Terra
Terra
Terra
Marília
2019
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Marília
2019
Terra, Marcos Vinícius Santos de Carvalho
T323a
Análise do Discurso na perspectiva da Ciência da Informação : dialogicidade
epistemológica da Organização do Conhecimento com Foucault, Pêcheux e a
Sociolinguística / Marcos Vinícius Santos de Carvalho Terra. -- Marília, 2019
128 p. : il.
BANCA EXAMINADORA:
À Profa. Dra Deise Maria Antonio Sabbag, pela orientação repleta de afetos e por
apontar caminhos.
À Profa. Dra. Solange Puntel Mostafa, pelas leituras cuidadosas, cheias de potência.
Ao Rev. Daniel Fernando Santos Inácio e sua família, pelo acolhimento na cidade de
Marília e pelos conselhos precisos.
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
1.2 Problema
1.3 Justificativa
7 (P.F)
3 6
(P.F.S) (P)
22
0 9
(S) (F)
Foucault 6 10 16
Pêcheux 6 7 14
Sociolinguística 1 2 3
Foucault 6 10 16
Pêcheux 6 7 14
Sociolinguística 1 2 3
A busca na base foi feita por meio dos termos "Ciência da Informação" e
(and) "Análise do Discurso" em todos os campos. Realça-se que a tese da
professora Lídia Silva de Freitas e a dissertação de Pedro Aurelio Cerveira Cordeiro
não foram encontradas na biblioteca digital, todavia, visto que se tratam de trabalhos
relevantes para o estudo em questão, discutidos em disciplinas da Pós-Graduação
em Ciência da Informação da UNESP-Marília, entraram nas análises. É importante
pontuar também que a tese de Clarinda Lucas Rodrigues pode ser encontrada na
base pelos termos “Indexação” e (and) “Análise do Discurso” e a tese de Lídia
Alvarenga pelos termos “Análise do Discurso” e (and) “Michel Foucault”.
19
bibliométrica, mas sim conceitual, com um olhar analítico para as ideias e para os
trabalhos.
MOMENTO CARACTERIZAÇÃO
Também conhecida como fase pré-sincrética,
neste momento o sujeito não consegue
apreender a realidade em profundidade, visto
que os diversos elementos constitutivos do real
e suas relações aparecem de forma
desorganizada, ininteligível, confusa, disforme e
multifacetada. A aproximação precária pode ser
delineada a partir de duas formas: a) planejada
(ou intencional): é aquela em que o
pesquisador, tendo definido seu objeto de
estudo e seu campo empírico, dirige-se a ele
Momento da aproximação precária com intenção de conhecê-lo cientificamente, ou
seja, o sujeito pesquisador planeja sua relação
com o objeto ao conhecê-lo já como objeto
naquele campo. b) aproximação precária
circunstancial (ou casual): é aquela na qual o
sujeito tem um conhecimento anterior do objeto
e do campo empírico, porém não como objeto
do conhecimento. A definição do objeto e do
campo empírico, provavelmente, decorrerá do
fato do sujeito pesquisador pretender estudar o
que já conhece a partir de sua experiência
social. Em resumo, o real é a base da ciência
para a Epistemologia Crítica e a relação do
sujeito com o real é dialética.
A aproximação deliberadamente construída
corresponde ao momento em que o sujeito
pesquisador, já tendo conhecido seu objeto no
campo empírico, procura apropriar-se de
conceitos, análises e estudos já produzidos para
auxiliá-lo no aprofundamento de sua pesquisa
observando que existem fatos para os quais não
há ainda teoria consistente desenvolvida. Por
outro lado, conhecimento valorizado é aquele
em que o sujeito, tendo refletido sobre o objeto
que investiga e recorrido a teorias disponíveis
na literatura para melhor entendê-lo, volta ao
24
Na França, em meio aos acalorados embates políticos, efeito dos anos 60, os
adeptos da Análise de Discurso foram divididos entre diferentes grupos de esquerda.
As posições políticas e também as polêmicas ligadas ao papel da Linguística nessas
relações aumentaram as tensões, visto que a partir da posição althusseriana, a
linguagem não se apresenta mais como mero acessório do político e da ciência
(ORLANDI, 2003). Nesse cenário, Althusser estava cada vez mais comprometido
com o marxismo-leninismo (DOSSE, 1997).
Diante da necessidade de abandonar o marxismo oficial, dogmático e pós-
stalinista, com um passado dispendioso, Althusser tornou possível complexificar o
marxismo e, além disso, cruzar sua aventura com o das ciências sociais que
estavam em pleno andamento. O teórico ofereceu um grande desafio para uma
geração militante e engajada nos embates anticolonialistas, a saber, ressuscitar um
marxismo científico livre das escórias dos regimes que haviam governado em nome
do próprio marxismo (DOSSE, 1997, p.293-294).
Dessa forma, a Análise do Discurso Francesa tem se desdobrado em
diferentes ordens teóricas e metodológicas. É importante considerar também que há,
no campo científico, relações de força e poder, as quais atravessam as
classificações, diferenças e considerações desses desdobramentos. A ciência é
construída em diferentes lugares com uma força e as particularidades de cada
tradição (ORLANDI, 2003).
Acredita-se que, na década de 50, Harris, linguista estadunidense, foi o
primeiro a empregar o termo “Análise do Discurso”. Dessa forma, é importante frisar
que as correntes francesas da teoria do discurso, com tendência materialista, seriam
o contraponto dos trabalhos anglo-saxônicos sobre discurso que apresentam
interesse por proposições. Enfatiza-se que a linha anglo-saxônica foi influenciada
por correntes interacionistas e apresenta fundamentação linguística-pragmática
(MAINGUENEAU, 1997; ORLANDI, 2003).
