Pobres Livres
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Resumo: O trabalho faz uma análise dos relatos dos presidentes da província do Maranhão
sobre os pobres livres locais. Esses administradores, que fazem parte da elite intelectual e
refletem os interesses do governo central, inserem-se em um contexto de formação e
consolidação do Estado Nacional, trabalhando pela ordem social e pelo progresso econômico
em um período marcado pela ocorrência de uma guerra civil: a Balaiada. Destacam-se as
representações que eles faziam sobre os pobres livres durante os anos de 1836 a 1849, os
quais, excluídos dos meios produtivos e marginalizados socialmente, são abordados como
uma população ordeira e pacata, mas, ao mesmo tempo, por conta dos estigmas da rebelião
popular, como potencialmente perigosos.
Palavras-chave: Maranhão. Presidentes de província. Pobres livres. Representações sociais.
Abstract: This paper analyses reports made by presidents of the province of Maranhão about
the local free poor. These public administrators, who are part of the intellectual elite and
reflect the interests of central government in the context of formation and consolidation of the
National State, work for the social order and economic progress in a period marked by the
occurrence of a civil war: the Balaiada. The paper presents the representations that they made
about the free poor during the years 1836 to 1849. Excluded from the productive segments
and socially marginalized, these people are seen as orderly and quiet, but also as potentially
dangerous, due to the stigma of popular rebellions.
Keywords: Maranhão. Presidents of the province. Free poor. Social representations.
1. Introdução
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como também na fragmentação territorial e na formação de diversos Estados independentes
entre si. Esses acontecimentos nos territórios vizinhos do Brasil fizeram com que a Corte
portuguesa temesse também a fragmentação de sua, então, colônia, uma vez que o passado
colonial legou às diversas regiões brasileiras mais contradições do que semelhanças, não
sendo nada fácil acomodá-las nesse território. Tomamos como exemplo a camada pobre livre.
O Brasil Império herdou também o quadro social colonial, marcado pela
marginalização das classes populares, resultando na falta de identificação desses grupos com
um modelo de Estado que defendia a sociedade unida por um sentimento nacionalista. Soma-
se a este cenário o advento do liberalismo. Esse liberalismo defendia uma nova forma de
governar, na qual o constitucionalismo e a representatividade política seriam suas principais
características. Essas ideias foram incorporadas principalmente por uma elite intelectual, a
qual, por meio da imprensa e seu papel pedagógico de “educar” a sociedade nos novos
conceitos políticos, passaram a difundi-las para boa parte da população. Dessa forma, o
liberalismo fora apreendido pelas classes populares, intensificando as contestações sociais e a
tendência centrífuga por parte de movimentos separatistas, como a Confederação do Equador.
Este liberalismo transformou “o conjunto de cidadãos em autêntica esfera pública de poder”,1
pois concedeu-lhes direitos que até então não tinham, e que poderiam ser convertidos em
manifestações públicas, abalando a ordem e tranquilidade pública.
O governo central por sua vez, no intuito de consolidar uma estrutura administrativa e
política, baseada na burocratização das instituições públicas, a fim de expandir assim o seu
poder de atuação sobre a sociedade, se utilizou de estratégias específicas para garantir a
implementação de seus projetos e políticas públicas nas províncias. Uma dessas estratégias foi
a instituição do cargo de presidente de província. Os sujeitos que eram nomeados para este
posto primavam não só pela execução e cumprimento das leis, mas também pelo ordenamento
social.
Destacadas essas questões preliminares, propomos neste trabalho abordar as
representações sociais que os presidentes do Maranhão lançavam sobre a camada pobre livre.
O período escolhido abrange de 1835 a 1849, momento em que o Estado se esforça para se
consolidar enquanto nação, em um cenário caracterizado pela instabilidade política, causado
principalmente pelas “revoltas regenciais”, e pelo esforço de superar os problemas de ordem
política e social. Dentro do contexto maranhense, levaremos em consideração a Balaiada que,
1
NEVES, Lúcia Maria Bastos P. Liberalismo político no Brasil: ideias, representações e práticas. In
GUIMARÃES, Lúcia Maria Paschoal (org.); PRADO, Maria Emília (org.). O liberalismo no Brasil imperial:
origens, conceitos e práticas. Rio de Janeiro: Ed. Revan: UERJ, 2001, p. 95.
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ao questionar a legitimidade do poder do Estado, abala a ordem interna e passa a ser vista
como um movimento anárquico de pessoas “embrutecidas”, sendo um entrave para os
projetos do governo central, pois para que haja a legitimação desse Estado se pressupõe a
unidade interna pela ordem pública e sincronização dos interesses da população e do Estado.
