Medicina Legal Jurídica - Delta Geral

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MEDICINA LEGAL

JURÍDICA

Instragram:
@medlegaljuridica
@p a u l a.c h v

Contato:
[email protected]

Essa apostila de Medicina Legal consiste em um compilado de


livros, obras, artigos científicos, videoaulas e notas autorais da
Dra. Paula Chaves, Criminalista, Cientista Jurídica, Autora
Jurídica e professora de Medicina Legal. Pôs graduada em
Ciências Criminais e em Perícia Forense.
I NT RO D U Ç Ã O

PRINCIPAL OBJETIVO DA PERÍCIA CRIMINAL:

Examinar somente em razão da requisição da autoridade


competente, seres humanos vivos (clinica médico-legal), mortos
(autópsia), inteiros ou em partes nos locais onde forem encontrados.
Não se tratando de ser humano será realizado pelo perito
criminal, como por exemplo, objetos, instrumentos, coisas, etc
(relacionados ao fato em exame).

Perito Criminal vai ao local da morte por forca do código de


processo penal (CPP), porém fará relatório su cinto e irá transferir a
responsabilidade ao médico legista. Ex: Ocorréncia de uma morte na
via pública.

ONDE É EXERCIDA A ATIVIDADE PERICIAL?

1) Peritos legistas atuam nos Institutos médicos-legais – IML


2) Peritos Criminais atuam nos Institutos de Criminalística – IC

ROTINA DE TRABALHO:

PERITO: O Perito somente trabalha se houver requisição da


autoridade competente (não procede de ofício, necessita ser
requisitado).

DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS:

DEFINIÇÃO:
Documentos médico-judiciários: São instrumentos escritos, ou
simples exposições verbais mediante os quais o médico fornece
esclarecimentos a justiça.

ESPÉCIES:

A) Atestados
B) Pareceres
C) Relatórios
D) Consultas
E) Parecer
F) Notificações
G) Depoimentos Orais

ATESTADOS:

a) DEFINIÇÃO:

É a afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas


consequências”. (Souza Lima)

b) CLASSIFICAÇÃO:

b.1) Quanto a procedência ou destino:

Oficioso - É aquele fornecido por um médico na atividade privada


com destino a uma pesos física ou privada. Justifica situações menos
formais.

Administrativo - É aquele fornecido por um médico servidor


público ou um particular mas que vai desempenhar seu papel junto
a uma repartição pública, ou seja, servem aos interesses dos
services públicos.

Judicial - É aquele expedido por solicitação do Juiz ou que integra


os autos judiciários. Atende a administração da justiça.

b.2) Quanto ao “modus faciendi” ou conteúdo Idôneo:

É aquele expedido pelo profissional habilitado e o seu


conteúdo expressa a veracidade do ato.

Gracioso - É aquele fornecido sem a prática do ato profissional que


o justifique, não importando se gratuitamente ou pago “caridade,
humanidade, amizade, político”. É sempre antiético e pode se
transformar em imprudente ou falso.

Imprudente - É aquele fornecido por um médico particular para fins


administrativos, sabendo-se que a empresa ou repartição tem
serviço médico próprio.

Falso - É o que na sua expressão falta com a verdade, dolosamente.


É crime previsto no Código Penal como falsidade ideológica.

c) Tipos

 De vacina
 De sanidade física ou mental
 De óbito
 De insanidade física ou mental

c) LEGISLAÇÃO:

CP Art. 302. “Dar o médico no exercício de sua profissão, atestado


falso”.
Pena: detenção de 1 mês a 1 ano.

Código de Ética Médica: Art. 110. “Fornecer atestado sem ter


praticado ato profissional que o justifique, ou que não corresponda à
verdade”.

PARECERES:

É a resposta de questão atinente a assunto médico -forense,


sobre o qual recaia dúvida. Em caso de dúvidas acerca de um
relatório médico-legal se faz necessária a consulta a um ou mais
especialista para que seja dirimida a dúvida. A resposta a essa
consulta denomina-se parecer médico-legal, ou laudo extra
pericial ou perícia extrajudicial. É um documento particular.

RELATÓRIOS:

O relatório é a descrição minuciosa de todos os fatos de


natureza médica e suas consequências, requisitado por autoridade
competente a peritos oficiais ou, onde não houver a peritos
nomeados, devendo este particular que possua diploma de curso
superior.

É composto das seguintes partes:

 Preâmbulo
 Quesitos
 Histórico
 Descrição
 Discussão
 Conclusão
 Resposta aos quesitos

Definição:

É a descrição minuciosa de um fato médico e de suas


conseqüências, requisitadas por autoridade competente. (Tourder)

Tipos:

O relatório recebe o nome de AUTO quando é ditado pelo


perito ao escrivão, durante ou logo após, e denominado de LAUDO
quando é redigido pelo(s) próprio(s) perito(s) , posteriormente ao
exame.

Laudo:

O laudo pericial, também chamado de relatório, é um


documento médico-legal apresentado de forma escrita e produzido
por um perito nomeado por uma autoridade judicial. É o resultado
de uma perícia com valor probatório para um processo judicial .
Tem a finalidade de esclarecer a verdade para a justiça de forma
imparcial.

O perito é responsável pela elaboração do laudo pericial e deve


esclarecer a realidade sem julgamentos, defesas e acus ações. O
profissional precisa conhecer todo o caso a ser investigado e
identificar todos os fatos relacionados. O laudo precisa conter as
seguintes informações:

• Preâmbulo: informações gerais do laudo, como objeto da perícia,


datas e dados da autoridade judicial que solicitou o laudo.

• Quesitos: perguntas relacionadas ao ato médico investigado;


• Histórico: breve relato da perícia médica;

• Descritivo: detalhamento de todas as etapas da perícia, métodos e


exames realizados;

• Discussão: análises técnicas e científicas por meio de


interpretações de dados, diagnósticos e prognósticos;

• Conclusões: desfecho do laudo com a exposição de resultados da


perícia;

• Assinatura do perito.

O laudo deve ser produzido com uma coerência lógica e


linguagem simples e de fácil compreensão.

Prazo para entrega: 10 dias – O perito a requerimento pode


prorrogar esse prazo

Auto: Éspecie de documento médico-legal em forma de Relatório


onde o perito irá ditar suas conclusões ao escrivão.

Prazo: Não possui prazo.

Partes:

a) Preâmbulo: É a parte onde os peritos declaram suas


identificações, títulos, residências, qualificam a autoridade que
requereu e a autoridade que autorizou a perícia, e o examinado; hora
e data em que a perícia é realizada e a sua finalidade.
b) Quesitos: São as perguntas formuladas pela autoridade judiciária
ou policial, pela promotoria ou pelos advogados das partes.

c) Histórico: Consiste no registro dos fatos mais significativos que


motivam o pedido da perícia ou que possam esclarecer e orientar a
ação do legisperito.

d) Descrição: Contém o “visum et repertum” É a descrição minuciosa,


clara, metódica e singular de todos os fatos apurados diretamente
pelo perito. Constitui a parte essencial do relatório .

e) Discussão: É a análise cuidadosa dos fatos fornecidos pelo exame


e registrado na descrição, compará-los com os informes disponíveis
relatados no histórico, encaminhando naturalmente o raciocínio do
leitor para o entendimento da conclusão.

f) Conclusão: É o sumário de todos os elementos objetivos


observados e discutidos pelo perito, constituindo a dedução
sintética natural da discussão elaborada.

g) Resposta aos Quesitos: As respostas aos quesitos formulados


devem ser precisas e concisas.

Parecer: O assistente técnico é o profissional responsável pela


produção do parecer técnico quando solicitado pelas partes do
processo quando há discordância do laudo pericial. Deve ser
produzido com informações sólidas e precisas e uma linguagem
clara. A produção do parecer deve contemplar as seguintes
informações:

• Preâmbulo: informações gerais do médico periciado;

• Exposição: reprodução dos quesitos e do objeto periciado;


• Discussão: análise detalhada dos fatos apresentados no laudo;

• Conclusões: finalização do parecer com respostas dos quesito


formulados;

• Assinatura do assistente técnico.

O laudo e o parecer devem ser entregues no prazo fixado pelo


juiz.

Consulta: Consulta medico-legal é a solicitação na qual o(s)


interessado(s) ouvem a opinião de um ou mais especialistas a
respeito do valor científico de determinado relatório médico -legal,
quando o mesmo deixa dúvidas a respeito de seu conteúdo.

Notificações: “São comunicações compulsórias feitas pelos médicos às


autoridades competentes de um fato profissional, por necessidade
social ou sanitária, como acidente do trabalho, doenças infecto-
contagiosas, uso habitual de substâncias entorpecentes ou crime de
ação pública que tiverem conhecimento e não exponham o cliente a
procedimento criminal”. (G.V.França)

Legislação:

Art. 269 código penal (CP): “Deixar o médico de denunciar a autoridade


pública, doença de notificaçãocompulsória”.
Pena - detenção de 6 meses a 2 anos e multa.

Art. 154 CP: “Revelar alguém, sem justa causa, segredo de que tem ciência
em razão de função de ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação
possa produzir dano a outrem”. Pena - detenção de 3 meses a 1 ano ou
multa.
Lei 6259 de 30/10/75: “Constituem objeto de notificação compulsória as
doenças seguintes relacionadas”:

I - Em todo território nacional: cólera, coqueluche, difte ria, doença


meningocócica e outras meningites, febre amarela, febre tifóide,
hanseníase, leishmaniose, oncocercose, peste, poliomielite, raiva humana,
sarampo, tétano, tuberculose, varíola;

II - Em área específica: esquistossomose, filariose e malária.

Dica de Prova: Qual a diferença entre laudo e auto? R: Laudo e Auto


são espécies de Relatórios, o que os difere é a forma como são
elaborados. O relatório elaborado diretamente pelo perito é
denominado Laudo. Porém se o relatório é ditado diretamente ao
escrivão, na presença de testemunhas, denomina -se Auto.

Depoimentos Orais: São os esclarecimentos dados pelo perito,


acerca do relatório apresentado, perante o júri ou em audiência de
instrução e julgamento. Consideramos ainda o prontuário médico, o
boletim, e até mesmo a receita médica como documentos de
importância médica e jurídica.

Consideramos ainda o prontuário médico, o boletim médico, e


até mesmo a receita médica como documentos de importância médica
e jurídica.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SO BRE O ATESTADO DE ÓBITO:

A organização de saúde da Liga das Nações constituiu no


início do século XX uma comissão para o estudo e a criação de um
modelo único de Atestado de Óbito. Até então todo país possuía um
modelo próprio. O modelo único foi publicado em 1925 e
posteriormente adotado pela Inglaterra (1927) e Estados
Unidos(1939). Em 1948, na Sexta Revisão da Classificação
Estatística Internacional de Doenças na Conferência
Internacional da Revisão da Classificação foi adotado o “Modelo
Internacional de Atestado de Óbito usado até hoje, cuja finalidade é
uniformizar as informações, compatibilizar os dados e permitir
suacomparabilidade.

a. DEFINIÇÃO:

É um documento simples, escrito e fornecido exclusivamente


por um médico, que tem como finalidade confirmar a morte,
determinar a causa dela e satisfazer alguns interesses de ordem
civil, estatístico-demográfico e político sanitário.

b. IMPORTÂNCIA:

1- GERAL:

O Atestado de óbito é o mais importante dos documentos


assinados pelo médico, porque com ele é feito o registro do óbito e
por conseguinte cessada juridicamente a vida de uma pessoa, (Art.
10 doC.C.B.).

2- JURÍDICA: Efeito Jurídico da morte .

3- MÉDICA:

C. PEÇAS ANATÔMICAS:

No caso de descoberta de ossadas, fatos ou partes do cad áver,


esse material deve ser removido para o IML, pois passa a
competência para esfera policial. Quanto as peças anatômicas
retiradas por ocasião de atos cirúrgicos ou amputação de membros,
devem ser cremados ou incinerados no próprio hospital, ou
encaminhado para estabelecimento responsável pela inumação ou
para o Instituto Médico Legal nos casos resultantes de violência.

D. EVENTOS EM CASO DE MORTE:

a) Morte por moléstia e “causas mortis” bem definidas : SEM


AUTÓPSIA / MÉDICO ASSISTENTE.

b) Morte por moléstia e “causa mortis” indeterminada : S.V.O.


(serviço de verificacão de óbitos)/ ANÁTOMO PATOLOGISTA.

c) Morte por moléstia bem definida e “causa mortis” violenta :


I.M.L. (instituto medico-legal) / MÉDICO LEGISTA.

CONCEITO E DIAGNÓSTICO DA MORTE :

Morte encefálica (Lei dos transplantes de órgãos e tecidos


humanos – L 9434/97, Art 3): Morte cerebal e, também, morte do
tronco encefálico, formado pela ponte e pelo bulbo, onde estão os
centros cardiorrespiratórios . (parada irreversível da respiração e
circulação).

Obs: Quando apenas o cérebro não funciona é estado de coma, que


pode ser definitivo ou temporário.

Encefálo: Formado por 4 órgãos :

1) Cerébro – consciência e vontade


2) Cerebelo – equilíbrio e coordenação motora
3) Ponte – onde passam os nervos
4) Bulbo – centros de comando para os batimentos cardíacos e
movimentos respiratórios (centros cardio -respiratórios)

Obs: A morte encefálica é constatada apenas no CTI para fins de


transplante de órgãos.

Dica de Prova: Como se constata a morte em casa, na rua, na


enfermaria, na unidade de emergência?

R: Verificacão de batimentos cardíacos através dos pulsos arteriais.


Enquanto houver batimentos cardíacos haverá vida; na ausência deles
confirmada a morte, também é possível aferir a respiração
(inspiração e expiração), a ausência dela é diagnóstico de morte.

PERGUNTAS:

1. Para fins de formalidade de um laudo definitivo basta um perito?

R: SIM, hoje com a mudança no código penal basta apenas um perito


oficial.

2. Sendo perito “ad hoc” são necessários no mínimo dois?

R: SIM, nas localidades onde não há peritos oficiais a autoridade


policial designa 02 peritos “ad hoc”. Estes são pessoas do povo,
bastando que tenham curso superios preferencialmente na área da
perÍcia designada.

Corpo de Delito: Vestígios (materiais, perceptíveis com os órgãos


dos sentidos) da infração penal.

-Ilusórios ou aleatórios: Alterados acidentalmente .


-Forjados: Alterados dolosamente .

Evidências: Diretamente ligados ao fato em apuração.

Indícios: Obtidos a partir do raciocínio sobre os indícios


(evidências).

Obs: A perícia realizada pelo perito é o exame de corpo de delito.

Dica de Prova: Qual a finalidade do exame de corpo de delito? R: A


finalidade do exame de corpo de delito é perpetuar a materialidade do
delito, por meio de um laudo ou auto de exame.

CADEIA DE CUSTÓDIA: (TEMA MUITO EM ALTA EM RAZÃO DO


PACOTE ANTICRIME).

No contexto legal, refere-se à documentação cronológica ou


histórico que registra a sequencia de custódia, controle,
transferência, análise e disposição de evidências físicas ou
eletrônicas.

Segundo Geraldo Prado, a cadeia de custódia representa


justamente o importante “dispositivo que pretende assegurar a
integridade dos elementos probatórios”.

Trata-se de mecanismo fundamental à regular utilização de


uma evidencia em juízo, garantindo -se a respectiva “história
cronológica” ou “rastreabilidade probatória” e, por consequência, a
sua autenticidade e confiabilidade. Revela, no fundo, uma
preocupação com “o controle da dec isão judicial em um Estado
democrático de direito” por meio de sistemas de controles
epistêmicos.

Sancionada em dezembro, a lei 13.964/19 regulamentou a


cadeia de custódia da prova, inserindo novas previsões no capítulo
dedicado ao exame do corpo de delito e das perícias em geral no
CPP. Confira os dispositi vos:

CAPÍTULO II

DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA


E DAS PERÍCIAS EM GERAL

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de


todos os procedimentos utilizados para manter e
documentar a história cronológica do vestígio coletado em
locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação


do local de crime ou com procedimentos policiais ou
periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.

§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de


potencial interesse para a produção da prova pericial fica
responsável por sua preservação.

§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou


latente, constatado ou recolhido, que se relaciona à
infração penal.

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o


rastreamento do vestígio nas seguintes etapas:

I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de


potencial interesse para a produção da prova pericial;
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das
coisas, devendo isolar e preservar o ambiente imediato,
mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;

III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se


encontra no local de crime ou no corpo de delito, e a sua
posição na área de exames, podendo ser ilustrada por
fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua
descrição no laudo pericial produzido pelo perito
responsável pelo atendimento;

IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à


análise pericial, respeitando suas características e
natureza;

V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada


vestígio coletado é embalado de forma individualizada, de
acordo com suas características físicas, químicas e
biológicas, para posterior análise, com anotação da data,
hora e nome de quem realizou a coleta e o
acondicionamento;

VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local


para o outro, utilizando as condições adequadas
(embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo
a garantir a manutenção de suas características originais,
bem como o controle de sua posse;

VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do


vestígio, que deve ser documentado com, no mínimo,
informações referentes ao número de procedimento e
unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem,
nome de quem transportou o vestígio, código de
rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio,
protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;

VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do


vestígio de acordo com a metodologia adequada às suas
características biológicas, físicas e químicas, a fim de se
obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado em
laudo produzido por perito;

IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em


condições adequadas, do mater ial a ser processado,
guardado para realização de contraperícia, descartado ou
transportado, com vinculação ao número do laudo
correspondente;

X - descarte: procedimento referente à liberação do


vestígio, respeitando a legislação vigente e, quando
pertinente, mediante autorização judicial.

Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada


preferencialmente por perito oficial, que dará o
encaminhamento necessário para a central de custódia,
mesmo quando for necessária a realização de exames
complementares.

§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou


processo devem ser tratados como descrito nesta Lei,
ficando órgão central de perícia oficial de natureza
criminal responsável por detalhar a forma do seu
cumprimento.

§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a


remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da
liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada
como fraude processual a sua realização.

Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio


será determinado pela natureza do material.

§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres,


com numeração individualizada, de forma a garantir a
inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o
transporte.
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio,
preservar suas características, impedir contaminação e
vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para
registro de informações sobre seu conteúdo.

§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai


proceder à análise e, motivadamente, por pessoa
autorizada.

§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar


na ficha de acompanhamento de vestígio o nome e a
matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem
como as informações referentes ao novo lacre utilizado.

§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior


do novo recipiente.

Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão


ter uma central de custódia destinada à guarda e controle
dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada di retamente
ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal.

§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de


protocolo, com local para conferência, recepção, devolução
de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a
classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um
espaço seguro e apresentar condições ambientais que não
interfiram nas características do vestígio.

§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio


deverão ser protocoladas, consignando-se informações
sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.

§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio


armazenado deverão ser identificadas e deverão ser
registradas a data e a hora do acesso.

§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armaze nado,


todas as ações deverão ser registradas, consignando -se a
identificação do responsável pela tramitação, a destinação,
a data e horário da ação.
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá
ser devolvido à central de custódia, devendo n ela
permanecer.

Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua


espaço ou condições de armazenar determinado material,
deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as
condições de depósito do referido material em local
diverso, mediante requerimento do diretor do órgão central
de perícia oficial de natureza criminal.

Ano: 2010 Banca: FUNIVERSAÓrgão: SECTEC-GOProvas: FUNIVERSA - 2010 -


SECTEC-GO - Perito Criminal

Um dos aspectos mais desafiadores da prática forense é a manutenção da cadeia de


custódia durante todas as suas fases, com ênfase em acondicionamento, transporte
e entrega da amostra, pois essas fases se referem ao decurso de tempo em que a
evidência é manuseada, incluindo-se também aí cada pessoa que a manuseou.
Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta.

A) É imperativo que a evidência seja tratada pelo máximo de pessoas necessárias


para a conclusão da análise forense.
B) Para cada uma das etapas da cadeia de custódia, não há necessidade de ser feito
registro, pois não há dúvida em relação ao tratamento e à manipulação dos
vestígios, caso haja confronto com declarações de pessoas envolvidas na
investigação.
C) A adoção de numeração única para cada espécime ou elemento de prova a ser
definida no momento da entrada no centro de custódia e a manutenção daquela
numeração inicial podem ser um sistema funcional para a retirada da cadeia de
custódia.
D) Cada vez que um caso criminal for iniciado, vários arquivos do mesmo caso
deverão ser criados, com a finalidade de conter a documentação desse arquivo pelo
espaço de tempo requerido pela lei prevalente.
E) A cadeia de custódia ideal é aquela que envolve dois indivíduos: uma pessoa que
coleta e transporta a evidência, e outra que a analisa.

Comentários:
Quanto menos pessoas envolvidas, maiores serão a fidedignidade e a
confiabilidade da prova. Gabarito : Letra E
T RA U M AT O L OG I A FO RE NS E

Definição: Estudo dos traumas que interessam à justiça esta é


traumatologia judicial ou forense.

1) PRINCIPAIS AGENTES VULNERANTES :

Aquele tipo de instrumento, objeto ou pessoa que causa lesão.

O que e uma lesão? O organismo sofre uma alteração prejudicial


através de agentes vulnerantes.

LESOES ESPECIAIS:

COM ESCALPE LÁCERO-CONTUSA EMPALAMENTO


EM SEDENHO FERIDA INCISA COM ASSINATURA
DE DEFESA FERIDA CONTUSA FERIDA CAVITARIA
DE HESITACAO CORTO-CONTUSA EM SACA-BOCADO
EM SANFONA PÉRFURO-CONTUSA MULTILANTE
EM ARCO DE VIOLINO PÉRFURO-INCISA ESTIGMATIZANTE
TRANSFIXANTE PUNTIFORME ESPOSTEJAMENTO
PENETRANTE CEGA EM BOTOEIRA VITRIOLAGEM

LESÕES CORPORAIS:

Art 129 CP.


Lesão Corporal Leve: CAPUT (não se encaixa no primeiro e no
segundo parágrafo).

Obs: Perito-Legista ao fazer o relatório (auto ou laudo) não analisa


se a lesão foi dolosa ou culposa. Ele somente analisa a lesão se a
mesma é leve, grave ou gravíssima (não examina o dolo da lesão).

*Importância para a prova de medicina legal são parágrafos 1 e 2 do


art. 129 CP.

Metôdo minemônico de memorização:

IPDA - parágrafo 1º.


.Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias
.Perigo de vida
.Debilidade permanente de membro, sentido ou função
.Acaleração de parto

IEPDA – parágrafo 2º.


.Incapacidade permanente para o trabalho
.Enfermidade incurável
.Perda de membro, sentido ou função
.Deformidade permanente
.Aborto

Obs: Não se encaixando no parágrafo 1 ou 2 a lesão corporal será


leve.

QUADRO ESQUEMÁTICO DOS AGENTES VULNERANTES:

1- Físicos, químicos, biológicos e mistos .


2- Agentes físicos mecânicos exigem movimento do agente ou da
vítima para produzir lesão.
3- Agentes físicos não mecânicos .

Obs: CAI EM PROVA!

AGENTES FÍSICOS MECÂNICOS SÃO OS QUE T ÊM MAIS FREQUÊNCIA


EM PROVAS!!

Diferença de agente físico mecânico e não mecânico:

O agente físico mecânico, para causar lesão tem de haver movimento,


causar movimento próprio ou movimento partir da vítima ou de
ambos, se ambos estiverem parados não haverá lesão. Ex: cair no
chão mesmo estático ao se cair causara um movimento – Agente
vulnerante mecânico.

Agente vulnerante ativo e não ativo diferenciação:

.Ativo: Agente está em movimento


.Passivo: Vítima em movimento
.Misto: Ambos estão em moviment o
Exemplo:

1.Preso bate a cabeça na grade trata -se de agente físico passivo.

2.Atingir com uma paulada um indivíduo cuida -se de agente


vulnerante ativo.

3.Dois indivíduos colidindo trata -se de agente vulnerante misto.

O agente vulnerante físico não mecânico é aquele que não precisa de


movimento para causar lesão.

Ex: Temperatura, pressão, radiação, som.

PELE – MAIOR E MAIS EXTERNO ÓRGÃO DO CORPO HUMANO

Obs:

Maior órgão do corpo humano : pele


Maior glândula do corpo humano: fígado
Maior osso do corpo humano: fêmur
Maior músculo do corpo humano: diafragma

PELE:

.Primeira barreira para a maioria das agressões


.As lesões na pele podem descrever, para os peritos:

O AGENTE VULNERANTE
A DINÂMICA DO FATO
OUTRAS TRANSFORMAÇÕES
A pele é coberta por células mortas por isso você está vivo pois é a
camada impermeável que não permite que a água entre ou saia do
corpo. Essa impermeabilização necessita de uma proteína chamada
queratina. Embaixo da epiderme existe a derme onde todas as
células estão vivas

EPIDERME – células mortas – queratina


------------------------------------------------------
DERME – células vivas
Epiderme: De onde vêm as unhas, pelos corporais, cílios, barba,
pelos pubianos, cabelos, etc – todos mortos e impregnados de
queratina

CAMADAS DAS EPIDERME:

1- CAMADA CÓRNEA (anucleadas – células mortas) – mais superficial


2 - CAMADA BASAL (nucleadas vivas)
DERME – mais profunda

Dica de Prova: Há células mortas no corpo?

R: Sim, localizadas na epiderme. São todas as células da epiderme?


Naão, somente as presentes na camada mais superficial da epiderme
(a camada córnea), pois as células da camada basal (que é a camada
mais profunda) estão vivas vão se impregnando de queratina e indo
para superfície, logo morrendo, e graças a esta proteção formada
pela queratina presente na pele que o corpo está vivo. A epiderme
protege o corpo das agressões, vírus e bactérias etc.

EPIDERME – CAMADA AVASCULAR (sem vasos sanguíneos) – NÃO


POSSUI NERVOS

DERME – CAMADA VASCULADA

Obs: Se a lesão sangra ou causa dor está localizada na derme.

Obs: As pregas entre a epiderme e a derme são chamadas de


CRISTAS DÉRMICAS (cristas da derme) – “a derme entre na epiderme
e a epiderme entra na derme”. Es sas cristas dérmicas fazem um
desenho na epiderme e esse desenho quando impregnado pelo suor
ou gordura encosta em algum local aparece uma impressão digital
que nada mais e que um desenho criado pelas cristas dérmicas
(saliências e reentrâncias da derme)

Dica de Prova: Onde está o desenho da impressão digital? O desenho


está na epiderme. Quem fez o desenho? A derme. Que região da
derme fez o desenho? As cristas dérmicas (ondulações que a derme
faz quando chega na epiderme)

Obs: Não confundir impressão digital com o desenho digital. A


impressão digital é no papel, vidro, arma e no dedo e o desenho
digital presente na epiderme atráves das ondulações das cristas
dérmicas.

PAPILAS/CRISTAS DÉRMICAS : A derme é uma camada de tecido


conjuntivo situada logo abai xo da epiderme, ricamente vascularizada
e inervada. O limite entre a epiderme e a derme é bastante irregular.
A epiderme projeta cristas (cristasepidérmicas) em direção à
derme, que são acompanhadas pelo tecido conjuntivo da derme
(papilasdérmicas).

Obs: O estudo das impressões digitais se chama papiloscopia devido


à nomeclautaura das papilas dérmicas
CAMADAS DA PELE:

EPIDERME:

Na camada mais externa: CÓRNEA

a) Sem vasos sanguíneos avasculada


b) Sem filamentos nervosos
c) Cinco camadas superpostas
d) Vivas, nucleadas, com mitocôndrias

Na camada mais profunda da epiderme:

e) Mortas, anucleadas, sem mitocôndrias, porém com DNA


mitocondrial

CAMADA BASAL – VIVA

CORPO:

Por fora – impermeabilizado por queratina – proteína


hipermeabilizante(preto, branco, amarel o)

Por dentro - MUCINA – PERMÉAVEL (rosado) - proteína produtora de


muco – presente nas mucosas (mucoca digestória, mucosa genital
etc).

APARELHO CIRCULATÓRIO:

Aparelho circulatório circula pelo corpo todo, impulsionado


pelo coração, que aspira e empurra mantendo o sangue circulando
nos vasos sanguíneos.
Dica de Prova: Onde no corpo não há aparelho circulatório? R:
Epidermeé único lugar do corpo onde não, têm vasos sanguíneos.
Não se trata da pele, pois a pele é composta pela derme e epiderme.

Indispensável compreender o aparelho circulatório:

*Artérias, arteríolas e capilares arteriais - vasos que se afastam do


coração

Arteríolas = artéria com calibre menor


Capilares – ramificação das arteríolas

Veias, vênulas e capilares venosos - vasos que se aproximam do


coração

As trocas são feitas nos capilares (O2 – CO2, água, sais minerais,
nutrientes ou seja tudo que o organismo troca). Não é trocado nas
artérias nem nas arteríolas. Os capilares ramificados, quando
começam a voltar para o coração, ja não estão mais dentro dos
capilares arteriais, arteríolas ou artérias. Agora estão nos capilares
venosos que se juntam e formam as vênulas e essas juntas formam as
veias se aproximando do coração.

Sangue fora do vaso: entravasamento de sangue

Hemorragia externa fora do corpo


Hemorragia interna dentro do corpo

Revisando:

“Todas” as trocas no corpo humano são feitas através dos vasos


capilares.
Locais do organismo humano onde não há vasos capilares: Nas
camadas mais superiores da epiderme e no s derivados da epiderme,
os fâneros (pelos, unhas e etc).

Camadas inferiores da epiderme embora não possuam vasos


capilares, se alimentam da derme.

SANGUE:

Principal proteína é a hemoglobina.Quando ela fica oxigenada o


sangue adquire coloração vermelho vivo (hemoglobina oxigenada).
Quando o sangue não esta oxigenado fica vermelho escuro pela falta
de oxigênio.

Sangue oxigenado – vermelho vivo = hemoglobina oxigenada


(oxihemoglobina) – ARTÉRIAS

Sangue não oxigenado – vermelho escuro – hemoglobina com menos


oxigênio (hemoglobina reduzida) – VEIAS

Nas asfixias se nota que a pele vai ficando arroxeada ou azulada é


um sinal de asfixia.

AGENTES VULNERANTES:

CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES VULNERANTES CONFORME A


MANEIRA HABITUAL DE AGIR:

Muito importante entender que um determinado tipo de agente


vulnerante pode, conforme as circunstâncias, agir de maneira
totalmente diferente do modo habitual.Ex: Uma FACA
(perfurocortante) pode atingir a vítima com o cabo (contundente).
Agente vulnerante: É o instrumento ou objeto que, atuando causa
lesão.

ESTUDO DOS AGENTES FISÍCOS MECÂNICOS:

Aqueles que exigem movimento do agente, da vítima ou de ambos


para que possa haver lesão.

Sã o agentes que atuam pela energia mecâ nica .

A GENTES MECÂ NICOS

E s s a e n e r g i a modifica o estado inercial ( repouso ou movimento ) de


um corpo em agente agressor e produzindo lesõ es em todo ou em
parte no outro corpo.

Dica de Prova: O chão pode ser considerado um agente físico


mecânico? Sim, pois o agente físico mecânico não precisa estar em
movimento. Caso a vitima esteja, é um agente vulnerante físico
mecânico. Ex: Pessoa caindo da escada. O agente vulnerante é a
escada.

TRANSFERÊNCIA DE ENERGIA VULNERANTE DE UM CORPO PARA


OUTRO:

1) Quanto de energia uma martelada transfere para a cabeça da


vítima?
2) Quanto de energia um projétil de arma de fogo (PAF) transfere
para o tórax da vitima?
3) Quanto de energia o para-choque de um carro transfe re para o
corpo da vitima?

Respostas prováveis:
1) Inicialmente analisar a massa (peso) do martelo, do PAF, do
carro, etc.
2) A seguir conhecer a velocidade com a qual o agente vulnerante
atingiu o corpo da vitima?
3) Usar a fórmula da energia cinética.
4) Verificar se no momento do impacto havia alguma superfície
resistente capaz de absorver parte da energia que seria
transferida para o corpo (ex: anteparo, capacete, colete a
prova de balas, equipamento de proteção).

VARIAÇÕES NAS EXPECTATIVAS:

Conforme a qualidade e a localização do anteparo resistente, grande


parte da energia que causaria a lesão esperada pode ficar retida no
anteparo e não atingir o corpo humano, minimizando ou nao as
lesões

Fórmula simplificada da pressão que o agente vulnerante faz contra


o corpo da vítima, transferindo, mais ou menos energia.

PRESSÃO = FORÇA
------------------------------
SUPERFÍCIE (ÁREA)

PARA PERFURAR: Quanto mais fina for a ponta do punhal, por


exemplo, maior será a pressão que o agente vulnerante fará no local ,
facilitado a penetração. Ex: Agulhas, pregos, facas, etc.

Quando a superfície de contato do agente vulnerante com o


organismo for maior, a pressão que exercerá sobre o corpo será
menor, luvas de boxe, tábuas largas.
COEFICIENTE BALÍSTICO PARA ESTUDO DA CAPACIDADE DE
PENETRAÇÃO DE PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO:

COÊFICIENTE BALÍSTICO = MASSA


----------------------------
PONTA X CALIBRE2

PAF com ponta grossa, comparado com outros, nas mesmas


condições, com calibre menor, penetra menos.

PAF com ponta mais fina, quando comparado com outros, nas mesmas
condições, penetram mais.

CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES VULNERANTES:

São classificados conforme a maneira habitual de agir.

Muito importante entender que um determinado tipo de agente


vulnerante pode, conforme as circunstâncias, agir de maneira
totalmente diferente do modo habitual. Ex: Uma faca
(perfurocortante) pode atingir a vítima com o cabo (contundente).

LESÕES PATOGNOMÔNICAS:

(Tambem chamadas de LESÕES TÍPICAS ou LESÕES COM


ASSINATURA)

PATHOS – DOENÇA, LESÃO


GNOMÔNICO – QUE SABE QUE CONHECE

São lesões características que permitem deduzir qual o tipo de


agente que a produziu.
Ex: Arcada dentária, tiro a queima roupa.