Maingueneau (1997, p.15) aponta que:
sobre as relações entre a língua e o social. Para entendimento dessa linha teórica,
torna-se relevante, portanto, considerar os debates em torno do marxismo e da
política (GADET, 2015). Teóricos como Marcelessi e Gardin concederam um amplo
espaço à abordagem marxista da língua (CALVET, 2002).
Faz-se mister, ainda, enfatizar que a Análise do Discurso na França foi
introduzida por Jean Dubois como parte do ensino de Linguística na Universidade de
Nanterre. À medida que se desenvolve, centra-se nos problemas lexicológicos e na
noção de dicionário estrutural (ACHARD, 1986).
Muitos intelectuais do período eram militantes de esquerda. Jean Dubois, por
exemplo, era linguista e membro do Partido Comunista Francês, sendo responsável
por vários grupos dinâmicos de pesquisa que contavam com a participação de
membros linguistas (DOSSE, 1997).
É importante mencionar que ele também foi capaz de atrair especialistas de
outras disciplinas para a Linguística. Dubois incitou toda uma geração a procurar um
paralelo entre estruturas discursivas além das estruturas de classe e de vocabulário.
Nota-se que o Partido Comunista Francês ainda exercia uma influência política no
início dos anos sessenta. Assim, muitos intelectuais estavam ativos em suas fileiras
(DOSSE, 1997).
Segundo Courtine (2010), Dubois favorecia a Análise do Discurso
possivelmente por motivos políticos. Foi ele quem traduziu Harris na França. Posto
isso, ele desejava que a Linguística tratasse de questões ligadas ao discurso. Dessa
forma, nota-se que os teóricos da Análise do Discurso Francesa eram marxistas e
estavam inseridos em debates políticos.
No plano epistemológico, Dubois contribui de forma decisiva para inserir a
Análise do Discurso na Linguística. A partir de seus trabalhos sobre lexicologia
aplicados ao vocabulário social e político, demonstrou que era possível renovar os
métodos filológicos, baseando-se em abordagens linguísticas. Ao se abrir para o
discurso político, deu uma base metodológica para a Análise do Discurso. O
linguista também mostrou os limites de certo estruturalismo e promoveu o interesse
pelo estudo dos processos enunciativos ( MAINGUENEAU, 1996).
Sob a perspectiva da vertente sociolinguística, as palavras enunciado e
discurso, segundo Guespin (1971, p.10), tendem a se organizar em oposição. Para o
teórico, o enunciado é a sucessão de sentenças emitidas entre dois brancos
semânticos, duas pausas de comunicação. O discurso, por sua vez, é o enunciado
40
Os discursos, para Foucault (2008, p.55), são formados por signos; todavia o
que fazem é mais que usar esses signos para indicar coisas. É esse mais, por
conseguinte, que os coloca como irredutíveis à língua e ao ato da fala. É esse mais,
além disso, que deve aparecer e que é necessário descrever.
Na perspectiva foucaultiana, fazer aparecer o espaço em que se desenrolam
os acontecimentos discursivos não é tentar restituí-lo em um isolamento que nada
poderia superar; não é encerrá-lo em si mesmo; é tornar-se livre, a fim de descrever,
41
Nas três linhas, discurso não se confunde com língua e fala, ainda que cada
uma apresente sua peculiaridade. Diante da pluralidade de estudos, é importante
marcar as semelhanças e dessemelhanças de cada linha (NARZETTI, 2010). As
diferenças teóricas entre Pêcheux e Foucault envolvem à maneira de se situarem
diante das propostas de Althusser. Em Foucault, faltam as categorias clássicas do
marxismo, sobretudo, ideologia e luta de classes. Há, por conseguinte, entre eles,
diferenças na leitura de Marx (GREGOLIN, 2006).
Pêcheux e a linha sociolinguística se aproximam pelo referencial marxista. As
duas linhas abordam questões referentes à luta de classes e à ideologia
(NARZETTI, 2010). Já Foucault não se preocupa em marcar posição como marxista.
Vale ressaltar que Foucault e Pêcheux não são adversários no que concerne a uma
teoria do discurso, porquanto suas propostas teóricas não se encontram em
oposição, mas em complementariedade (GREGOLIN, 2006).
O sentido das palavras, na perspectiva de Pêcheux, muda conforme a
posição na luta de classes daqueles que as utilizam. Já para Foucault, o sentido do
enunciado muda conforme as relações com outros enunciados são estabelecidas. O
autor de A arqueologia do Saber não trabalha com a relação entre linguagem,
ideologia e inconsciente, na figura do simbólico. Ele não se preocupa com teorização
de mecanismos da linguagem. Pêcheux, por seu turno, esteve mais ligado às
problemáticas da Linguística (GREGOLIN, 2006).
Desse modo, a diferença entre o conceito de discurso da linha foucaultiana
em relação as outras duas linhas está no fato de que o discurso não está
relacionado com as formações ideológicas. Foucault, portanto, recusa o conceito de
ideologia como algo pertinente para análise dos saberes.
Logo, realça-se que embora a linha de Pêcheux e a linha sociolinguística se
43
seu interlocutor. Devido ao efeito ideológico, o sujeito está condicionado a não poder
dizer qualquer coisa, de qualquer lugar, pois o contexto sócio-histórico o determina.
