UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ECONOMIA

Trabalho de Mtodos de Estudo e Pesquisa

SISTEMA BANCRIO EM MOAMBIQUE NO PERODO PS INDEPENDNCIA

Licenciatura em Contabilidade e Finanas D5+D6

Nomes: Arcinda Snia Da Filomena Jopela Amado Liliana Domingos Matola Muconto Lusa Eunice Aplito Macuiane Nilza Manuel Ferreira Osvaldo Gabriel Auziane Suneida Nazir Mussagy M. Bay Docente: Anucncio Bouene

Maputo, Maio de 2010

Resumo
A independncia de Moambique foi decretada a 25 de Junho de 1975 aps um longo perodo de colonizao. O perodo que sucedeu essa data foi caracterizado por vrias turbulncias, um desequilbrio na evoluo econmica do pas e mudanas no pas. Essas mudanas ocorreram em vrios sectores, inclusive no sector bancrio. O sistema bancrio moambicano passou por grandes transformaes ao longo da histria. Factores como o abandono da economia socialista para a economia de mercado, em 1987, e as crises bancrias o perodo de 2000-2001, trouxeram a necessidade de uma adaptao rpida de modo a evitar o colapso do sistema financeiro. A grande reforma deu-se em 1992, quando se d a separao das funes de Banco comercial e Central no Banco de Moambique e uma primeira tentativa de liberalizao dos mercados financeiros. A expanso da crise bancria de 2000 causada pelo elevado volume de crdito mal parado nos 2 principais bancos comerciais da poca (BA e BCM) foi evitada pois o Governo saneou parte das dvidas dos bancos, e encontrou investidores bancrios estrangeiros interessados numa actividade eficiente dos bancos comerciais em questo. Contemporaneamente houve em 1997 o ingresso de novos investidores autorizados no mercado bancrio.

Listas de Siglas e Abreviaturas

BM Banco de Moambique BA Banco Austral BCM Banco Comercial de Moambique BNU Banco Nacional Ultramarino BPD Banco Popular de Desenvolvimento BSTM Banco Standard & Totta de Moambique BIM Banco Internacional de Moambique PRE Programa de Reabilitao Econmica PIB Produto Interno Bruto SBM Sector Bancrio Moambicano

Introduo

Aps a Independncia houve grandes mudanas em todos os sectores em Moambique, e estes mesmos sectores foram evoluindo ao longo do tempo. Um dos sectores que sofreu modificaes e que evoluiu bastante o sector bancrio, e acerca dessa evoluo que tratamos neste trabalho, explicando as mudanas que decorreram logo aps a independncia, as reformas nesse sector e como o sector bancrio moambicano foi evoluindo ao longo do tempo at aos nossos dias. Actualmente, o sistema bancrio relativamente desenvolvido, mas nem sempre foi assim. A importncia desse tema reside no facto de dar-nos a conhecer como o sistema bancrio, que como o pas em geral era controlado pelos portugueses, evoluiu at atingir o estado em que ser encontra actualmente. Nosso objectivo central com o estudo do SBM (sector bancrio moambicano) dar a conhecer o modo como evoluiu este sector desde a independncia. Temos como objectivos especficos do trabalho: (i) conhecer as modificaes que ocorreram logo aps a independncia; (ii) conhecer as dificuldades enfrentadas durante a evoluo; (iii) conhecer as medidas tomadas para enfrentar essas dificuldades e para melhorar o SBM; (iv) e o por fim conhecer o estado actual do SBM. Neste trabalho, primeiro fazemos um enquadramento terico do tema abordar na reviso da literatura, onde referimo-nos a conceitos como: mercado bancrio, crises bancrias e reestruturao bancria. Sucedendo a isso, passamos para o nosso estudo, onde primeiro caracterizamos o perodo ps independncia em geral, depois falamos do sistema bancrio nesse perodo, apresentando suas caractersticas. Em seguida, descrevemos o perodo compreendido entre 1992 e 2000 que foi caracterizado por vrias modificaes no SBM. Aps toda essa descrio do passado, falamos da evoluo do SBM desde 2001 at aos dias de hoje dando enfoque a estrutura actual do SBM. Por fim, tiramos concluses sobre o estudo feito.

