Resumo Da Matéria
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Breve Histórico:
1933: Decreto que torna a perícia envolvendo animais uma função exclusiva do médico
veterinário.
1968: Torna-se lei, aplicando-se a áreas como saúde pública, defesa do consumidor e da
fauna.
1989: Criação da disciplina Medicina Veterinária Legal.
1996: Primeiro curso de especialização na área.
2003: Inclusão do ensino de Medicina Veterinária Legal nas diretrizes curriculares dos
cursos de veterinária, pela necessidade de formação em perícias.
O médico veterinário deve comprovar sua qualificação por meio de seu registro
profissional junto ao CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária).
Em casos complexos, quando os conhecimentos da graduação não são suficientes, é
necessário ser um especialista na área, comprovado pelo registro de especialista no
CFMV (a partir de 2009).
1. Peritos Oficiais: Servidores públicos que atuam na esfera penal, vinculados ao Estado,
através do Instituto de Criminalística (órgão oficial de perícia). O ingresso é via concurso
público.
2. Peritos Louvados: Nomeados pela justiça quando o Instituto de Criminalística não possui
peritos oficiais capacitados ou equipamentos adequados.
Assistente Técnico:
Contratação: O médico veterinário é contratado por uma das partes envolvidas no processo
judicial.
Função: Acompanhar o processo e realizar trabalhos e pesquisas que ajudem a comprovar
as alegações da parte que o contratou.
Relação de confiança: Deve ser uma pessoa de confiança da parte contratante.
Imparcialidade: Ao contrário do perito, o assistente técnico não precisa ser imparcial,
pois seu papel é apoiar sua parte.
Responsabilidade Ética: Apesar de atuar de forma parcial, deve seguir os limites do
Código de Ética Profissional.
Exames periciais
1. Análise de vestígios:
Diligência:
Definição: Ato em que o perito ou assistente técnico se desloca ou realiza atividades fora da
sede para obter dados ou informações relevantes para a perícia.
Conforme o artigo 473 do CPC, peritos e assistentes técnicos podem usar todos os meios
necessários para desempenhar suas funções, como:
Ouvir testemunhas.
Solicitar documentos que estejam com as partes ou repartições públicas.
Incluir plantas, desenhos, fotografias ou outros elementos no laudo.
Termo de Diligência:
1. Identificação do diligenciado.
2. Identificação das partes/interessados (número do processo, tipo e juízo).
3. Identificação do perito (com número do registro no CRMV).
4. Descrição detalhada dos elementos a serem periciados (datas/períodos, se aplicável).
5. Prazo e local para exibição dos elementos (compatível com o concedido pelo juízo).
6. Data e hora para execução da diligência.
Laudo Pericial:
Importância:
Apenas peritos nomeados nos autos podem produzir um laudo pericial, conforme o Código
de Processo Penal e Civil. Relatórios ou documentos elaborados por não peritos não devem
ser chamados de laudo.
Deve ser técnico, mas acessível, sem exageros no uso de termos técnicos.
Termos em outras línguas (usados no meio jurídico) devem ser escritos em itálico.
Pareceres Técnicos:
Definição: Documentos elaborados por especialistas em uma área específica, com o objetivo
de fornecer uma análise detalhada e fundamentada sobre determinado assunto.
Finalidade: Auxiliar na tomada de decisões em processos judiciais, investigações criminais
e em situações que exigem análise técnica especializada.
Polícia: Inclui Polícia Civil (investiga crimes comuns), Polícia Militar (prevenção de crimes
e manutenção da ordem) e Polícia Federal (crimes de maior complexidade, como tráfico e
corrupção).
Ministério Público (MP): Promove a ação penal pública e defende interesses sociais e
individuais.
Poder Judiciário: Composto por juízes e tribunais que julgam casos criminais. Os crimes
dolosos contra a vida podem ser julgados por um júri popular.
Sistema Penitenciário: Encarregado da execução penal após condenação.
Processos e Procedimentos
Os procedimentos no sistema criminal incluem:
Legislação Relevante
Constituição Federal de 1988: Proíbe práticas que submetam animais à crueldade.
Lei Federal nº 5.517/68: Regula o exercício da profissão de médico-veterinário.
Decreto nº 24.645/1934: Protege os animais contra maus-tratos.
Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998): Define crimes de maus-tratos e abuso
contra animais.
Lei de Proteção à Fauna (Lei nº 5.197/1967): Proíbe a caça e apanha de animais silvestres.
