Aula 2 - Pós Graduação

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AULA 2

INTEGRAÇÃO DE PROJETOS

Profª Priscila da Paz Vieira


CONVERSA INICIAL

Na primeira aula, além de resgatarmos alguns conceitos importantes, como


a definição de projeto, tivemos a oportunidade de conhecer as entradas do
processo “desenvolver o termo de abertura do projeto”.
As entradas são os elementos que influenciam o desenvolvimento, neste
caso específico, do termo de abertura do projeto. Quais são as entradas deste
primeiro processo, você lembra?
Nesta segunda aula, vamos aprofundar no estudo do TAP – Termo de
Abertura do Projeto –, documento que, durante o primeiro processo do
gerenciamento da integração, formaliza o início do projeto. Avaliaremos as
ferramentas deste processo e os elementos essenciais para a principal saída
deste processo que é o TAP.

CONTEXTUALIZANDO

Você sabia que os projetos têm “certidões de nascimento”? Isso mesmo!


Todos os projetos precisam ter autorização para existir.
Já imaginou se alguém da sua empresa começa a dar orientações,
distribuir atividades, avaliar o resultado, sem ter, para tal, algo que lhe autorize?
Seguramente, esta pessoa será considerada uma metida, ou, então,
alguém que não quer fazer seu trabalho e o “terceiriza” aos demais. É por isso
que as melhores práticas de gerenciamento de projetos definidas pelo PMBOK
recomendam que todos os projetos disponham de um documento que autorize a
sua realização e, ainda, determine quem será o gerente de projetos.
Este documento é o Termo de Abertura do Projeto.

TEMA 1 – FERRAMENTAS: “OPINIÃO ESPECIALIZADA” E “TÉCNICAS DE


FACILITAÇÃO”

O PMBOK recomenda o uso de ferramentas e técnicas para desenvolver o


Termo de Abertura do Projeto. Nosso objetivo é conhecer os dois instrumentos
deste processo.

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Figura 1 – Entradas, ferramentas e saídas

1.1 Opinião especializada

Especialistas devem ser requisitados para contribuir com a avaliação das


entradas utilizadas para desenvolver o termo de abertura.
Por exemplo, considere a situação: há um projeto de construção de uma
ponte, em que o patrocinador considera primordial o desenvolvimento de ações
que envolvam a comunidade do entorno. O TAP deve incluir os requisitos desta
ação com a comunidade. Um especialista em desenvolvimento local pode auxiliar
na elaboração do documento.
Os especialistas podem estar na organização (técnicos, gerentes etc.) ou
fora dela, oriundos de instituições de ensino, consultorias, organizações
profissionais, escritórios de projetos, etc.

1.2 Técnicas de facilitação

As técnicas de facilitação ajudam as equipes a realizar as atividades


previstas no projeto e podem orientar, consequentemente, o desenvolvimento do
termo de abertura do projeto.
O PMBOK faz referência a algumas técnicas:

a. Brainstorming ou “chuva de ideias”: pode ser definido como uma


ferramenta usada “para que um grupo de pessoas crie o maior número de
ideias acerca de um tema previamente selecionado” (Meirelles, 2001, p.
20).

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b. Resolução de conflitos: a diversidade de interesses e opiniões pode gerar
conflitos em projetos, os quais podem surgir quando a equipe está
elaborando o TAP. Algumas técnicas indicadas são: colaborar para a
resolução do conflito; comprometer (negociação) as partes interessadas
para o ganha-ganha; forçar (imposição) uma posição frente à outra;
suavizar (panos quentes) destacando as áreas em comum, e não as
diferenças; recuar (retirada), postergar uma decisão,
c. Solução de problemas: inclui definir o problema e a tomada de decisão.
A definição do problema está relacionada à avaliação de sintomas (internos
ou externos) e de causas (técnica, gerencial ou interpessoal). A tomada de
decisão está se refere à identificação das possíveis soluções e à escolha
entre elas.
d. Gerenciamento de reuniões: são diversas as técnicas que orientam a
realização de uma reunião eficiente. Em sua maioria, elas indicam: 1. o
assunto deve ser previamente definido; 2. escolher e preparar a equipe
participante; 3. definir tempo; 4. estruturar pauta e orientar-se por ela; 5.
registrar a memória da reunião.

