História Da Arte Romantismo e Pós Impressionismo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

ROMANTISMO

O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas por acontecimentos do
final do século XVIII pela Revolução Industrial, que gerou novos inventos com o objetivo de solucionar os
problemas técnicos decorrentes do aumento de produção, provocando a divisão do trabalho e o início da
especialização da mão-de-obra, e pela Revolução Francesa, que lutava por uma sociedade mais harmônica,
em que os direitos individuais fossem respeitados, traduziu-se essa expectativa na Declaração dos Direitos
do homem e do Cidadão. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa.
Um dos primeiros movimentos artísticos que surge em reação ao Neoclassicismo do século XVIII é o
Romantismo e historicamente situa-se entre 1820 e 1850. Os artistas românticos procuraram se libertar das
convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista.
O termo romântico foi empregue pela primeira vez na Inglaterra para definir o tema das novelas pastoris e
de cavalaria que existiam nessa época. Romântico significava pitoresco: expressão de uma emoção que é
definida e que foi provocada pela visão de uma paisagem.
O termo romântico passou depois a ser adotado no movimento artístico-filosófico Romantismo, que seguiu
as ideias políticas e filosóficas do século das luzes (liberdade de expressão e afirmação dos direitos dos
indivíduos) e também as ideias de um movimento alemão chamado – Strürm und Drang (que tinha como
principais elementos o sentimento e a natureza).
Características
 Cultivo da emoção, da fantasia, do sonho, da originalidade, evasão para mundos exóticos onde se podia
fantasiar e imaginar;
 Exaltação da natureza;
 Gosto pela Idade Média (porque tinha sido o tempo de formação das nações);
 Defesa dos ideais nacionalistas (liberdade individual, liberdade do povo);
 Panteísmo (doutrina segundo a qual Deus não é um ser pessoal distinto do mundo, Deus e o mundo
seriam uma só substância);
 Individualismo, visão de mundo centrada nos sentimentos do indivíduo.
 Subjetivismo, o artista idealiza temas, exagerando em algumas das suas características (por exemplo, a
mulher é vista como uma virgem frágil; a noção de pátria também é idealizada).
É na Alemanha que se manifesta pela primeira vez a estética da interioridade, que considera a arte como
um instrumento para se atingir o cerne da criação, para se entrar em contato com a natureza infinita, através
do sentimento sublime.
É o início da pintura moderna de paisagem, capaz de exprimir, melhor do que outro, certos aspectos da
sensibilidade do homem oitocentista.
No século XIX aparece um movimento de reação que procura os fundamentos da arte nas antigas realidades
nacionais. O gosto pela arqueologia torna-se extensivo à Idade Média e redescobre-se o românico e o gótico,
que os artistas tentam fazer reviver em suas obras. Dedicam-se à redescoberta das técnicas construtivas
desses dois estilos, chegando à conclusão que as soluções técnicas da Idade Média eram tão racionais
como as clássicas greco-romanas.
O romantismo procura elementos rústicos e entrega-se às realizações espontâneas, o que dá origem à
incorporação, na nossa cultura, de vários conhecimentos acumulados pelos povos primitivos ou que se
desenvolveram longe da Europa civilizada. Isto leva ao estudo das artes chinesa, japonesa, indiana e a
africana.
Com o regresso à Idade Média, o romantismo recusa as regras impostas pelas academias neoclássicas,
pois estas eram inspiradas nos valores clássicos (ordem, proporção, simetria e harmonia).

