inqurito. devem ser considerados os seus conhecimentos e as suas
4 Os representantes dos trabalhadores podem apre- aptides em matria de segurana e de sade no trabalho,
sentar as suas observaes ao organismo com competncia cabendo ao empregador fornecer as informaes e a for-
inspectiva do ministrio responsvel pela rea laboral ou mao necessrias ao desenvolvimento da actividade em
a outra autoridade competente, por ocasio de visita ou condies de segurana e de sade.
fiscalizao empresa ou estabelecimento. 5 Sempre que seja necessrio aceder a zonas de risco
5 Os representantes dos trabalhadores podem, ainda, elevado, o empregador deve permitir o acesso apenas ao
solicitar a interveno do organismo com competncia trabalhador com aptido e formao adequadas, pelo tempo
inspectiva do ministrio responsvel pela rea laboral mnimo necessrio.
sempre que verifiquem que as medidas adoptadas e os 6 O empregador deve adoptar medidas e dar instru-
meios fornecidos pelo empregador so insuficientes para es que permitam ao trabalhador, em caso de perigo grave
assegurar a segurana e sade no trabalho. e iminente que no possa ser tecnicamente evitado, cessar
Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009 6171
a sua actividade ou afastar-se imediatamente do local de c) A empresa em cujas instalaes outros trabalhadores
trabalho, sem que possa retomar a actividade enquanto prestam servio ao abrigo de contratos de prestao de
persistir esse perigo, salvo em casos excepcionais e desde servios;
que assegurada a proteco adequada. d) Nos restantes casos, a empresa adjudicatria da obra
7 O empregador deve ter em conta, na organiza- ou do servio, para o que deve assegurar a coordenao
o dos meios de preveno, no s o trabalhador como dos demais empregadores atravs da organizao das ac-
tambm terceiros susceptveis de serem abrangidos pelos tividades de segurana e sade no trabalho.
riscos da realizao dos trabalhos, quer nas instalaes
quer no exterior. 3 A empresa utilizadora ou adjudicatria da obra ou
8 O empregador deve assegurar a vigilncia da sade do servio deve assegurar que o exerccio sucessivo de
do trabalhador em funo dos riscos a que estiver poten- actividades por terceiros nas suas instalaes ou com os
cialmente exposto no local de trabalho. equipamentos utilizados no constituem um risco para a
9 O empregador deve estabelecer em matria de segurana e sade dos seus trabalhadores ou dos trabalha-
primeiros socorros, de combate a incndios e de evacua- dores temporrios, cedidos ocasionalmente ou de traba-
o as medidas que devem ser adoptadas e a identificao lhadores ao servio de empresas prestadoras de servios.
dos trabalhadores responsveis pela sua aplicao, bem 4 Constitui contra-ordenao muito grave a violao
como assegurar os contactos necessrios com as entidades do disposto nos n.os 2 e 3, sem prejuzo da responsabilidade
externas competentes para realizar aquelas operaes e as do empregador.
de emergncia mdica.
10 Na aplicao das medidas de preveno, o empre- Artigo 17.
gador deve organizar os servios adequados, internos ou Obrigaes do trabalhador
externos empresa, estabelecimento ou servio, mobili-
zando os meios necessrios, nomeadamente nos domnios 1 Constituem obrigaes do trabalhador:
das actividades tcnicas de preveno, da formao e da a) Cumprir as prescries de segurana e de sade no
informao, bem como o equipamento de proteco que trabalho estabelecidas nas disposies legais e em ins-
se torne necessrio utilizar. trumentos de regulamentao colectiva de trabalho, bem
11 As prescries legais ou convencionais de se- como as instrues determinadas com esse fim pelo em-
gurana e de sade no trabalho estabelecidas para serem pregador;
aplicadas na empresa, estabelecimento ou servio devem b) Zelar pela sua segurana e pela sua sade, bem como
ser observadas pelo prprio empregador. pela segurana e pela sade das outras pessoas que possam
12 O empregador suporta os encargos com a or- ser afectadas pelas suas aces ou omisses no trabalho,
ganizao e o funcionamento do servio de segurana sobretudo quando exera funes de chefia ou coordena-
e de sade no trabalho e demais medidas de preveno, o, em relao aos servios sob o seu enquadramento
incluindo exames, avaliaes de exposies, testes e outras hierrquico e tcnico;
aces dos riscos profissionais e vigilncia da sade, sem c) Utilizar correctamente e de acordo com as instrues
impor aos trabalhadores quaisquer encargos financeiros. transmitidas pelo empregador, mquinas, aparelhos, ins-
13 Para efeitos do disposto no presente artigo, e trumentos, substncias perigosas e outros equipamentos
salvaguardando as devidas adaptaes, o trabalhador in- e meios postos sua disposio, designadamente os equi-
dependente equiparado a empregador. pamentos de proteco colectiva e individual, bem como
14 Constitui contra-ordenao muito grave a viola- cumprir os procedimentos de trabalho estabelecidos;
o do disposto nos n.os 1 a 12. d) Cooperar activamente na empresa, no estabelecimento
15 Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, o ou no servio para a melhoria do sistema de segurana e de
empregador cuja conduta tiver contribudo para originar sade no trabalho, tomando conhecimento da informao
uma situao de perigo incorre em responsabilidade civil. prestada pelo empregador e comparecendo s consultas e
aos exames determinados pelo mdico do trabalho;
Artigo 16. e) Comunicar imediatamente ao superior hierrquico
ou, no sendo possvel, ao trabalhador designado para
Actividades simultneas ou sucessivas no mesmo o desempenho de funes especficas nos domnios da
local de trabalho segurana e sade no local de trabalho as avarias e deficin-
1 Quando vrias empresas, estabelecimentos ou ser- cias por si detectadas que se lhe afigurem susceptveis de
vios desenvolvam, simultaneamente, actividades com os originarem perigo grave e iminente, assim como qualquer
seus trabalhadores no mesmo local de trabalho, devem os defeito verificado nos sistemas de proteco;
respectivos empregadores, tendo em conta a natureza das f) Em caso de perigo grave e iminente, adoptar as medi-
actividades que cada um desenvolve, cooperar no sentido das e instrues previamente estabelecidas para tal situa-
da proteco da segurana e da sade. o, sem prejuzo do dever de contactar, logo que possvel,
2 No obstante a responsabilidade de cada empre- com o superior hierrquico ou com os trabalhadores que
gador, devem assegurar a segurana e a sade, quanto a desempenham funes especficas nos domnios da segu-
todos os trabalhadores a que se refere o nmero anterior, rana e sade no local de trabalho.