Lei da Vivissecção (Lei nº 6.638/1979) e Lei Arouca (Lei nº 11.794/2008): Regula o uso
de animais em experimentos científicos.
Lei Sansão (Lei nº 14.064/2020): Aumenta as penas para crimes de maus-tratos contra cães
e gatos.
Tipos de Identificação
Identificação Médico-Legal: Utiliza conhecimentos médicos para determinar a identidade
com base em atributos físicos, funcionais e psíquicos.
Identificação Policial ou Judiciária: Baseia-se em medidas antropométricas,
dactiloscópicas e outras técnicas forenses.
Zoomorfologia Forense
Estuda as características anatômicas e morfológicas dos animais para auxiliar em investigações
legais. É essencial na identificação de espécies, avaliação de lesões e determinação de causas de
morte.
Análises Zoomórficas
As análises realizadas durante a identificação forense de animais envolvem:
Identificação de Animais
A identificação de animais pode envolver diversos elementos, como:
Espécie
Raça
Tamanho
Sexo
Cor
Sinais de serviço
Material genético e odontologia
Cadeia de Custódia
A cadeia de custódia é o conjunto de procedimentos utilizados para manter e documentar a história
de vestígios coletados em locais de crime. É essencial para garantir a integridade e autenticidade das
provas, assegurando que elas não sejam alteradas ou contaminadas.
Conclusão
O estudo da identidade e identificação no contexto da Medicina Veterinária Legal é fundamental
para a aplicação correta da justiça em casos que envolvem animais. A compreensão e aplicação
adequada das técnicas forenses, além do respeito pela cadeia de custódia, garantem a integridade
das provas e contribuem para um julgamento justo.
Criminalística
A criminalística busca entender a dinâmica do crime sem distorcer os fatos, utilizando métodos
científicos para chegar à verdade jurídica e apoiar a justiça. Dois princípios são fundamentais para
essa ciência:
1. Princípio de Locard: “Todo contato deixa um vestígio”. Significa que qualquer pessoa ou
objeto que entra em contato com um local de crime deixa algo e leva algo consigo.
2. Princípio da Individualidade: Não existem dois objetos absolutamente idênticos, mesmo
que pareçam indistinguíveis.
A criminalística visa responder a perguntas como: "como?", "por que?", "quem?", "com que
instrumento?" e "quando?". Suas principais funções incluem:
Postulados da Criminalística
1. O conteúdo de um laudo pericial é invariável: Independentemente do perito que o
produziu, o resultado deve ser o mesmo, já que se baseia em leis científicas.
2. Conclusões independentes dos meios utilizados: O resultado final não muda, ainda que
diferentes tecnologias ou métodos sejam usados.
3. Independência do tempo: A verdade é imutável, independentemente do tempo decorrido.
Balística Forense
A balística forense é uma área da criminalística que estuda armas de fogo, munições e os efeitos dos
disparos. Divide-se em:
Armas de alma lisa: Não possuem estrias internas, resultando em menor precisão.
Armas de alma raiada: Possuem estrias que fazem o projétil girar, aumentando a
precisão e estabilidade.
A identificação de armas é feita por características como calibre, número de série e
marcação do fabricante.
2. Balística Externa: Estuda a trajetória do projétil após ele sair do cano da arma. Avalia
fatores como velocidade inicial, resistência do ar e gravidade.
Testes Residuográficos
São exames realizados para diagnosticar o disparo de arma de fogo, investigando partículas de
chumbo e bário presentes nas mãos do suspeito ou em alvos próximos. Esse teste ajuda a vincular o
indivíduo à arma utilizada no crime, fornecendo mais evidências.
1. Tanatologia Forense
A Tanatologia Forense se refere ao estudo da morte e dos fenômenos cadavéricos, o que é
essencial para determinar o tempo e a causa da morte em investigações veterinárias.
Fenômenos Cadavéricos
Esses fenômenos são divididos em abióticos e transformativos:
2. Toxicologia Forense
A Toxicologia Forense investiga as substâncias tóxicas que podem ter causado a morte ou
envenenamento de animais. Os principais tópicos a estudar incluem:
3. Traumatologia Forense
A Traumatologia Forense envolve o estudo de lesões físicas em animais, incluindo ferimentos
mecânicos, térmicos ou químicos. Importante diferenciar entre lesões ante mortem (ocorridas em
vida) e post mortem (após a morte).