Relatorio Hidrogeologia - Ensaio in Situ - Jefferson

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
HIDROGEOLOGIA

JEFFERSON DE OLIVEIRA RODRIGUES


MATRÍCULA: 150131429
PROF. DR. JOSÉ ELOI GUIMARÃES CAMPOS

ENSAIO DE INFILTRAÇÃO IN SITU,


SETOR NOROESTE DO PLANO PILOTO - DF

BRASÍLIA, DF.
OUTUBRO DE 2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 3
1.1. Objetivo 3
1.2. Localização e vias de acesso 3
2. MATERIAIS E MÉTODOS 4
2.1. Anéis Concêntricos 4
2.2. Open end Hole 6
2.3. Ensaio Prismático 7
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 9
3.1. Anéis Concêntricos 9
3.2. Open end Hole 10
3.3. Ensaio Prismático 11
4. QUESTÃO ADICIONAL 12
5. REFERÊNCIA 13
1. INTRODUÇÃO
1.1. Objetivo
Este relatório descreve os resultados de um estudo conduzido com o propósito de
determinar a condutividade hidráulica na zona vadosa em diferentes tipos de solo, utilizando
diversos métodos de ensaio de infiltração in situ, do tipo Anéis Concêntricos, Open end Hole
e Ensaio Prismático no Setor Noroeste do Plano Piloto - DF. Este estudo foi realizado como
parte da atividade de campo da disciplina de Hidrogeologia, com o objetivo de compreender a
influência dos solos e dos métodos de ensaio na infiltração de água no subsolo, uma
informação essencial para a gestão dos recursos hídricos e a compreensão do ciclo hidrológico
na região. Para

1.2. Localização e vias de acesso


A pesquisa de campo foi conduzida em 23 de outubro de 2023, na região do Setor
Noroeste, que faz parte da área administrativa do Plano Piloto, no Distrito Federal. Acesso se
dar pela EPIA, próximo do Parque Nacional de Brasília. (Figura 1)

Figura 01: Localização dos pontos onde foram realizados os ensaios de infiltração, com os dados
coletados e dados adicionais.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização dos ensaios de infiltração in situ, foram conduzidos por meio das
abordagens dos métodos de anéis concêntricos, método open end hole e ensaio prismático.
Foram realizados quatros ensaios utilizando os métodos de anéis concêntricos e open end hole
e apenas um ensaio prismático, onde cada ponto neste trabalho recebeu a nomenclatura de
CH_2023-01, CH_2023-02, CH_2023-03 e CH_2023-01.

Tabela 1:
PONTO DATUM X Y TIPO DE SOLO
CH_2023-01 23S 187838 8257769 Latossolo Vermelho, textura argilosa
Quartzitos da Formação Ribeirão Piçarrão. Solo arenoso
CH_2023-02 23S 188347 8256091
- Neossolo Quartzarênico
CH_2023-03 23S 187202 8257496 Latossolo Vermelho, textura argilosa

CH_2023-04 23S 186402 8256120 Latossolo textura arenosa.

Também foram analisados e comparados dados realizados previamente, onde nestes


dados são quatros ensaios utilizando os métodos de anéis concêntricos e open end hole,
totalizando 8 ensaios, onde cada ponto apresenta nomenclatura de EF-1, EF-2, EF-3 e EF-2. As
coordenadas e descrição de solo destes pontos se encontram na tabela 2.
Tabela 2:
ID DATUM X Y Z TIPO DE SOLO
Quartzitos da Formação Ribeirão Piçarrão. Solo
EF-1 23S 188392 8255866 1096
arenoso - Neossolo Quartzarênico
EF-2 23S 188014 8257787 1040 Latossolo Vermelho, textura argilosa
EF-3 23S 187578 8257820 1066 Latossolo textura franco arenoso
Latossolo textura arenosa. Provavelmente unidade
EF-4 23S 186447 8256203 1103
sobreposta as ardósias. ~ 80 a 70% de areia

