Solo Cimento

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

Adição de Solo Cimento para Melhoria da Resistência da Camada

para Maior Economia na Fundação


Eduardo de Castro Bittencourt
ITPAC – PORTO, Porto Nacional, Brasil, [email protected]

Igor Guilherme Silva Santos


ITPAC – PORTO, Porto Nacional, Brasil, [email protected]

Tertuliano Nunes da Silva Filho


ITPAC – PORTO, Porto Nacional, Brasil, [email protected]

Cleber Decarli de Assis


ITPAC – PORTO, Porto Nacional, Brasil, [email protected]

RESUMO: A fundação é um dos principais elementos de uma obra, pois a mesma é responsável por
transmitir as cargas da superestrutura para o solo. Tendo em vista que ela está inserida na camada
de solo, o conhecimento dos parâmetros de resistência do mesmo é de fundamental importância
para a projeção das dimensões da infraestrutura. Uma das metas do engenheiro civil num
empreendimento é obter um projeto econômico. Diante disto, a finalidade deste trabalho é a
obtenção de uma maior economia na fundação superficial com a adição de uma camada de solo
cimento, resultando na melhoria dos parâmetros de resistência da mesma e consequentemente,
maior capacidade de carga do sistema solo-sapata. Através do ensaio de cisalhamento direto, foi
realizada uma comparação dos parâmetros de resistência do solo de uma amostra indeformável e do
mesmo solo com adição de cimento para duas proporções, com 14 e 21 dias de cura, além de
realização do ensaio de compressão axial para análise do desempenho do solo natural e com adições
de cimento em duas proporções. Por fim, foi efetuado o ensaio de adensamento nos corpos de prova
com aditivo para observar seus comportamentos quanto à deformação. Em sequência foi simulada a
projeção de uma fundação superficial na região central de Porto Nacional-TO, tanto com os
parâmetros do solo no estado original, quanto com a adição de cimento nas duas proporções. O
resultado foi uma otimização na capacidade de carga com o aditivo no solo, resultando num projeto
mais econômico tendo em vista que as dimensões da fundação foram reduzidas, ocasionando a
redução da área de aço na fundação.

PALAVRAS-CHAVE: Capacidade de Carga, Fundação, Solo Cimento, Solo-Sapata.

1 INTRODUÇÃO Em virtude da complexidade do solo, é


normal que se encontre situações em que ele
A resistência do sistema solo-sapata é não consiga atender as exigências contidas no
diretamente ligada aos parâmetros da camada projeto. Em regiões onde os terrenos não se
de solo, em que as dimensões da fundação irão adequam ao projeto, a melhoria dos mesmos
depender de tais fatores. Devido à natureza não resulta numa alternativa viável para o objetivo
homogênea do solo, muitas vezes os valores de do empreendimento (BRESSANI, 1990).
capacidade de carga não são aceitáveis para Dentro deste contexto, a melhoria do solo em
projeto, sendo necessária a adição de algum terrenos com características de resistência não
composto para melhoria dos parâmetros da adequadas para projeto, com adição de
camada, para que se tenham maiores valores de compostos para a melhoria do mesmo, torna-se
capacidade de carga e maior economia na uma alternativa viável para adequação do
fundação (BOSZCZOWSKI et al. 2010). projeto.
Quando num empreendimento é observado obtenção da capacidade de carga do sistema, a
que as características do solo natural não são qual considera a forma da sapata, onde B na
atendidas no quesito capacidade de carga, faz-se equação (1) é o lado da fundação rasa.
necessária a melhoria das características do
mesmo para a viabilização da obra (1)
(BOSZCZOWSKI et al. 2010).
Para Consoli (2003) a técnica de utilização de
Através da equação (1) pode-se concluir que
solo cimento é realizada com o intuito de obter
os parâmetros de resistência agem de forma
materiais geotécnicos que sejam compatíveis
direta na obtenção da capacidade de carga do
para estruturas de obras civis no geral, como
sistema. Pode-se concluir que quanto maiores
fundações superficiais.
tais parâmetros, maior capacidade de carga terá
A prática de adição de solo cimento é uma
o sistema solo-sapata.
técnica eficaz para melhoria do solo, em que
Para Vesic (1975) é conveniente que se use
resulta no aprimoramento das características de
os fatores de forma através de De Beer (1967,
resistência do mesmo. Ismail (2007) mostra que
apud Vesic, 1975), em que se considera não
a adição de cimento Portland em pequenas
somente a forma da sapata, mas também o
porções é vantajosa devido à observância de
ângulo de atrito do solo, como demonstrado na
melhorias no comportamento mecânico de
Tabela 1.
amostras artificialmente cimentadas.
De acordo com Dupas e Pecker (1979), a Tabela 1. Fatores de forma de De Beer (1967, apud
melhoria dos solos devido à aplicação de Vesic, 1975).
cimento Portland é amplamente utilizada como
uma camada de suporte para diversos Sapata Sc Sq S
empreendimentos.
O presente trabalho teve como objetivo Corrida 1,0 1,0 1,0
apresentar um estudo da melhoria do solo com
aplicação do cimento, para posteriormente Retangular 1+(B/L).(Nq/Nc) 1+(B/L).tg∅ 1- 4.(B/L)
realizar a simulação de um projeto de fundação
rasa na cidade de Porto Nacional-TO, Quadrada/Circular 1 + (Nq/Nc) 1 + tg∅ 0,60
observando os benefícios econômicos na
infraestrutura devido a otimização dos
parâmetros de resistência da camada de solo. 3 MATERIAIS E MÉTODOS