Faremos essas análises pelo olhar dos presidentes de província por entendermos que,
ao serem nomeados diretamente pelo governo central, eles assumiam um discurso de defesa
do Estado e de difusão dos preceitos de civilidade para as camadas pobres livres, no intuito de
disciplinar as suas ações dentro de um arquétipo específico de cidadão. Desta forma, dentre as
suas várias atribuições institucionais, os presidentes de província atuavam para manter a
ordem e tranquilidade internas, indicando políticas públicas específicas para as classes
populares, respaldadas nas representações que lançavam sobre as camadas populares.
2
EAGLETON, Terry. Ideologia: uma introdução. 1º ed. São Paulo: Editora UNESP, 1997, p. 17.
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tentativa de anular os movimentos separatistas, conter os grupos políticos regionais que
ameaçavam o centralismo político e institucionalizar o poder monárquico de D. Pedro I, mas a
partir de um governo representativo e centralizado. A Constituição de 1824 estabelece a
supremacia da Corte instalada no Rio de Janeiro, conciliando os princípios absolutistas e
liberais, ao transformar, por exemplo, os até então súditos em cidadãos, com direitos e
deveres políticos específicos.
Para que seu poder chegasse às mais remotas regiões do Brasil, esse governo central se
utilizou dos presidentes de província. Eles eram nomeados e removidos pelo imperador, como
previsto no Art. 165 da Constituição.3 Seriam chefes do Poder Executivo nas províncias,
atuando como delegados régios em “defesa dos interesses do Estado”, pois estavam
suscetíveis a serem destituídos do cargo caso não apresentassem um “bom serviço”. A sua
atuação, a partir do Ato Adicional de 1834, passou a ser partilhada com os deputados
provinciais nas Assembleias Legislativas Provinciais, instaladas em 1835.
Quanto à formação educacional, esses governantes refletiam a disposição do cenário
político imperial de incorporar pessoas com diploma de bacharel em direito. Esta era uma
tendência que crescia gradativamente com o decorrer do século XIX, pela qual o bacharelato
se tornara quase um pré-requisito para quem quisesse adentrar e ascender na carreira política.
Vejamos como isso se deu no caso do Maranhão:
QUADRO 1:
Quadro de presidentes e vice-presidentes de província e suas respectivas formações acadêmicas (1834-1849)
NOME NATURALIDADE FORMAÇÃO CARGO ASSUMIDO NA PROVÍNCIA
-Vice-Presidente 23/10/1844 a 14/12/1844
Bacharel em
Ângelo Carlos Muniz São Luís/Maranhão -Vice-Presidente (17/11/1845 a 04/04/1846)
Direito
-Vice-Presidente (27/10/1846 a 17/12/1847)
Antônio Joaquim Bacharel em
Bahia -Presidente (07/01/1848 a 06/01/1849)
Álvares do Amaral Direito
Antônio José Quim ------------ ------------ -Vice-Presidente (30/10/1834 a 21/01/1835)
Antônio Pedro da
Bacharel em
Costa Ferreira Alcântara/Maranhão -Presidente (21/01/1835 a 03/05/1837)
Direito
(Barão de Pindaré)
Bacharel em
Carlos Fernando
Direito,
Ribeiro (Barão de Alcântara/Maranhão -Vice-Presidente (17/12/1847 a 21/01/1848)
Médico e
Grajaú)
Agrônomo
Francisco Bibiano de
Rio de Janeiro ------------ -Presidente (03/05/1837 a 03/03/1838)
Castro
Francisco de Paula Bacharel em
Minas Gerais -Vice-Presidente (03/04/1841 a 25/07/1842)
Pereira Duarte Direito
Herculano Ferreira Bacharel em
Minas Gerais -Presidente (07/01/1849 a 07/11/1849)
Pena Direito
3
Art. 165: Haverá em cada Província um Presidente, nomeado pelo Imperador, que o poderá remover, quando
entender, que assim convém ao bom serviço do Estado.
