Lara-Arrudaa, 2. WELKSON PIRES - PRAXEOLOGIA
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RESUMO
Presente desde as reflexões de Aristóteles, passando pelos escolásticos e pela sociologia
clássica até a sociologia contemporânea, a noção de habitus tem se mantido como um dos
caminhos mais profícuos ao entendimento das ações dos sujeitos enquanto estruturadas
socialmente. Com Bourdieu, aquela noção ganhou toda uma sistematização teórico-
metodológica, o que a fez ganhar um aspecto mais cientificista. Lahire, numa relação
crítica com a teoria bourdieusiana, apropriou-se dessa análise disposicional como base de
sua sociologia psicológica, ampliando as possibilidades heurísticas daquele conceito a
fim de abarcar outras estruturas disposicionais para além do habitus. Tal diálogo crítico
se define como o principal objetivo desse artigo, que buscará: 1) traçar uma breve gênese
do conceito de habitus; 2) expor as perspectivas de Bourdieu e de Lahire acerca desse
conceito; 3) apontar suas aproximações e divergências; e 4) delinear suas contribuições
para a firmação de uma sociologia disposicionalista, voltada à compreensão das práticas
sociais.
PALAVRAS-CHAVE
Habitus. Disposições. Praxiologia. Sociologia Psicológica.
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Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco.
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natural, Aristóteles aponta que as inclinações (virtudes ou vícios) individuais não são
inatas, mas sim estabelecidas ao longo de um processo de repetição dos atos que em
última instância promove a constituição do hábito (hexis): “não é, pois, por natureza, nem
contrariando a natureza que as virtudes se geram em nós. Diga-se, antes, que somos
adaptados por natureza a recebê-las e nos tornamos perfeitos pelo hábito”, ou seja,
atividades virtuosas, que são consideradas mais duráveis do que o próprio conhecimento
Com isso, podemos dizer que, ao chamar atenção para essas propriedades
sentido, pode ser considerada sua primeira grande herdeira, principalmente no tocante à
obra de Tomás de Aquino, sendo a responsável pela tradução do termo grego hexis na
forma latina habitus. Em sua argumentação sobre esse conceito, Aquino deixa evidente
que lhe manteve, quanto aos seus aspectos gerais – concernentes à criação, estrutura e
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regula as ações dos sujeitos: “todo hábito”, diz Aquino, “implica principalmente
diferenciam porque muda a espécie de seus atos; todos os atos de uma espécie pertencem
Assim, discorrendo sobre a educação cristã, esse pensador nos diz: “para ser cristão não
basta ter aprendido isto ou aquilo, saber discernir certos ritos e pronunciar certas fórmulas,
estado de alma, num certo habitus do nosso ser moral. Suscitar na criança esta atitude
será o objectivo essencial da educação” (DURKHEIM, 1994, p. 184). Vale ressaltar que
o emprego estruturalista que esse pensador faz de tal noção acaba por lhe atribuir um
por exemplo, “a posição dos braços e das mãos enquanto se anda é uma idiossincrasia
social, e não simplesmente um produto de não sei que arranjos e mecanismos puramente
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prestígios” (MAUSS, 2003, p. 404), sendo inculcados nos sujeitos seja através dos
fundamental a evidenciação do caráter social dos sujeitos – ou, nos termos elisianos, “a
composição social dos indivíduos” (ELIAS, 1994, p. 150). Mais que isso, ao conjugar as
habitus – tão marcante no uso que lhe é dado por Durkheim –, mostrando que às mudanças
palavras, nos seus habitus. Assim, em Elias, como enfatiza Dunning e Mennell (1997, p.
mudança”.
podem ser encontradas, por exemplo, no trabalho de Veblen (1965) sobre a classe ociosa
– aqui, ele menciona, dentre outros, o “hábito desportivo” –, em Weber (2000) quando
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aparece como uma síntese original das diversas abordagens anteriores de tal conceito.
