Introdução ao Levantamento de Dados

O levantamento de dados é uma etapa fundamental para a

construção de um banco de dados eficiente. Ele envolve a coleta,
organização e análise de informações relevantes que serão utilizadas
para modelar e estruturar o banco de dados. Sem um levantamento
de dados bem executado, é comum que o banco apresente
inconsistências, duplicações ou mesmo lacunas que podem
comprometer o desempenho e a utilidade do sistema.

Objetivo

O principal objetivo do levantamento de dados é garantir que todas

as necessidades da aplicação ou negócio sejam atendidas. Isso inclui
identificar as fontes de dados, os tipos de informações que precisam
ser armazenadas, as relações entre os dados e os processos que vão
utilizá-los. Com isso, podemos:

● Evitar redundâncias: A duplicação de dados pode causar

inconsistências e ocupar espaço desnecessário.

● Garantir integridade: O levantamento bem-feito assegura

que os dados estejam relacionados de forma coerente e
correta.

● Otimizar desempenho: Quando os dados são estruturados

corretamente desde o início, as consultas e operações no banco
de dados são mais rápidas e eficazes.

● Facilitar a manutenção e expansão: Um banco de dados

bem planejado é mais fácil de modificar e expandir à medida
que novas necessidades surgem.

A Importância

A eficiência de um banco de dados está diretamente ligada à

qualidade do levantamento de dados. Ele define os requisitos e
restrições do sistema, além de ser a base para a criação de tabelas,
relações e chaves que garantem a integridade e o bom
funcionamento da aplicação.

Portanto, o levantamento de dados é um processo crítico para que o

banco de dados seja não apenas funcional, mas também flexível e
escalável ao longo do tempo.

O que é Levantamento de Dados?

O levantamento de dados é o processo de coleta e análise de

informações com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de sistemas
e soluções tecnológicas. Essa etapa inicial é essencial para garantir
que os dados sejam precisos, completos e relevantes para as
necessidades do projeto ou negócio.

Introdução ao Processo

O processo de levantamento de dados envolve diversas atividades,

como:

● Identificação das fontes de dados: A primeira etapa é

determinar de onde as informações serão coletadas. As fontes
podem incluir sistemas legados, arquivos físicos, bases de
dados existentes, formulários de entrada de dados ou até
entrevistas com usuários e especialistas.

● Coleta de dados: Após identificar as fontes, o próximo passo é

reunir as informações necessárias. Isso pode ser feito por meio
de técnicas manuais ou automatizadas, como questionários,
pesquisas online, captura de dados em tempo real, entre
outras.

● Organização e estruturação: Os dados coletados precisam

ser organizados de forma lógica e clara, geralmente utilizando
ferramentas e métodos como planilhas, bancos de dados
relacionais ou modelos de entidades e relacionamentos (ER).

● Validação: Antes de utilizar os dados no desenvolvimento de

sistemas, é crucial verificar sua precisão e consistência,
eliminando possíveis erros, duplicações ou informações
desatualizadas.

Importância para o Desenvolvimento de Sistemas

O levantamento de dados é fundamental para garantir que as

soluções tecnológicas sejam desenvolvidas com base em informações
reais e alinhadas às necessidades dos usuários ou do negócio. Sem
dados corretos e relevantes, o sistema pode apresentar falhas, gerar
relatórios imprecisos e até comprometer a eficiência de processos
automatizados.

Por meio de um levantamento de dados bem estruturado, é possível

criar soluções tecnológicas que:

● Apoiem a tomada de decisões: Dados confiáveis permitem a

criação de relatórios e análises precisas, que orientam as
decisões estratégicas.
 ● Melhorem a experiência do usuário: Entendendo o
comportamento e as necessidades dos usuários, os sistemas
podem ser mais intuitivos e eficazes.

● Otimizem processos: Com dados bem organizados, é possível

automatizar processos e reduzir o tempo gasto em atividades
manuais.

Portanto, o levantamento de dados é uma fase crítica no

desenvolvimento de qualquer solução tecnológica, garantindo que as
informações estejam alinhadas com os objetivos do projeto e
contribuam para o sucesso das implementações.

