Estruturação Da Proposta de Intervenção

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ESTRUTURAÇÃO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Para que o desenvolvimento de projeto interno seja possível, é necessário que ele passe pela
aprovação de várias esferas na empresa. Tanto o setor responsável quanto a área financeira e
o alto escalão normalmente estão envolvidos nesse processo.

Convencer a todos pode parecer um desafio. Por outro lado, adotar a abordagem correta
impacta positivamente os resultados. Nesse sentido, estruturar uma proposta é o melhor
caminho para ter mais chances de receber o sinal verde.

Para que você tenha sucesso nessa tarefa, veja quais elementos incluir e como utilizar cada
um deles:

Comece introduzindo o contexto do cenário

É importante que as pessoas saibam por que o projeto interno é relevante e como está a
situação atualmente.

Um negócio que já tenha uma boa estrutura de TI, por exemplo, pode não entender por que
modernizar outras áreas ou recorrer a soluções mais atualizadas do que as que já são
aplicadas.

Nesse caso, é necessário apresentar os resultados atuais do negócio e dos concorrentes,


bem como o funcionamento das soluções.

A ideia não é convencer de imediato. Em vez disso, o propósito é fazer uma breve
introdução ao tema, para que todas as visões fiquem assentadas e alinhadas.

Apresente a justificativa para o projeto


Na sequência, é o momento de justificar a existência da proposta e do projeto. Não é preciso
defender a execução — que será apresentada mais à frente —, mas a ideia envolvida na
transformação que será empregada.

Essa é a hora de trazer dados e fatos concretos para a abordagem. É preciso demonstrar o que
a empresa está perdendo ao não realizar tais ações ou o que ela pode conquistar ao
concretizar a transformação.

Esse elemento precisa ser muito bem fundamentado e tem que apresentar a urgência e a
relevância de tudo ser colocado em prática. Muitas vezes, é o que convence o alto escalão a
executar o projeto.

Estabeleça objetivos e metas

Para funcionar, qualquer ação precisa ter interesses claramente definidos. No


desenvolvimento de projeto interno de uma companhia, isso não é diferente, e os resultados
esperados não podem ficar de fora.

É necessário, portanto, apresentar quais são os objetivos com essa realização. Todas as
expectativas devem estar claramente apresentadas, de modo que os responsáveis pela decisão
compreendam o cenário que será obtido ao final.

No caso do exemplo, a empresa busca melhorar a estrutura de TI, que é o objetivo principal.
Dele, podem derivar diversas metas, como a implantação de um novo sistema de automação
ou a entrada de tecnologia em uma área estritamente manual.

Isso ajuda a melhorar a visualização de execução, além de orientar sobre quais ações devem
ser empregadas.

Realize análises de risco e de viabilidade

Porém, nem tudo que é desejado é, de fato, viável. No desenvolvimento de projeto interno,
pode-se chegar à conclusão de que a ação nunca foi feita por não ser adequada à companhia.
Portanto, é preciso realizar e apresentar as análises dessa execução. Faça uma prospecção de
riscos e apresente a matriz, determinando quais são os mais importantes ou que têm maior
impacto no empreendimento.

Faça também uma avaliação sobre a viabilidade técnica e financeira de execução, de modo a


compreender se a empresa possui a capacidade de colocar essa mudança em prática.

CONSTRUÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO DO PROJETO DE


INTERVENÇÃO

As diretrizes conceituais e concepções norteadoras devem dar sustentação para o projeto em


construção e permitir a compreensão, de modo mais amplo, da problemática escolhida para
intervenção, tanto quanto sustentar a sua justificativa e nortear a direção para a metodologia
a ser empregada.

Aqui é o momento de realizar uma pesquisa bibliográfica para embasar o projeto,


selecionando o material para leitura que está relacionado ao foco da intervenção. Nesse
sentido, você deve determinar a perspectiva ou o referencial teórico que irá sustentar ou dará
respaldo técnico à proposta de intervenção. É importante atentar para que haja uma coerência
entre o referencial teórico escolhido e a metodologia de intervenção proposta.

METODOLOGIA

Como atingir meus objetivos? Quais caminhos serão adotados para colocar o projeto em
marcha? As respostas a essas questões remetem ao método do projeto de intervenção.

A metodologia define, portanto, o caminho para se chegar a um fim; ou seja, o conjunto de


meios dispostos convenientemente para investigar o tema ou a problemática escolhida,
concretizando-se em etapas ou momentos a serem seguidos em um processo de investigação
ou intervenção científica.  