embate, de modo a escapar a seguinte alternativa teórica referente à ação social: “de um
lado, o mecanismo segundo o qual a ação constitui o efeito mecânico da coerção de causas
externas; de outro, o finalismo segundo o qual [...] o agente atua de maneira livre,
consciente e, como dizem alguns utilitaristas, with full understanding, sendo a ação o
plausividade do conceito de habitus, como solução para tal embate, está justamente no
fato de que, em sua definição, consegue sintetizar, de maneira coerente, tais perspectivas:
isso, Bourdieu busca evidenciar que “o habitus está no princípio de encadeamento das
‘ações’ que são objetivamente organizadas como estratégias sem ser de modo algum o
o campo educacional lhe permitiram alcançar uma compreensão mais abrangente das
restringir à mirada sobre os campos sociais, espaços mais ou menos institucionais, mas
abranger todo espaço social, todas as formas de interdependência dos sujeitos, mesmo as
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mais informais. Mais que isso, apesar de manter o foco sobre o social incorporado
nada, é ela que abre ou deixa fechados, desperta ou deixa em estado de vigília, mobiliza
ou deixa como letra morta os hábitos incorporados pelos atores” (LAHIRE, 2002, p. 53).
emerge na sociologia contemporânea como uma síntese teórica possível às duas formas
de conhecimento, que têm predominado no âmbito das ciências sociais, acerca da ação
(BOURDIEU, 2009, p. 77) – dito dessa maneira, estamos diante do homo automaton.
Assim sendo,
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antecedentes da explicação causal pelos fins futuros do projeto e da ação intencional ou,
caso se queira, a esperança dos benefícios que virão” (BOURDIEU, 2009, p. 77) – cria-
se, com isso, a imagem do homo economicus. Nesse sentido, o subjetivismo parte do
pressuposto de que o sujeito, tendo plena consciência de suas ações, é capaz de oferecer
(Ibid., p. 44).
que ora se voltava às instituições sociais – e sua normatividade –, ora aos indivíduos –
sociais –, em direção às práticas: “há uma economia das práticas, ou seja, uma razão
imanente às práticas que não encontra sua ‘origem’ nem nas ‘decisões’ da razão como
agentes” (BOURDIEU, 2009, p. 84): “os agentes sociais”, nos diz Bourdieu, “não são
partículas submetidas a forças mecânicas, agindo sob a pressão de causas; nem tampouco
o qual nada mais é do que “um sistema adquirido de preferências, de princípios de visão
e de divisão”, “de estruturas cognitivas duradouras” e “de esquemas de ação que orientam
senso prático, Bourdieu denominou habitus, cuja primeira característica a ser ressaltada
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observáveis uma mediação sempre intervém, a qual não é nada mais do que o habitus”
experiências travadas com um tipo particular de meio social, acaba por incorporar suas
interioridade. Com isso, estamos diante de uma virada paradigmática que se coloca como
objetivamente adaptadas a seu fim sem supor a intenção consciente dos fins e o domínio
expresso das operações necessárias para atingi-los e coletivamente orquestradas, sem ser
agencial, sem apagar no agente seu aspecto ativo: “o habitus torna possível a produção
sentido, “a liberdade condicionada e condicional que ele garante está tão distante de uma
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hierárquica que define as relações sociais. Tal ordenação é denominada, por aquele
sociólogo, de campo: “em termos analíticos, um campo pode ser definido como uma rede
1995, p. 64). Mas cabe uma ressalva: nem todo complexo de relações sociais constituirá
artístico, etc. Eis a segunda característica fundamental do habitus bourdieusiano: ele está
intermediação do espaço de disposições (ou do habitus)”. Isso significa que “a cada classe
unidade de estilo que vincula as práticas e os bens de um agente singular ou de uma classe
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de agentes” (BOURDIEU, 2011, p. 21, grifo nosso). Ou seja, o habitus incorporado pelo
Tal diferenciação resulta numa constante luta concorrencial, com vistas ao domínio do
garante ao sujeito uma posição dominante no campo, ou seja, que funciona como
instrumento (meio) de poder, também é o grande objetivo (fim) das lutas travadas pelos
sujeitos pertencentes ao tal campo. A força do capital advém de seu efeito simbólico, em
precisamente, o capital existe e age como capital simbólico [...] na relação com um
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reconhecimento pelo fato de estarem em harmonia com o que ele é” (BOURDIEU, 2007,
p. 296).
