Luis Age

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE MANICA

DIVISÃO DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA ZOOTECNICA

Bloco de Gestão negocios

Módulo Administracao E Gestao

TEMA
Mercados fnanceiros rurais
Crediro e poupanca nas familias rurais
Sistema financeiro rural em moçambique

Discentes
Luis Jose Mahacha

Docente: dr Azarias Lucas MSc

Matsinho, Outubro de 2024


Indice
INTRODUÇÃO 3
Objectivo Geral 4
Objectivos específicos 4
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA 5
MERCADO FINANCEIRO RURAL - CARACTERIZÀçÃO 5
MERCADO FINANCEIRO RURAL E DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA 7
FINANCIAMENTO NOS MERCADOS INFORMAIS 8
ASSOCIAÇÃO ENTRE A PRODUÇÃO RURAL E O CAPITAL FINANCEIRO 10
Sistema Financeiro 11
Caracterização das PME´s em Moçambique 12
A Importância das PME´S para a Economia 13
O Sistema financeiro de Moçambique 13
CONCLUSÃO 15
REFERÊNCIAS 16
INTRODUÇÃO

Entendemos o desenvolvimento agricola, a níveÌ económico, como o conjunto de


modificações estruturais que conduzem a uma melhoria das condições de vida e de
produção na agricultura. Tal passa pela forma como a parcela que não é absorvida pelo
consumo corrente, ou excedente, é transformado em capacidade Produtiva. O Mercado
Financeiro Rural (MFR), principalmente via Inter mediação Financeira (IF), pode vir a
desempenhar um papel de Rural principalmente de grande importância no processo de
desenvolvimento agricola, ao conduzir a uma melhor aplicação do excedente.
Entretanto, no conjunto de alternativas financeiras disponíveis ao produtor, sua
participação é significa tiva e merece alguma atenção.

A estabilidade financeira é primordial para o crescimento económico de um país, pois a


maioria das transacções na economia real são feitas por meio do sistema financeiro.
Para que haja essa estabilidade, é necessário que o sistema seja bem regulamentado e
supervisionado. O desenvolvimento de um sector privado activo é considerado como
um dos componentes principais para sustento do crescimento económico, emprego e
redução da pobreza em economias subdesenvolvidas e em transição. As Pequenas e
Médias Empresas (PME´s) desempenham um papel importante na economia pois:
geram emprego e aumentam o volume de negócios; aumentam a competitividade e
consequentemente aumenta a produção; estimulam a criatividade e inovação o que
permite a diversificação na economia; são flexíveis e possuem a capacidade de
adaptação a mudanças no mercado, o que traz dinamismo para a economia.

Na economia moçambicana, a bancarização constitui um dos principais desafios para


os agentes que implementam políticas de natureza monetária e financeira tais como: o
Banco Central, Bancos Comerciais, e outras instituições de crédito que se encontram a
operar a nível nacional. Os bancos são fundamentais na intermediação financeira, isto é,
recolhem a poupança de quem possui recursos excedentários e disponibilizam os
mesmos a quem deles necessita. No âmbito da actividade bancária, “intermediários
financeiros bem desenvolvidos podem de forma eficiente financiar empreendedores
promissores, e por conseguinte melhorar o progresso da inovação duma sociedade”
(WU et. al, 2012:2392). As populações que habitam em zonas rurais, através da prática
de actividades económicas como a agricultura, pecuária, pesca e extrativismo vegetal,
chegam a produzir riqueza mas carecem do apoio da banca quer para depósito de
poupanças, quer para aquisição de financiamentos para actividades de geração de
rendimentos.

Objectivo Geral

 Apresentar estratégias que irão de forma eficiente permitir a expansão da banca


para que positivamente se melhore a vida das comunidades em zonas rurais.

Objectivos específicos

 Descrever a forma e critérios de expansão de agências bancárias à zonas rurais;

 Descrever o papel da banca na vida económica das comunidades


moçambicanas;

 Analisar o impacto que a expansão da banca à zonas rurais tem na economia


moçambicana.

 Identificar os principais desafios enfrentados pelas PME´s em Moçambique ao


buscar financiamento, incluindo a análise das opções alternativas, como agiotas
e microcréditos.