TEMA 2 – DEFINIÇÃO DE TAP, FUNÇÃO E CARACTERÍSTICAS

Como vimos, o Termo de Abertura do Projeto, ou TAP, é a “certidão de


nascimento” do projeto. O TAP, um dos principais documentos de um projeto
(junto de outros, como a Declaração do Escopo e o Plano de Gerenciamento do
Projeto), é emitido pelo patrocinador ou iniciador do projeto.
O PMBOK define o termo de abertura como: “Desenvolvimento de um
documento que formalmente autorize a existência de um projeto e forneça
autoridade ao gerente de projeto para aplicar os recursos da organização nas
atividades do projeto” (PMBOK, 2013, p. 63).
O Termo de Abertura conecta as operações rotineiras da organização
responsável pelo projeto e a aprovação do início das atividades do projeto. É a
autorização formal para o início das atividades e está presente no grupo de
processo de iniciação, na área de conhecimento Integração, processo
Desenvolver Termo de Abertura do Projeto.
O TAP tem por função consolidar as informações coletadas na iniciação do
projeto (seja por meio do Business Case, ou da Declaração de Trabalho, por
exemplo) e fornecer ao gestor as condições para que ele possa conduzir o projeto,

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dando-lhe autoridade para utilizar os recursos financeiros, equipamentos e
pessoas para a realização das atividades previstas no projeto.
O Termo de Abertura reúne algumas características:

1. Elaborado pelo diretor/patrocinador com autoridade formal na organização.


2. Reconhece e autoriza formalmente a existência do projeto e deve ser
amplamente divulgado na organização.
3. Identifica as linhas de reporte do gerente de projeto (a quem responde).
4. Define as atribuições e responsabilidades do gerente de projeto.
5. Deve fazer referência a:
a. justificativa;
b. objetivos;
c. requisitos;
d. premissas;
e. restrições.

Avaliaremos cada um destes elementos, iniciando pela Justificativa.


A justificativa responde à motivação que comprova a necessidade de
realizar o projeto. Pode ser resultado de uma oportunidade ou de uma demanda.
Deve responder à pergunta: “por que realizar o projeto?” Observe um exemplo.
• Oportunidade: Implementação de sistema ERP – a complexidade do
mercado em um mundo globalizado exige que as organizações utilizem
sistema para realização da gestão da sua informação para manter-se
competitiva no mercado.
• Demanda: Implementação de nota fiscal eletrônica – uma mudança na
legislação brasileira exige que empresas emitam notas fiscais eletrônicas,
garantindo a integração de informação entre as instituições tributárias em
todos os níveis (federal, estadual, municipal).

Na justificativa deve aparecer, de forma explícita, os motivos que orientam


a realização do projeto. Quais os problemas identificados e a resposta da
organização para eles. O Business Case apresenta diversos elementos que
justificam a realização de um projeto. Lembre-se de sempre consultar este
documento para elaborar o seu TAP.

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TEMA 3 – OBJETIVO SMART

Os objetivos de um projeto devem expressar os resultados esperados ao


seu término. Devem anunciar as entregas importantes do projeto e responder à
pergunta: “o que será realizado no projeto?”
A literatura em gestão destaca que um bom objetivo deve ter algumas
características específicas: ser escrito de forma simples, mensurável, acordado,
realista e delimitado temporalmente. Em resumo, um bom objetivo deve ser
SMART.

• S – Specific (“específico"/SIMPLES) – Deve definir de forma exata e clara


o que se espera alcançar com o projeto. Os objetivos devem expressar uma
meta que seja compreendida por todas as partes interessadas – isso
garante que os esforços sejam orientados para uma mesma direção.
Exemplo:
X “Ser mais eficientes no gerenciamento de qualidade da fábrica”.
✓ “Produzir relatório comparativo do desempenho das máquinas em
horários de pico ao final de cada dia, durante as próximas três semanas”.
A primeira frase é subjetiva, o que pode provocar confusão e dispersão dos
esforços da equipe do projeto, no uso de recursos e no controle da
implementação do plano. Já a segunda frase é mais objetiva, definindo,
inclusive, uma meta orientadora para a equipe.
• M – Measurable (“mensurável”) – Até onde queremos ir/chegar com o
projeto? Um objetivo SMART responde a esta pergunta e esta informação
orientará a equipe sobre o quão longe ou perto estamos para atingir o
objetivo definido. Para tal, é necessário definir um indicador, medido em
valores, percentuais, quantidades etc. Exemplo:
X “Diminuir os inadimplentes”.
✓ “Reduzir em 20% a taxa de inadimplência dos clientes corporativos até o
lançamento da próxima coleção”
A primeira frase não indica até onde queremos chegar com “a diminuição
dos inadimplentes”. A segunda, por sua vez, aponta concretamente a meta
e o indicador que orienta o objetivo.
• A – Achievable (“atingível”/ACORDADO) – o objetivo deve desafiar a
equipe para estimulá-la e, ao ser alcançado, deve ser celebrado como uma
grande conquista. É importante, por outro lado, considerar que o objetivo