as seguintes entidades:
2 O trabalhador no pode ser prejudicado em virtude
a) A empresa utilizadora, no caso de trabalhadores em de se ter afastado do seu posto de trabalho ou de uma rea
regime de trabalho temporrio; perigosa em caso de perigo grave e iminente nem por ter
b) A empresa cessionria, no caso de trabalhadores em adoptado medidas para a sua prpria segurana ou para a
regime de cedncia ocasional; segurana de outrem.
6172 Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009
6 O empregador deve, ainda, comunicar a admisso 4 Salvo disposio em contrrio prevista no instru-
de trabalhadores com contratos de durao determinada, mento de regulamentao colectiva aplicvel, os represen-
em comisso de servio ou em cedncia ocasional, ao tantes dos trabalhadores no podem exceder:
servio de segurana e de sade no trabalho mencionado
no n. 4 e aos trabalhadores com funes especficas no a) Empresas com menos de 61 trabalhadores um
domnio da segurana e da sade no trabalho. representante;
7 Constitui contra-ordenao muito grave a violao b) Empresas de 61 a 150 trabalhadores dois repre-
do disposto nos n.os 1 e 2. sentantes;
8 Constitui contra-ordenao leve a violao do dis- c) Empresas de 151 a 300 trabalhadores trs repre-
posto nos n.os 3, 4, 5 e 6. sentantes;
d) Empresas de 301 a 500 trabalhadores quatro re-
presentantes;
Artigo 20.
e) Empresas de 501 a 1000 trabalhadores cinco
Formao dos trabalhadores representantes;
1 O trabalhador deve receber uma formao ade- f) Empresas de 1001 a 1500 trabalhadores seis re-
quada no domnio da segurana e sade no trabalho, tendo presentantes;
em ateno o posto de trabalho e o exerccio de actividades g) Empresas com mais de 1500 trabalhadores sete
de risco elevado. representantes.
2 Aos trabalhadores designados para se ocuparem
de todas ou algumas das actividades de segurana e de 5 O mandato dos representantes dos trabalhadores
sade no trabalho deve ser assegurada, pelo empregador, de trs anos.
a formao permanente para o exerccio das respectivas 6 A substituio dos representantes s admitida
funes. no caso de renncia ou impedimento definitivo, cabendo
3 Sem prejuzo do disposto no n. 1, o empregador a mesma aos candidatos efectivos e suplentes pela ordem
deve formar, em nmero suficiente, tendo em conta a di- indicada na respectiva lista.
menso da empresa e os riscos existentes, os trabalhadores 7 Os representantes dos trabalhadores dispem, para
responsveis pela aplicao das medidas de primeiros o exerccio das suas funes, de um crdito de cinco horas
socorros, de combate a incndios e de evacuao de tra- por ms.
balhadores, bem como facultar-lhes material adequado. Artigo 22.
4 A formao dos trabalhadores da empresa sobre
Formao dos representantes dos trabalhadores
segurana e sade no trabalho deve ser assegurada de modo
a que no possa resultar prejuzo para os mesmos. 1 Aos representantes dos trabalhadores para a segu-
5 Para efeitos do disposto nos nmeros anteriores, o rana e sade no trabalho deve ser assegurada formao
empregador e as respectivas associaes representativas permanente para o exerccio das respectivas funes, nos
podem solicitar o apoio dos organismos pblicos compe- termos dos nmeros seguintes.
tentes quando caream dos meios e condies necessrios 2 O empregador deve proporcionar condies para
realizao da formao. que os representantes dos trabalhadores para a segurana
6 Constitui contra-ordenao grave a violao do e a sade no trabalho recebam formao concedendo, se
disposto nos n.os 1 a 4. necessrio, licena com retribuio, ou sem retribuio se
outra entidade atribuir subsdio especfico.
CAPTULO IV 3 O empregador ou as respectivas associaes re-
presentativas, bem como as estruturas de representao
Representantes dos trabalhadores para a segurana colectiva dos trabalhadores, podem solicitar apoio dos
e sade no trabalho servios pblicos competentes quando caream dos meios
e condies necessrios realizao da formao.
SECO I 4 Constitui contra-ordenao grave a violao do
disposto nos n.os 1 e 2.
Representantes dos trabalhadores
Artigo 23.
Artigo 21.
Comisses de segurana no trabalho
Representantes dos trabalhadores para a segurana
e a sade no trabalho 1 Para efeitos da presente lei, por conveno colec-
tiva, podem ser criadas comisses de segurana e sade
1 Os representantes dos trabalhadores para a segu-
no trabalho de composio paritria.
rana e a sade no trabalho so eleitos pelos trabalhadores
2 A comisso de segurana e de sade no trabalho
por voto directo e secreto, segundo o princpio da repre-
criada nos termos do nmero anterior constituda pelos
sentao proporcional pelo mtodo de Hondt.
representantes dos trabalhadores para a segurana e a sade
2 S podem concorrer listas apresentadas pelas or-
no trabalho, com respeito pelo princpio da proporciona-
ganizaes sindicais que tenham trabalhadores represen-
lidade.
tados na empresa ou listas que se apresentem subscritas,
no mnimo, por 20 % dos trabalhadores da empresa, no Artigo 24.
podendo nenhum trabalhador subscrever ou fazer parte de Apoio aos representantes dos trabalhadores
mais de uma lista.