 Analisar as condições e requisitos impostos pelos bancos comerciais em


Moçambique para a concessão de crédito a PME´s, destacando os obstáculos
burocráticos e as taxas de juros aplicadas.

 Realizar uma comparação com experiências internacionais, para identificar as


práticas bem-sucedidas em relação ao financiamento de PME´s e verificar como
elas se comparam às práticas em Moçambique.
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

A economia de Moçambique tem experimentado um crescimento notável nas últimas


décadas, impulsionado por uma série de factores, incluindo investimentos estrangeiros,
recursos naturais e iniciativas governamentais. No entanto, em meio a esse
crescimento, as PME´s continuam a enfrentar desafios significativos no que diz
respeito ao acesso a financiamento adequado. O acesso a financiamento é
fundamental para o crescimento e desenvolvimento sustentável das PME´s, mas
muitas vezes é uma barreira insuperável devido a uma série de obstáculos, como altas
taxas de juros, requisitos de garantias onerosas e procedimentos burocráticos. Esta
revisão da literatura busca examinar a nível teórico e empírico questões relacionadas
ao sistema financeiro, às PME´s e aos produtos bancários. O objectivo principal desta
revisão da literatura é fornecer uma base sólida para a análise dos produtos bancários
existentes e sua eficácia no apoio ao crescimento das PME´s moçambicanas.

MERCADO FINANCEIRO RURAL - CARACTERIZÀçÃO

O MFR caracteriza-se por todas as actividades financeiras a nível de crédito e


poupanças, que têm lugar nas áreas rurais. A este propósito citamos uma passagem da
intervenção de Pekka Hussi, uSenior Officer du groupe d'activités bancaires dans le
secteur agricole da FAO. As segundas verificam-se por exemplo entre amigos, parentes,
comerciantes arreirdatários rurais. Com o auxílio dos trabaìhos de C. Gonzâlez Vega
(estudioso da matéria), podemos identificar quatro tipos de serviços que é possível
prestar no âmbito de um MFR:

a) Monetarização da economia, ou seja, fornecimento de serviços de meios de


pagamento, a qual vai assumir um papel essenciâl na integração dos mercados de
mercadorias e de factores; I Este tipo de cÌédito está Ìârgamente difundido nas zonas
rurais menos desenvoÌvidas, devido à suâ simpÌicidade de procedimentos e rapidez de
obtençào, apesar de, regra geral, os juros, que sáo Ìivres, seÌem mais elevados que os
prati" cados pelas fontes de cÌédito formâÌ. Normalnente as actividades destas fontes
não incluem depósitos de poupanças pois éJhes difícil oferecer liquidez, privacidade e
segurança que atraiam os poupadores individuais. Nalguns paises existem também os
chamados grupos informais, geralmente conhecidos por ROSCA'(Rotating Savings and
Credir Associations) que g€ram determinados volumes de fundos através de
pagamentos periódicos parâ uma conta comum, sendo os mesmos distribuídos, em
simultâneo, mediaíte uma determinada ordem, por cada membro.

b) Intermediação financeira (IF), entre as entidades superavi tárias (aforradores) e as


deficitárias (investidores), nos mercados de capital. Este serviço, ao canalizar as
poupanças disponiveis para os investimentos mais rendíveis, torna possível
incrementar a taxa de acumulação dé capital e melhorar a afectação de recursos. Na
ausêniia de mercados financeiros, os produtores sào forçados a aproveitar as
oportunidades apenas quando possuem recursos próprios, enquanto os outros podem
ser forçados a ulilizar recursos marginais em oportunidades menos vantajosas. Existe,
portanto, uma ffaca correlação entre as oportunidades de investir e o acesso aos
recursos necessarlos para as aproverÌar. Os mercados financeiros, através dos
serviços da IF, tornam possível a eliminação de afectações menos eficientes de
recursos, oferecendo aos aforradores oportunidades melhores. mediantç a colocaçâo
dos seus fundos em depósito bancário, e permitindo assim o financiamento de
melhores actividades que não poderiarn ser implementadas se não houvesse crédito.
Depósitos e crédito, são, portanto, igualmente importantes, tanto do ponto de vista dos
agricultores como do ponto de vista de uma afectação eficiente de recursos na
economia.