Assim, a metodologia indica o que fazer; isto é, orienta, de forma geral, a atividade a ser
realizada e se desdobra no planejamento das ações concretas do projeto. Faz-se necessário,
no entanto, também saber o como fazer, ou seja, a maneira mais adequada de realizar cada
ação, concebendo-se as técnicas que serão utilizadas. A técnica assegura, efetivamente, a
instrumentação específica das ações em cada momento do projeto. É, portanto, fundamental
definir os instrumentos a serem utilizados para a implementação das ações do projeto.

É importante pensar que, conforme o tema e o objetivo definidos para intervenção, irá se
conformar uma metodologia mais adequada para a realidade escolhida. Há, por exemplo,
metodologias de caráter mais quantitativo, que se adequam melhor quando o alvo incide
sobre grandes populações, como um levantamento sobre padrão de uso de drogas de uma
determinada população. Existem, ainda, outras metodologias mais qualitativas, destinadas a
trabalhar com populações mais específicas e voltadas para uma escuta dos significados que
as pessoas atribuem a determinadas situações.

Há, na verdade, muitas possibilidades de metodologia. Por isso, ela só deve ser definida
após estarem delineados os objetivos, a problemática e a população-alvo do projeto de
intervenção.

É importante, portanto, definir passo a passo, a partir de cada objetivo específico elencado,
as ações previstas e os instrumentos necessários para alcançar os resultados esperados, a fim
de ter clareza das etapas que devem ser estabelecidas em seu projeto. Assim, convidamos
você a refletir sobre as questões a seguir.

Como você vai alcançar os objetivos propostos, considerando a realidade local e a população
escolhida para a intervenção?

De que forma – passo a passo – a intervenção ocorrerá; ou seja, que ações serão
desenvolvidas para que cada objetivo específico seja alcançado?

Como alcançar os resultados esperados para cada ação planejada?

Quais as técnicas ou os instrumentos necessários para sua realização?

Determine o orçamento e os prazos

É vital, tanto para a sustentabilidade quanto para a continuidade de um projeto, gerenciar os


seus próprios custos, o que implica planejamento, estimativa, orçamento e controle dos
custos que serão necessários para a conclusão do projeto, com base em uma previsão
orçamentária, sendo necessário, portanto, organizar o orçamento parcial de cada etapa e o
orçamento total do projeto.

Com tudo isso apresentado, é o momento de apresentar dois dos elementos mais cruciais:
o orçamento proposto e o prazo necessário para o cumprimento da ação.

Como preveem a mobilização de recursos, esses pontos são críticos para que o projeto seja
ou não aceito. Orçamentos que são muito elevados, sem que haja um retorno adequado, por
exemplo, tendem a ser rejeitados. Da mesma forma, prazos muito longos normalmente
trazem problemas para a execução, ainda mais quando o retorno não é proporcional.

Tudo isso deve ser dimensionado segundo as características e necessidades do


empreendimento e da tarefa, chegando a valores equilibrados.

Elabore um escopo para a execução

Depois, é hora de estabelecer o escopo, ou seja, definir como tudo será executado se for
aprovado. Ele ainda não precisa ser completamente estabelecido, que é o que acontece antes
de o projeto ser iniciado.

Esse não é um fator rígido, porque, afinal, trata-se de uma proposta. Mas é interessante
definir quais são as etapas de execução e seus prazos aproximados, bem como
a metodologia que pode ser empregada.

Determinar que o método Scrum ou o PMBOK será aplicado na modernização do TI da


empresa, por exemplo, pode ser uma ação mais eficiente do que deixar isso a cargo de quem
avalia.

Esse escopo formará o esqueleto principal da proposta e demonstrará que tudo é, de fato,
realizável, como a análise de viabilidade demonstrou.

IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS DISPONÍVEIS

Nesse sentido, é importante ter clareza em relação às questões elencadas a seguir.


Quais recursos humanos (pessoas a serem envolvidas na execução do projeto), materiais (de
consumo, permanentes), financeiros e políticos são necessários para a realização do projeto?

Com que tipos de parcerias o projeto pode contar?

Qual rede (de pessoas, instituições apoiadoras, associações, universidades, instituições


governamentais etc.) está à disposição para apoiar e/ou sustentar a realização do projeto?

Que marco legal e político (comunitário/municipal/estadual) sobre o qual deve-se apoiar o


projeto de intervenção em elaboração?

A proposta é viável em termos dos recursos disponíveis? Será preciso captar novos recursos?

Defina responsáveis e delegue tarefas

Além de dispor de tempo e de orçamento, o desenvolvimento de projeto interno exige equipe


técnica capacitada para desempenhar as funções.