Metodologia

Com vista a atingir o objectivo geral e os objectivos especficos, a nossa pesquisa baseou-se na recolha de informaes bibliogrficas escritas (pesquisa bibliogrfica) e tambm da recolha de dados dos indicadores da actividade bancria (pesquisa documental) para analisar e avaliar o comportamento dos bancos comerciais no perodo ps independncia. Do ponto de vista de abordagem pode-se classificar a pesquisa como sendo Qualitativa, e de acordo com os objectivos classificamos como sendo Descritiva. No que refere aos mtodos cientficos empregues pode-se classificar com mtodo fenomenolgico, onde a principal preocupao a descrio directa da experincia tal como ela .

Reviso da Literatura

Mercado Bancrio Grande parte da literatura da rea financeira apresenta uma certa tendncia de colocar os bancos comerciais como sendo os representantes legtimos do sistema financeiro. Segundo Peter S. Rose, o Sistema Financeiro pode ser definido como sendo um conjunto de instituies na economia que auxiliam o encontro dos agentes que possuem poupanas (agentes superavitrios) com os que necessitam de recursos (agentes deficitrios), cujo principal objectivo permitir o movimento de fundos emprestveis entre eles. Os bancos so o canal principal para transmisso das polticas monetrias. Por ocuparem uma posio chave nos sistemas de pagamento e crdito das economias capitalistas e serem instituies com fins lucrativos, estas devem estar sempre submetidas ao controlo do Estado por via de uma regulamentao eficiente. Os Bancos Centrais implementam polticas de modo a afectar as taxas de juro e a quantidade de crdito disponvel na economia, alterando principalmente o nvel e o crescimento das reservas detidas pelos bancos e outras instituies depositrias. Os bancos so agentes de produo indirecta que operam no mercado de crdito desenvolvendo uma actividade de intermediao conjuntamente com a prestao de numerosos servios diversos. (Negri.1984) No que se refere as funes, Negri sintetiza em econmicas as seguintes funes: Crdito a principal actividade dos bancos. Estes estabelecem sistematicamente depsitos e concedem crditos, estimulando a formao de poupanas e capital, canalizando-as para os agentes deficitrios. Monetrias estas instituies criaram meios de pagamento que encontraram grande difuso no comrcio, levando a criao da chamada Moeda Bancria (criao de moeda atravs do excesso de reservas que sobram dos depsitos do pblico). Servios Financeiros oferecem aos seus clientes uma gama cada vez mais alargada de servios complementares e colaterais, o primeiro de carcter tradicionalmente bancrio e, a segunda do tipo para bancrio. Segundo Negri (2000:22), os bancos desempenham ainda uma funo social, ao estimularem as poupanas com campanhas de educao e convencimento direccionadas para as actividades produtivas de modo a facilitar a expanso do sistema econmico em geral. Estes

constituem o ponto de transmisso das polticas econmicas, adoptadas pelas autoridades centrais. Investem tambm em ttulos pblicos, financiando deste modo as despesas pblicas.

Crises Bancrias A natureza das actividades bancrias e o papel que lhe incumbido de desempenhar oferece a si prpria riscos inerentes actividade bancria. Podem ser apresentadas as seguintes razes para manter a actividade bancria sobre constantes vigilncias: Participam da soberania monetria do Estado, na medida que criam dinheiro de crdito e, realizam servios de pagamentos; So instituies altamente endividadas soldadas a confiana do pblico, de modo que a crise de um banco pode traduzir-se numa crise geral do sistema financeiro; O papel de intermediao financeira que desempenha estratgico, uma vez que um impulsionador do crescimento econmico; A falncia de um banco afecta o funcionamento do sistema bancrio, que afecta a quantidade de crdito disponvel e as taxas de juros e consequentemente, os investimentos e, o nvel de actividade econmica; Podem provocar grandes fugas de capital e, gravar problemas de balana de pagamentos. As crises bancrias geralmente se manifestam com um problema de liquidez que se pode transformar num problema de solvncia do sistema bancrio com a conjugao dos factores macroeconmicos e microeconmicos (normalmente a vulnerabilidade dos bancos). Segundo Corazza: Crise bancria um efeito endgeno da crescente fragilidade financeira que se desenvolve ao longo de fase expansiva do ciclo econmico. Segundo Otaviano Canuto e Gilberto Tadeu Lima (1999:5), as crises bancrias tendem a gerar externalidades negativas podem ser as seguintes: O uso de recursos pblicos para a recapitalizao de bancos em dificuldades; O credit crunch, isto o arrocho quantitativo de crdito e/ou ampliao das margens de spread1 entre taxas de captao e aplicao, criando ou amplificando declnio na actividade no lado produtivo da economia.

