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Realismo
O realismo, movimento estético predominante no mundo ocidental no
último quartel do século XIX, surgiu como uma onda de oposição à subjetividade e ao individualismo da tendência artística anterior, o romantismo. Com a intenção de fazer da arte uma representação fidedigna e verossímil da realidade, escritores, pintores, escultores, músicos e dramaturgos privilegiaram a objetividade em suas obras, atentos à veracidade das situações cotidianas. As principais características da escola realista são: oposição ao romantismo; objetividade, trazendo cenas e situações de forma direta; caráter descritivo; análise de traços de personalidade e da psique das personagens; tom crítico sobre as instituições e a sociedade, sobretudo a elite; exibição de falhas de caráter, derrotas pessoais e comportamentos duvidosos; interesse em incitar questionamentos no público; valorização da coletividade; valorização de conhecimentos científicos propostos em teorias como o Darwinismo, Socialismo Utópico e Científico, Positivismo, Evolucionismo; enfoque em temas contemporâneos e cotidianos; na literatura desenvolveu-se mais intensamente na prosa e no conto; caráter de denúncia social.
As características citadas contemplam principalmente a escola literária
realista. Entretanto, a mesma atmosfera objetiva e crítica foi retratada nas outras linguagens da arte, como na pintura realista. O contexto histórico e social no período do realismo foi bastante conturbado. Foi uma época de grandes transformações que revolucionaram a forma das pessoas se relacionarem e entenderem a realidade ao seu redor. O modelo capitalista se intensificou e a classe burguesa passou a ter maior poder de decisão, gerando um aprofundamento das desigualdades sociais, com maior exploração da classe trabalhadora, exposta a longas jornadas de trabalho. É quando ocorre a Segunda Revolução Industrial e o crescimento da urbanização, assim como da poluição nas grandes cidades e demais problemas urbanos. Soma-se a esse cenário avanços tecnológicos importantes, como a lâmpada e o carro movido à gasolina. É ainda nesse contexto que surgem teorias científicas que objetivavam interpretar e explicar o mundo, como o Evolucionismo de Darwin e o Positivismo de Auguste Comte. Assim, os pensadores da época, artistas e escritores, são influenciados pelos acontecimentos ao redor e pelos anseios da sociedade. O movimento realista reflete seu tempo, na busca por uma linguagem mais clara e verossímil, ao passo que questiona os princípios e padrões burgueses. Vale destacar que a vertente surge também como um contraponto ao romantismo, movimento vigente que trazia o individualismo e a idealização da realidade como características marcantes.
Pintura
Na pintura, os artistas realistas de maior destaque são:
Gustave Courbet (1819-1877)
Jean-François Millet (1814-1875) Édouard Manet (1832-1883)
Características da pintura:
Representação da realidade com a mesma objetividade com que um
cientista estuda um fenômeno da natureza, ou seja, o pintor buscava representar o mundo de maneira documental; Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é; Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade. Temas da pintura: Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram injustas; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos. Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas – o povo, em resumo – tornaram-se assunto frequente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os idealizados heróis da pintura romântica.