A fundação a ser simulada é localizada na


2 MÉTODO DE CÁLCULO DE região central de Porto Nacional, a qual
CAPACIDADE DE CARGA abrigará futuramente uma edificação. Para o
presente estudo foram efetuadas análise
No momento em que é aplicada uma força granulométrica, massa específica, além de
vertical de compressão P no topo da sapata, ensaios de compressão axial, como a NBR-5739
tensões resistentes no solo são geradas. Caso tal (2007) preconiza, adensamento conforme a
força aumente gradativamente, a tensão NBR-12007 (1990) e cisalhamento direto.
provocada resultará no surgimento de uma Todos os ensaios foram realizados no
superfície de ruptura, e na iminência de ruptura, laboratório do ITPAC-PORTO (Instituto
a carga correspondente à resistência limite do Presidente Antônio Carlos).
solo-sapata é denominada capacidade de carga Para obtenção do perfil do solo de tal local
da fundação (VELLOSO E LOPES, 2011). foi utilizada sondagem a percussão, de acordo
com a NBR-6484 (2001). O aditivo usado para
2.1 Forma da Sapata a obtenção do solo-cimento foi o cimento
Portland composto (CPII–Z–32), nas
Com base em experimentos, Terzaghi e Peck proporções de 1:10 e 1:15. Para compactação o
(1967) criaram uma equação geral para a método utilizado foi o proctor normal, para
posteriormente curar os corpos de prova com 4.2 Ensaio de Compressão Axial
aditivos para 14 e 21 dias.
A modelagem dos corpos de prova foi efetuada
3.1 Caracterização do Local de acordo com a NBR-5738 (2008), onde três
corpos de prova, para o solo natural
Segundo (Gorayeb 1996, Gorayeb et al. 2000) a indeformado, com aditivo em proporção 1:10 e
cidade de Porto Nacional é formada por 1:15, foram submetidos a compressão axial para
granulitos enderbitos, máficos, kinzigitos e curas de 14 e 21 dias. Os Quadros 1 e 2
raros mobilizados charnockíticos. representam os resultados do ensaio para os três
diferentes tipos de corpos de prova.
3.1.1 Sondagem à Percussão
A sondagem à percussão (SPT) é o método de Qaudro1. Resultado Compressão Axial 14 dias.
COMPRESSÃO AXIAL 14 DIAS
investigação geotécnica mais difundida no
Proporção Área
Brasil, em que os resultados de resistência à Tipo C.P de

C.P
Carga
(tf)
C.P
Compressão
(MPa)
Média
(MPa)
Cimento (mm²)
penetração são usados para fins de projeto de
1 0,66 7814,78 0,83
fundação. Para esse estudo foram realizadas 3 Natural 0 2 0,78 7814,78 0,98 0,92
sondagens, efetuadas até a profundida de 7,28 3 0,77 7814,78 0,97
metros para 2 furos, já que houve a Adição 1 0,86 7814,78 1,08
impossibilidade de descida do trado helicoidal e de
01:15 2 0,87 7814,78 1,09 1,09
Cimento
do revestimento para a circulação de água. No 1:15 3 0,88 7814,78 1,1
terceiro furo a penetração atingiu a cota de 4,22 Adição 1 1,74 7814,78 2,18
de
metros onde o motivo de paralisação foi o Cimento
01:10 2 1,46 7814,78 1,83 2,04

mesmo citado nos dois primeiro furos. 1:10 3 1,68 7814,78 2,11

Quadro 2. Resultado Compressão Axial 21 dias.


