Manual Galpoes Peq
Manual Galpoes Peq
Manual Galpoes Peq
USOS GERAIS
Série “Manual de Construção em Aço”
GALPÕES PARA
USOS GERAIS
4ª. Edição revisada e atualizada
RIO DE JANEIRO
2010
© 2010 INSTITUTO AÇO BRASIL / CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO EM AÇO
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por quaisquer meio, sem a prévia
autorização desta Entidade.
Bibliografia
ISBN 978-85-89819-25-1
1.Galpões em aço 2. Construção em aço I. Chamberlain Pravia, Zacarias M. II. Drehmer, Gilnei
Artur III. Mesacasa Júnior, Enio IV.Títulos (série)
CDU 728.9:691.714
1ª.Edição , 1987
2ª.Edição, Julho 2001
3ª.Edição, Outubro 2004
4ª.Edição, 2010
Capítulo 1
Introdução 9
1.1. Partes componentes dos galpões em aço 10
1.2. Detalhes construtivos 10
1.3 Tipologia de galpões 12
1.4 Procedimento para desenvolvimento de projeto 14
Capítulo 2
Projeto de galpões 17
2.1 Documentos de projeto 18
2.1.1 Memorial de cálculo 18
2.1.2 Desenhos de projeto 18
2.1.3 Desenhos de fabricação 18
2.1.4 Desenhos de montagem 18
2.1.5 Lista de materiais 18
2.2 Galpão a ser projetado 19
2.3 Aberturas de lanternim e laterais 21
2.4 Calhas e tubos de descida 21
2.5 Ações atuantes na estrutura 22
2.5.1 Ação permanente 22
2.5.2 Ações variáveis 22
2.5.3 Ação variável devida ao vento(Fwk) 22
2.6 Análise estrutural do pórtico 27
2.6.1 Ação permanente (FGi,K) 27
2.6.2 Ação acidental (FQi,K) 28
2.6.3 Força horizontal equivalente( Força Nocional – Fn) 28
2.6.4 Combinações para estados limites últimos 28
2.6.5 Análise estrutural 29
2.6.5.1Análise de deslocabilidade 30
2.6.5.2 Resultados das análises 30
2.7 Dimensionamento dos elementos do pórtico 33
2.7.1 Considerações gerais 33
2.7.2 Solicitações de cálculo 33
2.7.3 Pré-dimensionamento da coluna 33
2.7.4 Dimensionamento e verificações para a coluna 33
2.7.5 Dimensionamento e verificações para as vigas 40
2.8 Verificação do deslocamento vertical e lateral 43
2.9 Dimensionamento das terças 43
2.10 Dimensionamento das vigas de tapamento lateral 50
2.11 Dimensionamento dos tirantes da cobertura e tapamento laterais 52
2.12 Dimensionamento de placas de base e chumbadores 55
2.13 Dimensionamento dos elementos do tapamento frontal 58
2.14 Dimensionamento dos elementos do contraventamento da cobertura 60
2.15 Dimensionamento dos elementos do contraventamento vertical 61
Referências Bibliográficas 63
Fluxograma 65
Em 1987 foi lançado o manual de Galpões Para Usos Gerais, obra referência de consulta e guia
para o desenvolvimento de centenas, talvez milhares, de projetos de edifícios industriais para fábricas,
armazéns, centros de distribuição e obras similares em estruturas de aço. Esse trabalho foi baseado na
ABNT NBR 8800:1986,que no ano de 2008 foi totalmente atualizada e modernizada.
Um novo Manual de Galpões para Usos Gerais, que apresente o processo de acordo com a ABNT NBR
8800 de 2008, está sendo introduzido. Dentre os destaques dessa nova publicação, estão:
- Uma única curva para a determinação da capacidade resistente dos perfis sujeitos a
compressão.
Em razão destas e de muitas outras novidades, foi necessário renovar ou reescrever totalmente
este manual para galpões, tudo conforme as prescrições da ABNT NBR 8800:2008.
Serão usados aqui perfis laminados e/ou soldados, embora seja de uso comum usar terças de
cobertura e tapamento em perfis conformados a frio. O dimensionamento destes tipos de perfis é prescrito
na ABNT NBR 14762:2010.
Para o dimensionamento em situação de incêndio, devem-se consultar as normas ABNT NBR 14323
e ABNT NBR 14432, que estabelecem as exigências de resistência ao fogo dos elementos construtivos.
Na análise da estrutura foram usados programas computacionais para avaliar os efeitos de segunda
ordem, tal como preconizado pela nova NBR 8800.