O sujeito, assinala Pêcheux (1995, p.163), se constitui pelo esquecimento daquilo
que o determina.
Para o filósofo francês,
O termo pragmática, de acordo com Charles Morris (1985), foi cunhado por
referência ao termo pragmatismo. É plausível supor o significado permanente do
pragmatismo reside no fato de que ele tem dado uma atenção mais direta à relação
entre signos e seus usuários, bem como ter apreciado mais profundamente, mais do
que em momentos anteriores, a relevância dessa relação para a compreensão das
atividades intelectuais. O termo pragmática, na visão do autor, serve para sublinhar
a importância das realizações de Peirce, James, Dewey e Mead no campo da
semiótica. Ao mesmo tempo, pragmática, termo especificamente semiótico, requer a
sua própria formulação.
A semiótica de Charles Morris encontra-se fora das correntes estruturalistas
da semiótica do século XX. O teórico apresenta o estudo dos signos num quadro
interdisciplinar. Sua influência, nos anos 30 e 40, no desenvolvimento da história da
Semiótica foi decisiva (NÖTH, 1996).
Na perspectiva de Morris (1985), a semiótica possui dupla relação com as
ciências. Ela é ao mesmo tempo uma ciência entre as ciências e um instrumento das
ciências. Como ciência a importância da semiótica consiste no fato de ser uma etapa
na unificação da ciência, pois oferece fundamento a qualquer ciência especial de
signos, como a linguística, a lógica, a matemática, a retórica e a estética.
A semiótica fornece uma linguagem geral aplicável a qualquer espécie de
linguagem ou signo, e também se aplica à linguagem da ciência e aos signos
específicos que são utilizados na ciência. A teoria dos signos é um instrumento útil
para purificação, simplificação e sistematização da linguagem (MORRIS, 1985).
46
A partir de sua perspectiva teórica, em geral, pode se dizer que há três tipos
de lutas: contra as formas de dominação (étnica, social e religiosa); contra as formas
de exploração, as quais separam os indivíduos daquilo que eles produzem; ou
contra aquilo que liga o indivíduo a si mesmo e, desta forma, o submete a outros
(lutas contra a sujeição, contra as formas de subjetivação e submissão). Na história,
muitos exemplos podem ser encontrados destes três tipos de lutas sociais, isoladas
umas das outras ou em conjunto; todavia, mesmo quando estão misturadas, uma
delas, quase sempre, se sobressai (FOUCAULT, 1995, p.235).
Pode-se dizer que todos os tipos de sujeição consistem em fenômenos
derivados, os quais são consequências de outros processos econômicos e sociais,
isto é, o poder de produção, a luta de classes e as estruturas ideológicas que
determinam a forma da subjetividade. Os mecanismos de sujeição não podem ser
estudados de modo independente das suas relações com os mecanismos de
exploração e dominação. Eles, desse modo, mantêm relações complexas e
circulares com outras formas (FOUCAULT, 1995, p.235).
As relações de poder se exercem por meio da produção e do intercâmbio de
signos. Além disso, não são dissociáveis das atividades finalizadas, sejam aquelas
que permitem o exercício do poder, como por exemplo, as técnicas de
adestramento, os processos de dominação e as maneiras como a obediência é
obtida; ou aquelas que recorrem às relações de poder com o objetivo de
desenvolver seu potencial, a saber, a divisão do trabalho e a hierarquia das tarefas
(FOUCAULT, p. 241).
O exercício do poder é um modo de ação de alguns sobre outros. Logo,
existe o poder exercido por “uns” sobre outros. O poder só existe em ato, embora
caia num campo de possibilidades dispersas, o qual se apoia sobre estruturas
permanentes. Isso significa que o poder não é um tipo de consentimento. Em si, não
é uma renúncia à liberdade, transferência de direitos, poder de todos e de cada um
delegado a alguns. A relação de poder pode ser o efeito de um consentimento
permanente ou prévio, contudo não é por natureza a manifestação de um consenso
(FOUCAULT, 1995, p. 242-243).
Para Foucault (1995, p. 243),
Ainda que as relações de poder estejam enraizadas no tecido social, isso não
quer dizer que exista um princípio de poder, primário e fundamental, que domine a
sociedade até os mínimos detalhes. Há formas distintas de poder. Os modos de
governo dos homens são múltiplos numa sociedade. Eles se sobrepõem, se cruzam,
se limitam, se anulam e, às vezes, se reforçam (FOUCAULT,1995, p. 247).
O teórico francês mostrou, em seus estudos, como os processos de
51
de uma análise bibliométrica, mas conceitual, com ênfase nas ideias e nos
trabalhos.