COMPRESSÃO AXIAL 21 DIAS
4 RESULTADOS
Proporção Área
Tipo N° Carga Compressão Média
de C.P
C.P C.P (tf) (MPa) (MPa)
Cimento (mm²)
4.1 Composição Granular e Massa
1 0,8 7814,78 1
Específica do Solo
Natural 0 2 0,91 7814,78 1,14 1,03

3 0,74 7814,78 0,93


Como já citado, o solo designado para o estudo
Adição 1 0,95 7814,78 1,19
é oriundo de um terreno que se localiza no de
01:15 2 1,07 7814,78 1,34 1,23
centro da cidade de Porto Nacional- TO. Em Cimento
1:15 3 0,91 7814,78 1,14
que o mesmo é classificado como uma argila
1 2,04 7814,78 2,56
arenosa com pedregulho, contendo massa Adição
de
01:10 2 2,06 7814,78 2,58 2,54
específica real de 28.2 kN/m³. A Figura 1 Cimento
1:10 3 1,96 7814,78 2,46
representa a curva granulométrica do material.

Através dos resultados do ensaio de


compressão axial, pode-se concluir que houve
uma grande melhoria na resistência à
compressão do composto solo-cimento, em
especial na proporção 1:10.

4.3 Ensaio de Adensamento

Conforme a NBR 12007 (1990) preconiza, foi


realizado o ensaio de adensamento,
determinando em sequência a curva de
adensamento no solo no seu estado natural, a
Figura 1. Distribuição granulométrica. qual é representada na Figura 2.
1,1 0,7

Índice de Vazios
1 0,6
Índice de Vazios

0,9 0,5
0,8 0,4
0,7 0,3
0,6 0,2
0,5 0,1
0,4 0 1 10 100
0 1 10 100 Logaritmo da Tensão (MPa)
Logaritmo da Tensão (MPa)
Figura 5. Deformação do solo com proporção 1:15.
Figura 2. Curva de adensamento do solo natural.
Pelos resultados apresentados pôde-se inferir
Posteriormente, foi mensurada a tensão de que não ocorreu deformação em nenhum dos
pré-adensamento pelo método Pacheco e Silva, corpos de prova, tendo índice de vazios
resultando no valor de 0,88 MPa, como constantes de 0,215 e 0,355 para as proporções
ilustrado na Figura 3. de 1:10 e 1:15 respectivamente.

4.4 Ensaio de Cisalhamento Direto

Para a obtenção de pares de parâmetros de


resistência da camada, foi utilizado o ensaio de
cisalhamento direto não drenado, com isso,
coesões e ângulos de atritos foram calculados
com base em tensões totais tanto para o solo no
seu estado natural, como para as duas
proporções de aditivo cimentante.
A Figura 6 demonstra os valores de coesão
c e ângulo de atrito ∅ da amostra indeformada,
obtidos através do ensaio de cisalhamento
direto.
Figura 3. Tensão de pré-adensamento do solo natural.

Em seguida foi determinada a deformação do


solo para as duas proporções de 1:10 e 1:15
com 14 dias de cura. Os mesmos são
representados pelas Figuras 4 e 5
respectivamente.

0,7
Índice de Vazios

0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
Figura 6. Tensão cisalhante x Tensão normal para o solo
0,1 natural.
0 1 10 100
Logaritmo da Tensão (MPa) Já nas Figuras 7 e 8 são demonstrados os
resultados obtidos das amostras com solo
Figura 4. Deformação do solo com proporção 1:10.
cimento em proporção de 1:15, em que as
amostras tiveram 14 e 21 dias de cura.

Figura 10. Tensão cisalhante x Tensão normal para solo


com proporção 1:10 com 21 dias de cura.