LESÕES FECHADAS: Com a epiderme fechada:

 RUBEFAÇÃO
 EQUIMOSE E SEUS DIVERSOS TIPOS
 BOSSA
 HEMATOMA
 ENTORSE
 LUXAÇÕES
 FRATURA FECHADA
 ESMAGAMENTO FECHADO

LESÕES ABERTAS: Com a epiderme aberta

 ESCORIAÇÃO (atravessa a epiderme e não atravessa a derme –


sem cicatriz – regenera)
 FERIDAS (atravessa a derme – com cicatriz – tecido cicatricial
– lesão consolidada)
 FRATURA EXPOSTA OU ABERTA
 ESPOSTEJAMENTO
 ESMAGAMENTO ABERTO

Diferença entre espostejamento e esquartejamento:

A diferença fundamental entre esposteja mento e esquartejamento é


precisamente que no primeiro caso, tenho a divisão em partes
irregulares, no segundo em partes regulares.

“Esquartejamento é crime para um cirurgião, que conhece bem o


corpo humano e suas articulações, de modo que consegue dividi -lo
regularmente”. O que vemos, muitas vezes, na mídia, como
esquartejamento é, na verdade, espostejamento.

Dica:

Esquartejamento = ato de dividir o corpo em partes (quartos).


Espostejamento – Fragmentos diversos e irregulares, como por
exemplo num acidente ferroviário .

Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEGPLAN-GOProvas:


FUNIVERSA - 2015 - SEGPLAN-GO - Perito Criminal.

O ato de dividir o corpo em partes, com fragmentos diversos e


irregulares, que em algumas situaç ões é usado como modalidade
criminosa para se livrar de um cadáver ou impedir sua identificação,
denomina-se:

A) espostejamento.
B) evisceração.
C) amputação traumática.
D) esquartejamento.
E) esgorjamento.

R: Letra A

FERIDAS:

Contusas, incisas,
Putiformes, em botoeira ou fuso,
Perfurocontusas, cortocontusas ,
Perfuroincisas, esgorjameto ,
Degolamento, decapitação,
Empalamento (entra no períneo), encravamento (nã o entra no
períneo)

Instrumento que perfura, contune e comprido.

De defesa, de hesitação,
Em acordeon, em arco de violino ,
Com cauda de escoriação ou de rato,
Em chuleio, em sedenho,
Em saca bocado, lacerante ,
Patognomônica, com assinatura,

Dica de Prova: Das lesões acima qual a única que só pode ser
encontrada no indivíduo vivo? R: A rubefação é a única lesão que
somente pode ser feita no indiví duo vivo.

Cite uma lesão que não há extravasamento de sangue? R: A


rubefação.

Cite uma lesão que desaparece rapidamente? R: A rubefação.

O nome rubefação se dá pelo fato de ficar rubro/avermelhado,


devido à dilatação dos vasos sanguíneos.

Rubefação lesão corporal leve ou vias de fato no direito penal.

ENERGIAS VULNERANTES
OU
AGENTES VULNERANTES

FÍSICOS: Mecânicos
Nao mecânicos
QUÍMICOS: Ácidos
Alcalinos

BIOLÓGICOS: Vírus
Bactérias

Protozoàrios

MISTOS: Físico-químicos
Bioquímicos
Biofísicos
Biodinâmicos

ENERGIAS VULNERANTES
OU
AGENTES VULNERANTES FÍSICO MECÃNICOS

CONTUDENTES: Não corta (CASSETETE)


Não perfura (MARTELO)

CORTANTES: Só corta (navalha)


(LÂMINA DE BARBEAR)

PERFURANTES: Só perfura (agulha, alfinete)

MISTOS: Perfurocortantes (faca, punhal, lâmina de serralheiro)

PERFUROCONTUNDENTE: (Projétil de arma de fogo)

CORTOCONTUNDENTE: (machado, arcada dentária)

Trauma X Lesão:
Trauma é uma determinada quantidade de energia, física,
química, biológica ou mista que, transferida para o organism o, é
capaz de produzir lesão – CAUSA.

Lesão é a alteração morfológica, fisiológica ou mista,


prejudicial, que ocorre no organismo, provocada pela ação de uma
determinada quantidade de energia física, química, biológica ou
mista chamada, genericamente de trauma – EFEITO.

Para o trauma causar lesão deve haver transferência de


energia, essa energia do trauma é transferida para o corpo, que não
suporta administrar essa energia, energia do agente vulnerante têm
de ser transferida.

Analisar a quantidade de energia que o agente irá transferir


em caso de qualquer tipo de agente vulnerante para saber o tamanho
dalesão sempre importará o quanto de energia efetivamente foi
transferida, Não se analisa apenas o poder do agente vulnerante.

FORMA DAS LESÕES:

Nem sempre de acordo com o agente vulnerante

1- LESÃO EM LINHA = Ação cortante


2- LESÃO EM PONTO = Ação perfurante
3- LESÃO EM PLANO = Ação contundente

Obs:

1.Pela forma da lesão o perito tem uma ideia de qual foi o


instrumento causador daquela lesão – GERAIS.
2.Lesoes Patognomônicas: Lesões características de determinado
instrumento. Ex: Dentada humana – ESPECÍFICAS.

Dica de Prova: Diferença entre instrumento e meio ?

O meio é genérico, como cortante, contundente, perfurante,


perfurocortante, de forma generalizada sem especificação. O
instrumento se especifica, exceto em lesões patognomônicas, que se
possível dizer qual foi o instrumento mesmo sem poder se vê -lo.

Cuidado!

Não confundir o nome do agente vulnerante:

.Se a palavra terminar em ENTE ou ANTE deve trata r-se do nome do


AGENTE VULNERANTE, da ação VULNERANTE, do meio VULNERANTE,
da energia VULNERANTE.

.Exceções: Transfixante e perfurante são, também, nomes de


ferimentos.

Obs; Não existe “ferida-cortante”, “ferida-contudente” embora se


veja nomenclatura e rrônea em livros e em provas o que e na verdade
cortante é contundente e o instrumento utilizado para causar a
lesão.

Nomeclaturas comuns em provas:

LESÕES TÍPICAS/LESÕES COM ASSINATURA/LESÕES


PATOGNOMÔNICAS (=equivalentes)

LESÕES DE DEFESA/LESÕES DE HESITAÇÃO (=equivalentes)


*Localizadas onde a vítima tenta se defender. Normalmente se afasta
suicídio.
*Porém multiplas lesões superficiais mostram uma hesitação em
casos de suicídios nas áreas de eleição suicidas, a exemplo de cortes
no pescoso, área preco rdial, punhos.

FERIDAS INCISAS/FERIDAS CIRÚRGICAS (=equivalentes)


*instrumentos de corte fazem lesão incisa (faca, machadinha,
espada, etc.
*se observa as bordas da ferida que estão cortadas de forma regular.

CORTAR = agente cortante - incisa - (bordas regulares).


RASGAR = agente contundente - contusa - (bordas irregulares).
Ferida incisa – figura

Dica de Prova: Qual das feridas sangra mais, a ferida incisa ou a


contusa? R: Os vasos sanguíneos e a pele são cortados na ferida
incisa ocasionando abundante sangramento, diversamente na ferida
contusa,em que os vasos sanguíneos foram esmagados rasgando a
pele e sangram de forma menos abundante.

FERIDAS EM SEDENHO/FERIDAS EM CHULEIRO (=equivalentes)

*Quando a lesão causa um túnel embaixo da pele, não entrando na


cavidade, é a denominada ferida em sedenho (lesão causada embaixo
da pele).

*Faca que entra embaixo da pele, mas na entrada da cavidade; a faca


que entra embaixo do crânio (couro cabeludo) mas não atinge o
cérebro; embaixo do tórax mas não entra no tórax.

*Algumas vezes essas lesões têm mais de uma entrada e mais de uma
saída; se assemelham a uma costura em CHULEIO, ou seja, a LESÃO
EM CHULEIO. Nada mais é que uma lesão em sedenho ela possui mais
de uma entrada. Ex: Projétil entr ou e saiu não atingido a cavidade.
Dica de Prova: Diferença da lesão em sedenho e em chuleio ? R: A
lesão em sedenho é um túnel com uma entrada. Já a lesão em chuleio
é um túnel com mais de uma entrada e automaticamente mais de uma
saída.

EQUIMOSE

Equi = humor = sangue (extravasar sangue fora do vaso)

.Sempre com extravasamento de sangue


.O sangue deve ser percebido através de uma lamina de tecido
.Podem ser superficiais ou profundas
Podem ocorrer nos vivos e nos mortos

Equimose em forma de FAIXA/ESTRI AS é chamada víbice (feito por


instrumento comprido e estreito).

Lesão em víbice – figura

Equimose em forma de PONTOS/PUNTIFORMES se chama PETÉQUIA


Petéquias - figura

HEMORRAGIA = sangue extravasando


Artérias = afastam-se do coração
Veias = aproximam-se do coração
Cístole = coração contrai (empurra sangue para as artérias)
Diastole = coração relaxa (rebe sangue das veias)

Sangramento:

Com extravasamento de sangue abundante = Lesão na ARTÉRIA


(grave) – HEMORRAGIA ARTERIAL

Com extravassamente de sangue mais brando = Lesão na VEIA –


HEMORRAGIA VENOSA

Sangue embaixo da pele, da conjuntiva, por baixo da pleura (COM


MEMBRANA POR CIMA) = EQUIMOSE

Não possui membrana por cima = HEMORRAGIA

HEMORRAGIA QUE PULSA = ARTERIAL


HEMORRAGIA QUE ESCORRE = VENOSA
Equimose palpebral - figura

TIPOS DE EQUIMOSE:

 PETÉQUIAS (TARDIEU) – SUGILAÇÕES


 VÍBICES – SUFUSÕES
 MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN
 MANCHAS DE PALTAUF
 EQUIMOSE RETROFARINGEANA DE BROUARDEL
 SINAL DE FRIEDBERG
 SINAL DE ZORRO OU GUAXININ
 EQUIMOSE A DISTÂNCA – EQUIMOSES TARDIAS
 ARÉOLA EQUIMÓTICA DE BONNET

Máscara Equimótica de Morestin : Conjunto de petéquias na face,


tórax e pescoso. A sua presença demonstra ao perito que algo está
impedindo que o sangue volte para o coração. S e for na área
traumática um peso por exemplo acima do tórax que não impede do
coração bater, mas impede sua expansão, joga para frente e não
recebe de volta, o sangue vai se acumulando na cabeça e no pescoso
e começam a aparecer as petéquias. Quanto mais tempo ele ficar com
essa compressão no tórax será ocasionada a máscara equimótica.

Ex: Ocorrência na vítima em caso de desabamento onde a mesma fica


presa embaixo de escombros.

Sinal de Zorro ou Guaxinin (Equimose Periorbitária): Lesão


diretamente nos olhos ou lesão no couro cabeludo ou crânio. Sangue
derramado por trás do couro cabeludo e desce pela força da
gravidade e fica atrás dos olhos.

Sinal do Guaxinim – figura


PRINCIPAIS AGENTES VUNERANTES E RESPECTIVAS LESÕES

 EQUIMOSES
 ESCORIAÇÕES
 FERIDAS

Equimose: extravasamento de sangue através de uma membrana -


infiltrado pelo sangue.

Hematoma: coleção de sangue através de uma membrana (“lago de


sangue”, “tumor de sangue”).

Pode ocorrer dentro do fígado (hematoma hepático, no cérebro


(hematoma cerebral), pode ser no pulmão (hematoma pulmonar) –
coleção de sangue – profundos.

Bossa SanguÍnea: Sangue extravasado na membrada em cima de


plano ósseo, formando uma bolsa (ex: “galo”) – coleção de sangue em
plano ósseo – superficiais.

Escoriação: Não ultrapassa a derme – regeneram

Ferida: Lesão ultrapassa epiderme e derme – cicatrizam


Bossa sanguínea – figura

Sufocação com vestígios especiais, presença de estigmas ungueais e


digitais ao redor dos orifícios respiratórios (nem sempre há
vestígios na sufocação direta). Sugerem para o perito que a vítima
foi sufocada pelo uso das mãos e na sufocação sem vestígios , por
exemplo pelo uso de um travesseiro e não deixar marcas ao redor da
narina ou boca (vestígios externos).

Em vez de sufocar o rosto pode m se dar os estigmas ao nível do


pescoso ocorrendo na esganadura e causando asfixia (cai muito em
prova).

Os estigmas ungueais (marcas de dedos e unhas) também são comuns


de aparecerem nos crimes contra a dignidade sexual, e aparecemem
locais como mamas, vagina e ânus.

Em brigas entre pessoas também é comum aparecerem estigmas


ungueais nos braços e antibraços.

Estigmas ungueais - figura

Manchas de Tardieu: PRESENÇA DE PETÉQUIAS NO CADÁVER EM


MORTE POR ASFIXIA (pórem aparecem em outras formas de morte,
não só nas asfixias – não são patognomônicas de asfixia).
Dica de Prova: O que são Manchas de Tardieu? R: São equimoses
puntiformes de coloração vermelho -vivo, localizadas mais
frequentementesubpleural, subepicardicas, no pericrânio e no timo
das crianças. Comuns a quase todo tipo de asfixia com consequente
aumento de pressão arterial e também aparecem em vitimas de
afogamento.

PETÉQUIAS SUBCONJUNTIVAIS SEMPRE SÃO PRESENCA DE


ASFIXIA?

Não, podem aparecer tanto nas asfixias e em casos como um esforço


físico por exemplo.

Manchas de Paltauf: Somente aparecem no pulmão, são equimoses


maiores (as Manchas de Tardieu podem aparecer em qualquer lugar
do corpo) e exclusivamente em AFOGAMENTO, que é uma forma de
asfixia – patognomonico de afogamento.

Como se formam as Manchas de Paltauf?


Quando no afogamento a águaentra rompendo os alvéolos e vasos
sanguíneos formando as equimoses ao longo do pulmão.

Dentes Rosados (Pink Teeth) : Encontrados dentes rosados pode


ser, sinal de afogamento em água doc e, pórem, mais correto é
enforcamento.

Dentes rosados – figura

Equimose resultante de sucção. Conjunto de petéquias é uma


SUGILAÇÃO. Um bom exemplo é o chupão”.

SUFUSÃO HEMORRÁGICA É UM LENÇOL HEMORRÁGICO,EXTENSA


EQUIMOSE PROVAVELMENTE DECORRENTE DE QUEDAS.

Livor de Hipóstase: A parada de circulação pós -mortem faz com que


o sangue desca em razão da gravidade e se acumule nas regiões de
maior declive. Como não há respiração após a morte, o sangue não
tem oxigênio (sangue vermelho vivo).Por isso ele te m uma
tonalidade vermelho escura (livores de hipóstase), é mais pálida em
cima o que pode se confundir com equimoses.

LIVOR X EQUIMOSE: Nos livores sangue dentro do vaso, nas


equimoses fora do vasos, os livores são extensos e uniformes as
equimoses localizadas.

Víbice: formação de sugilações por comprensão dos vasos


(equimoses em forma de faixa). Não se pode afirmar o instrumento
mas normalmente este é comprido e contundente
(PATOGNOMÔNICA).
ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND DU SAULLE:

Trata-se da variação cromática da equimose que permite aferir o


nexo temporal da lesão. A coloração da equimose apresenta -se
inicialmente avermelhada, depois evoluindo para azulada e,
subseqüentemente, esverdeada e amarelada, finalmente voltando, a
pele, a sua normalidade. Flamínio Fávero expõe que em certas
regiões como a conjuntiva, as equimoses mantêm, até o completo
desaparecimento, o mesmo colorido vermelho. Equimoses
profundas apresentam-se de coloração preto, mantendo o colorido
durante todo o tempo de evolução. No ca dáver, o colorido da
equimose é o mesmo que foi fixado em vida, sofrendo modificações,
apenas, consequentes à putrefação. A data de uma equimose será
diagnosticada pelo exame macroscópico, microscópico e químico da
região e dos respectivos gânglios.

Atenção!! Há certa divergência na literatura médico -legal sobre


o tempo de recuperação do organismo diante das equimoses.
Contudo, a maioria expõe o prazo de 21 dia.
Veja a cronologia da variação cromática:

Cor - Evolução
Vermelho-violácea - Do início ao 2º dia
Azulada - Do 3º ao 6º dia
Esverdeada - Do 7º ao 12º dia
Amarelada - Do 13º ao 20º dia
Desaparecimento - À partir do 21º dia

Sangue sai do vaso vermelho


Perde oxigênio violáceo
Perde mais oxigênio azulado
Hemoglobina degradada esverdeado
Continua degradação da hemoglobina amarelado

Obs: A tonalidade das equimoses com o passar do tempo se


estabelece o nexo temporal da lesão. Hemoglobina sai do vaso é a
medida que vai perdendo oxigênio vai se degradando -se e mudando
de cor.

Dica de Prova: O cadáver apresenta equimose amarelada. Pode -se


afirmar que ocorreu na hora da morte? R: NÃO, já havia
provavelmente 15 a 20 dias da ocorrência dessa equimose.

Diferença entre hematomas e bossas:

BOSSAS SEROSAS: Contêm soro (parte incolor do sangue – plasma).


BOSAS SANGUINEAS: Contêm sangue,
BOSSAS SEROSSANGUINOLENTAS: Contêm soro e sangue.

Hematomas: interno ao corpo nos órgãos, vísceras etc, se for fora


do corpo será equimose.

Hematoma Extradural: Coleção de sangue dentro do crânio porém


fora do cérebro (entre a dura mater e o osso – extradural\epidural),
causa perturbação do raciocínio da vítima, bem como irritação e
agressividade (agitação psicomotora) muitas vezes confundido com
embriaguez alcoólica.

Escoriação: É lesão que arranca a epiderme, a tinge a derme, mas


não a ultrapassa. A escorriação não atinge os planos mais profundos
da região; à escoriação consolida com regeneração e cura.

Cisalhamento: Forças cisalhas opostas antiparalelas que batem no


mesmo ponto

Membranas que fabricam as células ósseas:

PERIÓSTEO = POR FORA


ENDÓSTEO = POR DENTRO

Fratura Cominutiva: Fratura em vários pedaços chamada de


FRATURA DE MAPA MUNDI. Comum em fraturas no crânio causadas
por objeto plano como por exemplo quando uma pessoa cai de grande
altura e bate com a cabeça no chão.
Ferro em Brasa é um exemplo de lesão patognomônica.

Armas Brancas: São armas próprias, instrumentos destinados ao


ataque ou à defesa, nem sempre constituídos por lâminas, haste ou
ponta, geralmente fabricados com acço, ferro ou outro metal
resistente, rígido ou flexível, podendo ser empunhado ou algum
outro recurso.

Armas impróprias: As armas impróprias não devem ser confundidas


com alguns instrumentos de trabalho que, eventualmente, podem ser
utilizados, como armas brancas: fac a, facão, machado, martelo,
picareta, enxada etc.

GUMES:

Quantos gumes do instrumento perfurocortante são representados


na lesão, sem torção da lâmina, e incidência perpendicular por meio
de ângulos agudos.

A parte não cortante da lâmina, nas incidência s perpendiculares e


sem torção, aparece na lesão sob a forma de ângulos arredondados
(rombos).
FACA – UM GUME
PUNHAL = DOIS GUMES
LIMA DE CERRALHEIRO – TRÊS GUMES

Dica de Prova: Como o perito faz para determinar o número de


gumes? R: Gume é a parte que corta, quando um instrumento perfura
e corta, uma das partes forma um ângulo angudo e outra
arredondado se fizer um agudo e um arredondado será de um gume,
se fizer dois ângulos agudos dois gumes, três ângulos agudos 3
gumes etc. Ou seja para determinar o número de gumes de um
instrumento perfuro-cortante analisa-se o número de ângulos
agudos.

GUMES DA ARMA é o ASPECTO DA LESÃO:

UM GUME – UM ÂNGULO AGUDO É UM ÂNGULO ROMBO

DOIS GUMES – DOIS ÂNGULOS AGUDOS – FUSIFORME – BOTOEIRA –


FENDA

TRÊS GUMES – FORMA TRIANGULAR COM AS MARGENS DO


TRIÂNGULO CONCAVAS

QUATRO GUMES – FORMA QUADRANGULAR


AS LATERAIS DO QUADRILÁTERO CONCAVAS

Incidência oblíqua da lâmina:

MESMO QUE O INSTRUMENTO TENHA APENAS UM GUME,


INCIDINDO OBLÍQUO, A LESÃO TERÁ DOIS ÂNGULOS AGUDOS NA
SUPERFÍCIE DO CORPO.
ANALISANDO O TRAJETO DA LÂMINA PODE -SE COMPROVAR A
INCIDÊNCIA OBLÍQUA. É APENAS UM GUME EM AÇÃO CORTANTE.

Dica de Prova: (Questão inspirada no livro do Hygino Hercules) –


Como uma faca instrumento de um gume pode fa zer uma ferida com
dois gumes? R: Mesmo que o instrumento tenha um gume, incidindo
de forma obliqua terá dois ângulos agudos na superfície do corpo
fazendo confundir com lesão por instrumento de dois gumes. Porém
ao observar o trajeto da faca se percebe a lesão vertical e
perpendicular.

Entalhes na ferida: Entalhes na feridas golpes sucessivos típico de


hesitação típicos em suicídio comum no punho, pescoso e área
precordial.

Diferena entre encravamento e empalamento :

Encravamento: AÇÃO DE UM INSTRUMENTO PERFUROCONTUNDENTE


DE HASTE PENETRANDO EM QUALQUER PARTE DO CORPO .

Empalamento: A PENETRAÇÃO OCORRE NA REGIÃO DENOMINADA


PERÍNEO (REGIÃO PROXIMA DO ÂNUS).

Obs: EMPALAMENTO FOI UM METÓDO UTILIZADO COMO EXECUÇÃO


PELOS TURCOS

Mutilação: Arrancamento de partes ou membros do corpo


(agressão).

Amputação: Retirada cirúrgica por médico de membros ou partes do


corpo (iatrogenia).

Latrogênia: Lesão originada por médico.


Perda de dois dedos por uma vítima causa qual tipo de lesão do
artigo 129 do Código Penal ? Segundo os critérios médicos da
medicina legal esse tipo de lesão seria situada no artigo 129,
parágrafo 1º, inciso III, como debilidade permanente de membro,
sentido ou função em se tratando de lesão corporal grave. No
entanto o STF entende que qualquer peça do corpo perdida pela
vítima, como dedos, ponta do dedo, etc, causa deformidade
permanente do parágrafo 2o do artigo 129 se tratando de lesão
corporal gravíssima.

Atenção!! Na banca do RJ há professor de medicina legal na


elaboração das questões e a resposta na prova de medicina legal
será o art 129, parágrafo 1º, III, CP – DEBILIDADE PERMANENTE
DE MEMBRO, exceto se perguntar na questão o posicionamento
do STF.

LESÕES DE DEFESA:

Sao lesões (escoriações, equimoses, feridas, fraturas, etc).


Localizadas em áreas normalmente utilizadas para defesa pessoal:
região palmar e borda ulnar do antebraço.

Atenção: O osso da face externa do antebraço, que era chamado de


cúbito, atualmente se chama ulna.

LESÕES DE HESITAÇÃO:

Sao lesões localizadas em áreas que , normalmente, são utilizadas


para suicídio.
São múltiplas.
Normalmente não são mortais.
Podem ser produzidas pelos diversos agentes vulnerantes
eventualmente utilizados para suicídio.
Auxiliam na investigação da causa jurídica do fato em estudo.

AUTÓPSIA PSICOLÓGICA: Analisa a vida pregressa do indivíduo para


constatar o que houve no caso concreto. Ex: Lesões anteriores de
hesitação em caso de suspeita de suicídio.

FERIDA INCISA:

Produzida por qualquer agente vulnerante que possua gume afiado.


São mais extensas do que profundas.

Ação por deslizamento do instrumento, como se fosse um “arco de


violino”.

Bordas regulares, vertentes regulares, fundo regular e vasos


seccionados.

Quando comparadas com as feridas contusas, na mesma região,


sangram mais porque os vasos estão cortados e abertos.

Atenção!! Feridas incisas também são chamadas feridas em arco


de violino pois o agente passa na pele em ação dedeslizamento
como um arco de violino.

Incidência do golpe na ferida incisa (Romanese) : Na entrada é


provocada uma ferida (profunda) devido à ação vulnerante e na
saída o corte é mais superficial, provoca apenas uma escoriação
(superficial) - chamada de cauda de escoriação ou “rabo de rato”,
indicando a saída da ferida.
LESÕES POR AÇÃO CORTANTE NO PESCOSO:

Esgorjamento: Ação cortante na parte anterior ou lateral do


pescoso. Ex: Para fora: gorge = garganta.

Degolamento: Ação cortante na face posterior do pescoso. Ex: Des =


retirar, gola = pescoso.

Decapitação: Separar a cabeça do tronco. Ex: Des = retirar, caput =


cabeça.

Esgorjamento – figura

Haraquiri: Refere-se ao ritual suicida japonês realizado


principalmente nos samurais, em que ocorre o suicídio por
esventreamento (ritual de estripação) – morte honrada – espada
TANTO (curta).
Seppuku: Terceira pessoa desfere golpe mortal para diminuir o
sofrimento daquele que realiza em si o Haraquiri – espada KATANA
(longa).

LESÃO EM SANFONA OU ACORDEÃO DE LACASSAGNE:

A região atingida é depressível e permite que o instrumento alcance


profundidades maiores que sua própria extensão. Ex: Depressão do
abdômem
como uma sanfona.

Lesão em acordeão de Lacassage - figura

FERIDAS PUNTIFORMES OU PUNCTÓRIAS;

Estão representadas por um ponto, no local da aplicação da ponta do


agente vulnerante. Normalmente situadas na projeção dos trajetos
venosos subcutâneos, ou na área precordial ou demais acessos para
introdução de medicamentos ou drogas. São feitas através de
pressão as feridas puntiformes.
Picador de Gelo: Espessura mais grossa que uma agulha – agente
perfurante de médio calibre

Ao espetar o picador de gelo na pele que é elástica por causa da


derme que é flexível ao penetrar na pele as fibras elásticas, se
afastam e ao sair a tendência é a pele tentar se fechar, mas, não é
possível, deixando o buraco semi abe rto, formando uma fenda, uma
casa de botão.

Dica de Prova: Qual instrumento que faz aparecer uma fenda na pele
em caso de lesão?
R: Picador de gelo – instrumento de médio calibre.

LEI DE FILHOS E LANGER:

LEIS DE FIHOS (2 LEIS)


LEI DE LANGER (1 LEI)

Para instrumentos perfurantes de médio calibre.

Esse tipo de instrumento que pela sua anatomia deveria fazer uma
ferida circular porém devido a elasticidade da pele produz ferida em
fenda (fibras elásticas da derme/musculares elásticas).

LEI DE FILHOS:

1) LEI DA SEMELHANCA:
(Primeira Lei de Filhos): As lesões produzidas por instrumento
perfurante de médio calibre são semelhantes às produzidas por
instrumentos perfuro-cortante de dois gumes.
2) LEI DO PARALELISMO:
(Segunda Lei de Filhos): Em lesões puntiformes por instrumentos
de médio calibre, quando se mostram, numa mesma região, onde
as linhas de força tenham um só sentido , seu maior eixo tem
sempre a mesma direção.

LANGER:

LEI DO POLIFORMISMO

Em lesões puntiformes de instrumento de médio calibre, na


confluência de regiões de linhas de força diferentes , a extremidade
da lesão toma o aspecto de ponta de seta, de triângulo ou
quadrilátero ou seja um aspecto polimorfo. E não ocorrerá a forma
definida da ferida, não se apicando as Leis de Filhos.

SINAL DE CHAVIGNY:

1- Para fraturas que se cruzam - os traços da primeira fratura


interrompem os traços da segunda.
2- Para feridas incisas que se cruzam - as bordas da primeira
ferida interrompem as bordas da segunda.
3- Para entrada de PAF = orla de enxugo ou de alimpadura.

Entrada de projétil de arma de fogo caraterística do Sinal de


Chavigny. Exceção ocorrrá se o projétil entrar uma segunda ou
terceira vez, quando não formará o sinal. Ele somente se forma na
primeira entrada, pois se trata da sujeira deixada pelo PAF.
Dica da Dissertativa: (Livro do professor Hygino): Feridas incisas
quando se cruzam. Qual foi a primeira ferida? R: A pele é elástica;
quando se toma o primeiro golpe a pele se retrai e já não fica como
era anteriormente. Ocorrência do segundo corte esse segundo corte
atingirá a pele já com uma lesão anterio r.

Como saber qual foi a primeira lesão? R: O segundo corte fica mais
afastado aoser suturado as linhas, a primeira fechada e as segundas
em diante ficam separadas.

FERIDAS PÉRFURO-INCISAS:

São produzidas por agentes perfurocortantes de um, dois ou mais


gumes. A ação pode ser feita por pressão perpendicular ou oblíqua, o
que modificará a forma final da lesão.

São mais profundas que extensas.

Apresentam forma de fenda, com um, dois ou mais ângulos agudos,


indicando o número de gumes do instrumento.

Ferida pérfuro-incisa - Figura


FERIDAS PÉRFURO-CONTUSAS:

Sao produzidas por agentes pérfuro -contundentes, cujo melhor


exemplo é o PAF. Entretanto há out ros agentes pérfuro-
contundentes, como o vergalhão (depende do calibre do mesmo), a
ponteira do guarda-chuva etc.

As lesõ es causadas por instrumentos perfuro - contundentes sã o


produzidas por um mecanismo de aç ão que perfura e contunde . Na
m a i o r i a d a s v ezes , esses instrumentos sã o mais perfurantes que
contundentes . Os ferimentos sã o produzidos quase sempre por
projeteis de armas de fogo , que sã o peç as constituidas de um ou
dois canos

Ex: encravamento, empalhamento e PAF.

Lesão por instrumento péfuro-contudente - figura

FERIDAS CORTOCONTUSAS:

São produzidas por agentes cortocontundentes, Esses agentes


possuem gume cortante e massa significativa, o que pode aprofundar
a lesão, o que não ocorre, normalmente, com os agentes
simplesmente cortantes .

São instrumentos que possuem gume rombo, de corte embotado e


que, agindo sobre o organismo, rompe a integridade da pele,
produzindo feridas irregulares, retraídas e com bordas muito
traumatizadas.

Ex: Machado, foice, machadinha, enxada, guilhotina, rod a de trem,


arcada dentária humana.

Ferida cortocontusa - Figura

NISMO DE AÇÃO:
Mecanismo de ação: Agem por pressão e percussão ou deslizamento.
A lesão se faz mais pelo próprio peso e intensidade de manejo, do
que pelo gume de que são dotados.
4.3. LESÕES
Lesões: A forma das feridas varia conforme a região comprometida,
a intensidade de manejo, a inclinação, o peso e o fio do instrumento.
São em regra mutilantes, abertas, grandes, fraturas, contusões nas
bordas, perda de substância e cicatrizam por s egunda intenção.
Dica: É mais frequente no homicídio e no acidente, sendo raro no
suicídio.

Dica de Prova: Dê um exemplo de agente cortocontudente natural?


R: Arcada dentária humana (incisivos cortam e musculatura do
masseter morde e pode até arrancar pedaços).

Dê um exemplo de um agente contudente natural?

R: Qualquer área do corpo capaz de contundir, como o punho fechado


ao acertar a cabeça, cotovelo, joelho etc.

LESÃO EM SACABOCADO:

Os dentes podem causar lesões diferentes a depender de qual dente


se analise. Os dentes da frente são cortantes, os caninos, pérfuro -
cortantes, e os molares contundentes. Mas, de um modo geral, a
arcada humana exerce uma ação corto-contudente, sendo que pode
até causar arranchamento de pedaços, daí se dá o nome da lesão
chamada lesão em saca bocado. A importância pericial é que através
da marca deixada pela dentada é possível se identificar o autor
comparando a sua arcada dentária. A dentada é uma lesão com
assinatura. É uma lesão patognomônica, essa lesão, esse
instrumento, é associação com grau de certeza.

Ex: Mordida de crocodilo quando este pega no animal e roda a presa.

MORDEDURA HUMANA
ODONTOLOGIA LEGAL

MARCAS DE MORDIDA: “Sinais deixados pelos dentes na pele, em


alimentos ou outros objetos, de forma isolada ou em associação com
outras partes da boca.” Marcas de mordida não são como impressões
digitais e DNA - elas NÃO REVELAM com toda certeza quem fez a
mordida.

Variação das Impressões dentárias:

- Pressão dos bordos incisais e superfícies dentárias .


- Força da pressão aplicada.
- Característica anatômica (corte).
- Duração da pressão.
- Ação da língua e lábios.
- Reação de defesa da vítima.
- Característica da região atingida.
- Presença ou não de vestes Características observadas
Comprimento do arco (distancia entre cuspides).
- Forma do arco dental - oval, elíptico, circular, rectangular.
- Particularidades das unidades dentárias/Estado dentário do
aggressor.
- Posicao labiolingual dos dentes.
- Dentes girados.
- Espaco interdentario.
- Largura e Espessura dentaria.
- Desgastes funcionais, variacoes na anatomia.
- Deslocamento/Retração do tecido.
- Intensidade da mordida , Área lesionada, edema, equimose.

ZONAS DAS MARCAS DE MORDIDA:

1.Equimose: em área difusa, mais ou menos intensa, limitando


externamente a área, provocada pela pressão dos lábios.

2.Escoriações ou lesões corto-contusas: marcas deixadas pelos


dentes anteriores – incisivos e caninos, ou pela superfície do palato.
3.Equimoses de sucção: provocada pela língua ou pelo vácuo criado
pelo agente.

EQUIMOSE:
VERMELHO AZUL-PÚRPURA – recentes
AZUIS PRETAS – 3 dias
AZUIS VERDES – 3 a 7 dias
MARRONS AMARELO ESVERDEADAS – 6 a 10 dias
AMARELO ESBRANQUIÇADAS – 2 semanas

DICA: A mordedura humana produz ferida é corto -contusa. O agente


vulnerante é CORTOCONTUDENTE a lesão é CORTO -CONTUSA.