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Honório Pereira de
Maranhão ------------ -Presidente (07/11/1849 a 05/06/1851)
Azeredo Coutinho
Jeronimo Bacharel em
Sobral/Ceará -Presidente (22/01/1843 a 21/03/1844)
Martiniano de Mello Direito
João Antônio de Bacharel em
Rio de Janeiro -Presidente (13/03/1841 a 03/04/1841)
Miranda Direito
-Presidente (04/10/1844 a 23/10/1844)
João José de Moura Bacharel em
Bahia -Presidente (14/12/1844 a 17/11/1845)
Magalhães Direito
-Presidente (04/04/1846 a 26/10/1846)
Joaquim Franco de Bacharel em -Vice-Presidente (03/05/1837 a 03/03/1838)
Alcântara/Maranhão
Sá Direito -Presidente (27/10/1846 a 17/12/1847)
Luiz Alves de Lima Porto da Estrela/Rio Na Academia
-Presidente (07/01/1840 a 13/03/1841)
(Duque de Caxias) de Janeiro Militar Real
Manuel Bernardino
Bacharel em
de Sousa e ------------ -Vice-Presidente (21/03/1844 a 16/05/1844)
Direito
Figueiredo
Campo
Manuel Felizardo de Bacharel em
Grande/Minas -Presidente (03/03/1839 a 7/01/1840)
Sousa e Melo Matemática
Gerais
Manuel Pereira da
------------ ------------ -Vice-Presidente (17/03/1834 a 03/05/1835)
Cunha
Raimundo Filipe
Alcântara/Maranhão ------------ -Vice-Presidente (05/05/1834 a 30/10/1834)
Lobato
Venâncio José Bacharel em
------------ -Presidente (22/01/1843 a 21/03/1844)
Lisboa Direito
Vicente Tomás Pires
------------ ------------ -Presidente (03/03/1838 a 03/03/1839)
Figueiredo Camargo
Fonte: LIMA, Carlos de. História do Maranhão: a monarquia. 2º ed. São Luís: Instituto Geia, 2008;
MARQUES, César Augusto. Dicionário histórico-geográfico da província do Maranhão. 3º ed., São Luís:
Edições AML, 2008; SACRAMENTO BLAKE, August Victorino Alves. Diccionario Bibliographico brasileiro.
Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, 1895. v. 1.
Como podemos ver no Quadro 1, incluímos também o nome dos vice-presidentes que
assumiram o posto, uma vez que na ausência dos agentes nomeados eram eles que ocupavam
interinamente o cargo. Dos vinte presidentes que passaram pelo Maranhão durante o período
estudado, doze eram formados em direito, sendo que esse número pode ser ainda maior, pois
não conseguimos identificar a formação de todos eles. Então, a presidência da província
marcou-se pela participação de diversas pessoas com formação jurídica, sendo poucos aqueles
com formação em outras áreas, como em matemática e agronomia.
A Universidade de Coimbra foi o principal espaço de formação desses governadores.
Desde o século XVIII, esta instituição refletia influências do iluminismo italiano e francês,
pendendo, porém, para as características do primeiro. O iluminismo francês carregava consigo
um forte teor revolucionário e de questionamento das autoridades, em especial da figura do
rei, pois se inspirava em autores como Rousseau e Voltaire. Já o iluminismo italiano era “um
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iluminismo essencialmente cristão e católico”,4 que introduzia no espírito dos jovens políticos
brasileiros as ideias “reformistas” do Estado centralizado.
Além de incorporarem essa percepção de iluminismo, esses administradores
apreendiam ideias e noções acerca de “civilização”. Analisando as diferentes visões de
“cultura”, Terry Eagleton destaca que, durante a Idade Moderna e com o advento desse
pensamento iluminista, esta noção passou a ser vista como sinônimo de “civilização”. A
qualidade de “civilizado” se equiparava significativamente com costumes e moral, pois ser
“civilizado inclui não cuspir no tapete assim como não decapitar seus prisioneiros de guerra”,5
o que implica em uma correlação entre comportamento ético e conduta polida, ou seja, o
autocontrole de paixões e necessidades.
Além de reproduzirem um discurso vinculado a um conjunto de ideias acerca do que
seria “civilização”, os presidentes procuravam implementar políticas que visavam a
disciplinarização e moralização da sociedade. Os sujeitos deveriam se respaldar no
racionalismo como fonte do conhecimento e no autocontrole da exteriorização dos desejos.
Para os adeptos dessa forma de pensar, o mundo deveria ser regido pelos princípios da razão
humana, de modo que todos pudessem expressar livremente seu pensamento. Esse movimento
coincide com a Revolução Industrial, valorizando o conhecimento científico em função do
desenvolvimento tecnológico, além da divisão social do trabalho e da especialização das
funções visando o aumento da produtividade.
Temos, então, a sincronização desses dois movimentos em benefício do emergente
capitalismo, por meio de uma política de valorização da união da razão com o mundo do
trabalho, na qual se defende uma sociedade disciplinada, voltada para o homem trabalhador,
que manipula o seu próprio corpo para que haja uma melhor e maior produtividade, mas ao
mesmo tempo se tornando politicamente dócil,6 contendo os seus impulsos e excessos.
Para a modernidade e a lógica capitalista e liberal, um homem que consegue utilizar
eficientemente a sua força produtiva, pelas manipulações corretivas de seu corpo e ao mesmo
tempo contendo as suas paixões, é tido como civilizado. Como resultado:
4
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. 4. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2008, p. 67.
5
EAGLETON, 2011, p. 19.
