Empreendedorismo e Estratégia de Negócios I - Livro Texto
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indivíduo ou de uma instituição. Não é um traço de personalidade, mas sim um comportamento, e suas
bases são o conceito e a teoria, e não a intuição.
Observação
Filion (apud DOLABELA, 2000) diz que empreendedor é uma pessoa que
imagina, desenvolve e realiza visões.
• surgem projetos como Softex (Genesis), Empretec (Sebrae), Brasil Empreendedor, Projeto Reune
(CNI/IEL);
• aumentam entidades de apoio (Sebrae, Endeavor, Instituto Empreendedor do Ano da Ernst &
Young etc.);
• crescem as franquias.
Observação
Para entendermos o que é um empreendedor, não basta defini-lo como alguém que abre ou
compra um negócio próprio. É preciso identificar novas oportunidades, melhorando e/ou modificando
conceitos/produtos e concepções. Nota-se também que, nos diversos conceitos de empreendedorismo,
destacam-se a inovação, a busca de oportunidades, a mudança e a iniciativa. São, portanto, esses
conceitos que nortearão o desenvolvimento do trabalho empreendedor.
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Unidade I
Lembrete
Fazer acontecer e antecipar-se aos fatos, além de ter uma visão de
futuro para a organização, são características de um empreendedor.
Mas o que têm de diferente as pessoas que empreendem? Essas pessoas possuem características
especiais que fazem com que elas sejam persistentes, otimistas e animadas com suas ideias, na visão de
Dornelas (2008). Em qualquer definição de empreendedorismo, encontram-se, pelo menos, os seguintes
aspectos referentes ao empreendedor:
• uso dos recursos disponíveis de forma criativa, transformando o ambiente social e econômico onde vive;
Por essas razões, quando se pensa em um empreendedor, não se deve aliá-lo apenas ao novo
negócio, ou ao criativo, ou ao sonhador. Empreendedores não pensam só em si e extrapolam o ganho
para toda a sociedade. Eles pensam em fazer a diferença para o mundo e para o mundo em que vivem.
Pesquisa brasileira
Segundo uma pesquisa de José Dornelas e Caio Cezar, um estudo qualitativo com 399
entrevistas de empreendedores de sucesso, trabalho apresentado em 2006 no XVI Seminário
Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadora de Empresas, sobre empreendedores no
Brasil, identificar o perfil do brasileiro de sucesso não é algo simples.
Hoje, o Brasil é considerado o sétimo país mais empreendedor do mundo, com 20 milhões
de pessoas que têm o seu próprio negócio ou planejam tê-lo em breve, segundo dados
do GEM (Monitor Global de Empreendedorismo, na sigla em inglês). No entanto, segundo
dados do Sebrae, 59% das pequenas e médias empresas quebram nos dois primeiros anos.
Mais do que isso, no Brasil, ainda se empreende por necessidade, e não pela identificação
da oportunidade.
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Características pessoais
Quadro 2
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Unidade I
• são visionários;
• são dedicados;
• são organizados;
• possuem conhecimento;
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Figura 2 – Empreendedoras
Se esses empreendedores têm tantas características específicas e especiais, seria muito fácil
para as pessoas achá-los “iluminados”, “diferenciados”, ou com algo de muito esquisito para
fazer um negócio dar certo. Na verdade, Dornelas (2007) explica que a maioria do que se pensa
sobre empreendedores são mitos, pensamentos arraigados que não fazem o menor sentido.
Segundo ele, as pessoas acreditam que o empreendedor é uma pessoa diferenciada, que nasce
para o sucesso, que assume altos riscos e é muito solitário. Ele explica a realidade de cada um
desses mitos:
— Realidade: embora empreendedores nasçam com certa inteligência, vontade de criar e energia,
sua formação depende da acumulação de habilidades relevantes, experiência, contatos.
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Unidade I
— Realidade: pode. Sobreviver e florescer “é que são elas”. Empreendedores que entendem a
diferença entre uma ideia e uma oportunidade e “pensam grande” têm mais chances de serem
bem-sucedidos.
— Realidade: se as outras peças e o talento estão no lugar, o dinheiro virá. Dinheiro é como o
pincel e a tinta para um pintor – materiais que, nas mãos certas, produzem maravilhas.
