ART Hospitalar Ok 2
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CURSO PSICOLOGIA
COMPONENTE CURRICULAR: PSICOLOGIA HOSPITALAR
PROFA. DRA. FABRYCIANNE GONÇALVES COSTA
RESUMO
ABSTRACT
The article addresses cancer as a set of diseases characterized by the uncontrolled growth of
cells invading tissues and organs. Breast cancer is highlighted as one of the most globally
incident types. Primary treatment often involves mastectomy, followed by complementary
therapies such as radiotherapy, chemotherapy, and hormone therapy. Diagnosis triggers
significant changes in the patient's family dynamics and biopsychosocial sphere. Resilience
emerges as a crucial factor in coping with the disease, promoting adaptation and overcoming
challenges. Psycho-oncology plays an essential role in providing emotional support and
ensuring the patient's well-being. The study, conducted at a public hospital in João Pessoa,
highlights resilience as a strategy in coping with breast cancer, emphasizing the importance
of psychological support during treatment.
Keywords: Cancer; Resilience; Psychological Listening.
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CENTRO UNIVERSITÁRIO- UNIESP
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PROFA. DRA. FABRYCIANNE GONÇALVES COSTA
1 INTRODUÇÃO
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o
crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. O termo abrange mais de
100 diferentes tipos de doenças malignas onde as células crescem de forma desordenada e são
capazes de adentrar tecidos adjacentes ou órgãos a distância. Tais células se dividem
celeremente de maneira agressiva, determinando assim o surgimento de tumores com
capacidade de migração para outras partes do corpo. (INCA, 2023).
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo.
Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas.
Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são
chamados sarcomas (INCA, 2023).
Segundo FERLAY et al., SUNG et al (2021, apud INCA, 2022), no mundo, o câncer
de mama é a principal causa global de incidência, com 11,7% do total de casos. Em 2020,
ocorreram cerca de 2,3 milhões de casos novos, equivalente a 24,5% de todos os cânceres em
mulheres, excluindo pele não melanoma. Esse valor corresponde ao risco estimado de 47,80
casos a cada 100 mil mulheres. As maiores taxas de incidência estimadas foram na América
do Norte, na Oceania e nos países do Oeste da Europa.
O número estimado de casos novos de câncer de mama no Brasil, para o triênio de
2023 a 2025, é de 73.610 casos, correspondendo a um risco estimado de 66,54 casos novos a
cada 100 mil mulheres (INCA, 2022).
O carcinoma mamário é causado por múltiplas desordens de determinadas células que
se reproduzem rapidamente, gerando o aparecimento de tumores ou neoplasias malignas que
podem atingir os tecidos próximos provocando metástases e se manifestam em formato de
nódulos que podem ser identificados através do autoexame das mamas (Gomes, 1987).
Sobre o tratamento, Malzyne, Caponero & Donato (2000, apud Silva, 2008) descrevem que:
O tratamento primário é a mastectomia, intervenção cirúrgica que pode ser restrita
ao tumor, atingir tecidos circundantes ou até a retirada da mama, dos linfonodos da
região axilar e ambos os músculos peitorais. A mais frequente, em torno de 57% das
intervenções realizadas, é a mastectomia radical modificada, aquela que remove toda
a mama juntamente com os linfonodos axilares. Tratamentos complementares
geralmente são necessários, como radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. O
prognostico e o tratamento são embasados na idade da paciente, estágio da doença,
características do tumor primário, níveis de receptores de estrógeno e de
progesterona, medidas de capacidade proliferativa do tumor, situação de menopausa
e saúde geral da mulher.
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O diagnóstico do câncer ainda é visto como uma ameaça devastadora que atravessa
não apenas a paciente, mas toda a família em todas as esferas de suas vidas. A dinâmica
familiar sofre alteração diante do medo e da incerteza.
De acordo com Segal (1994) o câncer de mama é um agente de mudanças em toda
esfera biopsicossocial feminina e após realização da mastectomia vários confrontos podem
surgir na retomada da vida social, familiar, profissional e sexual.
Segundo Simonetti (2016, p. 15) “A Psicologia Hospitalar é o campo de entendimento
e tratamento de aspectos psicológicos em torno do adoecimento”. Enfatiza que “toda doença
apresenta aspectos psicológicos, toda doença encontra-se repleta de subjetividade, e por isso
pode se beneficiar do trabalho da psicologia hospitalar”. (Simonetti, 2016, p.15)
A psico-oncologia exerce um papel de extrema importância na área oncológica.