3 Cada lista deve indicar um nmero de candidatos 1 Os rgos de gesto das empresas devem pr
efectivos igual ao dos lugares elegveis e igual nmero de disposio dos representantes dos trabalhadores para a
candidatos suplentes. segurana e a sade no trabalho as instalaes adequadas,
6174 Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009
bem como os meios materiais e tcnicos necessrios ao 2 Constitui contra-ordenao grave a violao do
desempenho das suas funes. disposto na alnea b) do nmero anterior.
2 Os representantes dos trabalhadores para a se-
gurana e a sade no trabalho tm igualmente direito a Artigo 29.
distribuir informao relativa segurana e sade no Comisso eleitoral
trabalho, bem como sua afixao em local adequado que
for destinado para esse efeito. 1 A comisso eleitoral constituda por:
a) Um presidente trabalhador com mais antiguidade
Artigo 25. na empresa e, em caso de igualdade, o que tiver mais
Reunies com os rgos de gesto da empresa idade e, mantendo-se a igualdade, o que tiver mais habi-
litaes;
1 Os representantes dos trabalhadores para a segu- b) Um secretrio trabalhador com menos antiguidade
rana e a sade no trabalho tm o direito de reunir com o na empresa, desde que superior a dois anos e, em caso de
rgo de gesto da empresa, pelo menos uma vez por ms, igualdade, o que tiver mais idade e, mantendo-se a igual-
para discusso e anlise dos assuntos relacionados com a dade, o que tiver mais habilitaes;
segurana e a sade no trabalho. c) Dois trabalhadores escolhidos de acordo com os cri-
2 Da reunio referida no nmero anterior lavrada trios fixados nas alneas anteriores, salvo tratando-se de
acta, que deve ser assinada por todos os presentes. microempresa ou de pequena empresa;
3 O crdito de horas previsto no n. 7 do artigo 21. d) Um representante de cada lista.
no afectado para efeitos de realizao da reunio a que
se refere o n. 1. 2 Em caso de recusa de participao na comisso
4 Constitui contra-ordenao grave a violao do eleitoral, realizada uma nova escolha, de acordo com os
disposto nos n.os 1 e 2. critrios previstos nos nmeros anteriores.
3 O presidente, o secretrio e os trabalhadores esco-
SECO II lhidos de acordo com o disposto na alnea c) do n. 1 so
investidos nas funes, aps declarao de aceitao, no
Eleio dos representantes dos trabalhadores
para a segurana e a sade no trabalho
prazo de cinco dias a contar da publicao da convocatria
do acto eleitoral no BTE.
4 Os representantes das listas integram a comisso
Artigo 26.
eleitoral, aps declarao de aceitao, no dia subsequente
Capacidade eleitoral deciso de admisso das listas.
5 A composio da comisso eleitoral deve ser comu-
Nenhum trabalhador da empresa pode ser prejudicado nicada ao empregador no prazo de quarenta e oito horas a
nos seus direitos de eleger e ser eleito, nomeadamente em contar da declarao de aceitao dos membros referidos
razo da idade ou da funo. no n. 1.
1 Os trabalhadores ou o sindicato que tenha traba- 1 Compete ao presidente da comisso eleitoral afixar
lhadores representados na empresa promovem a eleio as datas de incio e termo do perodo para apresentao
dos representantes dos trabalhadores para a segurana e de listas, em local apropriado na empresa e no estabele-
sade no trabalho. cimento, o qual no pode ser inferior a 5 nem superior a
2 No caso de o acto eleitoral ser promovido pelos tra- 15 dias, bem como dirigir a actividade da comisso.
balhadores, a convocatria deve ser subscrita, no mnimo, 2 Compete comisso eleitoral dirigir o procedi-
por 100 ou 20 % dos trabalhadores da empresa. mento da eleio, nomeadamente:
3 Os trabalhadores ou o sindicato que promovem a a) Receber as listas de candidaturas;
eleio comunicam aos organismos competentes do minis- b) Verificar a regularidade das listas, em especial no
trio responsvel pela rea laboral e ao empregador, com que respeita aos proponentes, nmero de candidatos e a
a antecedncia mnima de 90 dias, a data do acto eleitoral. sua qualidade de trabalhadores da empresa;
c) Afixar as listas na empresa e no estabelecimento;
Artigo 28. d) Fixar o perodo durante o qual as listas candidatas
podem afixar comunicados nos locais apropriados na em-
Publicidade presa e no estabelecimento;
1 Aps a recepo da comunicao prevista no ar- e) Fixar o nmero e a localizao das seces de voto;
tigo anterior: f) Realizar o apuramento global do acto eleitoral;
g) Proclamar os resultados;
a) O organismo competente do ministrio responsvel h) Comunicar os resultados da eleio ao organismo
pela rea laboral procede de imediato publicao da competente do ministrio responsvel pela rea laboral;
comunicao no Boletim do Trabalho e Emprego (BTE); i) Resolver dvidas e omisses do procedimento da
b) O empregador deve afix-la de imediato em local eleio.
apropriado na empresa e no estabelecimento, devendo
juntar uma referncia obrigatoriedade de publicao 3 A comisso eleitoral delibera por maioria, tendo o
no BTE. presidente voto de qualidade.
Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009 6175
3 O documento previsto no n. 8 do artigo 36. deve c) As bactrias da brucela, da sfilis, o bacilo da tuber-
ser anexo acta da respectiva seco de voto. culose e os vrus da rubola (rubivrus), do herpes simplex
tipos 1 e 2, da papeira, da sndrome de imunodeficincia
Artigo 39. humana (sida) e o toxoplasma.
Publicidade do resultado da eleio
2 Nas actividades em que os trabalhadores possam
1 A comisso eleitoral deve proceder afixao dos estar expostos a agentes susceptveis de implicar riscos
elementos de identificao dos representantes eleitos, bem para o patrimnio gentico, a presente lei, na parte em
como da cpia da acta da respectiva eleio, durante 15 dias que seja mais favorvel para a segurana e a sade dos
a contar da data do apuramento, no local ou locais em que trabalhadores, prevalece sobre a aplicabilidade das me-
a eleio teve lugar e remeter, dentro do mesmo prazo, ao didas de preveno e proteco previstas em legislao
organismo competente do ministrio responsvel pela rea especfica.
laboral, bem como aos rgos de gesto da empresa.