Principais Técnicas de Levantamento de Dados

1. Entrevistas

Definição

Entrevistas são conversas estruturadas realizadas com stakeholders

(partes interessadas) para coletar informações detalhadas sobre as
necessidades, expectativas e requisitos relacionados ao projeto. Essa
técnica é muito utilizada no levantamento de dados, pois permite
extrair dados qualitativos e compreender o ponto de vista de quem
está diretamente envolvido no desenvolvimento ou uso da solução
tecnológica.

Objetivos

O principal objetivo das entrevistas é obter um entendimento

profundo sobre os requisitos e problemas enfrentados pelos
stakeholders, que podem incluir usuários finais, gestores de projeto,
clientes e outros envolvidos no sistema. As entrevistas ajudam a:

● Esclarecer requisitos funcionais e não funcionais do sistema.

● Identificar problemas ou oportunidades de melhoria nos

processos atuais.

● Coletar ideias e sugestões para o desenvolvimento de novas

soluções.

Tipos de Entrevistas

Existem diferentes tipos de entrevistas que podem ser conduzidas

durante o levantamento de dados:

● Estruturadas: Com perguntas previamente definidas e

organizadas em uma sequência lógica. Esse tipo garante que
 todos os entrevistados respondam às mesmas questões,
facilitando a comparação de respostas.

● Semiestruturadas: Há uma lista de perguntas, mas o

entrevistador tem a liberdade de explorar outros tópicos à
medida que a conversa se desenvolve. Esse tipo de entrevista
oferece mais flexibilidade e pode revelar informações
inesperadas.

● Não estruturadas: Sem perguntas predefinidas, o

entrevistador conduz a conversa de forma livre, permitindo que
o entrevistado discuta o que achar mais relevante. Esse tipo é
útil para coletar uma visão ampla ou inicial sobre o tema.

Vantagens

● Informações detalhadas: As entrevistas permitem explorar

em profundidade os problemas e expectativas dos
stakeholders.

● Flexibilidade: Durante a entrevista, o entrevistador pode

adaptar as perguntas com base nas respostas, obtendo insights
mais ricos.

● Personalização: Cada entrevista pode ser ajustada ao perfil do

entrevistado, considerando sua função e nível de envolvimento
com o projeto.

Desvantagens

● Demorado: Conduzir entrevistas pode ser um processo longo,

especialmente quando há muitos stakeholders a serem
entrevistados.

● Subjetividade: As respostas podem refletir as percepções e

opiniões pessoais dos entrevistados, o que nem sempre
corresponde à realidade objetiva.

● Custo: Pode ser um método mais caro, dependendo do número

de entrevistas e do tempo necessário para prepará-las e
analisá-las.

Boas Práticas

● Preparação: Definir claramente os objetivos da entrevista e

preparar perguntas relevantes antes da sessão.

● Condução: Manter a entrevista dentro do escopo planejado,

mas estar aberto a explorar questões novas que surgirem.
 ● Registro: Registrar todas as respostas, seja por meio de
anotações ou gravações (com a permissão do entrevistado),
para garantir que todas as informações sejam documentadas
corretamente.

Principais Técnicas de Levantamento de Dados

1. Entrevistas

(Conteúdo já apresentado acima)

2. Questionários

Definição

Os questionários são um método estruturado de levantamento de

dados no qual um conjunto de perguntas é enviado a um grupo de
pessoas para obter respostas específicas. Esta técnica é
especialmente útil quando se deseja coletar dados de muitas pessoas
de forma padronizada, sendo amplamente usada para obter uma
visão quantitativa sobre um determinado tema.

Objetivos

O questionário visa coletar informações de um grande número de

pessoas em um formato padronizado e fácil de analisar. Ele ajuda a:

● Coletar dados de forma rápida e eficiente de um grande

número de participantes.

● Obter respostas diretas e padronizadas que podem ser

facilmente quantificadas.

● Comparar diferentes visões e percepções entre os

respondentes.

Tipos de Perguntas

● Fechadas: Perguntas com respostas pré-determinadas, como

múltipla escolha ou sim/não. Ex.: "Você usa o sistema atual
diariamente?" ( ) Sim ( ) Não

● Abertas: Perguntas que permitem ao respondente escrever

sua própria resposta. Ex.: "Quais funcionalidades você gostaria
de ver no novo sistema?"

● Escalas de Likert: Usadas para medir a opinião ou sentimento

em uma escala de concordância. Ex.: "De 1 a 5, o quanto você
está satisfeito com o sistema atual?" (1 – Muito insatisfeito, 5 –
Muito satisfeito).
Vantagens

● Eficiente para grandes grupos: Questionários podem ser

enviados a muitas pessoas ao mesmo tempo, economizando
tempo e recursos.