6
FOUCAULT. Michel. Vigiar e punir: O nascimento da prisão. 32a ed. Petrópolis: Vozes, 1987.
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homem] um superego específico que se esforça por controlar, transformar ou
suprimir-lhe as emoções de conformidade com a estrutura social7.
7
ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 1º v.
8
Id. O processo civilizador: formação do estado e civilização. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 2º v, p.203.
9
Ibid., p.23.
10
Embora, nós, ocidentais, consideremo-nos “civilizados”, acreditemos que nossa civilização já chegou ao seu
ápice e demonstremos empiricamente que temos um estado mais “civilizado”, em certos aspectos, que nossos
antepassados, Elias deixa claro que os ocidentais estão longe de atingir um estágio de civilidade absoluta, pois o
processo civilizador é constante. Ou seja, diz respeito às modificações dos fenômenos humanos, e não ao
estabelecimento de um conceito, o que impede afirmações como “o indivíduo civilizado é pertencente às
sociedades modernas”, uma vez que a categoria civilizado não é algo oriundo da modernidade.
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relacionam nas Assembleias Provinciais. Em seu exercício, eles procuravam introduzir a sua
visão de mundo civilizado em relação à população governada, por meio de suas
representações sobre a realidade local, assim como das políticas públicas indicadas.
Em geral, esses administradores defendiam mudanças de duas ordens: material e
moral. Observamos isto na fala do presidente do Maranhão, Jerônimo Martiniano, o qual,
durante a abertura dos trabalhos anuais de 1841 da Assembleia Legislativa, expressava que
“em cumprimento do preceito constitucional venho hoje expor-vos o estado desta interessante
porção do Império, confiada aos meus cuidados, e lembrar-vos algumas medidas que me
parecem adotáveis para o seu melhoramento material, e moral11”.
As mudanças de ordem material relacionam-se à melhoria do aspecto físico das
cidades e à estruturação dos setores produtivos. As de ordem moral eram expressas por um
discurso que tem como finalidade provocar modificações na maneira de pensar e agir para
construir um (novo) meio social. A introdução desse discurso legitimaria os projetos públicos
e faria com que a população aceitasse a mudança como um “valor desejável”. Algumas
políticas públicas tentaram incutir nas camadas pobres livres o autocontrole de suas ações e
emoções por meio de instituições profissionalizantes, como a Casa dos Educandos Artífices,
que pretendia combater a ociosidade e a indolência infantil, nas pessoas a necessidade de um
trabalho regular para as suas vidas, tendo em vista que no mundo moderno civilizado os
indivíduos vivem numa “sociedade em que se espera que todas as pessoas capazes ganhem a
vida por meio de um tipo altamente regulado de trabalho12”.
No período demarcado para a nossa análise, vemos o Estado, por meio dos presidentes
de província, tentando incutir “os tipos adequados de disposição espiritual (...) numa
sociedade civil [na qual] os indivíduos vivem em um estado de antagonismo crônico,
impelido por interesses opostos13”.
11
MARANHÃO. Discurso recitado pelo exmº snrº doutor João Antonio de Miranda, prezidente da província do
Maranhão, na abertura da Assembleia Legislativa Provincial no dia 3 de julho de 1841. Maranhão:
Typographia Monárquica Const. F. de S. N. Cascaes, 1841b, p.3, (grifo nosso).
12
ELIAS, Norbert. O processo civilizador: uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. 1ºv, p.
211.
13
EAGLETON, 2011, p. 16.
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em que estão inseridos. Sendo assim, as visões sobre os pobres livres daquele momento
influenciam as representações dos presidentes sobre os pobres livres.
Dentre os historiadores que estudam este tema temos Laura de Mello e Sousa.14 Ela
analisa o processo de desclassificação social dos pobres livre no ocidente, apontando que esse
status de desclassificado não é algo exclusivo da colônia portuguesa, mas uma herança da
Europa, que no Brasil ganha novos contornos. Ressaltando o mundo do trabalho polarizado
entre escravos e senhores, ela problematiza a categoria “vadiagem”, a qual era direcionada aos
pobres livres, uma vez que mesmo possuindo uma atividade econômica, eram considerados
delinquentes, facínoras e vadios. A historiadora conclui que havia uma “ideologia da
vadiagem”, na qual a desclassificação do pobre livre tinha como pretensão justificar a
escravidão pela falta de mão-de-obra livre, apta a vender a sua força de trabalho.