2.1. Anéis Concêntricos


No método dos anéis concêntricos foi utilizado para a determinação da condutividade
hidráulica vertical (Kv) em superfície. Foi empregado dois cilindros dispostos de maneira
concêntrica, que são introduzidos no solo a uma certa profundidade para evitar que a água
inserida se espalhe lateralmente (Figura 2). A dimensão da parte do cilindro situada abaixo da
superfície do solo é medida, resultando no valor de I. Inicialmente, o cilindro externo é
preenchido com água até que o nível se estabilize, até que o solo fique saturado.
Em seguida, o cilindro interno é preenchido com água, e a medida é feita entre a
lâmina d'água e o topo desse cilindro, resultando no parâmetro Mi. A altura total do cilindro,
250 mm, é medida para determinar a altura inicial da coluna de água (Hi = H - I - Mi).
O tempo necessário para realizar este ensaio varia devido a flutuações na
condutividade hidráulica do meio. No encerramento do procedimento, a distância entre o topo
do cilindro e o nível da água é novamente medida, obtendo-se a Mf e, consequentemente, a
altura da coluna de água final (Hf = H - I - Mf).
Este teste objetiva calcular a condutividade hidráulica do meio, segundo Fiore, 2010,
através da fórmula:

𝐾 = 𝑈×
𝐼
△𝑡
× 𝑙𝑛 ( )
ℎ𝑜

Equação 1: Condutividade vertical em superfície


Onde, K = condutividade hidráulica vertical (m/s), U =1/60000 = fator de conversão
de mm/min para m/s, I = profundidade cravada no solo (mm) Δt = tempo de duração do
ensaio (min), ho = H − I – Mi = carga hidráulica inicial (mm), h = H − I – Mf = carga
hidráulica final (mm), Mi = medida inicial, Mf = medida final, H = altura total do cilindro
(normalmente 250 mm).

Figura 01: Esquema do método dos anéis concêntricos para ensaio de infiltração (Fiore, 2010).
Figura 02: Execução do ensaio de infiltração in situ, utilizando anéis concêntricos.
2.2. Open end Hole
Para conduzir o método open end hole, são realizados furos em diferentes
profundidades, 50, 100, 150 e 200 cm, conforme representado na Figura 3. São perfurados
usando trado manual, e em cada orifício, são inseridos tubos de PVC com comprimentos
variando de acordo com as profundidades. A medida do parâmetro h é então registrada,
representando a distância entre o topo do tubo e o fundo do furo.
Em seguida, o tubo é preenchido com água, e a distância inicial entre o topo e o nível
da água (Mi) é medida, resultando na altura inicial da coluna de água (h0 = H - Mi). Para
concluir o procedimento, a nova posição da lâmina d'água (Mf) é medida, resultando na altura
da coluna de água final (h = H - Mf). Além disso, o tempo decorrido (Δt) para a variação da
coluna de água de h0 para h também é registrado.
Para determinar a condutividade hidráulica (Kv), utilizando o ensaio Open end Hole, é
utilizado a fórmula:

( ) × ⎡⎢⎣𝑙𝑜𝑔( )⎤⎥⎦
𝑅 ℎ𝑜
𝐾𝑣 = 2, 303 × 4△𝑡 ℎ

Equação 2: Equação 1: Condutividade vertical em superfície.


Onde, Kv = condutividade hidráulica vertical (m/s), R = raio do tubo(m) = 0,025 m,
Δt = intervalo de tempo para o rebaixamento da água (s), ho = H – Mi = carga hidráulica
inicial (m), h = H – Mf = carga hidráulica final (m), H = altura da boca do cano até o fundo
do buraco (m).
Figura 03: A esquerda, esquema do método Open end Hole para ensaios de infiltração in situ(ADASA, 2016). A
direita, execução do método Open end Hole, com os 4 canos de PVC distribuídos.