MERCADO FINANCEIRO RURAL E DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA

Tem vindo a ser crescente o reconhecimento das contribuicões das actividades no


âmbito dos MFR's nomeadamente da IF, para o desenvoÌvimento económico

2. Em 1977 , Dale W. Adams referia: ocada vez mais os MFR's sâo chamados a
desempenhar um papel activo na consecução de objectivos de desenvolvimento. Em
1984, o mesmo autor vinha a referir: O rápido crescimento dos serviços financ€iros que
acompanha o progresso económico num pâÍs é uma indicâção clara de que existe
procura pâra esses serviços. Geralmente as pessoas não são obrigadas â fazer
depósitos e a recorreÌ ao crédito.

O facto é que a procura cresce muito rapidamente o que mostra que as p€ssoas numa
sociedade têm benefícios com esse serviçor. Por seu lado, C. Bourne e D. H. Graham,
em 1980, manifestam uma certa expectativa em relação à contribuição dos MFR's para
o desenvolvimento rural nos países em desenvolvimento. Eles podem melhorar a
quantidade e a qualidade das poupanças rurais e fornecer crédito em montântes e
formas que aumentem a capa cidade produtiva e a equidade rural. Tal questão tem sido
alvo de aÌgumas abordagens, das quars destacamos a dos investigadores do
Departamento de Economia AgrÍcoÌa e Sociologia Rural, da Ohio State University, nos
Estados Unidos da América. Dele fazem parte muitos dos nomes que temos vindo a
referir.

2. 3. Fraqueza na organização e gestão dos programas de CA, devida, em parte, à falta


de pessoal formado e motivado; Falta de mobilização de poupanças; Meio económico e
político em que funciona, verificando-se normalmente uma ineficaz articulação com as
outras poìíticas, cujos efeitos negativos sobre os agricultores se pft)cura, muitas vezes,
que sejam compensados com fundos provenientes dos bancos centrais ou fontes
exteriores, utili zando os MFR's via programas de CA, como escoadores. As estimativas
das taxas médias de juros cobradas nos empréstimos feitos para produtores de porte
médio, na Região Centro-Sul do País, estão apresentadas na tabela 1 e demonstram
esse fato. Note se que as estimativas, em termos reais, para 1991 e 1992 são bastante
elevadas. Diante da exaustão das fontes de recursos, o governo se viu na necessidade
de buscar alternativas não-inflacionárias para financiar a agricultura. Uma delas foi a
ampliação da participação do Tesouro Nacional no SNCR. Outra alternativa foi a criação,
no final de 1986, da poupança rural, cuja maior parte (65%) dos recursos teria como
finalidade o emprésti mo à agricultura. Inicialmente, apenas o Banco do Brasil foi
autorizado a operar essa conta de poupança. Pouco tempo depois o Banco da
Amazônia e o Banco do Nordeste do Brasil receberam também essa autorização.

FINANCIAMENTO NOS MERCADOS INFORMAIS

Nos últimos anos, a economia informal tem recebido atenção crescente dos
estudiosos. Sabe-se que a sua participação não é desprezível e, por isso, análises mais
profundas, visando a qualificar agentes e operações do setor informal, têm sido
estimuladas. No tocante à agricultura e, mais especifica mente, à questão do
financiamento rural, essa preo cupação mostra-se bastante difundida. Produtores,
instituições financeiras públicas e/ou privadas, associações e cooperativas de
produtores têm promo vido discussões e financiado projetos de pesquisa para melhor
compreensão do funcionamento dos mercados financeiros informais na agricultura
brasileira. Contudo, para entender essa questão cabe, inicialmente, diferenciar o crédito
formal do crédito informal e, ainda, realçar as principais características de ambos.
Considere-se crédito rural formal o emprés timo efetuado pelas instituições do sistema
financeiro, no âmbito do Sistema Nacional de Crédito Rural e sob o controle direto do
governo. Diante dessa definição, pode-se estabelecer que as formas de financiamento
realizadas fora do sistema financeiro, não previstas no SNCR e fora do controle
governamental, são consideradas informais. Tais operações compõem, desta forma, os
mercados financeiros rurais informais (ARAÚJO & ALMEIDA, 1992). Dentre as
operações financeiras informais, pode-se citar quatro tipos bastante comuns entre os
agricultores: a) empréstimos em dinheiro obtidos fora do sistema bancário, ou seja, de
particulares ou firmas ligados à atividade agropecuária; b) operações de escambo do
tipo insumo/ produto ou serviço/produto, realizadas entre fornece Informações
Econômicas, SP, v.23, n.04, abr. 1993. 32 dores de insumos/serviços e produtores
rurais; c) compras e/ou vendas antecipadas de produção, realizadas entre produtores e
comer ciantes ou beneficiadores de produto agrícola; e d) poupança e empréstimo
realizados por grupos de poupança ou associações de poupança e crédito rotativos,
organizados pelos próprios agricul tores. Enquanto no crédito formal os principais
agentes responsáveis pela concessão de empréstimos são os bancos e as
cooperativas de crédito, nos mer cados informais existe uma grande variedade de
intermediários a realizar essa tarefa. Nesse caso, den tre os mais comuns pode-se
destacar: vendedores de insumos, compradores de produtos, associações de
produtores, casas de penhor, corretores de emprésti mos, parentes e até mesmo
agiotas (ADAMS, 1989).

