Aula 02-Indentificando Oportunidades de Negocio

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EXTENSÃO DA BEIRA

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTAO DA EDUCAÇAO

AULA 02: IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES

1. Identificação das Oportunidades de Negócio

Identificar uma oportunidade é o primeiro passo para uma pessoa que quer se tornar um
empreendedor, para tanto ela tem que saber diferenciar oportunidade de ideia.

Segundo o Dicionário Aurélio “oportunidade é ocasião, ensejo, lance, circunstância


adequada ou favorável, conveniência”. Por sua vez, ideia “é a representação mental de uma
coisa concreta ou abstrata, elaboração intelectual, concepção” (FERREIRA, 1999).

A oportunidade para o empreendedor é a concepção da idéia, a idéia por si só não produz


se não tiver a ocasião para pô-la em prática. Segundo Timmons (1994 apud DOLABELA,
1999) “uma idéia não passa de um instrumento na mão de um empreendedor. Da mesma forma
como um pincel pode gerar uma obra-prima ou medíocre, dependendo das mãos que o utilizam,
uma idéia depende de um bom empreendedor para se transformar em um negócio de sucesso”.

Os empreendedores ficam imersos na criação dos novos negócios, passam horas pensando,
planejando, estudando o ambiente para a partir de toda análise poder começar o negócio. O
processo de identificação de oportunidades começa nesse estudo, é ele que irá mostrar qual o
ambiente que a nova empresa irá focar. Segundo Dolabela, as oportunidades podem ser
identificadas através de:

 Brainstormings;
 Estudos de áreas geográficas;
 Estudo de setores;
 Estudos de indústrias específicas;
 Estudos dos recursos renovados e não-renová- veis;
 Estudos do ambiente tecnológico;
 Análise de pauta de importação;
 Análise de transformações e tendências de mercado;
 Mercados emergentes;
 Desenvolvimento dos hábitos prospectivo (antecipar os acontecimentos) e pró-ativo
(tomar a iniciativa, enxergar oportunidades);
 Análise de empresas/setores como cadeia de processos ou unidades de negócios;
 Análise dos movimentos demográficos.

Brainstorming é uma palavra que significa um avançado método para encontrar idéias. É a
criação de novas idéias incomuns em um grupo de pessoas o que permite estimular a
criatividade e identifica- ção de oportunidades de negócios. Uma idéia é um somatório de
brainstorming.

Os estudos das áreas geográficas é uma análise precisa do ambiente onde se pretende
instalar o novo negócio, por exemplo, o arranjo produtivo local do arroz em Caia. Os estudos
das industriais seguem o mesmo processo, focam em atividades fins como, por exemplo, tele-
fonia celular, internet.

Os estudos dos recursos renováveis e não-renováveis é uma análise profunda sobre a


matéria-prima que irá ser utilizada, é através de estudos como esses que estão sendo projetados
o Biodisel, por exemplo. Estudar o ambiente tecnológico segue o conceito anterior, só que
utiliza de recursos de Tecnologia da Informação mais intensamente como o gás natural e a fibra
óptica, por exemplo.

A pauta de importações e suas variações é uma análise macroeconômica que fornece


dados relevan- tes sobre importação e custos decorrentes desse processo. As transformações e
as tendências de mercado é um estudo do comportamento do consumidor e de fatos que possam
ser importantes para a economia e para o mercado, por exemplo, a participação da mulher na
força de trabalho. Analisar os mercados emergentes é a maneira de descobrir novos nichos logo
na iniciação, áreas como educação, lazer, saúde possuem grande abrangência de nichos que
ainda podem ser inicializados.

O empreendedor deve desenvolver hábitos prospectivos e pró-ativo, pois dessa forma


terá a visão, e logo em seguida iniciar o negócio, ter ambição, ser audacioso. Deve analisar as
empresas como unidades de negócios para observar o mercado no qual visualiza uma
oportunidade para poder acompanhar suas transformações e tendências. Como também deve
analisar os movimentos demográficos para visualizar o que ocorre com a população de
determinada região e aproveitar o máximo que ela possa fornecer à empresa, por exemplo, o
aumento da perspectiva de vida, a do brasileiro passou para 80 anos, o que gerou a oportunidade
de novos bancos privados, com o intuito de financiar empréstimos sobre desconto direto na
aposentadoria.

Essa estrutura descrita por Dolabela (1999) torna-se inviável para a maioria dos
pequenos empresários, pelo custo das pesquisas que precisam ser elaboradas. Então Chiavenato
(2005), aborda dois tópicos que são precisos para o empreendedor, o primeiro é iniciar um
negócio que já se tem em mente e descobrir onde ele é viável, para tanto o empreendedor
precisa visualizar o ambiente onde ele pretende colocar sua ideia em prática, por exemplo, caso
ele decida montar uma escola de esportes para crianças, ele precisa saber identificar qual é o
esporte preferido daquela região específica, para, a partir de então, elaborar estratégias voltadas
para essa realidade. Em segundo, é necessário procurar nichos de mercado e, a partir daí,
desenhar um plano de negócios, elaborar estratégias.