Como centro dinâmico de serviços, com foco exclusivamente técnico e capacitado para conduzir uma
política de promoção do uso do aço na construção, o CBCA está seguro de que este manual enquadra-se
no objetivo de contribuir para a difusão de competência técnica e empresarial no País.
Capítulo 1
Introdução
9
Introdução
10
Figura 5 – Detalhe de nó inferior de tesoura ou treliça
Figura 7 – Detalhe de tesoura sendo apoiada numa coluna
de perfil I
Na Figura 5 observa-se o detalhe do nó in-
ferior, que tanto pode ser de uma tesoura como Uma alternativa ao nó inferior mostrado na
de uma treliça. Aqui há duas alternativas para Figura 5 é apresentada na Figura 8. Observe-se
os elementos compostos de dupla cantoneira: a convergência de todos os membros compos-
ligados através de chapas conectoras pelas tos por cantoneiras numa chapa Gusset.
abas formando um T e unidos pelo canto da
cantoneira. Ambos os tipos de elementos se
conectam num nó de chapa Gusset, apoiado
num perfil T.
11
Introdução
12
Figura 16) ou o uso de colunas independentes
ligadas por sistemas de travejamento, como
observado na Figura 17.
13
Introdução
14
mento). Essas medidas são função do tipo de
uso que se dará à edificação (armazenamento,
fábrica, mercado, oficina, entre outros).
15
Capítulo 2
Projeto de Galpões
17
Projeto de galpões
18
Eletrodos • galpão com duas meias águas, inclinação da
cobertura 10º;
Em geral, para este tipo de construções
pode-se especificar E70XX, que, de acordo • pórtico com vigas e colunas em alma cheia,
com a Tabela 7 da NBR 8800 de compatibili- colunas com bases com apoios simples (isto
dade do metal-base com o metal solda, devem é, restrições na direção vertical e horizontal e
ser usadas para Arco elétrico com eletrodo permitidas as rotações) nas fundações;
revestido. Para outros processos de solda
(SAW, GMAW ou FCAW) consultar a tabela • vão transversal de 15000mm;
supracitada.
• vão longitudinal de 6000mm entre pórticos,
Telhas comprimento total 54000mm;
19
Projeto de galpões
20
2.3 Aberturas de Lanternim e Laterais
21
Projeto de galpões
22
S2,(3m) = 0,77
S2,(7,3m) = 0,85
Assim, o fator S2 pode ser calculado: Na Tabela 4 da ABNT NBR 6123/88 são
especificados os coeficientes de pressão para
diversos tipos de edificação.
23
Projeto de galpões
24
Como e a inclinação do Coeficientes de pressão interna (CPi): O
cálculo dos coeficientes de pressão interna é
telhado é de 10°, obtêm-se os valores de CPe feito de acordo com as indicações do item 6.2
distribuídos conforme as Figuras 33 e 34. da ABNT NBR 6123/88.
Além disso, a largura das faixas dos CPe Os tapamentos laterais, frontais e a cober-
médios é definida pelo menor valor entre h ou tura do galpão serão em chapa trapezoidal, por-
0,15•b. Assim, é adotado o valor de 0,15•b = tanto permeáveis, de acordo com a norma.
2,25 m.
Para efeitos de simplificação será des-
Também, conforme indicado na ABNT prezada a existência de abertura dominante
NBR 6123/88, a dimensão dos quadros E e G em qualquer face do galpão e serão adotados
é estipulada da mesma maneira que os CPe os coeficientes previstos no item 6.2.5.a da
das paredes para A1 e B1. ABNT NBR 6123/88. Porém, tendo em mãos
as dimensões das aberturas fixas e móveis da
edificação, os coeficientes de pressão interna
podem ser obtidos de acordo com o Anexo D
da ABNT NBR 6123/88.
25
Projeto de galpões
26
Tabela 01 – Obtenção dos valores de cargas devidas ao vento nos pórticos
Figura 43 – Hipótese I (Cargas finais de vento) Figura 44 – Hipótese II (Cargas finais de vento)
Fn = 0,003(5,63kN/m)(15m)=0,25kN
28
e,
nharia de São Carlos – USP, que possibilita a Além disso, a análise de deslocabilidade
análise de pórticos e treliças planas. para todas as combinações últimas de cargas
gerou resultados na relação ∆2/∆1 inferiores a
2.6.5.1 Análise de deslocabilidade 1,1 (vide Tabela 2), o que caracteriza, confor-
me já explicado em 2.6.5.1, uma estrutura de
Segundo o item 4.9.4 da ABNT pequena deslocabilidade. Validam-se, assim,
NBR8800:2008, as estruturas podem ser todas as análises lineares para a obtenção dos
classificadas quanto a sua sensibilidade a des- esforços necessários ao dimensionamento dos
locamentos laterais como sendo de pequena, elementos.
média ou grande deslocabilidade.