53
Ao longo dos anos, vários estudos foram realizados, a partir das interações
epistemológicas entre o campo discursivo e o campo informacional. Esses trabalhos
foram analisados sob o prisma da vertente crítica epistemológica. As pesquisas
recuperadas foram organizadas no quadro a seguir:
A
institucionalização
da pesquisa
educacional no
Universidade
Lídia Brasil: estudo
Federal de
Alvarenga bibliométrico dos
Minas Gerais Tese 1996
artigos publicados
na Revista
Brasileira de
Estudos
Pedagógicos –
1944-74
Museu, informação
e comunicação: o Universidade
Luísa Maria
processo de Federal do Rio
Gomes de
construção do de Janeiro
Mattos
discurso (Convênio Dissertação 1999
Rocha
museográfico e CNPq / IBICT)
suas estratégias
66
A arte rupestre no
Brasil: questões de Universidade
Carlos
transferência e Federal do Rio
Xavier de
representação da de Janeiro Tese 2001
Azevedo
informação como (Convênio
Netto
caminho para CNPq / IBICT)
interpretação
Na Teia dos
Sentidos: análise
Lídia Silva Universidade
do discurso da
de Freitas de São Paulo
Ciência da Tese 2001
Informação sobre a
atual condição da
Informação
Pedro Análise do discurso
Universidade
Aurelio e Ciência da
Federal do Rio 2004
Cerveira Informação: ensaio
de Janeiro Dissertação
Cordeiro sobre uma
(Convênio
possibilidade
CNPq / IBICT)
metodológica
Ciência da
informação em
Universidade
perspectiva
Nanci Federal do Rio
histórica: Lydia de
Elizabeth de Janeiro Tese 2004
Queiroz Sambaquy
Oddone (Convênio
e o aporte da
CNPq / IBICT)
Documentação
(Brasil, 1930-1970)
Pela reconstrução
epistemológica do
Marcia direito à Universidade
Heloisa informação: um Federal do Rio
Tavares de estudo de Janeiro Tese 2004
Figueredo metainformacional (Convênio
Lima da \"opinio juris\" CNPq / IBICT)
brasileira
contemporânea
Terezinha Bases de saber:
arqueologia da Universidade
de Fatima
informação sobre Federal de Tese 2008
Carvalho
transgênicos Minas Gerais
de Souza
A biblioteca escolar
Ludmila Universidade
nas teias do Dissertação 2010
Ferrarezi de São Paulo
discurso eletrônico
Thiago A construção Universidade
Henrique discursiva em Estadual Dissertação 2010
Bragato arquivística: uma Paulista
67
A epistemologia
interdisciplinar na
Edivanio Universidade
Ciência da
Duarte de Federal de 2011
Informação: dos
Souza Minas Gerais Tese
indícios aos efeitos
de sentido na
consolidação do
campo disciplinar
Dos modelos
classificatórios Universidade
Lívia de
tradicionais na Federal de São 2012
Lima Reis
ciência da Carlos Dissertação
informação à
folksonomia: um
enfoque discursivo
Análise
foucaultiana na
Flávia Universidade
organização de
Vieira da Federal de São
documentos na
Silva Carlos Dissertação 2013
web
Santos
Análise conceitual
e cognitiva: Modac
– um modelo
dinâmico para
Hildenise Universidade
auxiliar à
Ferreira Federal da Tese 2014
construção de
Novo Bahia
Sistemas de
Organização do
Conhecimento
(SOC)
Thiago A representação da
Henrique informação
Universidade
Bragato Arquivística: uma
Estadual Tese
Barros análise do discurso
Paulista 2014
teórico e
institucional a partir
68
dos contextos
espanhol,
canadense e
brasileiro
Biblioteca para
quem não sabe
ler?: a quebra de
paradigma sobre
leitura, leitores,
Rachel usuários de Universidade
Polycarpo bibliotecas e o Federal Dissertação 2014
da Silva papel do Fluminense
bibliotecário escolar
na educação
infantil
Bias na
representação de
assunto: uma
Suellen Universidade
discussão de
Oliveira Estadual Tese 2014
oposições binárias
Milani Paulista
nos functional
requirements for
subject authority
Arquivo, verdade e
o processo de
transição
democrática no
Brasil: o legado da
Aluf Alba Universidade
Comissão Nacional Tese 2017
Vilar Elias de Brasília
da Verdade para
ampliação da
discussão
epistemológica
arquivística
A
Institucionalização
cognitiva e social
da Ciência da
Larissa de
Informação no Universidade
Mello Lima
Brasil: uma análise Estadual Dissertação 2017
discursiva com Paulista
base nos anais do
gt1 ENANCIB em
sua primeira
década
69
A lei brasileira de
acesso à
informação: uma
análise da sua
Dirlene construção, do
Universidade
Santos contexto nacional
de Brasília
Barros ao contexto político Tese 2017
oligárquico do
estado do
Maranhão (2009-
2014)
Análise do discurso
literário: proposta
Mariana da de metodologia no Universidade
Silva processo de Estadual Dissertação 2018
Caprioli análise documental Paulista
de textos narrativos
de ficção
Autores Estudos sobre a Estudos Estudos Estudos Estudos sobre Estudos Estudos sobre
Epistemologia e Bibliométricos Arquivísticos sobre a Organização da Metodológicos Representação
a Historicidade leitura dos Informação e do da Informação
da Ciência da profissionais Conhecimento e do
Informação da Conhecimento
informação
Aluf Alba
Vilar Elias
Carlos
Xavier de
Azevedo
Netto
Clarinda
Rodrigues
Lucas
Dirlene
Santos
Barros
Edivânio X
Duarte de
Souza
Flávia Vieira
da Silva
Santos
Hildenise
Ferreira
Novo
Larissa de
Mello Lima
Lídia
Alvarenga
Lídia Silva
de Freitas
Lívia de
Lima Reis
Ludmila
Ferrarezi
Luisa Maria
Gomes de
Mattos
Rocha
Márcia
Heloísa
Tavares de
Figueredo
Lima
Mariana da
Silva
Caprioli
Nanci
Elizabeth
Oddone
Pedro
Aurélio
Cerveira
Cordeiro
Rachel
Polycarpo
da Silva
Suellen
Oliveira
Milani
71
Terezinha
de Fátima
Carvalho de
Souza
Thiago
Henrique
Bragato
Barros
pesquisadora observou, porém, que havia na literatura pouco material que tratasse
dessas questões. Dessa forma, sua trajetória profissional, necessitaria de uma
investigação mais detalhada. Assim, o objetivo principal da pesquisa é a
recuperação de eventos históricos que marcaram o percurso profissional de
Sambaquy (ODDONE, 2004).
