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"OS TIPOS DE CONCEPÇÃO DE MUNDO", DE WILHELM DILTHEY:
Dilthey parte da constatação do antagonismo e multiplicidade dos sistemas filosóficos
ao longo da história, que favorecem o ceticismo. Contrapõe a essa visão a compreensão das concepções de mundo a partir da vida, das disposições vitais e experiências fundamentais. As concepções de mundo têm uma estrutura comum: imagem cósmica, apreciação da vida, adoção de fins. Expressam uma posição diante do enigma da existência. Há uma tipologia possível das concepções de mundo: naturalismo, idealismo da liberdade, idealismo objetivo. Cada um parte de uma disposição vital diferente. O naturalismo afirma a primazia da natureza, a causalidade física, o materialismo, o hedonismo. Valoriza a ciência natural. O idealismo da liberdade enfatiza a autonomia da razão, a vontade livre, a ética. Parte dos fatos da consciência. Exalta o heroísmo. O idealismo objetivo adota uma atitude contemplativa, estética. Vê um parentesco entre o humano e o cosmos. Valoriza a intuição e o sentimento. Não há sistema filosófico definitivo. Cada um expressa uma disposição vital típica diante da existência. A história mostra sua relatividade.
A EPISTEMOLOGIA DE WILHELM DILTHEY:
Dilthey procurou estabelecer uma fundamentação filosófica para as ciências humanas, distinguindo-as das ciências naturais. Criticou o positivismo por tentar aplicar o método das ciências naturais ao estudo da realidade humana e histórica. Introduziu o conceito de "ciências do espírito" (Geisteswissenschaften) para designar as ciências que estudam a vida humana e a realidade histórico-social. Em oposição às "ciências da natureza". Defendeu que as ciências humanas devem combinar explicação (Eklärung) com compreensão (Verstehen). A explicação busca as causas, a compreensão interpreta os significados. Propôs o conceito de "vida humana" como objeto central das ciências do espírito. A vida humana é histórica, não possui uma "essência" fixa. Criticou o dualismo cartesiano entre res cogitans e res extensa. Não há dicotomia entre natureza e espírito. A natureza só é cognoscível no âmbito do espírito humano. Defendeu uma perspectiva "hiperempírica", em que o conhecimento parte da experiência concreta, dos "fatos de consciência". Recusou o apriorismo kantiano. Tentou fundamentar as ciências do espírito numa "psicologia descritiva", que estudaria as estruturas típicas da consciência histórica. Mas não logrou desenvolver essa psicologia. Passou então a buscar a fundamentação numa "hermenêutica", como método de interpretação dos significados das obras humanas. Exerceu grande influência sobre a hermenêutica moderna. Seu projeto tinha a intenção de estabelecer uma teoria geral da ciência, integrando ciências naturais e humanas numa mesma epistemologia histórica. Mas deixou questões irresolutas sobre os limites do conhecimento empírico.
DEFINIÇÕES INTRODUTÓRIAS DE CONCEITOS SOCIOLÓGICOS DE WEBER:
A sociologia busca compreender e explicar a ação social. A ação social refere-se ao
comportamento humano orientado para outras pessoas e levando em conta suas ações. A ação social pode ser motivada por considerações racionais, valores/crenças, emoções ou tradição. A ação racional é proposital e baseada em expectativas sobre o comportamento dos outros. A ação valorativa-racional é guiada por convicções éticas, religiosas ou outras. Ações emocionais e tradicionais são influenciadas por estados afetivos e hábitos arraigados. Relacionamentos sociais surgem de ações sociais repetidas. Os relacionamentos podem ser íntimos, tradicionais, afetivos, racionais ou valorativos-racionais. Ordem social e normas guiam a ação. As ordens podem ser impostas por convenção ou lei. Convenções emergem informalmente de acomodações mútuas. Leis são aplicadas pela autoridade e envolvem sanções. Ordens legítimas que as pessoas veem como válidas podem ser justificadas pela tradição ou carisma. A autoridade tradicional é baseada em hábitos e costumes enraizados. A autoridade carismática deriva da devoção a uma figura excepcional e exemplar. A sociologia visa fornecer explicações causais e compreensão interpretativa da ação e relacionamentos sociais. Ela desenvolve esquemas conceituais generalizados e ideal- típicos para analisar a realidade empírica. Os pontos-chave são o foco na ação social como base para os conceitos sociológicos, as diferentes motivações para a ação, os tipos de relacionamentos e ordens sociais, e o objetivo de análise causal e interpretativa usando conceitos ideal-típicos. O esquema centra-se em explicar fenômenos sociais por meio da análise sistemática de ações, interações, normas e estruturas.