Enquanto instrumento que outorga poder aquele que o detém, o capital (objetivado
propriamente dita do capital quanto por meio das práticas que esse possibilita – pois
83). Da mesma forma que o capital é institucionalizado, os processos distintivos, por meio
dele desencadeados, também o são. Isso significa que a distinção tende a tornar-se
dura e durável das coisas ou das instituições, caminha com sua incorporação, que é o
caminho mais seguro para a naturalização” (BOURDIEU, 2009, p. 233). Estamos, com
o seu caráter distintivo: trata-se de uma marca social que distingue um dado sujeito dos
demais.
acerca da ideia de habitus tem a ver com o princípio de repetição que lhe é inerente: a
lógica da reprodução estrutural. “As práticas que o habitus produz”, enfatiza Bourdieu
(1983a, p. 61), “são determinadas pela antecipação implícita de suas consequências, isto
que elas tendem a reproduzir as estruturas objetivas das quais elas são, em última análise,
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esse incorporado. Dito de outra maneira, o habitus, mobilizado diante de uma dada
realidade que se apresenta, justamente porque essa traz em si os princípios estruturais que
outrora foram responsáveis pela produção daquele aparato disposicional. Nas palavras de
Bourdieu (2009, p. 90): “passado que sobrevive no atual e que tende a se perpetuar no
proposta por Lahire, podemos dizer que ela, de certa forma, segue a esteira dos trabalhos
assim como Bourdieu, também toma as práticas dos sujeitos enquanto caminho
das estruturas sociais que lhes são incorporadas, durante um longo processo de
instituições, campos de forças e de lutas e cenas –, é estudar a realidade social sob a forma
Lahire lança um olhar mais atento e minucioso à situação presente: “se a situação em si
não explica nada, é ela que abre ou deixa fechados, desperta ou deixa em estado de vigília,
mobiliza ou deixa como letra morta os hábitos incorporados pelos atores”. Por isso, aquele
Esse olhar sociológico sobre a ação, que o próprio Lahire descreve como
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sobre a ação e o ator, a qual vem padecendo de dois grandes desvios contrários entre si:
Frente a essas duas abordagens, Lahire enfatiza que as práticas só podem ser
da situação presente.
Cabe aqui uma observação: Lahire está ciente de que a teoria da ação proposta por
práticas apenas pelas “condições presentes” ou pelas “condições passadas que produziram
proposto implica na maioria das vezes uma relativa primazia das experiências passadas
na medida em que estas estão ‘no princípio’ não só da compreensão das experiências
ulteriores, mas também de sua seleção” (LAHIRE, 2002, p. 48). De fato, como já
claramente sua tendência reprodutiva e, com isso, sua preponderância sobre a ação dos
exteriores do presente imediato” (BOURDIEU, 2009, p. 93). Isso se dá, justamente, “pela
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suscetíveis de ser frequentadas”, com isso “o habitus tende a se proteger das crises e dos
reforçar suas disposições oferecendo o mercado mais favorável para seus produtos”
(Ibid., p. 100-101).
reais “que não permitem sempre tais evitamentos nem deixam verdadeiramente escolha
aos atores”. Para Lahire (2010), a situação, na qual se desenrola a ação, também exerce
um “papel ativo”, pois funciona como um filtro ao acionar certos esquemas ao mesmo
esquemas.
quando confrontado com a situação presente, seja seu atrelamento ao conceito de campo.
estruturas sociais –, essa construção, por mais que a encaremos enquanto ideal-típica
apreender as fissuras entre aquelas instâncias. Até porque, a própria situação social
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princípios que estruturaram o habitus – sendo, por isso, capaz de lhe ativar – e esse tende
a atualizar tais estruturas através das práticas que motiva, estamos diante de uma
construção teórica que apresenta uma lógica circular: “as condições de sua formação”,
diz Bourdieu (2007, p. 182) em relação ao habitus, “são também as condições de sua
destaca os processos de luta que, sendo inerentes ao campo, tendem a lhe conservar ou
campos, condição que lhes garante a própria existência: “as transformações da estrutura
principio de orientação e eficácia nas propriedades da posição que ocupam aqueles que
das posições que o constituem, já que essas definem o habitus (princípio de orientação)
que está, por sua vez, na base daquelas estratégias: “o sistema de disposições é o princípio
essas se dão. Isso nos leva a constatação de que, teoricamente, não há uma verdadeira
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argumentações – por vezes em resposta às críticas recebidas –, que seu arcabouço teórico
ontológica” entre habitus e campo, que pressupõe os processos de reprodução, tem sido
podemos aventar a hipótese de que, dada a prioridade que o autor deu às grandes crises,
dinâmica social, é possível se compreender sua tendência a ver mais reprodução que
É nesse sentido que Lahire (2010, p. 30) prossegue sua crítica à Bourdieu,
acusando-o de “negligenciar todas as pequenas crises ou médias que os atores são levados
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de ser uma teoria regional do mundo social para se tornar uma teoria geral e universal
(LAHIRE, 2002) – ainda traz, pelo menos, mais dois outros empecilhos para uma
compreensão mais acurada das práticas sociais: ele estabelece a unicidade do aparato
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campo, já que o habitus, por esse constituído, seria responsável por certa unicidade no
estilo de vida daquele sujeito:
uma ordem dispersa” (BOURDIEU; WACQUANT, 1995, p. 90). Nesse sentido, emerge,
harmonizadas entre si, fora de qualquer busca intencional da coerência, e, por outro,
membros da mesma classe” (BOURDIEU, 2008, p. 164, grifo nosso). Diante dessa
sociedade cabila –, visando dar conta daqueles processos de socialização marcados pela
heterogeneidade contextual:
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Essa postura permite, por exemplo, que Lahire (1995) compreenda de maneira
mais acurada a condição dos trânsfugas de classe, cuja trajetória em heterogêneos campos
de socialização fez com que eles incorporassem um complexo disposicional variado e por
vezes conflitante. Nesse sentido, para recuperar o título de um de seus livros, longe de
ser singular, o homem seria plural devido à pluralidade de seus processos de socialização.