Como quem elabora tem melhor visibilidade inicial sobre quem deve se envolver, é relevante
estabelecer possíveis responsáveis por cada tarefa. A delegação demonstra organização na
apresentação de proposta, além de denotar quais passos exigem maior atenção.

Mesmo que as escolhas não sejam mantidas após a aprovação, elas já proporcionam uma
ideia de quais recursos humanos precisam ser empregados.

Novamente tratando do exemplo, essa etapa provavelmente exigirá profissionais de TI e o


próprio suporte das empresas contratadas, de modo a criar os efeitos esperados.

ELABORAÇÃO DO CRONOGRAMA DE SEU PROJETO

Quanto tempo será necessário para a realização de cada ação?

Essa é uma pergunta muito importante, pois é preciso definir o tempo a ser dispensado para
cada etapa. O cronograma, portanto, ajuda você a organizar o projeto, dando maior clareza
nos passos e etapas a serem seguidos no desenvolvimento do processo. Esse tipo de
organização é necessário para ter certo controle do desenrolar das ações dentro do tempo
previsto. Implica, evidentemente, deixar explícito o prazo e o tempo para organização e
implementação das ações. É importante que os parceiros e grupos participantes se localizem
no plano de atividades, organizado em um cronograma, o que demonstra o compromisso da
equipe gestora com o projeto.

O cronograma deve ser composto por três pilares básicos: o objetivo específico, as ações
nele previstas e o tempo em meses que cada uma dessas ações será realizada. É interessante
destacar, também, as datas de início e fim do projeto.

Estabeleça os parâmetros de acompanhamento e possíveis ações

Por fim, estão as métricas de acompanhamento. Elas determinam como a gestão deve
acompanhar o andamento do projeto e como a execução pode ser verificada.

A intenção é trazer segurança antecipadamente, de modo a aumentar as chances de o prazo e


o orçamento serem cumpridos conforme foi determinado.

Como alguns dos riscos podem se concretizar, também é interessante ter um plano de
mitigação e saber quais ações devem ser executadas. Se o novo sistema de automação não
der certo, por exemplo, é importante recorrer ao suporte ou revisar processos para garantir a
integração.

Com isso, a equipe terá orientações do que fazer se algo sair errado, evitando desperdícios.
Ao mesmo tempo, contribui para que a proposta seja bem avaliada e, possivelmente, aceita.

Uma proposta de desenvolvimento de projeto interno que tenha esses elementos se torna
muito mais completa e persuasiva. Além de tudo, a empresa ganha segurança e controle,
favorecendo a execução das tarefas. Por isso, vale a pena empregar esses passos para
melhorar a proposição.

AVALIAÇÃO DE PROCESSO E DE RESULTADOS


A avaliação do processo deve anteceder e/ou acontecer em paralelo à avaliação de
resultados. Ela deve descrever qualitativa e quantitativamente as etapas do projeto, refletindo
sobre o que se fez, as razões relacionadas, as decisões práticas durante o processo, o tempo
despendido em cada etapa do projeto, as dificuldades enfrentadas, as mudanças que se
fizeram necessárias ao longo de seu desenvolvimento. Inicialmente, a investigação deve
partir de indicadores quantitativos, tais como: o número de pessoas por segmento do público-
alvo atingido pelo projeto; número de atividades desenvolvidas; número de instituições
envolvidas; e número de pessoas formadas para serem multiplicadores no projeto.

Posteriormente, deve-se avaliar os aspectos qualitativos da implementação: se houve


adequação dos processos e instrumentos utilizados no projeto; como foi o desenvolvimento
das atividades nos diversos níveis de ação previstos; como foi o envolvimento das pessoas
do território; como foi a participação das entidades parceiras; discutir as facilidades e
dificuldades do desenvolvimento do projeto. Outra possibilidade de instrumento de avaliação
de processo é avaliar a aceitabilidade dos vários autores que participaram do projeto, através
de inventários de satisfação, aplicados tanto com o público-alvo como com os aplicadores do
programa. A avaliação de resultados, por sua vez, analisa se os objetivos foram atingidos, se
foram alcançados, portanto, os desfechos almejados, ou seja, se foram produzidas as
mudanças previstas pela intervenção preventiva, alterando atitudes, valores e
comportamentos dos participantes do projeto e seu entorno, famílias e comunidade.

Com a avaliação do resultado, é possível investigarmos a efetividade do programa


preventivo, entendido como a avaliação do impacto ou das mudanças produzidas com a
implementação do programa. Nesse processo, deve-se buscar responder às seguintes
questões: o programa atingiu seus objetivos? Produziu as mudanças desejadas? Gerou efeitos
não desejados?

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