PINTURA
Enquadramos a pintura dentro período de 1820-1850 que traz influências da pintura pré-romântica de finais
do século XVIII, do Grupo Os Nazarenos, que era um grupo de pintores alemães do tempo do neoclassicismo
que formaram em Roma uma comunidade para estudar e pintar a partir da arte italiana do Renascimento e
dos pré-rafaelitas, que era um grupo de pintores que surgiu na Inglaterra cerca de 1848 e que procurava
inspiração nos pintores italianos anteriores à Rafael. Foi este grupo que trabalhou no período tardo-
romântico e fez a transição para o Realismo e para o Simbolismo.
As principais características da pintura romântica são:
 Corte com o academicismo neoclássico;
 O artista emancipa-se da encomenda e faz a sua obra baseado nos impulsos da sua alma e na sua
própria inspiração;
 A pintura é bastante individualizada e diversificada no que diz respeito ao próprio estilo e aos temas;
 Pretende integrar o observador, tal como no barroco, mas agora ela já não se serve dos desconcertantes
efeitos trompe l’oeil, que diluem fronteira entre a aparência e a realidade. Aqui o observador, assim como
os personagens representados principalmente de costas, contempla as paisagens distantes que se
desdobram à sua frente;
 Uma pintura romântica pretende ser contemplada e o observador terá que dar um significado à pintura
consoante às suas emoções;
 O pintor lança um olhar subjetivo sobre o mundo objetivo e apresenta-nos uma imagem filtrada pelas
suas emoções. O artista torna-se o intérprete do mundo.
Os temas da pintura romântica são divididos em três grupos. O primeiro, não são temas novos, mas são
tratados com a mentalidade romântica e seus novos conceitos artísticos: históricos, literários, mitológicos,
retratos e autorretratos. O segundo, são temas que representam a alma romântica, emocional e apaixonada,
idealista e simples, como:
 Retirados da atualidade político-social da época (naufrágios, revoltas sociais, lutas nacionalistas e seus
heróis, lutas pela libertação de minorias);
 Inspirados no mundo dos sonhos e do fantástico (mundo interior do artista)
 Costumes populares (feiras e romarias)
 Tradições, hábitos e raças exóticas (civilizações não europeias, como a China, Japão, Índia e Norte da
África)
 Vida animal (animais selvagens e indomados)
 Paisagens (retratadas com simplicidade e nostalgia, de uma forma dramática e emocional, projetando o
estado de espírito do próprio artista).
E o terceiro grupo, retrata a pintura de paisagem revelando-se o gênero predileto desse período. São
composições solitárias e indefesas perante as forças da natureza, olhando nostalgicamente para o horizonte
ou composições com árvore mortas e ruínas cobertas por vegetação, que mostram a passagem do tempo e
o ciclo da evolução.
Das características do estilo, destacamos:
 A cor prevalece sobre o desenho linear e são utilizadas cores variadas explorando contrastes fortes e
não harmoniosos. Os intensos efeitos de claro-escuro dão um lado mais artificial e dramático à luz. A luz
focaliza-se sobre o ponto que se quer evidenciar na composição, acentuando a expressividade e o
sentimentalismo das cenas;
 Utilização do óleo e da aquarela;
 A composição utiliza estruturas agitadas, movimentadas, orientadas por linhas oblíquas, diagonais e
sinuosas que reforçam o sentido trágico, dramático e heroico dos temas.

Francisco José de Goya y Lucientes (1746-1828) foi pintor e gravador espanhol. Conhecido simplesmente
como Francisco de Goya, sua arte retratava uma mitologia povoada por sonhos e pesadelos, seres
deformados, tons opressivos. Senhor absoluto da caricatura do seu tempo. Trabalhou temas diversos:
retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ação
incompreensível de monstros, cenas históricas e as lutas pela liberdade.

Joseph Mallord William Turner (1775-1851) foi pintor inglês, considerado por alguns um dos precursores
da modernidade na pintura, em função dos seus estudos sobre cor e luz. Turner representou grandes
movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma
certa atmosfera da paisagem. Uma das primeiras vezes que a arte registra a presença da máquina, uma
locomotiva, foi na sua pintura Chuva, Vapor e Velocidade. Parece ser a tomada de consciência do artista de
que a máquina invadiu o espaço natural e começou a fazer parte do universo da pintura.

John Constable (1776-1837) ao contrário de Turner, a natureza retratada por esse pintor inglês é serena e
profundamente ligada aos lugares onde o artista nasceu, cresceu e trabalhou ao lado do pai. Muitos
elementos de suas paisagens, moinhos de vento, barbaças carregadas de cereais, faziam parte da vida
cotidiana do artista quando jovem. Através de uma gama de cores conseguida por meio da observação e do
contato direto com a natureza, o artista obteve efeitos de admirável vivacidade.