Realizando-se as análises lineares e Uma grande potencialidade da utilização
não-lineares, pode-se obter a relação entre de softwares para a análise de estruturas é a
o deslocamento lateral em todos os andares obtenção de todos os diagramas de esforços
relativo à base, para todas as combinações para a estrutura de forma rápida e precisa, o
últimas de ações, e assim definir o grau de que permite ao projetista uma análise rigorosa
deslocabilidade da estrutura. para apurar possíveis erros de modelagem ou
processamento.
2.6.5.2 Resultados das análises
A seguir são apresentados os diagramas
Para simplificar a apresentação dos es- de esforços, juntamente com a geometria
forços no pórtico do galpão será apresentada deformada dos pórticos analisados nas três
tabela (Tabela 03) contendo os valores dos combinações de carga previstas, todos utili-
esforços para cada seção do pórtico conforme zando análises lineares, conforme foi validado
a Figura 50. Na Tabela 02 são apresentados na análise de deslocabilidade.
os deslocamentos para obtenção do grau de
deslocabilidade, de acordo com as combina-
ções analisadas.
30
Figura 53 – Diagrama de momentos – Combinação de carga Figura 57 – Diagrama de momentos – Combinação de carga
Fd1 Fd2
Figura 54 – Geometria deformada – Combinação de carga Figura 58 – Geometria deformada – Combinação de carga
Fd1 Fd2
Figura 55 – Diagrama de esforço axial – Combinação de Figura 59 – Diagrama de esforço axial – Combinação de
carga Fd2 carga Fd3
31
Projeto de galpões
Figura 61 – Diagrama de momentos – Combinação de carga Figura 62 – Geometria deformada – Combinação de carga
Fd3 Fd3
32
2.7 Dimensionamento dos Elementos NSd = 13,68 kN
do pórtico VSd = 18,20 kN
33
Projeto de galpões
34
Desta maneira: b) para flambagem por flexão em relação
ao eixo central de inércia y da seção transver-
sal:
35
Projeto de galpões
36
b) Parâmetro de esbeltez correspondente
à plastificação:
onde,
Rm é um parâmetro de monossimetria da
seção transversal, igual a 0,5+2.(Iyc / Iy)2 para
seções com um eixo de simetria, fletidas em
relação ao eixo que não é de simetria, sujeitas
à curvatura reversa, e igual a 1,00 em todos
os demais casos;
37
Projeto de galpões
a) Parâmetro de esbeltez:
38
E, finalmente, o momento fletor resistente
de cálculo, de acordo com o item 5.4.2.1 da
ABNT NBR8800:2008:
39
Projeto de galpões
Para as verificações da coluna A-B o pro- Deve-se estar atento para os comprimen-
cedimento é o mesmo, devendo-se considerar tos de flambagem para o perfil em questão.
somente a verificação para os esforços de cisa- No caso da viga, existirão dois comprimentos
lhamento atuantes e esforços combinados. diferentes. O comprimento de flambagem em
torno do eixo ‘x’ de 7.615,7 mm, ou seja, o com-
Como o esforço de cisalhamento atuante primento total do perfil (Figura 64), e, como o
é muito inferior ao resistente, somente a verifi- perfil está perfeitamente travado (não somente
cação de esforços combinados é necessária: com terças), como se pode ver na Figura 65, o
comprimento de flambagem em torno do eixo
‘y’ e também o comprimento entre duas seções
contidas à torção de 2.538 mm.
40
b) Flambagem por flexão em relação ao
eixo central de inércia y da seção transversal:
a) Parâmetro de esbeltez:
41
Projeto de galpões
42
2.8 Verificação do Deslocamento
Vertical e Lateral
- Vento = (2,538 m 0
ּ ,65467 kN/m²) ּ (-1,4) - Análise estrutural das terças
= -2,326 kN/m.
Para o dimensionamento dos perfis das
terças é necessário obter os diagramas de
esforços atuantes nos dois eixos de flexão dos
mesmos.
Assim:
44
Para resumir a apresentação dos resul-
tados das análises são apresentadas abaixo
tabelas com a indicação dos esforços atuantes
nas diversas seções ao longo do comprimento
da terça para as três combinações de cargas.
45
Projeto de galpões
rígidas ou flexíveis no sentido de menor inércia perfil pode ser consultada em catálogos de
do perfil para conseguir o emprego de perfis fabricantes.
mais econômicos.