Oddone (2004), em seu percurso metodológico, optou pela abordagem
genealógica de Foucault, que investiga as forças presentes na constituição de um
determinado fenômeno.Dessa forma, trata-se de um trabalho de investigação
documental, a fim de fazer emergir as forças dispersas. Ressalta-se que a
pesquisadora também utilizou o método Ator-Rede de Bruno Latour. Nesse
horizonte, os discursos se apresentam como passíveis de várias leituras.
Foucault, ao observar os enunciados no espaço de sua dispersão e de sua
descontinuidade, emprega a noção de rede, a fim de pormenorizar o locus, no qual o
jogo de relações e de rupturas, que configura uma determinada formação discursiva,
se apresenta (ODDONE, 2004).
Oddone (2004) pondera que as abordagens de Latour e Foucault se
aproximam em termos operacionais, a saber, na descrição minuciosa dos atores,
dos eventos e dos documentos, na expectativa de deixar emergir uma rede de
forças. A pesquisadora argumenta que na perspectiva de Foucault o enunciado tem
a necessidade de ter uma existência material.
A Análise do Discurso Francófona, nos estudos de Oddone (2004), traz
subsídios para o entendimento da historicidade do campo informacional,
recuperando marcos históricos e compreendendo como a área é entendida em sua
perspectiva histórica pelos seus profissionais e pelas suas instituições.
humanas. Destarte, precisam ser analisados de modo crítico, pois não são neutros
(ALVARENGA, 1996).
Márcia Heloísa Tavares de Figueredo Lima (2004), em sua tese apresentada
ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação do convênio UFRJ/ECO-
CNPq/IBICT, também traz contribuições para os estudos bibliométricos, enfatizando
o caráter poliepistêmico da Ciência da Informação. É importante pontuar que sua
pesquisa apresenta um enforque epistemológico. Realça-se que a autora procura
estabelecer um vínculo entre os direitos humanos e o direito à informação.
A pesquisadora fez um percurso teórico no intuito de verificar como o direito à
informação é tratado no país pelos estudiosos do Direito. Assim, traz reflexões sobre
o direito à informação, a partir da literatura especializada do campo jurídico. Além
disso, propõe uma reconstrução teórica do conceito de direito à informação (LIMA,
2004).
Lima (2004) objetivou a reconstrução de argumentações teóricas sobre a
identificação de estruturas discursivas expressivas presentes no estatuto
contemporâneo brasileiro do direito à informação. A pesquisadora se deteve no
exame dos enunciados de autores brasileiros. Assim, o corpus para análise foi
construído por meio de pesquisa documental. Destarte, os recortes discursivos
foram retirados de um arquivo. Para isso, examinou textos publicados por revistas
jurídicas.
Em seu percurso metodológico, Lima (2004) utiliza a Bibliometria e a
perspectiva foucaultiana de análise de enunciados. Posto que a Bibliometria se
relaciona com métodos quantitativos aplicados à análise de informação, a
pesquisadora traz reflexões sobre as possibilidades conciliadores dos métodos
bibliométricos e arqueológicos. Destarte, em sua perspectiva metodológica, os
estudos bibliométricos podem fornecer subsídios concretos e sistematizados para os
estudos arqueológicos. Assim, há entre esses campos uma relação de
complementaridade.
Visto que a informação é um objeto poliepistêmico e vários campos
disciplinares disputam sua autoridade, a Ciência da Informação não dever furtar a
visão que outras disciplinas apresentam sobre a informação. Nesse percurso, a
pesquisadora constatou que o discurso autorizado sobre o direito à informação está
ligado aos bens materiais e imateriais disponíveis no mercado. Dessa forma, as
enunciações contemporâneas brasileiras sobre informação privilegiam o mercado e
81
1999).
Rocha (1999) assinala que a análise do documento clama por interações
interdisciplinares. O significado histórico, muitas vezes, é tido como uma verdade
única. Não se pode esquecer que há um aspecto contextual e subjetivo no
conhecimento histórico. Historiadores e museólogos utilizam um repertório pessoal
na construção de seus objetos de análise. O museu possui um poder legitimador, a
ponto de ser considerado durante muitos anos como inquestionável.
Dessa forma, não se pode perder de vista que o museu está inserido numa
ordem social e cultural de uma sociedade. Ademais, passa por mudanças e
transformações em suas necessidades e valores. O objeto sofre alterações físicas,
devido à ação do tempo, além de enfrentar mudanças em seu uso como
representação social de um determinado contexto (ROCHA, 1999).
O museu está inserido na ordem sociocultural de uma sociedade. Nessa
instituição, diferentes padrões classificatórios são utilizados na representação do
acervo e na seleção dos objetos expostos. Tais padrões refletem a dinâmica da
sociedade e também do sujeito. Para a pesquisadora, o padrão classificatório
procede de relações socioculturais. Dessa forma, o sujeito, alocado num grupo
social, possui um determinado padrão de classificação (ROCHA, 1999).
É importante problematizar as questões em torno dos critérios de
classificação dos museus. Em muitos momentos, prioriza-se um determinado código,
partilhado por um segmento social privilegiado, deixando de lado um discurso mais
democrático e aberto a múltiplas leituras. A exposição, portanto, se revela como uma
teia de significados possíveis (ROCHA, 1999).