Spread a margem adicionada taxa aplicvel a um crdito, ttulo ou moeda. Isto pode encarecer ainda mais o custo do crdito comercial.

A intensificao dos problemas informacionais e das suas consequncias em termos de seleco adversa e risco moral. Durante as crises financeiras, os primeiros a aceitar taxas de juro mais altas sero os menos merecedores de crdito, reduzindo a quantidade de investimentos na economia.

As relaes usuais entre os instrumentos monetrios e as metas intermedirias e finais da poltica monetria so subvertidas em situaes de crise bancria, no s no que diz respeito previsibilidade mnima essencial poltica monetria, como tambm nos limites colocados sobre estas pelas possibilidades de falncia bancria.

Nas economias emergentes, crises bancrias podem implicar fugas de capital e problemas subsequentes de balana de pagamentos.

Reestruturao Bancria Segundo Soraya Coscione, Reestruturao Bancria visa dar uma nova estrutura ao sistema bancrio, de modo que possa adaptar-se s mutaes a registar no sistema bancrio e financeiro. Assim a reestruturao significa uma reviso nas normas e procedimentos que regulam o ambiente financeiro e bancrio, que se traduzem numa mudana no comportamento dos bancos e na sua forma de competir, significa uma modernizao na superviso bancria e as regras prudenciais, significa tambm adoptar uma contabilidade adequada e

internacionalmente aceite onde o risco facilmente identificado e permita tornar a gesto bancria mais segura e em consequncia demonstraes financeiras mais saudveis. Desta forma podemos dizer que as duas principais causas para as reestruturaes bancrias so a Liberalizao Financeira aquando das transformaes das economias planificadas em economias de mercado; e a Adaptao e Especializao da banca s condies do mercado.

O Sistema Bancrio Moambicano no periodo Ps Independncia

Perodo Ps Independncia de Moambique Moambique, assim como grande parte do continente africano esteve, at ao ano de 1975, sob o regime colonialista Portugus. A 25 de Junho de 1975, aps anos de colonizao, foi proclamada a Independncia de Moambique, transformando-se assim o pas numa Repblica Popular, com regime de partido nico. O perodo logo aps a independncia foi um perodo de grandes turbulncias causada pela debandada em massa da populao europeia, entre 1975 e 1976. Esta situao acabou por desequilibrar a evoluo econmica do pas, criando uma grave lacuna de falta de quadros, altas taxas de analfabetismo, e outras situaes. Dessa combinao de factores resultou a primeira crise econmica do pas independente. Como vista a reestabelecer os trilhos da economia, foi criado um Estado de Economia Planificada ou Centralizada um sistema econmico onde a produo prvia e racionalmente planeada por especialistas, no qual os meios de produo so propriedades do Estado e a actividade econmica controlada pela autoridade central que estabelece metas de produo e, distribui matrias-primas para as unidades de produo. (wikipdia). Neste sentido, no sector financeiro foram tomadas medidas que centralizaram o controle, sendo que foram intervencionadas as seguintes instituies: Instituto de Crdito de Moambique Monte Pio de Moambique Banco Mundial Ultramarino (com representao oficial do banco de Portugal) Banco Pinto & Sotto Maior

Sistema Bancrio em Moambique aps Independncia

Aps a independncia pelo Decreto 2/75, o Banco Mundial Ultramarino (BMU) transformouse em Banco de Moambique (BM) como autoridade monetria e cambial, tendo previsto que este se transformasse exclusivamente em Banco Central, criando-se assim um banco comercial, mas que tal s veio a acontecer em 1992. O Instituto de Crdito de Moambique transformou-se em Banco Popular de Desenvolvimento (BPD), as restantes instituies (Monte Pio de Moambique e Banco Pinto

& Sotto Maior) deixaram de operar. Foi criado o, at ento, nico banco privado do pas Banco Standard & Totta de Moambique (BSTM). A tabela 1 mostra a composio de rede bancria at 1991. Tabela 1: Rede Bancria Nacional (1991) Filiais Provinciais Agncias (distritos) Delegaes (distritos) Postos de captao Postos de troca Fonte: Langa, S.1991 BM 10 19 10 7 46 BPD 10 23 210 54 297 BSTM 1 2 5 8 Total 21 44 225 54 7 351