DICA2: Vale lembrar que a dentada causa uma LESÃO


PATOGNOMÔNICA, ou seja, a dentada causa uma lesão absolutamente
característica que permite diz er qual é o agente vulnerante.

Mordedura humana - figura


Dica de Prova: Como saber se um corte na pele foi feito na pessoa
viva ou quando já estava morta?
R: No vivo quando ocorre um corte haverá retração dos tecidos da
pele, o que não ocorre após a morte.

Dica da Dissertativa: A perda das mãos causa qual tipo de lesão


medico legal? R: Os peritos médicos legais entendem que a perda das
mãos não é perda de membro, e sim uma inutilização de membros
(Art 129, paragrafo 2º, III, primeira parte CP – posição para a
medicina legal) ressaltando que o STF entende como deformidade
permanente.

Dica de Prova: Analise um caso concreto em que um pianista


profissional perde os dedos em decorrência de um assalto.Foram
arrancados dedos para roubo de seus anéis de our o. Como a vítima
utiliza suas mãos para tocar piano, esse fato causara incapacidade
permanente para o trabalho? R: Não, pois esse homem não poderá
mais ser pianista, mas poderá exercer outra atividade laboral. Para a
medicina legal ele não está com incapac idade para o trabalho, e sim
com uma debilidade permanente.

DESMORONAMENTO: Obra da natureza

Desmoronamento é a movimentação dos solos pela força da


gravidade terrestre, ocorrendo frequentemente como um
deslizamento de terra, tendo diversas causas possíveis, entre elas:

 Aerosão pelas águas das chuvas, de rios, do lençol freático ou


do mar;
 Os terremotos;
 Ointemperismo;
 No meio-ambiente.

DESABAMENTO: É construção humana

Desmoronamento de estrutura sólida; queda, derruimento.

AÇÃO HUMANA: LESÃO DIRETA E INDIRETA

Lesões: Qualquer estímulo, que depende da intensidade, da ação, da


capacidade do organismo de reagir, pode produzir uma lesão.

MODO DE AÇÃO DOS AGRESSIVOS:

Direta: Sobre alvos do organismo: vias metabólicas, enzimas,


proteínas, componentes celulares.

Indireta: Fornecimento de oxigênio, mecanismos de produç ão e


inativação de radicais livres, respostas adaptativas locais ou
sistêmicas.

CONCEITO DE ARMA DE FOGO:

Arma própria, no uso permitido ou restrito no Brasil, constituída


por um conjunto de peças, cada uma com fuções específicas, e que se
destina a disparar projéteis através de um cano, graças à expansão,
dos gases provenientes da combustão de uma carga de propelente, a
pólvora.

CLASSIFICAÇÃO SINTÉTICA DAS ARMAS DE FOGO:

 PORTÁTEIS e NÃO PORTÁTEIS


 AUTOMÁTICAS e SEMI-AUTOMÁTICAS
 DE TIRO INTERMITENTE e RAJADA
 DE CANO CURTO e de CANO LONGO
 DE CANO RAIADA e de CANO LISO
 DE CARTUCHO DE PROJÉTIL ÚNICO
 DE CARTUCHO DE PROJÉTIL MÚLTIPLOS
 COM TAMBOR PARA MANTER CARTUCHOS E ESTOJO. COM
JANELA DE EJEÇÃO PARA ELIMINAR CARTUCHO NÃO
DEFLAGRADO E OS ESTOJOS, APÓS OS D ISPAROS.
 DE BAIXA E DE ALTA VELOCIDADE
 DE USO PERMITIDO e de USO RESTRITO

Obs: Estudo das armas portáteis de cano

POR QUE É MAIS FÁCIL INVESTIGAR CRIMES COMETIDOS COM


PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO DISPARADOS POR PISTOLAS DO QUE
COM REVÓLVERES?

Observe a janela de ejeção das pistolas. Após a expulsão do projétil


atráves do cano da arma, o estojo e lançado para fora da mesma e,
normalmente, permanece no local do evento.

Atráves do exame do estojo é possível identificar a arma que fez o


disparo.

CUIDADO DURANTE A INVESTIGAÇÃO!

As pistolas podem ser rapidamente desmontadas. Assim, o cano da


arma pode ser substituído e confundir a perÍcia quando for feita a
comparação entre as raias do cano e as estrias produzidas no
projetil disparado.
Observe a numeração da arma que deve estar presentes nas diversas
pecas componentes.

Obs: Espoleta ou cápsula de espoletamento

Dois tipos de material para queimar na cápsula.Primeiro tem de


queimar a substância que está na espoleta e depois queima a
pólvora, este material recebe o nome de mistura iniciadora (esta
impulsiona a pólvora para queimar e impulsionar o projétil). Essa
mistura é chama PRIMER.

DIVERSIDADE DE FORMATOS DE PROJÉTIL DE ARMA DE FOGO:

PONTA FINA/CHUMBO DURO = Transfixante


PONTA ARREDONDADA/CHUMBO MOLE = Não transfixante

Ex: Ponto 40 centésimos de polegada – famoso ponto 40.

COEFICIENTE BALÍSTICO:
NO ESTUDO DA LESÃO, UM FATOR IMPORTANTE É O COEFICIENTE
BALÍSTICO DO PAF EM AÇÃO.

INDICA A POTENCIALIDADE DE PENETRAÇÃO DE UM PAF:

CB = MASSA
___________________________
*FATOR DE PONTA x CALIBRE2
*Fator de ponta = Diminui com o diâmetro da ponta
*Cano vivo (ponta reta) = 1 (UM)

Dica de Prova: Agentes do FBI balearambandidos em confronto


armado,mas os bandidos não eram derrubados ou vinham a óbito,
porém esses atiraram de volta e matavam policiais. No entanto,
quando findado o confronto conseguiram matar os bandidos. Os
projéteis usados pelo FBI tinham pequeno coeficiente balístico;
atingiam o alvo mas não se aprofundavam, não atingindo órgãos
letais. Pergunta-se: como fazer para aumentar a eficiência desses
projéteis?

R: Afinando a ponta ou aumentar a sua massa, diminuir o calibre dos


projétis de arma de fogo, de forma a ter uma ação penetrante.

ESPÉCIES DE CARTUCHO:

 CARTUCHO DE PROJÉTIL ÚNICO


 CARTUCHO DE PROJÉTIL MÚLTIPLO (Balin ou bago de chumbo)

Em cartuchos de projétil múltiplos no disparo forma -se uma nuvem


de balins. Quanto mais distan te estiver o alvo mais balins irão
atingir de forma dispersa, e quanto mais próximo os balins irão
atingir em forma de bloco, o efeito lesivo quando mais próximo é
mais letal e a distância é mais leve,pois o balin vai perdendo à força
a medida que se expande. Se o alvo estiver muito próximo à bucha
pode também penetrar no corpo junto com os balins. Sabendo qual a
distância que a bucha leva para cair, se a bucha permaneceu dentro
do alvo significa que este alvo estava mais perto do que da distância
que se deixa a bucha cair, se dentro do alvo só tem os balins e não
tem a bucha este alvo estava numa distancia maior, naquele
distância onde se deixa a bucha cair. Ex: Bucha Pneumâtica (bucha
plástica).

Cada um dos balins faz uma lesão de entrada projétil de arma de


fogo e pelo tamanho do balim se calcula o tipo de cartucho usado.

Lesão em região deltóidea por disparo de espingarda a curta distância .- figura


Entrada de disparo de espingarda com múltiplos balins. Distância do disparo
insuficiente para a dispersão dos balins – figura

Presença de bucha em região cervical - figura

Cartucheira ou espingarda, são armas de cano longo e alma lisa, isto


é, o cano não possui raiamento, e disparam, geralmente, cartuchos
com múltiplos balins. Naturalmente ocorr e, ao longo da trajetória,
uma dispersão dos balins, o que permite o cálculo da distância do
disparo.Excepcionalmente cartuchos de múltiplos balins podem ser
disparados por armas curtas.

ROSA DE TIRO DE CEVIDALLI:

Cevidalli notou que cada balin ao entrar forma um buraco


sanguinolento e comparou cada um desses buracos a uma pétala de
rosa chamando o conjunto desses ferimentos de “Rosa de Tiro”. Esse
conjunto de ferimentos é causado por armas de projéteis múltiplus.

Se na rosa de tiro a bucha se encontrard entro do alvo o tiro foi mais


próximo, se não está dentro à bucha, o tiro foi mais de longe.
Se a rosa de tiro têm um diâmetro pequeno foi um tiro mais próximo,
poéem se a rosa de tiro tem um diâmetro maior o tiro foi mais longe.
Logo, pelo tamanho do diâmetro da rosa de tiro se pode calcular qual
foi a distância desse disparo, distância do atirador e alvo.

Tiros de balins são típicos de espingarda e está possui um cano


grande,às vezes se cerra o cano da espingarda para poder usar de
forma oculta. No caso de espinguarda de cano cerrado quando se
atirar com ela os balins se espalham precocemente, pois com a
espinguarda de cano longoos balins demoram mais a se espalhar.
Para se afirmar a distância do tiro é preciso saber se estes foram
disparados pela mesma arma, pois no caso de uso de espinguarda de
cano curto a dispersão dos balins será anômola, isto é se espalham
mais.

CHOQUE (estrangulamento na ponta da espingarda) : O choque é


uma estrutura aplicada na ponta da arma e este estrangula a ponta
da arma e faz os balins permanecerem juntos por mais tempo.
Existem espinguardas sem choque em que os balins se espalham mais
rapidamente. No caso de armas que possuem o choque, mesmo tiros
em que dados à longa distância pode ser que o diâmetro seja menor.
Se esta também foi cerrada mesmo que a distância seja menor, o
diâmetro vai ser maior. Para se calcular a distância pela rosa de tiro
de Cevidalli é preciso saber se os atiradores atiraram com a mesma
arma.

TIRO COM CANO ENCOSTADO : Gases entram e se expandem e cau sa


explosão. Encontram-se bucha e balins em caso de arma de projéteis
múltiplus e cano longo com tiro encostado.

BUCHA PNEUMÁTICA (análise de disparo):


Obs: A função desta bucha é retardar a dispersão dos balins e
aumentar o coeficiente balístico (causar lesão mais profunda).

ARMAS NÃO LETAIS:

 Usadas para dispersas multidão


 Imobilizar agressor

Espinguarda comum, com estojo comum cheio de pólvora comum


porém com projétil de borracha . Disparado, este não perfura mas
forma uma contusão para diminuir o ímpeto do alvo. A recomendação
é tiro na região das pernas.
Esse tipo de arma usa fogo e pressão letal, porém o projétil não é de
chumbo, e sim de borracha.

ESPOLETA OU CÁPSULA DE ESPOLETA:


Pequeno recipiente ajustado no fundo do estojo. Contém um a
mistura iniciadora (PRIMER).

A composição química do primer pode aparecer entre os resíduos


encontrados no atirador ou na vítima após os disparos.A composição
química do primer ou mistura iniciadora é variável e costuma ser
pedida em provas.

Composição química da pólvora (carga de projeção) :

A pólvora negra é composta de salitre, carvão vegetal e enxofre.Sua


combustão tem como principais produtos sólidos os sulfatos,
sulfitos, sulfocianetos, tiossulfatos e carbonato de amônio. Outro
tipo de pólvora também utilizada em projéteis são as “pólvoras sem
fumaça”, onde possuem como principal componente a nitrocelulose,
ou nitrocelulose e nitroglicerina.

O disparo de uma arma deixa resíduos nas mãos do atirador, no local


onde ocorreu o disparo e no alvo. Estes resíduos são chamados de
GSR, do inglês gun shot residue, e constituem uma evidência muito
importante para a balística forense. Os resíduos de tiro são
basicamente partículas sólidas expelidas da espoleta e da pólvora,
assim que o projétil é lançado, ou s eja, resíduos sólidos de Pb, Ba,
Sb e outros metais. Desta forma, os testes de identificação de GSR
são feitos simplesmente detectando -se os principais componentes do
cartucho.

A técnica mais comumente usada para identificação de GSR é a


microscopia eletrônica de varredura (MEV), que permite a
correlação entre a composição e a morfologia das partículas de
resíduo de tiro, além de permitirem constatar se projéteis e/ou
estojos foram disparados de uma mesma arma. Também são
utilizadas técnicas como Espectroscopia de Absorção Atômica e
Espectroscopia de Plasma Indutivamente Acoplado.
Existem alguns testes rápidos que podem ser realizados no local do
disparo, ou na roupa e mãos do sus peito. São testes químicos
clássicos qualitativos que se baseiam em uma reação de formação de
composto colorido com os metais presentes em um GSR. O reagente
rodizonato de sódio é um exemplo. Ao entrar em contato com o
chumbo, ocorre formação de um compost o cor de rosa.

Reação do rodizonato de sódio com o íon chumbo. Fonte: (Vanini, 2014)

Já com o bário, forma um composto de coloração laranja.

Reação do rodizonato de sódio com íons bário. Fonte: (Vanini, 2014)

Os testes qualitativos não confirmam com total veracidade a


presença de um resíduo de tiro, pois pode resultar em falso -positivo
por contaminação, ou simplesmente o suspeito pode ter manuseado
algo que continha chumbo ou outro metal que venha a dar resultado
positivo. Mas funciona como um indica tivo de suspeita e valida a
evidência para ser analisada por técnicas mais exatas.

Outras evidências encontradas nas cenas de crime também são


analisadas pela balística forense, como projéteis deixados na cena
ou no corpo da vítima, cartuchos e até armas que são deixadas para
trás.

Quando se tem posse de uma arma suspeita é comum realizar o Teste


de Confronto. É realizado um disparo com a arma suspeita e o
projétil é recuperado em um tanque de recolhimento, onde o projétil
não é danificado. Este é compara do (confrontado) com o projétil
retirado da vítima. Isto é possível porque o cano da arma de fogo
possui ranhuras, e estas são “impressas” no projétil quando
disparado. Estas ranhuras são específicas de cada arma, como uma
impressão digital. Logo é possível a comparação e identificação.
IDENTIFICAÇÃO ATRAVÉS DO ESTOJO : ATRAVÉS DA MARCA NA
ESPOLETA É POSSÍVEL SE IDENTIFICAR A ARMA QUE DISPAROU O
ESTOJO. ESTA É A IMPORTÂNCIA DE NA CENA DO CRIME SE
ENCONTRAREM OS ESTOJOS , POIS ESSES POSSUEM A MARCA DO
PERCUTOR.

IDENTIFICAÇÃO DO CANO DA ARMA PELAS MARCAS DEIXADAS


PELO CANO NO PROJÉTIL : (RAIAS DO CANO DAS ARMAS DE FOGO)

A parede interna do cano das armas de fogo pode apresentar


saliências e reentrâncias (sulcos) que constituem as raias do cano.
Raias são sulcos entre duas saliências.

Há raias que fazem o PAF girar para a DIREITA (DEXTROGIAS) e


outras que fazem o PAF girar para a ESQUERDA (SINISTROGIRAS).

Obs:

 O cano da arma possui RAIAS, o projétil possui ESTRIAS.


 A identificação do PAF depende das estrias formadas pelos
defeitos das raias.
ENERGIA TRANSFERIDA:

No estudo da lesão, um fator importante é a quantidade de energia


transferida pelo PAF aos tecidos humanos.

Obs: Não importa a energia que o objeto possui, o importante é o


quanto dessa energia foi transferida.

DENSIDADE DOS TECIDOS:

No estudo da lesão, um fator importante é a densidade (elasticidade,


flexibilidade) do tecido atingido pelo PAF.

D = massa
-----------------
Volume

Obs: Quando um órgão é mais elá stico a densidade é menor (ex:


pulmão). Diversamente, se e menos elástico e mais duro, a densidade
é maior (ex: fígado).

A lesão no pulmão é menor já que ele é mais elástico, o que faz com
que o PAF penetre sem resistência.Isso impede que ele transfira alta
carga de energia e cause uma lesão muito exuberante. Diversamente
no fígado,que possui grande densidade, será transferida carga de
energia maior e causará uma lesão mais exuberante.

Obs: A diferença para a gravidade da lesão não é o PAF, é a


densidade de onde se atinge.

SINAL DE BONNET PAF NAS VÍSCERAS : Um buraco nas vísceras com


um aspecto equimótico em volta.
DIFERENÇA DE DISPARO E TIRO:

Disparo é o ato de se puxar o gatilho. Tiro é o fato que ocorre após a


puxada desse gatilho. É o fato de o projétil deixar o cano da arma de
fogo.

Obrigatoriamente quando se tem o disparo se terá o tiro?

NÃO, a arma pode apresentar algum defeito que ao se puxar o gatilho


o tiro pode não ser efetuado.

É possível tiro sem disparo?

Também ocorre por defeito na arma. De repente a arma pode cair no


chão éocorrer um tiro sem que o gatilho seja puxado.

Pode a pericia saber como isso ocorreu?

SIM, por exemplo um acusado de homicídio diz que não foi o autor
do tiro; alega que a arma caiu no chão e “atirou”. A perícia vai testar
esta arma para verificar se havia algum defeito que tornasse
possível ocorrer esse tiro sem o disparo.

INCIDÊNCIA DO TIRO (PAF):

No estudo da lesão é muito importante determinar a incidência do


tiro.
De baixo para cima.
De cima para baixo.
Da esquerda para a direita.
De direita para esquerda.
De diante para trás.
Horizontal, oblíquo, vertical.

EFEITOS PRIMÁRIOS DO TIRO: É tudo que o projétil irá causar no


alvo (causados pelo PROJÉTIL).
Obs: Tiro a longa distância somente terá efeitos primários

EFEITOS SECUNDÁRIOS DO TIRO : Em tiros encostados vêm uma


nuvem de fumaça e uma língua de fogo produzidos pelo
disparo(causados pelo DISPARO).
Obs: Tiros próximos terão efeitos primários e secundários.

Tiro de festim: Somente haverá os efeitos secundários pois não


possui projétil.

Como se sabe a incidência do tiro?

A incidência do tiro só pode ser dada com a vitima deitada na ma ca


para fazer a autópsia, e não na hora do efeito causador do tiro.
O orifício de entrada de PAF normalmente é menor que o calibre do
PAF, pois ao entrar na pele que possui elasticidade, a pele irá esticar
e depois que o PAF passar a pele volta para o lug ar.

Burado do tiro é CIRCULAR. Esse tiro é perpendicular ao eixo do corpo. (figura)

LESÕES CAUSADAS POR PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO DE BAIXA E


DE ALTA ENERGIA.

EFEITOS PRIMÁRIOS DO TIRO:

Lesão de entrada de PAF ação PERFUROCONTUNDENTE, a ferida é


pérfuro- contusa ocorre na ferida, orla, halo, contorno, margem
(produzidos pelo PROJÉTIL).

1-De equimose
2-De escoriação (contusão)
3-De enxugo (alimpadura)
4-Sinal de Chavigny

Lesão causada por tiro de boracha - figura

Obs: Tiro de Borracha: Onde o projétil de borracha bate ele faz um


halo de equimose. Nesse caso o efeito do projétil não foi
perfurocontundente, e sim apenas contundente, não houve ferida
contusa houve uma equimose e escoriação (não têm a ferida mas
possui a contusão).

EFEITOS SECUNDÁRIOS DO TIRO:

Lesão de entrada de PAF, ação térmica e/ou contundente, orla, halo,


zona, contorno, margem (efeito pelos gases de saída do projetil,
efeitos do material que empurram o projétil – resíduos da combustão
do propelente.

1-De chamuscamento (tiro aqueima roupa)


2-De esfumaçamento ou tisnado(tiro acurta distância) – não possui
o chamuscamento, mas possui esfumaçamento
3-Tatuagem (orla, halo, contorno ou zona de tatuagem) –
micropartículas do cano

ANEL DE FISH:

A orla de escoriação, somada à orla de enxugo, é chamada de ANEL


DE FISH , e a pedra do Anel de Fish demonstra a direção, em que que
foi dado o tiro.

ANEL DE FISH =
Orla de escoriação
+
Orla de enxugo
(entrada de PAF – ferida pérfurocontusa, ação pérfurocontundente)

ORLA DE ESCORIAÇÃO (ou de contusão):


Deve-se ao arrancamento da epiderme motivado pelo movimento
rotatório do projétil antes de penetrar no corpo.

ORLA DE ENXUGO:
São as impurezas deixadas pelo projétil no anel interno do ferimento
de entrada.
Obs: A pedra do Anel de Fish é o local onde a lesão é mais
proeminente.Por analogia a pedra de brilhante de um anel e essa
indica a direção do tiro.

ATENÇÃO!

1)Na lesão de entrada de PAF também há respingos de fragmentos de


tecidos afora.
Respingos de sangue e outros tec idos.

2)A forma da mancha de sangue. Pode auxiliar, na determinação da


posição da vítima ou autor, no momento do respingo.

(manchas de sangue – figura)

HEMATOLOGIA FORENSE:

A hematologia forense é um ramo da biologia forense, que


estuda manchas, salpicos, gotas de sangue na cena de um crime.
Subdivide-se em hematologia forense reconstrutora e hematologia
forense analítica e têm como intuito fornecer informações como:

• Tipo de arma que provocou o ferimento


• Número de golpes deferidos
• Origem do sangue, a sua velocidade e o seu ângulo e impacto
• Posição e movimentos da vítima e agressor
• Ordem cronológica dos ferimentos
• Há quanto tempo o crime foi cometido
• Se a morte foi imediata, ou não.

S A N G U E : Estrutura morfologica das hemacias - nos mamiferos as


hemacias sã o anucleadas e circulares ( a diferenç a entre homens e
outros mamiferos esta no tamanho ).

O metodo mais seguro e o da albumina reaç ão ou processo de


UHLENHUTH . Este metodo consis te em colocar o sangue a ser
pesquisado em contato com o soro preparado de diversos animais.
Ex: soro anti-humano.

Provas de Certeza , especificas quanto à presença de elementos ou


propriedades do sangue:

TÉ CNICAS HISTOLÓ GICAS - as hemacias podem ser vistas por


microscopia com ou sem corar

TÉCNICAS MICRO - QUÍMICAS ou CRISTALOGRÁFICAS :

 Cristais de Teichmann (1853) - identificam hematina;


 Cristais de Lecha-Marzo ou de Takayama - identificam
hemocromogênio ;
 Cristais de Guarino - identificam hematoporfirina.

Provas de orientaç ão , bastante sensíveis mas pouco específicas :

– REAÇÃ O DAS OXIDASES - agua oxigenada sobre a mancha suspeita


( da " efervescê ncia " quando positivo):

• TecnicadeAdle r-Ascarelli=Reagentedebenzidina
• TecnicaKast le-Mayer(vermelho).

LUMINOL PARA MANCHAS DE SANGUE: O luminol é um pó –


formado por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio —
que é diluído em água oxigenada. Essa solução, quando borrifada nos
locais suspeitos, reage em contato com o ferro presente na
hemoglobina do sangue e libera uma luz azulada, suf icientemente
forte para ser vista no escuro.

Os principais tipos de manchas são:

Manchas por projeção: Gotas: forma circular = pequena altura;


forma estrelada, com bordos irregulares = altura aproximada de
40cm; f orma estrelada com bordos denteados, gotas satélites=
altura superior a 125 cm; gotículas = altura superior a 2m.

Salpicos: quando a projeção do sangue é feita sob impul so e uma


segunda força e cai sob a ação da gravidade (forma alongada na fase
final).

Manchas por escorrimento: caracteriza-se quando o sangue se


apresenta sob a forma de poças, arco ou filetes decorrentes de
grande perda de sangue.

Manchas por contato: são originárias do contato de uma parte do


corpo ou de um objeto com as am ostras de sangue, e posterior f iação
de manchas desangue em outro local em decorrência de novo
contato, podendo deixar moldes de impressões digitais nas áreas de
fixação.

Manchas por impregnação: quando um tecido ou papel entra em


contato com manchas de sangue líquido e são absorvidas, produzi ndo
manchas características que são denominadas manchas por
impregnação.

Manchas por limpeza: quando se procura limpar uma mancha de


sangue, comumente o agente não consegue excluir todos os vestígios,
sendo queapenas a olho nu a mancha parece ter desapare cido.

Nesses casos, com aajuda de reagentes ou utilizando -se a luz f


orense, estas manchas podem ser observadas, e podem indicar a
tentativa de oc ultar provas de um crime. (JAMES & KISH, 2005;
BEVEL & GARDNER, 2008)

A DISTÂCIA E INCIDÊNCIA DO TIRO:

No estudo da lesão, um fator importante é analisar a distância e a


incidência do disparo.

INCIDÊNCIA DO TIRO : Tiros feitos a curta distância. O Anel de


Fish (orla de escoriação e exugo) será exatamente semelhante ao que
se estudou nos “tiros a longa distância”.
Entretanto, os resíduos do cone de dispersão (grânulos de pólvora
combusta e incombusta; bem como micropartículas de metal do cano
e do PAF) mostrarão comportamento inverso: orla mais intensa e
mais estreita (menos extensa) no ângulo agudo entre a boca da arma
e o alvo, e menos intensa e mais larga (mais extensa) na porção
oposta.

Dica de Prova: No estudo de um cadáver, vítima de homicídio por


disparos de arma de fogo, o encontro, no entorno (orla) dos
orifícios, do denominado anel de Fish, sem outros achados
adicionais, caracteriza tiro a qual distância? R: No caso em tela não
houve outros achados adicionais, podendo se concluir que
caracteriza um tiro a distância.
DISTÂNCIA DO DISPARO:

No estudo da lesão um fator importante é conhecer a distância do


disparo:

COM CANO ENCOSTADO


A QUEIMA-ROUPA OU Á CURTA DISTÂNCIA
A “LONGA” DISTÂNCIA (A DISTÂNCIA)

CONE DE DISPERSÃO (ou de explosão):

EFEITOS SECUNDÁRIOS DO TIRO:

1-GASES SUPERAQUECIDOS – CHAMA


2-PÓLVORA COMBUSTA (PÓ)
3-PÓLVORA INCOMBUSTA (GRÂNULOS)
4-MICROPARTÍCULAS DE CHUMBO E DE OUTROS METAIS
PROVENIENTES DO CANO DA ARMA OU DO PAF
O cone de dispersão e a distância do disparo - Observe os cinco tipos de resíduo

DISPARO:

Propulsão do projétil
Saída de chamas, pólvora combusta e pólvora incombusta.

De acordo com o tamanho da mancha que fica na vítima se calcula em


media qual a distância em que se encontrava o atirador e a vítima.

ORLAS, ZONAS E CÁLCULO DA DISTÂNCIA (APROXIMADA) DO


DISPARO:

 ORLA DE ENXUGO OU ALIMPADURA, SINAL DE CHAVIGNY


 ORLA DE ESCORIAÇÃO OU CONTUSÃO
 ORLA DE EQUIMOSE
Aparecem em tiro a qualquer distância
 ORLA OU ZONA DE CHAMUSCAMENTO OU QUEIMADURA
Aparece no tiro a queima-roupa

 ORLA OU ZONA DE ESFUMAÇAMENTO OU TISNADO


 ORLA OU ZONA DE TATUAGEM
Aparecem no tiro a curta distância

TIRO A QUEIMA-ROUPA TEM DE APRESENTAR TAMBÉM, ZONA DE


CHAMUSCAMENTO OU QUEIMADURA.
APENAS ESFUMAÇAMENTO OU TATUAGEM SERÁ DENOMINADO TIRO
A CURTA DISTÂNCIA.

SINAL DE HOFFMAN
BOCA DE MINA DE HOFFMAN
CÂMARA DE MINA DE HOFFMAN
Boca de mina de Hoffman - figura

Quando há disparo em plano ósseo abaixo aparece na pele uma


cratera, um buraco, um rombo, uma brecha, onde a pele fica virada
para fora, toda suja de pólvora por dentro, pois os gases entram,
batem no osso e voltam arrombando a pele para fora.
Isto nos diz que a arma estava com a boca de fogo encostada na
pele.

Ex: Suicídio ou homicídio no estilo execução

Dica de Prova: Encontrado um cadáver em estado de putrefação já


esqueletizado é possível encontrar o sinal de Hoffman? R: Não, pois
o sinal de Hoffman se encontra na pele. Logo, no cadáver
esqueletizado não será encontrado o referido sinal pois o mesmo já
desapareceu caso estivesse presente.

SINAL DE BENASSI
Ao se atirar com a boca do cano encostada na pele em plano ósseo o
projétil entra, atravessando a pele é o osso. Os gases entram batem
no osso, voltam arrebentando a pele e sujam o osso.
Nos tiros com cano encostado o osso fica sujo com resíduos de halo
fuliginoso.
Boca da arma colada na pele com local com plano ósseo, sinal de
Benassi fixado no osso.

Resumindo: O sinal de Benassi é a tatuagem ou esfu maçamento ao


redor da lesão de entrada do PAF na porção externa do osso,
subjacente à lesão de entrada do projétil.

A boca de mina de Hoffman é a grande brecha ao redor da lesão de


entrada de PAF disparado com a boca do cano da arma encostada na
pele, havendo osso pr baixo.

Dica de Prova: Encontrado um crânio de um cadáver em um


cemitério clandestino, o mesmo apresenta um buraco com resíduos
escurecidos ao redor. Esse achado significa presença de pólvora e é
representado por qual sinal em medicina lega l ?
É possível o perito determinar a que distância que foi o tiro? R: O
cadáver encontrado com resíduos de pólvora é a representação do
sinal de Benassi que são os resíduos da pólvora no osso,
característica de tiro com cano encostado, sendo possível estimar
com tal achado a distância que ocorreu o tiro pelo perito.

SINAL DE SCHUSSKANOL (canal do tiro):

Quando o projétil entra no corpo ele faz um canal na pele e no osso


(esse canal éfeito pela passagem do projétil). Quando o tiro é
disparado com o cano encostado, esse canal fica todo sujo de
pólvora, não está no osso e nem na pele por fora, é na parede do
canal feita pelo projétil. Este ao entrar quando acompanhado por
uma nuvem de gàs,suja o canal feito pelo projétil. Esse canal sujo
pelo tiro disparado com cano encostado é chamado sinal de
Schusskanol, que pode ser em plano ósseo ou local sem osso (nos
tecidos).

As paredes do túnel permanente formado nos tecidos próximos à


lesão de entrada estão abauladas de forma centrífuga e impregnadas
por material fuliginoso proveniente do cone de dispersão – túnel do
tiro.

SINAL DE BONNET
SINAL DO FUNIL DE POSOLD
SINAL DO TRONCO DE CONE DE BONNET
(Sinal em osso achatado – ex: crânio, costela, esterno, íliaco)

BONNET: Sinal se assemelha a um tronco de cone


PONSOLD: Sinal se assemelha a um funil

Características:

 Projétil passa por plano ósseo


 Paredes cortadas em Bisel – paredes cortada em bisel indicam
paredes inclinadas, convergentes (de cima para baixo)e
divergentes(de baixo para cima).

Aspecto em Bisel: Bisel é umplano inclinado, uma rampa, uma


inclinação, um declive (ou aclive) na estrutura em análise.

O Sinal de Funil de Bonnet caracteríza um ferimento de entrada ou


de saídaem ossos planos, achatados como por exemplo o crânio,
esterno, pelve, íliacos; mais comum em ossos do crânio, produzido
pela ação de um instrumento perfuro - contundente, o projétil de
arma de fogo (PAF), em disparos a curta ou curtíssima distância.
Quando um PAF atravessa um desses ossos achatados há formação de
um tronco de cone, com a base voltada para dentro do crânio, na
entrada do projétil, e lesão semelhante, mas com a base voltada para
for a, na saída.

Base do cone virada para dentro do crânio –


PAF entrada
Base do cone para fora do crânio –
PAF saída

Dica de Prova: Durante uma exumação o esqueleto apresentava no crânio


três orifícios, em forma de tronco de cone, dois desses com base para
dentro e o outro com base para fora. Quantos projéteis de arma de fogo o
perito deve encontrar dentro do crânio? R: Sendo três troncos de cone,
dois com base para dentro e outro com a base para fora, significa que dois
projéteis entraram e apenas um saiu, pois as bases para dentro
demonstram o numero de projéteis que entraram, e a base para fora
demonstra que um projétil apenas sa iu.

SINAL DE PUPPE-WERKGAERTNER
(BOCA DA ARMA FAZ UM DECALQUE OU CARIMBO NA PELE)

Ao redor da lesão de entrada de projétil de arma de fogo, disparado


com o cano encostado, geralmente emlocal onde não há osso por
baixo, pode aparecer o decalque (image m) da boca do cano da arma,
podendo apresentar também o desenho da massa de mira e da mola
do extrator, conforme a arma de fogo foi usada.

Em certas ocasiões (escape de gases do cone de dispersão) pode


aparecer mesmo quando há osso por baixo.

Dica de Prova: A respeito das lesões produzidas por PAF, é correto


dizer que, uma lesão de entrada, não é possível determinar se a
mesma se deu por projétil de alta ou baixa energia? R: Pela
morfologia de uma ferida de entrada não se permite tal distinção a
saber se esta lesão foi ocasionada por PAF de baixa ou de alta
energia.

LESÕES DE SAÍDA DE PAF:

 Podem mostrar escoriações


 Podem ter dimensões menores do que a lesão de entrada
 Podem ter formas bizarras
 Podem ter sido causadas por projéteis secundários
 Podem existir sem que o PAF tenha saído do corpo da vítima

Obs: Pode eventualmente haver um número de saídas maior que o


número de entradas. Isso pode ocorrer por projéteis secundários
como fragmentos de ossos, um botão de uma camisa que irá
eventualmente sair, mas é possível que o PAF fique no corpo da
vítima, podendo até confundir o perito.
O que não possui uma lesão de saída?

Não terá enxugo


Não terá queimadura (chamuscamento)
Não tem esfumaçamento (tisnado)
Não tem tatuagem

Os efeitos secundários só se apresentarão nas lesões de entrada, e


dos efeitos primários não existe o enxugo, na saída há a presença da
escoriação e equimose.