O primeiro passo deve ser a verificação
Outra questão trata da posição correta da capacidade do perfil à compressão. Porém,
das terças, se com a face aberta do perfil vol- como não existem esforços deste tipo atuando
tada para a cumeeira ou para o beiral (Figura na estrutura, o cálculo passa para as verifica-
70). ções à flexão.
46
O valor de Cb neste caso é tomado como
1,00.
a) Parâmetro de esbeltez:
47
Projeto de galpões
a) Parâmetro de esbeltez:
a) Parâmetro de esbeltez:
c) Parâmetro de esbeltez correspondente ao
início do escoamento:
48
Para uma seção U fletida em relação mo para terças de coberturas considerando as
ao eixo perpendicular ao de simetria, a força combinações raras de serviço com ações variá-
cortante resistente de cálculo, VRd, segundo veis de mesmo sentido das ações permanentes
indicado nos itens 5.4.3.5 e 5.4.3.1.1 da ABNT deve ser L/180, e com as ações variáveis de
NBR8800:2008, para quando λv < λp, é dada sentido oposto as permanentes, L/120, sendo
por: L o vão livre da terça.
Portanto:
49
Projeto de galpões
a) Parâmetro de esbeltez:
Para
51
Projeto de galpões
a) Parâmetro de esbeltez:
Para λv < λp :
Para λv < λp :
52
É importante na disposição dos tirantes,
tanto das terças de cobertura como das terças
de tapamento lateral, que se travem adequa- Sendo db o diâmetro externo da rosca da
damente os lances mais extremos das linhas barra rosqueada.
de tirantes para que sejam efetivos.
53
Projeto de galpões
Carga atuante:
Figura 78 – Disposição das linhas de tirantes no tapamento
lateral
Combinações críticas:
54
[6] Verificação para os tirantes da cobertura: de atrito a ser usado para o método LFRD é
0,9 (μ=0,9).
Resumindo:
Entre o topo da fundação e o fundo da
1,35 kN < 1,91 kN < 27,27 kN (Ok!) placa de base é deixado um espaço mínimo
de 25 mm para enchimento com argamassa,
cuja função é transmitir para as fundações os
2.12 Dimensionamento de Placas de esforços de compressão da placa de base. Por
Base e Chumbadores este motivo, a abertura para enchimento deve
ser tal que permita o completo preenchimento
De acordo com a ABNT NBR 8800:2008, do espaço com argamassa, sem vazios ou
em seu Anexo S, item S.2, recomenda-se o falhas.
uso do Steel Design Guide 1, 2ª edição, da
American Institute of Steel Construction (AISC),
publicado em 2006, para o dimensionamento
das bases de colunas.
55
Projeto de galpões
N = 27,69 kN
H = 2,44 kN
2.12.2 Chumbadores
Deverá ser usado o diâmetro mínimo
Para compor a base das colunas existem recomendado de 19mm.
diversos tipos de chumbadores, entre eles,
chumbadores com chapas ou porcas na extre- Na tração a área necessária é dada
midade inferior (Figura 78.b) e chumbadores por:
com extremidade inferior dobrada a 90º, que é
o caso adotado neste projeto (Figura 78.a).
56
dc é o diâmetro da barra do chumbador; Tabela 07 – Comprimentos e distâncias
mínimas. Fonte: Manual de Construção em Aço
fck é a resistência característica do con- – Interfaces Aço-Concreto, 2ª Ed. 2010.
creto da base aos 28 dias;
NRd = 64,44 kN
57
Projeto de galpões
n= 3,42cm
n’= 4,47cm
58
coluna (Fig. 82).
Nc,Sd=(1,25)(6,22kN) = 7,78kN
M Sd= ( 1 , 4 ) ( 2 , 2 7 k N / m ) ( 7 , 3 ) ² / 8 =
21,17kN.m
59
Projeto de galpões
Verificando para uma barra rosqueada de A ação atua nos eixos longitudinais A e
12mm de diâmetro (valor mínimo recomendado B, devido ao vento, e seu valor é dado pelo
pela ABNT NBR8800): produto da metade da área transversal da edi-
ficação (Fig. 84).
(1/2)*(7,32m+6,0m)/2*(7,50m)
q = 0,61kN/m²
61
Projeto de galpões
62
Referências Bibliográficas
63
Referências Bibliográficas
64
Fluxogramas
65
Fluxogramas
66
67
Fluxogramas
68
69
Fluxogramas
70
Desenhos de Projeto Básico
71
Desenhos de Projeto Básico
CBCA-IABr
72
CBCA-IABr
73
Desenhos de Projeto Básico
CBCA-IABr
74