Nutrição e Saúde

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SUMÁRIO

1. NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO..................................................................................................... 1
2. NUTRIENTES e ALIMENTOS...................................................................................................... 2
3. NUTRIÇÃO E SAÚDE PÚBLICA ................................................................................................. 6
4. PRINCIPAIS DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS ............................................................................... 9
5. NUTRIÇÃO NOS CICLOS DE VIDA .......................................................................................... 13
6. INTRODUÇÃO A TERAPIA NUTRICIONAL............................................................................... 18
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 23
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1. NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO

A nutrição é um processo biológico em que os organismos, utilizando-se de alimentos, assimilam


nutrientes para a realização de suas funções vitais. Devido sua importância à sobrevivência de qualquer
ser vivo, a nutrição faz parte do aprendizado durante grande parte do período de estudo básico e em nível
secundário, assim como em mu itos cursos de nível de graduação e pós-graduação, em áreas como
agronomia, biologia, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia, medicina, saúde
coletiva, terapia ocupacional, veterinária e zootecnia.
A alimentação e nutrição constituem-se em requisitos básicos para a promoção e a proteção da
saúde, possibilitando a afirmação plena do potencial de crescimento e desenvolvimento humano, com
qualidade de vida e cidadania.
A alimentação e nutrição estão presentes na legislação recente do Estado Brasileiro, com destaque
para a Lei 8.080, de 19/09/1990 (BRASIL, 1990), que entende a alimentação como um fator condicionante
e determinante da saúde e que as ações de alimentação e nutrição devem ser desempenhadas de forma
transversal às ações de saúde, em caráter complementar e com formulação, execução e avaliação dentro
das atividades e responsabilidades do sistema de saúde.
A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia ao
acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos
biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares especiais;
ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto
atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas
adequadas e sustentáveis.
A diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável compreende um conjunto de
estratégias que objetivam proporcionar aos indivíduos e coletividades a realização de práticas alimentares
apropriadas. Essa diretriz também é uma prioridade na Política Nacional de Promoção da Saúde e, como
tal, deve ser implementada �com atores de outros setores, privilegiando a participação popular.
Ainda falando de Nutrição, ela se divide em diversos campos de atuação, mas vale destacar os
campos da figura a seguir:
- Educação Nutricional: mais do que ensinar o que comer, do ponto de vista do melhor desempenho
biológico, ensinar como compreender a alimentação, educando como os indivíduos podem emponderar-se
a cerca do acesso aos alimentos, seja na dieta habitual, ou na ocasião de uma dieta específica de
tratamento ou recuperação.
- Nutrição Clínica: campo específico da prática de
recuperação e reabilitação. A Nutrição Clínica é a área que
domina a Terapia Nutricional. Visando estudar e promover a
utilização dos alimentos para a recuperação da saúde
estudando a interação deles nos processos de adoecimento,
a relação fármaco-nutriente (substância medicamentosa
versus nutrientes presentes na alimentação), bem como a
promoção da saúde e prevenção de doenças por meio da
alimentação.
- Nutrição Social: deve avaliar a nutrição e alimentação
tendo em vista o comportamento social. Estuda e aplica os
conhecimentos da avaliação nutricional das populações e
visa obter informações relevantes as populações, pensando
nos programas e políticas de governo.
- Vigilancia nutricional: coletar dados, obter registros e
transformar isso em informação de saúde.
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Nutrição e enfermagem

A colaboração interprofissional é uma estratégia do trabalho em equipe; consiste no processo de


convivência no espaço comum entre diferentes profissões que desenvolvem a clínica ampliada,
envolvendo o processo de comunicação e tomadas de decisões compartilhadas para a melhor produção
do cuidado em saúde.
Ela repercute no campo da educação, ao sinalizar para a necessidade de formar profissionais
preparados para trabalharem de forma interprofissional frente às demandas de saúde é importante pensar
em práticas de trabalho colaborativas. as práticas colaborativas (PC) ocorrem quando vários profissionais
da saúde com diferentes experiências fornecem serviços abrangentes, trabalhando com os pacientes,
familiares e comunidades, para oferecer a melhor qualidade dos serviços em cada contexto. São
mencionadas adaptações institucionais bem como estratégias de comunicação e resolução de conflitos
que sustentem as PC.
Alcançar o trabalho em equipe interprofissional colaborativo é considerado fundamental para
qualidade da atenção à saúde, segurança e satisfação de paciente e profissionais.
A disciplinaridade e seus correlatos (multidisciplinaridade, pluridisciplinaridade, interdisciplinaridade,
e transdisciplinaridade) estão em evidencia, atualmente, em relatos orais, ensaios como tema de aulas,
quase sempre com significados distintos e de difícil compreensão. A interdisciplinaridade necessita de
duas ou mais pessoas com seus diferentes saberes querendo interagir e comunicar seu
conhecimento. A pessoa que busca trabalhar na área da saúde deve ter em mente o perfil que esta
atividade exige, que envolve trocas, sendo este um fator presente na quase totalidade de funções de
outros setores: publico ou privado.
O profissional da enfermagem, que participa da equipe de saúde, deve estar empenhado em
auxiliar na prevenção da desnutrição, assessorando os nutricionistas e médicos na identificação
precoce de sinais físicos da desnutrição, na colaboração com o nutricionista, fornecendo dados
sobre a aceitação das refeições, bem como auxiliar no tratamento da desnutrição, estando atento e
transmitindo informações importantes à sua equipe de enfermagem quanto à importância da
nutrição na recuperação do paciente desnutrido. Enfim, deve cooperar como membro da equipe de
saúde em relação à nutrição do paciente.

Teoria versus prática


Como compreendo a Integralidade da Atencao a Saude?
_____________________________________________________________________________________
Quais os desafios de executar a teoria no campo de trabalho?
_____________________________________________________________________________________
Como podemos, enquanto profissionais da saude, contribuir para a saude integral da populacao?

2. NUTRIENTES e ALIMENTOS

ALIMENTO
Conceitua-se como Alimento toda substância natural (de origem animal, vegetal ou mineral) ou
industrializada que se destina ao consumo humano, incluindo bebidas.
NUTRIENTES: Substâncias químicas necessárias para o bom funcionamento do organismo com funções
biológicas específicas. Existem mais de 50 nutrientes identificados. São divididos em Macronutrientes e
Micronutrientes, Fibras e Água.

ALIMENTOS versus NUTRIENTES

Macronutrientes são compostos orgânicos responsáveis pelo fornecimento de 100% da energia


da dieta. Carboidratos, proteínas e lipídios fazem parte deste grupo.
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Micronutrientes : também chamados de oligoelementos, são elementos necessários, em menores


quantidades, à manutenção do organismo. Não fornecem energia e podem ser orgânicos (vitaminas) ou
inorgânicos (minerais).
CARBOIDRATOS
Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza, apresentam como fórmula
geral : [C(H2O ]n, daí o nome "carboidrato", ou "hidratos de carbono". São moléculas que desempenham
uma ampla variedade de funções, entre elas:
- Fonte de energia;
- Reserva de energia;
- Estrutural;
- Matéria-prima para a biossíntese de outras biomoléculas.
São categorizados em:
Monossacarídeos | Dissacarideos | Polissacarideos.
TIPOS Exemplos
Monossacarídeo: Glicose – galactose – frutose
a estrutura mais básica dos carboidratos
Dissarídeos: Sacarose – Lactose – Maltose
formados sempre por dois monossacarideos
Polissacarídeos: Amido - celulose
formados por 4 ou mais monossacarídeos.
Cadeias longas de monossacarídeos

LIPÍDEOS
Dos pontos de vista fisiológico e clínico, os lípides biologicamente mais relevantes são os
fosfolípides, o colesterol, os Triglicérides (TG) e os ácidos graxos. Os fosfolípides formam a estrutura
básica das membranas celulares. O colesterol é precursor dos hormônios esteroides, dos ácidos biliares e
da vitamina D. Além disso, como constituinte das membranas celulares, o colesterol atua na fluidez destas
e na ativação de enzimas aí situadas. Os TG são formados a partir de três ácidos graxos ligados a uma
molécula de glicerol e constituem uma das formas de armazenamento energético mais importantes no
organismo, sendo depositados nos tecidos adiposo e muscular. Os ácidos graxos podem ser classificados
como saturados (sem duplas ligações entre seus átomos de carbono), mono ou poli-insaturados, de
acordo com o número de ligações duplas em sua cadeia.
Os lipídeos de definem um conjunto de substâncias químicas que, ao contrário das outras classes
de compostos orgânicos, não são caracterizadas por algum grupo funcional comum, e sim pela sua alta
solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Fazem parte de um grupo conhecido
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como macromoléculas. Os lipídeos s e encontram distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas


membranas celulares e nas células de gordura.

PROTEÍNAS
Proteínas: nutrientes construtores, responsáveis pelo fornecimento de aminoácidos que entrarão na
composição de enzimas, anticorpos, hormônios, neurotransmissores, células e tecidos. Existem alimentos
que fornecem todos os aminoácidos necessários ao organismo. Estes alimentos possuem alto valor
biológico. Como exemplos podemos citar os alimentos de origem animal: carne bovina, suína, peixes e
frutos do mar, aves, ovos e laticínios. Dentre eles o ovo é o alimento com maior valor biológico.
Aminoácidos são unidos por meio de ligações peptídicas para formar as proteínas, constituintes de cada
tecido animal ou vegetal.

MICRONUTRIENTES
VITAMINAS
As vitaminas são substâncias orgânicas que são necessárias, em quantidades muito reduzidas,
para muitos dos processos essenciais do nosso organismo. A maioria das vitaminas não podem ser
sintetizadas pelo nosso corpo, por isso têm de ser obtidas a partir da alimentação.
As excepções são Vitamina D (sintetizada na pele]), Vitamina K (sintetizada também pela flora bacteriana
intestinal), Niacina (síntese no fígado, a partir do aminoácido triptofano), Riboflavina (síntese a partir da
flora bacteriana do intestino grosso), e a Biotina (síntese a partir da flora bacteriana do intestino grosso).
As vitaminas são classificadas em dois grupos, de acordo com a sua solubilidade:
 Vitaminas lipossolúveis, se forem solúveis em gordura (lípidos). Este é o caso das vitaminas A, D, E
e K;
 Vitaminas hidrossolúveis, se forem solúveis em água. Este grupo inclui a vitamina C e vitaminas do
complexo B: B , B , B , B , B e B .
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As vitaminas desempenham uma grande variedade de funções no nosso organismo:


algumas são co-factores em actividades enzimáticas, algumas são antioxidantes (ajudam a proteger o
corpo dos danos adjuvantes da presença do oxigénio) e uma (vitamina D) é uma pro-hormona. Cada uma
das vitaminas desempenha uma função específica, apesar de muitas vezes as suas acções se
complementarem. Podem também interagir com outros nutrientes, como os minerais, os hidratos de
carbono e as proteínas. Assim, e resumidamente, as vitaminas asseguram o funcionamento adequado do
organismo, em todos os aspectos. Por isso, são essenciais para o crescimento e para a saúde.
Funções: Não contém energia mas são necessárias para as reações energéticas; regulam as funções
celulares; envolvidas nas funções de proteção (imunológicas).

MINERAIS
Os minerais desempenham inúmeras funções em nosso organismo. Eles fazem parte da estrutura dos
tecidos corpóreos, participam da regulação dos impulsos nervosos, da atividade muscular e do balanço
ácido- base, além de serem componentes ativadores ou reguladores de muitas enzimas. Fazem parte
deste grupo o ferro, iodo, cálcio, fósforo, entre outros.

FIBRA
Parte fibrosa mastigável das frutas e vegetais, a qual compreende a parede celular das plantas e
estruturas celulares contendo, principalmente, celulose, hemicelulose, lignina, beta-glicanas, pectinas,
mucilagens e gomas. Do ponto de vista da nutrição humana, o termo fibra alimentar tem sido redefinido
como polissacarídeos de plantas e lignina não sujeitos à hidrólise das enzimas humanas no intestino
delgado. O impacto das fibras alimentares nas funções fisiológicas do trato gastrointestinal pode ser mais
bem estudado considerando-se algumas propriedades físico-químicas, tais como: viscosidade, capacidade
de sequestrar água, capacidade de ligação a minerais e sais biliares, degradação microbiológica e seus
metabólitos, entre outras. Essas propriedades afetam importantes funções do tubo digestivo, como o
esvaziamento
ENERGIA
Define-se caloria como a representação métrica de energia produzida por determinados nutrientes quando
metabolizados pelo organismo. Quando lemos em rótulos ou livros populares que um alimento fornece
cem calorias, isso significa cem quilocalorias ou 100kcal. Ou seja, a quilocaloria não é constituinte dos
alimentos, é a medida de sua energia potencial.
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ETAPAS DIGESTÃO
DIGESTÃO GÁSTRICA
no estômago ocorre a primeira etapa maior da digestão, sendo digeridas as proteínas em
peptídeos ou em aminoácidos. Os demais macronutrientes tendem a permanecer íntegros. Não ocorre
absorção no estÔmago.
DIGESTÃO INTESTINAL
é no intestino que ocorre boa parte da digestão dos nutrientes, e absorção de todos, macronutrientes,
micronutrientes, fibras e água.

3. NUTRIÇÃO E SAÚDE PÚBLICA

A partir da década de 1960, modificações nos padrões de morbimortalidade da população vêm


sendo objetivamente estudadas e analisadas sob o enfoque dos processos de Transição Demográfica,
Transição Epidemiológica e Transição Nutricional. Na busca do entendimento sobre a transição
demográfica, verifica-se que as modificações no nível do desenvolvimento de cada sociedade
correspondem a alterações nos padrões de morbimortalidade das populações. Em países em
desenvolvimento, estes padrões se apresentam com redução das doenças infecciosas e crescente
aumento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), as quais ganham destaque nas causas de
óbitos. O aumento da vida média e o envelhecimento populacional aumentam a probabilidade de
acometimento de DCNT. Estes aspectos da transição epidemiológica nutricional se confirmam frente ao
quadro epidemiológico dos distúrbios nutricionais e das doenças relacionadas a alimentação e nutrição no
Brasil. Nas últimas décadas podemos observar um decréscimo importante da prevalência de
desnutrição/baixo peso em todas as faixas etárias e regiões, especialmente em crianças de 0 – 5 anos
seguido de um também importante incremento nas taxas de sobrepeso e obesidade em todas as regiões,
faixas etárias e com especial destaque em mulheres de estratos sócios econômicos mais baixos.
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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

O processo de urbanização acompanhou-se de importantes mudanças sociais, como nas formas


de inserção da mulher na sociedade, rearranjos familiares, incrementos tecnológicos, entre outras. O
padrão demográfico alterou-se. A forte queda na fecundidade e o aumento da longevidade impulsionaram
um envelhecimento acelerado da população brasileira, conforme foi discutido por Vasconcelos & Gomes.4
Em anos recentes, observam-se tendências de crescimento baixo ou mesmo negativo da população jovem,
desaceleração do crescimento da população em idade ativa e grande crescimento do contingente de
idosos

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
O perfil de adoecimento e morte está relacionado com o processo de transição epidemiológica, isto
é, com as mudanças ocorridas no tempo nos padrões de morte, morbidade e invalidez que caracterizam
uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas,
sociais e econômicas.
O conceito de transição epidemiológica tem merecido críticas pelo fato de a transformação dos
padrões de saúde não obedecer aos mesmos parâmetros na seqüência, intensidade e velocidade, em
diferentes regiões. Para Possas (2001), a heterogeneidade das sociedades contemporâneas impõe um
padrão de risco de tênues fronteiras, a saber, os espaços urbano/rural e selva se interconectam, e riscos e
patologias modernas arcaicas se sobrepõem. Outra principal debilidade do esquema teórico da transição
epidemiológica seria a de enfatizar a tecnologia médica como principal alternativa interveniente no curso
da transição, desconsiderando o papel que as variáveis econômicas e sociais desempenham neste
processo (Barreto & Carmo, 1995; Barreto et al., 1993). Segundo Chaimowicz (1997), existe uma
correlação direta entre os processos de transição epidemiológica e demográfica. A princípio, o declínio da
mortalidade concentra-se seletivamente entre as doenças infecciosas e tende a beneficiar os grupos mais
jovens da população, que passam a conviver com fatores de risco associados às doenças crônico-
degenerativas e, na medida em que cresce o número de idosos e aumenta a expectativa de vida, as
doenças não transmissíveis tornam-se mais freqüentes
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TRANSIÇÃO NUTRICIONAL
A população brasileira, nas últimas décadas, experimentou grandes transformações sociais que resultaram
em mudanças no seu padrão de saúde e consumo alimentar. Essas transformações acarretaram impacto
na diminuição da pobreza e exclusão social e, consequentemente, da fome e desnutrição. Por outro lado,
observase aumento vertiginoso do excesso de peso em todas as camadas da população, apontando para
um novo cenário de problemas relacionados à alimentação e nutrição.

Há atualmente um grande conjunto de ações que incidem mudanças alimentares em resposta a um


padrão alimentar que se instaurou com a exacerbação do consumo de alimentos industrializados em
detrimento de alimentos tradicionais nas últimas décadas. Esses alimentos ultra- processados são ricos
em gordura saturada, sal, açúcar, e apresentam baixo teor de fibras e micronutrientes, características que
contribuem para o aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como hipertensão, diabetes
mellitus, osteoartrite, aterosclerose, derrames, câncer, entre outras.
A Transição Nutricional, na lógica da transição Demográfica e Epidemiológica, é também um
processo de modificações sequenciais associadas ao padrão de alimentação e nutrição. Neste
sentido, as mudanças econômicas, sociais e demográficas, modificam o perfil alimentar e
nutricional no contexto do processo saúde-doença das populações.
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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA

TRANSIÇÃO
NUTRICIONAL

TRANSIÇÃO
EPIDEMIOLÓGICA

4. PRINCIPAIS DISTÚRBIOS NUTRICIONAIS

DIABETES MELLITUS :

O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) caracteriza-se por dois defeitos

fisiopatológicos principais: a resistência à insulina, que resulta em aumento da produção hepática de


glicose e redução da sua utilização periférica, e o comprometimento da função secretora da célula beta. A
história evolutiva natural dessas alterações faz com que os defeitos metabólicos característicos do DM2
estejam presentes de 9 a 12 anos antes do diagnóstico da doença, que geralmente acontece quando a
diminuição da função da célula beta fi ca em torno de 50%. Essa redução progressiva da função insulínica
está associada à deterioração glicêmica e acontece independentemente da terapêutica utilizada Diabetes
mellitus (DM) não é uma única doença, mas um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que
apresenta em comum a hiperglicemia, resultante de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina
ou em ambas. A classificação atual do DM baseia-se na etiologia e não no tipo de tratamento, portanto, os
termos “DM insulinodependente” e “DM insulino independente” devem ser eliminados dessa categoria
classificatória. A classificação proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação
Americana de Diabetes (ADA), e aqui recomendada, inclui quatro classes clínicas:1–3 DM tipo 1 (DM1),
DM tipo 2 (DM2), outros tipos específi cos de DM e DM gestacional (Quadro 1). Há ainda duas categorias,
referidas como pré-diabetes, que são a glicemia de jejum alterada e a tolerância à glicose diminuída.
Essas categorias não são entidades clínicas, mas fatores de risco para o desenvolvimento de DM e
doenças cardiovasculares (DCV).

USO DE INSULINA
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OBESIDADE
Obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de gordura corporal, que causa
prejuízos à saúde do indivíduo. A obesidade coincide com um aumento de peso, mas nem todo aumento
de peso está relacionado à obesidade, a exemplo de muitos atletas, que são “pesados” devido à massa
muscular e não adiposa. dados estatisticos / síndrome metabólica
Existem diversas maneiras de classificar e diagnosticar a obesidade. Uma das mais utilizadas atualmente
baseia-se na gravidade do excesso de peso, o que se faz através do cálculo do Índice de Massa Corporal
(IMC ou Índice de Quetelet), utilizando-se a seguinte fórmula:
IMC = Peso atual (kg) / altura(m)²
O uso do IMC é prático e simples e a sua aplicação é recomendada para adultos. A avaliação da massa
corporal em crianças e adolescentes é feita através de tabelas que relacionam idade, peso e altura. O IMC
não é indicado nessas faixas etárias porque crianças e adolescentes passam por rápidas alterações
corporais decorrentes do crescimento. A rede pública de saúde usa o “cartão da criança” para verificar a
adequação da altura e do peso até os 5 anos de idade.
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Maus hábitos alimentares também ajudam a engordar, tais como:


 Não ter horários fixos para comer, ou seja, “beliscar” a toda hora. A pessoa perde o controle da
quantidade que comeu e acaba comendo muito, sem nem perceber.
 Exagerar no consumo de alimentos gordurosos, como frituras, manteigas, óleos, doces cremosos,
chocolates etc.
 Fazer “dietas da moda”, responsáveis pelo efeito ioiô, isto é, o “emagrece-e-engorda” dos que
fazem esses tipos de dieta (vejamais detalhes no item dietas da moda).
 Ficar longos períodos em jejum. A fome e o apetite aumentam e a pessoa acaba comendo mais.
 Fazer poucas refeições durante o dia e em grandes volumes. O volume do estômago pode
aumentar e também a quantidade de alimentos que a pessoa consegue comer.
Teste de tolerancia orla a glicose (TTOG)
Para a realização do teste de tolerância à glicose oral, algumas considerações devem ser levadas em
conta:
• Período de jejum entre 10 e 16 h
• Ingestão de pelo menos 150 g de glicídios nos 3 dias anteriores à realização do teste
• Atividade física normal
• Comunicação da presença de infecções, ingestão de medicamentos ou inatividade
• Utilização de 1,75 g de glicose por quilograma de peso até o máximo de 75 g
• Não usar as fi tas com reagentes para o diagnóstico, pois não são tão precisas quanto as dosagens
plasmáticas.

HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA


A HAS é a pressão do sangue sobre os vasos sanguíneo superior ao normal. Pode assumir o caráter de
uma reação defensiva do organismo no intuito de garantir uma pressão suficiente nos órgãos essenciais,
cujas trocas seriam de outra maneira brandamente afetadas. Na terapia da hipertensão o controle dietético
e de fundamental, sendo também fundamentais os tratamentos medicamentoso, psicológico e o repouso.
Pode ser de uma forma transitória com suas principais causas: insuficiência renal, distúrbio no
metabolismo, perda de elasticidade, anemia, tumor do lobo superior da hipófise e elevação da taxa de
proteínas no sangue.
Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) os valores considerados normais são: entre 120x80mmHg e
130x85mmHg. Segundo a IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, são:
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DISLIPIDEMIAS
Colesterol é uma lipoproteína encontrada em todas as células do corpo.
Triglicerídeos e um outro nome dado a uma cadeia de gordura.
Existem dois tipos de lipoproteína HDL (lipoproteína de alta densidade) LDL (lipoproteína de baixa
densidade).
HDL carrega colesterol e triglicerídeos para fora de sangue, e bom ter níveis elevados de HDL, exercícios
e perda de peso podem aumentar os níveis de HDL.
LDL deposita colesterol e triglicerídeos nos vasos sanguíneos, que podem obstrui-los

TRANSTORNOS ALIMENTARES
Na bulimia, o padrão alimentar é descrito como caótico e cíclico: a pessoa inicia uma dieta restritiva em
qualidade e quantidade de alimentos, seguida por compulsão alimentar, com ingestão de grandes
quantidades de alimentos, desencadeando ansiedade e medo de engordar, levando-a a atitudes
compensatórias inadequadas (ALVARENGA E LARINO, 2002). Estas podem ser purgativas, como vômito,
uso de laxantes e de diuréticos, ou não purgativas, como atividade física excessiva (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2000).
A anorexia nervosa é caracterizada pela restrição intencional, contínua e severa de diversos alimentos,
baixa ingestão alimentar de calorias e de nutrientes, culminando anorexia nervosa, bulimia, compulsão
alimentar outros agravos.
Os critérios para o diagnóstico da bulimia nervosa são:
A – Episódios recorrentes de ataques de comer compulsivamente. Um episódio de comer compulsivo é
caracterizado pelos dois itens abaixo.
1) Comer freqüentemente (período de duas em duas horas) uma grande quantidade de comida
maior do que a maioria das pessoas comeria durante episódios semelhantes e sob circunstâncias
semelhantes.
2) Sensação de perde de controle durante o episódio, com a sensação de que a pessoa não
consegue parar de comer ou controlar o quanto está comendo
B – Comportamentos inapropriados freqüentes, no sentido de evitar ganhar peso, tais como o vômito auto-
induzido, uso de laxantes, diuréticos, clisters ou outras medicações, jejuns, ou exercícios em excesso.
C – Tanto comer compulsivamente como os comportamentos inadequados ocorrem em uma média de,
pelo menos, duas vezes por semana durante três meses.
D – A avaliação pessoal é raramente influenciada pela forma e peso corporal.
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Obesidade infantil
A obesidade é distúrbio multifatorial e, portanto, sua prevenção necessita de atuação
multidisciplinar e multissetorial que envolva indústria, políticas públicas, escola e família. O Brasil
tem avançado quanto à escola e a políticas públicas, inclusive com atuação na indústria e
marketing. Entretanto, os esforços ainda são poucos frente ao quadro atual e às perspectivas
futuras de aumento na prevalência da obesidade infantil.

5. NUTRIÇÃO NOS CICLOS DE VIDA

INFÂNCIA
Quando se trata do monitoramento da saúde na infância as primeiras avaliações do recém-nascido
deverão ocorrer nas primeiras horas de vida, que constitui um momento propício para estimular e auxiliar a
família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para
verificar a realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e para estabelecer ou reforçar a rede de apoio
à família.
Dentro dos exames físicos realizados acontece a AVALIAÇÃO NUTRICIONAL, que avalai peso,
comprimento, e possíveis deficiências de nutrientes.
PESO
O peso ao nascer (PN) é o melhor preditor do padrão de saúde imediato e futuro do recém-nascido
(RN). É considerado como nascido com peso mínimo adequado a partir de 2500g. Abaixo a classificação
do RN pelo peso de nascimento (PN):
PN < 2500g RN de baixo peso (RNBP)
PN < 1500g RN de muito baixo peso (RNMBP)
PN < 1000g RN de muitíssimo baixo peso (RNMMBP)
PN < 800g RN microprematuro

Essa classificação INDEPENDE do tempo de nascimento, ou seja, não significa que a criança de
baixo peso é prematura. É importante estar atento para esses dados, pois o estado nutricional de um RN
ao nascimento varia de acordo com as condições de vida intrauterina as quais esteve submetida. A
adequação nutricional do feto pode influenciar de forma significante a morbidade e mortalidade do RN.
Nascer prematuramente coloca o RN numa condição de grande risco nutricional. A alimentação representa
contínuo desafio para os responsáveis pela nutrição do neonato, principalmente daqueles prematuros e de
muito baixo peso ao nascer.
EXAME FÍSICO
Ainda existem os demais critérios de exame físico, que deve ser realizado nos primeiros momentos
de vida, em internação e nas puericulturas (na Atenção Primária a Saúde). É consenso que o exame físico
e seus achados devem ser descritos e compartilhados com os pais, como forma de facilitar-lhes a
percepção das necessidades do bebê.
PERÍMETRO CEFÁLICO
O perímetro cefálico com medidas acima ou abaixo de dois desvios-padrão (< -2 ou > +2 escores
“z”) pode estar relacionado a doenças neurológicas, como microcefalia (de causa genética ou ambiental) e
hidrocefalia, o que exige, portanto, melhor avaliação e encaminhamento.
FACE
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Pesquise alguma assimetria, como olhos, lábios, formato da testa e queixo; malformação, deformidade ou
aparência sindrômica: como as fácies típicas da Síndrome de Down e outras síndromes mais raras.
PELE
Deve se observar presença de edema , palidez (sangramento, anemia, palidez em lado do corpo e
vermelhidão do lado oposto, por alteração vasomotora e sem repercussão clínica); cianose, que se for
generalizada, pense em doenças cardiorrespiratórias graves; se for localizada nas extremidades ou na
região perioral, pense em hipotermia); icterícia, o profissional deverá estar mais atento caso a icterícia
tenha se iniciado nas primeiras 24 horas ou depois do 7º dia de vida, caso tenha duração maior do que
uma semana no recém-nascido a termo, duração maior do que duas semanas no prematuro e se a
tonalidade for amarelo intenso ou se a icterícia se espalha pelo corpo, atingindo pernas e braços.
OUTROS
Avalia-se ainda especificamente OLHOS, LÁBIOS, NARIZ, PESCOÇO, ABDOME, CÉU DA BOCA (palato),
NÁDEGAS, ÂNUS, GENITÁLIA.

DESENVOLVIMENTO
Uma vez avaliada a criança recém-nascida segue a avaliação do desenvolvimento. Além de
observar o desenvolvimento psico-afetivo e cognitivo o profissional de saúde deve estar atento ao
desenvolvimento do estado nutricional observado especialmente crescimento, através do PESO,
ESTATURA E IMC. Para estas avaliações utiliza-se os gráficos padronizados da Organização Mundial de
Saúde(OMS).
Esses gráficos permitem que se observe a classificação do estado nutricional e também a evolução
disso ao longo do crescimento infantil. Isto porque é possível analisar os resultados da classificação
marcando nos gráficos e posteriormente traçando linhas entre eles.
É muito importante avaliar os diferentes gráficos conjuntamente, ou seja, avaliar a classificação de
peso, de estatura, e de IMC. Acontece que, uma criança pode apresentar um peso adequado para idade,
porém, não apresentar um crescimento estatural adequado, ou apresentar peso e alturas baixos para a
idade, e neste caso, observando isoladamente o IMC perceber que este apresenta-se adequado, por
exemplo. Isso acontece porque o Indice de Massa Corpórea observa o peso para a altura, no caso de
ambos os dados estarem alterados ele sozinho não será suficiente para saber se essa criança está se
desenvolvendo adequadamente.
Em resumo: é FUNDAMENTAL observar o máximo de critérios na avaliação para obter um
diagnóstico seguro.

As demais tabelas estão disponíveis nos cadernos da criança, distribuídos nas unidades básicas de
saúde e nos sites do Ministério da Saúde.
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GESTAÇÃO
Várias adaptações fsiológicas são observadas
no organismo da mãe durante a fase materna:
Aumento do apetite e da efciência digestiva e absortiva do tubo
digestivo.
● Aumento da volemia e do volume do líquido intracelular.
● Aumento no débito cardíaco e no fuxo sanguíneo renal e periférico.
● Aumento na ventilação pulmonar.
● Formação de "estoques de nutrientes" (a ingestão de alimentos no segundo trimestre da gravidez é, por
forças biológicas, maior que as necessidades nutricionais do momento; em consequência disso se forma
um "estoque" de nutrientes em vários tecidos maternos). Esses "estoques" são constituídos,
principalmente, por lipídeos e são responsáveis, em boa parte, pelo aumento do peso da gestante ganho
de peso no período gestacional
17

IDOSO

Os procedimentos relativos ao diagnóstico e acompanhamento do estado nutricional de idosos


preconizados, embora sinalizem a importância de se levantar marcadores de consumo alimentar, acabam
por dar ênfase ao uso de medidas antropométricas, especialmente o índice de massa corporal. A
incorporação de outros indicadores para o monitoramento dos idosos demonstra avanço no
reconhecimento de eixos fundamentais que precisam ser incorporados na prática profissional e na rotina
da atenção básica. Entretanto, o uso desses marcadores exige que o profissional o faça de forma crítica e
integrada em equipe, compreendendo que nenhum indicador isolado satisfará as necessidades de todas
as dimensões envolvidas na avaliação nutricional, especialmente tratando-se de idosos.
Na população adulta, a antropometria tem como principal objetivo avaliar a composição corporal,
porém surgem mais dificuldades na sua aplicação quando se trata de indivíduos idosos. Alterações físicas
e de composição corporal observadas com a idade, tais como: redução da estatura, problemas posturais
ou de mobilidade, presença de edema ou desidratação, redução de massa muscular e de densidade
óssea, aumento e redistribuição da gordura corporal, perda da elasticidade e compressibilidade da pele,
interferem na coleta e análise de medidas antropométricas
quadro – agravos e avaliação do idoso.