Artigo 42.
2 O organismo competente do ministrio responsvel
pela rea laboral regista o resultado da eleio e procede Avaliao de riscos susceptveis de efeitos prejudiciais
sua publicao imediatamente no BTE. no patrimnio gentico
3 Constitui contra-ordenao grave a oposio do 1 O empregador deve verificar a existncia de agen-
empregador afixao dos resultados da votao nos ter- tes ou factores que possam ter efeitos prejudiciais para o
mos do n. 1. patrimnio gentico e avaliar os correspondentes riscos.
Artigo 40. 2 A avaliao de riscos deve ter em conta todas as
informaes disponveis, nomeadamente:
Incio de actividades
a) A recolha de informao sobre os agentes ou factores;
Os representantes dos trabalhadores para a segurana b) O estudo dos postos de trabalho para determinar as
e a sade no trabalho s podem iniciar o exerccio das condies reais de exposio, designadamente a natureza
respectivas actividades depois da publicao prevista no do trabalho, as caractersticas dos agentes ou factores, os
n. 2 do artigo anterior. perodos de exposio e a interaco com outros riscos;
c) As recomendaes dos organismos competentes no
CAPTULO V domnio da segurana e da sade no trabalho.
actividades em simultneo com os seus trabalhadores, a c) Promove a vigilncia prolongada da sade do tra-
qualquer ttulo. balhador;
4 Constitui contra-ordenao grave a violao do d) Assegura a qualquer trabalhador que tenha estado
disposto neste artigo. exposto a agentes ou factores de risco para o patrimnio
gentico um exame de sade incluindo, se necessrio, a
Artigo 44. realizao de exames complementares.
Vigilncia da sade
3 O trabalhador tem acesso, a seu pedido, ao registo
1 Sem prejuzo das obrigaes gerais em matria de sade que lhe diga respeito, podendo solicitar a reviso
de sade no trabalho, o empregador deve assegurar a vi- desse resultado.
gilncia adequada da sade dos trabalhadores em relao 4 Constitui contra-ordenao grave a violao do
aos quais o resultado da avaliao revele a existncia de disposto nos nmeros anteriores.
riscos para o patrimnio gentico, atravs de exames de
sade, devendo ser realizado um exame antes da primeira Artigo 46.
exposio. Registo, arquivo e conservao de documentos
2 A vigilncia da sade referida no nmero anterior
deve permitir a aplicao dos conhecimentos de medicina 1 Sem prejuzo das obrigaes gerais do servio de
do trabalho mais recentes, ser baseada nas condies ou segurana e de sade no trabalho, em matria de registos
circunstncias em que cada trabalhador tenha sido ou possa de dados e conservao de documentos, o empregador
ser sujeito exposio a agentes ou factores de risco e deve organizar e conservar arquivos actualizados, nome-
incluir, no mnimo, os seguintes procedimentos: adamente por via electrnica, sobre:
a classificao, embalagem e rotulagem das substncias e R 63 possveis riscos durante a gravidez de efeitos
preparaes perigosas; indesejveis na descendncia, nos termos da legislao
c) Chumbo e seus compostos na medida em que esses sobre a classificao, embalagem e rotulagem das subs-
agentes podem ser absorvidos pelo organismo humano. tncias e preparaes perigosas;
e a durao da exposio do menor a actividades ou traba- Fevereiro, apresentem riscos especficos para a segurana
lhos condicionados e tomar as medidas necessrias para ou sade dos trabalhadores;
evitar esse risco. b) Demolies;
3 Constitui contra-ordenao grave aplicvel ao em- c) A execuo de manobras perigosas;
pregador a violao do disposto nos nmeros anteriores. d) Trabalhos de desmantelamento;
e) A colheita, manipulao ou acondicionamento de
Artigo 69. sangue, rgos ou quaisquer outros despojos de animais,
manipulao, lavagem e esterilizao de materiais usados
Agentes fsicos
nas referidas operaes;
Podem ser realizadas por menor com idade igual ou f) A remoo e manipulao de resduos provenientes
superior a 16 anos, desde que o empregador cumpra o de lixeiras e similares;
disposto no n. 2 do artigo anterior, as actividades em que g) A movimentao manual de cargas com peso superior
haja risco de exposio aos seguintes agentes fsicos: a 15 kg;
h) Esforos fsicos excessivos, nomeadamente executa-
a) Radiaes ultravioletas; dos em posio ajoelhada ou em posies e movimentos
b) Nveis sonoros superiores a 85 dB (A), medidos que determinem compresso de nervos e plexos nervosos;
atravs do L (ndice EP, d), nos termos do regime relativo i) A realizao em silos;
proteco dos trabalhadores contra os riscos devidos j) A realizao em instalaes frigorficas em que possa
exposio ao rudo durante o trabalho; existir risco de fuga do fluido de refrigerao;
c) Vibraes; l) A realizao em matadouros, talhos, peixarias, avi-
d) Temperaturas inferiores a 0C ou superiores a 42C; rios, fbricas de enchidos ou conservas de carne ou de
e) Contacto com energia elctrica de mdia tenso. peixe, depsitos de distribuio de leite e queijarias.
Artigo 70. 2 Nos casos de violao do disposto nas alneas b)
Agentes biolgicos a d) do nmero anterior so solidariamente responsveis
pelo pagamento da coima as entidades executantes.
Podem ser realizadas por menor com idade igual ou
superior a 16 anos, desde que o empregador cumpra o
disposto no n. 2 do artigo 68., as actividades em que haja CAPTULO VI
risco de exposio a agentes biolgicos dos grupos de risco
1 e 2, de acordo com a legislao relativa s prescries Servios da segurana e da sade no trabalho
mnimas de proteco da segurana e da sade dos traba-
lhadores contra os riscos da exposio a agentes biolgicos SECO I
durante o trabalho.
Organizao dos servios da segurana e da sade no trabalho
Artigo 71.
Artigo 73.