Houve contudo a necessidade de reestruturao da banca a fim de assegurar um controle directo sobre o sector bancrio de modo a torn-lo num instrumento decisivo na luta pela independncia econmica vinculando-a a poltica do Governo, de uma economia centralmente planificada. At 1987, as taxas de juro e de cmbio eram fixadas de acordo com os objectivos dos planos centrais de projectos de desenvolvimento que requeriam massivos emprstimos para investimentos. A taxa de juro jogava um papel marginal na tomada de decises econmicas porque o investimento e recursos financeiros eram directamente alocados para projectos e empresas, dentro do plano central (Castel-Branco.2000). A principal funo dos bancos era o financiamento do capital produtivo s empresas estatais no mbito das polticas de desenvolvimento estatal. No sistema bancrio o Banco de Moambique era o principal financiador com cerca de 77% de todo o crdito, o BPD com 19% e 4% para o BSTM. Neste contexto, os bancos eram um instrumento do plano e quase que a extenso das finanas pblicas, no qual os recursos financeiros eram alocados s empresas dentro do plano central. Em 1980, o pas trocou a sua moeda de Escudo para Metical, que sofreu desvalorizaes no final da dcada pela adeso do pas a FMI. Para reverter a situao cada vez mais degradante da economia foi introduzido o Programa de Reabilitao Econmica (PRE), com prazo de 3 anos, que envolvia reformas jurdico-institucional, de polticas financeiras, e privatizao dos bancos estatais e, uma abertura no sector financeiro.

Com a introduo PRE em 1987, teve incio a liberalizao de economia que inseria em si a reforma do sistema financeiro nacional. No sector financeiro o objectivo primordial era a abertura do sector bancrio nacional iniciativa privada, de capitais nacionais e estrangeiros e adequao do sector pblico financeiro, ao funcionamento de moldes concorrenciais ajustados filosofia de mercado. A reforma era necessria porque, a interveno pblica por via da represso financeira, criava distores ao pleno funcionamento da taxa de juro como o mecanismo que balanava a poupana e o investimento e desse modo o crescimento econmico.

Perodo Compreendido entre 1992 2000 O quadro de reformas afectou o sistema bancrio vigente, tornando-o num sector de cada vez menos Estado. Em 1992, a necessidade de criar um banco central expurgado das funes comerciais, culminaram com a separao das actividades de Banco Comercial e Central do BM. Com a aprovao da Lei n1/92, Lei Orgnica do BM, de 3 de Janeiro , estabelece-se os objectivos e o quadro porque se rege o Banco Central atribuindo-lhes poderes de autoridade monetria, supervisora e controladora do sistema financeiro. Os aspectos mais marcantes da reforma centram-se na (i) liberalizao gradual das taxas de juros; (ii) separao jurdica e institucional do BM com a criao do Banco Comercial de Moambique (BCM); (iii) abertura do sistema financeiro para a operao de bancos privados que contudo resultou na entrada de bancos de capitais estrangeiros; e (iv) a privatizao dos bancos comerciais com a participao maioritria do Estado. O BCM foi reprivatizado e passou a gesto privada (BCP de Portugal) que teve o seu trmino em Maro de 2001. Em 1997, o BPD foi vendido a um banco da Malsia e a investidores moambicanos, e tornou-se Banco Austral (BA). Em 1997, surgiu o BCI, sendo que os accionistas eram maioritariamente o Grupo Caixa de Depsitos de Portugal. Em consequncia da estabilidade econmica e da reviso da Lei das Instituies de Crdito bem como a reestruturao das empresas do Estado, o nmero de operadores financeiros aumentou como podemos constatar na tabela 2. Tabela 2: Instituies Financeiras 1991-2002 Tipo de Instituio Bancos Comerciais

1991 3

1995 3

2002 12

Bancos de Investimentos Cooperativas de Crdito Sociedades de Seguro Outras instituicoes Financeiras Sociedades de Investimento Leasings Sociedades de Capital de risco Sociedades Administradoras de Compras em Grupo Casas de Cmbio Sociedades Micro-finanas Fonte: Relatrio Anual do Banco de Moambique, vrios