2.3. Ensaio Prismático


O Ensaio Prismático foi realizado apenas em um ponto (CH_2023-03). Este
procedimento é empregado com o propósito de compreender como a água penetra em um solo
saturado, sendo avaliada por meio do cálculo do coeficiente de infiltração (Ci).
Para conduzir o teste, é necessário criar uma cava no formato cúbico utilizando uma
pequena pá com cabo de madeira, removendo o solo e nivelando-o de maneira cúbica. A cava
deve apresentar uma seção com 30cm x 30cm x 30cm, que em seguida é preenchido com 5
cm de brita nº 1, para evitar erosão quando a água for introduzida.
Neste método, é essencial garantir a saturação do solo por meio da adição de água ao
buraco, realizada com o uso de um galão até que o nível se estabilize, indicando a saturação
completa. Em seguida, uma régua é inserida em uma das laterais do buraco para fins de
medição. Para realizar a medição, o buraco deve ser preenchido com água até atingir os 15
centímetros na régua. Neste momento, é registrado o tempo inicial (To) e o cronômetro é
iniciado para medir o tempo que a água leva para alcançar os 14 centímetros na régua, com
variações de 1 centímetro de altura. Esse processo é realizado ao menos 5 vezes.
Com base nessas medições, é possível determinar o coeficiente de infiltração do solo
por método gráfico, empregando a curva de infiltração - NBR 7.229/93. (Figura 4)
Figura 4: Curva dos coeficientes de infiltração. Fonte ABNT-NBR/7229/93.

Figura 05: Cava utilizado no método prismático.


3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1. Anéis Concêntricos
Os resultados dos ensaios usando o método de anéis concêntricos são apresentados na
tabela 03.

Tabela 03: Dados do ensaio de Anéis Concêntricos


Anéis Concêntricos
Ensaio I (mm) ∆t (min) H0 (mm) Hf (mm) K (m/s)
CH_2023-01 35 25 38 175 3,56E-05
CH_2023-02 40 40 75 159 1,25E-05
CH_2023-03 55 19,43 140 33 6,82E-05
CH_2023-04 35 41 172 51 1,73E-05
EF-1 55 30,7 157 23 5,74E-05
EF-2 30 41,03 195 117 6,23E-06
EF-3 45 10,77 165 31 1,16E-04
EF-4 50 27,8 155 20 6,14E-05

O resultado da condutividade hidráulica (K) na superfície utilizado o método de anéis


concêntricos apresentaram valores de grandeza muito grande. Onde a variedade dos valores
ocorrem devido a diferença de solo e da presença de grama.

Figura 06: Gráfico com os valores de K em superfície adquiridos com o método de anéis
concêntricos.
3.2. Open end Hole
Tabela 04: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto CH_2023-01

Ensaio CH_2023-01

Coordenadas
Profundidade H (cm) Mi (cm) Mf (cm) ∆t (seg) K (m/s)
50 cm 56 4,5 9,2 1975 3,03E-07
100 cm 124 5,4 11,2 2113,1 1,48E-07
150 cm 186 5,0 10,5 2118,81 9,10E-08
200 cm 202 5,2 62 467,07 4,56E-06

Tabela 05: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto CH_2023-02

Ensaio CH_2023-02

Coordenadas I=
Profundidade H (cm) Mi (cm) Mf (cm) ∆t (seg) K (m/s)
50 cm 61,8 4,0 25 993 2,84E-06
100 cm 106 5,0 26,7 994,37 1,52E-06
150 cm 182 6,8 72,05 924,26 3,15E-06
200 cm 195,2 8,0 58 980,6 1,98E-06

Tabela 06: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto CH_2023-03

Ensaio CH_2023_03

Coordenadas I=
Profundidade H (cm) Mi (cm) Mf (cm) ∆t (seg) K (m/s)
50 cm 67 5,1 44,5 2196 2,88E-06
100 cm 123 5,8 18,4 2205,51 3,22E-07
150 cm 179,3 5,4 7,5 2219,11 3,42E-08
200 cm 206 5,8 7,0 2234,5 1,68E-08

Tabela 07: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto CH_2023-04

Ensaio CH_2023_04

Coordenadas I=
Profundidade H (cm) Mi (cm) Mf (cm) ∆t (seg) K (m/s)
50 cm 52 5,0 39 1855 4,33E-06
100 cm 89 5,8 55 1819 3,08E-06
150 cm 179,6 3,7 92 1925,76 2,26E-06
Tabela 08: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto Ensaio EF-1
Ensaio EF-1
Coordenadas I=
Profundidade H ∆t (seg) Mi (cm) Mf (cm) K (m/s)
50 47 917 6,8 29 5,48E-06
100 97,5 927 6,9 28,4 1,83E-06
150 144,5 942 8,2 42 1,89E-06
200 196,5 966 8,8 47,2 1,48E-06