AS TEORIAS DE DILTHEY E WEBER SÃO COMPLEMENTARES E PODEM SER ALINHADAS NA
PROPOSIÇÃO DA CONSTRUÇÃO DAS CIÊNCIAS HUMANAS DE DUAS MANEIRAS PRINCIPAIS: A perspectiva hermenêutica de Dilthey pode ser usada para fundamentar a compreensão interpretativa da ação social proposta por Weber. A hermenêutica é o método de interpretação dos significados das obras humanas, incluindo textos, obras de arte e ações sociais. Weber argumentou que a sociologia deve se concentrar na compreensão da ação social, ou seja, do comportamento humano orientado para outras pessoas e levando em conta suas ações. A hermenêutica pode ser usada para fornecer uma ferramenta para a compreensão da ação social, pois permite que o pesquisador interprete os significados subjacentes às ações humanas. O conceito de "vida humana" de Dilthey pode ser usado para fundamentar a análise da ação social proposta por Weber. A vida humana, para Dilthey, é histórica e não possui uma "essência" fixa. As ações sociais são expressões da vida humana, e portanto, são históricas e mutáveis. A análise da ação social deve levar em conta esse caráter histórico e mutável da vida humana. Alinhando essas duas teorias, podemos chegar a uma proposta para a construção das ciências humanas que combine explicação e compreensão, e que leve em conta o caráter histórico e mutável da vida humana. Essa proposta pode ser resumida nos seguintes pontos: As ciências humanas devem se concentrar na compreensão interpretativa da ação social. A compreensão interpretativa é necessária para acessar os significados subjacentes às ações humanas. O conceito de "vida humana" deve ser usado para fundamentar a análise da ação social. A vida humana é histórica e mutável, e as ações sociais são expressões da vida humana. Aqui estão alguns exemplos de como essa proposta pode ser aplicada na prática: Um historiador pode usar a hermenêutica para interpretar um texto histórico, a fim de compreender os significados subjacentes às ações das pessoas que o produziram. Um sociólogo pode usar o conceito de "vida humana" para analisar as mudanças na estrutura social, a fim de compreender como essas mudanças impactam as ações das pessoas. Essa proposta é apenas um ponto de partida para a construção das ciências humanas. É necessário desenvolver mais pesquisas e discussões para aprofundar e refinar essa proposta.
Os principais pontos de convergência das teorias de Dilthey e Weber para a proposta de
construção das ciências humanas são: O foco na ação social como objeto de estudo das ciências humanas. Tanto Dilthey quanto Weber argumentaram que as ciências humanas devem se concentrar na compreensão da ação social, ou seja, do comportamento humano orientado para outras pessoas e levando em conta suas ações. A necessidade de uma abordagem interpretativa para a compreensão da ação social. Dilthey argumentou que a compreensão interpretativa é necessária para acessar os significados subjacentes às ações humanas. Weber também defendeu a importância da compreensão interpretativa, mas a desenvolveu em um sentido mais específico, enfatizando a necessidade de compreender os significados subjetivos das ações humanas. O reconhecimento do caráter histórico e mutável da vida humana. Dilthey argumentou que a vida humana é histórica e não possui uma "essência" fixa. Weber também reconheceu o caráter histórico da vida humana, e argumentou que as ações sociais são expressões da vida humana. Esses pontos de convergência permitem desenvolver uma proposta para a construção das ciências humanas que combine explicação e compreensão, e que leve em conta o caráter histórico e mutável da vida humana. Essa proposta pode ser resumida nos seguintes pontos: As ciências humanas devem se concentrar na compreensão interpretativa da ação social. A compreensão interpretativa é necessária para acessar os significados subjacentes às ações humanas. O caráter histórico e mutável da vida humana deve ser levado em conta na análise da ação social. Essa proposta pode ser aplicada em uma variedade de campos das ciências humanas, incluindo história, sociologia, antropologia, psicologia e filosofia. Aqui estão alguns exemplos específicos de como os pontos de convergência das teorias de Dilthey e Weber podem ser aplicados na prática: Um historiador pode usar a hermenêutica para interpretar um texto histórico, a fim de compreender os significados subjacentes às ações das pessoas que o produziram. Um sociólogo pode usar o conceito de "vida humana" para analisar as mudanças na estrutura social, a fim de compreender como essas mudanças impactam as ações das pessoas. Um antropólogo pode usar a compreensão interpretativa para entender os significados de rituais e práticas culturais. Um psicólogo pode usar a compreensão interpretativa para entender os significados de sonhos e comportamentos. Um filósofo pode usar a compreensão interpretativa para entender os significados de conceitos e teorias filosóficas.