A Importância Da Ludicidade Na Educação Infantil

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 16

1

A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL.


THE IMPORTANCE OF PLAYFULNESS IN CHILDHOOD EDUCATION.

Acadêmica: Francisca Wanelisa Bezerra¹

RESUMO
O presente artigo tem por finalidade debater e expor o tema ludicidade e sua
importância dentro da Educação Infantil. Atribuindo aos jogos e as brincadeiras
grandes contribuições para os alunos da educação infantil quando incluídos na rotina
escolar do aluno como valioso recurso pedagógico. O percurso para a realização
deste estudo consiste em um vasto levantamento bibliográfico com abordagem
qualitativa apoaida em estudos de autores como Freire, Ronca e Áries, assim como
observação de documentos norteadores da prática docente na Educação Infantil . A
partir de leituras é possível dizer que a ludicidade exerce um papel de facilitador da
aprendizagem, apresentando-se como um ferramenta pedagógica de grande valia
para a construção do desenvolvimento cognitivo, intelectual e social, alcançando
resultados muito significativos dentro de uma aprendizagem leve, cheia de memórias
positivas, encantamento pela escola e garantindo a satisfação a criança. Logo,
assumir uma metodologia lúdica é uma habilidade que o professor deve inserir logo
em seu planejamento, com objetivos de se trabalhar o indivíduo com um todo,
estimulando habilidades motoras, afetivas, sociais, morais e cognitivas.
Palavras-chave: Ludicidade, Recurso Pedagógico, Planejamento, Educação Infantil.

SUMMARY
The purpose of this article is to debate and expose the theme of playfulness and its importance
within Early Childhood Education. Attributing great contributions to games and games for early
childhood education students when included in the student's school routine as a valuable
pedagogical resource. The path to carrying out this study consists of a vast bibliographical survey
with a qualitative approach supported by studies by authors such as Freire, Ronca and Áries, as
well as observation of documents guiding teaching practice in Early Childhood Education. From
readings it is possible to say that playfulness plays a role in facilitating learning, presenting itself as
a highly valuable pedagogical tool for building cognitive, intellectual and social development,
achieving very significant results within light, full learning. of positive memories, enchantment for
the school and ensuring the child's satisfaction. Therefore, assuming a playful methodology is a
¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela
Faculdade Santana.
2

skill that the teacher must immediately include in his planning, with the objective of working with the
individual as a whole, stimulating motor, affective, social, moral and cognitive skills.
Keywords: Playfulness, Pedagogical Resource, Planning, Early Childhood Education.

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
3

INTRODUÇÃO
O trabalho aqui apresentado objetiva se debruçar sobre aspectos
importantes da ludicidade como importante recurso pedagógico na Educação
Infantil. Traz um minucioso trajeto de pesquisa bibliográfica de vários autores,
investigação de documentos que comprovam a efetividade de resultados
positivos acerca da introdução do lúdico no processo de ensino aprendizagem
dos alunos, trazendo considerações importantes sobre metodologias ativas
que incluem desde o planejamento de aulas com destaque para a introdução
de músicas, dinâmicas, brincadeiras e jogos desenvolvidos em sala de aula e
nos espaços escolares com resultados positivos de desenvolvimento
significativo de habilidades nos pequenos educandos.
A ação de brincar é inerente a infância como direito básico da criança, e
a escola deve inserir a prática do brincar de forma cada vez mais séria,
rotineira e planejada proporcionando a criança a oportunidade de descobrir,
criar, inventar, organizar e reorganizar seus conhecimentos assim como
também assimilar conhecimento do corpo e conceitos enquanto brinca.
Nos espaços escolares a perspectiva do brincar como importante
instrumento de aprendizagem e constução do indivíduo, vem ganhando novos
olhares e ainda que pareça ser algo muito óbvio, é possível encontrar barreiras
físicas e docentes ainda com metodologias muito tradicionais com resistência a
assumir uma prática docente que inclua o lúdico como instrumento norteador,
onde formações continuadas e disponibilidade de recursos pedagógicos aos
espaços escolares precisam ser mais que um discurso bem elaborado, e sim
uma realidade onde se faz necessário um compromisso assumido e praticado
dia a dia nas escolas.
De acordo com Ronca (1989, p. 27)
O movimento lúdico, simultaneamente, torna-se fonte
prazerosa de conhecimento, pois nele a criança constrói
classificações, elabora sequências lógicas, desenvolve o
psicomotor e a afetividade e amplia conceitos das várias
áreas da ciência.
Percebe-se dessa maneira que por meio das atividades lúdicas a criança
¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela
Faculdade Santana.
4