Outro historiador que analisa os pobres livres é Walter Fraga Filho15. Estudando o
cotidiano baiano, ele mostra que as elites classificavam os pobres livres em dois grupos: os
pobres válidos, os quais passam a ser vistos como um elemento irregular, carente, vagabundo,
um ônus para a sociedade, por representar um perigo em potencial; e os pobres inválidos, que
tinham o direito à mendicância, e eram peças importantes para a prática da caridade como
forma de salvação da alma. Contudo, ele destaca que a noção de vadiagem se torna fluida,
podendo se remeter tanto ao ocioso “delinquente”, que ganha a vida de maneira ilegal e
desonesta, quanto ao trabalhador que possui uma atividade de subsistência, mas que está fora
de um trabalho regular, não vendendo a sua força de trabalho. O autor chega, assim, a um
ponto de convergência para a noção de vadiagem: ela se liga direta e exclusivamente às
camadas pobres, livres ou libertas.
No que diz respeito à violência, esta aparece como elemento constitutivo do cotidiano
das relações sociais dos pobres livres. Maria Sylvia de Carvalho Franco16 afirma que este
grupo apresenta uma tendência de agir dentro dos princípios de solidariedades e ajuda mútua.
No entanto, tem como componente essencial a violência, pois a “ruptura e tensão (...) são
elementos [que] aparecem, não como fenômenos irrelevantes de oposições verificáveis nas
situações concretas da existência, mas como constitutivos da relação comunitária17”. Assim, a
14
MELLO E SOUZA, Laura de. Desclassificados do ouro: a pobreza mineira no século XVIII. 4a. ed. Rio de
Janeiro: Edições Graal, 2004.
15
FRAGA FILHO, Walter. Mendigos, moleques e vadios na Bahia do século XIX. São Paulo: HUCITEC;
Salvador: EDUFBA, 1996.
16
FRANCO, Maria Sylvia de Carvalho. Homens livres na ordem escravocrata. 4a. ed. São Paulo: Fundação
Editora da UNESP. 1997.
17
Ibid., p.23.
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violência é legítima e tem pleno respaldo moral, porque as pessoas dessa camada social
possuem um sistema de bravura, ousadia e coragem como meio de se destacar em sua
comunidade.
No caso específico do Maranhão, nota-se que desde sua colonização, essa região era
reconhecida por suas riquezas naturais. O clima temperado e a proximidade de rios em certas
regiões, como nas margens do Itapecuru, facilitavam a lavoura de gêneros agrícolas; nas áreas
do sertão, por causa do clima seco, como nos Pastos Bons, predominava a criação de gado.
Em contrapartida, o acesso à terra era dificultado por causa da sua concentração nas mãos de
uma minoria, o que mantinha os pobres excluídos das fontes de riquezas. Assim, mesmo com
vegetação e clima favoráveis, a população mais pobre não consegue ter meios para modificar
o status quo, restando-lhe a exclusão social.
Lendo Francisco de Paula Ribeiro18, conseguimos visualizar a pobreza social e as
riquezas naturais em que eles viviam. Ao descrever a freguesia de Nossa Senhora do Rosário,
o autor diz que são “pobres os seus habitantes e sem indústria alguma, apenas vivem do peixe
que pescam, não do rio, que cria em si muito pouco, porém do mar, de que eles estão perto19”.
Para Ribeiro, as riquezas naturais faziam com que as camadas populares tivessem maior
“facilidade” para a sua sobrevivência, não os motivando a desenvolverem nenhuma atividade
industrial que lhes proporcionasse melhoria de vida, preferindo viver dos pequenos e
esporádicos comércios. Na sua visão de agente da Coroa portuguesa, a desclassificação social
é decorrente dos próprios pobres, que preferem viver na ociosidade e indolência, pois as
riquezas naturais lhes garantiam a subsistência, tornando os pobres livres “inimigos do
trabalho”. Percebemos aqui que as classes mais altas não relacionam a exclusão social desta
camada com a falta de terras e a abundância da mão de obra escrava no universo do trabalho
na província do Maranhão, mas lhes atribuem a culpa por não possuírem uma mentalidade
empreendedora e não utilizarem as vantagens naturais em seu benefício.
Isto marcará as representações das elites locais acerca dessa parcela população. Não
raro os pobres livres eram vistos como pessoas rudes – por conta da sua natureza ociosa,
indolentes, sem instrução – e que vivem fora dos costumes civilizados. E como a pobreza era
maior nas zonas rurais, os “sertanejos”, por possuírem costumes mais simples, decorrentes de
18
Foi um militar português, enviado para a Província do Maranhão, que comandou expedições tanto de caráter
amistoso (no reconhecimento das regiões), quanto de caráter punitivo (no controle de gentios que incomodavam
os produtores locais, na apreensão de facínoras e bandidos). Esteve envolvido em vários processos de fundação
de vilas e povoações na região centro-sul do Maranhão, e estudou a Capitania/Província, identificando suas
potencialidades econômicas e as possibilidades de uma exploração racional de suas riquezas.