Eugène Delacroix (1798-1863) é considerado o mais importante representante do romantismo francês.


Suas obras apresentam forte comprometimento político e o valor da pintura é assegurada pelo uso das
cores, das luzes e das sombras, dando-nos a sensação de grande movimentação. Representava assuntos
abstratos personificando-os (alegorias). Culto, dono de uma língua ferina, rico e namorador. Amigo do
compositor Frèderic Chopin, inimigo do romancista Honoré de Balzac, admirado pelo poeta Charles
Baudelaire e indiferente às demais celebridades de seu tempo, Delacroix tinha noção da própria grandeza.
“A principal qualidade de um quadro é ser uma festa para os olhos”, escreveu na derradeira nota de seus
famosos diários, em 1963, menos de dois meses antes de morrer. Nascido num momento crucial da História
da França, aquele em que a burguesia revolucionária colhia os frutos de seu triunfo sobre a monarquia dos
reis Capeto, o pintor viveu a maior parte da vida jovem e adulta num mundo que voltava aos poucos à antiga
ordem natural das coisas. Assistiu à ascensão e queda de Napoleão Bonaparte, a restauração da dinastia
dos Bourbon e, finalmente, a entronização do rei Luís Felipe, em 1830. Seu quadro mais conhecido A
Liberdade Guiando o Povo, muitas vezes tomado como um símbolo das lutas populares e republicanas, foi
feito por inspiração do movimento que levou Luís Felipe ao trono da França.

Jean-Louis André Théodore Géricault (1791- 1824) pintor francês que nos seus primeiros quadros
demonstrou grande admiração pelos cânones neoclássicos. Depois de prestar o serviço militar, Géricault
viajou para Itália, onde estudou profundamente as obras de Rafael e Michelangelo. Na colta, e, 1817, iniciou
o que seria sua obra-prima, A Balsa da Medusa. Embora o tema do naufrágio seja coerente com o desespero
romântico, o quadro faz uma crítica à culpa do governo pelo acidente. Sua obsessão chegou a leva-lo a falar
com sobreviventes nos hospitais e inclusive a fazer esboços dos mortos no necrotério. A doença, a loucura
e o desespero são uma constante nos seus quadros. Morreu, vítima de um acidente.

ESCULTURA
A escultura teve que encontrar meios técnicos de expressividade para representar o espírito romântico
exaltando sentimentos e emoções. Expressa reação ao Neoclassicismo, evitando as composições estáticas
e as superfícies lisas e polidas. Há a exaltação da expressividade através de composições movimentadas e
de sentido dramático.
A temática em geral era natureza, animais e plantas, temas heroicos e cenas de fantasia e da imaginação.
Destacamos alguns escultores românticos:

Antoine-Louis Barye (1796-1875) francês nascido em Paris, começou sua carreira como ourives e estudou
na École des Beaux Arts, em 1818, mas foi só em 1823 que descobriu sua vocação, ao iniciar seus estudos
em desenho e modelagem de esculturas em escala reduzida. É considerado um dos principais artistas em
representação de animais da escola francesa.
François Rude (1784-1855) nasceu em Dijon, na França, extremamente patriótico e devoto de Napoleão,
ele foi um dos escultores que participou artisticamente na construção do monumento Arco do Triunfo, em
Paris, com sua obra em alto relevo A Partida dos Voluntários.

Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1875), nasceu em Valenciennes, na França. Em 1842, foi para Paris e
trabalhou em diversos lugares para pagar alguns e completar sua formação.