pode aprender no mesmo instante que sente prazer enquanto as realiza,


estimulando também a criatividade, desenvolve a capacidade de tomada de
decisões, ajuda no desenvolvimento motor das crianças.
Para Freire (2009, p. 22) “ensinar não é transferir conhecimentos, mas
criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”.
Se esse processo pode ser mais leve e prazeroso para a criança com a
ludicidade dentro de sua rotina escolar, certamente a sua construção acontecerá de
forma muito natural e significativa.
Partindo-se do questionamento sobre quais as contribuições do lúdico
para o processo de ensino e aprendizagem na educação infantil? A presente
pesquisa se debruçou sobre bibliografia ampla onde o objetivo geral consiste em
analisar a importância do brincar na educação infantil apresentando algumas
práticas que podem ser desenvolvidas dentro dos espaços escolares de
Educação Infantil.
Elaborado pautado nos seguintes objetivos específicos: Apresentar as
contribuições que o ato de brincar pode trazer na infância; Analisar a importância
da utilização do lúdico no contexto educacional na educação infantil e Investigar
como determinados jogos desenvolvidos no ambiente escolar auxiliam no
processo de aprendizagem da criança assom como a impostância de secolocar a
ludicidade desde o planejamento do docente.

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
5

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O PORQUÊ DA IMPORTÂNCIA DO ATO DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Por muito tempo dentro da pedagogia tradicional, o aluno foi visto como
depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente
através de associações. O professor é quem deposita os conhecimentos, pois ele
é visto como um especialista na aplicação de manuais; sendo sua prática
extremamente controlada.
Hoje a visão que se tem sobre a infância é de que a criança é um ser
pensante com capacidades cognitivas, emocionais, físicas e psicológicas, e
cada vez mais tem se falado no respeito a suas etapas de desenvolvimento. No
entanto, nem sempre foi assim, durante a Idade Média ela era vista como um
ser sem autonomia.
De acordo com Áries (1981, p. 10)
Contudo, um sentimento superficial da criança – a que
chamei de “paparicação” – era reservado à criancinha em
seus primeiros anos de vida, enquanto ela ainda era uma
coisinha engraçadinha. As pessoas se divertiam com a
criança pequena como um animalzinho, um macaquinho
impudico. Se ela morresse então, como muitas vezes
acontecia, alguns podiam ficar desolados, mas a regra
geral era não fazer muito caso, pois outra criança logo a
substituiria. A criança não chegava a sair de uma espécie
de anonimato.

No século XVI a criança era considerada um adulto em miniatura, sem


distinção entre o mundo adulto e o mundo infantil. Os meninos ficavam sob a
orientação dos pais para educá-los, os ensinando entre outras atividades, a
caçar, montar em cavalos, aprender táticas de guerra, enquanto as meninas
ficavam a sob a responsabilidade das suas mães para ensinar as tarefas
próprias das mulheres como as tarefas de casa.
¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela
Faculdade Santana.
6

As crianças já eram inseridas no contexto social dos adultos, não


possuíam nenhum tratamento diferenciado nem adequado para sua idade, pois
nesta época, a infância era tida apenas como uma transição ou uma preparação
para vida adulta.
No século XVII começou a surgir uma visão diferenciada sobre a infância,
sendo refletidas nas casas, escolas e sociedade, que aos poucos com o passar
dos anos a infância foi sendo vista com um pouco mais de atenção e cuidado. A
partir do século XIX, conhecido como “o século das crianças”, passa-se a
valorizar, proteger e defender as crianças, uma vez que entenderam que são
seres com necessidades, especificidades, com direito a um atendimento mais
específico.
De acordo com Áries (1981, p. 12)
Trata-se um sentimento inteiramente novo; os pais se
interessavam pelos estudos dos seus filhos e os
acompanhavam com solicitude habitual nos séculos XIX
e XX, mas outrora desconhecida.(...) A família começou a
se organizar em torno da criança e a lhe dar uma total
importância que a criança saiu de seu antigo anonimato
que se tornou impossível perde-la ou substitui-la sem
uma enorme dor, que ela não pode mais ser reproduzida
muitas vezes, e que se tornou necessário limitar seu
número para melhor cuidar dela.