19
RIBEIRO, Francisco de Paula. Memórias dos sertões maranhenses. São Paulo: Siciliano, 2002. p.71.
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sua própria condição social, eram traçados como os indivíduos de hábitos mais atrasados e
agressivos, faltando-lhes delicadeza e moral, sujeitos à bebida e à jogatina, fáceis de
cometerem crimes, presos ao desmazelo e à preguiça.
Em um dos seus estudos, José de Ribamar Chaves Caldeira analisa os pobres livres,
não os generalizando como vadios e ociosos, destacando outras formas de participação no
meio em que viviam. Aponta que havia uma parcela “pacata” e “ordeira”, e outra formada por
vadios. Os integrantes do primeiro grupo se caracterizavam por estarem, geralmente, “nas
fazendas, instalados nas cercanias das grandes propriedades, [n]as vilas e cidades20”, não
entrando em conflito com as autoridades e os senhores locais. O segundo grupo já se
distinguia por levar uma vida quase nômade e de comportamento ameaçador quanto ao
restante da população, eles “andavam em bandos e se dedicavam de preferência ao roubo de
reses e cavalos em fazendas de gado, ao assalto de pequenas povoações, a tropas de cargas e a
viajantes de passagem pelas estradas, ao saque de roças etc.” 21
Mesmo com suas diferenças, ambos tinham “utilidades” nessa sociedade. Os
“ordeiros” e “pacatos” eram encontrados, principalmente, nas atividades domésticas, na
confecção de cerâmica, objetos à base de couro e madeira, trabalhos de curta duração e/ou
sem vínculo empregatício. Os “vadios”, por conta de seus conhecimentos da geografia local
devido ao seu “seminomadismo” e suas habilidades com a “criminalidade”, chegavam a ser
contratados por senhores ricos para cometerem roubos, assassinatos, perseguições, caça de
escravos fugidos e até mesmo vendetas22.
Apesar dessa “utilidade”, a desqualificação dos pobres livres sustentava o argumento
que justificava a própria dinâmica social (polarizada entre senhores e escravos) e econômica
do Brasil, uma vez que eram representados majoritariamente como pessoas de espírito
devasso, sem amor ao trabalho, vadios, que se deixavam levar pelas paixões, criminosos em
potencial. Essas ideias e valores de certa forma exerciam influência sobre o olhar dos
presidentes de província quando analisavam a sociedade maranhense.
20
CALDEIRA, José de Ribamar Chaves. Vadiagem no Maranhão na primeira metade do século XIX. In: Dois
estudos históricos: os discursos de Japi-açu e de Momboré-uauçu e vadiagem no Maranhão, 1800-1850. São
Luís: EDUFMA, 2004. p.60.
21
Idem.
22
Idem.
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Imbuídos por noções iluministas e de civilização, que se confundem com a ideia de
cultura – a qual valoriza a moral e a ética, os bons costumes e a polidez do indivíduo – e
influenciados pelo meio em que se encontravam e pelo seu dever institucional de garantir a
ordem interna da província, os presidentes lançavam representações específicas sobre os
pobres livres. A partir dos anos que antecedem o movimento da Balaiada, eles apontavam o
povo maranhense como cidadãos que se distinguiam daqueles das demais regiões do Brasil, as
quais se encontravam afetadas por contestações sociais. Vejamos o que diz o presidente
Francisco Bibiliano de Castro, ao comentar sobre a tranquilidade pública:
A paz tão cobiçada em vão por outras Províncias, que com variadas fortunas hão
corrido todas as tormentas da anarquia, certo que é a prova mais convincente do
sisudo caráter do bom Povo Maranhense, que mal grado a tão ruim e próximo
exemplos, e ainda no maior fervor das paixões, se tem sabido conservar limpo de
(...) crimes, sempre respeitador das Leis e das Autoridades.23
Notamos aqui uma representação do povo do Maranhão como pessoas que, mesmo no
“fervor das paixões”, defendem a ordem e respeitam as leis que lhes são impostas,
resguardando-se de quaisquer atos de desordem e anarquia. No discurso de abertura dos
trabalhos da Assembleia Legislativa, em 1838, o presidente Vicente Thomaz Pires Figueiredo
Camargo retrata um arquétipo incomum para os habitantes do Maranhão:
O bom senso, o amor ao trabalho, que distingue o povo que nele habita [...] eu posso
com afoiteza assegurar-vos, e ao Brasil inteiro, que em nenhuma outra Província, o
delírio da demagogia, seus princípios subversivos, e seus execrados excessos
encontram uma barreira mais insuperável, uma mais uniforme coalisão de esforços
para rebatê-lo.24
Não sendo um caso isolado, o presidente João Antônio de Miranda também descreve
os habitantes dessa província como
23
MARANHÃO. Relatório do Presidente da Província do Maranhão Dr. Francisco Bibiliano de Castro,
apresentado à Assembleia Provincial do Maranhão, aos 03 de junho de 1837, p. 01.