Agentes qumicos
Disposies gerais
Podem ser realizadas por menor com idade igual ou
superior a 16 anos, desde que o empregador cumpra o 1 O empregador deve organizar o servio de segu-
disposto no n. 2 do artigo 68., as actividades em que haja rana e sade no trabalho de acordo com as modalidades
risco de exposio aos seguintes agentes qumicos: previstas no presente captulo.
2 Constitui contra-ordenao muito grave a violao
a) Acetato de etilo; do disposto no nmero anterior.
b) cido rico e seus compostos;
c) lcoois; Artigo 74.
d) Butano;
Modalidades dos servios
e) Cetonas;
f) Cloronaftalenos; 1 Na organizao do servio de segurana e sade
g) Enzimas proteolticos; no trabalho, o empregador pode adoptar, sem prejuzo do
h) Mangans, seus compostos e ligas; disposto no nmero seguinte, uma das seguintes moda-
i) xido de ferro; lidades:
j) Propano;
l) Sesquissulfureto de fsforo; a) Servio interno;
m) Sulfato de sdio; b) Servio comum;
c) Servio externo.
n) Zinco e seus compostos.
2 Se na empresa ou no estabelecimento no houver
Artigo 72.
meios suficientes para desenvolver as actividades inte-
Condies de trabalho gradas no funcionamento do servio de segurana e de
1 Podem ser realizadas por menor com idade igual sade no trabalho por parte do servio interno ou estando
ou superior a 16 anos, desde que o empregador cumpra o em causa o regime definido no artigo 81., deve o empre-
disposto no n. 2 do artigo 68., as actividades sujeitas s gador utilizar servio comum ou externo ou, ainda, tcni-
seguintes condies de trabalho que impliquem: cos qualificados em nmero suficiente para assegurar no
todo ou em parte o desenvolvimento daquelas actividades.
a) A utilizao de equipamentos de trabalho que, nos 3 O empregador pode adoptar diferentes modalidades
termos do artigo 5. do Decreto-Lei n. 50/2005, de 25 de de organizao em cada estabelecimento.
6182 Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009
4 As actividades de segurana podem ser organizadas do disposto no nmero seguinte, que o represente para
separadamente das da sade, observando-se, relativamente acompanhar e coadjuvar a execuo das actividades de
a cada uma delas, o disposto no nmero anterior. preveno.
5 Os servios organizados em qualquer das moda- 2 Para efeitos do nmero anterior, entende-se por
lidades referidas no n. 1 devem ter os meios suficientes formao adequada a que permita a aquisio de compe-
que lhes permitam exercer as actividades principais de tncias bsicas em matria de segurana, sade, ergonomia,
segurana e de sade no trabalho. ambiente e organizao do trabalho, que seja validada
6 A utilizao de servio comum ou de servio ex- pelo servio com competncia para a promoo da segu-
terno no isenta o empregador da responsabilidade espe- rana e sade no trabalho do ministrio responsvel pela
cfica em matria de segurana e de sade que a lei lhe rea laboral ou inserida em sistema educativo, no SNQ ou
atribui. ainda promovida por entidades da Administrao Pblica
7 O empregador notifica o respectivo organismo com responsabilidade no desenvolvimento de formao
competente da modalidade adoptada para a organizao profissional.
do servio de segurana e de sade no trabalho, bem como 3 Constitui contra-ordenao grave a violao do
da sua alterao, nos 30 dias seguintes verificao de disposto no nmero anterior.
qualquer dos factos.
8 Constitui contra-ordenao muito grave a violao SECO II
do disposto no n. 5 e contra-ordenao leve a violao do
disposto no nmero anterior. Servio interno
Artigo 78.
Artigo 75.
mbito e obrigatoriedade de servio interno
Primeiros socorros, combate a incndios da segurana e sade no trabalho
e evacuao de trabalhadores
1 O servio interno da segurana e sade no trabalho
1 A empresa ou o estabelecimento, qualquer que seja institudo pelo empregador e abrange exclusivamente
a modalidade do servio de segurana e sade no trabalho, os trabalhadores por cuja segurana e sade aquele res-
deve ter uma estrutura interna que assegure as actividades ponsvel.
de primeiros socorros, de combate a incndios e de eva- 2 O servio interno faz parte da estrutura da empresa
cuao de instalaes a que se refere o n. 9 do artigo 15. e funciona na dependncia do empregador.
2 Constitui contra-ordenao muito grave a violao 3 O empregador deve instituir servio interno que
do disposto no nmero anterior. abranja:
Artigo 76. a) O estabelecimento que tenha pelo menos 400 tra-
balhadores;
Servio Nacional de Sade b) O conjunto de estabelecimentos distanciados at
1 A promoo e vigilncia da sade podem ser as- 50 km daquele que ocupa maior nmero de trabalhadores
seguradas atravs das unidades do Servio Nacional de e que, com este, tenham pelo menos 400 trabalhadores;
Sade, de acordo com legislao especfica aprovada pelo c) O estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos
ministrio responsvel pela rea da sade, nos seguintes que desenvolvam actividades de risco elevado, nos termos
grupos de trabalhadores: do disposto no artigo seguinte, a que estejam expostos pelo
menos 30 trabalhadores.
a) Trabalhador independente;
b) Trabalhador agrcola sazonal e a termo; 4 Para efeitos do nmero anterior, considera-se servio
c) Aprendiz ao servio de um arteso; interno o servio prestado por uma empresa a outras empresas
d) Trabalhador do servio domstico; do grupo desde que aquela e estas pertenam a socieda-
e) Trabalhador da actividade de pesca em embarcaes des que se encontrem em relao de domnio ou de grupo.
com comprimento at 15 m no pertencentes a frota pes- 5 Constitui contra-ordenao muito grave a violao
queira de armador ou empregador equivalente; do disposto no n. 3.
f) Trabalhadores de microempresas que no exeram
actividade de risco elevado. Artigo 79.