— Realidade: essas qualidades podem ajudar, mas idade não é barreira. O que é crítico é
possuir o conhecimento relevante, experiência e contatos que facilitam reconhecer e
agarrar uma oportunidade.
• Mito 9: qualquer empreendedor com uma boa ideia pode atrair investimentos de risco.
— Realidade: nos Estados Unidos, apenas entre 1 e 3 de cada 100 empreendedores com boas
ideias conseguem atrair capitalistas de risco.
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— Realidade: privilegiar o próprio ego coloca um teto nas possibilidades de crescimento. Os melhores
empreendedores geralmente sabem construir um time, uma organização, uma companhia.
— Realidade: sem dúvida, mas não há evidências de que o empreendedor sofra mais estresse
do que outros profissionais com muita responsabilidade. A maioria dos empreendedores, ao
contrário, acha seu trabalho muito satisfatório.
Empresários em todo o mundo querem ser como Steve Jobs, empresas querem ser
a próxima Apple, mas quem teria a coragem de fazer o que Jobs fez? O cofundador da
Apple, ex-dono da Pixar e criador dos gadgets mais falados dos últimos 10 anos não era um
semideus como alguns podem pregar, mas foi sem dúvida uma das pessoas mais visionárias
e corajosas que apareceu no mundo dos negócios nas últimas décadas. E o que mais é
preciso para mudar a história, além de paixão?
Há 13 anos, a Apple estava à beira da falência. Foi aí que Steve Jobs reinventou uma nova
forma de ouvir música. Depois reinventou o celular e encantou o mundo com a magia do iPad
poucos anos depois. Empresários admiram Steve Jobs, mas não agem como ele. Aqui estão as
principais atitudes — ousadas — que o tornaram o executivo mais admirado da atualidade.
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Unidade I
1. Parceria com o concorrente: pouca gente sabe, mas se não fosse pela Microsoft,
talvez (ênfase no “talvez”) a Apple não estivesse aqui. Em 1997, após muitos anos
no vermelho, Steve Jobs precisava juntar dinheiro rápido e foi esperto o bastante
para procurar Bill Gates. A Microsoft investiu $150 milhões na Apple e foi parceira
da marca na Macworld Expo 97. Jobs justificou, dizendo: “Isso é pela saúde da Apple,
para que ela possa dar grandes contribuições à indústria e voltar a prosperar”. O que,
de fato, aconteceu.
2. Colocar “sexo” nos produtos: Jobs era um vendedor nato. No início, Wozniak cuidava
da engenharia enquanto Jobs tratava de vender e conseguir parcerias. Não sei o que
ele quis dizer com “sexo” quando, em 1998, Jobs convocou uma reunião e disse:
“Sabe o que essa empresa tem de errado? Os produtos são uma droga! Não há sexo
neles.” O que sabemos é que hoje o design dos produtos Apple tem um sex appeal,
desculpem o trocadilho!
5. Produtos que funcionam melhor juntos: a Apple é famosa por favorecer seus
próprios produtos: iPod com iTunes, iTunes com iMacs, interação entre iPhones e
iPads e iTunes store etc. A justificativa por trás disso na opinião de Steve Jobs era: “A
Apple está sempre mostrando que a soma das partes é maior que o todo” .
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9. Vende sonhos, não produtos: foi-se o tempo em que o Mac OS X era o mais
seguro, o mais rápido e o mais estável, mas ficou a imagem de um super produto,
uma grande reputação e o melhor design para se ter na sala de casa. As pessoas não
compram iMac, iPhones e iPads pelo que eles são, mas pelo que eles representam, ter
um Mac é um estilo de vida!
10. Acreditar em si próprio: Steve Jobs disse, no seu famoso discurso em Stanford:
“Tenha a coragem para seguir o seu coração e sua intuição. Ele, de alguma forma, já
sabe o que você quer se tornar”.
O empreendedorismo tem sido preocupação antiga no mundo. Já no século XVII, Richard Cantillon,
escritor e economista considerado por muitos como um dos criadores do termo empreendedorismo,
foi um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (aquele que assume riscos), do capitalista (aquele
que fornecia o capital). Somente no século XVIII, o capitalista e o empreendedor foram finalmente
diferenciados, provavelmente devido ao início da industrialização que ocorria no mundo, por conta da
Revolução Industrial.
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Unidade I
Quadro 3
Lembrete