Não aparecem na lesão de saída de PAF:

Sinal de Benassi
Sinal de Hoffman
Sinal de Puppe-Werckgaertener
Anel de Fish
(somente aparecem na lesão de entrada)

(OBSERVAR NA IMAGEM COMO NÃO EXISTE A PRESENÇA DE PÓLVORA NA LESÃO)


TRAJETO X TRAJETÓRIA:

TRAJETÓRIA: Percurso feito pelo PAF fora do corpo da vítima.


(perito criminal)

TRAJETO: Percurso feito pelo PAF dentro do corpo da vítima.


(perito legista)

DESVIOS DE TRAJETO: Observar a orla de escoriação. Se esta em


forma circular o PAF entrou de forma perpendicular. Se se
apresentar mais escoriado em cima do que embaixo o tiro foi
inclinado.

A IMPORTÂNCIA DO EXAME DA S VESTES:

Não raro, é através do exame das vestes que os peritos, legistas e


criminais, encontram meios para estimar a distância e a incidência
do tiro.
Conforme o tecido das vestes, os resíduos do cone de dispersão
serão retidos em maior ou menor quantid ade, auxiliando (ou
dificultando) a conclusão dos peritos.

PROJÉTEIS DE ALTA ENERGIA :

Projéteis de alta energia são definidos na prática pela velocidade do


som. No ar o som viaja numa velocidade de 340 m/s, os projéteis que
estão abaixo da velocidade do som são os projéteis de baixa
velocidade, as armas de uso permitido, já os projéteis que têm a ter
mais que duas vezes a velocidade do som (680 m/s) são as armas de
uso restrito.

Velocidade do som no ar: 340 m/s


Abaixo da velocidade do som no ar: PAF de b aixa velocidade
Acima de duas vezes a velocidade do som no ar (680 m/s): PAF de
alta velocidade (600 m/s)*
*Bibliografia em geral

LESÕES E MORTE CAUSADAS POR:

Projéteis de alta velocidade


Blast aéreo, líquido e terrestre
Lesões por explosivos – granadas

Blast explosivo e seus níveis:

1-BLAST PRIMÁRIO – CENTRO DA EXPLOSÃO: Recebe a ação


térmica, lesão por pressão baropatia, chegando a incinerar e
despedaçar – MORTAL.

2-BLAST SECUNDÁRIO: São lançados estilhaços e atingem vítimas.

3-BLAST TERCIÁRIO: Os estilhaços não chegam a alcançar, porém a


onda de pressão joga a vítima no chão – ação contundente (fraturas
de braço, perna, crânio).

4-BLAST QUATERNÁRIO: Pessoas levadas ao hospital e morrem


algum tempo depois por causa das lesões causadas pelo blast.

No caso de tiro de PAF ocorre um blast dentro do cartucho onde esse


gás expandido irá empurrar o cartucho para dentro do túnel e
empurrar o PAF ao alvo. Por isso a pólvora se queima
progressivamente (existem pólvora de maior e menor velocidade de
queima).
Velocidade do blast é maior na terra, um pouco menor na água e
menor no ar.

Blast aéreo = menos grave


Blast aquático = intermediário
Blast terrestre = mais grave

Obs: Influenciados pela velocidade do som para propagação da onda.

Cavidade temporária: As vítimas de projéteis de alta energia não


são vitimadas pelo projétil de forma direta mas, sofrem lesões pela
cavidade temporária que o projétil produz.

Formação de cavidades:

Durante a transferência de energia para um tecido podemos observar


a formação de dois tipos de cavidades: temporária e permanente. De
acordo com a cavidade formada podemos encontrar ferimentos com
perfis diferentes.

Cavidade temporária:

A cavidade temporária forma-se no momento do impacto. É comum


observarmos este efeito em tecidos moles por serem elásticos.
Durante a transferência de energia as partículas do tecido atingido
se afastam, mas, por sua elasticidade, elas retornam a posição
prévia. Em contrapartida, todas as estruturas que sofreram o
deslocamento, frequentemen te, são lesionadas. A cavidade
temporária pode ser encontrada em traumas fechados e em traumas
penetrantes, por exemplo, ferimento por arma de fogo.
Por ser uma cavidade temporária, essa não está visível quando o
socorrista examina a vítima, portanto, aval iar as energias envolvidas
no evento e correlacionar com possíveis lesões são passos
fundamentais na avaliação da biomecânica.

Cavidade permanente:

A cavidade permanente também forma -se no momento do impacto,


podendo acometer tecidos elásticos ou não. Du rante a transferência
de energia as partículas do tecido atingido se afastam, mas, por
perda de substância, não retomam sua forma original. Por ser
lacerante, a cavidade permanente, na maioria das vezes, é facilmente
identificada. Contudo, os ferimentos pe rfurantes, pérfuro-cortantes
ou pérfuros-contusos, por serem pequenos, podem dificultar a
visualização. Além disso, podemos encontrar os dois tipos de
cavidades provocados por um único mecanismo de trauma, por
exemplo, um ferimento por PAF (projétil de arm a de fogo), o qual
provoca perda de tecido na trajetória do PAF e cavidade temporária
pela penetração em alta velocidade no tecido.

Um fator muito importante no estudo da lesão é a formação de


cavidades temporárias de grandes dimensões gerando maiores lesões
a distância da passagem do projétil.

Obs: Comparando tiro de PAF de armas de alta e baixa energia,


mesmo utilizando o mesmo projétil, a cavidade temporária da arma
de alta energia será maior, também ocorrerá cavidade maior na arma
de alta energia comparada à arma de baixa energia mesmo que esta
utilize um PAF com material mais pesado, pois a velocidade é sempre
muito maior. O grande efeito lesivo das armas de alta energia vem da
velocidade.

CAVIDADES PULSÁTEIS NO TRAJETO ESTÃO PRESENTES EM TODOS


OS TIROS!
Possuem: Amplitudes variáveis

DEPENDEM:

 Velocidade do PAF
 Onda de pressão do PAF
 Densidade do órgão
 Estabilidade do PAF
 Tamanho do trajeto

Túnel permanente no estudo da lesão, um fator importante é a


formação do túnel, pois determina o trajeto do PAF no corpo.

TIROS TRANSFIXANTES: Apresentam – ENTRADA, TRAJETO E SAÍDA


TIROS PENETRANTES: Apresentam – ENTRADA e TRAJETO (ferida
cega)
CAVITÁRIOS – Afetam cavidades corporais
EM SEDENHO – Não afetam as cavidades
EM CHULEIO – Não afetam as cavidades
Quantidade de lesões causadas pelo PAF:

 Lesões de entrada – em maior quantidade; mais comum


 Lesões de saída – em maior quantidade; mais raro

Existem lesões atípicas produzidas por PAF que, sem o exame do


trajeto, ou de outras evidências, seque r podemos afirmar que foram
produzidas por PAF.

Procurando por evidências:

 Resíduos de pólvora, de vestes


 Objetos estranhos na lesão
 Objetos estranhos no trajeto
 De esquírulas ósseas no trajeto
 De deslocamento de outros tecidos
 Outras evidências

Lesões de entrada em projétil de alta energia:

O tamanho da lesão de entrada produzida por um projétil de alta


energia irá depender da estabilidade do PAF ao penetrar no corpo.
Se penetrar de ponta irá causar uma entrada pequena,terá liberação
de pouca energia. Se ricochetear em algo e desestabilizar irá liberar
mais energia e irá causar um rombo na lesão de entrada – sempre
dependerá da maneira que o PAF entrou no corpo.
(Ex: tiro de fuzil, AK47)

Obs: Lesões de entrada no geral são menores que as de saída pela


estabilidade do PAF ao adentrar o corpo.

ESTUDO DAS ASFIXIAS:


ASFIXIAS SÃO ALTERAÇÕES FÍSICA, QUÍMICA OU FISICO -QUÍMICAS
QUE DE ALGUMA FORMA, IMPEDEM A UTILIZAÇÃO DO OXIGÊNIO
PELAS CÉLULAS, PODENDO CAUSAR A MORTE.

INTRODUÇÃO:

É necessário entender que para que a respiração se processe em


condições de normalidade é exigido um ambiente externo que
contenha ar respirável, com um teor de oxigênio de
aproximadamente 21%, nitrogênio 78%, gás carbônico 0,03%,
portanto, praticamente li vre de gases tóxicos, e que haja
permeabilidade das vias respiratórias, elasticidade do tórax,
expansão pulmonar, circulação sanguínea normal e volume
circulatório em quantidade e qualidade suficientes para transportar
o oxigênio à intimidade dos tecidos e garantir regularidade à
hematose, assim como uma pressão atmosférica compatível com a
fisiologia respiratória. Nem todo o oxigênio do ar inspirado alcança
os alvéolos pulmonares: 4% dele fica retido pelas vias aéreas
superiores. Isto posto, a proporção de oxigênio do ar alveolar é de
17% e não 21%.

O homem precisa dessa taxa de oxigênio para sobreviver, portanto,


um percentual de 7% de oxigênio no ar atmosférico ocasiona
perturbações orgânicas relativamente graves, e um percentual de 3%
ou um ar com grande quantidade de gases irrespiráveis ou tóxicos,
acarreta morte por exaustão de oxigênio pulmonar e hipercapneia.

Ao nível dos alvéolos pulmonares ocorre a hematose, ou seja, a


transformação, por osmose, do sangue venoso, vindo do coração
direito, em arterial, pela perda de gás carbônico e conquista de
oxigênio. A tensão do gás carbônico é mais elevada no sangue do que
no ar alveolar. Em troca, a tensão do oxigênio é maior nos alvéolos
do que nos capilares pulmonares. Essa diferença de pressão entre os
gases do ar alveolar e os do sangue é que motiva as permutas de gás
carbônico por oxigênio na hematose pulmonary.

Denomina-se ar circulante ou respiratório a quantidade de ar que


entra e sai dos pulmões (cerca de 500cc), em respiração calma. Ar
complementar (1.500cc) é o maior volume de ar introduzido nos
pulmões, numa inspiração forçada. Ar de reserva (1.500cc) é a
quantidade de ar eliminado numa expiração profunda. Ar residual é
nome que se dá ao volume de ar (1.000cc) que sempre permanece
nos pulmões, por mais forçada que seja a expiração. Assim, a
capacidade vital, total do ar circulante, do complementar e do de
reserva é 3.500cc, e a capacidade pulmonar, conjunto do res idual e
do de reserva, 2.500cc.
A capacidade total dos pulmões soma, pois, 4.500cc.

A frequência respiratória normal é, em média:

 Recém-nascido 40-45 movimentos respiratórios por minute;


 Lactente 25-30 movimentos respiratórios por minute;
 Pré-escolar 20-25 movimentos respiratórios por minute;
 Escolar 18-20 movimentos respiratórios por minute;
 Adolescente 18 movimentos respiratórios por minute.

A frequência dos movimentos respiratórios é de 16 por minuto, no


adulto normal, em repouso. Nas mulheres, em repouso, admite -se 18-
22 movimentos por minuto.[Geralmente, a cada movimento
respiratório, no indivíduo normal, em condições de repouso físico e
mental, correspondem 4 pulsações cardíacas.Chama -se eupneia a
respiração normal; bradipneia, a diminuição dos movimentos
respiratórios, e taquipneia, o au mento da frequência respiratória.

A bradipneia é também denominada espaniopneia e oligopneia, e a


taquipneia, polipneia e hiperpneia. Dispneia é a respiração forçada e
difícil. Jimenez Dias a definiu como “a sensação de uma respiração
que não se realiza bem”. Ortopneia é termo que indica dispneia tão
intensa que obriga o indivíduo a sentar -se para dar inteira liberdade
de ação aos músculos auxiliares da respiração. Apneia é a pausa ou
suspensão temporária da respiração.

Tríade Asfíxica : sinais internos

Sinais presentes em (quase) todas as modalidades de asfixia:

1 ) Sangue fluido escuro ( exceçã o : afogamento - o sangue e claro ).

2 ) Congestã o poli - visceral ( Sinal de Etienne - Martin ) , devido à


falê ncia cardiaca que antecede a morte . Obs – É um sinal de muito
dificil identificaçã o e caracterizaçã o .

3 ) Equimose ou mancha de Tardieu que encontramos nas regiõ es sub -


conjuntival, sub-pleural e sub-epicárdica.

ASFIXIAS MECÂNICAS: Embora seja necessária a participação de um


agente físico (mecânico) , é indispensável que ocorra uma alteração
química no ambiente celular: hipóxia (O2) e hipercapnia (CO2).
Energia vulnerante fisicoquímica.
ASFIXIAS PURAS E COMPLETAS:

ASFIXIAS PURAS: São decorrentes de problemas que afetam


exclusivamente o aparelho respiratório (não permite o O2 entrar
nem o CO2 sair) – ex: sufocações, soterramento em sentido estrito.

ASFIXIAS COMPLEXAS: Envolvem, além de órgãos do aparelho


respiratório, outros aparelhos ou sistemas: sistema nervoso, sistema
muscular, aparelho circulatório, metabolismo celular, etc. –
Afogamento, enforcamento, estrangulamento, esganaduras.

Exemplos de asfixias puras:

SUFOCAÇÃO DIRETA: Obstrução dos orifícios respiratórios (nariz e


boca) ou vias aéreas superiores (glote, laringe, traqueia, brônquios).

Ha obstaculos mecâ nicos nas aberturas aereas ( narinas, boca e


glote ).

Sinais da oclusã o criminosa : equimoses e escoriaç ões


reproduzindo as polpas digitais e unhas ; pontilhado escarlatiniforme
em pescoç o e face com cor violacea e congestã o ocular como sinais
externos e petequias pleurais , pericardicas e pericrâ neo , edema e
congestã o pulmonares e polivisceral , espuma em traqueia e laringe .
Corpo estranho nas vias respiratorias e achado essencial na
necropsia .

Sufocação Direta – figura

SOTERRAMENTO NO SENTIDO ESTRITO : Material sólido granular ou


pulverulento nas vias respiratórias.
(**) Afogamento em água salgada

Estigmas Ungueais: Marcas ou estigmas ungueais, escoriações


produzidas pelas unhas do agressor.
Uma sufocação direta com uso de travesseiro não deixará estigmas
ungueais (vestígios da sufocação), mas ao usar as mãos para tapar
nariz e boca ficam estigmas ungueais (com vestígios).

Caso concreto: Criança aspira um grão de milho e vem a óbito, é um


exemplo de obstrução das vias aéreas, uma asfixia pura em que o
problema é exclusivamente respiratório. Não é uma sufocação direta
por obstrução dos oríficios respiratórios, ocorrência comum em
acidentes.

SUFOCAÇÃO INDIRETA:
1-Compressão do tórax.
2-Cruxificação: exaustão da musculatura respiratória, músculos
intercostais e diafragma.
3-Paralisia (espasmos) da musculatura respiratória.

MODIFICAÇÃO DO MEIO AMBIENTE RESPIRÁVEL: Ocorre por


modificação do ar respirável.

1-Afogamento – líquido
2-Soterramento – sólido
3-Confinamento – outros gases não respiráveis
Ar respirável = 22% O2. 78% N2. 1% outros gases

Características da sufocação indireta:

 O individuo e impossibilitado de realizar os movimento


respiratorios de vido a forç a ou peso excessivo .
 Compressã o homicida - na Inglaterra houve epoca em que os
criminosos sentavam - se sobre o torax da vitima ate mata -la.
 Compressã o acidental Pisoteamento por multidõ es . Acidente
de trâ nsito com pessoa presa a ferragens . Compressã o :
torcedores contra cercas e grades, pesos que desabam sobre
pessoas.

Característica típica de achado em mortes por sufocação indireta é a


máscara equimótica de Morestin. Trata -se de tonalidade arroxeada
na face ocasionada pela compreesão do tórax, onde ocorre a
comprensão parcial do coração. A sístole (contração) ventricular
consegue empurar o sangue para o corpo, cabeça inclusive.
Entretanto, a diástole (relaxamento) fica prejudicada e não consegue
receber todo o sangue de volta.Acumula -se sangue nas veias de
retorno do sangue ao coração.
Máscara equimótica de Morestin - figura

CONSTRIÇÕES DO PESCOSO:

I-Enforcamento –laço
II-Estrangulamento –laço
III-Esganadura – mãos apertando o pescoso

ENFORCAMENTO: Interrupçã o do ar atmosferico ate as vias


respiratorias , em decorrê ncia da constriç ão do pescoç o por um laç o
fixo , agindo o peso do proprio corpo da vitima como forç a ativa .

NATUREZA JURÍDICA : Mais comum nos suicidios , mas pode ter como
causa o acidente , o homicidio e a execuç ão judicial

I n i c i a l : Sensaçã o de calor , zumbidos , sensaçõ es luminosas visuais e


perda da consciê ncia . Segundo: Excitabilidade corporal e
c o n v u l sõ es . Terceiro : Sinais de morte aparente ate morte real Tempo
para a morte: 5 a 10 mintos.

Laço: possui 2 partes

1-Alça – parte que aperta o pescoso


2-Nó – ponto onde as alças se encontram

De acordo com a posição do nó o enforcamento será típico ou


atípico:

Enforcamento Típico: Nó na nuca, na parte posterior do pescoso


(cabeça para frente).

Enforcamento Atípico: Nó em qualquer outro lugar, diverso da parte


posterior do pescoso (lateral ou anterior).

Para que lado fica virada a cabeça no enforcamen to atípico? A cabeça


se situará no lado oposto ao nó. Se o nó estiver à direta, a cabeça
estará à esquerda. Se o nó esta a esquerda à cabeça está à direita. Se
o nó estiver à frente a cabeça vira para trás.

Enforcamento completo: Cadáver completamente su spenso (sem


apoio).

Enforcamento incompleto: Alguma parte do corpo do cadáver está


apoiado (com apoio).
E S T R A N G U L A M E N T O : Constriçã o do pescoço por laço acionado por
força estranha . Quadro bastante semelhante ao encontrado nos
enforcamentos.

NATUREZA JURÍDICA : Principalmente em homicidios e no


infanticidio . Diferenciaçã o com o enforcamento : O sulco no pescoç o
e horizontal , uniforme em toda a periferia do pescoç o e continuo . O
sulco e situado abaixo da cartilagem tireoide . Pode haver multip los
sulcos (enrolamento de uma corda).

No estrangulamento ocorre o bloqueio de circulação no cérebro, os


pulmões continuam atuando, ocorre o bloqueio das carótidas o
sangue não vai para o cérebro.

Obs: O laço pode ser feito de algum material ou o braço de um


indivíduo, como no golpe mata leão.

Sinal externo de grande importância: Sulco cervical (pescoço),


horizontal ou quase completo (contínuo) ou quase, de profundidade
homogênea ou quase, abaixo da projeção do hióide, em geral. Pode
mostrar o decalque do laço e pode mostrar os tecidos subjacentes,
também pode não aparecer. O sulco no enforcamento é intenso
(laço), em um lado e vai apagando no outro onde fica o nó, podendo
determinar se o enforcamento é típico ou atípico. Para se diferenciar
o sulco do enforcamento e estrangulamento se observa se é mais
horizontal ou mais oblíquo (inclinado). No primeiro caso pensamos
em estrangulamento e no segundo em enforcamento. Se o sulco é
completo também pensamos em estrangulamento; se é incompleto
fala em favor do enforcamento.

O laço pode ser feito de diversos materiais como arame, corda, fios,
tecido, barbante, corrente etc. O laço é formado pela alça e pelo nó.
Se o material do laço é muito fino ele marca fundo, se o laço é de
material mais largo ele marca menos. De acordo com o tipo de laço
que se usa para apertar o pescoso pode deixar marca bem visível ou
não deixar marca. Essa marca deixada no pescoso é chamada de
SULCO (vala/depressão), ou seja, quando o laço é largo não se vê
muitas vezes o sulco, já quando o laço é mais fino o sulco é mais
evidente. De acordo com a posição do sulco o perito poderá
determinar se houve estrangulamento ou enforcamento. Salienta -se
que esganadura não tem sulco, pois é realizada com as mãos.

LAÇO DURO = sulco mais visível


LAÇO MOLE = sulco menos visível
LAÇO ESTREITO = sulco mais visível
LAÇO LARGO = sulco menos visível
SUSPENSÃO INCOMPLETA = sulco menos visível
SUSPENSÃO COMPLETA = sulco mais visível

Linha argentina (argentum – prata): Linha esbranquiçada


(prateada), que aparece no fundo do sulco, de forte constrição do
pescoço. Com laço áspero: Percebe-se o tecido celular subcutâneo.

SINAL DE AMUSSAT E LESSER : Em caso de estrangulamento, a


presença de lesão da artéria carótida envolvendo a camada íntima
pode ser constatada pela existência dos sinais de Amussat e Lesser.
Esse sinal ocorre em mortes por asfixia e afogamento.

E S G A N A D U R A : Constriçã o do pescoço pelas mãos .

 Sinais gerais similares aos das outras constriç ões do pescoç o


 Escoriaçõ es e marcas ungueais d o a gressor na pele do pescoç o
 Sempre homicídio ( qualificado ), crime hediondo , sendo
impossivel suicidio ou acidente
Os estigmas ungeais comuns em esganaduras, aparecem
externamente, e também aparecem achados internos ao corpo,
como hemorragia nos músculos, nos vasos, fratura de ossos do
pescoso.Lesões do osso hióide, cartilagem tireoide, da traqueia.
As lesões das estruturas do pescoso sao lesões internas.

Diferença entre enforcamento e esganadura:

A força que aperta o laço no enforcamento é o peso do próprio corpo


da vitíma, ao passo que a força for de qualquer outro meio que não o
peso do corpo da vitima será estrangulamento.

Dica de Prova: João com as mãos aperta o laço em volta do pescoço


de Maria, está situação é um exemplo de esganadura ou
estrangulamento? R: A situação é de estrangulamento pois as mãos
de João apertam o laço em volta do pescocço e não o pescoço
diretamente.

Esganadura – figura
Estrangulamento com cabo de aço. Observe que uma barra de ferro e uma tampa
metálica de conserva fo ram utilizados para a pegada do cabo de aço – figura

Sulco cervical em enforcamento– figura

Perguntas de prova:

1. Amarrando um indíviduo ao parachoque do veículo com uma corda


pelo pescoso. Qual seria a causa da morte? R: No caso, o peso do
corpo da vitima está puxando o corpo para baixo e causando a morte
por asfixia um típico caso de enforcamento.
2.Amarrando um indíviduo pelas pernas ao parachoque de um
veículo e amarraram seu pescoso no parachoque de outro veículo.
Esses veículos começaram a c onverger para lados opostos se
distanciando, qual seria a causa da morte? R: No caso em tela a
convergência oposta dos veículos com o indíviduo amarrado entre
eles causará a morte por estrangulamento.

ASFIXIAS POR MODIFICAÇ ÃO DO MEIO AMBIENTE :

AFOGAMENTO:

- Obstruçã o das vias respiratorias por meio liquido ou semi - liquido

- Nã o e necessaria submersã o total do corpo , podendo ocorrer


contato do liquido somente nos orificios respiratorios .

NATUREZA JURÍDICA DO AFOGAMENTO : Origem f r e quentemente


acidental , raramente homicida , e à s vezes suicida .

Divide - se em 3 períodos :

1 - De resistê ncia ou de dispneia : Inspiraçã o de surpresa inicial ,


retençã o da respiraçã o , consciê ncia mantida , movimentos reflexos.

2 - De grandes inspiraç õ es e convulsõ es : Inspiraçõ es profundas com


entrada de liquido nos pulmõ es , perda da consciê ncia , à s vezes
convulsõ es .

3 - De morte aparente : Parada da respiraç ão e dos reflexos , perda da


sensibilidade , permanê ncia dos batimentos cardiacos ate a morte
real

Tipos de afogamento:
AFOGADO AZUL: Neste o individuo apresenta uma coloraç ão
cianotica ; ele morre por aspiraç ão de um meio liquido . É o afogado
verdadeiro.

A F O G A D O B R A N C O : Neste o individuo apresenta uma coloraç ão


branca . É a morte que ocorreu dentro do meio liquido , porem nã o
ocorre a aspiraç ão deste meio . A morte ocorre por outras razõ es
como AVC , infarto de miocardio etc . Predisposiçã o individual
( doença de base )
A variaç ão termica brusca pode ser fator desencadeante Nã o se
encontra nenhum sinal de asfixia.

FLUTUAÇÃO:

Primeira imersã o : Densidade do corpo maior que a da agua ,


i n g e stã o e aspiraçã o de liquido .

Primeira flutuaç ão : Devida à putrefaç ão , com formaç ão de gases e
diminuiçã o da densidade do corpo (de 24 horas a 5 dias).

Segunda imersã o : Devida à rotura de tecidos moles e p ele, com


esvaziamento dos gases.

Segunda flutuaç ão : Devida à evoluç ão para adipocera ( substâ ncia
gordurosa de consistê ncia cerea na qual tecidos animais mortos se
c o n v e rtem ) , com reduç ã o do peso especifico do corpo .

Sinais Internos:

1- Sinais gerais de asfixia .

2 - Liquido nas vias respiratorias (com eventuais corpos estranhos).

3 - Pulmõ es : muito aumentados e cheios de liquido (enfisema


aquoso), equimoses subpleurais.
4 - Diluiçã o do sangue .

5 - Liquido no sistema digestorio .

6 – “Mã os de lavadeira” – o n dulaçã o da epiderme nos dedos .

7 - Liquido no ouvido medio .

8 - Hemorragia temporal.

9 - Hemorragia etmoidal.

M a n c h a s d e P a l t a u f : Sã o equimoses de cor vermelho clara no


parê nquima pulmonar por ruptura de paredes alveolares e o inicio
da putrefaç ão . Sã o extensas e de contornos irregulares ,
patognomônico de afogamentos.

AGENTES VULNERANTES FÍSICOS NÃO MECÂNICOS

Energias vulnerantes de ordem física – não mecânicas:

 Temperatura (ação térmica)


 Eletricidade (ação elétrica)
 Pressão atmosférica ou hidrostática (baropatias)
 Radiações ionizantes (ação radiante)
 Luz (ação luminosa)
 Som (ação sonora)

TEMPERATURA:

LESÕES E MORTE CAUSADAS PELA AÇÃO TÉRMICA – CALOR


QUENTE E CALOR FRIO

O calor é a quantidade de energia térmica transferida de um sistema


para outro quando as temperaturas dos sistemas são diferentes
entre si.

Caloria (cal) – quantidade de calor necessária para elevar de um


grau celsius a temperatura de um grama de água (sob pressão
constante).

Calor quente = temperatura aumenta


Calor frio = temperatura diminui

Sobre energia:

1-Impossível a vida na terra sem a utilização de alguma forma de


energia.
2-No universo nada se cria, nada se perde, tudo se transforma
3-Sem consumo de energia, tudo no universo tende ao equilíbrio
4-Sem consumo de energia, tudo passa de onde tem mais, para onde
tem menos

Qualquer que seja a célula viva seu funcionamento exige consumo de


energia química:

ADENOSINE – TRIPHOSPHATE (ATP)


ADP + Pi + 7000 cal = ATP (funções + calor)
OXIDAÇÃO AERÓBIA (1) e ANAERÓBIA (2)
1-GLICOSE + 02 = CO2 + H20 + 40 ATP
2-GLICOSE = ÁCIDO LÁTICO + CO2 + 4A TP

1-Energia solar é armazenada nos vegetais


2-Animais herbívoros comem vegetais
3-Animais carnívoros comem os herbívoros
4-Animais omnívoros comem herbívoros e carnívoros
5-Todos utilizam a oxidação da glicose, que contém a energia que era
solar, originariamente
6-Todos armazenam a energia química para pronta ação na forma de
ATP
7-Sempre que algo funciona na célula, uma parcela da energia (ATP)
que é utilizada para executar a função é liberada na forma de calor

PRODUÇÃO, ABSORÇÃO E DISSIPAÇÃO DO CALOR:

As funções biológicas exigem consumo de energia (ATP) e


concomitantemente liberam calor, que aquece o organismo.

Havendo excesso ou falta de calor (energia térmica) no organismo,


muitas importantes enzimas celulares passam a funcionar
precariamente e inúmeras reações metabólicas podem ser afetadas,
trazendo graves problemas, e até a morte das células.

Organismos Pecilotérmicos: a temperatura corporal oscila,


acompanhado a temperatura ambiental. Vivem em áreas de
temperatura mais ou menos constante .
Organismo homeotérmicos: possuem estruturas que controlam a
temperatura corporal (até certo ponto) evitando oscilaçõesde acordo
com o meio ambiente. São cosmopolitas.
Peixes, anfíbios e répteis x aves e mamíferos.

É portanto, indispensável a existência de um sistema de controle da


temperatura no interior do organismo vivo. Nosso corpo conta,
então, com os chamados centros receptores e sistemas
termorreguladores. Somos seres vivos homeotérmicos!

Centros termorreguladores centrais periféricos : Sensores


centrais (hipotálamo)

Sensores periféricos (pele) : Krause e Ruffini

Efetores e locais de ação: vasos sanguíneos, coração, aparelho


respiratório, glândulas (tireoide, sudoríparas etc), pelos, músculos,
gorduras.

Hipotálamo: Localizado na base do cérebro .

Contém os centros termorreguladores centrais ;

Relacionado à insolação;

Produz e secreta hormônios ;

Está ligado à glândula hipófise que, por sua vez, relaciona -se com
outras, inclusive, a tireóide;

Locais de ação do hipotálamo:

Diâmetro vascular;
Ereção, ou não, dos pelos ;
Estímulo à sudorese;
Estímulos musculares (tremores) ;
Estímulos à tireoide (produção de hormônios) ;
Altera, ou não, o ritmo respiratório ;
Altera, ou não, o ritmo cardíaco ;
Ação sistêmica através de hormônios.

Se alguma função produz calor (frio ou quente) deve existir alguma


outra função destinada a eliminar esse excesso de calor.

E para que tudo funcione normalmente deve haver algumas


estruturas de controle para evitar excessos ou
carências.Termostatos são estabilizadores de temperatura.

Importância dos pelos nos mamíferos:O ar atmosférico é um


excelente isolante térmico.

Casas com telhado, sobre a lage, conservam a temperatura ambiental


mais ou menos estável durante o dia e à noite.

Os mamíferos armazenam ar entre os pelos, protegendo parcialmente


o corpo contra a agressão do calor (quente ou frio) exterior.

Sistema Cardiovascular: O sangue circulante na periferia do corpo


atua no controle da temperatura corporal central. O coração
(aparentemente) determina o ritmo circulatório. Desidratação,
problemas circulatórios ou falha cardíaca podem alterar o controle
térmico do corpo, embora o hipotálamo esteja íntegro.

As camadas da epiderme:
1-Camada Basal (Camada de MALPIGH) : Camada geradora das
células da epiderme. Nutrição por difusão.
2-Camada Espinhosa: Células cuboides, que ainda apresentam os
núcleos e muitos desmossomas: pontos de aderência entre as células
da região.

3-Camada Granulosa: Células cuboides, nucleadas, com muitos


ribossomos (PTN) e pouca queratina. Possuem DNA genômico e
mitocondrial.

4-Camada Lúcida: Células cujos orgânulos citoplasmáticos e núcleos


estão desaparecendo.

5-Camada Córnea: As células perdem o núcleo. Impermeabilização


da membrana pela queratina. Apresentam DNA exclusivamente
materno, porque não possuem mais núcleos, nem cromossomos, mas
ainda possuem DNA mitocondrial .

A derme (células vivas – vasos e nervos): Tem vasos sanguíneos e


vasos linfáticos. Possui nervos sensitivos e motores. Tem células
nucleadas. Possui fibras elásticas e colágenas. Alimenta as células da
camada basal por proximidade – difusão.

LESÕES PELA AÇÃO TÉRMICA:

1-TERMONOSES: Ação difusa/a distância – insolação e intermação

2-QUEIMADURAS: Ação local/contato*

1 grau: ERITEMA
2 grau: FLICTEMAS (bolhas)
3 grau: ESCARIFICAÇÃO DA DERME (lesão d a derme)
4 grau: CARBONIZAÇÃO (carvão)
*Classificação de Lussena-Hoffman*

INSOLAÇÃO X INTERMAÇÃO

INSOLAÇÃO = Afeta o hipotálamo


INTERMAÇÃO = Afeta o sistema nervoso

INSOLAÇÃO: Quadro muito grave de hipertemia (acima de 41º C) e


que decorre, exclusivamente, de perda de controle no ponto de
ajuste da temperatura central. Pode ser acompanhado de distúrbios
psiquiátricos, o que não ocorre na intermação. No mais, os sinais e
sintomas são semelhantes.

ERITEMA – SINAL DE CHRISTINSON


QUEIMADURA DE 1º GRAU

Eritema: Quanto à profundidade da lesão – 1º grau:

 Não sangra, geralmente seca;


 Rosa e toda inervada;
 Não passa da epiderme;
 Hiperemia (vermelhidão) ;
 Dolorosa.

Obs: Geralmente não chega na emergência.


Ex: Queimadura de sol, queimadura por café .

Flictema: Quanto à profundidade da lesão – 2º grau:

 Bolha transparente;
 Formada por um deslocamento entre a derme e a epiderme;
 Cheia de serosidade;

Obs: Agente vulnerante pode ser o fogo, líquido fervente, vapor


superaquecido, sólido incandescente .

Obs: Fogo é uma queimadura não homogênea.As áreas atingidas e


partes não atingidas variam por fatores como uso de vestes, estar
com algum obstáculo etc. A queimadura por fogo forma uma fratura
em mapa geográfico. O fogo deixa queimadura nos 4 graus de lesões.
Quando há cabelos na pele eles ficaram crestados na queimadura
com fogo.

Dica: Lesão produzida com um garfo quente. Lesão com assinatura –


patognomônica, olhando para a marca da queimadura consigo saber
o agente utilizado, no caso, o garfo.

Ferro de passar roupa encostado no corpo também é uma lesão com


assinatura – patognomônica.
Para se saber se irá ficar alguma sequela o perito necessitará de um
exame complementar. O delegado é quem determina se haverá exame
complementar.

Cuidado! Parecem queimadura, mas não são!

Certas alterações da pele, no vivo e no morto, podem apresentar


aspectos que podem ser confundidos com queimaduras ou com outras
lesões violentas. Ex: maceração fetal bolhosa, reação alérgica de
determinados medicamentos, putrefação, doença bolhosa etc.