Fonte: http://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/romantismo/
REALISMO
Durante a primeira metade do século XIX, enquanto se travava o embate entre Neoclassicismo e
Romantismo, o Realismo, força que iria dominar a arte na segunda metade do século, começa lentamente
a aparecer.
O homem europeu, diante da industrialização e aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica
para interpretar e dominar a natureza, se convenceu de que precisava ser realista, inclusive em suas
criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.
Em certo sentido o realismo tinha sempre feito parte da arte ocidental. Durante a Renascença, os artistas
superaram as limitações técnicas e representavam a natureza com a acuidade fotográfica.
O “novo” Realismo insistia na imitação precisa de percepções visuais sem alteração. Também eram
diferentes em seus temas, os artistas se limitavam a fatos do mundo moderno à medida que os
experimentavam pessoalmente; somente o que podiam ver ou tocar era considerado real. Deuses, deusas
e heróis da antiguidade estavam “fora”. Camponeses e a classe trabalhadora urbana estavam “dentro”. Em
tudo, de cor ao tema, o Realismo trazia para a arte uma sensação de sobriedade silenciosa.
São características gerais:
 O cientificismo;
 A valorização do objeto;
 O sóbrio e o minucioso;
 A expressão da realidade e dos aspectos descritivos.

ESCULTURA
René-François-Auguste Rodin (1840-1917) foi um importante escultor francês. Desde criança demonstrou
grande interesse por esculturas. Aos 13 anos de idade, entrou para uma academia de arte para aprender os
princípios básicos das artes plásticas. Interessou-se e estudou também, por conta própria, anatomia humana
para utilizar os conhecimentos na elaboração de suas esculturas. Aos 18 anos de idade, começou a trabalhar
como modelador e ornamentista. Especializou-se na elaboração de esculturas em bronze.
Auguste Rodin não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres
tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes
uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de
um gesto humano.

PINTURA
Características da pintura:
 Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da
natureza, ou seja, o pintor buscava representar o mundo de maneira documental;
 Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é;
 Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.
Temas da pintura:
 Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram injustas; a arte
manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
 Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores
e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas – o povo, em resumo – tornaram-
se assunto frequente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade
dos tipos que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os
idealizados heróis da pintura romântica.
Principais pintores:

Gustave Courbet (1819-1877) homem de grande pragmatismo desafiou o gosto convencional por pinturas
históricas e temas poéticos, insistindo que a “pintura é essencialmente uma arte concreta e tem de ser
aplicada às coisas reais existentes”. Sua crença era “tudo que não aparece na retina está fora do domínio
da pintura”. Foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas
temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos
trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX.

Jean-François Millet (1814-1875) pintor romântico e um dos fundadores da Escola de Barbzon na França
rural. É conhecido como percursor do realismo, pelas suas representações de trabalhadores rurais.Junto
com Courbet, Millet foi um dos principais representantes do realismo europeu surgido em meados do século
XIX. Sua obra foi uma resposta à estética romântica, de gostos um tanto orientais e exóticos, e deu forma à
realidade circundante, sobretudo a das classes trabalhadoras. Sensível observador da vida campestre, criou
uma obra realista na qual o principal elemento é a ligação atávica do homem com a terra. Foi educado num
meio de profunda religiosidade e respeito pela natureza. Trabalhou na lavoura desde muito cedo. Seus
numerosos desenhos de paisagens influenciaram, mais tarde, Pissarro e Van Gogh.

Fonte: http://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/realismo/
IMPRESSIONISMO
Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou profundamente a pintura e deu início às
grandes tendências da arte do século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do que
teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos para obter os resultados que
caracterizaram a pintura impressionista.
Principais características da pintura:
 A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar num determinado
momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do
sol.
 As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser humano para representar
imagens.
 As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam, e não
escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado.
 Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim,
um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o
claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.
 As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário,
devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a
pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para
se óptica.
A primeira vez que o público teve contato com a obra dos impressionistas foi numa exposição coletiva
realizada em Paris, em abril de 1874. Mas, o público e a crítica reagiram muito mal ao novo movimento, pois
ainda se mantinham fiéis aos princípios acadêmicos da pintura.
Principais artistas:
Claude Monet (1840-1926) francês e o mais célebre dos impressionistas. Foi incessante pesquisador da
luz e seus efeitos, pintou vários motivos em diversas horas do dia e em várias épocas do ano, a fim de
estudar as mutações coloridas do ambiente com sua luminosidade. Monet teve uma catarata no fim da sua
vida. A doença o atacou por causa das muitas horas com seus olhos expostos ao sol. Durante sua doença
Monet não parou de pintar, usou nessa época de sua vida cores mais fortes como o vermelho-carne e
vermelho goiaba, cor tijolo, entre outros verdes, rosas, vermelhos e cores mais fortes. Em 1911, com o
falecimento de Alice, sua esposa, e seu problema de visão, Monet perdeu um pouco a vontade de viver e
pintar.

Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) foi o pintor francês impressionista que ganhou maior popularidade e
chegou mesmo a ter o reconhecimento da crítica, ainda em vida. Seus quadros manifestam otimismo, alegria
e a intensa movimentação da vida parisiense do fim do século XIX. Pintou o corpo feminino com formas
puras e isentas de erotismo e sensualidade, preferia os nus ao ar livre, as composições com personagens
do cotidiano, os retratos e as naturezas mortas.
Edgar Degas (1834-1917) parisiense, sua formação acadêmica e sua admiração por Ingres fizeram com
que valorizasse o desenho e não apenas a cor, que era a grande paixão do Impressionismo. Além disso, foi
pintor de poucas paisagens e cenas ao ar livre. Os ambientes de seus quadros são interiores e a luz é
artificial. Sua grande preocupação era flagrar um instante da vida das pessoas, aprender um momento do
movimento de um corpo ou da expressão de um rosto. Adorava o teatro de bailados.

No Brasil, destaca-se o pintor Eliseu Visconti, ele já não se preocupa mais em imitar modelos clássicos,
procura, decididamente, registrar os efeitos da luz solar nos objetivos e seres humanos que retrata em suas
telas. Ganhou uma viagem à Europa, onde teve contato com a obra dos impressionistas. A influência que
recebeu desses artistas foi tão grande que ele é considerado o maior representante dessa tendência na
pintura brasileira.

ESCULTURA
Assim como a pintura, a escultura trouxe uma grande inovação na sua linguagem. Os três conceitos básicos
dessa inovação foram:
 A fusão da luz e das sombras;
 A ambição de obter estátuas visíveis a partir do maior número possível de ângulos;
 Obra inacabada, como exemplo ideal do processo criativo do artista.
Os temas da escultura impressionista, como na pintura, surgiram do ambiente cotidiano e da literatura
clássica em voga na época.