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não deve ser excessivamente agressivo ou inalcançável, pois pode
desmotivar a equipe antes mesmo que esta inicie o trabalho para alcançá-
lo. Para ser um objetivo atingível, ele dever se específico e mensurável.
• R – Relevant (“relevante”/REALISTA) – o alcance de um objetivo deve ter
significado/ser importante para alguém. O resultado da realização da ação
deve provocar benefícios para alguém ou uma organização e ter significado
subjacente às ações que compõem o plano de ação. Utilizando o exemplo
do objetivo de reduzir a taxa de inadimplência, percebemos que ele está
vinculado uma ação de, por exemplo, definir estratégias de fidelização dos
clientes, ou políticas de desconto.
T – Time (“Tempo”) – um objetivo é SMART quando inclui um prazo definido
e delimitado na linha do tempo. Esta delimitação do tempo é necessária
não apenas para garantir o controle do projeto, como também para
organizar o trabalho da equipe e os recursos que serão utilizados. Exemplo:

Objetivo: Lançar um novo produto para o mercado de baixa renda na zona


rural em 12 meses.

Poderíamos investir em pesquisa e desenvolvimento para este produto


durante muitos meses, inclusive por diversos anos. No entanto, o objetivo delimita
um período, e evita que o prazo seja interpretado de diferentes formas pela equipe
do projeto.
Dica: ao redigir os objetivos do seu projeto, revise-os, perguntando-se se eles são
“objetivos SMART”.

TEMA 4 – REQUISITOS, PREMISSAS E RESTRIÇÕES

O Termo de Abertura do Projeto deve incluir os requisitos, as premissas e


as restrições dos projetos. Estes três elementos, apesar de algumas vezes serem
confundidos, apresentam informações diferentes do projeto. Dedicaremos este
tema para defini-los e evitar qualquer confusão entre eles.
Os requisitos são todas as coisas que o cliente sabe referente ao que ele
quer com o projeto. São as funcionalidades e especificações do produto final do
projeto. Os requisitos são detalhados durante o planejamento, conforme as
restrições de orçamento e cronograma que estejam previstas no projeto.
O Dicionário Aurélio define o requisito como “condição necessária para a
obtenção de certo objetivo, ou para o preenchimento de certo fim”. No âmbito da

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tecnologia, pode-se encontrar diversas definições. A apresentada pelo Institute of
Electrical and Electronics Engineers (IEEE) é bastante ampla: “uma condição ou
capacidade que um usuário necessita para resolver um problema ou alcançar um
objetivo. Uma condição ou capacidade que deve ser satisfeita por um sistema
para satisfazer um contrato ou um padrão”.
A literatura refere-se a diferentes tipos de requisitos:

• Requisitos do projeto: condições relativas ao negócio, ao gerenciamento e


à entrega do produto/serviço.
• Requisitos do produto: condições técnicas, de segurança, de desempenho.
• Requisitos funcionais: definem como o produto/serviço vai agir, o que deve
fazer, suas funcionalidades e serviços, devendo ser descritas
detalhadamente.
• Requisitos não funcionais: definem as características do sistema e suas
restrições.

Exemplo: em um projeto de implementação de sistema de gestão ambiental


em uma rede de restaurantes em Curitiba, um dos requisitos do cliente é que seja
estabelecido um sistema de captação de água da chuva em todas as unidades.
As premissas são informações adotadas como verdadeiras para efeito de
planejamento do projeto, desconhecidas pela equipe de projeto e, por isso, podem
provocar riscos. Para evitar incertezas e diminuir os riscos do projeto, as
premissas devem ser identificadas e confirmadas no decorrer do projeto.
No dicionário, a definição de premissa é “proposição; fato inicial a partir do
qual se inicia um raciocínio ou um estudo”.
Exemplo: em um projeto de sistema de gestão ambiental, os equipamentos
para o sistema de captação de água da chuva serão de produção nacional; a
cotação do dólar não ultrapassará o valor de R$ 3,15 durante a execução do
projeto.
As restrições são elementos que limitam ou condicionam as possibilidades
na gestão do projeto, como predefinição de orçamento; cláusulas de contrato;
limite no cronograma. As restrições são apresentadas ao início do projeto,
portanto, são definidas/conhecidas, não gerando riscos ao projeto. Por outro lado,
a forma com o gerente de projetos organiza o projeto para atender as restrições
pode gerar riscos e incertezas.

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O dicionário define as restrições como o “ato ou efeito de restringir;
limitação”.
Exemplo: em um projeto de sistema de gestão ambiental, a mão de obra
para instalação do sistema de captação de água deve ser recrutada na região de
instalação de cada restaurante; o projeto deve ser entregue em 24 meses.

TEMA 5 – RELAÇÃO DO PROCESSO 4.1 COM PROCESSOS DAS DEMAIS


ÁREAS

Como já se disse, o Termo de Abertura é a “certidão de nascimento” de um


projeto. Paulo Mei (2014), por outro lado, compara o TAP à uma procuração, já
que ambos os documentos autorizam um “procurador” a realizar uma atividade.
O TAP define um gerente de projetos. Além disso, delega poderes ao
gerente, dando-lhe autoridade para fazer uso de recursos (tanto de pessoas,
como de recursos financeiros) para cumprir com o objetivo definido no projeto,
durante um período limitado e pré-definido.
Além disso, o TAP é importante instrumento de formalização do “patrocínio”
do projeto: “para controlar os recursos de seu projeto, o chefe ou gerente formal
precisa de um forte patrocínio e o TAP formaliza o patrocínio e transfere
temporariamente certa autoridade ao gerente de projetos, situação fundamental
para que consiga atingir os objetivos” (Mei, 2014, p. 14).
Em resumo, o TAP é o documento que marca o início do projeto e ainda
garante seu patrocínio. Constitui-se o principal documento para iniciar o
planejamento do todas as demais áreas de conhecimento do gerenciamento do
projeto, em especial, o Plano de Gerenciamento do Projeto.

Figura 2 – Plano de Gerenciamento do Projeto

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Como mostra a figura, o processo 4.1 – Desenvolver o Termo de Abertura
do Projeto – é entrada para a construção de diversos outros processos. O TAP,
portanto, é um elemento que influencia o desenvolvimento de diversos outros
processos.
Em Gerenciamento de Integração, o processo 4.1 é entrada para o
processo 4.2 – Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto.
• Em Gerenciamento de Escopo, o processo 4.1 é entrada para os processos
5.1 – Planejar o gerenciamento de escopo –; 5.2 – Coletar os requisitos –
e 5.3 –Definir o escopo.
• Em Gerenciamento de Tempo, o processo 4.1 é entrada para o processo
6.1 – Planejar o gerenciamento de cronograma.
• Em Gerenciamento de Custos, o processo 4.1 é entrada para o processo
7.1 – Planejar o gerenciamento de custos.
• Em Gerenciamento de Riscos, o processo 4.1 é entrada para o processo
11.1 – Planejar o gerenciamento de riscos.
• Em Gerenciamento das Partes Interessadas, o processo 4.1 é entrada para
o processo 13.1 – Identificar as partes interessadas.

FINALIZANDO

O objetivo dessa segunda aula foi conhecer as ferramentas recomendadas


pelo PMBOK para a elaboração do Termo de Abertura do Projeto.
Além disso, avançamos no conceito do TAP e conhecemos os elementos
que compõem este documento que, além de autorizar a realização do projeto,
designa e dá autoridade ao gerente do projeto, o qual será responsável por
planejar, implementar, avaliar e encerrar todas os demais processos do
gerenciamento de projetos.
Concluímos, assim, a análise do primeiro processo do Gerenciamento de
Integração, que é o processo 4.1 – Desenvolver o Termo de Abertura do Projeto
– processo fundamental e orientador para o desenvolvimento e gerenciamento do
projeto.
Na próxima aula, avançaremos no estudo sobre o Gerenciamento de
Integração, avaliando o conceito e conteúdo do Plano de Gerenciamento do
Projeto, que resulta no PGP, um dos documentos mais importantes para o
gerenciamento do projeto.

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LEITURA COMPLEMENTAR

Texto de abordagem teórica

Texto: “Melhores práticas: Você sabe diferenciar Requisitos, Especificações,


Restriçõese Premissas?”. Disponível em: <http://pmodealernet.blogspot.com.br/2
013/01/melhores-praticas-voce-sabe-diferenciar.html>.
Descrição: Este texto, originalmente publicado na Revista Mundo PM, apresenta
as diferenças entre premissas, restrições e requisitos.

Texto de abordagem prática

Artigo: “Aeroporto Denver Internacional”. Disponível em:


<https://brasil.pmi.org/brazil/KnowledgeCenter/~/media/9A4026CD6A9C4A54923
701FC6BB851A1.ashx>.
Descrição: Este artigo apresenta o projeto do aeroporto de Denver. Descreve o
uso das melhores práticas em gerenciamento de projetos. Você é capaz de
identificar a justificativa e os objetivos do projeto? Quais são os limitadores do
gerenciamento do projeto (restrições)? O patrocinador determinou algum
requisito? A equipe de projeto considerou alguma premissa para fins de
planejamento?

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REFERÊNCIAS

MEI, P. Gerenciamento da Integração em Projetos. Rio de Janeiro: Elsevier,


2014.

MEIRELES, M. Ferramentas administrativas para identificar, observar e


analisar problemas: organizações com foco no cliente. São Paulo: Arte e
Ciência, 2001.

PMI – Project Management Institute. Um guia do conhecimento em


gerenciamento de projetos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

VARGAS, R. V. Manual prático do plano de projeto. 5. ed. Rio de Janeiro:


Brasport, 2014.

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