Teixeira e Pires, (2010, apud Batista et al, 2018, p. 55) definem a psico-oncologia como “uma
área que intersecciona a Oncologia e a Psicologia, visando o bem-estar do paciente com
câncer, assim como sua qualidade de vida”.
Teixeira e Pires, (2010, apud Batista et al, 2018, p. 55) destacam ainda que “cabe aos
profissionais dessa área a assistência a paciente, familiares e profissionais da saúde
envolvidos em todos os momentos que estão relacionados com a doença (prevenção,
diagnóstico e tratamento, cura ou cuidados paliativos)”.
O papel crucial do psicólogo na Oncologia reside no apoio emocional, permitindo que
o paciente expresse suas emoções, compreenda as dificuldades do momento, identifique
gatilhos emocionais e adquira habilidades para lidar efetivamente com os desafios impostos
pela doença e pelo tratamento (Alencar et al, 2021).
Um elemento bastante identificado na postura dos pacientes que se encontram em
tratamento contra o câncer é a resiliência. (Amaro, 2013), aponta que na psicologia, a
resiliência não se limita a um mero retorno ao estado anterior, como ocorre na física, mas sim
a capacidade de superar situações estressantes ou traumáticas. Isso diferenciada resistência,
uma vez que a resiliência envolve a habilidade de enfrentar tais circunstâncias de maneira
positiva, apesar dos fatores de risco envolvidos.
Este artigo tem como objetivo mostrar a presença da resiliência como estratégia
enfretamento do sofrimento psíquico em uma paciente interna no setor oncológico que se
encontra em tratamento do câncer de mama em um hospital público da cidade de João Pessoa
- PB.
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3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
Relato do Caso
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Na visita realizada, as estudantes se dirigiram ao leito onde estava a paciente F.P.M,
55 anos de idade, sexo feminino, natural de João Pessoa - Paraíba. A paciente era recém-
chegada naquele ambulatório de oncologia e estava tratando um câncer na mama.
A descoberta partiu do primeiro sintoma onde ela sentiu uma diferença na mama e
realizou o autoexame (toque dos seios para identificar possíveis alterações, como nódulos,
inchaços) e após isso procurou os profissionais responsáveis. Após alguns exames, foi
confirmado o diagnóstico precoce do câncer de mama.
A paciente já havia passado pelas primeiras sessões do tratamento, sem sequelas e
intercorrências, considerando assim um sucesso e partindo para segunda fase.
Após a primeira etapa das sessões vencidas, já estava pronta para fazer a cirurgia da
retirada da mama, porém, foi verificado através de exames a presença de uma infecção
(localização não informada), tornando-se necessário ficar alguns dias internada para
observação e monitoramento da infecção.
F.P.M encontrava-se consciente, conversando e entendendo tudo que era perguntado
sobre suas condições, nos ofertou informações sobre seu caso e colaborou com nossa
intervenção. Encontrava-se emocionalmente estável, confiante no processo de recuperação e
no tratamento proposto, sua atitude era de esperança, havia em sua fala presença de
cristianismo e religiosidade. Foi possível perceber uma enorme presença do fator resiliência
durante a realização da escuta.
F.P.M quando questionada sobre sua internação, apenas relatava uma queixa, a
tristeza da sua filha por não poder acompanhar a mãe na dormida do hospital, por ter apenas
17 anos e 11 meses de idade e por diretrizes do hospital menores de idade não podem ser
acompanhantes no momento da noite, apenas no horário de visita.
A paciente conta com uma vasta rede de apoio, é sempre acompanhada por seu esposo,
mas também conta com a ajuda da sua irmã e sobrinhos para acompanhá-la nas noites no
hospital. A mesma conta que há colegas do antigo trabalho e pessoas da vizinhança que fazem
ligações de vídeo para encorajá-la, manter contato e receber notícias sobre sua saúde. F.P.M
conta que está cercada de amor e muito carinho dos seus e que isso a deixa mais esperançosa
para um bom resultado no tratamento.
Toda a atenção familiar, rede de apoio e carinho que a paciente recebe, podem ser
considerados fatores de reforçamento e manutenção da postura de enfrentamento resiliente da
paciente.
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5 DISCUSSÃO
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANEXO