Avaliação Dos Hábitos Alimentares e Preferências
Avaliação Dos Hábitos Alimentares e Preferências
Avaliação Dos Hábitos Alimentares e Preferências
ALIMENTARES E PREFERÊNCIAS
ALIMENTARES em situação de
emergencia
• Na fase do diagnóstico inicial deverá ser feita uma avaliação dos
hábitos e preferências alimentares. Numa situação de emergência,
fornecer alimentos que não são culturalmente aceites ou permitidos
por motivos de ordem religiosa, pode significar a recusa da
alimentação, comprometendo o estado nutricional dos indivíduos.
• As preferências e gostos alimentares também são importantes,
principalmente em casos de malnutrição, em que um maior aporte
de energia e nutrientes pode ser melhorado com a adequação do
plano alimentar aos gostos individuais.
• As pessoas devem ser inquiridas sobre o grau de aceitação e
preferências alimentares e os resultados devem ser utilizados para a
decisão sobre os alimentos a fornecer.
É assim importante assegurar que os alimentos disponibilizados:
• Respeitam as tradições culturais e religiosas das populações a que se
destinam;
• São familiares para as populações;
• Têm boa digestibilidade e sabor.
• Para facilitar esta avaliação da adequação e preferências alimentares
pode ser importante a utilização de imagens ou iconografia de modo
a que os alimentos sejam facilmente reconhecidos pelos indivíduos.
Instrumentos visuais como a pirâmide alimentar Moçambicana,
podem ser utilizados nesta tarefa, permitindo não só perceber quais
as preferências ou restrições, como também estimar o nível de
aproximação aos consumos preconizados para a população
Moçambicana.
• Para esta avaliação dos hábitos alimentares pode ser importante
pedir aos indivíduos, por exemplo, que reportem o seu consumo em
comparação com os grupos deste guia alimentar, indicando se
ingerem alimentos de todos os grupos e, dentro de cada grupo, se a
sua ingestão é maior ou menor que a proporção aconselhada. A
presença de mediadores culturais será de grande utilidade neste
processo.
RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES E NUTRICIONAIS
PARA GRUPOS POPULACIONAIS EM SITUAÇÕES
DE EMERGÊNCIA
Fase inicial do acolhimento
Promover um fornecimento de alimentos devidamente planeado, que
forneça, por dia e por indivíduo:
• 2100 Kcal;
• 10-12% do valor energético em proteínas;
• 17%% do valor energético em lípidos;
• Incluir, sempre, leguminosas, hortícolas e fruta fresca nos alimentos a
fornecer;
• Incluir, sempre que possível, laticínios e ovos nos alimentos a fornecer;
• Não esquecer o fornecimento de carne e pescado;
• Incluir cereais integrais sempre que possível;
• Sobrestimar as quantidades dos alimentos contando com eventuais perdas
e necessidades aumentadas;
• Fornecer quantidades adaptadas de alimentos ou nutrientes, o mais
rapidamente possível, a grupos de risco:
- Grávidas e mulheres a amamentar;
- Crianças;
- Idosos;
- Doentes;
• Respeitar a origem cultural e religiosa dos beneficiários:
✓Nunca forçar a aceitação de alimentos;
✓Procurar ter, no conjunto de alimentos a fornecer, alimentos que se
identifiquem culturalmente com os beneficiários;
✓Evitar alimentos sujeitos a restrições de índole religiosa.
Adaptação da intervenção alimentar e
nutricional
• Transitar o mais rapidamente possível para esta fase de intervenção;
- Usar, consistentemente, os dados da avaliação do estado nutricional e
do estado de saúde para ajustar a alimentação a nível:
- Individual – indivíduos malnutridos, com infeções, com carências de
vitaminas e minerais, grávidas malnutridas;
- De grupos – todas as mulheres grávidas, por exemplo;
• Populacional – todos os indivíduos, de acordo com critérios de
temperatura, atividade física, elevada prevalência de carências de
micronutrientes, elevada prevalência de casos de malnutrição;
Monitorizar frequentemente o estado nutricional e de saúde:
- Dos indivíduos em risco;
- Da população através de amostragens a determinados grupos, tendo
como prioridade as crianças dos 6 meses aos 5 anos;
- Melhorar constantemente a oferta alimentar, principalmente com
maior quantidade e variabilidade de hortícolas e fruta frescos;
- Melhorar constantemente a adequação cultural da oferta alimentar,
através da comunicação com os mediadores culturais e beneficiários.
Fase de estabilização
• As fases anteriores de um programa de intervenção alimentar e
nutricional servem para responder, rapidamente, às exigências
nutricionais e de saúde da população num contexto de emergência e
para tratar indivíduos e grupos de indivíduos com carências ou
afecções específicas.
Recomendações para a terceira fase da
intervenção alimentar e nutricional
Manter o contacto institucional com os indivíduos ou famílias;
- Continuar a monitorizar o estado nutricional e de saúde dos indivíduos
mais vulneráveis;
- Garantir que o apoio prestado continua nutricionalmente adequado ao
grupo e à família;
- Garantir que o apoio alimentar prestado é efetivamente usado pelos
indivíduos;
- Promover a integração plena dos indivíduos na sociedade, também a nível
alimentar;
- Promover hábitos de saúde que previnam doenças não transmissíveis.
RESUMO DAS FASES DE APOIO E OBJETIVOS
Continuar a monitorizar o
Garantir as necessidades
estado nutricional e de saúde
nutricionais básicas Melhorar a oferta alimentar
em quantidade, variabilidade
Garantir que o apoio
Respeitar a origem cultural e e adequação cultural
alimentar é utilizado pelos
religiosa dos beneficiário
indivíduos