Os museus se apresentam como instâncias de legitimação do discurso ou de
uma verdade científica. Os museus históricos, por exemplo, valorizam a perspectiva
cronológica. Neles, muitas vezes, os fatos se apresentam de forma linear, por meio
de objetos pessoais de uma elite política que não expressa as complexidades das
relações socioculturais. As relações comunicacionais entre o museu e o público têm
um aspecto intencional que se reflete na política cultural da direção da instituição.
Sendo assim, não há neutralidade nessa relação (ROCHA, 1999)
O enfoque discursivo assinala que o significado de um objeto ou de uma
exposição é construído por um sujeito, alocado num contexto histórico e
sociocultural, por meio de um processo de interlocução que pede a negociação de
subjetividades em cenário contextualizador (ROCHA, 1999).
92
classificação social sofra coerções ideológicas, por meio dela, também, é possível a
criatividade (REIS, 2012).
A pesquisadora defende que a Internet possibilita diversas formas de
resistência aos sistemas ideológicos institucionalizados, porquanto possibilita o ato
criativo, ainda que suas ferramentas não sejam gratuitas e livres das relações de
poder. Dessa forma, não se deve fugir dos embates ideológicos, dos diversos pontos
de vista, dos diferentes grupos culturais, visto que tais embates envolvem tipos de
poder e de resistência (REIS, 2012).
As relações de poder, na visão de Reis (2012), na Era da Informação, estão
assumindo uma configuração mais dinâmica e fluida, visto que as noções de
colaboração em redes sociais estão presentes nos diversos campos das atividades
humanas. Diante da exposição online da privacidade, uma forma de resistência seria
os sujeitos se tornarem os próprios controladores dos discursos, para que exponham
informações de seus interesses. Assim, os pontos de resistência não podem ser
localizados com facilidade.
Hoje, há a valorização da criatividade e do compartilhamento de saberes. É
possível, por meio da compreensão ativa e do exercício da liberdade, exteriorizar
pontos de vistas, analisar atos e enunciados de outros e até mesmo adquirir uma
identidade em meio ao conflito entre poder e resistência. Na atribuição das tags, por
exemplo, os sujeitos podem negociar sentidos. Para isso, há fóruns de discussão
que estão disponibilizados em sites (REIS, 2012).
Por conseguinte, o gesto classificatório não é neutro, pois envolve vários
processos ideológicos e valorativos de compreensão. Há no controle terminológico
uma tendência para fechar espaços para interpretação. Ademais, a tecnologia do
poder disciplinar, associada a nova forma de poder, registra e guarda informações,
além de rastrear o comportamento dos indivíduos. Dessa forma, ainda que a
folksonomia favoreça a criatividade dos sujeitos ao classificar conteúdo, não se
encontra livre das forças de poder coercitivas. Nesse horizonte, o poder adquire
novas configurações (REIS, 2012).
Com enfoque nas novas ferramentas da web, Flávia Vieira da Silva Santos
(2013) trouxe reflexões sobre o tratamento da informação, objetivando a análise, a
representação e a recuperação de documentos em sua dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade da Universidade
Federal de São Carlos.
99
2004).
Cordeiro (2004) aponta que são poucos os estudos teóricos sobre a Análise
do Discurso como metodologia presentes nas práticas da Ciência da Informação.
Ademais, aponta que as duas áreas do conhecimento científico despertam
polêmicas devido às origens de seus objetos de estudo, a saber, o discurso e a
informação.
Sendo assim, seu trabalho prepara o campo científico para novos estudos
que envolvam a metodologia da Análise do Discurso e os estudos sobre informação.
Segundo a hipótese de Cordeiro (2004), a Ciência da Informação é considerada
como um campo do conhecimento a procura de sua própria epistemologia.
Desse modo, possibilita agregação e afirmação científica de disciplinas que
caminham em direção a um mesmo ponto. A partir do pós-Guerra, segundo o
pesquisador, Análise do Discurso e Ciência da Informação trilham por caminhos
parecidos. Ademais, apresentam crises semelhantes e transitam por vários espaços
epistemológicos, isto é, passam pelos paradigmas físico, cognitivo e social. Sobre
isso, é importante mencionar que Cordeiro (2004) faz referência a Rafael Capurro
(2003). O filósofo uruguaio, ao assinalar questões epistemológicas presentes na
Ciência da Informação, argumenta que a área percorre pelos três paradigmas.
Cordeiro (2004) considera, em seu trabalho, os fatos sociais da Ciência da
Informação, sobretudo, aqueles relacionados às instâncias semântico-discursivas da
informação. Os estudos sobre informação passam a olhar o sujeito. Nesse cenário, a
Análise do Discurso como método auxiliaria a problematizar as questões de
interpretação. Destarte, o pesquisador faz interpelações epistêmicas referentes à
relação significado/informação.
Trazendo também contribuições para os estudos metodológicos em Ciência
da Informação, em sua dissertação de Mestrado para o Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista, Mariana
da Silva Caprioli (2018) propôs elementos, a fim de realizar uma experiência
metodológica com a Análise do Discurso, para decodificar formações discursivas
que cooperassem com o processo de análise documental de textos narrativos
ficcionais. Os textos escolhidos pela pesquisadora foram do autor curitibano Dalton
Trevisan.