Fonte: http://www.historiadasartes.com/nomundo/arte-seculo-19/impressionismo/
PÓS-IMPRESSIONISMO
Longe de indicar um grupo coeso e articulado, o termo se dirige ao trabalho de pintores que, entre 1880 e
1890, exploram as possibilidades abertas pelo impressionismo, em direções muito variadas. A noção é
cunhada pelo crítico britânico Roger Eliot Fry (1866-1934) quando da exposição Manet e os pós-
impressionistas, realizada nas Grafton Galleries, em Londres, 1910, que incluía pinturas de Paul Cézanne
(1839-1906), Vincent van Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin (1848-1903), considerados as figuras centrais
da nova atitude crítica em relação ao programa impressionista.
O movimento impressionista nunca fora homogêneo; tampouco foram homogêneas as reações a ele. Se
isso é verdade, as três exposições pós-impressionistas organizadas por Fry (1910, 1912 e 1913) sugerem
convergências estilísticas entre Cézanne, Van Gogh e Gauguin ou, pelo menos, uma tentativa comum dos
pintores de alargar o programa impressionista, o que já havia sido tentado por Georges Seurat (1859-
1891) e pelos chamados neo-impressionistas. O naturalismo e a preocupação com os efeitos
momentâneos de luz, caros aos impressionistas, estão na base de boa parte das restrições feitas ao
movimento. Em Seurat e Paul Signac (1863-1935) o rompimento com as linhas mestras do
impressionismo verifica-se pelo acento colocado na pesquisa científica da cor, que dá origem ao chamado
pontilhismo. Aí, os trabalhos se orientam a partir de um método preciso: trata-se de dividir os tons em seus
componentes fundamentais. As inúmeras manchas de cores puras que cobrem a tela são recompostas
pelo olhar do observador e, com isso, recupera-se a unidade do tom, longe do uso não sistemático de
cores. Um Domingo de verão na Grande Jatte de Seurat, exposta na última mostra impressionista de
1886, anuncia o neo-impressionismo, explicitando divergências no interior do movimento que reuniu
Claude Monet (1840-1926), Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Edgar Degas (1834-1917) e tantos outros.
Cézanne, ausente da exposição de 1886, está à frente de uma outra via crítica que tem sua ênfase
colocada no estudo da estrutura pictórica. É verdade que Cézanne nunca se inclinou às representações
realistas e às impressões fugazes exploradas pelos impressionistas. Sua opção recaiu sempre sobre a
análise estrutural da natureza, por meio de uma pintura que apela preferencialmente à mente e à
consciência, e não à visão. O conhecimento da realidade em Cézanne não é contemplação, mas pesquisa
metódica, em que as sensações visuais são filtradas pela consciência. Já em 1873, em A casa do
enforcado em Auvers, exibida na primeira mostra impressionista, o caráter original de sua pintura começa
a se revelar: a composição densa, os volumes recortados, a luz que produz um efeito material na tela, sem
brilhos nem transparências.
Gauguin descobre a novidade das obras de Cézanne e delas tira proveito particular. Explora, como ele,
um estilo anti-naturalista, mas o faz pelo uso de áreas de cores puras e planas, já nas obras que realiza
em Pont-Aven (por exemplo, A visão após o sermão- Jacó e o anjo, 1888). A ida do pintor para o Taiti em
1891, abre suas pesquisas à cultura plástica dos primitivos, o que se revela no uso de cores vibrantes e na
simplificação do desenho (Ta ma tete; mulheres taitianas sentadas num banco, 1892 e Te tamari no
atua; Natividade, 1896).
A convivência e colaboração estabelecida entre Gauguin e Van Gogh - sobretudo a partir de 1888, quando
o pintor holandês se instala em Arles - não impede a localização de flagrantes diferenças existentes entre
os seus trabalhos. As linhas e cores de Gauguin parecem suaves diante do vigor expressivo dos coloridos
de Van Gogh. As pinceladas em redemoinho e a explosão de cores em telas como Trigal com
ciprestes (1889) e Estrada com ciprestes e estrelas (1890) - isso para não falar nos
célebres Girassóis e Noite estrelada, dessa mesma época - auxiliam a localizar o timbre expressionista da
produção de Van Gogh. As três principais figuras associadas ao pós-impressionismo estão na base de
distintos movimentos artísticos posteriores. A obra de Cézanne encontra-se na raiz do cubismo de Picasso
e Braque. Gauguin, por sua vez, influencia os nabis e o movimento simbolista. Finalmente, Van Gogh
marca as orientações expressionistas futuras.
Nos Estados Unidos, as várias correntes do pós-impressionismo são imediatamente incorporadas por
artistas como Maurice Brazil Prendergast (1859-1924) e Stuart Davis (1894-1964). Entre nós, parece difícil
falar em influências diretas, seja do impressionismo - em alguma medida, localizável em telas
de Castagneto (1851-1900) e Eliseu Visconti (1866-1944) - ou do pós-impressionismo, embora a menção
dos críticos aos pós-impressionistas apareça de forma localizada, por exemplo, no acento construtivo da
pincelada de Milton Dacosta (1915-1988) (associada por alguns a Cézanne), ou nas cores de Anita Malfatti
(1889-1964), aproximadas em certas leituras dos tons de Van Gogh e Gauguin. Como todo rótulo, pós-
impressionismo auxilia a organizar e classificar as novas tendências da pintura francesa oriundas da
renovação estilística empreendida pelo movimento impressionista. Tem a desvantagem, por outro lado, de
sugerir convergências e princípios partilhados.
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/termo891/pos-impressionismo
PÓS-IMPRESSIONISMO E A QUESTÃO DAS CORES
Foi no modernismo, definido aqui aproximadamente do Impressionismo até a segunda metade do século
XX, que a cor alcançou formalmente uma elevação hierárquica em relação à tradição da disputa entre o
desenho e a cor. Aparentemente percebe-se, com o triunfo do Impressionismo e Neoimpressionismo, visto
anteriormente, que essa disputa se tornou obsoleta. Entretanto, a querela se apresenta, mesmo que
veladamente, nos discursos e argumentos de artistas que teorizaram e aplicaram na prática suas pesquisas
cromáticas, como os Pós-impressionistas, Matisse, Kandinsky, Itten, os Orfistas e, mais adiante, Klein e os
Minimalistas. O Pós-impressionismo não foi um movimento coerente, mas um termo amplo, cunhado pelo
crítico Roger Fry em 1910. Fry entendia o termo como a arte que brotava do Impressionismo ou que a ele
reagia, dos impressionistas até os fauves. Atualmente, o termo é melhor associado a quatro grandes nomes:
Vincent van Gogh, Toulouse Lautrec, Paul Gauguin e Paul Cézanne.