1 1 4 -

2 1 19 1

1 7 4 2 1 3 1 1 29 21

No final do ano de 2000. uma crise bancria importante causada pelo elevado volume de crdito mal parado atingiu o sistema bancrio moambicano, sendo o BCM e o BA, considerados insolventes. De modo a evitar uma insolvncia completa, e um impacto considervel sobre o sistema financeiro moambicano, o Governo organizou uma operao de resgate (bail-out) com um custo elevado: cerca de U$128milhes em 2001, equivalente a 4% do PIB nacional. Esta operao trouxe algumas consequncias para a inflao, e tambm sobre o passivo do Estado. O BA foi posteriormente vendido a um banco Sul-Africano, e o stock de emprstimos problemticos/insolventes foi transferido para uma conta do Tesouro. O BCM foi posteriormente adquirido pelo grupo BIM. Actualmente, como resultado da liberalizao financeira, a nfase focaliza-se no sector privado. A mudana da acumulao centrada no Estado e polticas econmicas tiveram tambm influncia sobre a estrutura do sistema bancrio. As consequentes privatizaes nos bancos estatais moldaram os bancos para uma postura mais de mercado assentes na rentabilidade de certas actividades econmicas. Esta constatao pode ser reforada pela evidncia da reduo do nmero de balces do Banco Austral e BCM, aps retirada da participao maioritria do Estado (Tabela 3).

Tabela: Rede Bancria

Balces por Provncia 2000 Instituies Total B. Austral BCM BSTM BIM Maputo 97 32 17 13 18 Gaza 22 11 6 1 2 Inhambane 12 6 4 1 1 Manica 14 7 4 1 1 Sofala 28 16 5 2 3 Tete 13 7 2 1 2 Zambezia 14 8 4 1 1 Nampula 24 13 5 1 2 C.Delegado 13 8 2 1 1 Niassa 9 5 2 1 1 Total 246 113 51 23 32

BF
2

0 0

0 1

1 1

0 1

0 0

1 2

0 1

0 0

5 22

Outros 14 2 Fonte: BM.2000. Relatrio Anual

Estrutura Actual Actualmente, o sistema bancrio moambicano baseado no crdito bancrio privado, sendo que o mercado de capitais moambicano ainda muito pouco desenvolvido. A abertura da bolsa de valores moambicana s se deu em finais de 1999, resultante das reformas financeiras no pas. Apesar das modificaes e crescimento no sector bancrio moambicano, at 2006, ele ainda era bastante pequeno e pouco disperso, visto que metade das agncias abertas ao pblico estavam situadas na Provncia ou Cidade de Maputo. Uma pesquisa identificou os principais constrangimentos para expanso da rede bancria: Ausncia de infra-estruturas; Elevados custos operacionais e de investimento na fase de arranque; Economia rural de dimenso reduzida; Falta de sucursais do BM;

Em 2008, o sistema bancrio moambicano conheceu um crescimento. Segundo o ltimo Relatrio do Banco de Moambique (2008), O sistema bancrio continua sendo palco de muitas transformaes acompanhando assim a tendncia internacional. As transformaes consubstanciam-se no desenvolvimento de novos produtos financeiros, investimento em infraestrutura tecnolgica, modernizao e expanso dos canais de distribuio (ATMs, abertura de mais agncias) com vista a responder enorme e crescente procura pelos servios bancrios. Os incentivos fiscais atractivos, o elevado nvel de rendibilidade, o quadro regulamentar favorvel ao investimento, o potencial para crescimento da actividade econmica so alguns dos elementos que tem atrado mais investidores para o sector bancrio. Em 2008, operavam em Moambique 21 instituies de crdito sendo 14 bancos dos quais 3 so de microfinanas, 5 cooperativas, 1 microbanco e 1 instituio de locao financeira. No decurso de 2008, dois novos bancos iniciaram sua actividade: o Mozabanco e o Banco Terra.

ICB, UCB, BNP, BDCM, BMI, Novo Banco.

Apesar de haver alteraes na estrutura de capital de alguns bancos a maior parte do capital no sistema bancrio continua largamente de origem estrangeira sendo que a presena de capitais nacionais notria em apenas bancos pequenos e em microbancos e cooperativas. Em 2008 a rede de agncias bancrias continuou a crescer de forma significativa. Essa expanso ocorreu no s nos centros urbanos mas tambm nos distritos que anteriormente no possuiam qualquer agncia bancria (ex. Namialo, Malema, Alto-Molcu, Inharrime, Brue, Magude, Caia). Actualmente, existem 9 bancos comercias, 1 banco de investimento, 3 bancos de Microfinanas, 5 Cooperativas de Crdito, 3 Sociedades de Locao Financeira, 1 Sociedade de Administrao de Compras em grupo, 1 Sociedade de Investimento, 1 Sociedade de Gesto de Capitais de Risco, 20 Casas de Cmbio, 1 escritrio de representao de Instituies de Crdito com sede no estrangeiro e 20 entidades habilitadas ao exerccio de funes de crdito, como mostram as tabelas em anexo. O que prova o alargamento do sistema bancrio em Moambique.

Concluses