ASSOCIAÇÃO ENTRE A PRODUÇÃO RURAL E O CAPITAL FINANCEIRO


O atual modelo de financiamento do setor ru ral, baseado na intervenção
governamental, não possui mais possibilidade de sustentação, como já foi mostrado no
início deste trabalho. O próprio governo e as lideran ças rurais reconhecem, dentre
outras, a necessidade de criação de instrumentos que possam carrear recursos para o
financiamento da atividade produtiva, em substituição/complementação ao Estado, e
que moder nizem a comercialização agrícola. Como conseqüência, os setores
envolvidos têm buscado novas soluções e al gumas propostas têm sido defendidas
como saídas para o problema de como financiar a agricultura. 34 Neste contexto,
destaca-se a proposta de criação de um novo título para o setor rural, numa perspectiva
de que este setor necessita de maior independência do dinheiro oficial e que o
desenvolvi mento da agricultura numa economia de mercado deve contar com a
participação da sociedade no financia mento de suas atividades. A regulamentação dos
fundos de investi mento em commodities, em julho de 19926, que têm entre os seus
objetivos a aplicação em papéis vincula dos a produtos agropecuários e, principalmente
a constatação do seu sucesso de captação (o patrimônio líquido conjunto atingiu no
início de dezembro de 1992 cerca de US$3,9 bilhões7), levou o mercado a acentuar o
debate sobre novos instrumentos de financiamento e comercialização agrícolas que
pos sam, inclusive, compor a carteira destes fundos, refor çando a proposta de um
novo título agrícola e abrindo espaço para a associação entre a produção rural e o
capital financeiro. Desta forma, a partir de meados de 1992, a Bolsa de Cereais de São
Paulo começou a investir no lançamento do Certificado de Mercadoria com E- mis são
Garantida, CM-G (CENTRAL DE REGIS-TROS S/A, 1992), que é um novo instrumento de
co- mer cialização e captação de recursos que pode ser u- tiliza do por produtores e
compradores de produtos agrícolas.

Sistema Financeiro

O sistema financeiro de um país inclui seus bancos, credores não bancários; mercados
de valores mobiliários; fundos de pensão, mútuos e outros fundos de investimento;
seguradoras; e infraestruturas de mercado, como contrapartes centrais de
compensação, provedores de pagamento e bancos centrais, bem como suas
autoridades reguladoras e supervisoras. Essas instituições e mercados fornecem uma
estrutura para a realização de transacções económicas e política monetária e ajudam a
canalizar a poupança para o investimento, apoiando assim o crescimento económico
(FMI, 2021). Um sistema financeiro estável é capaz de alocar recursos de forma
eficiente, avaliar e gerenciar riscos financeiros, manter níveis de emprego próximos da
taxa natural da economia e eliminar movimentos relativos de preços de activos reais ou
financeiros que afectarão a estabilidade monetária ou os níveis de emprego. Um
sistema financeiro está em uma faixa de estabilidade quando dissipa desequilíbrios
financeiros que surgem endogenamente ou como resultado de eventos adversos e
imprevistos significativos. Na estabilidade, o sistema absorverá os choques
principalmente por meio de mecanismos autocorrectivos, evitando que eventos
adversos 8 tenham um efeito disruptivo na economia real ou em outros sistemas
financeiros.