Reação de Chambert Positiva:

Presença de grande quantidade de proteína plasmática (derivados do


plasma sanguíneo extravasado) no líquido da bolha é indicat ivo de
reação vital.

Dica de Prova: Cadáver em putrefação cheio de bolhas. Pergunta -se


essas bolhas foram feitas quando a vítima estava viva ou após a
morte?

R: Caso o agente estivesse vivo no momento da lesão as bolhas


seriam correspondentes a queimadura de 2º grau – flictemas.E caso
o cadáver já estiver morto e pútrido estará na fase enfisematosa.
Será uma bolha de enfisema pútrido, que não possui a presença de
proteínas. O fator de existirem as proteínas plasmáticas será o
diferencial. Se essa bolha foi ocasionada no vivo ou no morto, a
chamada reação de Chambert positiva.

Escarificação da derme: Quanto à profundidade da lesão – 3º


grau:
 Atinge todos os apêndices da pele (ossos, músculos, nervos e
vasos)
 Pouca ou nenhuma dor
 Úmida
 Não cicatriza espontaneamente; necessita de enxerto
 Coloração: Amarela, branca ou marrom

Obs: Morte comum em queimaduras extensas de 3º grau morte


decorrente de infecção.

Carbonização: Quanto à profundidade da lesão – 4º grau:

 Necrose total
 Carbonização
 Tecido negro
EFEITO JOULE:

Efeito joule é a transformação de energia elétrica em calor .

 Pode causar queimaduras de todos os graus (até mesmo a


carbonização);
 Pode ser utilizado no comércio, na saúde etc .

Ex: Queimadura causada pela rede elétrica

Carbonização: A carbonização , até certo ponto, age como isolante


térmico e elétrico. Não raro, órgãos internos permanecem íntegros
enquanto o exterior está completamente carbonizado.

Observe tecidos não queimados sob a pele carbonizada. Pesquisa de


carboxiemoglobina (sinal de Moltalti):colher tecido muscular para
pesquisa de DNA, confrontar com o odontograma e analisar
eventuais cirurgias.

Pesquisando DNA:
 Em carbonizados, uma diligente pesquisa encontrará
fragmentos de tecido que escaparam da carbonizaç ão.
 A água presente nas células, até certo ponto, evita a
carbonização.
 Notadamente nos ossos, dentes e músculos, em geral,
encontram-se células mortas, mas com núcleos preservados.

Identificação médico-legal de carbonizados:

1-Papiloscopia (quando possível)


2-Arcadas dentárias
3-Cirurgias anteriores
4-Próteses e órtoses no corpo
5-Sinais anatômicos particulares
6-Objetos de uso pessoal
7-Grupos sanguíneos (ABO, Rh, HLA) e DNA
8-Outros

SINAL DE DEVERGIE: Quando um indivíduo morre em um local e esse


local posteriormente pega fogo, os dedos desse indivíduo dobram e
se flexionam sobre a mão. As mãos se flexionam sobre o antebraço, o
braço se flexiona o tórax, o cadáver toma uma posição característica
por causa dessa retração muscular causada pelo fogo, chamada de
sinal do lutador ou sinal do esgrimista. É um sinal post-mortem:
não se relaciona com a causa da morte.

Coloração dos ossos: De acordo com a cor dos ossos se calcula a


temperatura ambiente provável. De acordo com a temperatura os
ossos irão adquirindo determinada coloração.

 Até 400 graus celsius = ossos escuros e pardacentos por causa


do sangue
 Acima de 400 graus celsius = o aumento da temperatura e a
calcificação tornam os ossos esbranquiçados e quebradiços

Os dentes e a temperatura : O exame dos dentes e das pr óteses


podem dar uma ideia da temperatura no local do evento. A
destruição do esmalte exige níveis acima de 800 graus celsius. Ligas
metálicas de próteses fundem -se a determinadas temperaturas, em
geral acima de 1000 graus celsius.

Dica de Prova: O que são “Pérolas Ósseas” ?

R: Pérolas Ósseas ocorrem quando os ossos que, sob a ação do calor


intenso, podem apresentar formações esféricas, esbranquiçadas e
ocas.

Sinal de Montalti: Presença de fuligem ao longo das vias


respiratórias.

Esse epônimo é de suma importância no que diz respeito às


diferenciações de queimaduras (lesões causadas por ação direta de
fogo). Decorre de asfixias de um modo geral. Por esse sinal é
possível identificar, por exemplo, em um incêndio se a vítima
morreu inicialmente pel a carbonização de seu corpo, que porventura
sofreu queimaduras de 4º grau na escala Lussena -Hoffman, ou se o
indivíduo morreu por asfixia decorrente da inalação, de monóxido de
carbono, por exemplo.
Sinal de Montalti – figura

Dica da Dissertativa: Em um ônibus em chamas, após o fogo ser


controlado pelos bombeiros é encontrado um cadáver carbonizado
em seu interior. Pergunta-se: Como determinar se esse indivíduo já
se encontrava morto antes do incêndio ocorrido no ônibus, ou se o
mesmo morreu em decorrência do incêndio?

R: A prova pericial que irá determinar se o indivíduo estava ou não


morto será o sinal de Montalti, que demonstra a presença de
carboxiemoglobina, pois se o indivíduo estava vivo ao tempo do
incêndio haverá fuligem em sua árvore respirató ria e esta adere na
parte aérea do aparelho respiratório (mucosa). Diversamente, se a
árvore respiratória estiver limpa, esse indivíduo estava morto antes
do incêndio que acometeu o ônibus.

FOTOFITODERMATOSES: Os sucos vegetais podem reagir sob os


raios solares formando produtos altamente agressivos para a pele.
As lesões locais em tudo são semelhantes às queimaduras. Sucos de
fruta cítricas podem causar lesões dérmicas.

Sangue carminado: Intoxicação pelo monóxido de carbono confere


uma tonalidade carminada as vísceras e ao sangue pela presença da
carboxiemoglobina causada pela reação do monóxido de carbono com
a hemoglobina do sangue. Se no corpo se encontra mais de 50% de
carboxiemoglobina, a pessoa morreu em decorrência da intoxicação
por monóxido de carbono.

Causa de morte em incêndios : Considere que no incêndio pode


haver combustão de muitos compostos que geram resíduos altamente
tóxicos para o corpo como:

 Gás cianídrico (HCN)


 Monóxido de carbono (CO)
 Óxido sulfurosos (HSO2)
 Outros.

Causa da morte nos incêndios : A fumaça tóxica, ao ser inalada,


pode causar a morte por infecção respiratória grave em razão de a
mucosa respiratóriase lesar pela inalação de substâncias tais como:

 SO3 + H2O =H2SO4


 NO2 + H2O = HNO3
 Outros

Obs: Esses ácidos lesam a mucosa e propiciam graves infecções


respiratórias

Causa da morte nas queimaduras:

 Desidratação e perdas de sais minerais ;


 Disseminação de infecções a partir das áreas queimadas ;
 Lesão de inalação, causando infecções respiratórias;
 Hemorragia digestiva com anemia aguda e choque
hipovolêmico.
DIAGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANTE –FOGO:

 Lesões de todos os graus (mas geral do que local) ;


 Não é rara a carbonização;
 Pelos crestados;
 Áreas íntegras em meio a outras gravemente queimadas
(aspecto em mapa geográfico).

DIAGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANT E:

LÍQUIDO FERVENTE:

 Lesões apresentam gravidade dec rescente ao escorrer do


líquido;
 Mais geral que local;
 Não cresta os pelos;
 Não carboniza;
 Pode deixar vestígios se mudar de estado ao esfriar (Ex: leite,
lacre, cera, piche etc).

DIAGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANTE – SÓLIDO INCANDESCENTE


 Queima em todos os graus ;
 Predominantemente localizada ;
 Não é rara a carbonização;
 Cresta os pelos;
 Reproduz a forma do sólido;
 Lesões patognomônicas (com assinatura) ;
 Geralmente criminosas.

Ex: Ponto de fogo (marcação de gado)


DIAGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANTE – VAPORES
SUPERAQUECIDOS:

 Não carbonizam;
 Não crestam os pelos ;
 Mais geral do que localizado;
 Mais acidental que criminosa.

Ex: vazamento de caldeiras e radiadores

LESÕES E MORTE CAUSADAS PELO FRIO (CALOR FRIO):

Ao encostar o agente térmico com o calor quente se tem uma


queimadura. Diversamente, ao encostar o agente térmico com o calor
frio,haverá uma geladura.

Semelhanças:

ERITEMA – 1º GRAU
FLICTEMA – 2º GRAU

Diferenças:

Necrose ou gangrena – 3º GRAU

Obs: Os efeitos lesivos são mais sistêmicos do que locais

O frio faz os vasos se fecharem para o corpo não perder calor. No


frio extremo os vasos se fecham muito, e o sangue não passa como
um mecanismo de defesa. A região que está em contato com o frio
fica sem circulação e consequentemente sem oxigênio. Sem oxi gênio
as células morrem, a região fica arroxeada, azulada e preta e irá se
decompor.

Ex:

1-Perdas de dedos ao escalar montanhas como o Himalaia


2-Pé de trincheira

Pelos: São isolantes térmicos naturais. Humanos não possuem pelos


em abundância como animais. Faz-se necessária proteção extra como
uso de casacos para evitar a perda de calor.

Obs: As bolhas causadas pelas lesões de frio possuem proteína – Sinal de Chambert
positivo

(Necrose ou gangrega – figura)


Fenômeno After Drop: Trata-se de uma grave queda da temperatura
interna, que ocorre quando o paciente de hipotermia começa a
recuperar a temperatura normal. Deve ser evitada a todo custo.

( 2015 - FUNIVERSA - SPTC - GO - Médico Legista de 3o Classe) Em


M e d i c i n a L e g a l , o t r a u m a d e f i n i d o p e l a aç ão do calor local ou
difuso é denominado termonose . A respeito desse tema, assinale
a alternativa correta.

A ) Quando um individuo e exposto a um ambiente de temperatura


elevada , pode ocorrer o aparecimento de disturbios resultantes da
i n c a p a c i d a de do organismo de eliminar o calor a mais recebido desse
meio , que , somado ao calor endogeno , pode desencadear alteraç ões
orgâ nicas que sã o chamadas genericamente de doenç as relacionadas
ao calor local.

B ) As queimaduras sã o exemplos da aç ão do c alor difuso.

C ) Na insolaç ão , tambem conhecida como prostraçã o termica ou


intermaçã o , os sintomas sã o cansaç o , sudorese profusa , palidez ,
fraqueza muscular , mialgias , dor de cabeç a , tonteiras , nauseas e
vô mitos , a n o r e x i a , t a q u i c a r d i a e hipotensã o arterial .

D ) A classificaç ão das queimaduras tem por base o comprometimento


externo visivel ao exame pericial e leva em consideraç ão o agente
fisico responsavel pelas lesõ es .
E ) Entre as termonoses , as chamadas “doenç as do calor” con stituem
um largo espectro de sindromes , sem que haja limite preciso entre
uma e outra ; sã o elas : o edema , a miliaria , a sincope , a câ imbra , a
exaustã o termica e a insolaçã o .

R: Letra E

LESÕES E MORTE POR AGENTES CÁUSTICOS:

A característica dos agentes cáusticos é o efeito de queimar, e para


que ele queime tem de entrar em contato (ação de contato). Tocada a
pele, causa lesão semelhante a queimaduras; se for ingerido toca a
mucosa e causa lesão semelhante a queimaduras. São p roduzidas por
um composto químico que reage no organismo e causa uma reação
exotérmica(reação que libera calor).

DIAGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANTE:

SUBSTÁNCIAS CÁUSTICAS:

 Ácido sulfúrico – H2SO4 (óleo de vitríolo;


 Ácido nítrico – HNO3 (água régia);
 Soda cáustica – KOH;
 Fenol;
 Ácido fluorídrico;
 Outros.
A palavra cáustico significa aquilo que queima, causa uma reação
exodérmica, libera calor e produz queimaduras, que, quando
cicatrizam, deixam deformidade permanente. Dos cáusticos o mais
recorrente em prova é o ácido sulfúrico (óleo de vitrÍolo).

Crime de vitriolagem: É aquele perpetrado mediante arremesso de


ácido sulfúrico contra a vítima, com o objetivo de lhe causar lesões
corporais deformantes da pele e dos tecidos subjacentes.
Caracteriza, portanto, crime de lesão corporal gravíssima, pela
deformidade permanente (art. 129, 2º, inc. IV, do CP).
Obs: Óleo de vitríolo = ácido sulfúrico (água forte)

DIAGNÓSTICO DO AGENTE VULNERANTE:

ASPECTO E TONALIDADE DAS ESCARAS:

 Escaras anegradas e secas – H2SO4 (óleo de vitríolo) ;


 Escaras amarelas e secas – HNO3 (ácido nÍtrIco);
 Escaras brancacentas e secas – HCL;
 Escaras esbranquiçadas – KOH / NAOH (substâncias alcalinas) .

DIFERENÇAS:

 CHUMBO: Efeito local, queimam;


 TÓXICO: Efeito sistêmico, dose maior ;
 VENENO: Efeito sistêmico, dose menor;
 DROGAS: L 11.343/06 (ANVISA – MS – 344/98).

TÓXICO: Substância que ingerida ou aspirada em determinada


quantidade, pode causar intoxicação e matar, em grandes doses para
causar seus efeitos deletérios.

VENENO: Substância que, ingerida ou aspirada em determinada


quantidade, pode causar intoxicação e matar. Pórem em pequenas
doses para causar seus efeitos deletérios.

Obs: Principal diferenca entre eles é a dosagem.

Exemplos de substâncias tóxicas:

SATURNISMO – CHUMBO
HIDRAGISMO – MERCÚRIO

Exemplo de veneno:

MITRIDATISMO – ARSÊNICO
CIANETO DE POTÀSSIO (câmara de gás – gás cianídrico).

VENENO:

O percurso do veneno através do organismo tem as seguintes


fases: penetração, absorção, distribuição, fixação, transformação e
eliminação. As vias de penetração do veneno são: oral, gástrica,
retal, inalatória,cutânea, subcutânea, intramuscular, intraperitoneal,
intravenenosa,intra-arterial e intratecal. A via orogastrointestinal é
mais usada.
A absorção é o processo pelo qual o veneno chega à intimidade
dostecidos. As mucosas são, em sua maioria, aquelas que
maisprontamente absorvem os tóxicos. A absorção gastrintestinal é a
maiscomum e a pulmonar, a mais grave pelo fato de os gases
venenososcaírem diretamente na circulação, estendendo -se pelos
mais diversostecidos do corpo.

A velocidade da absorção depende da solubilidade, da


concentração, da superfície de contato e da via de penetração
doveneno. A fixação é a etapa do envenenamento em que a
substância tóxica selocaliza em certos órgãos de acordo com o seu
grau de afinidade. Assim,a digitalina fixa -se no músculo cardíaco, os
barbitúricos nas hemácias enos centros nervosos e a cocaína na
substância branca da medu la espinhal.

A transformação é o processo pelo qual o organismo tenta se


defenderda ação tóxic a do veneno, facilitando sua eliminação e
diminuindoseusefeitos nocivos, através de reações cujos resultados
são derivados mais solúveis, menos agressivos e mai s fáceis de
serem eliminados. Dessemodo, o cianeto de potássio em contato com
o ácido clorídrico doestômago produz o cloreto de potássio e o ácido
cianídrico.A distribuição é a fase em que o veneno, penetrando na
circulação,estende-se pelos mais diversos t ecidos, graças ao sangue
e aos líquidosintersticial, celular etranscelular e dependendo da
menor ou maiorafinidade do veneno por determinados tecidos.

A eliminação é a etapa na qual o veneno é expelido s eguindo


as viasnaturais. As vias de eliminação mais importantes são: sistema
urinário(o mais fundamental), sistema digestivo (vômitos e
evacuações), pulmões, suor, saliva, bile e, até mesmo, pêlos, cabelos,
unhas,placenta e leite.
Ano: 2012 Banca: FUNCAB Órgão: PC-RO Prova: FUNCAB - 2012 - PC-RO -
Médico Legista

Ao estudar as energias de ordem química, deve -se conhecer a ação dos


cáusticos e venenos.Assinale a alternativa correta.

A) A ação dos cáusticos é principalmente interna, com alterações da


coagulação sanguínea.
B) Os cáusticos, assimcomo os ve nenos, podem ser classificados quanto ao
seu estado físico em líquidos, sólidos e gasosos, podendo agir
internamente e externamente.
C) As lesões descritas como vitriolagem são causadas por envenenamento
crônico.
D) São fases do percurso do veneno no organis mo: penetração, absorção,
distribuição, fixação, transformação, eliminação.
E) São formas de se classificar os cáusticos: estado físico, origem, funções
químicas e quanto ao uso.

R: Letra D

Envenenamento:
Por envenenamento entende-se o conjunto de elementos
caracterizadores da morte violenta ou do dano à saúde ocorridos
pelaação de determinadas substâncias de forma acidental, c riminosa
ouvoluntária. Há autores que fazem distinção entre intoxicação e
envenenamento.A primeira, como um quadro caracter izado por
reações do metabolism interno, de origem acidental e estudado
juntamente com as energias deordem bioquímica. O segundo, como
de caráter quase sempreintencional, de origem exógena e rotulado
como produzido por umaenergia de ordem química.De acordo com a
quantidade, a velocidade da absorção e a sensibilidadeindividual ao
veneno, o envenenamento pode ser agudo ou crônico,apresentando
manifestaçõ es e importância bem diferentes. Por outrolado,
evidenciam-se no envenenamento, tanto agudo como crônico,
manifestações inesp ecíficas – p róprias da síndrome geral de
adaptação; e manifestações específicas – identificadas por
fenômenos da patologiaorgânica para cada grupo de venenos. Esses
fenômenos próprios têmsua intensidade ainda dependente da via de
penetração, da localização eda afinidade do veneno por certos
órgãos ou tecidos, além da idade, doestado nutricional e da
sensibilidade do indivíduo envenenado.

Diagnóstico:
Vários são os critérios de que se valem na exclusão ou identificação
dos envenenamentos:

Vamos nos concentrar no critério medico -legal.

Critério Médico-Legal – Este é o mais importante entre os


critérios, uma vez que é a síntese de todos os outros e um
raciocínio lógico, tomando como subsídios de sua dedução dos
demais dados disponíveis e a ausência de outras les ões que
possam justificar o envenenamento. É claro que os subsídios mais
valiosos são a análise toxicológica o u físico -química e os achados
anatomopatológicos colhidos da vítima.

Necropsia dos Envenenados


A necropsia dos envenenados deve ser considerada se feita imediata
ou tardiamente à morte.Se esta prática é realizada no tempo legal
após a morte e há suspeitamde envenenamento, devem -se ter alguns
c uidados com certas condutasmconsideradas como imprescindíveis.
Em prim eiro lugar, não esquecer de anotar todos os detalhes e
características, como as tonalidades do livor cadavérico, do sangue e
das vísceras, os fenômenos cadavéricos, assimcomo o tipo de odor
que se possa perceber; nunca colocar substâncias
desinfetantes ou aromatizantes com a finalidade de minimizar o mau
cheiro; não realizar qualquer reação química sobre o cadáver; não
abriro estômago ou os intestinos na cavidade abdominal; ligar as
extremidades do tubo digestivo no c árdia, no piloro e na parte
maisdistal do colo; retirar sangue, sempre que possível, das
cavidadescardíacas; e não esquecer de descrever as lesões
degenerativas dofígado e dos rins, quando houver.

Necropsias tardias ou pós-exumáticas sempre podem oferecer


resultados positivos, qualquer que s eja o te mpo de morte. Nestes
casos, além dos cuidados q ue se devem ter com a identificação da
sepultura edo morto, recomenda-se colher amostras de tecidos do
vestuário docadáver e da terra que cerca o corpo ou do que resta
dele na sepulturampara análise toxicológ ica, pois, em alguns casos,
somente nesseselementos pode-se encontrar o veneno que se
dissipou juntamente como líquido orgânico decomposto.Por fim, não
é demais repetir que no exame pós -exumático de um corpo suspeito
de envenenamento, sempre é possível ide ntificar um
veneno,qualquer que seja o tempo de morte. Até mesmo quando
totalmenteesqueletizado.

ELETRICIDADE:

A eletricidade atmosferica , representada especialmente pelos raios,


a g i n d o l e t a l m e n t e s o b r e o h o m e m e a n i m a i s , chama - se fulminaç ão ,
e , q u a n d o a p e n a s d e t e r m i n a d a n o s c o r p o r a i s , fulguração . Assim, a
fulminaçã o e a morte instantâ nea pelas descargas elé tricas
cósmicas ou raios e fulguraçã o e a perturbaçã o causada no
organismo vivo por descargas eletricas cosmicas ou raios , sem
ocorrência de êxito letal . As lesõ es externas tomam aspectos
a r b o r i f o m e , c o n h e c i d a c o m o s i n a l d e L i c h t e n b e r g procedente de
vasomotores , podendo desaparecer com a sobreviveência . Podem
surgir outras alteraç ões , como queimaduras, hemorragias
m u s c u l ares , fraturas osseas , etc.

A eletricidade industrial e a eletricidade dinâ mica sob a forma


de correntes continuas ou galvâ nicas e alternadas . A aç ão da
eletricidade industrial ou artificial pode provocar lesõ es corporais ,
com ou sem ê xito letal , denominadas eletroplessã o ,
frequentemente ocasionadas por defeito de instalaç ões ( campainhas ,
telefones , chuveiros eletricos ) , mau isolamento dos fios condutores ,
impericia ou negligê ncia da vitima . É o dano corporal , com ou sem
ê xito letal , p r o v o cado pela aç ão da corrente eletrica industrial ou
artificial , sobre os seres vivos . As lesõ es originadas por essa forma
de eletricidade variam com a voltagem , a amperagem , a natureza da
corrente ( continua ou alternada ) e com condiç ões peculiares ao
proprio individuo a ela submetido .

Marca elé trica de Jellineck - d e a s p e c t o c i r c u l a r , e l i í p tica ou em


roseta , pode nã o existir . Aderente ao plano cutâneo subjacente tem
valor medico - legal para indicar a porta de entrada da corrente
eletrica no organi smo . Indolor , despida de reaç ões inflamatorias
por asseptica , forma - serapidamente mostrando grande tendê ncia à
cura . Seguindo , e preciso saber que a marca elé trica e diferente da
queimadura elé trica .

A p r i m e i r a r e p r e s e n t a e x c l u s i v a m e n t e a p o r t a d e entrada da
corrente eletrica no organismo . Chamo a atenç ão de você s para a
queimadura eletrica , que pode ser cutâ nea , muscular , ossea e ate
visceral , dependendo do efeito ( passagem da corrente eletrica ) e da
lei de joule . Essa lesõ es apresentam - se em forma de escaras negras ,
de bordas relativamente regulares , podendo ou nã o apresentar as
marcasdo condutor.
Sinal de Lichtenberg X Marca eletrica de Jellineck – figura

Ano: 2013 Banca: COPS-UELÓrgão: PC-PRProva: COPS-UEL - 2013 -


PC-PR - Delegado de Polícia .

Leia o trecho, a seguir, extraído de um exame de lesões corporais


realizado em um Instituto Médico Legal do Paraná.
Lesões cutâneas, de bordas levantadas e centro deprimido, de
consistência dura, com perda de substância, com as características
de lesão eletroespecífica ou “marca elétrica” de Jellinek, localizadas,
na face dorsal da mão direita, entre o 1º e 2º metacarpi anos, e na
face dorsal da mão esquerda, na base do polegar. Sobre as energias
vulnerantes do tipo física descritas, considere as afirmativas a
seguir.

I. A metalização ou impregnação da pele por partículas elétricas


resultantes da fusão e vaporização dos condutores são elementos
encontrados em choques elétricos envolvendo fios de cobre.

II. Quando há resistência do plano cutâneo e muscular, podem


ocorrer também lesões térmicas caracterizadas por queimadura.

III. A marca elétrica de Jellinek é caracterís tica de dano por corrente


elétrica natural ou artificial e que não tem relação com a porta de
entrada da corrente elétrica no organismo.

IV. Quando existe morte decorrente de energia física do tipo


eletricidade, esta se relaciona exclusivamente à extensã o da
queimadura resultante.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.


b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

R: Letra A

RADIOATIVIDADE:

Os efeitos da radioatividade, como energia causadora do dano,


têm nosraios X, no rádio e na energia atômica os seus motivos. Os
raios X são de implicações médico-legais mais assiduamente e podem
perpetrar lesões locais ou gerais. As lesões locais são conhecidas
por RADIODERMITES e as de ação geral incidem sobre órgãos
profundos, principalmente as gônadas. As radiodermites podem ser
agudas ou crônicas:

1ª) Agudas: As radiodermites do 1º grau, geralmente temporárias,


apresentam duas formas: depilatória e eritematosa. Essa fase dura
cerca de 60 (sessenta) dias e deixa uma mancha escura que
desaparece muito lentamente. As do 2º grau (forma pápulo -
eritematosa) são representadas geralmente por ulceração muito
dolorosa e recoberta por crosta seropurulenta. Tem cicatrizaç ão
difícil, deixando em seu lugar uma placaesbranquiçada de pele
rugosa, frágil e de características atípicas. As radiodermites do 3º
grau estão representadas por zonas denecrose , de aspecto grosseiro
e grave.

São conhecidas por ÚLCERAS DE RÖENTGEN. Nos profissionais


que trabalham com raios X, sem os devidos cuidados, podem
aparecer essas lesões nas mãos (mãos de Röentgen).

2ª) Crônicas : Essas lesões podem ser locais e apresentar a forma de


úlcero-atrófica, teleangiectásica ou neoplástica. Esta última também
chamada de câncer cutâneo dos radiologistas ou câncer röentgeniano
, quase sempre do tipo epitelioma pavimentoso. Podem ser ainda de
efeitos gerais, compreendendo várias síndromes: digestivas,
cardíacas, oculares – úlcera de córnea e cataratas –, ginecológicas,
esterilizantes, cancerígenas, sangüíneas e mortes precoces. O rádio,
quando usado de maneira indiscriminada, pode ser motivo de sérios
danos à saúde ou à vida do paciente, quer por ação externa, quer por
ação interna.
Já sob a forma de arma nuclear (bomba atômica), custosamente
justifica intervenção médico -legal, haja vista s ua responsabilidade
escapar à ação pericial. Alguns dos seus efeitos são parecidos com os
dos raios X e da radiação; outros são provenientes da onda explosiva
(blast), das queimaduras e das seqüelas tardias, pela disseminação
dos raios alfa, beta e gama.Assim, os efeitos dessa modalidade de
energia são de ordem traumática, térmica e radioativa.

LUZ e SOM:

A ação intensiva da luz sobre os órgãos da visão pode levar a


conseqüências graves, como à cegueira total.Outras radiações não -
ionizantes, como o infravermelho e o ultravioleta, podem acarretar
lesões sobre o cristalino e as conjuntivas,respectivamente. O raio
laser, por ser uma forma de energia que seconcentra muito num
único lugar, apresenta um efeito fotoquímico e foto-térmico muito
maior. Os órgãos mais vulneráveis a sua ação são acórnea e o
cristalino; a pele também pode sofrer danos por esta ação.

No tocante ao som, um a das perturbações citadas pelos


autores contemporâneos é a epilepsia acustogênica, motivada
pelaintensidade e permanência de certos ruídos, não muito rara
entretelefonistas e radiotelegrafistas. Aqui, cabe a diferença entre
ruído e barulho. O primeiro pode serdefinido como um fenômeno
físico vibratório, audível, de característicasindefinidas e de
freqüência desarmônica. Já o barulho é tido como qualquer tipo de
som indesejável e inútil.

A exposição crônica ao ruído exc essivo pode produzir perda


auditiva irreparável. A perda auditiva temporária, conhecida c omo
mudança temporária do limiar de audição, ou TTS (temporary
threshold shift), surge por um período curto de tempo, em face da
exposição a ruídomuito intenso.
A perda auditiva permanente é sempre motivada pela
exposição continuada e permanente em ambien tes de muito ruído,
ainda que seus efeitos sejam progressivamente instalados, e é
conhecida como perda auditiva induzida pelo ruído. É quase sempre
bilateral, permanente, lenta e progressiva.

Além da perda auditiva permanente, o ruído excessivo pode


produziroutros efeitos como os zumbidos, o recrutamento, a perda
da discriminação da fala e a otalgia. O zumbi do, embora ainda não
esclarecido no seu aspecto fisiopatológico, é um sintoma muito
comum entre as pessoas que sequeixam de perturbações auditivas
produzidas pelo ruído. O recrutamento é uma sensação de
desconforto para o som de altaintensidade.A perda da discriminação
da fala caracteriza-se pela dificuldade deestabelecer a altura da voz
e a inteligibilidade da fala, o que prejudica oprocesso de
comunicação.

A otalgia, de sensação desagradável, repercute muito mal nas


atividades e no rendimento do indivídu o portador desta
sintomatologia.

TANATOLOGIA/CRONOTANATOGNOSE

Tanatologia é o estudo científico da morte. Ela investiga os


mecanismos e aspectos forenses da morte, tais como mudanças
corporais que acompanham o período após a morte, bem como os
aspectos sociais e legais mais amplos. É, principalmente, um estudo
interdisciplinar.

Cronotanatognose (do grego, kronos = tempo, thanatos = morte e


gnosis = conhecimento) é o capítulo da Tanatologia que estuda os
meios de determinação do tempo transcorrido entre a morte e o
exame necroscópico.Vários fatores e sinais podem ser analisados
para uma estimativa mais aproximada da hora do óbito, como
aferição da temperatura hepática, análise da fauna cadavérica (se
houver) e análise de sinais de morte, como os livores cadavéricos,
midríase bilateral e o próprio enrijecimento do cadáver, que se
instala no sentido crânio-caudal e desaparece no sentido contrário.

O que são sinais e sintomas:

Sintomas são tudo aquilo sentido pelo indívidu o (ex: cansaço, fome,
sede, dor).

Sinais são aquilo que se pode ver, sentir, palpar, medir, tocar e
percutir.
O sinal é um vestígio. O cadaver apresenta sinais, esses indicam que
a morte ocorreu.

Morte do indivÍduo x morte celular:

O delegado se interessa apenas pela morte do indivíduo, e não pela


morte celular. No corpo há células morrendo e nascendo, a célula
pode estar morrendo, assim como órgãos e tecidos, pórem o
indíviduo pode não estar morrendo. Diverso é o efeito da morte do
organism e das células, órgãos e tecidos.

PRÉ-MORIÊNCIA:

Não admitida na legislação brasileira na forma ficta. Somente na


forma concreta.

a) Admite-se que pessoas mais idosas morrem primeiro que


pessoas mais jovens.
b) Que as crianças morrem primeiro que os adultos e joven s.
c) Que as mulheres morrem primeiro que os homens.

COMORIÊNCIA:

Art 8º CC. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião,


não se podendo averiguar se algum dos comorientes, precedeu aos
outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos .

Obs: O perito pode através de exame dos cadáveres,em algumas


vezes, demonstrar quem morreu primeiro em determinado momento
– PRE-MORIÊNCIA. No Brasil não existe a presunção de
premoriência, somente cabível se de fato for aferível cientificamente
pelo perito durante o exame cadavérico.
Caso o perito, ao examinar os cadáveres, constatar que não é
possível indicar qual indivíduo morreu primeiro, estará, presente a
COMORIÊNCIA.

Morte Presumida: Art 7º, paragrafo único, CC.

A declaração de morte presumida, nesses cas os, somente poderá ser


requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações. Deve o juiz
através de sentença fixar a data provável da morte.

A importância da cronotanatognose na averiguação da pré -


moriência:

A cronotanatognose é aplicada para se deter minar o momento da


morte. Através de seu exame muito bem averiguado pode -se explicar
a pré-moriência.
Perguntas recorrentes em provas:

.O médico assistente é obrigado a fornecer a declaração de óbito


para os natimortos, sem violência?

A declaração de óbito é fundamental para se promover a certidão de


óbito e o sepultamento de um cadáver.

Se o feto possui menos de 5 meses, se mede menos que 25 cm e se


possui peso inferior a 500 gramas, o médico não é obrigado a
fornecer a declaração de óbito; é a chamada morte fetal prematura.
Caso possua mais de 5 meses, mais de 25 cm e peso superior a 500
gramas, o médico estará obrigado a fornecer a declaração de óbito.

Cuidado! Em caso de morte violenta, o médico não poderá emitir a


declaração de óbito do feto, pois por força do artigo 158 do CPP, é
mandatória a realização do exame de corpo de delito quando a
infração deixar vestígios.

Tipos de exumações: (Vide Arts 163 a 166 CPP)

 Administrativas
 Judiciais
 Arqueológicas

Seja por problemas relativos à superlotação dos cemitérios, questões


judiciais ou pessoais, muitas vezes o sepultamento não é a última
etapa pela qual o corpo passa. A exumação dos corpos pode ser
solicitada ou requerida.

Exumação Judicial: Para a medicina legal a relevância se trata da


exumação judicial. Delegados, peritos e parentes comparecem ao
cemitério para acompanhar a diligência. Será realizado o auto de
exumação;todos os presentes na diligência irão assinar o auto de
exumação.Quem preside o auto de exumação é o Delegado de
Polícia. Posterior a esse momento, encaminha -se o corpo para o IML,
e o legista irá elaborar o laudo de exumação .

Decisão Policial = no inquérito


Decisão Judicial = no processo

Cuidados na exumação judicial :

Recomenda-se colher amostra do solo e do caixão. O solo pode estar


contaminado por tóxicos e impregnar o cadáver. O solo pode conter
tóxicos como chumbo, arsênico e esses podem pertencer ao próprio
meio ambiente, e não ao cadáver. É possível que, quandoda
liquefação do cadáver os tóxicos presentes no corpo contaminanem o
solo e o caixão, deixando uma mancha abaixo do caixão denominada
de sombra cadavérica.