Neste contexto descrito por Chiavenato (2005), identifica-se que não é difícil ser
empreendedor, apenas é necessário que o futuro empresário visualize suas idéias e procure
estudar o ambiente no qual ele deseja se instalar. O importante é procurar não fazer o mesmo
que os demais, dessa forma, o mercado torna-se saturado do produto e o risco de o negócio não
dar certo é maior, é preciso correr o risco da inovação, criar para se ter diferencial de mercado.

2. INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE

A inovação deve ser praticada pelo em- preendedor de forma sistemática, ou seja, investir
numa busca deliberada e organizada das mudanças, analisar as oportunidades que as mudanças
podem proporcionar. Vivemos num século em que a cada dia está sendo criado algo novo, e o
novo encanta os consumidores. É esse encantamento que o empreendedor deve buscar. Saber
o que criar com o intuito de fazer com que os seus clientes em potencial se encantem por seus
produtos/serviços.

Segundo Drucker (1995), o processo de inovação sistemática refere a sete fontes para a
identificação de oportunidade. “As primeiras quatro fontes estão dentro da instituição, seja
empresarial ou pública, ou dentro de um setor industrial ou de serviços”. Elas são, portanto,
visíveis, principalmente para quem está dentro daquele setor industrial ou de serviço. As quatro
fontes são:
 O inesperado – o sucesso inesperado, o fracasso inesperado, o evento externo
inesperado;
 A incongruência – entre a realidade como ela é de fato, e a realidade como se presume
ser ou como ‘deveria ser’;
 A inovação baseada na necessidade do processo; e
 Mudanças na estrutura do setor industrial ou na estrutura do mercado que apanham a
todos desprevenidos.

O segundo grupo de fontes para a oportunidade inovadora, um conjunto de três delas,


implica em mudanças fora da empresa ou do setor:

 Mudanças demográficas (mudanças populacionais);


 Mudanças em percepção, disposição e significado; e
 Conhecimento novo, tanto científico como não científico.

Inovações importantes têm tanta probabilidade de surgir a partir de uma análise de sintomas
de mudança (tais como, o sucesso inesperado do que fora considerada uma insignificante
mudança no produto ou no preço), como de surgir da aplicação maciça do conhecimento novo
resultante de uma grande descoberta científica.

Drucker avalia essas fontes como parte do pro- cesso de criação e inovação de uma
oportunidade. Essas fontes devem ser analisadas de forma separada, pois cada uma aborda de
um foco, que ao mesmo tempo, é interligado e único. O estudo do conjunto é que pode
esclarecer a criatividade da oportunidade.

Então, onde está essa criatividade? Todos são capazes de criar? É claro que sim, todas
as pessoas nascem com a habilidade de criar, só que essa fase criativa se dá mais na infância,
pois o mundo ainda é restrito muitas vezes a vida familiar, quando a criança cresce, essa
habilidade tende a ir se deteriorizando com a socialização. O empreendedor precisa ter em
mente que a criatividade pode ser aprendida, e essa aprendizagem ele deve buscar
continuamente.

“Existem técnicas e exercícios para desenvolver um comportamento criativo. Parece


que este advém do hábito de tentar encontrar novas ideias, novas formas de apresentar ideias
antigas, de identificar problemas e inconsistência nos produtos e serviços oferecidos”
(DOLABELA, 1999, p. 92).
Essa busca contínua pela inovação leva o empreendedor a aceitar e a acreditar na
intuição como fonte de ideias. A intuição o leva a apostar em um projeto e a investir em pô-lo
em prática sempre no sentido de criar um diferencial para determinado nicho de mercado.

Um grande expositor de ideias é propagado no mundo inteiro, as feiras e exposições


são onde encontramos diversos empreendedores que de início tiveram um sonho, descobriram
uma oportunidade, criaram e inovaram num mercado já saturado e estão dispostos a propagar
suas ideias, seus sonhos. Uma grande oportunidade de negócios o futuro empreendedor pode
visualizar nessas feiras, basta fazer toda uma análise das situações mercadológicas,
demográficas e começar a criar em cima do já criado, pode melhorar o que já existe ou ter uma
ideia sobre um complemento que possa acompanhar o produto já existente.

REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Dando asas ao espírito empreendedor. 1 ed. São Paulo: Saraiva,
2005. DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. 6 ed. São Paulo: Cultura, 1999.

DRUCKER, Peter F. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneurship): prática e


princípios. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.

FERREIRA, Aurélio B. H. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3 ed.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.

FILION, L. J. O planejamento do seu sistema de aprendizagem empresarial: identifique uma


visão e avalie o seu sistema de relações. 1991. Disponível em: www.rae.com.br/rae. Acesso
em 21 março 2008.

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