Caracterização das PME´s em Moçambique

De acordo com as alíneas b) e c), do artigo 3 do Estatuto Geral das Micro, Pequenas e
Médias Empresas aprovado pelo Conselho de Ministros da República de Moçambique
em Setembro de 2011:

 Pequena Empresa é aquela cujo número de trabalhadores varia de 5 a 49 e o volume


anual de negócios é superior a 1.200.000,00 Mts e menor ou igual a 14.700.000,00 Mts;

 Média Empresa é aquela cujo número de trabalhadores varia de 50 a 100 e o volume


anual de negócios é superior a 14.700.000,00 Mts e menor ou igual a 29.970.000,00
Mts. Passados 10 anos, houve alterações nos critérios de classificação das PME´s, que
com base no Artigo 4 do Código Comercial Lei n.º 1/2021 de 15 de Abril, passaram a
ser consideradas em Moçambique:

a) Pequenas empresas – todas aquelas que empreguem de 5 a 10 trabalhadores, com


um volume anual de negócios situado entre 2.500.000,00Mts e 15.000.000,00Mts, um
investimento inicial igual ou superior a 750.000,00Mts e com uma potência instalada ou
a instalar igual ou superior a 10KvA3; 3O kVA é uma unidade de mediada importante no
gerador de energia para descobrir o valor de potência ideal que o equipamento deve ter
para conseguir suprir a demanda energética. (DCML Solutions, 2019).

b) Médias empresas – todas aquelas que empreguem de 11 até 100 trabalhadores,


com um volume anual de negócios superior á 15.000.000,00Mts até 80.000.000,00Mts,
com um investimento inicial igual ou superior a 75.000.000,00Mts e com uma potência
instalada ou a instalar que seja igual ou superior a 500KvA (Conselho de Ministros da
República de Moçambique, 2021).

A Importância das PME´S para a Economia

Normalmente as pequenas e médias empresas tem actividades diversificadas e


estruturas flexíveis que favorecem respostas rápidas a mudanças de mercado
(Rothwell & Dodgson, 1993). Segundo o MIC (2007), a importância das MPME´s para a
economia de uma nação tem três dimensões que são:

 Geram emprego e um elevado volume de negócios;

 São cruciais para a competitividade de um país, pois encorajam a concorrência e a


produção e inspiram inovações e o empreendedorismo;

 Diversificam as actividades, estimulam a inovação e a criatividade. As PME


desempenham um importante instrumento para alcançar uma globalização e um
crescimento mais inclusivos. As PME são protagonistas da economia e do vasto
ecossistema das empresas. As PME´s têm um papel importante para alcançar os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e para promover o crescimento
econômico inclusivo e 11 sustentável, o emprego, fomentar a inovação e diminuir as
desigualdades de renda em todo o mundo (Bayraktar & Algan, 2019).

O Sistema financeiro de Moçambique

No País moçambicano, os serviços financeiros desempenham um papel de carácter


indispensável no âmbito da dinamização da actividade económica. A promoção de
hábitos de poupança de valores monetários constitui uma tarefa com a capacidade de
aumentar o volume de recursos colocados à disposição para o investimento, com
efeito no incremento da actividade económica, criação de postos de trabalho, valor
acrescentado, e bem estar social e económico. No que concerne a economia, a sua
dinâmica deve estar junto a existência de um sistema financeiro sólido, actualizado,
forte, social, dinâmico e mais abrangente a nível territorial. (BdM, 2007).

Segundo o BdM, o sistema financeiro tem também o dever de colaborar para o


incremento do nível de monetarização da economia do País moçambicano e para o
asseguramento das necessidades da evolução do tecido produtivo, quer por meio de
financiamento directo às actividades desempenhadas pelos sectores produtivos, de
comercialização para aquilo que é o consumo, quer por meio da promoção do acto de
captar poupanças e actividades de comércio cambial, considerando a extensão
geográfica do País e sua localização, com diversas e vastas fronteiras.

. (BdM, 2012).