Sombra cadavérica: Imediatamente abaixo de um cadáver em


avançado estado de putrefação pode-se perceber a presença d e uma
área de tonalidade escura resultante da decomposição cadavérica.
Neste material é possível pesquisar resíduos tóxicos ou demais
vestígios provenientes do cadáver.

ExumaçãoAdministrativa: Uma exumação é basicamente a “retirada


dos restos mortais”. No caso da exumação administrative pode ser
realizada em até 3 anos (36 meses) após o devido sepultamento.
Nesse caso qual o prazo para exumar um corpo?
De acordo com o artigo 551 do Decreto Estadual nº16.017/80,
passados três anos (para adultos) e dois anos (para crianças até 06
anos) da data de sepultamento, o parente mais próximo do
falecidopode requerer a exumação.

Exumação Arqueológica: Exumação em sítios arqueológicos. (Ex:


Múmias do Egito).

Sepulturas Coletivas: Em determinadas circunstâncias é necessário


fazer sepultamentos coletivos. Nem sempre os cadáveres são
examinados antes do sepultamento. Mais tarde, se possivel, faz -se a
identidade das vítimas e a causa das mortes. (Ex; Genocídio,
tsunami, desastres).

Sepultamento (imersão) no rio Gange s: Não houve inumação; no


rio sagrado da Índia os cadáveres são postos na água. Trata -se da
imersão. Se o cadáver for retirado da água ocorre a emersão.

Outras formas de fazer desaparecerem os restos mortais, humanos


ou não, do ambiente: A mais moderna é a cremação. Se a morte for
natural para relizar a cremação é necessário que 2 médicos assinem
a declaração de óbito. Em caso de morte violenta, necessário 1
médico legista ou, no caso de perito ad hoc, 2 peritos. A cremação
não reduz o cadáver a pó pois ir ão sobrar dentes e fragmentos
ósseos e nesse material ainda é possível pesquisar o DNA. Após a
cremação os fragmentos restantes serão triturados.

TIPOS DE MORTE:

 Morte natural – causa interna


 Morte violenta – causa externa
 Morte suspeita – causa desconhecida
 Morte natural assistida (médico assistente)
 Morte natural não assistida – remove para o ILM
 Morte violenta – suicídio
 Morte violenta – acidente
 Morte violenta – crime (homicídio é apenas um exemplo, há
vários outros crimes com mortes

Todas as pessoas devem ter documento comprovando sua morte,


pois, biologicamente a morte é o último de todos os agentes
traumáticos.

DICA: Mnemônico para mortes violentas – SAC (suicídio, acidente e


crime).

Morte Natural:

• Patológica – SVO (menos de 24 horas no hospital). Médicos farão


uma autópsia e irão analisar qual doença levou o indivíduo à
morte, dando um atestado clínico de óbito com autópsia.
• Teratológica – quando nasce uma criança com um defeito
congênito incompatível com a vida prolongada. Ex.:
anencefalia, coração gerado fora do tórax, coração grande
gerado em um tórax muito pequeno.

Morte Violenta: nesses casos o cadáver tem interesse policial e


jurídico. O corpo vai para o IML e quem atesta a morte será o médico
legista. Ele não fornece um simples atestado clínico de óbito, e sim
uma laudo explicando a morte que decorreu de traumas. Morte
violenta é aquela que decorre de violência, dos agentes traumáticos
e lesivos.

• Traumas – as mortes violentas são por traumas, é possível saber


qual o tipo de violência, tipo de trauma que ocorreu para
morte.

• Suicídio, homicídio e acidente – morte violenta. (causa jurídical).

Morte Súbita: ninguém sabia que estava prestes a morrer. Ex.: José
Wilker. Ela tem fatores:
• Fatores preexistentes – Morte inesperada. Pode ocorrer
instantaneamente ou demorar minutos, horas ou dias. Pode ser
imediata ou agônica; inicialmente, admite-se morte suspeita.
A morte súbita, natural e inesperada (ex.: diabetes,
aneurisma). Nesse caso, fatores pre existentes sabidos família.
Uma vez que vem a óbito o médico é chamado e fornece
atestado clínico de óbito sem autopsia. Acaba -se enquadrando
na morte natural patológica. Se não possuía médico e não tem
ninguém para fornecer o atestado, é feito boletim de
ocorrência todas as vezes que há necessidade de enviar corpo
para o SVO (serviço de verificação de óbitos). Chama -se o SVO,
que busca o corpo e lá faz o exame com atestado clínico de
óbito com autópsia.

• Fatores ocasionais – morte súbita por fatores ocasio nais que


poderiam ser por exemplo um susto, uma emoção violenta.
Mesmo não sofrendo de nenhum problema cardíaco pode -se vir
a óbito. Ex: devido há um choque térmico, esforço muito
grande etc. Quando se trata desse tipo de morte encaixa -se na
morte violenta. O corpo deve ser levado ao IML para autópsia
do médico legista por meio de laudo.

Morte Aparente: síncopes hemorrágicas, asfixias dos afogados, dos


enforcados dos sufocados etc. Desde os primórdios é um assunto que
sempre existiu, que é o medo de ser enterrado com vida. Catalepsia,
coma alcoólico e epilepsia acabam levando o indivíduo a uma baixa
energia vital extrema, porém, o indivíduo está vivo. Hoje a
catalepsia é passiva de diagnóstico. Não são esses os casos de morte
aparente. Ela existe e tem outra conotação. Os casos de asfixias
mecânicas, sufocação, enforcamento, estrangulamento, também há a
hipótese da sincope cardíaca, todos esses geram perfeitas mortes
aparentes. Faxineira estava limpando necrotério e viu o lençol
mexendo, e a pessoa estava viva com atestado de óbito; ficou em
morte aparente por algumas horas. Deve ter saído da sufocação
sozinho e voltado à vida. Uma pessoa tem um mal súbito na rua, com
o choque ela voltou. Até este momento estava em morte aparente. O
diagnóstico de morte aparente é RETROSPECTIVO, porém nunca
presumido. Só pode dizer que teve morte aparente se foi salvo,
ressuscitado e está vivo. Pode haver sequela, às vezes eles “desistem
de ressuscitar”.

Dica de Prova: Quais as características da morte súbita? R: A morte


súbita é inesperada. Pode ocorrer instantaneamente ou demorar
minutos, horas ou dias; pode ser imediata ou agônica. Inicialmente,
admite-se morte suspeita. A morte súbita, natural e inesperada.
Alteracões celulares: As alterações ao microscópio comum só
aparecem horas após a morte da célula.

A reação inflamatória, ao microscópio comum, começa a aparecer


horas após a lesão celular.

Apoptose: Suicídio silencioso. Células normais, em dado momento,


sem inflamação ou doença, involuem e morrem deixando um espaço
para que o organismo utilize aquela área livre para alguma
finalidade futura.

Apoptose em ação:

Formação de uma cavidade corporal, um vaso sanguíneo, um canal


glandular etc.

É como se fosse uma “desapropriação” seguida de demolição do


antigo, para construção do novo no local. Não há reação
inflamatória, nem necrose. Trata -se de um fenômeno natural ao
desenvolvimento.

Mais intensa no início do período embrionário.


Também ocorre na vida extrauterina: formação de glândulas e novos
vasos ou canais glandulares.

Controvérsia:

A apoptose pode ocorrer em algumas viroses e doenças


degenerativas como a doença de Alzheimer. Entretanto, nos demais
casos, não há reação do organismo (reação inflamatória).

Autólise:
Após cumprir o seu ciclo vital, deixando de ter utilidade para o
organismo, a célula libera as enzimas dos seus lisossomos e sofre
autodestruição. Seus resíduos servem de alimento para as demais
células da região.

Necrose:

Milhares de células morrem em decorrência de algum trauma ou


doença que comprometa o organismo. A necrose pode atingir
membros, órgãos, no todo ou em parte. Há reação inflama tória.

Reação inflamatória:

 Vasodilatação na região
 Tonalidade avermelhada no local
 Aumento do número de leucócitos na região afetada
 Alteração do índice de verdereau
 Extravassamento de plasma
 Edema no local
 Aparece ao microscópio comum, algumas horas após a lesão

Índice de verdereau:

Relação entre o número de glóbulos brancos e o número de glóbulos


vermelhos no sangue da região em exame. Lesões em vivos. Havendo
algum tempo de sobrevida, aumenta o índice de verdereau.

Morte instantânea:
Não há alteração na estrutura celular ao exame microscópico. Não há
reação inflamatória. O índice de verdereau não se altera. Não
confundir com morte súbita.

Obs: Quando ocorre uma morte instantânea e fulminante, não


importa se violenta ou natural, se a morte ocorre u instantaneamente
não será percebida nenhuma alteração no microscópio, nenhuma
reação inflamatória. O índice de verdereau nao se alterará e nao
haverá nenhum sinal de que ocorreu a morte por essa razão.

Lesões intra-vitam e post-mortem:

Um osso fraturado, com reação inflamatória significa que a fratura


ocorreu em vida. Se não tiver reação inflamatória, foi fraturado após
a morte.

Uma ferida que tem infiltração hemorrágica foi feita durante a vida,
uma ferida que não tem infiltração hemorrágica foi feita após a
morte.

Uma escoriação que tem crosta foi feita durante a vida. Uma
escoriação sem crosta foi feita após a morte.

Obs: Se a morte foi instantânea esses sinais que caracterizam a lesão


em vida não aparecem, logo se não houver evidência dos sinais q ue
indicam lesão intra-vitam, a lesão ocorreu post-mortem ou a lesão
foi feita em vida, e a morte ocorreu instantaneamente.

PERINECROSCOPIA: Exame do local da morte violenta.

ART 6º, I, CPP.

 Preservação do local
 Perito criminal
 Perito legista (DH)
 Exame de corpo de delito: (Art 158 CPP – Perpetuar a
materialidade do delito, provas irrepetíveis)
 Legista pode ser requisitado
 Resolução (RJ) que criou o GELC para delegacia de homicídios

Obs: Para haver a perinecroscopia tem de haver cadáver; sem


cadáver não tem perinecroscopia. Será exame de local de crime.

TANATÓPSIA:

Exame do cadáver

 AUTÓPSIA
 NECRÓPSIA

Manifestações de alguns tecidos estimulados após a morte real:

 SPTZ – Móveis até 36 horas: Vesículas Seminais


 Músculos – Até 6 horas (excitáveis)
 Córneas – Para transplantes até 6 horas
 Íris (c/ atropina) – reação até 4 horas
 Epitélio respiratório – Até 13 horas

Órgãos/Tecidos – Tempo para retirada após a parada cardíaca


(PC):

 Coração – antes da PC – Até 4 a 6 horas


 Pulmão – antes da PC – Até 4 a 6 horas
 Fígado – antes da PC – Até 12 a 24 horas
 Rins – antes da PC – Até 3o min – Pós PC – Até 48 horas
 Pâncreas – antes da PC – Até 12 a 24 horas
 Córneas – Até 6 horas, mesmo após a PC

Tempo para iniciar a autópsia (Art 162 CPP): Aguardar 6 horas após
a morte, salvo sinais evidentes constatados pelo médico.

MORTE:

Sinais IMEDIATOS ABIÓTICOS de morte:

Fenômenos reversíveis ou não.


Indicam probabilidade de morte.

 Perda da consciência
 Perda da sensibilidade
 Imobilidade
 Abolição do tônus muscular
 Relaxamento esfincteriano
 Inexcitabilidade elétrica
 Facies hipocrática (cadavérica)
 Parada respiratória
 Parada circulatória
 Morte encefálica (morte real)
Período de incerteza de Tourdes:

 Todos podem Sinais imediatos abióticos de morte


 Sinais imediatos vitais negativos
 Sinais imediatos de probabilidade
ser obserados, com excitação externa, horas, ou dias, após a
confirmação da morte real. Após a confirmaçãoo da morte real, não
podem mais ser observados espontaneamente.

Obs: Os sinais de certeza de morte ficam bem evidentes após 6 horas


da morte. Podem aparecer antes, porém ao atingir esse período são
mais evidentes.

FENÔMENOS CADAVÉRICOS:

1) DESTRUTIVOS:

1.AUTÓLISE (QUÍMICO):
a) Em vida
b) Após a morte

2.PUTREFAÇÃO (QUÍMICO):

a) Coloração
b) Gaseificação
c) Coliquação
b) Esqueletização

3.MACERAÇÃO (QUÍMICO):

a) Séptica
b) Asséptica
c) Identificação
d) Sucessão em direito civil

2) CONSERVATIVOS: Ocorrem com mais de 2/3 meses de mor te;


começa a putrefação e cessa.

1.MUMIFICAÇÃO (QUÍMICO):

a) Natural (físico-químico)
b) Artificial (físico-químico)

2.SAPONIFICAÇÃO OU ADIPOCERA (QUÍMICO):

a) Solo
b) Clima
c) Obesidade
e) Covas múltiplas
3.CORIFICAÇÃO
FOSSILIZAÇÃO
CONGELAÇÃO
CALCIFICAÇÃO

Sinais ABIÓTICOS CONSECUTIVOS de morte:

O resfriamento cadavérico ocorre, pois não existem as reações


bioquímicas de termogênese no cadáver, acontecendo de forma
desigual, sendo influenciado por diversos fatores. Dentre esses
fatores, podemos ressaltar a idade, o panículo adiposo, fatores
ambientais, presença ou não de agasalhos no cadaver etc. Os
agasalhos constituem numa barreira protetora, que retarda a perda
de calor corporal; desse modo, um cadáver totalmente desnudo
resfriaria mais rapidamente do que um agasalhado. Essa perda
ocorre por irradiação, por convecção e por gasto de energia térmica
na evaporação cutânea.

É consenso que a temperatura corporal tem resfriamento menor nas


primeiras horas após o óbito, apresentando queda mais intensa cerca
de 3 horas após. Existem fatore s que interferem na mudança de
temperatura corpórea após a morte: o resfriamento do corpo pode
ser desacelerado nas mortes decorrentes de sepse, insolação,
sufocação e em cadáveres obesos, enquanto as hemorragias e as
intoxicações por álcool e arsênico ace leram esse processo. Além
disso, a temperatura ambiente e a quantidade de roupas que a vítima
estava usando também são fatores de forte influência na modificação
da temperatura corporal após a morte.

A desidratação pode conferir fenômenos diferenciados, d entre eles,


apresentar consistência dura e pardacenta nas mucosas dos lábios e
modificações nos globos oculares, com a formação da mancha negra
da esclerótica, turvação da córnea, formação da tela viscosa e perda
de tensão ocular. Deve-se atentar a cadáveres recém -nascidos e
crianças, pois nesses, as modificações nas mucosas orais podem
trazer a impressão de que as crianças f oram submetidas a
traumatismos ou à ação de substâncias cáusticas, devido às lesões
que ocorrem.

A rigidez cadavérica é decorrente do endurecimento dos músculos


em decorrência de alterações químicas que ocorrem no mioplasma,
que começam a acontecer logo após a morte, mas que somente são
notadas após algumas horas.

Essa rigidez cadavérica é uma característica marcante no cadáver.


Ela é gerada por uma reação química de acidificação muscular, que
desaparece quando o processo de putrefação se inicia. O rigor
mortis, assim cunhado esse fenômeno, se inicia após o início da
desidratação muscular que consequentemente gera a coagulação da
miosina. Esta, por sua vez, está vinculada ao aumento do ácido lático
intracelular. A rigidez, em cadáveres posicionados em decúbito
dorsal, se inicia na face, região mandibular e nuca, seguindo para a
musculatura do tronco e membros superiores e f inaliza nos membros
inferiores.

Nessa mesma sequência com que a rigidez aparece, quando começa a


putrefação, ela desaparece.

A formação de hipóstases acontece por meio do depósito de sangue


em regiões mais declivosas do cadáver. Elas aparecem em torno de 2
a 3 horas após a morte, com formato de estrias, ou arredondadas,
que vão se juntando em placas, abrangendo extensas áreas corp orais.
Após um período de 8 a 12 horas, o sangue se fixa nos órgãos
internos, não ocorrendo mudança nas hipóstases mesmo com a
mudança de posição do cadáver.
O aparecimento de livores de hipóstases ( livor mortis) e a lividez
são dois fenômenos com caracte rísticas distintas que ocorrem ao
mesmo tempo e nunca isoladamente com uma causa em comum. Com
a morte do indivíduo, naturalmente a circulação sanguínea é
encerrada e assim o sangue parado no sistema tende a acumular -se
nas regiões mais baixas, mais próxim as do solo, devido à ação da
força gravitacional. Essas regiões vão evoluir uma coloração muito
intensa de tons arroxeados. Por outro lado, as regiões mais elevadas
perderão o sangue e irão sofrer uma descoloração, denominada de
lividez cadavérica.

FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS

São sinais de alterações corporais tardias acentuadas, em que se


torne impossível a presença de vida. Compreendem -se como
fenômenos transformativos destrutivos (autólise, putrefação e
maceração) e fenômenos transformativos conservadores
(mumificação e saponificação).

FENÔMENOS DESTRUTIVOS

Os fenômenos destrutivos vão dar origem ao declínio da matéria


orgânica através da autólise, putrefação e maceração. Este
penúltimo, entre os fenômenos destrutivos, é o que ocorre mais
frequentemente.

AUTÓLISE

É a destruição das células provocada por enzimas intracelulares que


são ativadas pela falta de oxigênio. É mais acentuada em tecidos
ricos em enzimas, como no trato digestivo e principalmente no
pâncreas.Ocorre sem a interferência bacteriana.
Após a determinação da morte real, acaba a circulação de nutrientes
e de trocas nutritivas no meio intracellular. I sso faz com que as
células entrem num estado de carência nutritive, fazendo com que
elas consumam maquinarias intracelulares. I sso em grande escala
leva à destruição de tecidos, com aumento na concentração iônica de
hidrogênio e consequente acidificação (diminuição do pH –
ACIDIFICAÇÃO – sinal evidente de morte).

PUTREFAÇÃO:

Putrefação é um dos estágios da decomposição do corpo de um


animal morto. A temperatura ambiente começa geralmente de 12
a 24h após a morte. É causado principalmente devido às atividades
das bactérias do intestino, que dige rem as proteínas e excretam
gases (como metano, cadaverina e putrescina) com um forte odor
desagradável. Os gases se acumulam na cavidade abdominal,
iniciando-se na fossa ilíaca direita, em regra, exceto afogados e
fetos, produzindo um aspecto esverdeado e inchaço do corpo em
decomposição. O odor atrai moscas que depositam seus ovos e
aceleram a decomposição.

Cronologia:

• 0-1 dia: Pallor Mortis, Algor Mortis, Rigor Mortis e Livor Mortis
são os primeiros passos no processo da decomposição, antes
da putrefação.
• 2-3 dias: Descoloração aparece na pele do abdômen. O abdômen
começa a inchar, devido à formação de gás.
• 3-5 dias: Veias descoloridas se tornam visíveis e a descoloração
avança.
• 5-6 dias: Os gases incham e formam bolhas na pele do abdômen.
• 2 semanas: O Abdômen fica completamente inchado, acumulando
gases.
• 3 semanas: Os tecidos se tornam moles , os órgãos vazam os gases,
e as unhas caem.
• 4 semanas: Os tecidos moles começam a liquefazer, e o rosto se
torna irreconhecível. Essa decomposição leva ao processo de
esqueletização.

A velocidade da putrefação dependente de muitos fatores, como o


clima, a exposição e localização. Assim, refrigeração em um
necrotério ou funerária pode retardar o processo, permitindo o
enterro em três dias após a morte sem embalsamamento.
Na morte por envenenamento, a putrefação do corpo é quimicamente
adiada por venenos, tais como antimônio, arsênio, ácido carbólico
(fenol) e cloreto de zinco.

A putrefação se desenvolve em quatro fases ou períodos distintos e


consecutivos, a saber:

Primeira fase – Período cromático (Período de coloração, período


das manchas): início, em geral, de dezoito a vinte e quatro horas
após o óbito, com uma duração aproximada de sete a doze dias,
dependendo das condições climáticas. Inicia -se pelo aparecimento de
uma mancha esverdeada na pelé da fossa ilíaca direita (mancha
verde abdominal), cuja cor é devida à presença de
sulfometahemoglobina.

Nos recém-nascidos e nos afogados, a mancha verde é torácica, e


não abdominal, com cheiro característico (transformação da
hemoglobina).

Segunda fase – Período enfisematoso (Período gasoso, período


deformativo): inicia-se durante a primeira semana e se estende,
aproximadamente, por trinta dias. Os gases produzidos pela
putrefação (notadamente gás sulfídrico, hidrogênio fosforado e
amônia). Infiltram o tecido celular subcutâneo, modificando,
progressivamente, a fisionomia e a forma externa do corpo. Esta
distensão gasosa é mais evidente no abdome e nas regiões dotadas
de tecidos areolares como face, pescoço, mamas e genitais externos.
Os próprios gases destacam a epiderme do córion, formando
extensas flictenas putrefativas, cheias de líquido transudado
(posição de lutador).
Terceira fase – Período coliquativo (Período de redução dos
tecidos): inicia-se no fim do primeiro mês e pode estender -se por
meses ou até dois ou três anos. Caracteriza -se pelo amolecimento e
desintegração dos tecidos, que se transformam em uma massa
pastosa, semilíquida, escura e de intensa fetidez, que recebe o nome
de putrilagem.

A atividade das larvas da fauna cadavérica auxil ia grandemente na


destruição total dos restos de matéria. Como mencionado, os insetos
e suas larvas podem destruir a matéria orgânica do cadáver com
extrema rapidez (quatro a oito semanas).

Quarta fase – Período de esqueletização : no final do período


coliquativo, a putrilagem acaba por secar, desfazendo -se em pó.
Desta maneira, surge o esqueleto ósseo, que fica descoberto e
poderá conservar-se por muito tempo. Pela ação da fauna e do meio
ambiente, haverá com a destruição dos tecidos, restando apenas o
esqueleto, cabelos e dentes (três anos). Quando o cadáver permanece
insepulto e abandonado sobre o solo por razoável tempo, nele se
instalam pequenos animais (principalmente insetos) denominados
fauna cadavérica, que seguem certa ordem de instalação: mosc as
comuns, moscas verdes, coleópteros e lepidópteros.
Primeiro sinal da putrefação – mancha verde abdominal - figura

MACERAÇÃO

Fenômeno destrutivo que acomete nos corpos submersos, de


individuos mortos, afogados e fetos. Para ocorrer o fenômeno em
fetos é necessário ao menos 24 horas para se tornar evidente.

A maceração, pode acontecer em meio líquido contaminado


(maceração séptica) ou com o concepto morto a partir do 5º mês
gestacional, que fica retido intrauterinamente (maceração
asséptica).

O fenômeno de maceração está também classificado entre os


fenômenos cadavéricos transformativos destrutivos. Compreende
uma rápida sucessão da putrefação e tem como consequência o
desprendimento dos tecidos moles. É um processo que ocorre
quando o cadáver fica em meio líquido estagnado, sob ação de
bactérias.
Classificação da Maceração:

1º grau: FLICTENAS (líquido serossanguinolento) – 1º semana;

2º grau: ROTURA FLICTENAS – líquido sanguinolento e epiderme


arroxeada – 2 semana;

3º grau: Deformação craniana, infiltração hemoglobínica, vísceras,


córion marrom e friável – 3º semana.

FENÔMENOS CONSERVADORES

Os fenômenos conservativos, tal como o nome sugere, permitem um


atraso no processo de decomposição do cadáver e uma falsa
conservação do mesmo. São provocados essencialmente pelas
condições ambientais e do próprio corpo e são classificados como:
saponificação e mumificação.

SAPONIFICAÇÃO

Nesse processo há uma evolução para uma consistência mole,


semelhante ao sabão, ou queijo, e cor amarelo -pardacenta. A
adipocera é formada pelas gorduras existentes no corpo. A idade
jovem, a obesidade, as intoxicações pelo fósforo e álcool facilitam o
fenômeno; e também a umidade e especialmente os terrenos
argilosos, impermeáveis e saturados d’água.

Alguns fatores influenciam na ocorrência desse fenômeno, dentre


eles fatores ambientais. Solos argilosos e úmidos, que permitem a
embebição e que dificultem a aeração, facilitam a ocorrência da
saponificação.

Fenômeno conservativo – saponificação - figura

MUMIFICAÇÃO

É um fenômeno transformativo conservador. Pode ocorrer de forma


natural e artificial. Requer condições que geram rápida
desidratação, clima quente e seco e exposição ao ar.

SAPONIFICAÇÃO
Fenômeno transformativo conservador, requer condições climáticas
de clima quente e úmido, ocorrê ncia do aspecto de sabão ou cera.
Fatores como gordura e obesidade podem contribuir.

CORIFICAÇÃO

Raro fenômeno transformativo conservador, que pode ocorrer em


cadáveres inumados em urna de zinco, se adiquire -se aspecto de
couro cortido.

CALCIFICAÇÃO

É o fenômeno transformativo conservador que causa o aspecto de


petrificação, ocorre em fetos mortos e retidos intra -útero chamados
de litopédio.

CONGELAÇÃO

Trata-se de fenômeno transformativo conservador que ocorre em


baixíssimas temperaturas e tempo prolo ngado.

Consideracões importantes para provas :

TESTE DE HALLUIN E REBOILLAT:

Testes geralmente realizados no passado. Hoje em dia mais


utilizados procedimentos simplificados como uso da ausculta com
estetoscópio e eletrocardiograma para aferição de sina is de vida.

Teste para se aferir se o indivíduo está vivo


Ambos se utilizam de éter
Halluin: Pinga-se uma gota de éter no globo ocular. Se ficar
vermelho e lacrimejante, o indivíduo está vivo, se não houver
reação, o indivíduo está morto.

Reboillat: Injeta-se eterno subcutâneo, embaixo da pele. Ao retirar


a agulha se o éter retornar pelo orifício, o indivíduo está morto.
Caso o éter não retorne pelo orífico,existe a presença de circulação,
e o indivíduo está vivo.

Mímica Facial: A mímica fácil é típica da vida. Expressões de dor,


ódio, espanto são típicas dos vivos; a face do cadáver é flácida e
serena.

Flacidez muscular generalizada/Espasmo cadavérico : O ocorrer o


óbito também ocorre a flacidez muscular generalizada dos esficteres
e tecidos, pórem em alguns cadáveres pode ocorrer a rigidez
muscular instantânea, um fenômeno muito raro.Segundo alguns
autores, trata-se de uma contração muscular imediata após a
morte – espasmo cadavérico. O espasmo cadavérico é uma rigidez
muscular instantânea e imediata a pós a morte, não passando esse
indivíduo pelo estágio de flaciez muscular para gradativamente
entrar em rigidez . Esse fenômeno de ocorrência do espasmo
cadavérico é chamado de SINAL DE KOSSU.
SINAL DE KOSSU – Espasmo cadavérico imediato - figura

Obs: Não confundir o Sinal de Kossu com o Sinal de Devergie, que


ocorre em cadáveres ao serem queimados. O fogo vai causando uma
retração muscular,o cadáver toma uma posição de lutador (fenômeno
comum).

CATALEPSIA: Rígida ou catatônica – o paciente pode ficar imóvel,


com os membros rígidos como petrificados. Pode ficar repetindo, por
muito tempo,um movimento ou uma atividade. Não é uma doença que
simula a morte. Não apresenta sinais de morte.

FLEXIBILIDADE CÉREA: O paciente pode ser colocado na posição que


se desejar como se fosse feito de cera.

Obs: Em ambos os casos coração e pulmões funcionam naturalmente.

CAUSAS DE ERRO DE DIAGNÓSTICO DE MORTE : Em desastres de


massa, em epidemias mortais, em casos de emergência etc. Não há
tempo, ou há receio de contamina ção ao examinar o paciente – Por
circuntância de ausculta pulmonar e cardíacas difíceis.
SINAIS DE LESÃO INTRA -VITAM:

 Infiltração hemorrágica nas lesões


 Coagulação do sangue nas lesões
 Retração dos tecidos seccionados
 Crosta nas escoriações
 Espectro equimótico nas equimoses
 Cicatriz nas feridas
 Calo nos ossos fraturados
 Mosaico sanguinolento nos pulmões

Obs: Ausência desses sinais. O indivíduo já se encontrava morto ou


morreu instantaneamente.

RIGIDEZ CADAVÉRICA:

Com a morte o cadáver fica em flacidez muscular, com olhos


entreabertos e boca totalmente relaxado. A medida que o tempo vai
passando os músculos começam a endurecer, diferente de contrair,
pois ele endurece, fica na mesma posição endurecido – rigidez
muscular cadavérica.O fenômeno da rigidez começa pelas
musculaturas menores e vai atingindo as musculaturas maiores.
Devido o fato de o ser humano ser bípede, a rigidez cadavérica
começa no sentido crânio-caudal ou céfalo-caudal (de cima para
baixo), obedecendo a LEI DE NYSTEN -SOMMER-LARCHER. A rigidez
cadavérica se inicia pela musculatura da mandíbula, torna -se
generalizada de 6 a 8 horas, e o cadáver retorna a flacidez após 24
horas com a putrefação. Do mesmo modo que o cadáver se torna
rígido no sentido crânio-caudal, ele se tornará flácido
posteriormente.
LEINYSTEN-SOMMER-LARCHER

Ocorrência da rigidez cadavérica no sentido:


(De cima para baixo)

 CRÂNIO-CAUDAL
 CÉFALO-PODÁLICO

Cronologia:

Rigidez da musculatura da mandíbula (masseter) = 2 horas

Rigidez muscular GENERALIZADA = 6 A 8 horas

Retorno à flacidez causada pela putrefação = 24 horas

Rigidez muscular generalizada = mais de 6 e menos de 24 horas - figura

LIVORES CADAVÉRICOS:

Livores são manchas de sangue no interior dos vasos este sangue que
circula no individuo em vida ocorrendo a morte com a parada
cardíaca este sangue ira descer pela acao da gravidade e se acumula
nos vasos das regiões de maior declive do corpo. Dependendo da
posição do cadáver o maior declive pode ser tanto a cabeça quanto
os pés, dorso ou ventre, ou seja, o sangue desce para a região de
maior declive. Esse sangue, por nao ser mais oxigenado, terá uma
coloração vermelho-escuro/arroxeado (livores-violáceos, livores-
arroxeados ou livores de hipóstase – hipo = para baixo, stase –
parado). Essas manchas têm um tempo para aparecer, se movimentar
e se fixar.

Características:

 SANGUE NO INTERIOR DOS VASOS

 ACUMULANDO-SE NAS REGIÕES DE MAIOR DECLIVE

Cronologia:

 Manchas esparsas = 2 horas


 Manchas generalizadas e ainda móveis = 6 a 8 horas
 Livores fixados = a partir de 8 a 12 horas

Livores cadavéricos - figura

Obs: Tanto pela rigídez cadavérica quanto pelos livores cadavéricos


é possível se estimar o tempo de mo rte.Tal é a importância na
cronotanatognose.
Atenção: Livores carminados cor de cereja em casos de morte por
inalação de monóxido de carbono. Formação de carboxiemoglobina
que dá tonalidade carminada ao sangue da vítima quando em
quantidade adequada.

Outras colorações de livorcadavérico indicam mortes especifícas;

 Róseo carmin = monóxido de carbono


 Róseo claro = afogamento
 Vermelho = ácido cianídrico
 Escuro = asfixias em geral
 Azul ardósia = intoxicação por produtos
metahemoglobinizantes

ADIPOCERA OU SAPONIFICAÇÃO:

A adipocera ou saponificação é um fenômeno transformativo


conservador que causa transformação das gorduras que, ao reagirem
com os metais do solo, fazem um produto semelhante a uma cera ou
sabão com odor de queijo rançoso que recobre o cad áver, impedindo
a continuação da putrefação.

Características:

 Lugares úmidos, quentes e arejados


 Cadáver rico em gorduras
 Solo propício
Adipocera ou saponificação – figura

Cadáveres com 2 ou 3 meses em putrefação podem ter a paralizacão


do processo putrefativo e ocorrer o fenômeno da saponificação ou
adipocera, ficando conserados por tempo indeterminado.
PUTREFAÇÃO:

Os cadáveres passam por fases da putrefação com o passar do tempo


de morte:

1- FASE CROMÁTICA OU DE COLORACÃO = 24 HORAS –


SULFAMETOXIEMOGLOBINA – MANCHA VERDE.

Obs: Ocorrência da mancha pela reação da hemoglobina com a


putrefação formação do gás sulfrídrico – SULFAMETOXEMOGLOBINA
ou SULFAMETOXIEMOGLOBINA.

2- FASE ENFISEMATOSA OU DE GASEIFICAÇÃO = 24 HORAS, 48


HORAS OU 72 HORAS – CONFORME O CLIMA LOCAL.

Obs: Cadáver encontrado flutuando nas águas é sinal de fase


enfisematosa (48, 72, 120 horas).

3- FASE REDUTORA OU DE COLIQUAÇÃO – 2 A 3 MESES.

Obs: Decomposição da matéria: ocorrência com 2 a 3 meses.


4- FASE DE ESQUELETIZAÇÃO – A PARTIR DE 1 ANO

CIRCULAÇÃO PÓSTUMA DE BROUARDEL:

Os vários gases da putefação progressivamente aumentados,


empurram o sangue, que desce para as regiões de maior declive, de
volta às porções mais elevdas do corpo. Surge o desenhodas veias
novamente contendo sangue, agora putrefeito. Trata -se da circulação
póstuma de Brouardel, que indica a fase de gaseificação em ação.

Circulação póstuma de Brouardel - figura

CRIOSCOPIA DO SANGUE:

O ponto de congelação do sangue ou ponto crioscópico afasta -


se à medida que evolui o tempo de morte, devido à difusão do
sangue, nos vasos, bem como ao desagregamento das moléculas
albuminóides.

A crioscopia normal do sangue é de - 0,57º c.

Sangue do vivo: -0,57º C;


Sangue do morto há um dia: -0,73º C;
Sangue do morto há dois dias: -0,77º C

FRANÇA explica que com relação à CRIOSCOPIA DO SANGUE


"o ponto de congelação do sangue ou ponto crioscópico afasta -se à
medida que evolui o tempo de morte, devido à difusão no sangue,
nos vasos, bem como ao desagregamento das moléc ulas
albuminoides. A crioscopia normal do sangue é de − 0,57°C. Vamos
supor que, em um cadáver encontrado, o ponto crioscópico seja de
−0,73°C. Com 24 h depois, uma nova perícia determine que o grau de
congelação passou para −0,77°C.