● Facilidade de análise: As respostas, principalmente em

perguntas fechadas, podem ser facilmente quantificadas e
analisadas.

● Padronização: Todos os respondentes recebem as mesmas

perguntas, o que garante consistência nos dados coletados.

Desvantagens

● Respostas limitadas: Em perguntas fechadas, os

respondentes podem se sentir limitados pelas opções de
resposta.

● Baixa taxa de retorno: Em alguns casos, poucas pessoas

respondem ao questionário, o que pode comprometer a
representatividade dos dados.

● Falta de profundidade: Perguntas fechadas não permitem

explorar questões em profundidade, limitando a qualidade das
informações coletadas.

Boas Práticas

● Formulação clara: As perguntas devem ser objetivas, claras e

fáceis de entender.

● Teste prévio: Realizar um teste piloto com algumas pessoas

para identificar possíveis problemas no questionário.

● Acompanhamento: Incentivar os participantes a responderem

e garantir que o questionário seja de fácil acesso e
preenchimento.

3. Observação

Definição

A observação é uma técnica de levantamento de dados que envolve o

acompanhamento direto do ambiente ou do comportamento dos
usuários, sem interferência. O objetivo é entender como os processos
ocorrem na prática e coletar dados sobre interações,
comportamentos e fluxos de trabalho.
Objetivos

A observação busca captar o comportamento real dos usuários no

ambiente de trabalho ou em relação ao sistema, sem a influência de
questionários ou entrevistas. Isso ajuda a:

● Identificar falhas ou ineficiências nos processos.

● Entender melhor o contexto em que o sistema será utilizado.

● Observar comportamentos que os usuários podem não relatar

em entrevistas ou questionários.

Tipos de Observação

● Direta: O observador acompanha os usuários enquanto

realizam suas tarefas, coletando dados em tempo real.

● Participativa: O observador se envolve no processo, atuando

como um dos participantes para entender melhor as dinâmicas
do ambiente.

● Oculta: O observador não interfere e os usuários não sabem

que estão sendo observados, o que pode ajudar a obter dados
mais naturais e menos influenciados.

Vantagens

● Comportamento real: A observação permite captar o que os

usuários realmente fazem, e não apenas o que dizem que
fazem.

● Detalhamento: Permite ao observador identificar pequenos

detalhes ou problemas que podem passar despercebidos em
entrevistas.

● Contexto: Oferece uma visão clara de como os processos

funcionam no dia a dia e em que condições o sistema será
utilizado.

Desvantagens

● Intrusivo: A presença do observador pode influenciar o

comportamento dos usuários, especialmente na observação
direta.

● Demorado: Exige um período considerável de tempo para

captar todos os comportamentos e situações relevantes.
 ● Subjetividade: A interpretação do que está sendo observado
pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da experiência
e conhecimento do observador.

Boas Práticas

● Planejamento: Definir claramente o que será observado e por

quanto tempo, para garantir a coleta de dados relevante.

● Discrição: Se possível, o observador deve ser discreto para

não influenciar o comportamento dos usuários.

● Registro detalhado: Manter anotações detalhadas e objetivas

sobre as observações feitas, sem interpretações pessoais no
momento da coleta de dados.

Essas três técnicas – entrevistas, questionários e observação – são

amplamente utilizadas no levantamento de dados para o
desenvolvimento de sistemas. Dependendo do projeto, elas podem
ser aplicadas de forma combinada, enriquecendo a análise e
oferecendo uma visão completa das necessidades e dos requisitos do
sistema.

Dicas de Aplicação: Como Formular Boas Perguntas e

Conduzir Entrevistas Eficazes

Formular boas perguntas e conduzir entrevistas eficazes são

habilidades cruciais no levantamento de dados, garantindo que as
informações coletadas sejam úteis e representem de forma precisa as
necessidades dos stakeholders. Abaixo, estão algumas dicas práticas
para maximizar a qualidade das entrevistas.

1. Dicas para Formular Boas Perguntas

Seja Claro e Objetivo

As perguntas devem ser formuladas de maneira clara, direta e sem

ambiguidades, para evitar que o entrevistado tenha dificuldade em
entender o que está sendo perguntado. Perguntas confusas ou
complicadas podem resultar em respostas incompletas ou incorretas.

