Realismo e Naturalismo Origens
Realismo e Naturalismo Origens
Realismo e Naturalismo Origens
(ORIGENS)
Cleide Freires
REALISMO E NATURALISMO
(Eça de Queirós)
REALISMO
• Durante o século XIX, a população europeia mais que dobrou. Com a mecanização da
agricultura, muitos camponeses foram para as cidades em busca de emprego nas
indústrias e fábricas. Mesmo os grandes centros não contavam com a infraestrutura
adequada para absorver um crescimento populacional tão grande, o que tornou a pobreza
um fato crescente.
UM MUNDO MENOR
• As alterações trazidas pelo avanço tecnológico tiveram um efeito imediato na vida
dos europeus: o mundo ficou menor.
• Invenções como o telégrafo e o trem encurtaram as distâncias entre
os locais e facilitaram a comunicação entre as pessoas.
• Novas doutrinas sociais surgiram para explicar o funcionamento do capitalismo.
• Adam Smith: um dos principais defensores do liberalismo, apoiava a livre-
iniciativa, com a mínima intervenção do Estado na economia.
• Thomas Malthus: defendia que a população crescia a taxas mais altas que a
produção de alimentos, perpetuando a pobreza e quantidade de pessoas
famintas.
• Karl Marx: elaborou uma crítica ao sistema capitalista e defendeu a ideia de
que a estrutura das sociedades era o resultado de suas relações de trabalho e
produção. Em parceria com Friedrich Engels, escreveu O manifesto comunista,
em que conclamava os trabalhadores a se revoltarem contra o capitalismo.
Realismo: a sociedade no centro da obra literária
• A realidade das transformações por que passava a Europa fez com que o
subjetivismo e a emoção
românticos dessem lugar a uma postura mais objetiva e crítica, com o intuito de
analisar e denunciar as mazelas da sociedade.
Contemporaneidade
• Assim como ocorria no Romantismo, as obras realistas também fazem referências a
eventos da época. A diferença é que, no Realismo, elas aparecem acompanhadas de um
olhar crítico.
Materialismo
• Consequência natural da oposição ao sentimentalismo romântico é a adoção de uma
postura materialista, que procura a verdade na realidade concreta, material, e não nos
sentimentos e na imaginação. A sociedade é objeto de interesse imediato.
A “anatomia do caráter”
• Condição para compreender a sociedade era observar como se comportavam as pessoas e se
havia alguma relação entre esse comportamento e problemas sociais.
• O interesse pela análise das motivações psicológicas poderiam explicar certos
comportamentos das personagens, construídas de modo coerente com o contexto social,
cultural, econômico e político em que se inserem.
Em 1889
Gustavo Eiffel
levanta, em
Paris a Torre
Eiffel, hoje
logotipo da
“Cidade Luz”.
Na escultura, os escultores preferiam os
temas contemporâneos, assumindo muitas vezes
uma intenção política em suas obras. Sua
característica principal é a fixação do momento
significativo de um gesto humano.
Obras destacadas: Os Burgueses de Calais, O
Beijo e O Pensador.
REALISMO NO BRASIL
● Seguindo de perto as tendências do Realismo na França e em
Portugal, os escritores brasileiros fizeram da literatura uma forma
de análise da realidade brasileira.
● Na década de 1881, diferentemente do que acontecia na Europa, o
Brasil não vivia o processo do desenvolvimento industrial.
Éramos ainda um país essencialmente agrário, além de monarquista
e escravocrata. Apesar dos crescentes movimentos liberais,
só nos últimos anos dessa década ocorreriam o fim da escravidão e
a proclamação da república.
NO BRASIL, O MARCO INICIAL DO REALISMO É
A PUBLICAÇÃO, EM 1881, DE DOIS ROMANCES: O
MULATO DE ALUÍSIO AZEVEDO, E MEMÓRIAS
PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS, DE MACHADO DE
ASSIS.
Um Brasil em Crise
• O fim do tráfico negreiro, em 1850, indica o término do sistema escravista e a
ruína dos grandes latifúndios de açúcar, que dependiam do trabalho escravo
para realizar o plantio e a colheita da cana. Com a discussão sobre a abolição
em pauta, a mentalidade escravocrata perde espaço para a ala progressista.
Os desdobramentos dessa crise afetam a política, a economia e até mesmo D.
Pedro II, pois com o início do movimento republicano sua autoridade passa a
ser questionada. O cenário político torna-se ainda mais complicado com a
entrada do Brasil na Guerra do Paraguai.
• As bases sociais que sustentavam a ideologia romântica desaparecem. O
pensamento burguês mais conservador, que assumira o poder econômico,
entra em confronto com os anseios de uma classe média cada vez mais
numerosa.
• A sociedade precisava de novos intérpretes para essa realidade. É Machado de
Assis quem desenvolve um novo olhar para a sociedade do Segundo Império.
Machado de Assis: um cético analisa a sociedade
• Os primeiros romances que Machado escreveu ainda apresentavam
características típicas do Romantismo, embora já anunciassem a questão da
ascensão social. Essas obras, pertencentes à chamada primeira fase,
envolvem sempre dinheiro, família e casamento e apresentam a estrutura das
narrativas românticas, demonstrando uma intenção evidente de divertir e
moralizar, muito presa à forma imposta pelo folhetim.
• Na segunda fase dos romances machadianos encontram-se as obras realistas
com as qualidades literárias que consagrariam o autor. Sua visão pessimista
mostra a hipocrisia da infidelidade no casamento e as relações interesseiras
entre as pessoas da classe dominante da época. Dentre elas: Dom Casmurro.
• As obras de Machado são marcadas pela conversa entre o narrador e o leitor.
Diferentemente dos autores românticos, o narrador provoca, insulta, desafia e
ironiza seu público. Desse modo, quem lê é enredado pelo narrador e levado a
encarar as severas críticas que, no fundo, lhe dizem respeito.
PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS
Machado de Assis: A Cartomante, O Alienista, Memórias
Póstumas de Brás Cubas
Raul Pompéia: O Ateneu
Aluísio Azevedo: O cortiço, O Mulato, Casa de pensão
Inglês de Souza: O missionário
Adolfo Caminha: A normalista, Bom‐Crioulo