Actividades ou trabalhos de risco elevado
2 O empregador e o trabalhador independente devem
fazer prova da situao prevista no nmero anterior que Para efeitos da presente lei, so considerados de risco
confira direito assistncia atravs de unidades do Ser- elevado:
vio Nacional de Sade, bem como pagar os respectivos
a) Trabalhos em obras de construo, escavao, mo-
encargos.
vimentao de terras, de tneis, com riscos de quedas de
Artigo 77. altura ou de soterramento, demolies e interveno em
Representante do empregador
ferrovias e rodovias sem interrupo de trfego;
b) Actividades de indstrias extractivas;
1 Se a empresa ou estabelecimento adoptar servio c) Trabalho hiperbrico;
comum ou servio externo, o empregador deve designar d) Actividades que envolvam a utilizao ou armaze-
em cada estabelecimento ou conjunto de estabelecimentos nagem de produtos qumicos perigosos susceptveis de
distanciados at 50 km daquele que ocupa maior nmero provocar acidentes graves;
de trabalhadores e com limite total de 400 trabalhado- e) Fabrico, transporte e utilizao de explosivos e pi-
res um trabalhador com formao adequada, nos termos rotecnia;
Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009 6183
7 No caso referido no nmero anterior, o empre- 2 O servio externo pode compreender os seguintes
gador deve adoptar outra modalidade de organizao do tipos:
servio de segurana e de sade no trabalho, no prazo de
a) Associativos prestados por associaes com per-
90 dias.
sonalidade jurdica sem fins lucrativos, cujo fim estatutrio
8 formao adequada referida nos nmeros ante-
compreenda, expressamente, a prestao de servio de
riores aplica-se o disposto no n. 2 do artigo 77.
segurana e sade no trabalho;
9 Os trabalhadores designados nos termos do n. 2
b) Cooperativos prestados por cooperativas cujo ob-
no podem ser prejudicados por se encontrarem no exer-
ccio das actividades mencionadas. jecto estatutrio compreenda, expressamente, a actividade
10 O organismo com competncia para a promoo de segurana e sade no trabalho;
da segurana e sade no trabalho do ministrio respons- c) Privados prestados por sociedades de cujo pacto
vel pela rea laboral dispe de 60 dias a contar da data de social conste, expressamente, o exerccio de actividades de
entrada do requerimento para conceder a autorizao ou a segurana e de sade no trabalho ou por pessoa individual
renovao de autorizao referidas no n. 3. detentora das qualificaes legais adequadas;
11 Constitui contra-ordenao muito grave o exerc- d) Convencionados prestados por qualquer entidade
cio das actividades referidas nos n.os 1 e 2 sem autorizao da administrao pblica central, regional ou local, insti-
ou com a autorizao caducada. tuto pblico ou instituio integrada no Servio Nacional
de Sade.
2 Alm do disposto no artigo anterior, o organismo 5 O auto de vistoria deve conter informao sobre
competente pode ainda solicitar ao requerente a apresen- a conformidade entre o requerimento de autorizao e
tao de elementos, esclarecimentos e informaes suple- as condies verificadas, o cumprimento das prescries
mentares que considere necessrios boa apreciao do tcnicas legalmente estabelecidas, quaisquer condies
pedido, assim como proceder verificao desses mesmos que se julgue necessrio satisfazer e o prazo para a sua
elementos na sede ou estabelecimento do requerente, antes realizao.
ou durante o momento da vistoria. 6 Nos trs dias seguintes ao decurso do prazo a que se
refere o nmero anterior, o requerente que tenha realizado
Artigo 88. as condies impostas deve solicitar segunda vistoria ao
organismo competente, sendo aplicvel, com as necessrias
Vistorias adaptaes, o disposto nos n.os 3 a 5.
1 Ao organismo com competncia para a promoo 7 Determina o indeferimento do requerimento de
da segurana e sade no trabalho do ministrio responsvel autorizao:
pela rea laboral cabe verificar: a) A no realizao das condies impostas nos termos
a) As condies de trabalho dos trabalhadores da enti- do n. 5;
dade requerente; b) A falta de pedido de 2. vistoria no prazo estabelecido
b) As instalaes tendo em conta as condies de fun- no n. 6.
cionamento no mbito da segurana; Artigo 89.
c) As situaes de subcontratao;
d) O funcionamento dos servios a prestar na rea da Vistoria urgente
segurana no trabalho, nomeadamente quanto aos equipa- 1 Na data de apresentao do requerimento, o reque-
mentos de trabalho a utilizar, aos utenslios e equipamentos rente pode solicitar, com o pedido de autorizao, a reali-
de avaliao de riscos e de proteco individual; zao de vistoria urgente desde que apresente declarao
e) O manual de procedimentos no mbito da gesto dos sob compromisso de honra em como todos os requisitos
servios a prestar, incluindo o planeamento das actividades que a ela no esto sujeitos se encontram preenchidos.
a desenvolver, a articulao entre as reas da segurana e 2 No caso a que se refere o nmero anterior:
da sade, os referenciais a utilizar no mbito dos procedi-
mentos tcnicos, entre os quais guias de procedimentos, a) marcada vistoria, no prazo de 30 dias a contar
nomeadamente de organismos internacionais reconheci- da data da apresentao do requerimento e notificado o
dos, cdigos de boas prticas e listas de verificao, com requerente para pagamento da respectiva taxa;
a respectiva referncia aos diplomas e normas tcnicas b) Estando preenchidos os requisitos verificados por
aplicveis. vistoria previstos nas alneas a) a c) do n. 1 do artigo 85.
e verificados os elementos referidos no n. 3 do artigo 86.,
o organismo competente emite a autorizao requerida;
2 Ao organismo competente do ministrio respon-
c) O requerimento deve ser decidido no prazo de 45 dias
svel pela rea da sade cabe verificar: a contar da data da sua apresentao.
a) As instalaes, incluindo as unidades mveis, tendo
em conta as condies de funcionamento no mbito da 3 realizao da vistoria urgente aplica-se o dis-
sade; posto nos n.os 4 e 5 do artigo anterior.
b) As condies de funcionamento do servio na rea da
sade no trabalho, nomeadamente quanto aos equipamen- Artigo 90.
tos de trabalho e equipamentos para avaliar as condies Alterao de autorizao
de sade no trabalho;
c) O manual de procedimentos, em particular, a arti- 1 Ao requerimento de alterao da autorizao, no
culao entre as reas da segurana e da sade, gesto da que respeita s actividades desenvolvidas ou a actividades
informao clnica, transferncia de informao em caso de de risco elevado em que o servio pode ser prestado,
cessao de contrato, poltica de qualidade, subcontratao aplicvel o disposto nos artigos anteriores, tendo em con-
e programas de promoo e vigilncia da sade. siderao apenas os elementos que devam ser modificados
face alterao requerida.