Exemplo:

● Pergunta ruim: “Como você enxerga o sistema em relação às

necessidades atuais e futuras, considerando aspectos de
usabilidade, desempenho e segurança?”
 ● Pergunta clara: “Como você avalia a facilidade de uso do
sistema atual?”

Evite Perguntas "Sim" ou "Não"

Sempre que possível, evite perguntas que podem ser respondidas

apenas com “sim” ou “não”, pois elas não fornecem informações
detalhadas. Prefira perguntas abertas que incentivem o entrevistado
a explicar suas opiniões.

Exemplo:

● Pergunta fechada: “Você está satisfeito com o sistema?” ( ) Sim

( ) Não

● Pergunta aberta: “Quais aspectos do sistema atual você acha

que poderiam ser melhorados?”

Foco em um Tópico por Vez

Certifique-se de que cada pergunta aborde um único tópico ou

questão. Perguntas que tratam de múltiplos assuntos podem
confundir o entrevistado e gerar respostas que não são específicas.

Exemplo:

● Pergunta ruim: “O sistema é fácil de usar e rápido o suficiente?”

● Pergunta clara: “Você considera o sistema fácil de usar? Pode

dar exemplos?”

Evite Perguntas Tendenciosas

Formule perguntas que não sugiram uma resposta específica.

Perguntas tendenciosas podem influenciar a resposta do entrevistado
e comprometer a imparcialidade dos dados coletados.

Exemplo:

● Pergunta tendenciosa: “Você concorda que o sistema é lento,

certo?”

● Pergunta neutra: “Como você avalia o desempenho do

sistema?”

2. Dicas para Conduzir Entrevistas Eficazes

Planeje a Entrevista com Antecedência

Antes da entrevista, tenha claro os objetivos do que você deseja

aprender e elabore um roteiro com as principais perguntas. Organize
as perguntas em uma sequência lógica que facilite a fluidez da
conversa. Defina também o tempo estimado para cada parte da
entrevista.

Dica: Envie ao entrevistado uma visão geral do que será discutido

para que ele possa se preparar com antecedência.

Estabeleça um Ambiente Confortável

Crie um ambiente confortável e amigável para o entrevistado. Isso o

deixará à vontade para compartilhar suas opiniões de forma mais
aberta e sincera. Mantenha uma postura acolhedora e evite
interromper desnecessariamente.

Dica: Comece a entrevista com perguntas simples e informais para

quebrar o gelo e deixar o entrevistado mais relaxado.

Ouça Ativamente

Durante a entrevista, é importante prestar atenção total ao que o

entrevistado está dizendo. Isso inclui observar a linguagem corporal e
a entonação, além de fazer anotações sobre os pontos mais
relevantes.

Dica: Demonstre interesse e confirme o entendimento repetindo o

que o entrevistado disse com suas próprias palavras, por exemplo:
“Então, se eu entendi corretamente, você acha que a interface
precisa ser mais intuitiva, certo?”

Não Tenha Pressa

Deixe o entrevistado falar sem pressa. Pausas e silêncios são normais

em entrevistas e, muitas vezes, após um breve silêncio, o
entrevistado pode oferecer mais informações valiosas. Evite
interromper e dê tempo para ele elaborar suas respostas.

Dica: Faça perguntas de acompanhamento, como “Pode me contar

mais sobre isso?” ou “Por que você acha que isso é importante?”,
para obter mais detalhes.

Adapte-se ao Fluxo da Conversa

Mesmo que você tenha preparado um roteiro, esteja disposto a se

adaptar. Muitas vezes, o entrevistado pode trazer à tona temas não
planejados, mas relevantes. Flexibilidade é essencial para aproveitar
essas oportunidades de obter informações ricas e inesperadas.

Dica: Se um tema interessante surgir, faça perguntas

complementares para explorar mais profundamente, mas sempre
retorne ao roteiro principal para cobrir os tópicos essenciais.
Registre as Respostas de Forma Completa

Faça anotações ou grave a entrevista (com a permissão do

entrevistado). Isso garante que nenhum detalhe importante seja
perdido e facilita a análise posterior das informações. Gravações
permitem que você foque mais na conversa durante a entrevista e
revisite os pontos-chave depois.

Dica: Se preferir fazer anotações, use um esquema que permita

identificar facilmente os pontos principais abordados, como
separação por tópicos.