Paul Cézanne: No parque de Château Noir, 1898-1900. Óleo sobre tela. Acervo do Museu de
l’Orangerie, em exposição no CCBB-SP. Foto: Marcelo Albuquerque, 2016.

Para Cézanne, que teve passagem pelo Impressionismo, seu interesse não estava nas qualidades efêmeras
da luz, mas na estrutura da natureza e da representação. Ao pintar seus temas, ele traduz as formas da
natureza para os “equivalentes plásticos e as cores” da pintura. Argan comenta que Cézanne determina com
extrema clareza a razão estrutural, a função específica de cada petite sensation num contexto de relações
no espaço, decompondo as formas em várias nesgas coloridas, estudando a amplitude e a frequência das
pinceladas de modo que a cada nota de cor corresponda a uma definição formal precisa. A cor faz parte da
estrutura; já não é um tom cromático local ligado às coisas. O quadro é todo um tecido de notas cromáticas
que dá densidade e uma direção autônoma em relação à forma dos objetos. “Cézanne não preenche nem
recobre volumes plásticos com cores predeterminadas, mas constrói massas e volumes por intermédio das
cores” (ARGAN, 1998, p. 116). Sendo assim, para Argan, o alcance da nova estrutura espacial definida pelo
pintor é o mesmo que perguntar sobre o alcance do novo estruturalismo arquitetônico do ferro e do concreto
na sociedade moderna; uma relação análoga entre os dois fenômenos.
Merleau-Ponty, em A dúvida de Cézanne, aponta no pintor um outro objetivo além do impressionismo e anti-
impressionista: o uso da cor preta. Isso mostra que Cézanne quer representar o objeto, reencontrá-lo por
trás da atmosfera. Do mesmo modo, Cézanne renuncia à divisão do tom e a substitui por misturas graduadas
que acompanham a forma e a luz recebida. O objeto não está mais coberto de reflexos, difuso na atmosfera;
pelo contrário, aparece sólido e a luz emana dele. Ao contrário de seus contemporâneos neoimpressionistas,
Cézanne não acredita que o motivo da pintura deva ser apenas as leis da decomposição das cores, ou
perspectiva e geometria. Aparentemente anulada a disputa clássica
entre o desenho e a cor, Merleau-Ponty comenta:
O desenho deve portanto
resultar da cor, se quisermos
que o mundo seja mostrado
em sua espessura, pois ele é
uma massa sem lacunas, um
organismo de cores, através
das quais a fuga da
perspectiva, os contornos, as
retas e as curvas se instalam
como linhas de força; o limite
de espaço se constitui
vibrando. “O desenho e a cor não são mais distintos; à medida que pintamos, desenhamos; quanto mais a
cor se harmoniza, mais preciso é o desenho… Quando a cor está em sua riqueza, a forma está em sua
plenitude.” Cézanne não busca sugerir pela cor as sensações táteis que dariam a forma e a profundidade
(MERLEAU-PONTY, 2004, p. 130).
Van Gogh, depois de sua passagem pelo Impressionismo e Divisionismo,
começou a estudar as xilogravuras japonesas. Seus temas de realismo
social já haviam desaparecido, formando uma nova paleta de cores
vibrantes e empastadas, caracterizadas pelo uso das relações de
complementaridade das cores e conteúdo simbólico. Van Gogh aprendeu
na escola impressionista as complexas relações entre as cores, mas não
como correspondências visuais, mas como relações de força, que é
percebido pelo intenso uso de cores complementares saturadas (azul-
amarelo; vermelho-verde) em suas pinturas. Para Argan, Quarto em Arles
é uma pintura que apresenta uma organização de cores complementares
contrastantes que tenderia a alcançar o repouso visual sugerido pela lei da
harmonia das misturas de cores complementares[1].