24
Id. Discurso que recitou o Exm. Snr. Vicente Thomaz Pires Figueiredo Camargo, Presidente desta Província,
na occazião da abertura da Assembleia Legislativa Provincial no dia 3 de maio de 1838. Maranhão:
Typographia de I.J. Ferreira. 1838. p. 4.
25
Id. 1841b, p. 6.
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Esses presidentes nos remetem a uma noção de povo maranhense em que os pobres
compartilham dos mesmos ideais políticos, econômicos e civilizatórios das classes altas,
estando sempre prontos para atuar por interesses comuns: o progresso da civilização e da
indústria e a tranquilidade pública. Mas, ressaltamos que os presidentes eram cautelosos ao
tratarem dessa classe social, não incluindo seus representantes nas mesmas qualidades
daqueles que possuíam condições sociais favoráveis. Sendo assim, eles não eram vistos como
classe civilizada, necessitando serem estimulados para que se aproximassem desse status.
Vejamos como esta percepção aparece:
26
Id.. Discurso que recitou o Exm. Srn. Manoel Felizardo de Sousa e Mello, Presidente desta Província, na
occazião da abertura da Assembleia Legislativa Provincial no dia 3 de maio de 1839. Maranhão: Typographia
de I.J. Ferreira. 1839, p. 17.
27
CABRAL, Maria do Socorro Coelho. Política e educação no Maranhão (1834-1889). São Luís: SIOGE, 1984.
p. 31.
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e salteadores armados” e a tranquilidade pública abalada por “atrocidades e latrocínios”.28
Assim, no discurso oficial, a Balaiada não era vista apenas pelo caráter violento de um
determinado setor da sociedade, mas uma ameaça à província, pela quebra das normas que
regiam as relações sociais. Um exemplo está nesse discurso de 1843:
A desastrosa guerra civil, que por mais de dois anos, assolou esta bela Província,
diminuiu-lhe a riqueza, paralisou-lhe a indústria, abriu-lhe feridas que ainda
infelizmente sangram, afrouxou-lhe os laços de obediência e respeito às leis, e às
Autoridades, e por tal forma desmontou a maquina social, que só o tempo por um
lado, e por outro a energia e bom senso das autoridades, e o patriotismo de todos os
Cidadãos honestos, podem remediar os estragos, que essa guerra causou.29
(...) as cenas terríveis da ultima subversão de 1838 a 1840 não se produzirão mais
em nossa Província; os cidadãos escarmentados por dolorosa experiência,
reconhecem os grandes interesses da paz, e o Governo apoiado na lei, e na confiança
28
MARANHÃO. Falla que recitou o Exm. Presidente e Commandante das armas da Província do Maranhão o
Coronel Luiz Alves de Lima N’abertura da Assembleia Legislativa Provincial no dia 3 de maio de 1840.
Maranhão: Typographia de I.J. Ferreira. 1840, p. 4.
29
Id. Relatório que à Assembleia Legislativa da província do Maranhão appresentou o exm. Presidente da
mesma província, Jeronimo Martiniano de Mello, na sessão de 3 de maio de 1843. Maranhão, na Typographia
de I.J. Ferreira, 1843, p. 3.
30
Id. Relatório que dirigiu o exm. vice-presidente da província do Maranhão, Angelo Carlos Moniz, à
Assembleia Legislativa Provincial em 3 de maio de 1845. Maranhão: Typographia. Maranhense, 1846, p. 3.
31
Id. 1841b, p. 5.
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pública tema força necessária para garantir-vos essa primeira condição do bem ser
social.32
Assim, após a revolta, os pobres livres são vistos com maior desconfiança. Os
presidentes passam a temer que a falta de civilidade, motivada pelo pífio grau de “ilustração e
moralidade”, pudesse abrir espaço para novas manifestações, uma vez que “o espírito
vertiginoso que desconhece quase sempre o justo e o honesto, infelizmente tem dominado
alguns homens”.34 Esse estigma recai principalmente sobre as populações mais pobres da
Província, sobretudo os “sertanejos”, ou seja, os pobres das zonas rurais, por terem hábitos
mais simples e uma vida mais rudimentar. Esta fala é um exemplo:
32
Id. Relatório à Assembleia Legislativa Provincial do Maranhão pelo exm. senhor presidente da província,
Joaquim Franco de Sá, na sessão aberta em 3 de maio de 1847. Maranhão: Typographia. Maranhense, 1847, p.
04.
33
Id. 1843, p. 3-4. (grifo nosso)
34
Idem.