A autora argumenta que a Análise do Discurso se apresenta como uma
metodologia viável para análise de textos literários. De acordo com Caprioli (2018),
102
os textos narrativos ficcionais podem ser representados com mais eficiência, caso
sejam analisados discursivamente. Dessa forma, possibilitaria uma melhor
recuperação e uso dos documentos.
A preocupação com a recuperação de textos narrativos surgiu na Ciência da
Informação na década 1980, devido, principalmente, a dificuldade de representar o
conteúdo temático. A pesquisadora aponta que os textos narrativos de ficção não
possuem uma metodologia específica para ser representado em unidades de
informação. Desse modo, esses textos acabam sendo representados de acordo com
as regras aplicadas aos textos científicos (CAPRIOLI, 2018).
Segundo a autora, há inconsistências no processo de recuperação da
informação em obras literárias nas unidades de informação. Logo, existe a
necessidade de uma metodologia que decodifique as formações discursivas nos
discursos literários. Sendo assim, propõe a observação da contribuição da
materialidade discursiva na recuperação da informação de textos narrativos
ficcionais (CAPRIOLI, 2018).
Sob a luz dos pressupostos teóricos de Pêcheux, Caprioli (2018) argumenta
que a formação discursiva é construída pela relação de sentido entre posições
ideológicas, que se encontram inseridas em um processo sócio-histórico, no qual os
sentidos e as palavras são produzidos. Ver-se-á que as palavras não têm sentido
nelas mesmas, mas sim derivam o sentido do meio em que estão inseridas, estando
diretamente relacionada à Formação Ideológica.
Em seu percurso teórico, a pesquisadora também considera a noção de
poder de Foucault. Nessa perspectiva, o poder está ligado ao direito e à verdade.
Salienta-se que Carioli faz uma articulação com o conceito de Regime de
Informação, que trata de regras do uso da informação em uma dada sociedade e um
dado contexto (CAPRIOLI, 2018).
Visto que Análise do Discurso Francesa se preocupa com o contexto no qual
os documentos foram criados, se torna uma metodologia viável para análise de
textos literários. Caprioli (2018) defende que Análise do Discurso Literário, inspirada
nos trabalhos de Maingueneau e baseada nos conceitos da Análise do Discurso,
serve como auxílio no que concerne a análise para representação em unidades de
informação. Além disso, defende que esse tipo de análise pode beneficiar o trabalho
dos profissionais da informação, tornando a representação do texto mais adequada
e a recuperação mais eficiente, pois, na análise discursiva, o contexto e as
103
diferentes marcos teóricos que tratam do tema, a fim de seus conceitos possam ser
disseminados, de tal modo que as comparações gerem possibilidades interpretativas
com um alcance maior. Desse modo, existe a necessidade de um esforço teórico e
metodológico, para que haja uma reorganização das estruturas representativas da
Arte Rupestre. Além disso, é importante minimizar os problemas de cunho conceitual
e terminológico (AZEVEDO NETTO, 2001).
Por seu lado, Hildenise Ferreira Novo (2014), em sua tese apresentada ao
Curso de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do
Conhecimento da Universidade Federal da Bahia, apresenta para organização do
conhecimento uma proposta de Modelo Dinâmico de Análise Conceitual (Modac),
objetivando contribuir na construção de Sistemas de Organização do Conhecimento.
O modelo se baseia em Análise Cognitiva e em Análise do Discurso Representativo
do domínio meio ambiente, a partir de subáreas e especialidades das Geociências.
A pesquisadora utilizou a Análise do Discurso Representativo de Foucault,
buscando analisar a enunciação discursiva de textos. Novo (2014) se preocupa em
compreender como o sujeito processa e usa dinâmica e cognitivamente a
informação, para elaborar mecanismos de análise conceitual que possibilitem um
modelo dinâmico, a fim de auxiliar na construção de Sistemas de Organização e
Representação do Conhecimento.
Segundo a pesquisadora, a Linguística, a Análise Cognitiva e a Análise do
Discurso colaboraram com a base epistemológica de sua pesquisa. A autora utilizou
concepções foucaultianas para pensar na interpretação das redes conceituais, a
saber, rastrear as palavras para além de um ato de escrita, entendendo as questões
de pluralidade ligadas pelo sentido, pela semântica, que podem ser ditas em outros
espaços, pois dialogam com outros contextos. A autora aponta que no processo de
organização do conhecimento, os processos de interpretação são necessários na
criação de novos conceitos (NOVO, 2014).
De acordo com Novo (2014), o sujeito ressignifica a informação e lhe atribui
sentido para sua utilização. Nesse horizonte, os profissionais da informação e do
conhecimento precisam entender a importância da ressignificação, por meio de
processos técnicos ligados ao trabalho de representação. Além disso, aliados às
tecnologias, devem mediar as possibilidades de informação. Assim, para que sejam
feitas análises conceituais, é mister a compreensão do domínio do conhecimento e
de seus usuários.
107
Intertextualidade Utiliza a
Arqueologia do
Saber para
fundamentar seu
Lídia
UFMG estudo
Alvarenga
bibliométrico.
Argumenta que
todo texto se
relaciona com
outros textos, ora
em conformidade,
ora em oposição
X Museologia Apresenta o
D museu como um
Sujeito poder legitimador.
Assinala que a
análise das
representações da
Arte Rupestre
brasileira pode
110
dialogar com a
Análise de
Discurso, posto
que Foucault
analisa a
construção das
estruturas
discursivas.
T X X X Informação Discorre sobre as
Sociocultural contribuições da
Análise do
Epistemologia Discurso no
debate
Ciência da epistemológico.