Tabela 09: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto Ensaio EF-2
Ensaio EF-2
Coordenadas I=
Profundidade H ∆t (seg) Mi (cm) Mf (cm) K (m/s)
50 56,5 2415 7,0 28,2 1,45E-06
100 106 2420 6,7 16 2,54E-07
150 147,5 2484 5,9 14,1 1,50E-07
200 202,5 2488 7,0 16,5 1,25E-07

Tabela 10: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto Ensaio EF-3
Ensaio EF-3
Coordenadas I=
Profundidade H ∆t (seg) Mi (cm) Mf (cm) K (m/s)
50 50 653 6,2 31,8 8,41E-06
100 103 655 7,8 38,4 3,70E-06
150 146,5 658 7,8 30 1,66E-06
200 206,5 658 6,8 11,8 2,41E-07

Tabela 11: Dados do ensaio de Open end Holedo ponto Ensaio EF-4
Ensaio EF-4
Coordenadas I=
Profundidade H ∆t (seg) Mi (cm) Mf (cm) K (m/s)
50 54 1138 5,8 38,5 6,23E-06
100 104,5 1107 6,4 22 9,78E-07
150 145 1076 6,3 30,8 1,13E-06
200 201 1048 9,0 50,5 1,45E-06
3.3. Ensaio Prismático
Tabela 12: Dados do ensaio de Prismático:
Ensaio Prismático (15->14cm)
T Cova A (s)
I 30,75
II 36,36
III 36,33
IV 34,85
V 35,25

Os resultados do ensaio utilizado o método prismático o coeficiente de infiltração foi


de 125 litros/m2.dia

4. QUESTÃO ADICIONAL
Qual o tempo de escoamento que leva para infiltrar do CH-2023-02 até a nascente
da Água Mineral?
Considerando que a distância do ponto CH-2023-02 até a nascente da Água
Mineral é de 3,5km, diferença de altitude é de 75,36m e o valor de |K é 1,98 x
10-6m/s, e a porosidade específica do solo seja de 12%.
△ℎ = 75, 36𝑚
△𝑆 = 3200𝑚
−6
𝐾 = 1, 98 × 10
𝑛𝑒 = 12%

△ℎ 75,36𝑚
𝐺𝑟𝑎𝑛𝑑ℎ = △𝑆
= 3200
= 0, 0203
−6
𝐾×(𝐺𝑟𝑎𝑛𝑑ℎ) (1,98×10 )×0,0203 −7
𝑉= 𝑛𝑒
= 0,12
= 3, 36 × 10 𝑚/𝑠

△𝑆 △𝑆 3200𝑚
𝑉= △𝑡
= △𝑡 = 𝑉
= −7 = 9. 523. 809. 523, 8095𝑠 = 301,99 anos
3,36×10 𝑚/𝑠

5. REFERÊNCIA
Adasa (2016). Resumo Teórico E Prático Para Testes De Aquíferos Na Zona
Saturada E Não Saturada: Ensaios De Infiltração In Situ, Slug Test E Testes De
Bombeamento.
Fiore, J. P. (2010). Avaliação De Métodos De Campo Para A Determinação De
Condutividade Hidráulica Em Meios Saturados E Não Saturados. Dissertação
De Mestrado, Brasília.
Campos, J. E G. Hidrogeologia Do Distrito Federal: Bases Para A Gestão Dos
Recursos Hídricos Subterrâneos. 2004. Revista Brasileira De Geociências.
Campos, J. Et Al. Gestão De Recursos Hídricos Subterrâneos No Distrito Federal:
Diretrizes, Legislação, Critérios Técnicos, Sistema De Informação Geográfica
E Operacionalização. Adasa. Outubro De 2007. Brasília

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