Jogos e brincadeiras na educação infantil
5/5
()
Sobre este e-book
Nos seus jogos e brincadeiras, as crianças aprendem muitas coisas que serão internalizadas e transformadas em conceitos, além de satisfazerem muitos de seus desejos e interesses. Na proposta aqui apresentada, elas são vistas como parceiras ativas na aprendizagem, cabendo ao professor respeitar suas características e formas de pensar. - Papirus Editora
Relacionado a Jogos e brincadeiras na educação infantil
Ebooks relacionados
Movimente-se!: Brincadeiras e jogos para o desenvolvimento da coordenação motora Nota: 5 de 5 estrelas5/5Vamos brincar de quê?: Cuidado e educação no desenvolvimento infantil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasColeção Janela do Saber – Desenvolvimento Infantil (Volume 1) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desenho na educação infantil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasLudicidade Na Educação Infantil E Séries Iniciais Nota: 5 de 5 estrelas5/5Educação infantil: Saberes e fazeres da formação de professores Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFalando sério - 100 brincadeiras Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Matemática no cotidiano infantil: Jogos e atividades com crianças de 3 a 6 anos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Fazeres de professores e de gestores da escola da infância Nota: 5 de 5 estrelas5/5Infância, liberdade e acolhimento: Experiências na educação infantil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasJogo, mediação pedagógica e inclusão: Um mergulho no brincar Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducar Crianças Pequenas para Valores: Uma Práxis Impregnada de Cuidado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHenri Wallon e a prática psicopedagógica Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMatemática através de brincadeiras e jogos (A) Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Brincar Como Ferramenta De Diagnóstico E Intervenção Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDança e educação: 30 experiências lúdicas com crianças Nota: 5 de 5 estrelas5/5Jogo de papéis: Um olhar para as brincadeiras infantis Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCorpo, atividades criadoras e letramento Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA escola para todos e para cada um Nota: 5 de 5 estrelas5/5Prática docente Nota: 4 de 5 estrelas4/5Vitória vai à escola: Afetividade como elo entre o cuidar e o educar na educação Infantil Nota: 1 de 5 estrelas1/5Das pesquisas com crianças à complexidade da infância Nota: 0 de 5 estrelas0 notasEducação inclusiva: Jogos para o ensino de conceitos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Práticas Lúdicas Na Educação Infantil Nota: 0 de 5 estrelas0 notasInclusão na Educação Infantil: do viver o preconceito da diferença ao (con) viver com a diferença Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA emoção na sala de aula Nota: 5 de 5 estrelas5/5Desafios da aprendizagem: Como as neurociências podem ajudar pais e professores Nota: 5 de 5 estrelas5/5Matemática na educação infantil: Reflexões e proposições a partir teoria histórico-cultural Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Métodos e Materiais de Ensino para você
Como Convencer Alguém Em 90 Segundos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Sexo Sem Limites - O Prazer Da Arte Sexual Nota: 4 de 5 estrelas4/5Aprender Inglês - Textos Paralelos - Histórias Simples (Inglês - Português) Blíngüe Nota: 4 de 5 estrelas4/5Piaget, Vigotski, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão Nota: 4 de 5 estrelas4/5Ensine a criança a pensar: e pratique ações positivas com ela! Nota: 5 de 5 estrelas5/5Massagem Erótica Nota: 4 de 5 estrelas4/5Nada Pode Me Ferir - David Goggins Nota: 5 de 5 estrelas5/5Curso De Baralho Cigano Nota: 5 de 5 estrelas5/54000 Palavras Mais Usadas Em Inglês Com Tradução E Pronúncia Nota: 5 de 5 estrelas5/5O herói e o fora da lei: Como construir marcas extraordinárias usando o poder dos arquétipos Nota: 4 de 5 estrelas4/5Teorias E Técnicas Da Tcc Nota: 5 de 5 estrelas5/5Meu Maior Desafio Da Vida - Tdah Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRaciocínio lógico e matemática para concursos: Manual completo Nota: 5 de 5 estrelas5/5BLOQUEIOS & VÍCIOS EMOCIONAIS: COMO VENCÊ-LOS? Nota: 4 de 5 estrelas4/5Temperamentos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Aprenda A Se Constelar Na Água Nota: 5 de 5 estrelas5/5Curso De Mapa Astral Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPense Como Um Gênio: Os Sete Passos Para Encontrar Soluções Brilhantes Para Problemas Comuns Nota: 4 de 5 estrelas4/5Jogos e Brincadeiras para o Desenvolvimento Infantil Nota: 4 de 5 estrelas4/5Curso Básico De Violão Nota: 4 de 5 estrelas4/5Por que gritamos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Guia Prático Mindfulness Na Terapia Cognitivo Comportamental Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Avaliações de Jogos e brincadeiras na educação infantil
2 avaliações1 avaliação
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Eu achei muito útil,me transmitiu muito conhecimento e me ajudou bastante no meu trabalho .
Pré-visualização do livro
Jogos e brincadeiras na educação infantil - Regina Ferreira de Lucena
pré-escola.
1
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM EM SITUAÇÃO ESCOLAR
O que as crianças aprendem através da manipulação ativa do meio é, nem mais nem menos, a capacidade de pensar.