3 Cada um dos organismos competentes referidos nos 2 H lugar a nova vistoria se os elementos modifi-
nmeros anteriores, depois de verificada a conformidade cados em funo do pedido de alterao da autorizao
dos requisitos susceptveis de apreciao documental e nos inclurem as instalaes, bem como os equipamentos e
60 dias posteriores apresentao do requerimento: os utenslios referidos nas alneas e) a g) do n. 3 do ar-
tigo 85.
a) Marca a data da vistoria;
b) Informa do facto o requerente e o outro organismo Artigo 91.
de modo que tenham conhecimento do mesmo com a an- Pagamento prvio de taxas
tecedncia mnima de 10 dias;
c) Notifica o requerente para pagamento de taxa refe- 1 Esto sujeitos ao pagamento de taxa os seguintes
rente vistoria. actos:
a) Apreciao do requerimento de autorizao ou de
4 O organismo competente elabora o auto de vistoria alterao desta;
e comunica o resultado da mesma ao requerente e ao outro b) Marcao de vistoria nos termos da alnea e) do n. 1
organismo referido nos nmeros anteriores, no prazo de do artigo 80.;
10 dias. c) Marcao de vistoria nos termos do n. 1 do artigo 88.;
Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009 6187
a e) do n. 1 do artigo 85., bem como, quanto aos recursos todas as situaes com possvel repercusso na segurana
humanos, ao disposto nos artigos 101. e 105. dos trabalhadores.
2 Constitui contra-ordenao grave a violao do 3 As informaes referidas nos nmeros anteriores fi-
disposto no nmero anterior. cam sujeitas a sigilo profissional, sem prejuzo de as infor-
maes pertinentes para a proteco da segurana e sade
SECO VI deverem ser comunicadas aos trabalhadores envolvidos,
sempre que tal se mostre necessrio, e aos representantes
Servio de segurana no trabalho dos trabalhadores para a segurana e sade no trabalho.
4 Constitui contra-ordenao grave a violao do
Artigo 100. disposto nos n.os 1 e 2.
Actividades tcnicas
1 As actividades tcnicas de segurana no trabalho SECO VII
so exercidas por tcnicos superiores ou tcnicos de segu- Servio de sade no trabalho
rana e higiene no trabalho, certificados pelo organismo
competente para a promoo da segurana e da sade no Artigo 103.
trabalho do ministrio competente para a rea laboral, nos
termos de legislao especial. Mdico do trabalho
2 Os profissionais referidos no nmero anterior exer- 1 Para efeitos da presente lei, considera-se mdico
cem as respectivas actividades com autonomia tcnica. do trabalho o licenciado em Medicina com especialidade
3 Constitui contra-ordenao grave, imputvel ao de medicina do trabalho reconhecida pela Ordem dos M-
empregador, a contratao de tcnico que no rena os dicos.
requisitos identificados no n. 1. 2 Considera-se, ainda, mdico do trabalho aquele a
quem seja reconhecida idoneidade tcnica para o exerccio
Artigo 101. das respectivas funes, nos termos da lei.
Garantia mnima de funcionamento do servio 3 No caso de insuficincia comprovada de mdicos
de segurana no trabalho do trabalho qualificados nos termos referidos nos nmeros
1 A actividade dos servios de segurana deve ser anteriores, o organismo competente do ministrio respon-
assegurada regularmente no prprio estabelecimento du- svel pela rea da sade pode autorizar outros licenciados
rante o tempo necessrio. em Medicina a exercer as respectivas funes, os quais, no
2 A afectao dos tcnicos superiores ou tcnicos prazo de quatro anos a contar da respectiva autorizao,
s actividades de segurana no trabalho, por empresa, devem apresentar prova da obteno de especialidade em
estabelecida nos seguintes termos: medicina do trabalho, sob pena de lhes ser vedada a con-
tinuao do exerccio das referidas funes.
a) Em estabelecimento industrial at 50 trabalha-
dores, um tcnico, e, acima de 50, dois tcnicos, por cada Artigo 104.
1500 trabalhadores abrangidos ou fraco, sendo pelo
menos um deles tcnico superior; Enfermeiro do trabalho
b) Nos restantes estabelecimentos at 50 trabalhado- 1 Em empresa com mais de 250 trabalhadores, o
res, um tcnico, e, acima de 50 trabalhadores, dois tcnicos, mdico do trabalho deve ser coadjuvado por um enfermeiro
por cada 3000 trabalhadores abrangidos ou fraco, sendo com experincia adequada.
pelo menos um deles tcnico superior. 2 As actividades a desenvolver pelo enfermeiro do
trabalho so objecto de legislao especial.
3 O organismo competente para a promoo da se- 3 Constitui contra-ordenao grave a violao do
gurana e sade no trabalho do ministrio responsvel pela disposto no n. 1.
rea laboral pode determinar uma durao mais alargada da
actividade dos servios de segurana em estabelecimento Artigo 105.
em que, independentemente do nmero de trabalhadores,
a natureza ou a gravidade dos riscos profissionais, bem Garantia mnima de funcionamento do servio
de sade no trabalho
como os indicadores de sinistralidade, se justifique uma
aco mais eficaz. 1 O mdico do trabalho deve prestar actividade du-
4 Constitui contra-ordenao grave a violao do rante o nmero de horas necessrio realizao dos actos
disposto nos nmeros anteriores. mdicos, de rotina ou de emergncia e outros trabalhos
que deva coordenar.