Utilização na rotina dos serviços e um bom preditor de saúde, sua análise apresenta algumas
limitações em idosos:
a) Avaliação do real excesso de gordura corporal – esse índice não diferencia massa gordurosa de massa
magra (músculos) ou outros tecidos (exemplo: ósseo). Há mudanças importantes na composição corporal
a partir dos 60 anos que ocorrem em proporção diferente com o avançar da idade;
b) decréscimo de estatura – mudanças no IMC não necessariamente refletiriam uma mudança na massa
corporal, como entre os adultos, mas poderiam refletir essa mudança na estatura;
c) avaliação da distribuição de gordura – a não estimativa do real aumento (ou diminuição) da gordura
corporal, especialmente a gordura central, em indivíduos de idade mais avançada, pode comprometer a
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avaliação do risco de muitas doenças. Portanto, torna-se necessário complementar a avaliação do IMC
com o acompanhamento de outras medidas antropométricas e informações obtidas por outros métodos.

6. INTRODUÇÃO A TERAPIA NUTRICIONAL

O acompanhamento do estado nutricional e a identificação de risco de desnutrição protéico-


calórica, são práticas que devem ser realizadas rotineiramente em pacientes hospitalizados,
principalmente em unidades de terapia intensiva (UTI). Uma assistência de qualidade relacionada à
manutenção e atenção total ao que se referente a nutrição das necessidades fisiológicas, contribuindo
para a montagem de um cenário totalmente saudável, onde a comunidade tende muito a ganhar com uma
assistência qualifIcada, de qualidade e humanizada.

SOBRE O PAPEL DA ENFERMAGEM


A responsabilidade do enfermeiro como membro da equipe multidisciplinar em TN está baseada
primordialmente na administração da TN, na prevenção e detecção precoce para fornecer dados ao
tratamento da desnutrição, além de sua interação com outros membros da equipe multidisciplinar(6). Para
proporcionar a TN, sua manutenção e qualidade, foi instituída a criação da Equipe Multiprofissional de
Terapia Nutricional (EMTN), no Brasil, estabelecida por legislação vigente, conforme consta na Portaria
272 do MS, e na Resolução nº63 do MS (Brasil, 2004). Nestas legislações está especificado o papel dos
profissionais da saúde, dentre eles o enfermeiro, como membro integrante da EMTN. Enfatizando a
importância do papel do enfermeiro na TN, foi
elaborada a Resolução 162 do COFEN, que
dispõe sobre a administração da Nutrição
Parenteral e Enteral, a qual foi revista e ampliada
em 2003 (Resolução 277/2003). Cabe ao
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) o
registro do Enfermeiro como especialista segundo
a Resolução COFEN-173/1994.
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Suplementos (Vitamínicos e ou de Minerais) são alimentos que servem para contemplar com estes
nutrientes a dieta diária de uma pessoa saudável, em casos onde sua ingestão a partir da alimentação,
seja insuficiente ou quando a dieta requerer suplementação. Devem conter um mínimo de 25%, e no
máximo até 100% da Ingestão Diária Recomendada (IDR) de vitaminas e ou minerais, na porção diária.
Os suplementos atualmente vêm sendo muito utilizados, especialmente os de nutrientes isolados.
● Para tentar solucionar defInitivamente
● Problemas,
● Sintomas;
● ou até doenças específcas. na maioria das vezes resultam de uma série de fatores biológicos e
ambientais, que de forma associada, e por longo período de tempo, levaram a esta condição indesejada.
Não podemos substituir os alimentos tradicionais, nem serem considerados como dieta exclusiva.
➢ Os Suplementos Vitamínicos e ou Minerais não podem ser apregoados com indicações
terapêuticas

TERAPIA NUTRICIONAL
A nutrição enteral (NE) consiste na administração controlada de nutrientes, seja por via oral, por
sondas ou ostomias, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação
oral e cuja composição é direcionada às necessidades do paciente. É apropriada para pessoas cujo
trato gastrintestinal é funcionante(em geral parcialmente), mas cuja ingestão oral é insuficiente ou
inadequada para atender às necessidades nutricionais. A NE é de importância fundamental para
prevenir e tratar as deficiências de macronutrientes e melhorar a recuperação do paciente, fornecendo a
quantidade de nutrientes compatíveis com o metabolismo existente disfagia e qualquer dificuldade na
efetiva condução do alimento da boca ate o estômago por meio das fases inter-relacionadas, comandadas
por um complexo mecanismo neuromotor.

A Norma Técnica são adotadas as seguintes definições:


Terapia Nutricional (TN) – conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do
estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral ou da Nutrição Enteral.
Nutrição Parenteral (NP) – solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos,
lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico,
destinada à administração intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar,
ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.
Terapia de Nutrição Parenteral (TNP) – conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou
recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NP.
Nutrição Enteral (NE) – alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma
isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para
uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou
complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades
nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos
tecidos, órgãos ou sistemas.
Terapia de Nutrição Enteral (TNE) – conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou
recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NE.
Nutrição Oral Especializada: (NOE) – consiste em utilização de dietas alimentares acrescidas de
suplementos e/ou em utilização de suplementos de dietas enterais por via oral associada a alimentação
diária.
Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) – um grupo formal e obrigatoriamente constituído
de, pelo menos um profissional médico, enfermeiro, nutricionista, farmacêutico, habilitados e com
treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional (TN), podendo ainda incluir profissionais de
outras categorias a critério da unidade hospitalar

COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM TERAPIA NUTRICIONAL


20

As instituições ou unidades prestadoras de serviços de saúde, tanto no âmbito hospitalar, ambulatorial ou


domiciliar, devem contar com um quadro de pessoal de enfermagem qualificado e em quantidade que
permita atender à demanda de atenção e aos requisitos desta Norma Técnica.
A equipe de enfermagem envolvida na administração da TN é formada por Enfermeiros e Técnicos de
Enfermagem, executando estes profissionais suas atribuições em conformidade com o disposto em
legislação específica – a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de
1987, que regulamentam o exercício da Enfermagem no país.
Por ser considerada uma terapia de alta complexidade, é vedada aos Auxiliares de Enfermagem a
execução de ações relacionadas à TN podendo, no entanto, executar cuidados de higiene e conforto ao
paciente em TN.
Os Técnicos de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e
no Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que regulamentam o exercício profissional no país,
participam da atenção de enfermagem em TN, naquilo que lhes couber, ou por delegação, sob a
supervisão e orientação do Enfermeiro

NUTRIÇÃO ENTERAL

TIPO DE DIETA
Artesanal (cozida/manipulada): é aquela pode ser preparada na casa com alimentos em sua forma
natural, depois liquidificada (e quando necessário, coada). São fundamentais para a preparçaão segura de
uma dieta artesanal: - higiene do local de preparo; - qualidade e segurança dos alimentos utilizados; - a
higiene dos manipuladores; - a adequação nutricional da dieta. Para isto, faz-se imprescindível seguir as
recomendações de nutricionista previamente receitadas, de acordo com as necessidades fisiológicas do
paciente.
Industrializada: Como diz o próprio nome ela é produzida em indústria especializada. Pode ser
apresentada sob a forma de pó, que deverá ser liquidificado com água.

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Cateter (Sonda):
● Naso-gástrica
● Naso-enteral
Ostomias:
● Gastrostomia
● Duodenostomia
● Jejunostomia
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22

A diferenciação de Sistemas Aberto e Fechado se referem ao tipo de embalagem em que se


apresenta a dieta enteral.
SISTEMA ABERTO SISTEMA FECHADO
Dieta industrializada ou artesanal Sempre industrializada
Pode utilizar mais de um tipo de fórmulas Um único frasco de fórmula industrializada
combinadas
A dieta é colocada no frasco ligado ao equipo Não há manuseio do conteúdo da embalagem
ou diretamente da embalagem industrializada, sendo conectada diretamente no
equipo.

NUTRIÇÃO PARENTERAL
O suporte nutricional via parenteral está indicado sempre que o paciente está impossibilitado de usar a via
enteral por um tempo predefinido. Um outro fator a ser considerado é se o seu uso vai beneficiar o
O cliente e a família devem ser orientados quanto
à terapia, seus riscos e benefícios. A equipe de
enfermagem desenvolve um papel importante
fornecendo suporte emocional direcionado a
minimizar receios e apreensões, bem como
favorecer a participação do cliente e da
família. · Pacientes ambulatoriais ou que terão
alta com nutrição enteral e seus responsáveis
deverão receber orientação nutricional e de
enfermagem verbalmente e por escrito
paciente.
● Assim, por exemplo, dentro do contingente de pacientes desnutridos, internados, nem sempre os
pacientes terminais vão se beneficiar dessa terapêutica.
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- NUTRIÇÃO E ENFERMAGEM
Comete a equipe de enfermagem detectar, registrar e comunicar Equipe Multi de Terapia Nutricional ou
médico responsável pelo paciente as intercorrências de qualquer ordem técnica/administrativa;

REFERÊNCIAS

Sociedade Brasileira de Cardiologia. ATUALIZAÇÃO DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE DISLIPIDEMIAS E


PREVENÇÃO DA ATEROSCLEROSE – 2017. Volume 109, Nº 1, Agosto 2017.
PNAN. Política Nacional de Alimentação e Nutirção.
PRATA, P. R. The Epidemiologic Transition in Brazil. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, 8 (2): 168-175,
abr/jun, 1992.
Rede Interagencial de Informações para Saúde. Demografia e Saúde: contribuições para analise da
situação e tendências. Brasília. Organização Pan-americana da Saúde. 2009.
Elda Lima Tavares1 Débora Martins dos Santos1 Aline Alves Ferreira2 Maria Fátima Garcia de Menezes .
Avaliação nutricional de idosos . Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2015; 18(3):643-650
http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_vigilancia_alimentar.php? conteudo=curvas_de_crescimento
http://www.abeso.org.br/pdf/Obesidade%20e%20gestacao.pdf
Brasil. Ministerio da Saude. Guia alimentar para a população brasileira. Secretaria de Atencao a Saude,
Departamento de Atencao Basica. – 2. ed. – Brasilia: Ministerio da Saude, 2014.
Santos LAA, Dorna MS, Vulcano DSB, Augusti L, Franzoni LC, Gondo FF, Romeiro FG,
Sassaki LY. Terapia nutricional nas doencas inflamatorias intestinais . Nutrire. 2015 Dec;40(3):383- 96
IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevencao da Aterosclerose Departamento de
Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileitos de Cardiologia – Volume 88,
Suplemento I, Abril 2007
Projeto Diretrizes. Associacao Medica Brasileira e Conselho Federal de Medicina.. Terapia Nutricional para
Pacientes na Fase Nao-Dialitica da Doenca Renal Cronica.
___________. Terapia Nutricional no Paciente com Injuria Renal Aguda.
Falcao MC. Suporte nutricional no recem-nascido. Suporte nutricional no recem-nascido
doente ou prematuro. Rev Med (Sao Paulo) 2003 jan.-dez.;82(1-4):11-21.
http://www.abeso.org.br/atitude-saudavel/mapa-obesidade
CARVALHO e Col. Obesidade: aspectos epidemiológicos e prevenção . Rev Med Minas Gerais 2013;
23(1): 74-82.
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica Diretrizes brasileiras de
obesidade 2016 / ABESO - Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
– 4.ed. - São Paulo, SP

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