Choque Circulatorio

Definição: É uma alteração no sistema circulatório, que causa inadequada perfusão dos órgãos e
da oxigenação tecidual.
Classificação do Choque
Choque Choque Choque Choque

Hipovolémico Cardiogénico Obstrutivo Distributivo
Por redução do Por diminuição da Por obstrução dos Por diminuição do

volume sanguíneo capacidade contrátil grandes vasos ou do tónus (capacidade de
circulante do coração próprio coração contração) dos vasos
Choque Hipovolémico
• Hipovolémia - Diminuição do volume sanguíneo circulante → défice de volume de líquidos (DVL)
intravascular
• DVL grave – pode levar a choque hipovolémico
→ Causas
• Hemorragia (causa mais comum) em que há perda tanto de eritrócitos quanto de plasma – choque
hemorrágico;
• Perda de Plasma – (ex: queimaduras - com perda de proteína plasmática e desvio de líquidos);
• Desidratação – (ex: por vómitos; diarreia);
• Desvio de líquidos – Edema; Derrame.
Também pode ser considerado como classificação de choque hipovolémico/hemorrágico, de acordo com a
perda de volume sanguíneo
Classificação da Hemorragia
Classe I Classe II Classe III Classe IV

Perda de Sangue (ml) Até 750 750- 1500 1500-2000 Mais de 2000
Pulso (Bpm) < 100 100-120 120-140 >140
Pressão Arterial Normal Normal Diminuída Diminuída
Freq. Respiratória 14-20 20-30 30-40 > 35
Diurese (ml/h) >30 20-30 5-15 Desprezível
Estado Mental Levemente ansioso Moderadamente Ansioso, confuso Confuso, letárgico

ansioso
A condição inicial da pessoa depende de vários fatores, como a sua capacidade compensatória, idade,
processos patológicos associados, medicação habitual ….
Choque Cardiogénico
Acontece por diminuição da capacidade contrátil do coração, devido a patologia cardíaca propriamente
dita – originando diminuição do débito cardíaco.
→ Causas
• Enfarte agudo do miocárdio (causa mais comum)

• Arritmias
• Doenças valvulares
Contractilidade
• Miocardite (…) cardíaca diminuída
Débito cardíaco e volume

sistólicos diminuídos
Perfusão tecidual
Congestão pulmonar Perfusão da artéria
sistémica diminuída
coronária diminuída
Choque Obstrutivo
Por obstrução dos grandes vasos ou do próprio coração – originando diminuição do débito cardíaco.
→ Causas
• Pneumotórax hipertensivo (aumento da pressão intratorácica, retorno venoso diminuído -

diminuição do débito cardíaco);
• Tamponamento cardíaco (acumulação de liq. entre o folheto parietal e visceral do pericárdio, com
compressão cardíaca, volume diastólico baixo – diminuição do débito cardíaco);
• Tromboembolismo pulmonar (obstrução da rede capilar pulmonar, diminuição da chegada de
sangue ao coração esquerdo - diminuição do débito cardíaco).
Choque Distributivo
Tipo de choque Alterações
Causas
Distributivo fisiopatológicas
- Anestesia raquidiana;
- Lesões Medulares; Afeção do centro
Neurogénico
vasomotor do SNC
- Lesões Cerebrais.
- Medicamentos; Perda do tónus
- Contrastes Iodados; Libertação de vascular com
Anafilático substâncias vasodilatação maciça
- Alimentos;
vasoativas
-Picada de Inseto.
- Infeção bacteriana ou viral Libertação de
Séptico
endotoxinas
Fase do Choque
Fase Compensatória: Mecanismos compensatórios permitem recuperação sem tratamento;
Fase Progressiva: Se não houver tratamento piora progressivamente até à morte;
Fase Irreversível: Não há tratamento que possa salvar a vida do doente
Fase Irreversível do choque: “O Choque provoca choque”

Intervenções à pessoa em Choque
O tipo, causa e gravidade do choque podem ser determinados a partir de dados da história clínica, exame
físico e exames complementares de diagnóstico.
Abordagem inicial da pessoa em choque

Dados importantes a ter em conta:
• Pressão arterial
→ Uma vez identificada a causa, esta deve ser corrigida
• Frequência cardíaca
rapidamente!
• Temperatura e cor da pele Abordagem inicial- Prioridade do ABC
• Estado de consciência
• Diurese • A (Airway) Permeabilização de vias aéreas
• Oximetria de pulso (saturação O2 arterial) • B (Breathing) Respiração – Ventilação e
• Gasometria arterial (PaO2; PaCO2; pH; HCO3-)
Oxigenação adequadas – Oxigenoterapia (…)
• Traçado cardíaco
• Pressão Venosa Central (PVC) • C (Circulation) Circulação – Restabelecer a
• Exames laboratoriais: Hemograma, Bioquímica, perfusão tecidual - Reposição de fluídos e
Eletrólitos
administração de fármacos (…)
Nota: Cristalóides são primeira

→ Canalizar acesso central para: escolha na reposição volémica
inicial da pessoa em choque.
- Terapia de Reposição de Fluídos
• Cristalóides (Lactato Ringer; Soro Fisiológico…)

• Colóides (Albumina; Dextrano…) Aquecimento dos líquidos para
administração mais rápida
• Sangue e produtos sanguíneos
(apenas em caso de grande de grande perda de sangue)
- Administração de Fármacos
• Fármacos vasoativos (vasopressores ou vasodilatadores) ex: epinefrina; norepinefrina

• Fármacos inotrópicos (aumentam a contractilidade cardíaca) ex: dopamina; dobutamina
• Outros (antibióticos, corticóides, bicarbonato)
→ Redistribuição de Líquidos
- Posicionamento: Posição Trendelemburg modificada (Não deve ser utilizada em choque cardíaco, pois
leva a aumento do congestionamento do coração, tendo ainda mais dificuldade em bombear o sangue)
- Vestuário Antichoque
→ Termorregulação
→ Prevenção de traumatismo
→ Prevenção de infeção
→ Promoção do conforto

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Choque Choque Choque Choque

Por redução do Por diminuição da Por obstrução dos Por diminuição do

Classe I Classe II Classe III Classe IV

Estado Mental Levemente ansioso Moderadamente Ansioso, confuso Confuso, letárgico

• Enfarte agudo do miocárdio (causa mais comum)

Débito cardíaco e volume

• Pneumotórax hipertensivo (aumento da pressão intratorácica, retorno venoso diminuído -

Fase Progressiva: Se não houver tratamento piora progressivamente até à morte;

Fase Irreversível: Não há tratamento que possa salvar a vida do doente

Fase Irreversível do choque: “O Choque provoca choque”

Abordagem inicial da pessoa em choque

Nota: Cristalóides são primeira

• Cristalóides (Lactato Ringer; Soro Fisiológico…)

• Fármacos vasoativos (vasopressores ou vasodilatadores) ex: epinefrina; norepinefrina

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