Ao adquirir esse novo jeito de ser olhada a criança pode adquirir uma
nova Imagem em que a infância passou a ter diante da sociedade, então
também passaram a ter novos olhares e percpectivas o jogo e o brinquedo,
assumindo papel importante no meio educacional.
Importante salientar que as brincadeiras espontâneas ou orientadas não
significam apenas diversão ou passatempo, mas é inegável o que podem favorever
o desenvolvimento de capacidades como atenção, imitação, memória, inclusive a
evolução do individuo em áreas importantes como: criatividade, sociabilidade,
motricidade e inteligência. Acontece de forma espontânea através dos jogos a

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
7

socialização e construção de saberes, criação de memórias e desenvolvimento em


vários aspectos que vão construindo o indivíduo.
Para Neto (2001, p. 194) “jogar/brincar é uma das formas mais comuns

de comportamento durante a infância, tornando-se uma área de grande atração


e interesse para os investigadores no domínio no desenvolvimento humano”.
Percebe-se a importância do estímulo as brincadeiras no tocante a relação direta
com a curiosidade de investigação sobre a relação que se tem entre os jogos e
o processo contínuo de desenvolvimento do indivíduo em uma fase crucial de
sua vida.
O brincar é institivo da criança sendo algo de suma importância,
representa a alegria, liberdade, e senso de proteção, pode se dizer que uma
criança que brinca desenvolve autonomia, autoconfiança e autoestima,
representando uma infância plena, por meio do jogo a criança passa adquirir
mais segurança em si, pois uma vez que consegue resolver um problema
percebe que é capaz, buscando ir mais além, trabalhando assim sua
independência.
Piaget (1990) observa no universo infantil, três importantes estruturas
mentais apresentadas durante a evolução do brincar que são: o exercício, o
símbolo e a regra.
Ainda segundo Piaget (1990) atividades lúdicas estimulam o
desenvolvimento da inteligência, portanto quando incluído na escola pode tornar-
se uma ferramenta muito importante para o desenvolvimento cognitivo dos
alunos.
Para Vygotsky (1989, p. 53)
A ação imaginária contribui para o desenvolvimento das
regras de conduta social, onde as crianças, através da
imitação, representam papéis e valores necessários à
participação da mesma vida social que elas internalizam
durante as brincadeiras em que imitam comportamentos
adultos.
Partindo do que foi exposto acima fica notório que por meio do jogo a

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
8

criança expõe suas vivências, sua cultura, costumes, ou seja, o resultado da


ação social. O jogo é suma importância para o desenvolvimento infantil, pois faz
a criança imaginar situações, imitar papéis sociais de maneira espontânea e
livre além de proporcionar a interação entre os indivíduos fator indispensável
para o desenvolvimento das relações sociais.
Quando a criança brinca, ela se movimenta, estimula a mente, explora

ambientes externos, elementos muito importantes também para o


desenvolvimento da aprendizagem de aluno, uma vez que a inteligência se
desenvolve a partir das ações realizadas pelo indivíduo no meio em que vive. Em
suma, a atividade lúdica a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece
relações lógicas além de proporcionar a socialização com outras crianças.
Portanto as atividades lúdicas propiciam a criança um momento para
expor seus sentimentos, pensamentos, medos e preocupações que estão em
seu interior, demonstrando-as através das brincadeiras como, por exemplo, o faz
de conta, ou seja, a criança expressa a forma como vê o mundo ou como
gostaria que ele fosse por meio da brincadeira.
Ainda segundo Vygotsky (1979, p. 45)
A criança aprende muito ao brincar. O que
aparentemente ela faz apenas para distrair-se ou gastar
energia é na realidade uma importante ferramenta para o
seu
desenvolvimento cognitivo, emocional, social,
pedagógico.
O tempo de brincar e ser criança pode com o passar dos anos mudar de
perspectivas na visão do próprio individuo já que para os adultos a brincadeira é
uma atividade de distração e relaxamento, para as crianças vai muito além
disso, como vital a sua existência pois permite a ela e x t r a v a s a r s u a
energia, construir seus mundos imaginários e construir seu
próprio eu, para assim descobrirem s o b r e si mesmas e sobre o mundo
que as rodeia.
Segundo Piaget (1978, p. 122) “os jogos de regras constituem a atividade

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
9

lúdica do ser socializado”. O celebre pensador e educador enfatiza que a criança


entende e segue desde cedo através do entendimento de regras de jogos que na
sociedade em diferentes espaços é necessário o cumprimento de leis sociais e
morais.
As brincadeiras no ambiente escolar fazem com que a criança assimile
os conteúdos mais facilmente. Para tanto, é necessário que as aulas sejam bem
planejadas levando em consideração a idade das crianças, o espaço disponível
da escola e as necessidades dos alunos para assim promover atividades
desafiadoras e motivadoras.