4.5 Simulação numérica para capacidade de


Figura 7. Tensão cisalhante x Tensão normal para o solo carga do solo
com proporção 1:15 com 14 dias de cura.
Após a obtenção dos ângulos de atrito e coesão
para a amostra indeformada e com proporção de
1:10 e 1:15 de solo-cimento, ambas com 21 dias
de cura, foi realizada uma simulação numérica
para cálculo das tensões de ruptura para os três
modelos de perfil de solo.
Para esta simulação foi considerado um pilar
quadrado com dimensões de 30x30cm, sendo
aplicado no mesmo uma carga P de 1000kN. A
sapata foi fixada a dois metros de profundidade,
além do material ter consistência dura e
estabelecido na cota abaixo da sapata, com 0,5
Figura 8. Tensão cisalhante x Tensão normal para o solo metros de profundidade.
com proporção 1:15 com 21 dias de cura.
Primeiramente foi calculado o lado da sapata,
através da carga P e tensão admissível do solo
Para os corpos de provas com proporção de
de 300kPa, sendo obtido um valor de 1,85
1:10 de solo-cimento, os resultados de coesão e
metros. Em seguida foi calculada a tensão de
ângulo de atrito para cura de 14 e 21 dias são
ruptura para a amostra indeformada, em que o
representados respectivamente pelas Figuras 9 e
ângulo de atrito e coesão foram respectivamente
10.
35º e 1,6 kPa. Foi utilizada a equação proposta
por Terzaghi e Peck (1967) para capacidade de
carga, fatores de forma de De Beer (1967, apud
Vesic, 1975) e fatores de carga de (Vesic,
1975). O valor obtido para esta amostra para
capacidade de carga admissível foi 1002,2 kPa.
Posteriormente foi calculada a capacidade de
carga admissível para o solo-cimento 1:10, o
qual resultou no valor de 2341,1 kPa. Por
último foi obtida capacidade de carga para o
solo-cimento 1:15, resultando no valor de
1654,67 kPa.
Tendo os valores de todas as 3 capacidades
Figura 9. Tensão cisalhante x Tensão normal para o solo de carga, foram redimensionadas as medidas da
com proporção 1:10 com 14 dias de cura.
fundação para posterior comparação das áreas
de aço de cada sapata.
Para a amostra indeformada, foi obtido 1 REFERÊNCIAS
metro para o valor do lado da sapata, resultando
numa área de aço de 6,71 cm². Para a amostra ABNT (1990). NBR-12007. Solo – Ensaio de
de solo-cimento 1:10 teve como 0,65 metros o adensamento unidimensional. Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT). Rio de Janeiro.
lado da sapata, ocasionando numa área de aço ABNT (2001). NBR-6484. Solo – Sondagens de simples
de 4,36 cm². Por fim, para a sapata de solo- reconhecimento com SPT – Método de ensaio.
cimento 1:15, teve 0,8 metros de lado, gerando Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
uma área de aço de 5,37 cm². Rio de Janeiro.
A Figura 11 abaixo demonstra os valores das ABNT (2007). NBR-5739. Ensaio de compressão de
corpos-de-prova cilíndricos. Associação Brasileira de
bases da sapata de acordo com o tipo de solo. Normas Técnicas (ABNT). Rio de Janeiro.
ABNT (2008). NBR-5738. Concreto – Procedimento
2,5 para moldagem e cura de corpos-de-prova.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
2 Rio de Janeiro.
1,5 Bressani, L. A. (1990). Experimental properties of
bonded soils. 186 f. Tese de Doutorado em
1 Engenharia Geotécnica, Universidade de Londres.
TENSÃO (MPa) 1990.
0,5
Boszczowski, R. B., Sanchez, P. F. e Lazarim, T. P.
0 BASE SAPATA (2010). Melhoramento e Tratamento de Solo Argiloso
(M) com uso de Poliuretano Rígido Para Aplicação em
Reforços de Fundações. B.Sc.Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS. 2010.
Consoli, N.C. (2003). Behavior of compacted soil-fly ash-
carbide lime-fly ash mixtures. Journal of Geotechnical
and Geoenvironmental.
Dupas, J. M e Pecker, A. (1979). Static and dynamics
Properties of Sand-cement, Journal of Geotechincal
Figura 11. Tensão de ruptura x base da sapata. Engineering dividion.
Gorayeb P.S.S. (1996). Petrologia e evolução crustal das
rochas de alto grau de Porto Nacional-TO. Tese de
Doutorado, Universidade Federal do Pará, 262 p.
5 CONCLUSÕES Gorayeb P.S.S., Moura C.A.V., Barros G.R. (2000). Pb-
Pb zircon ages of the Porto Nacional high-grade
A adição de cimento no solo para melhoria da metamorphic terrain, northern portion of the Goiás
capacidade de carga do solo é uma alternativa Massif, Central Brazil. Rev. Bras. Geoc., 30:190-194.
Ismail, M A. (2007). Effect of cement type on shear
viável em termos econômicos, em situações que behavior of cemented calcareous soil. Journal of
o solo não se adequa as condições de projeto. Geotechnical and Geoenvironmental Engineering.
Com o presente estudo, observou-se uma Terzaghi, K. e Peck, R.B. (1967). Soil mechanics in
melhoria significativa na capacidade de carga engineering practice. New York: John Willey e
do solo, especialmente com a proporção de Souns.
Velloso e Lopes. (2011). Fundações. (critérios de
solo-cimento 1:10, resultando numa redução projeto, investigação do subsolo, fundações
expressiva nas dimensões da sapata, reduzindo superficiais e fundações profundas). São Paulo:
desta forma a área de aço na fundação. Oficina de Textos, 2011. Volume 1.
Vesic, A. S. (1975). Foundation Engineering Handbook.
New York: Van Nostrand Reinhold.
AGRADECIMENTOS

Os autores do presente trabalho agradecem o


apoio do ITPAC-PORTO, que sem ele não seria
possível a realização dos ensaios em
laboratório, não esquecendo de citar o auxilio
do amigo e professor Cleber Decarli de Assis,
que sempre nos apoiou em projetos científicos.

Você também pode gostar