.
Vincent van Gogh: O Escolar (O Filho
do carteiro – Gamin au Képi), 1888.
Óleo sobre tela. Acervo do MASP-
SP. Foto: Marcelo Albuquerque, 2016

Vincent van Gogh: Passeio ao crepúsculo, 1889-


90 (detalhe). Óleo sobre tela. Acervo do MASP-
SP. Foto: Marcelo Albuquerque, 2016.

Segundo as cartas para seu irmão Theo, Van Gogh fez uso em larga escala
dos novos pigmentos em suas obras. Por esse aspecto dos pigmentos, é
da mesma forma interessante ver esse contexto nas questões da cor pelos
materiais[2]. Gage salienta que as deteriorações nas pinturas de Van Gogh,
assim como nas de Seurat, são bastante localizadas, e é quase impossível
para nós a reconstrução do balanço de algumas cores das composições. Van Gogh tinha consciência da
fragilidade das cores, admitindo em carta:
Todas as cores que o impressionismo pôs na moda são inconstantes, razão a mais para empregá-las
descaradamente muito cruas, o tempo as suavizará mais que o suficiente (VAN GOGH, 1991, p. 151).

O Sintetismo é um termo cunhado por Gauguin, Emile Bernard e Émile


Schuffenecker para se referirem à sua obra por volta de 1890. As cores
eram assentadas de forma exagerada e distorcida, em relação ao
natural, enaltecendo as qualidades específicas da forma e da cor.
Gauguin sentia que a observação direta da natureza era apenas parte
do processo criativo e que a intervenção da memória, da imaginação e
da emoção intensificava aquelas impressões. Descontentes com o
Impressionismo e o Neoimpressionismo, percebiam a cor como efeito
dramático, emocional e expressivo. Suas pinturas usam a cor como
elemento simbólico, quebrando uma percepção impressionista das
sensações retinianas da cor e da luz para uma visão simbolista e
metafísica. Em pinturas, com Vahine, o uso de cores primárias sintetiza,
na figura da mulher, uma elegância e pureza, adquiridas não só pela
ideia romântica do bom selvagem, mas também pela relação entre as
cores primárias e um ser primário puro. Gauguin buscava nessas
sociedades, sem sucesso, a pureza perdida na cultura europeia,
devassada pela imoralidade, vícios e corrupção. A utilização livre das
cores afirma a autonomia das próprias cores como elemento pictórico;
a cor sendo revelada pela sua própria importância, não apenas vinculada à uma imagem. Ele escreveu em
1899:
Reflitam também sobre o papel musical que a cor irá exercer daqui por diante na pintura moderna. A cor,
que é vibração tanto quanto a música, é capaz de alcançar aquilo que é mais universal e, ao mesmo tempo,
mais evasivo na natureza: sua força interior (GAUGUIN apud DEMPSEY, 2003, p. 55).
Paul Gauguin: Mulheres do Taiti na praia (detalhe), 1891 (detalhe). Óleo sobre
tela. Acervo do Museu d’Orsay em exposição no CCBB-SP. Foto: Marcelo
Albuquerque, 2016.

Fonte: https://historiaartearquitetura.com/2017/08/03/pos-
impressionismo-e-a-questao-das-cores/

Você também pode gostar