Impacto da expansão da banca à zonas rurais na economia moçambicana

De acordo com o BdM, a expansão de serviços e ou produtos financeiros para as zonas


onde há escassez ou inexistência dos mesmos, é uma das prioridades do programa
governamental e é consistente com a meta de tornar os distritos, pilares de
desenvolvimento. Em Moçambique, a situação recente mostra uma tendência de
concentração dos agentes operadores financeiros e da rede de produtos e serviços nos
principais centros urbanos. Enquanto que a parte que constitui a maioria dos distritos
do País (100 dos 128) não possui uma única instituição bancária, POS ou ATM. A
situação é igual quando se trata de instituições financeiras de micro finanças e
cooperativas. Havendo pelo menos um meio físico de acesso, em particular um balcão
de uma instituição de crédito (banco, cooperativa de crédito ou micro banco), poder-se-
á considerar o facto como sendo uma condição para que pessoas colectivas e
singulares de uma certa área geográfica tenham a possibilidade de fazer o uso de
serviços financeiros básicos. As pessoas que habitam em zonas rurais são indivíduos
com baixos rendimentos e que precisam fazer poupanças, assim como adquirir
financiamentos para actividades de pequena dimensão que lhes apoiarão na criação de
rendimento.
CONCLUSÃO

O Mercado Financeiro Rural, em geral, e o seu serviço de Inter mediação Financeira, em


particular, podem desempenhar um papel de grande importância no desenvolvimento
agrícola. Com efeito, ao canalizar fundos de entidades superavitárias (aforradores),
para entidades deficitárias (investidores) ou seja, ao receber depósitos e conceder
crédito, o serviço de Intermediação Financeira poderá incrementar a taxa de
investimento e melhorar a afectação de recursos, contribuindo de forma signifivativa
para o desenvolvimento económico. A ignorância deste facto tem impossibilitado a
definição de políticas, financêiras ou nâo, capazes de conduzirem a um sistema
financeiro rural capaz de mobilizar fundos dos aforradores e canalizáJos para
investigadores de uma forma optimizada.

A crise econômica, bem como a crise em que se encontra o atual modelo de crédito
rural, torna necessária a busca de novas fontes e instrumentos de financiamento e
comercialização que venham contri buir efetivamente para a constituição de um novo
sistema capaz de prover crédito, de acordo com as necessidades da agricultura. Além
disso, a utilização de um fundo suporte pode, possivelmente, reduzir os riscos do
agente e do mutuário envolvidos na operação. Porém, considera-se necessário que
esse fundo seja principal mente mantido pelo setor privado. Os mercados financeiros
informais, na sua grande diversidade de agentes e formas de operação, podem servir
prontamente ao produtor necessitado de recursos. A facilidade e a rapidez na obtenção
do crédito são alguns dos pontos fortes desses mercados, compensando em parte os
altos custos cobrados pelos intermediários.

Em Moçambique, o recurso a depósitos e ao crédito e constituem necessidades


financeiras de grande relevância tanto para habitantes de zonas urbanas do País assim
como para as comunidades que habitam em zonas rurais. A presença da banca nas
proximidades de comunidades que habitam em zonas rurais transforma positivamente
a vida das mesmas.
REFERÊNCIAS

ADAMS. Dale W. * Àesealch on Rural Financial Markets ìn Law Income Countries.


*Saving & Development,, s.Ì., I (1), 1977, pp.4-13.

CENTRAL DE REGISTROS S/A. Certi ficado de mercadoria com emissão ga rantida CM-
G. São Paulo, Central de Registro, 1992. (mimeo).

Banco de Moçambique. 2007. Bancarização da Economia – Extensão dos serviços


financeiros às zonas rurais. Documento apresentado no trigésimo primeiro conselho
consultivo.

Banco de Moçambique. 2012. O papel do Banco de Moçambique na promoção da


inclusão financeira. Documento apresentado no workshop sobre inclusão e formação
financeira.

FRANCA, Therezinha J. F. Programa BANESPA de pagamento por equivalência em


produtos. São Paulo, IEA, 1992. (mimeo) (Texto para Discus são Interna).

GATTI, Elcio U. et alii. Uma proposta de sistema de equivalência-produto no crédito rural.


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M., & Algan, N. (2019). The Importance Of SMEs On World Economies. INTERNATIONAL
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