Informação
Lídia Silva
USP/ECA Aponta princípios
de Freitas
Neoliberalismo dominantes da
Ciência da
Informação.
Problematiza a
Luta social pelos
sentidos.
D X Análise do Sugere a Análise
Discurso do Discurso como
metodologia para
Método a Ciência da
Analítico Informação.
Pedro
Aurélio
UFRJ /IBICT Ciência da Assinala que a
Cerveira
Informação Análise do
Cordeiro
Discurso como
método auxilia na
problematização
das questões de
interpretação.
T X Ciência da Utiliza abordagem
Informação genealógica de
Foucault para
Biblioteconomia investigação
documental, a fim
Documentação de fazer emergir
Nanci
as forças
Elizabeth
UFRJ /IBICT Lydia de dispersas.
Oddone
Queiroz
Sambaquy Adota princípios
da história
Historicidade da genealógica.
Ciência da
Informação
T X Transgênicos Desenvolve um
exercício
Bases do saber metodológico
capaz de explicitar
Arqueologia da a possibilidade de
Informação se estabelecer
uma base de
saber em
temáticas
complexas como
UFMG/ ECI Terezinha os transgênicos
de Fátima por meio da
Carvalho Análise do
de Souza Discurso.
Apresenta
evidências em
Foucault para
explicitar a
percepção de que
apenas o
111
conhecimento
científico não é
capaz de dar
suporte para
tomada de
decisão.
D X Biblioteca Trata a
Escolar materialidade
virtual como um
Análise do palco de disputas.
Discurso
Argumenta que há
Internet sentidos
dominantes que
Sujeitos- normatizam o que
bibliotecários e como a
biblioteca escolar
deve ser.
Ludmila
Ferrarezi Apresenta o
FFCLRP- USP
sujeito-
bibliotecário
inserido em um
lugar de poder.
Analisa
discursivamente
os movimentos do
sujeito e dos
sentidos em
páginas
eletrônicas sobre
biblioteca escolar.
D X X X Análise do Defende a
Discurso Análise do
Discurso como um
Arquivística desdobramento da
Linguística.
Formação
discursiva Apresenta o
arquivo como uma
instituição
reguladora e
legitimadora de
poder.
Usa a Análise do
Discurso como
método para
identificar os
Thiago
sujeitos que
Henrique
FFC/UNESP enunciam e os
Bragato
lugares que os
Barros
conceitos são
enunciados na
Arquivística.
Faz uma
aproximação
conceitual dos
trabalhos de
Foucault com os
de Pêcheux.
Considera as
contribuições de
Foucault para
Análise do
Discurso como
periféricas.
Informação.
D X Folksonomia Assinala que
existe o conflito
Linguagens entre sistemas
Documentárias ideológicos que se
inclinam para um
Sujeito fechamento de
sentidos e outros
Contexto Social que tendem para
os múltiplos
Tags sentidos, a fim de
classificar algo.
Lívia de Organização do
UFSCar
Lima Reis Conhecimento
Tecnologia
Poder
Disciplinar
Classificação
Neutralidade
Representação
Temática
D Organização de Assinala que
X Documentos princípios da
análise
Ciência e Saber foucaultiana
podem auxiliar os
Comentário profissionais da
informação na
Arquivo análise e na
organização de
Flávia
Integração de documentos.
Vieira da
UFSCar dados
Silva
Aplica princípios
Santos
Arquivo teóricos de
enunciativo Foucault em um
corpus de cunho
artístico.
Faz análise
discursiva em
textos da web.
Expõe que os
arquivos são
instituições que,
além de regular,
legitimam a
constituição de
identidade e de
113
memória
Argumenta que
Análise do
Discurso pode
contribuir com as
discussões sobre
as posições
ideológicas em
dada conjuntura
presentes na
Arquivística e nas
instituições
responsáveis pela
organização de
documentos de
arquivos.
Questiona a
neutralidade que o
discurso do
gênero científico
tenta se prender.
Utiliza a Análise
do Discurso um
referencial teórico
e epistemológico
para compreender
como a biblioteca
escolar e o
bibliotecário
podem auxiliar na
educação leitora e
no entendimento
da biblioteca como
um espaço que
pode ser utilizado
por crianças.
Utiliza a Análise
do Discurso
foucaultiana, a
partir da releitura
de Frohamann,
em sua
abordagem
genealógica,
como
metodologia,
posto que seu
interesse é
entender as
relações de poder
construídas na
representação de
assunto.
Argumenta que os
documentos
podem oferecer
recursos para que
haja a libertação
de lembranças
traumáticas,
ressignificando as
narrativas
históricas.
Versa que os
arquivos passam,
na atualidade, a
se localizar nas
demandas sociais
correspondentes
aos processos
identitários, de
inclusão e nos
processos de
justiça social.
Traz reflexões
teórico-
metodológicas
sobre conceitos
fundamentais para
Ciência da
Informação.
Discorre sobre
como a Análise do
Discurso pode
auxiliar na
compreensão do
papel da ANCIB e
do ENANCIB na
115
legitimação das
tendências de
pesquisa na
Ciência da
Informação.
Faz uma
sistematização
das formações
discursivas e
ideológicas das
teorias presentes
nos estudos
epistemológicos
da Ciência da
Informação no
contexto
brasileiro.
UnB Dirlene X Lei de Acesso à Aponta que o
Santos Informação estudo do
Barros fenômeno
Publicidade informação não é
concebido fora do
Silêncio sujeito.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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