questionamento se deve ao fato de que o conceito de campo, que se volta aos espaços
e ação:
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disposicional dos atores aos seus habitus de campo, justamente porque suas experiências
vão além daquelas vividas no contexto de um campo. Mais que isso, ao recusar tal
perspectiva redutora, Lahire busca dar existência específica àqueles sujeitos que se
simplesmente deduzir o aparato disposicional dos sujeitos a partir das práticas sociais –
disposições, talvez não tivesse operado a redução do social às interações no interior dos
campos e, com isso, talvez não tivesse sistematizado seu conceito de habitus de maneira
a caracterizá-lo tão fortemente com o aspecto da unicidade. Assim como ressalta Lahire
(2008, p. 377), “é difícil compreender totalmente uma disposição sem reconstituir sua
evidenciado a condição plural do aparato disposicional dos sujeitos, que não se restringe
ao nem procede inteiramente do campo, Lahire (2002) prossegue sua elaboração teórica
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conflito disposicional – quando a situação mobiliza disposições conflitantes entre si, pois
também deve estar atento tanto aos momentos nos quais certos esquemas são postos em
estado de dormência (inibição) – “porque cada um de nós pode ser portador de uma
modo a adequá-lo a uma nova situação – “porque nós podemos ser desprovidos de boas
disposições que permitam fazer face a algumas situações mais ou menos inevitáveis em
disposicionalista
teórico-metodológica que foi capaz de evidenciar, com certo grau de cientificidade, uma
dimensão do social que, até então, só era alcançada de maneira mais ou menos
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social estava causando sérios impedimentos à compreensão tanto daquelas práticas que
estão aquém e além de uma instituição quanto dos fenômenos de mudança social – já que
buscando superar tais limitações, Lahire nos propõe sua sociologia à escala individual
Bourdieu, que tende a privilegiar o passado incorporado enquanto determinante das ações
dos sujeitos, Lahire retoma a importância do contexto presente à luz do qual o passado
parece tão acentuada – apesar de não necessária (WACQUANT, 2007) –, com Lahire, o
social nunca é estanque, pois está sempre a se ajustar, a se adaptar, buscando superar as
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ABSTRACT
Present since Aristotle’s reflections, of the scholastics and classical sociologists until
contemporary sociology, the notion of habitus remains one of the most proficuous
pathways to understand the subjects’ actions as being socially structured. Through
Bourdieu studies, that notion’s earned a broad theoretical and methodological
systematization, which gave him a scientistic aspect. Lahire assimilated, critically, the
bourdieusian analysis in the development of its psychological sociology, extending the
heuristic possibilities of the habitus’ notion in order to include other dispositional
structures. To establish a dialogue between Bourdieu and Lahire is the main objective of
this paper, which will seek: 1) to outline a brief genesis of the concept of habitus; 2) to
expose Bourdieu and Lahire’s perspectives about this concept; 3) to point out the
similarities and differences between these authors with regard to the notion of habitus;
and 4) to delineate their contributions to the establishment of a dispositionalist sociology.
KEYWORDS
Habitus. Dispositions. Praxiology. Psychological Sociology.
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