A aprendizagem depende da motivação e do interesse que se tem sobre


um determinado assunto, quando o educador consegue instigar a curiosidade e
a vontade da criança em realizar uma atividade, ele proporciona uma aula mais
interessante, participativa e atrativa fazendo com que a aprendizagem ocorra de
maneira leve e mais fácil para seus alunos.
Por isso a importância de uma estratégia pedagógica bem planejada, em
que o educador saiba estimular seus alunos por meio de atividades dinâmicas e
prazerosas. Logo o educador necessita de uma formação que valorize os jogos
no âmbito escolar e que acredite na força que os jogos possuem para o processo
de ensino e aprendizagem.
Para Gonzaga (2009, p. 39)
A essência de um bom professor está na habilidade de
planejar metas para a aprendizagem das crianças, mediar
suas experiências, auxiliar no uso de diferentes
linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando
necessário. Talvez os bons professores sejam os que
respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica
para a sua prática pedagógica.

Para realizar atividades lúdicas é importante ter um espaço adequado e


agradável para que a criança se sinta a vontade e acolhida neste espaço para
atuar de forma individual ou em grupo.
O jogo oferece ao aluno a possibilidade de aprender a lidar com situações
¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela
Faculdade Santana.
10

de conflitos, montar estratégias, entender que um ganha e outro perde e


trabalhar em grupo, ações que trabalham muito a interação social que refletirão
no contexto social.
Quando se fala na área emocional o jogo está incluído também, pois
ajuda na consolidação do autoconhecimento da criança, dando oportunidade da
criança se expressar e mostrar seus sentimentos.

A IMPORTÂNCIA DE SE INCLUIR O LÚDICO NO PLANEJAMENTO


A partir da teoria histórico-cultural percebe-se que o ser humano é produto
do momento histórico, social e cultural de que está inserido. Nesse sentido, o seu
desenvolvimento é considerado como resultado do processo de aprendizagem,
tendo em vista que as experiências vividas pelo sujeito impulsionam seu
desenvolvimento. Dessa forma, entende-se que a interação com o meio e com os
outros indivíduos para a crianças são muito significativas e quanto maior a
diversidade nas atividades propostas, bem como estimulação do
mediador/facilitador mesmo à criança ainda muito pequena, mais rica será a
aprendizagem e, portanto, o desenvolvimento infantil.
Não se pode negar neste processo a imprescindível a participação do
adulto como mediador neste, pois a função do professor na instituição de educação
infantil é a de oferecer e apresentar situações diversificadas, a fim de promover um
desenvolvimento integral da criança, tanto no sentido físico como psicológico e
cognitivo. Com isso, a educação das crianças assume caráter essencial, e a
inclusão do lúdico no planejamrnto atua como impulsionador do desenvolvimento
infantil. Logo, é fundamental pensar-se em uma educação intencionalmente
organizada (Mello 2010). Diante disso:

“Refletir sobre a educação pré-escolar implica levar


em consideração a criança, como sujeito desejante,
ativo, cognoscente, filiado a determinado grupo social
e familiar e, portanto, um sujeito histórico,
condicionado a determinantes socioculturais. Um
sujeito singular em sua maneira de estar no mundo e
de adaptar-se, ao mesmo tempo que precisa
instrumentalizar-se para modificar e reconstruir sua

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
11

própria realidade.” (AROEIRA; SOARES; E MENDES,


1996).

Ao projetar ações que incluam o lúdico na rotina da criança o professor


demonstra seus objetivos e consegue identificar junto com as crianças se estes
foram ou não alcançados com êxito, além de considerar necessidades de
mudanças para que o processo se torne ainda mais rico, divertido e prazeroso. A
bagagem teórica do docente possibilita a compreensão do desenvolvimento infantil,
bem como a compreensão de como a formação e educação se dão no período da
infância com contribuições da ludicidade.
Na educação infantil, o planejamento assume a função de prever as melhores
condições para promover a aquisição de habilidades pela criança, favorecendo seu
desenvolvimento em todas as capacidades. Assim, é inegável que a tomada de
decisões a partir do planejamento se torna indispensável para a concretização do
trabalho na educação infantil, já que é a partir dele que o professor determina o
que quer e aonde quer chegar: seus objetivos e suas metas.
Nesse sentido, o planejamento com ludicidade inclusa requer a preparação
do educador para lidar com diversas situações que ocorrer no decorrer de seu dia-
a-dia, estejam previstas os não. Assim, cabe a ele a capacidade de lidar com
metodologias que incluam brincadeiras, jogos, músicas para as crianças nos
diversos momentos de seu cotidiano, sabendo como intervir nos diversos temas
que surjam no decorrer das atividades a partir dos interesses das crianças. Dessa
forma, Ostetto [s/d] p. 1 destaca que:

“Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar


elaborar um roteiro pra empreender uma viagem de
conhecimento, de interação, de experiência múltiplas
e significativas para com o grupo de crianças.