Elkind 1964, p. 64
De acordo com Cória-Sabini (1998), aprendizagem, em sentido amplo, pode ser definida como a aquisição de habilidades, hábitos, preferências, ou seja, a aquisição de padrões de desempenhos em resposta aos desafios ambientais. Na sua trajetória de vida, ao enfrentar esses desafios, cada pessoa, à sua maneira e no seu tempo, dá sentido à sua vida e cria sua própria história. Essa história, por sua vez, torna-se geradora de valores, normas, padrões de comportamento que só têm sentido se considerarmos o contexto cultural do indivíduo.
Por estar ligada às questões do conhecimento, a aprendizagem – principalmente em situação escolar – tem sido um dos temas favoritos de teóricos e pesquisadores. Na situação escolar, a aprendizagem pode ser definida como a apropriação do saber histórica e socialmente produzido. Durante o processo de aprendizagem, o aluno parte de seus próprios significados e generalizações e decodifica as informações recebidas, generalizando-as e aplicando-as a novas situações.
De acordo com Monteiro (1996), as teorias psicológicas começaram a buscar mecanismos e explicações de certos aspectos do conhecimento, tais como: percepção, inteligência, memória, atenção etc. Nesse contexto, a aprendizagem foi estudada com o objetivo de compreender como ocorre a construção do conhecimento. Essencialmente, as diferenças teóricas entre os vários estudos focalizaram a questão: O conhecimento é estabelecido a partir de uma relação dinâmica entre o sujeito e o objeto do conhecimento ou o conhecimento é adquirido exclusivamente por condicionamento?
Arendt (1996) afirma:
Se quiséssemos buscar um fio condutor que alinhavasse as discussões teóricas no âmbito dos processos cognitivos, diríamos que, em geral, os modelos conceituais neste campo expressam uma certa relação entre o biológico e o social. As concepções de desenvolvimento sempre formulam uma determinada combinação entre componentes hereditários e sua modificação pela aprendizagem. As abordagens se diferenciam na ênfase dada às estruturas inatas que o sujeito traria consigo em seu patrimônio genético, ou à construção de estruturas cognitivas, a ser efetuada pelo sujeito conhecedor. (p. 231)
No caso das teorias do condicionamento, nada haveria na mente se não tivesse passado antes pelos sentidos. A preocupação maior era descrever unidades elementares e, com base nelas, chegar a associações cada vez mais complexas. A inteligência, nesse caso, era considerada como fruto de associações entre elementos (estímulos e respostas).
Para outros autores, ao contrário, a percepção, a inteligência e outros processos mentais superiores não eram considerados como resultantes da soma de sensações, mas eram fruto da organização de relações em que o todo apresenta qualidades que não se confundem com aquelas dos seus elementos componentes. Nesse caso, o conhecimento ocorreria por um processo de construção em que o sujeito teria uma participação ativa.
Dois teóricos se destacaram como defensores dessa segunda posição: Piaget e Vygotsky.
O pensamento de Piaget
Piaget (1975) afirma que, ao aprender, o indivíduo não tem um papel passivo perante as influências do meio; pelo contrário, procura adaptar-se a elas com uma atividade organizadora; assim, os estímulos não são percebidos tais como são apresentados, mas são interpretados por ele. Antes mesmo de fornecer a resposta, o indivíduo percebe e interpreta esses estímulos, intervindo necessariamente em sua qualificação.
(...) a origem do conhecimento não está somente no objeto nem no sujeito, mas antes numa interação indissociável entre os dois, de tal modo que aquilo que é dado fisicamente é integrado numa estrutura lógico-matemática implicando a coordenação das ações do sujeito. (p. 75)
Com isso, Piaget rejeita a ideia de que a relação entre estímulo e resposta seja realizada por um processo de mera associação, como defendem os teóricos do condicionamento. Para ele, a aprendizagem consiste numa construção de novas coordenações por diferenciação dos esquemas mentais anteriores e isso segundo um processo circular, de modo que, para aprender uma estrutura lógica, é necessário utilizar outras que conduzam a ela ou que a impliquem. Nesse sentido, a aprendizagem é um processo adaptativo se desenvolvendo no tempo, em função das respostas dadas pelo sujeito a um conjunto de estímulos anteriores e atuais
(Piaget 1974, p. 40). Sendo assim, o desenvolvimento é um fator condicionante da aprendizagem.
O desenvolvimento mental da criança surge, em síntese, como sucessão de três grandes construções; cada uma das quais prolonga a anterior reconstruindo-a primeiro num plano novo para ultrapassá-la em seguida, cada vez mais amplamente... Essa integração de estruturas sucessivas, cada uma das quais conduz à construção da seguinte, permite dividir o desenvolvimento em grandes períodos ou estádios e em subperíodos ou subestádios (...). (Piaget e Inhelder 1973, p. 131)
Piaget e Inhelder (1973) afirmam que quatro fatores são responsáveis pelo desenvolvimento: a maturação, a experiência, as interações e transmissões sociais e a equilibração.
Ao discutirem o primeiro fator – a maturação –, os autores apontam que ainda não se conhece o suficiente para saber com precisão quais as condições de maturação que possibilitam a constituição das grandes estruturas operatórias. No entanto, eles acreditam que uma das funções da maturação é abrir possibilidades novas e, nesse sentido, ela é uma condição necessária para o aparecimento de certas condutas, sem, contudo, ser suficiente, pois continua sendo indispensável que as possibilidades abertas se realizem por meio da