Então, teremos o seguinte cálculo: Se, em 24 h, se obteve


uma baixa na crioscopia de 0,04°C, em X horas baixou (−0,73)
− (0,57), ou seja, 0,16. Assim teremos: ou 4 X = 24 × 16 ∴ 24 ou
4 X = 384 ou X = 348/4, em que X = 96 h. Este resultado
corresponde ao tempo decorrente desde a morte até a primeira
determinação da crioscopia no sangue do cadáver.

DICA: Sabemos que a crioscopia normal do sangue é de -0.57ºC. E


conforme o tempo vai passando, mais baixo o valor ficará (lembre -se
que a temperatura é negativa).

ASPECTOSMÉDICO-LEGAIS DAS TOXICOMANIAS (DROGAS)

- Lei nº 11.343/2006
- ANVISA – MS 344/98

 PSICO – mente, encéfalo, pensamento


 LÉPTICO – que se prende, que se liga
 ANA – para cima, estimulante
 CATA – para baixo, depressor
 DIS – dificuldade, deformante
 GÊNESE – que origina, faz aparecer
 LUCE – luz, consciência

Classificação:

 DROGAS PSICOANALÉPTICAS:
 Drogas estimulantes (Ex: cocaína)

DROGAS PSICOCATALÉPTICAS/ PSICOLÉPTICA:

Drogas depressoras (Ex: calmantes, tranquilizantes, ansiolíticos,


morfina, álcool)

DROGAS PSICODISLÉPTICAS:

Drogas que causam efeito de confusão mental – alucinógenas (EX:


maconha)

ÁLCOOL – DROGA PSICOLÉPTICA:

Droga depressora.

Álcool se trata de droga permitida não constante da portaria da


ANVISA.

O álcool, ao contrário do senso popular, não se trata de droga


estimulante, mas sim de uma droga depressora do sistema nervoso
central.Ele deprime a censura. Por esta razão, na fase inicial da
embriaguez, o individuo se torna desinibido, animado e alegre.

Referência histórica:

A lenda da embriaguez
Preparava-se Noé para plantar a primeira vinha e eis que surge
diante dele a figura negra e hedionda do Demônio.

— Que pretendes plantar aí? — perguntou o Demônio.


— Uma vinha! — informou Noé, encarando com olhar sereno o seu
insolente interrogante.
— E como são os frutos que esperas colher, meu velho? — inquiriu
friamente o Demo.
— Ora — explicou o Patriarca de bom humor —, são frutos
deliciosos, sempre doces. Os homens poderão saboreá -los maduros e
frescos ou secos e açucarados. Do caldo desse fruto poderá ser
fabricada uma bebida — o vinho — de incomparável sabor. Essa
bebida levará alegria e inspiração aos corações dos mortais!
— Quero associar-me contigo no plantio dessa vinha! — propôs o
Demônio com certo acinte na voz.
— Muito bem — concordou Noé. — Trabalhemos juntos. Ficarás,
desde já, encarregado de regar a terra.
E o Demônio, no desejo de agir pela maldade, regou a terra com o
sangue de quatro animais tirados da Arca: o cordeiro, o leão, o porco
e o macaco.
Em consequência desse capricho extravagante do Maligno, aquele
que se entrega ao vício degradante da embriaguez recorda,
forçosamente, um dos quatro animais. Bem infelizes os que se
deixam dominar pelo álcool! Tornam -se alguns sonolentos e inermes
como um cordeiro; mostram-se outros exaltados e brutais como o
leão; muitos, sob a ação perturbadora da bebida que os envenena,
ficam estúpidos como um porco. E há, finalmente, aqueles que,
depois dos primeiros goles, fazem trejeitos, dizem tolices e
saracoteiam como macacos.
Malba Tahan, in Lendas do bom Rabi

Embriaguez alcoólica – 3 fases:


 1ª. EXCITAÇÃO OU DESINIBIÇÃO (macaco)
 2ª. AGITAÇÃO OU CONFUSÃO (leão)
 3ª. SONO OU COMA (porco)

1-EMBRIAGUEZ INCOMPLETA:

Corresponde a 1ª FASE de EXCITAÇÃO ou DESINIBIÇÃO (macaco) –


correspondência com o código penal: Art 28, paragrafo 2º.

2-EMBRIAGUEZ COMPLETA COM AÇÃO:

Corresponde à 2ª FASE de AGITAÇÃO OU CONFUSÃO (leão) e a 3 ª


FASE de SONO OU COMA (porco) – correspondência com código
penal: Art. 28, parágrafo 1º.

3-EMBRIAGUEZ COMPLETA COM OMISSÃO:

Estado de omissão completa não responde pelos atos praticados.

Dica de Prova: Que tipo de crime o indivíduo comete na 3ª fase da


embriaguez? R: Na 3ª fase o indivíduo está no estado de embriaguez
com total omissão, e seus atos não podem ser considerados crime.
No entanto se ele é o agente garantidor (que tem o dever de agir)
para evitar o resultado e se embriaga voluntariamente, e nesse
estado não consegue impedir o resultado, irá responder como se
provocasse o resultado da noso, ocorrerendo o crime comissivo por
omissão ou omissivo impróprio. (Art 13, parágrafo 2º, CP).

METABOLISMO DO ÁLCOOL NO ORGANISMO:


No vivo, normalmente, após 8 a 10 horas da ingestão, todo o álcool
ingerido e absorido já terá desaparecido da corrente sanguínea. No
morto, o metabolismo do álcool não cessa, mas fica muito reduzido.

Dica de Prova: Dois irmãos gêmeos festejaram e beberam até a total


embriaguez e sofreram um atropelamento. Um deles morreu
imediatamente, e o outro ficou gravemente ferido e foi encaminhado
para um hospital, tendo morrido após 10 horas do ocorrido. Ambos
os cadáveres foram autopsiados no dia seguinte. Pergu nta-se: como
estará o teor alcoólico dos cadáveres?

R: O teor de alcoolemia dos gêmeos será diferenciado devido à forma


do metabolismo do álcool no sangue. Aquele gêmeo que teve morte
instantânea apresentará alto teor alcoólico, pois no morto o
metabolismo alcoólico não cessa o álcool, degradado em menor
velocidade, e naquele que ao tempo do acidente sobreviveu e foi
levado ao hospital, não terá mais a presunção do teor alcoó lico,
devido a absorção metabólica do álcool normamelte ocorrer de 8 a
10 horas. Ao tempo de seu óbito tal período já havia transcorrido.
Salienta-se que quanto mais rápido ocorrer o exame mais
verdadeiros serão os parâmetros de alcoolemia, por causa da
metabolização.

LOCAIS DE PESQUISA DE ÁLCOOL:

NO VIVO – sangue, urina, ar expirado, saliva, lágrima e suor


(líquidos biológicos).

NO MORTO – sangue, urina, ar expirado, saliva, lágrima e suor


(líquidos biológicos) também no encéfalo, fígado, rins, estômago e
conteúdo (órgão que retém o álcool).

TOLERÂNCIA x DEPENDÊNCIA:
TOLERÂNCIA: A necessidade de doses cada vez maiores da
substância para obter os mesmos efeitos anteriores.

DEPENDÊNCIA: A dependência do álcool é uma doença do cérebro,


caracterizada por perturbações na estrutura, neuroquímica e
comportamento do cérebro devido ao consumo de álcool.

SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA:

Conjunto de sinais e sintomas que aparecem algum tempo após


a droga deixar de ser consumida. Há distúrbios físicos e psíquicos de
tal intensidade que o indivíduo não conseguindo suportá -los,
procura a droga como ultimo recurso para evitar os sinais e
sintomas.

COCAÍNA – DROGA PSICOANALÉPTICA

Efeitos no organismo:

 Dilata a pupila
 Taquicardia
 Taquipneia
 Hipertensão arterial
 Acelera o curso do pensamento
 Produz agitação psicomotora
 Ausência de fome, sono e cansaço físico
 Pode provocar surtos psicóticos

Derivados da cocaína:

CRACK
MERLA
OXI

ANFETAMINAS: MMA E MMDA

MMDA: 3,4-metilenedioxi-metanfetamina (ECSTASY)

 Drogas exclusivamente sintéticas.


 Drogas que causam rápida tolerância,dependência, e provocam
síndrome de abstinência.

Usadas na medicina:

 Descongestionante nasal
 Moderadores de apetite
 Tratamento para déficit de atenção

Cuidado para uso de anfetaminas sem controle médico: Ritalina


(metilfenidrato), rebites, bolinhas, boletas etc.

MORFINA – DROGA PSICOLÉPTICA:

Droga psicoléptica depressora .

Causa miose: pupilas puntiformes .

A fase inicial dos efeitos apresenta euforia, simulando drogas


excitantes, causando rápida dependência.

HEROÍNA:
É uma morfina modificada, efeitos semelhantes, causa
dependência ainda mais rápida.

MACONHA – DROGA PSICODISLÉPTICA:

TETRA-HIDRO-CANABINOL – THC

Droga psicodisléptica: alucinógena


Extraída dos arbustos cannabis sativa, apenas as inflorescências
femininas apresentam o tetra-hidro-canabidiol.

TRANSPORTE DE DROGAS:

Mula é o nome que se dá a pessoa usada por traficantes para


transportar a droga ilegal por fronteiras policiadas, mediante
pagamento ou coação.As mulas usam diversos artifícios para o
transporte da droga, podendo ser transportado até mesmo dentro do
próprio corpo em cápsulas ingeríveis especiais, o que tem causado
diversos acidentes nas últimas décadas.

SÍNDROME DE BODY PACKER E BODY PUSHER :

Os indivíduos chamados Body Packer são classificados como uma


classe de transportadores de drogas que utilizam o próprio corpo
para tal. Esses indivíduos ingerem invólucros de drogas, em geral a
cocaína, com o intuito de burlar os principais meios de combate a
essas substâncias (revistas policiais, utilização do faro canino para
procura de drogas). Já os chamados Body Pusher realizam a
translocação das drogas por meio da introdução dos invólucros nas
vias anal e vaginal. Ambos os tipos de transporte de substâncias
ilícitas podem acarretar em graves lesões ao indivíduo
transportador, casa haja rompimento dos pacotes de drogas em suas
cavidades corporais. Ao diferenciar as Síndromes de Body Packer e
Body Pusher, as consequências da interiorização de grandes
quantidades de drogas nas cavidades corporais e possíveis terapias.
Na literatura sobre o assunto, observa -se que: A cocaína, principal
droga transportada pelos Body Packers e Body Pushers, tanto na
forma em pó, quanto na forma de pedras, tem ação excitatória sobre
os neurônios do Sistema Nervoso Central, gerando u m quadro de
euforia e agitação.

O possível e não raro rompimento dos invólucros que contêm a


droga, transportados pelos Body Packers e Body Pushers, faz com
que o indivíduo receba uma superdosagem da droga, que leva ao
óbito, geralmente por parada cardíaca ou ciclo convulsional. No caso
dos Body Packers, a principal forma de combate à overdose e suas
consequências é a realização de laparotomia, que consiste na
abertura e exposição da cavidade abdominal e posterior retirada das
cápsulas de droga dos órgãos. Em relação aos Body Pushers, não há
consenso sobre a terapia mais eficaz. Conclui -se que a overdose de
cocaína causada pelo rompimento dos pacotes transporta dos nas
cavidades do corpo humano tem graves consequências e pode ser
fatal.

DICA: Body Pusher introdução dos invólucros de droga nas vias anal
e vaginal. Body Packer utilizam o próprio corpo para introdução da
droga. (Ex: ingestão).
Conteúdo contendo drogas retirado do corpo– figura

Tomografia – Body Packer – figura

NOÇÕES BÁSICAS DE SEXOLOGIA FORENSE:

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL – ASPECTOS MÉDICO-LEGAIS:

Art 213 a 234-A CP


O laudo pericial não examina o dolo da lesão. Muitas vezes não terá
indícios incomuns além de uma relação sexual comum. Dificuldade
para aferir se houve ou não consentimento. Pode não haver lesões,
Delegado necessita ouvir envolvidos.

Diagnóstico de certeza (probabilidade).Conjunção carnal:

1-Rotura de hímen
2-Esperma nocanal vaginal
3-Líquido prostático, com ou sem espermatozóides na cavidade
vaginal
4-Gravidez

Obs: Probabilidade, pois admitem prova em contrário.

Atualmente a lei modificou os crimes sexuais juntando os crimes de


estupro (art 213) com o atentado violento ao pudor (art 214). Ambos
são denominados atos libidinosos, seja a conjunção carnal, seja
qualquer outro ato libidinoso realizado mediante violência ou grave
ameaça configura o crime de estupro.

Esperma: Conjunto de elementos químicos e celulares que são


eliminados durante a ejaculação. Os espermatozóides representam,
apenas, uma das partes celulares do esperma.

AZOOSPERMIA: É uma doença em que o indivíduo produz esperma e


ejacula. Porém não há no conteúdo presença de espermatozoides. É
possível a comprovação da conjunção carnal nesses casos, porque
não se encontra o espermatozoide mas se encontra outros elementos,
células inclusive com DNA.

VASECTOMIA: Cirurgia consistente no bloqueio de canais (ligadura e


corte) onde passam os espermatozóides. Ocorre a ejaculação com
esperma,mas sem a presença de espermatozoides. porem possui
todos os demais componentes do esperma.

Obs: Para se fazer o diagnóstico da conjunção carnal a presença de


esperma não é imprescídível.

Outros componentes do esperma:

Núcleo – DNA cromossomial


Flagelo – cauda
Mitocôndria – corpúsculo de que provém energia celular – DNA
mitocondrial (pescoço do espermatozoide)

Espermatozoide = DNA cromossomial + DNA mitocondrial

DNA MITOCONDRIAL: É exclusivamente materno, herança gené tica da


mãe. Nos espermatozoides do homem o DNA mitocondrial presente e
herança materna.

Na fecundação o espermatozoide entra no útero apenas com a cabeça


(núcleo). O pescoso com DNA mitocondrial será descartado (não
entra). Essa fecundação será formada p elo DNA cromossomial
paterno + DNA cromossomial materno + DNA mitocondrial materno.

Obs: Dentro de cada indivíduo há presença de DNA


CROMOSSOMIAL materno e paterno, mas o DNA MITOCONDRIAL é
somente materno.

A próstata é uma glândula exócrina que compõe o sistema


reprodutor dos indivíduos do sexo masculino . Dentre as espécies,
esta difere grandemente tanto anatomicamente, quanto quÍmica e
fisiologicamente.
Esta glândula apresenta como função sintetizar e secretar um fluído
incolor que se junta com a vesícula seminal para originar o sêmen.
Este fluído possui pH alcalino (7,29). Comumente é composta por
açúcares simples e representa aproximad amente 10-30% do volume
do líquido seminal.

REPRESENTANTES DO LÍQUIDO PROSTÁTICO:

1-Fosfatase ácida prostática acima de 300 UI/ml


2-Prostatic specific antigen (PSA)
3-Proteína P 30
4-Líquido seminal (provenientes das vesículas seminais)

Fosfatase ácida: A fosfatase ácida também é encontrada


naturalmente na vagina, porém quando a fosfatase ácida é
prostática, ela existe em uma grande quantidade acima de 300 UI/mi.
Quando encontrada na vagina é sinal de conjunção carnal e no corpo
sinal de outros atos libidinosos.

PSA: O PSA é de grande importância. Nos homens está presente na


corrente sanguínea. PSA aumentado em exame de sangue pode
indicar câncer de próstata, pois seu marcador é determinado no
sangue.A presença de PSA no canal vaginal indica presença de
líquido prostático, logo presença de esperma. O perito irá indicar se
houve conjunção carnal.

Proteína P 30: A proteína P 30 é a substância que o organismo


utiliza para formação do PSA, ou seja encontar essa proteína tem as
mesmas consequências relativas ao PSA.

Líquidos seminais: O líquido seminal é a parte do sêmen sem


espermatozoides. É composto por secreções da vesícula seminal
(80%), próstata e glândula bulbouretral, além de muito escasso
componente proveniente do epidídimo e testículos.

ASPECTO ANATÔMICO DOS ÓRGÃOS GENITAIS FEMININOS:

O hímen é uma membrana de tecido conjuntivo, fibras musculares


elásticas, nervos e vasos sanguíneos. Vagina é o tubo muscular
situado após o hímen. Vestíbulo ou vulva é a pequena área situada
adiante do hímen.

ATENÇÃO! O ato libidinoso denominado conjunção carnal, é a


penetração do pênis, completa ou incompleta, com ou sem
ejaculação, na cavidade vaginal, ou seja, o pênis tem que penetrar
além do hímen.

MUITA ATENÇÃO! Se, durante o crime sexual, o pênis do agressor


não ultrapassar o hímen, porém, tiver qualquer contato com
qualquer parte do corpo da vítima, haverá ato libidinoso diverso da
conjunção carnal. Podem ser praticados com ou sem a utilização do
pênis, tais como beijos, toques corporais etc.

MUITO IMPORTANTE! Lembrar que nem todas as alterações nas


regiões erógenas da suposta vitima de crime sexual são resultantes
da atividade sexual do agressor indiciado. Por exemplo doenças de
pele, maus hábitos, manobras autoeróticas, atos sexuais cometidos
por outros agentes etc.

TIPOS DE HÍMEN:

1) COMPLACENTE:

COMPLACENTE – Película grossa e muito elástica, com um orifício no


centro. Dificilmente se rompe em relações sexuais e só deixa de
existir quando a mulher tem filhos por parto normal.

2) NÃO COMPLACENTES:

ANULAR – É o mais comum. Tem uma membrana fina, com apenas um


orifício no meio, geralmente rompido na primeira relação sexual.
Pode ou não causar sangramento.

CRIBRIFORME – Poucas mulheres apresentam este tipo de hímen. Em


vez de apenas um orifício ao centro, ele tem vários furinhos pelos
quais passa o fluxo menstrual.

IMPERFURADO – Muito raro. Não há orifícios e as mulheres que têm


este tipo de hímen precisam fazer uma cirurgia para abrir passagem
para o fluxo menstrual e para as relações sexuais. A cirurgia do
hímen imperfurado é feita logo após a menarca – primeira
menstruação.

SEPTADO – O hímen septado tem uma pele no meio do furo e é mais


resistente. Ele pode incomodar mais na primeira relação, mas não
provoca dor. O complacente é flexível e pode ser rompido aos
poucos, durante as primeiras relações sexuais.

Obs:

Hímen não complacentes íntegros não há sinal de conjunção carnal.


Porém mais de 22% das mulheres possuem hímen complacente, logo
a presença de hímen integropode indicar ou não a conjunção carnal.
Se for um hímen complacente, sua abertura é grande e permite a
passagem do hímen sem se romper.

CARÚNCULAS MIRTIFORMES: Após o parto via vaginal o hímen é


destroçado, e os pequeninos fragmentos do hímen cicatrizam e ficam
colados na vagina. Formam pequenos tubérculos junto à borda de
inserção. São pequeninos fragmentos de hímen cicatrizados,
chamados de carúnculas mirtiformes – retalhos de hímen roto pelo
parto.

HIMENOLOGIA:

CLASSIFICAÇÃO HÍMEN: A forma do óstio e o aspecto da orla são os


elementos básicos da classificação do hímen. As classificações mais
usadas são de Afrânio Peixoto e Óscar Freire. A classificação deste
baseia-se no orifício:

a) Hímem sem Orifício:


Imperfurado

b) Hímem com Orifício:


b.1) Puntiformes Multiangulares
b.2) Circulares com dois orifícios
b.3) Lineares com três ou mais orifícios
b.4) Triangulares com vários orifícios

c) Hímens Atípicos:
c.1) Hímens múltiplos
c.2) Hímen elástico (complacente). Tem membrana elástica, exígua,
permite a cópula sem se romper.

d ) C o m i s s u r a d o : O ostio apresenta â ngulos em sua borda livre .


Hímen que forma ângulos.

e ) A c o m i s s u r a d o : O ostio nã o mostra â ngulos em sua borda livre .


Hímen que não forma ângulos.

Diante da análise do hímen, podemos constatar alguns sinais:

ROTURAS: São lesões traumáticas, ora sangrentas, ora cicatrizadas


(a depender da “idade” da lesão”). Geralmente atingem toda a orla.
Em regra assimétricas e,quando aproximadas, não coaptam. Sugerem
conjunção carnal.

ENTALHES: Trata-se de um sinal congênito e, c omo tal, não cicatriza.


Geralmente não atinge toda a orla. Quanto à borda, quando tentamos
aproximá-las, elas não coaptam. Em regra são simétricas. Não é
sugestivo de conjunção carnal.

CHANFRADURAS: Trata-se de um sinal congênito e, como tal, não


cicatriza. Geralmente, são assimétricas e bem numerosas, sendo
localizadas na borda livre do hímen. Não é sugestivo de conjunção
carnal.

ATENÇÃO: Segundo o Prof. Hygino, a diferenciação prática de uma


rotura e um entalhe torna -se difícil a “olho nu”, devendo o perito
valer-se da lâmpada de Wood para ajudar na distinção. Mas, como a
perícia pode determinar se houve ou não conjunção carnal? Sinais
Duvidosos de conjunção carnal: Dor vaginal, himenorragia, lesões
vulvares e contaminação venérea. Sinais Certos ou Seg uro de
conjunção carnal: Rotura himenal, esperma na vagina e gravidez,
carúnculas mirtiformes. Carúnculas mirtiformes: traumatismo da
passagem da cabeça fetal após o parto. Cicatriza -se em média em 10
dias. Nos casos de hímen complacente falam a favor: a g ravidez, a
contaminação venérea profunda, esperma na cavidade vaginal,
presença de fosfatase ácida ou glicoproteína P30 (exclusiva do
líquido prostático), dosagem de prostagladina F2 - Alfa.

Obs: Hímen único ou múltiplo, perfurado ou imperfurado,


comissurado ou acomissurado, complacente ou não complacente, com
roturas, entalhes ou chanfraduras, com carúnculas mirtiformes, com
roturas recentes ou cicatrizadas. Observar as perguntas da prova!

ORLA E ÓSTIO:

 Orla (a membrana)
 Ó stio ( o orificio natur al): abertura do hímen
O hímen é uma membrana que possui uma orla e um óstio. O óstio é
um "buraco" (orifício), a orla que vem em volta dele é a membrana
propriamente dita. A membrana possui duas bordas, uma borda fixa,
presa na parede vaginal, e uma borda livre, a qual fica virada para o
óstio.

Hímen dubidativo ou complacente é aquele que, pela elasticidade de


sua membrane e amplitude de seu óstio, permite a conjunção carnal
sem se romper. É támbem chamado de “hímen elástico”.Estes
apresentam distensibilid ade excessiva, entalhes que possibilitam a
ampliação do óstio e membrane exígua, ocorrendo em cerca de 22%
das mulheres.

Ano: 2016 Banca: CESPEÓrgão: POLÍCIA CIENTÍFICA - PEProva:


CESPE - 2016 - POLÍCIA CIENTÍFICA - PE - Médico Legista

De acordo com a himenologia, é correto afirmar que

a) o hímen tem uma face vaginal ou externa e uma face vulvar ou


interna.

b) no hímen, a orla situa-se internamente ao óstio.

c) a borda de inserção, no hímen, relaciona-se com as paredes


vaginais e a borda livre, com o óstio.

d) a prática de ato libidinoso diverso de conjun ção carnal desvirgina


a mulher.

e) o hímen é um folheto epidérmico duplo, entremeado por estroma


conjuntivo, contendo delicadas fibras elás ticas e colágenas,
inervação e vascularização.
R: LETRA C

(PC/PE/2006 – IPAD) Sabendo-se que estatisticamente 22% das


mulheres em nosso meio têm hímen complacente, o diagnóstico desse
tipo de hímen é feito quando encontra -se:

a) Óstio amplo e orla exígua, elástica


b) Óstio exíguo e orla ampla, elástica
c) Óstio e orla amplos, sendo a orla elástica
d) Óstio e orla exíguos, sendo a orla elástica
e) Ausência de orla e óstio
R: Letra A

Diferença entre entalhes e ruptura de hímen:

O diagnóstico é feito de três maneiras. Os entalhes não se estendem


até as bordas da vagina, as rupturas, sim;as bordas da ruptura se
coaptam (se encaixam); as bordas do entalhe não se coaptam porque
jamais pertenceram a um mesmo plano;as bordas da ruptura
apresentam uma cicatriz; as bordas dos entalhes são do mesmo
tecido do hímen. Sob luz ultravioleta, as que forem bordas
cicatriciais (ruptura) apresentar -se-ão pálidas; as que forem bordas
de entalhes apresentar-se-ão mais vermelhas, te ndo em vista a maior
irrigação.

Essas três diferenças são fundamentais para distinguir ruptura de


entalhe.

Local de ruptura:

É muito importante, num laudo pericial, que qualquer pessoa que


leia o laudo possa saber em que parte do hímen ocorreu a ruptura.
Existem alguns parâmetros para identificar em que parte do hímen
se encontram as rupturas.

Existe a classificaçã do mostrador de relógio (ex.: ruptura 2 horas)


que é denominado relógio de Lacassage. Mais recente, existe a
classificação de Oscar Freire, que é chamada classificação de
quadrantes de Oscar Freire, divide a cavidade vaginal em quatro
quadrantes: superior direito, superior esquerdo, inferior direito e
inferior esquerdo. Pelos quadrantes, existem oito pontos para
descrever o local da ruptura no laudo (quatro quadrantes e quat ro
junções).

A preocupação em descrever o local da ruptura é importante, pois,


em 97% dos casos, quando os parceiros se encontram em posição
normal, as rupturas ocorrem nos quadrantes inferiores ou na junção
dos dois quadrantes inferiores.

As rupturas em quadrantes superiores, em princípio, podem ser


produto de manipulação, de trauma, ou de coitos com o parceiro em
posição vertical. Rupturas por manobras masturbatórias só ocorrem
nos quadrantes superiores.

RELÓGIO DE LACASSAGNE:
Tempo da ruptura:

a) Recentíssima: Ocorreu há poucas horas; as bordas estão


sangrantes.

Características: Hímen com rotura, sanguinolento, equimótico e


dolorido.

b) Recente: em cicatrização, ocorreu até 15 dias


atrás.

c) Não recente: ocorreu há mais de 15 dias.

LÂMPADA DE WOOD (ULTRAVIOLETA):

Muito usada em perícias criminais, mostra luminescência azulada em


presença de esperma.

Cuidado! Essa luminescência não é específica para esperma . Pode se


dar luminescência semelhante com outros líquidos biológicos como:
muco, leite, lubrificantes, vaselina, loções para pele e etc. Essas
manchas são sugestivas de presençaa de esperma e não
patognomônicas, trata-se de exame de probabilidade.

REAÇÕES DE PROBABILIDADE: ESPERMA

 FLORENCE – Cristais acastanhados ;


 BARBÉRIO – Cristais amarelados;
 BAECHI – Após a reação de florence, surgem cristais com
tonalidade mais escura.

Laudo de exame de corpo de delito da conjunçãoo carnal:


NOÇÕES BÁSICAS SOBRE ABORTO:

Abortamento é o ato de abortar e aborto é o produto expelido.


Ressalte-se ainda que esse conceito, em Medicina Legal, difere do
da Obstetrícia. Já a definição médico-legal deaborto consiste em
interrupção criminosa da gestação , não importando a idade do
concepto, ato realizado durante a gravidez com intenção de matar
(dolo).

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho


provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro:

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:


Pena - reclusão, de três a dez anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante


não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o
consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência .

Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são


aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios
empregados para provocá -lo, a gestante sofre lesão corporal de
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe
sobrevém a morte.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de


consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante
legal.

De acordo com a legislação vigente, infere -se portanto, que é


permitida a realização de aborto quando hárisco de vida para a
gestanteé o aborto é o único meio para salvá -la (terapêutico ou
necessáo), e quando a gravidez é resultado de um
estupro(sentimental), esse são os únicos tipos de abortos legais .

O aborto também pode ser realizado quando há a comprovação de


que o feto é anencéfalo, ou seja, que o feto não apresenta total ou
parcialmente a calota craniana e o cérebro. Sobre esse último caso, é
importante destacar que a decisão foi tomada pelo Supremo Tribunal
Federal.

Aborto até o terceiro mês não é crime, decide turma do STF:

A maioria dos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal


Federal (STF) mandou soltar cinco médicos e funcionários de uma
clínica clandestina, presos em Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense, em uma decisão que entende não ser crime a
interrupção voluntária da gravidez até o terceiro mês da gestação.

Três dos cinco ministros que compõem o colegiado consideraram que


a interrupção da gravidez até o terceiro mês de gestação não
configura crime. O entendimento não vale para outros casos, mas
abre um precedente inédito no STF sobre o tema.

STF é a questão do feto anencéfalo:

A decisão proferida na ADPF 54 acrescentou nova modalidade que


exclui a hipótese de crime de aborto, qual seja, quando se tratar de
feto anencéfalo. A tese abraçada pelo STF segue a linha adotada pela
medicina, que considera o feto anencéfalo um natimorto cerebral.

Início e término da gravidez :

 Início da gravidez: implantação do embrião no útero – nidação.


 Término da gravidez: Rompimento do saco aminiótico e
saídadas águas.

Para ser considerado aborto a manobra abortiva tem de ser realizada


após a nidação e antes do rompimento do saco aminiótico, será
aborto caso seja realizado nesse intertistício temporal mesmo que o
feto ainda esteja vivo após o abortamento e venha a morrer, depois
desse momento o crime não será de aborto mas sim de homicíd io ou
infanticídio.

Inicio do parto (4 correntes):

1) O parto se inicia com o rompimento do saco aminiotico e saída


das águas – majoritária.

2) Outra corrente afirma que o término da gravidez ocorre com a


dilatação do colo do útero.

3) O parto começa quando o tampão mucoso sai.

4) Com o aumento das contrações uterinas se inicia o parto.

Etapas do parto:

1- Dilatação do orifício do colo uterino – rotura do saco aminiótico –


eliminação do tampão mucoso do colo uterino – aumento na
frequência das contrações da musculatura uterina.

2- Expulsão do concepto ounascituro – feto nascente (está nascendo)


– recém nato (já nasceu) – criança – natimorto.
3- Eliminação da placenta – dequitação – secundamento – eliminação
das secundinas – (anexos embrionários: placenta, s aco aminiótico,
cordão umbilical – alantoide) – majoritário término do parto .
4- Término dos sangramentos decorrentes do parto, Início do
puerpério – Lóquios – Hygino Hercules (minoritário).

DEQUITAÇÃO ou SECUNDAMENTO: O parto só termina com a saída


da placenta do corpo materno.

PUERPÉRIO: Puerpério, também chamado resguardo ou quarentena,


é o nome dado à fase pós-parto em que a mulher experimenta
modificações físicas e psíquicas. Este é o período de tempo que
decorre desde a dequitadura até que os órgã os reprodutores da mãe
retornem ao seu estado pré-gravídico. (Somente depois do parto).

ESTADO PUERPERAL : Estado puerperal, conforme entende o mundo


jurídico. Não existe tal conceito em medicina. É um período em que
ocorre o parto e, terminado, começa o puerpério.Isso acontece em
todos os casos de parto de uma criança viva ou morta. Para afastar a
elementar que havia no antigo tipo de infanticídio (“para ocultar
desonra própria”), os legisladores de outrora criaram outra
elementar “de impossível comprovaç ão técnica – a influência do
chamado estado puerperal. Note: não é puerpério, nem parto, seria
algo que aconteceria durante o parto ou logo após o parto, e seria
capaz de influenciar algumas mulheres a matar seu próprio filho.

O estado puerperal é uma ficção jurídical aplicada nos casos da


mãe, que, sob ainfluência do estado puerperal, mata o próprio
filho durante ou após o parto – Infanticídio. (Durante o parto e
após o parto).

CUIDADO! O estado puerperal não é o mesmo que doenças


puerperais – que podem levar à mulher a imputabilidade (Art 26 CP)
– Ex: depressão pós-parto.
Vestígios de parto vaginal:

1- Lesões recentes (feridas sangrantes ou ainda suturadas) ou


antigas (feridas cicatrizadas) no períneo.

2- Carúnculas mirtiformes, representando resíduos de hímen.

3- Lesões recentes ou cicatrizadas no colo do útero.

Noções de Infanticídio:

Leitura do Art. 123 CP.

O concepto tem que ter nascido vivo.

O recém-nascido tem que ser morto durante o parto ou logo após.

A morte tem de ser provocada pela própria mãe, com ou sem ajuda
de terceiros.

A mãe tem que ter cometido o crime sob a influência do estado


puerperal.

PRINCIPAIS DOCIMÁSIAS:

1-Docimásia Hidrostática Pulmonar de Galeno:

Trata-se de medida pericial, de caráter médico -legal, aplicada com a


finalidade de verificar se uma criança nasce viva ou morta e,
portanto, se chega a respirar.Após a respiração, o feto tem os
pulmões cheios de ar e quando colocados numa vasilhame com água,
flutuam; não acontecendo o mesmo com os pulmões, que não
respiram. Se afundarem, é porque não houve respiração; se não
afundarem, é porque houve respiração e, consequentemente, vida.
Daí, a denominação docimásia pulmonar hidrostática de Galeno. Essa
docimásia pode ter um resultado falso positivo nos cadáveres em
putrefação, diversamente na criança que ocorre uma pneumonia de
aspiração durante o parto. Esse resultado pode ser falso negativo.

Docimásia Hidrostática de Galeno - figura

2-Docimásia Hidrostática gastrointestinal de Breslau:

Docimásia Gastrintestinal De Breslau se baseia na existência de ar


no tubo digestivo, ingressado por deglutição toda vez que o feto
tenha respirado. Nos casos em que durante as manobras de
ressuscitação houver insuflação de ar no estômago do feto, apenas
este órgão flutuará, enquanto que o resto do tubo digestivo afundará
na água.Essa docimásia pode ter um resultado falso positivo nos
cadáveres em putrefação . Docimásia extrapulmonar.
3-Docimásia Microscópica ou Histológica de Balthazar – Lebrunn:

Esta é a prova mais perfeita, pois pode serusada mesmo em pulmões


putrefeitos. Consistem no estudo microscópico do tecido pulmonar
através da técnica histológica comum. Obs: Essa é a docimásia mais
confiável e pode ser repetida várias vezes.