Artigo 102. 2 O mdico do trabalho deve conhecer os componen-
Informao e consulta ao servio de segurana tes materiais do trabalho com influncia sobre a sade dos
e de sade no trabalho trabalhadores, desenvolvendo para este efeito a actividade
no estabelecimento nos seguintes termos:
1 O empregador deve fornecer aos servios de segu-
rana no trabalho os elementos tcnicos sobre os equipa- a) Em estabelecimento industrial ou estabelecimento de
mentos e a composio dos produtos utilizados. outra natureza com risco elevado, pelo menos uma hora por
2 Os servios de segurana no trabalho devem ser ms por cada grupo de 10 trabalhadores ou fraco;
informados sobre todas as alteraes dos componentes b) Nos restantes estabelecimentos, pelo menos uma hora
materiais do trabalho e consultados, previamente, sobre por ms por cada grupo de 20 trabalhadores ou fraco.
6190 Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009
3 Ao mdico do trabalho proibido assegurar a vi- mdicos afectos ao organismo com competncia para a
gilncia da sade de um nmero de trabalhadores a que promoo da segurana e da sade no trabalho do minis-
correspondam mais de 150 horas de actividade por ms. trio responsvel pela rea laboral.
4 Constitui contra-ordenao grave a violao do 3 Para efeitos do disposto nos nmeros anteriores,
disposto nos nmeros anteriores. a ficha clnica no deve conter dados sobre a raa, a na-
cionalidade, a origem tnica ou informao sobre hbitos
Artigo 106. pessoais do trabalhador, salvo quando estes ltimos estejam
Acesso a informao
relacionados com patologias especficas ou com outros
dados de sade.
O mdico do trabalho tem acesso s informaes refe- 4 O mdico responsvel pela vigilncia da sade
ridas nos n.os 1 e 2 do artigo 102., as quais se encontram deve entregar ao trabalhador que deixar de prestar servio
sujeitas a sigilo profissional, nos termos do disposto no na empresa cpia da ficha clnica.
n. 3 do mesmo artigo. 5 Em caso de cessao da actividade, as fichas clni-
cas devem ser enviadas para o servio com competncias
Artigo 107. para o reconhecimento das doenas profissionais na rea
Vigilncia da sade
da segurana social.
6 Constitui contra-ordenao grave a violao do dis-
A responsabilidade tcnica da vigilncia da sade cabe posto no presente artigo, imputvel ao empregador no caso
ao mdico do trabalho. de servio interno, ou entidade titular de servio comum
ou de servio externo que no seja convencionado.
Artigo 108.
Exames de sade Artigo 110.
Ficha de aptido
1 O empregador deve promover a realizao de exa-
mes de sade adequados a comprovar e avaliar a aptido 1 Face ao resultado do exame de admisso, peridico
fsica e psquica do trabalhador para o exerccio da activi- ou ocasional, o mdico do trabalho deve, imediatamente
dade, bem como a repercusso desta e das condies em na sequncia do exame realizado, preencher uma ficha de
que prestada na sade do mesmo. aptido e remeter uma cpia ao responsvel dos recursos
2 As consultas de vigilncia da sade devem ser humanos da empresa.
efectuadas por mdico que rena os requisitos previstos 2 Se o resultado do exame de sade revelar a inap-
no artigo 103. tido do trabalhador, o mdico do trabalho deve indicar,
3 Sem prejuzo do disposto em legislao especial, sendo caso disso, outras funes que aquele possa de-
devem ser realizados os seguintes exames de sade: sempenhar.
a) Exames de admisso, antes do incio da prestao 3 A ficha de aptido no pode conter elementos que
de trabalho ou, se a urgncia da admisso o justificar, nos envolvam segredo profissional.
15 dias seguintes; 4 A ficha de aptido deve ser dada a conhecer ao
b) Exames peridicos, anuais para os menores e para trabalhador, devendo conter a assinatura com a aposio
os trabalhadores com idade superior a 50 anos, e de 2 em da data de conhecimento.
2 anos para os restantes trabalhadores; 5 Sempre que a repercusso do trabalho e das con-
c) Exames ocasionais, sempre que haja alteraes subs- dies em que o mesmo prestado se revelar nociva para
tanciais nos componentes materiais de trabalho que possam a sade do trabalhador, o mdico do trabalho deve comu-
ter repercusso nociva na sade do trabalhador, bem como nicar tal facto ao responsvel pelo servio de segurana
no caso de regresso ao trabalho depois de uma ausncia e sade no trabalho e, bem assim, se o estado de sade o
superior a 30 dias por motivo de doena ou acidente. justificar, solicitar o seu acompanhamento pelo mdico
assistente do centro de sade ou outro mdico indicado
4 O mdico do trabalho, face ao estado de sade pelo trabalhador.
do trabalhador e aos resultados da preveno dos riscos 6 O modelo da ficha de aptido fixado por portaria
profissionais na empresa, pode aumentar ou reduzir a conjunta dos membros do Governo responsveis pelas
periodicidade dos exames previstos no nmero anterior. reas laboral e da sade.
5 O mdico do trabalho deve ter em considerao o 7 Constitui contra-ordenao grave a violao do
resultado de exames a que o trabalhador tenha sido sub- disposto nos n.os 1, 2, 3 e 4.
metido e que mantenham actualidade, devendo instituir a
cooperao necessria com o mdico assistente. CAPTULO VII
6 Constitui contra-ordenao grave a violao do
disposto nos n.os 1 e 3, bem como a utilizao de servio Disposies complementares, finais e transitrias
de mdico no habilitado nos termos do artigo 103., im-
putvel ao empregador. Artigo 111.
Comunicaes
Artigo 109.
1 Sem prejuzo de outras notificaes previstas na lei,
Ficha clnica
o empregador deve comunicar ao organismo competente
1 As observaes clnicas relativas aos exames de para a promoo da segurana e da sade no trabalho os
sade so anotadas na ficha clnica do trabalhador. acidentes mortais, bem como aqueles que evidenciem uma
2 A ficha clnica est sujeita ao segredo profissional, situao particularmente grave, nas vinte e quatro horas a
s podendo ser facultada s autoridades de sade e aos seguir ocorrncia.
Dirio da Repblica, 1. srie N. 176 10 de Setembro de 2009 6191