Planejamento pedagógico é atitude crítica do


educador diante de seu trabalho docente. Por isso não
é uma fôrma! Ao contrário, é flexível e, como tal,
permite ao educador repensar, revisando, buscando
novos significados para sua prática pedagógica.”

Dessa forma, percebe-se que o planejamento feito de forma que inclua ou

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
12

priorize o lúdico, ao traçar os objetivos e metas do educador, requer


intencionalidade e fundamentação do aprender brincando no processo educativo.
Para isso, é necessário que tal intencionalidade não permaneça somente em seu
imaginário, mas seja capaz de programar a proposta de seu trabalho. Deste modo,
o planejar com ludicidade inclusa pode ser definido como um instrumento que
orienta a prática docente ou como um possibilitador de reflexão que permita
fundamentar as decisões tomadas, sendo, portanto, uma ferramenta que lhe
permite reconhecer uma previsão do que acontecerá em sala de aula e até mesmo
lidar com imprevistos.
Assim, a intenção e atuação do professor que planeje observando inserir ludicidade
em sua prática devem partir, portanto de estudo dedicado a área e não à prática de senso
comum, ancoradas por concepções indefinidas e sem fundamentação cientifica que ao

contrário, são insignificantes e limitam o desenvolvimento e a capacidade infantil. Diante


disso é que se afirma a instrução teórica sobre o valor do brincar do docente como subsidio
para sua prática na educação infantil, na qual o conhecimento oferece elementos
mediadores que devem concretizar as suas ações, apresentando uma clara intenção
nestes, para que se concretize o objetivo da educação infantil como nível
educacional, que é promover a construção de novas capacidades psíquicas da criança que
contribuirão para seu desenvolvimento superior e gradual a partir das intervenções
pedagógicas realizadas pelo docente.
Com relação à organização do tempo, há de destaque referente à
importância de que os conteúdos relacionados ao movimento estejam inseridos na
rotina. Propõe-se, ainda, que esteja na rotina atividades de construção de
instrumentos, que podem estimular a imaginação e a capacidade criativa da
criança. Aconselha-se, ainda, que, diariamente, seja garantido um tempo para que
as crianças possam brincar. Estas e outras proposições estão destacadas no
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), atribuindo um
espaço considerável no que diz respeito à rotina nas instituições de educação
infantil.

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
13

METODOLOGIA
Para a realização desta pesquisa foi iniciado um vasto levantamento
bibliográfico, realizando várias leituras por meio de livros, artigos e materiais
disponibilizados pela internet, com a finalidade de aprofundamento sobre o tema.
Segundo Cervo e Bervian (1976, p. 69)
Qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do conhecimento,
supõe e exige pesquisa bibliográfica prévia, quer para o
levantamento da situação em questão, quer para a
fundamentação teórica ou ainda para justificar os limites e
contribuições da própria pesquisa.
Sendo a pesquisa bibliográfica um meio fundamental para obtenção de novas
informações que enriquecem o trabalho, proporcionando mais conhecimentos a cerca
do tema, logo este foi o percurso para a pesquisa.
A pesquisa foi de natureza qualitativa por ser uma abordagem que possibilita
ao pesquisador uma compreensão mais detalhada do objeto de estudo baseada em
Minayo (2001, p. 21-22)
A pesquisa responde a questões muito particulares. Ela se
preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que
não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo
de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e
atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser
reduzidos a operacionalização de variáveis.
A partir do estudo realizado foi possível compreender a importância que lúdico
pode trazer quando incluídos na educação infantil, proporcionando um
desenvolvimento integral uma vez que estimulam diversas áreas no âmbito social,
cognitivo, afetivo e motor, além de ser algo inerente na vida da criança, pois para ela
brincar é viver.
Assim, a educação infantil tem papel de oferecer um espaço em que haja tanto a
ludicidade quanto o cuidado, onde as crianças obtenham aprendizagem adequada,
prazerosa, que anseiem pelas aulas e que aprendam e saibam se relacionar com o
outro, afim de se desenvolver integralmente.