OUTRAS DOCIMÁSIAS:

 AURICULAR/AUDITIVA – DE WREDEN – GELÉE


 NERVO ÓPTICO – DE MIRTO
 VISUAL/ÓPTICA – DE BOUCHUT
 SIÁLICA/SALIVAR – DE SOUZA DINIZ
 DIAFRAGMÁTICA – DE PLOQUET
 FÍSICA – DE ICARD
 QUÍMICA – DE ICARD

Docimásia Diafragmática de Ploquet : quando aberta a cavidade


toracoabdominal, observa-se o músculo diafragma horizontal,
quando houve respiração; ao passo que este pode apresentar
convexidade exagerada das hemicúpulas quando a respiração não
ocorreu. Essa convexidade é devido à pressão exercida pelas
vísceras abdominais. – Já caiu em prova!

Docimásia Auricular De Vreden, Wendt e Gelée : baseaia-se na


ocorrência de ar na cavidade do ouvido médio que lá ingressara
através da tuba timpânica (trompa de Eus táquio) desde que o recém-
nascido tenha respirado. Consiste na punção da membrana
timpânica, com a cabeça do feto mergulhada na água, caso o mesmo
tivesse respirado. Surgirá uma bolha de ar que sobe até a superfície
do recipiente. Já caiu em prova! Em um c aso onde apenas foi
encontrada a cabeça de um feto se o corpo.
PARAFILIAS:

Parafilias são fantasias ou comportamentos frequentes, intensos e


sexualmente estimulantes que envolvem objetos inanimados,
crianças ou adultos sem consentimento.

Existem muitas parafilias. O foco da parafilia pode ser uma


variedade de objetos, situações, animais ou pessoas (como crianças
ou adultos que não deram consentimento). A excitação sexual pode
depender do uso ou presença desse foco. Quando se estabelecem
estes padrões de excitação, habitualmente no final da infância ou
perto da puberdade, eles tendem a durar por toda a vida.É frequente
algum grau de variação nas relações sexuais e nas fantasias de
adultos saudáveis.

Quando as pessoas concordam mutuamente em praticá-los, os


comportamentos sexuais pouco habituais que não causam prejuízo
podem integrar uma relação amorosa e carinhosa. No entanto,
quando os comportamentos sexuais causam angústia ou são
prejudiciais ou interferem com a capacidade da pessoa de
desempenhar funções em atividades rotineiras, eles são
considerados um transtorno parafílico. A angústia pode resultar das
reações de outras pessoas ou da culpa da pessoa por fazer algo
socialmente inaceitável.

Os transtornos parafílicos podem comprometer se riamente a


capacidade de atividade sexual afetuosa e recíproca. Os parceiros
das pessoas com um transtorno parafílico podem sentir -se como um
objeto ou como se fossem elementos sem importância ou
desnecessários na relação sexual.
EXEMPLOS DE PARAFILIAS:

Troilismo: Ato sexual em que participam 3 ou mais pessoas ;


Swapping (Swing) : Troca de parceiros entre dois ou mais casais de
forma consentida;

Gerontofilia (ou cronoinversão) : Pessoa jovem que se sente atraída


por idosos;

Cromoinversão: Atração obsessiva compulsiva por pessoas de outra


cor;

Etnoinversão: Atração obsessiva compulsiva por pessoas de outra


etnia;

Riparofilia: Atração por pessoas sujas, moradores de rua etc;

Dolismo: Atração por bonecos ou mannequins;

Donjuanismo: Personalidade propensa a conquistas amorosas ;

Travestismo: Heterossexuais que se vestem como pessoas do sexo


oposto;

Urolagnia: Atração por urina (ver alguém urinan do, ouvir alguém
urinando etc;

Coprofilia/Escatofilia: Atração por fezes (idem) ;

Clismafilia: Prazer ao inserir água no reto;

Coprolalia: Necessidade de falar ou ouvir coisas obscenas para


obter prazer;
Edipismo: Atração por parentes próximos, incesto;

Bestialismo/zoofilia: Realizar atos sexuais com animais ;


Onanismo: Impulso obsessivo à excitação dos órgãos genitais,
comum na puberdade;

Vampirismo: Prazer na presença de sangue ou ao ingerir sangue ;

Necrofilia: Obsessão em praticar atos sexuais com cadavers;

Sadismo: Desejo e prazer com o sofrimento de outra pessoa ;

Masoquismo: Desejo ou prazer com o sofri mento próprio;

Pigmalianismo: Amor desvairado por estátuas ;

Pedofilia: Predileção erótica por crianças;

Frotteurismo: É uma desordem caracterizada pela excitação sexual


intensa e recorrente resultante de tocar ou se esfregar em uma
pessoa que não consentiu com esse ato;

Mixoscopia/voyerismo: Sensação de prazer ao observer o ato


sexual praticado por terceiros .

A NT R OP O L OG I A FO RE NS E :

Antropologia forense é o ramo da medicina legal, da


antropologia social e do direito. Tem como principal objetivo a
identidade e identificação do ser humano através de um processo
técnico cientifico sistematizado. Utiliza conhecimentos da
antropologia geral, com clara importância na esfera penal.

Determinação da Raça ( Tipo Antropoló gico ):

Caucásico : Pele branca ou trigueira. Cabelos crespos ou lisos,


l o u r o s o u c a s t a n h o s . Íris azul ou castanha . Contorno facial ovoide ou
ovoide poligonal . Perfil facial ortognata ou ligeiramente prognata.

Mongólico : P e l e a m a r e l a , c a b e l o s l i s o s , face achatada de diante


para trá s , fronte larga e baixa, arcadas superciliares pouco
s a l i e n t e s . Espaço inter - orbital largo . Fenda palpebral pouco ampla
em amê ndoa . Nariz curto e largo. Maxilares pequenos e mento
saliente.

N e g r o i d e : P e l e n e g r a . Cabelos crespos em tufos . Crâ nio geralmente


dolicocefalo ( largura do crâ nio tem 4 / 5 d o c o m p r i m e n t o ) . Perfil
facial prognato , fronte alta , saliente e arqueada . Íris castanha . Nariz
pequeno de perfil cô ncavo e narinas curtas e afastadas . Zigomas
salientes . Prognatismo acentuado ( conformaçã o facial com maxila
mais alongada). Mento pequeno.

Observaçã o: CLASSIFICACAO DE OSWALDO ARBENZ

 Leucodermos (brancos)
 Faiodermos (mulatos/morenos)
 Xantodermos (amarelos)
 Melanodermos (negros)

Elementos de caracterizaç ão racial :

 Forma do crâ nio


 Â ngulo facial (Jacquart, Cloquet e Curvier)
 Índice tibio -femural
 Índice radio -umeral
Índice cefálico horizontal :

Dolicocrânio = caucasicos nordicos ( escandinavos , ingleses ),


negroides africanos , berberes , australoides = Índice horizontal =
>74,9

Mesocrânio = mongolicos = Índice horizontal = 74,9 - 80,0

Braquicrânio = caucasicos ( europeus centrais )= Índice horizontal


= > 80

Índice Cefálico Horizontal ( I C H ) : Indica , basicamente , se a cabeç a


de determinada pessoa e mais ou menos larga . De acordo com
Malthus Galvã o , a formula para se determinar o indice cefalico
horizontal e :

ICH = 100 x largura maxima ( Eurio - Eurio ) comprimento maximo


( Glabela - Opistocrâ nio ) - nomenclatura recebida por ocasiã o do
resultado da formula do indice cefalico hori zontal . Assim , visto de
cima para baixo , o crâ nio pode ser : dolicocrânio / dolicocéfalos –
7 4 , 9 ; mesocrânios / mesaticéfalos ( formas medias ) se , por sua vez ,
o resultado da formula der o indice entre 74 , 9 e 80 e formula seja
superior a 80.

E m a l g u m a s situaç õ es descritas na literatura medico - legal , pode - se


encontrar o indice cefalico com a nomenclatura de “ Fórmula de
Retzius”, representada da seguinte maneira:

Formula de Retzius : largura x 100 comprimento do crâ nio .

Índice Transversal Vertica l Posterior (ITVP): Representa ,


basicamente , a maior ou menor altura do crâ nio , visto de tras para a
frente.
I T V P : 100 x altura maxima ( Basio - Bregma ) largura maxima (Eurio-
Eurio)

De acordo com a formula apresentada , o crâ nio visto de tras para a


f r e n t e p o d e s e r c o n s i d e r a d o esternocrânio (alto e estreito), caso o
r e s u l t a d o s e j a m a i o r q u e 9 8 , 0 ; e metriocrânios – rio, caso o valor
e s t e j a e n t r e 9 8 , 0 e 9 1 , 9 e tapinocrânio (baixo e estreito) caso o
valor seja menor que 91,9.

É representado pela percepção que o observador tem ao analisar :

IVL : 100 x altura maxima ( Basio - Bregma ) comprimento maximo


( Glabela - Opistocrâ nio ).

Atraves deste indice , o crâ nio , visto de lado, pode ser chamado de
(altos), caso o resultado represente valor maior do que 75,0;
platicrânio (baixos), caso o valor seja menor do que 69,0 e
mediocrânio ( intermediarios ) se o valor estiver situado entre 75,0
e 69,0.

Utilizando - se das medidas do corpo humano , os cientistas chegaram


ao chamado “indice radioumeral” . É o re sultado da divisã o do
comprimento do radio v e z e s 1 0 0 ( c e m ) p e l o c o m p r i m e n t o d o ú mero .
Nos negros e superior a 80 e nos brancos inferior a 75.

Tal indice utiliza m e d i d a s d o s o s s o s d a p e r n a . É o resultado da


divisã o do comprimento da tibia v ezes 100 pelo comprimento do
f ê mur . Nos brancos e inferior a 83 e nos negros e superior .

Ângulo facial (Jacquart, Cloquet e Curvier) :

Auxiliando na identificação da raça em face de medidas obtidas


n o c o r p o h u m a n o , estã o os ângulos faciais . Todos tê m como pon to
posterior o meato acustico externo , que e o orificio do ouvido .
Importante:

Jacquart: tem como ponto anterior a BASE DA FENDA NASAL .

Cloquet: tem como ponto anterior a LINHA DE IMPLANTAÇÃO DOS


DENTES.

Curvier: tem como ponto anterior a BORDA DOS DENTES.

ÍNDICE DE CLOQUET:

DIFERENÇAS RACIAIS NO CRÂNIO:

1) BRAQUICÉFALOS (PLATIRRINOS): Crânio curto e largo. Têm


nariz achatado, daí a classificação platirrinos (plati –
achatados, rinos – nariz). Raça branca ou negra.

2) DOLICOCÉFALOS (CATARRINOS OU LEPTO RRINOS): Crânio


longo e estreito, resultando um nariz fino e para baixo. Raça
branca ou negra.
3) MESOCÉFALO (MESSORINOS) : Estão em um nível
intermediário. Asiáticos.

Obs: Essas diferenciações são distinções entre raças, e não para


diferenciar os sexos.

Determinação do Sexo

Sexo mé dico - l e g a l : Constatado atraves de uma peri cia medica . Em


esqueleto atraves do estudo da bacia pé lvica .

A bacia pé lvica , sem duvidas , ea melhor estrutura para fazer


diagnóstico diferencial de sexo . O crânio ocupa o segundo lugar.

Análise da bacia e suas classificações:

GINECOIDE: Características femininas. No geral existem menos


proeminências e menos inserções musculares, tendo forma
arredondada e o diâmetro transversal supera a altura da bacia.

ANDROPOIDE: Características masculinas. No geral, possui mais


proeminências, é mais robusta e possui mais ranhuras de inserçoes
musculares. Possui formato de coração e o diâmetro vertical
predomina sobre o horizontal.

PLATIPLENOIDE: Características intermediárias.É considerado raro.

HOMEM:

 Predominam as dimensões verticais;


 Ângulo sancro-vertebral mais saliente .

MULHER:
 Predominam as dimensões horizontais;
 Ângulo sacro-vertebral mais fechado
 Ossatura mais delgada

BACIA MASCULINA E FEMININA:

PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL:

O processo de identificação vem sendo e studado ao longo de muitos


anos. Com o passar dos tempos, os diferentes métodos de
identificação foram mudando, dando lugar a nova s formas de
individualização, métodos modernos capazes de individualizer
alguém com certeza e exatidão.

É a papiloscopia a ciência responsável pela identificação humana


através das papilas térmicas encontradas nas palmas das mãos e dos
pés.

Dentro do estudo de identificação, encontramos a papil oscopia,


método de identificação empregado sobre impressões
papiloscópicas, que, por sua vez, se subdivide em: datiloscopia,
quiroscopia e podoscopia.

A eficiência do sistema datiloscópico está intimamente ligada a três


fundamentais características:

a) Perenidade: os desenhos formados nas polpas dos dedos são


formados no sexto mês de vida ultra -uterina e perduram até a
destruição do ser humano.

b) Imutabilidade: mesmo diante de queimaduras ou cortes, as


cristas papilares não desaparecem, se regenerando-se sem
apresentar qualquer mudança em sua forma .

c) Variedade: o desenho da polpa dos dedos é diferente em cada


ser humano. Até hoje não foram encontradas duas impressões
idênticas.

Espécies de processos de identificação:

Podoscopia: Podoscopia tem origem grega, a palavra podo (pé) +


skopên (examinar). Nada mais é do que a identificação humana
através das papilas dérmicas plantares ou impresses plantares.
Precisando um pouco mais a podoscopia seria o estudo dos
desenhos formados pelas pregas de flexã o e da papila da planta
dos dedos dos pés. Com a finalidade de coleta e identificação de
impressões plantares, a planta do pé é dividida em cinco regiões
anatômicas.

Obs: Quando uma criança acaba de nascer existe uma determinação


para que a equipe de saúde realize a identificação datiloscópia da
mãe, e da criança recém nascida a identificação podoscópica . Essa
identificação podoscopica imprime o desenho plantar num
documento.
É uma exigência do Art. 10 do Estatuto da C riança e do Adolescente.
Seu descrumprimento enseja o crime do Art. 229 do mesmo diploma
legal.

Rugoscopia Palatina: As rugosidades palatinas são formadas no 3º


mês de vida intra-uterina e permanecem na mesma
posiçãodurante toda a vida, possuindo resistência à ação
destrutiva, uma vez cobertas pelas estruturas dentais e esqueléticas.

Apresentam uma grande variabilidade anatômica, sendo


assimétricas na espécie humana, o que diferencia os humanos dos
demais mamíferos, individuais, imutá veis, perenes e passíveis de
serem classificadas, requisitos fundamentais para a identificação
humana, viabilizando sua utilização em ocasiões em que os métodos
classicamente estabelecidos são inviáveis.

Essa ferramenta da Antropologia Forense pode ser ap licada tanto no


cadáver recente como no indivíduo vivo e são várias as formas e
sistemas de classificações existentes.

Conclui-se que a técnica de identificação por meio da rugosidade


palatina é viável, mas, apesar de ser simples, por não exigir
qualquer instrumentação complexa, deixa de ser utilizada por
desconhecimento.

Quiroscopia: É o processo de identificação humana por meio das


impressões da palma da mão, classificada em três regiões: tenar,
hipotênar e superior.

Datiloscopia: Trata-se da identificação e exame das impressões


digitais.Divide-se em datiloscopia civil, responsável pela
identificação de pessoas para fins civis, como expedição de
documentos, por exemplo; e datiloscopia criminal, que identifica
pessoas indiciadas em i nquéritos, acusadas em processos ou em
crimes.

Tendo em vista que os desenhos da crista papilar se formam na


derme, a simples remoção da epiderme não descaracteriza o
desenho formado na ponta dos dedos . Em alguns casos poderá
apenas dificultar a colheita para confronto.No caso de cadáveres, a
impressão digital dura até a fase coliquativa , ou seja, quando a
derme passa a ser destruída pela putrefação do corpo.Somente
torna-se impossível a percepção dos desenhos das polpas dos
dedos no caso de queimaduras de 3º grau, em que há total
destruição de tecidos internos e mais profundos, não havendo
qualquer possibilidade de identificação datiloscópica.

Mesmo no caso de gêmeos univitelinos o desenho formado na polpa


dos dedos é diferente. Trata-se da única forma de individualização
precisa de gêmeos idênticos.

SISTEMA VUCETICH:

Sistema de Vucetich:
No Brasil, a datiloscopia emprega o sistema de Vucetich, que
classifica as impressões datiloscópicas em quatro tipos:

1) Arco: datilograma geralmente adético, formado por linhas que


atravessam o campo digital, apresentando em sua trajetória formas
mais ou menos paralelas abauladas ou alterações caracteristicas;

2) Presilha interna: é o datilograma com um delta à direita do


observador, apresentando linhas que, partindo da esquerda,
curvam-se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando
laçadas;

3) Presilha externa: é o datilograma com um delta à esquerda do


observador, apresentando linhas que, partindo da direita, curv am-
se e voltam ou tendem a voltar ao lado de origem, formando laçadas ;

4) Verticilo: é o datilograma com um delta à direita e outro à


esquerda do observador, tendo pelo menos uma linha livre e curva
à frente de cada delta.

Cada uma das classificações acima apresenta uma subespécie,


baseada em um ângulo com forma pyramidal, oriunda da bifurcação
de uma linha simples ou pela brusca diverg ência de duas linhas
paralelas.

Tal ângulo é denominado na medicinal legal como “ delta”.

Ao examinar uma impressão digital, observam-se linhas pretas,


que correspondem às cristas papilares e linhas brancas, que
correspondem aos sulcos. Tais linhas desenvolvem -se paralelamente,
criando, assim, a impressão digital, com desenhos imutáveis, que
nascem com o indivíduo.
O sistema criado por Vucetich é o utilizado até hoje.A cada
tipo de impressão digital são atribuídos números e uma letra . É a
partir daí que se compõe a fórmula datiloscópica, conhecida como
“Sistema Datiloscópico de Vucetich”.

No arquivamento de Vucetich sã o utilizados os dez dedos das


mãos da pessoa para classificação e arquivamento. Todas as
impressões são coletadas e distribuídas em uma ficha específica, que
contem a sequência polegar, indicador, médio, anular e mínimo.

ENTOMOLOGIA FORENSE:

O que é Entomologia Forense?

A Entomologia Forense é o estudo dos insetos, ácaros e outros


artrópodes, associados, a um cadáver humano para se determinar o
tempo da morte e, quando possível, deduzir as circunstâncias que
cercaram o fato antes do ocorrido ou que s e seguiram depois deste.

É neste ponto que se inserem as Ciências Forenses, entre elas


a Entomologia Forense, cujo estudo permite, muitas vezes,
determinar o tempo de morte (intervalo post morten), localizar
geograficamente eidentificar o corpo da vítima através de seu DNA
presente dentro das larvas de insetos necrófagos (em cadáveres já
em decomposição) cuja identificação pelos tecidos presentes já não é
mais viável devido à lise dos tecidos, entre outras aplicações.

A entomologia forense médico-legal estuda evidências


suscetíveis baseada em estudos de artrópodes em eventos como
assassinato, suicídio, estupro, abuso físico e contrabando. Em
investigações de assassinato, lida com que insetos deposita m ovos
quando e onde, e em que ordem aparecem nos cadáveres. Dito isso,
pode ajudar a determinar o intervalo post mortem (IPM) e local da
morte em questão. Como a maioria dos insetos exibem um certo grau
de endemismo (só existem em determinados locais), ou uma
fenologia bem definida (ativos somente em uma dada estação, ou
etapa do dia), sua presença associada a outras evidências pode
demonstrar potenciais ligações a tempo e local de onde o evento
pode ter ocorrido.

Outra área coberta pela entomologia foren se médico-legal é o


campo relativamente novo de entomotoxicologia. Este ramo
particular envolve a análise de espécimes entomológicos
encontrados em uma cena com o intuito de buscar por diferentes
drogas ou substâncias que possam ter tido um papel na morte da
vítima.

Como os insetos podem ajudar a investigação de um crime?

Quando o crime ocorreu?

• Estimativa do tempo transcorrido após a morte, ou Intervalo


Post Mortem (IPM).
• Baseada no tempo que o inseto leva para desenvolver -se de:

a) ovo (p. ex. Calliphoridae)


b) larva (p. ex. Sarcophagidae), até o estágio no qual ele foi
encontrado no cadáver.
A entomofauna encontrada no cadáver, se analisada, pode dar
algumas importantes informações sobre:

a) Identidade do morto: Pode ser feita com a obte nção do sangue e


dos tecidos do cadáver no interior dos insetos e posterior análise de
DNA para identificação.

b) Causa da morte: Como a velocidade da decomposição é


influenciada por alguns fatores como o local onde a pessoa morreu,
pode-se descobrir se ela foi morta por afogamento, carbonização,
envenenamento, entre outras coisas.

c)Movimentação do corpo: Como a diversidade de insetos


necrófagos é grande até mesmo dentro de uma mesma região, pode -
se deduzir se o corpo foi movimentado.

Isso é possível a partir da coleta e identificação dos insetos


adultos, comparando-os com os que ainda estão imaturos.

d) Uso de toxinas ou drogas: As toxinas ou drogas que estiverem


presentes no corpo em decomposição causam mudanças no
desenvolvimento dos estágios da vida dos insetos que se alimentam
da matéria orgânica.

Essas substâncias também podem ser identificadas no


organismo do inseto.

Mas que tipos de insetos e artrópodes são utilizados nas análises


forenses?

Entre as várias espécies de insetos que estão envolvidas com a


decomposição do corpo, podemos mencionar as que possivelmente já
habitavam o corpo antes do falecimento, como pulgas e piolhos.
A ordem Diptera é a que recebe maior relevância na maioria dos
casos, em razão do fato de que as mos cas são as primeiras a
encontrarem o corpo, então, sempre estão relacionadas ao estágio
inicial da decomposição.

Sinais ou epônimos em Medicina Legal:

Sinal de Ambroise Paré: Pele enrugada e escoriada do fundo do


sulco. Luxação da 2ª vértebra cervical.

Sinal de Amussat: Constituído da seção transversal da túnica íntima


da artéria carótida comum nas proximidades de sua bifurcação.

Sinal de Azevedo Neves: livores punctiformes por cima e por baixo


das bordas do sulco.
Sinal de Berg: determinação das fosfatases = 77,1 mg. VN= 12,1 mg.

Sinal de Bernt: contração delicada dos músculos eretores dos pelos,


tornando os folículos desses pelos salientes (“pele de galinha”).

Sinal de Bonnet: marcas da trama do laço.

Sinal de Bonnet: Rotura das cordas vocais.

Sinal de Boudinier e Levasseur : Aplicação de uma ventosa sobre a


região epigástrica, surgindo reação no vivo em face do esvaziamento
capilar.

Sinal de Brouardel: equimoses retrofaríngeas.

Sinal de Dotto: Rotura da bainha mielínica do vago.

Sinal de Friedberg: sufusão hemorrágica da túnica externa da


carótida comum.

Sinal de Hoffmann-Haberda: infiltração hemorrágica dos músculos


cervicais.

Sinal de Lesser: vesículas sanguinolentas no fundo do sulco;


ruptura da túnica íntima da artéria carótida interna ou externa;
ruptura transversal e hemorragia do músculo tino hióideo.

Sinal de Montalti - presença de fuligem ao longo das vias


respiratórias.

Sinal de Morestin - máscara equimótica da face ou cianose céfalo -


cervical.
Sinal de Morgagni, Valsalva, Orfila, Roemmer: fratura do corpo
hióide.

Sinal de Morgagni: fratura da apófise odontóide do áxis fratura do


corpo de C1 e C2.

Sinal de Neyding: infiltrações hemorrágicas punctiformes no fundo


do sulco.

Sinal de Ponsold: livores cadavéricos, em placas, por cima e por


baixo das bordas do sulco.

Sinal de Ripault : após 8 horas da morte, exercendo -se a pressão


digital lateralmente no globo ocular, pode ocorrer a deformação da
Íris e da pupila.

Sinal de Strassmann: fraturas perfurante (afundamento ósseo)


produzidas por martelo.

Sinal de Valentin: aumento do volume e distensão acentuada dos


pulmões.

Sinal de Ziemke: Solução de continuidade da túnica interna das


veias jugulares.

Sinal do “mapa-múndi” de Carrara: afundamento parcial e uniforme


com inúmeras fissuras, em forma de arcos e meridianos.

Sinal e Thoinot: Zona violácea ao nível das bordas do sulco.

Sinal de Haller: Aumento de volume, rede venosa superficial.

Sinal de Klüge: cianose vulvar.


Sinal de Mac Donal: Flexibilidade do istmo uterino.

Sinal de Oseander: pulsação vaginal, redução das dimensões do colo


uterino, redução dos fundos de sacos vaginais.

Sinal de Puzos: Rechaço vaginal.

Sinal de Reil-Hegar: depressibilidade do istmo.

Prova da Fenolftaleína - A injeção subcutânea braquial produz


pseudo-icterícia bulbar no vivo.

Sinal de Horner: (assimetria da calvária).

Sinal de Spalding: Cavalgamento dos ossos cranianos.

Sinal de Spander: (achatamento da calvária).

Circulação Póstuma de Brouardel - Quando todo o corpo está em


decomposição, impregnado de uma mancha verde, e ocorre a
epidermólise, surgem desenhos vasculares, em forma arborescente
(período gasoso da putrefação).

Docimásia Hidrostática de Galeno - Teste de imersão dos pulmões


para ver se o feto respirou ou não, sendo positivo na flutuação em
água, considerando-se a flutuação do bloco respiratório, de cubos de
pulmão e de um cubo após a compressão submersa.

Marcas de França - Marca ungueal na túnica interna da carótida que


aparece, com freqüência muito baixa, nos cadáveres vítimas de
esganadura.
Pia Pascal - sinal das quatro fraturas = fratura dos terços inferiores
das pernas, dos terços médios dos braços.

Prova de Verderau - Consiste na comparação da relação existente


entre glóbulos brancos e vermelhos de uma lesão (em vida e depois
da morte) com a relação existente com os glóbulos brancos e
vermelhos no sangue.

Prova do Acetato de Chumbo - Um papel molhado de Acetato de


Chumbo fica escuro em contato com a emanação do gás sulfídrico do
cadáver.

Prova do Alfa-Naftil-Amina: Um papel molhado com a Alfa -Naftil-


Amina fica vermelho em contato com os resíduos sulfurados e
nitratos da pólvora combustão.

Prova ou reação de Colossanti - O macerato é tratado com 10 gotas


de sulfato de cobre a 2%. O resultado positivo é indicado pela
coloração verde-esmeralda. Esta prova é usada para identificar
manchas de saliva.

Prova para mancha de Sangue : Cristais de Strzyzowski: macerato


ou raspas da mancha sobre lâmina recoberta de lamínula, reativo
(partes iguais de álcool, água destilada, ácido acético e duas partes
de iodo hídrico) no calor até a ebulição. Positiva quando aparecem
cristais rombóides, de cor acaju de pequeno tamanho. Esta prov a é
sensível, podendo ser usada em manchas velhas com resultados
satisfatórios.

Sinal de Stenon Louis: fino véu (poeira) que recobre a superfície da


córnea.

Sinal da forcipressão química de Icard : Pinça-se a pele, flui uma


serosidade que no vivo é alcalina (neutra) e no morto é ácida.

Sinal da Linha Argêntea: Escoriação produzida por um laço no


fundo de um sulco.

Sinal de abdução do pé: O pé virado para fora é indicativo de


fratura femural.

Sinal de Amussat-Hoffman: Solução de continuidade dispos ta na


túnica íntima ou interna, junto à bifurcação da carótida
(enforcamento).

Sinal de Benassi: Impregnação de pólvora e chumbo na tábua óssea


do crânio nos tiros disparados à curta distância ou encostados.

Sinal de Bonnet: Também conhecido como sinal d o “EMBUDO” OU


SINAL DO FUNIL, caracteriza o orifício de entrada e de saída em
tábua óssea do crânio.

Sinal de Brissemoret : Anebard - Faz-se biópsia de fígado e baço


com um trocador e constatase a sua acidez com papel de tornassol.

Sinal de Chambert: Bolhas ou flictemas que aparecem nas


queimaduras de 2º grau.

Sinal de Chistinson : Eritema que aparece nas áreas de queimaduras


de 1º grau.

Sinal de De-Dominices: É o mesmo princípio do sinal antes citado,


sendo que se escarifica a pele (abdome).

Sinal de Devergie: Posição de boxeador, assumida pelos cadáveres


vítimas de queimaduras graves e carbonização.
Sinal de Friedberg: Sufusão sangüínea da túnica externa ou
adventícia da carótida primitiva (enforcamento).

Sinal de Hoffmann: Caverna formada no subcutâneo, pela expansão


de gases nos tiros disparados com o cano da arma encostado à pele.

Sinal de Imbert: Coloca-se o paciente em repouso e contam -se as


pulsações radicais. Em seguida, manda -se que ele fique apoiado na
referida perna ou que segure um peso com o braço ofendido. Quando
a dor alegada é real, há aumento das pulsações.
Sinal de Janezic-Jelacic: Diferencia as queimaduras pós morte e
vital, por esta última apresentar exsudato leucocitário na zona
atingida.

Sinal de Labord: Introduz-se uma agulha de aço bem polida no


tecido e após 30 min., retira-se a agulha. No caso de morte,
permanece o brilho metálico.

Sinal de Lecha-Marzo: Coloca-se nos globos oculares o papel azul de


tornassol. Fecham-se as pálpebras por 3 minutos. Se há acidez
(morte), há mudança de tonalidade.

Sinal de Levi: Contração da pupila ao pressionar-se um ponto


doloroso no corpo do paciente.

Sinal de Levi: Pede-se ao examinado que olhe a distância, e, no local


referido como ponto doloroso, faz -se uma compressão quando a dor
existe, verificam-se contrações e dilatações das pupilas.

Sinal de Lichtemberg : Lesão arboriforme ou dardítica


correspondendo à passagem de corrente elétrica naquele segmento
anatômico.
Sinal de Mankof: Contagem prévia do pulso radial, compressão no
ponto doloroso, e nova contagem do pulso. Na existência de dor há
aumento dos batimentos.

Sinal de Morell-Lavellé: Derrames linfáticos produzidos quando de


contusões tangenciais ou escoriações produzidas em vida.

Sinal de Müller: Marca-se a região onde a dor é referida. Comprime


com o dedo o ponto que não seja sensível, a dor rapidamente passa
ao comprimir o ponto doloroso. Quando há simulação o paciente não
percebe a mudança.

Sinal de Nerio Rojas: Também conhecido como sinal do


dilaceramento crucial, que se caracteriza pelo rasgão em forma de
cruz, no orifício de entrada de projétil de arma -de-fogo causadono
tecido da roupa.

Sinal de Niles: Hemorragia petrosa do temporal (rochedo) que


aparece com certa freqüência no afogamento.

Sinal de Paltauf: Manchas equimóticas subserosas (asfixias, mais


freqüentes no afogamento).

Sinal de Puppe Werkgartner : Marca do cano da arma tatuada ao


redor do orifício nos tiros encostados.

Sinal de Rebouillat : abolição da motilidade e do tônus muscular ( 1


ml éter + ácido picnico = ( IM = coxa).

Sinal de Romberg: Desequilíbrio do corpo quando o paciente é


colocado em posição ereta com os calcanhares unidos e olhos
fechados, usado de rotina nas perícias de embriaguez.
Sinal de Sílvio Rebelo: Introduz-se um fio corado pelo azul de
tornassol, através de uma agulha, numa dobra de pele e o fio fica
amarelado se há acidez (morte).

Sinal de Sommer-Lacher: Mancha acastanhada horizontal,


correspondente à dimensão da fenda palpebral, na conjuntiva bulbar,
indicativo de morte não recente.

Sinal de Tardieu: Equimoses punctiformes subserosas (asfixias).

Sinal de Vargas Alvarado: Hemorragia da lâmina crivosa do


etmóide, que aparece com muita freqüência no afogamento e
permanece mesmo após a putrefação.

Sinal de Widler: conteúdo do estômago colocado em um tubo de


ensaio forma três camadas superior (espuma); intermediária
(aquosa) e a inferior (sólida).

Sinal do enxugamento de Chavigny : O mesmo que zona de enxugo


produzida pelos projéteis de arma -de-fogo quando atravessam a
pele.

Sinal do Hematoma Bi-orbitário: Indicativo de lesão traumática do


seio cavernoso.

Sinal do Pontilhado Tenar : Indicativo de incrustações de pólvora


combustão na mão que disparou arma de fogo.

Sinal ou marca elétrica de Jellinec k: Queimadura por corrente


elétrica, com leito deprimido e aspecto branco amarelado.

Vísceras de Lacassagne: Congestão plurivisceral.


Pia Pascal: sinal das quatro fraturas = fratura dos terços inferiores
das pernas, dos terços médios dos braços.

Prova de Iturrioz: moldagem de parafina pastosa nas mãos do


suspeito de apresentarem impregnações de microvestígios de
pólvora.

Prova de Magnus: dar um laço na extremidade de um dos dedos.

Prova de Ott: consiste em aproximar a chama de uma vela à pele de


um indivíduo supostamente morto.

Prova de Verderau: consiste em comparar a relação existente entre


as hemácias e leucócitos da lesão suspeita tomando como parâmetro
esses elementos figurados do sangue de outra regiãoqualquer do
corpo.

Sinal de Stenon Louis: fino véu (poeira) que recobre a superfície da


córnea.

Sinal de Donne: incoagulabilidade do sangue é um sinal de morte.

Sinal de Rebouillat : abolição da motilidade e do tônus muscular ( 1


ml éter + ácido picnico = ( IM = coxa) .

Sinal de Widler: conteúdo do estômago colocado em um tu bo de


ensaio forma três camadas superior (espuma); intermediária
(aquosa) e a inferior (sólida).

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