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Não me dou trabalho de resumir o quadro das malfeitorias perpetuadas. Concebei
toda a sorte de violências, de atrocidades, e de sacrilégios, de insultos a moral e a
humanidade; figurai uma plebe desenfreada e bruta, qual é na maior parte dos
sertões do Brasil, entrega-se a escândalos de todo o gênero, sem respeito à Religião,
ao sexo e a idade.35
4. Considerações finais
35
Id, 1838, p. 35. (grifo nosso)
36
Id. Relatório dirigido ao exm. Presidente da província do Maranhão, João Jozé de Moura Magalhães, à
Assembleia Legislativa Provincial, em 20 de junho de 1844. Maranhão, Typographia. Maranhense, anno 1844, p.
03.
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as visões políticas a respeito de quem seria o pobre livre. A partir de uma noção ilustrada de
mundo, esses presidentes, em seus relatórios, apresentados nas Assembleias Provinciais,
lançavam representações sobre essa camada da população, em defesa da ordem social e da
civilidade. Além disso, por estarem envoltos em um sentimento de medo e pela incerteza de
um novo levante popular, ao mesmo tempo em que representavam a população maranhense
como ordeira e “amiga do progresso”, viam os pobres livres como um perigo iminente. Essas
representações serviam de base para a indicação e aprovação de políticas públicas específicas,
que tinham como finalidade a adequação desses corpos a uma nova ordem política e social
necessária naquele momento.
Referências bibliográficas
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Fontes impressas
Legislação
Fontes Documentais
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Castro, apresentado à Assembleia Provincial do Maranhão, aos 03 de junho de 1837.
__________. Discurso que recitou o Exm. Snr. Vicente Thomaz Pires Figueiredo Camargo,
Presidente desta Província, na occazião da abertura da Assembleia Legislativa Provincial no
dia 3 de maio de 1838. Maranhão: Typographia de I.J. Ferreira. 1838.
__________. Discurso que recitou o Exm. Srn. Manoel Felisardo de Sousa e Mello,
Presidente desta Província, na occazião da abertura da Assembleia Legislativa Provincial no
dia 3 de maio de 1839. Maranhão: Typographia de I.J. Ferreira. 1839.
__________. Falla que recitou o Exm. Presidente e Commandante das armas da Província do
Maranhão o Coronel Luiz Alves de Lima N’abertura da Assembleia Legislativa Provincial no
dia 3 de maio de 1840. Maranhão: Typographia de I.J. Ferreira. 1840.
__________. Relatório com que Luiz Alves de Lima Exmo. Presidente da Província do
maranhão, em 13 de maio de 1841a, passou o governo da Província ao Exmo. Snr. D’João
Antônio de Miranda. 1841a.
__________. Discurso recitado pelo exmº snrº doutor João Antonio de Miranda, prezidente da
província do Maranhão, na abertura da Assembleia Legislativa Provincial no dia 3 de julho de
1841. Maranhão: Typographia Monárquica Const. F. de S. N. Cascaes, 1841b.
__________. Relatório que à Assembleia Legislativa da província do Maranhão appresentou
o exm. Presidente da mesma província, Jeronimo Martiniano de Mello, na sessão de 3 de
maio de 1843. Maranhão, na Typographia de I.J. Ferreira, 1843.
__________. Relatório dirigido ao exm. Presidente da província do Maranhão, João Jozé de
Moura Magalhães, à Assembleia Legislativa Provincial, em 20 de junho de 1844. Maranhão,
Typographia. Maranhense, anno 1844.
__________. Relatório que dirigiu o exm. vice-presidente da província do Maranhão, Ângelo
Carlos Moniz, à Assembléia Legislativa Provincial em 3 de maio de 1845. Maranhão,
Typographia. Maranhense, anno 1846.
__________. Relatório que à Assembleia Legislativa Provincial do Maranhão apresentou o
exm. vice-presidente da mesma província, Angelo Carlos Moniz, as [sic] sessão de 20 de
junho de 1846. Maranhão, Typographia de I.J. Ferreira, 1846.
__________. Relatório à Assembleia Legislativa Provincial do Maranhão pelo exm. senhor
presidente da província, Joaquim Franco de Sá, na sessão aberta em 3 de maio de 1847.
Maranhão, Typographia. Maranhense, 1847.
__________. Falla que recitou o presidente da província do Maranhão, Antonio Joaquim
Álvares do Amaral, na abertura da Assembleia da mesma província, em 28 de junho de 1848.
Maranhão, Typographia da Temprança, 1848.
__________. Falla dirigida pelo exm. presidente da província do Maranhão, Herculano
Ferreira Penna, à Assembleia Legislativa Provincial, por occasião de sua installação no dia 14
de outubro de 1849. Maranhão, impresso na Typographia de J. A. G.de Magalhães, 1849.
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