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
14

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ludicidade é primordial na infância em que deve ser vivenciada não só como
uma mera distração, mas também com a finalidade de ampliar suas potencialidades,
pois o conhecimento é construído por meio de suas interações e das trocas com o
meio ao longo da vida.
O presente estudo mostrou como é importante o lúdico não só para vida escolar
mas também para a vida pessoal das crianças, levando em consideração que
contribui para a formação de cidadãos independentes, capazes de interagir com o outro,
de respeitar regras, valores que devem ser tratados desde a infância para se
tornarem adultos melhores. Usar atividade lúdica é uma maneira de ensinar, os
conteúdos escolares de forma mais estimulante promovendo aulas com qualidade indo
de encontro com os interesses e necessidades dos alunos.
Portanto utilizar o lúdico como uma ferramenta nas dificuldades de aprendizagem
pode trazer resultados positivos, pois a criança está envolvida emocionalmente na ação,
ficando mais atenta e a aprendizagem pode se tornar mais significativa. É preciso que
o professor assuma um papel de facilitador do conhecimento oferecendo momentos em
que as crianças trabalhem de forma autônoma e ativa favorecendo a construção da sua
própria aprendizagem. Além disso, faz com que os alunos se divirtam tornando mais
agradável as aulas e consequentemente o processo de aprendizagem.
Podemos concluir então que o lúdico auxilia tanto na aprendizagem quanto no
desenvolvimento pessoal, desenvolve o indivíduo como um todo, dessa forma incluí- lo
na educação infantil durante sua prática docente resultará no desenvolvimento integral
além de tornar as aulas mais dinâmicas e leves para os alunos.

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
15

REFERÊNCIAS:

ÀRIES, Philippe. A HISTÓRIA SOCIAL DA CRIANÇA E DA FAMÍLIA. Rio de Janeiro,


2º edição, editora Guanabara S.A., 1981. Disponível em:
file:///C:/Users/PC/Downloads/ARI%C3%88S.%20Hist%C3%B3ria%20social%20da%2
0crian%C3%A7a%20e%20da%20fam%C3%ADlia_text.pdf Acesso em: 28 de fevereiro
de 2024.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996.

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil.


Brasília: MEC/SEF, 1998.

Caillois, Roger. Os Jogos os Homens, Lisboa Edições Cotovia. 1990. 228 p.18.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. A pesquisa: noções gerais.


Metodologia Científica: para uso dos estudantes universitários. São Paulo,
1976.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários À prática


educativa. 39º ed. São Paulo, editora Paz e Terra, Coleção leitura. 2009. 148 p.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. Editora Atlas, 6º


edição. 2008, Disponível em: https://ayanrafael.files.wordpress.com/2011/08/gil-a-c-
mc3a9todos-e-tc3a9cnicas-de-pesquisa-social.pdf Acesso: em: 22 de março de
2024.

GONZAGA, Rúbia Renata das Naves, A importância da formação lúdica para


professores de educação infantil. Revista Maringá Ensina nº 10 fevereiro/abril
2009.

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.
16

MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa Social. Teoria, método e criatividade.


18º ed. Petrópolis: Vozes, 2001. Disponível em:
http://www.faed.udesc.br/arquivos/id_submenu/1428/minayo 2001.pdf Acesso em:
20 de fevereiro de 2024.

Neto, C. Aprendizagem, desenvolvimento e jogo de atividade física. In G.


Guedes (Ed.). Aprendizagem Motora: problemas e contextos. Lisboa, Edições FMH.
2001

PIAGET, Jean. A Formação do Símbolo na criança. Editora Livros técnicos e


Científicos. 1990.

MELLO, Suely Amaral. As práticas educativas e as conquistas de


desenvolvimento das crianças pequenas. In: RODRIGUES, Elaine, et al.
Infância e práticas educativas. Maringá: Eduem, 2009. p. 11-21.

OSTETTO, Luciana Esmeralda. Planejamento na educação infantil, mais


que a atividade: a criança em foco.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho,


imagem e representação. Rio de Janeiro, editora Zahar, 1978.

RONCA Paulo Afonso Caruso. A aula operatória e a construção do


conhecimento. São Paulo, editora Edisplan, 1989.

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente. São Paulo, editora


Martins Fontes, 1989.

¹Pós Graduanda em Educação, Ludicidade e Desenvolvimento Infantil pela


Faculdade Santana.

Você também pode gostar