Controle e Prevenção de Infecção Hospitalar - Aula 1
Controle e Prevenção de Infecção Hospitalar - Aula 1
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DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Unidade 1
Infecções e a segurança
hospitalar
CEO
DIRETORA EDITORIAL
ALESSANDRA FERREIRA
GERENTE EDITORIAL
PROJETO GRÁFICO
TIAGO DA ROCHA
AUTORIA
Foco na segurança............................................................................................. 16
A cultura da segurança...................................................................................... 32
A microbiota humana......................................................................................... 47
APRESENTAÇÃO
Leis, pesquisas e ferramentas são empregadas com a finalidade
de manter a carga microbiana dentro dos limites de aceitação
preconizados pelos órgãos reguladores de Vigilância Sanitária,
que estabelecem padrões rigorosos para assegurar a higidez e a
manutenção da saúde dos pacientes. Quando essas diretrizes não
são seguidas corretamente, existe a possibilidade real da infecção
dos usuários por meio da disseminação de microrganismos
patogênicos e do desenvolvimento de doenças, aqui denominadas
infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). As IRAS são
doenças infecciosas associadas ao cuidado em saúde, e, por isso,
cabe ao profissional se comportar de maneira preventiva quanto
à sua propagação, sempre pautado na cultura da segurança. Ao
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longo desta unidade letiva, você mergulhará neste universo e
compreenderá a importância deste tema!
conhecimento? Ao trabalho!
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infecções hospitalares (IH), representa relevante problema de
saúde pública preocupando pacientes, profissionais, gestores e
órgãos sanitários (Oliveira; Silva; Lacerda, 2016).
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fundamentais de segurança do paciente nos hospitais militares de
campanha ingleses durante a Guerra da Crimeia. Essas medidas
incluíam a lavagem das mãos, a higienização do ambiente, a
melhoria da alimentação e a individualização dos leitos dos
pacientes (Oliveira; Silva; Lacerda, 2016).
Imagem 1.1 – A lavagem de mãos é medida efetiva contra as IRAS
Fonte: Freepik
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internação ou após a alta, quando puder ser relacionada
com a internação ou procedimentos hospitalares.
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• infecção da corrente sanguínea (ICS) – associada ou
relacionada ao cateter;
Fonte: Freepik
Foco na segurança
O cuidado é a contrapartida a ser oferecida pelo profissional
aos seus pacientes. Para que o cuidado dispensado seja eficaz,
é preciso orientar-se conforme padrões de ética profissional,
empregando uma boa técnica, respeitando boas práticas e tendo
em vista dois aspectos essenciais na sua atuação: a possibilidade
da ocorrência de eventos adversos e a busca permanente de
segurança do paciente.
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de saúde. Vamos analisar brevemente cada uma das etapas:
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A biossegurança no controle de
IRAS
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Imagem 1.3 – Procedimentos invasivos como cirurgias são os que envolvem maiores riscos
de ocorrência de IRAS
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Fonte: Pixabay
Fonte: Freepik
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• instrumentais e artigos passíveis de reutilização devem
ser permanentemente limpos e esterilizados.
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Fonte: Pixabay
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realiza e dos artigos que utiliza.
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higienização e assepsia dos instrumentos, paredes,
bancadas, chão etc. Além disso, existem legislações
específicas que se referem a diferentes processos
de biossegurança, de acordo com a classificação do
ambiente em questão, como críticos, semicríticos e
não críticos.
Fonte: Freepik
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trabalho e em suas atividades cotidianas e auxiliar
IMPORTANTE na implantação coletiva da cultura da segurança
na sua organização.
Imagem 1.7 – A cultura da segurança deve ser seguida por toda a equipe multidisciplinar em
saúde
Fonte: Freepik
A cultura da segurança
De acordo com Oppermann e Pires (2003), essa proteção
consiste em cuidados e equipamentos capazes de impedir a
contaminação tanto dos profissionais de saúde quanto dos
pacientes e do ambiente laboral.
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Instrumentos que podem ser reutilizados devem
antes estar esterilizados. Os descartáveis devem
IMPORTANTE ser descartados em local apropriado;
Fonte: Pixabay
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Padronização de procedimentos
Para fins sanitários, o procedimento operacional padrão é
definido como o “conjunto de normas de operação padronizadas e
de conhecimento para aplicação por todos os membros do grupo
– equipe de trabalho” (Bahia, 2001). Vejamos o que isso significa
na prática:
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Vamos destacar alguns pontos importantes sobre os
protocolos:
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seguro do ponto de vista microbiológico.
As infecções humanas
As IRAS podem ser causadas por diversos microrganismos,
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Os principais grupos de bactérias causadoras de
infecções em humanos são aquelas dos gêneros Mycobacterium
(tuberculose e hanseníase), Streptococcus (pneumonia), Clostridium
(tétano), Leptospira (leptospirose), Treponema (sífilis), Salmonella
(salmonelose) Escherichia (diarreia e infecção urinária), entre
outros (Tortora; Funke; Case, 2012).
Fonte: Pixabay
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Quando se trata de infecções virais, há uma grande
preocupação devido ao alto risco de transmissão do HIV/AIDS
e das hepatites (B, C e D) por meio de instrumentos cortantes
e perfurantes geralmente usados em procedimentos médicos.
Embora também existam medicamentos antivirais disponíveis,
o tratamento de viroses é frequentemente mais desafiador. Em
alguns casos, como o HIV/AIDS e as hepatites virais (A, B, C, D e
E), não existe uma cura definitiva, apenas o controle da viremia,
que é a quantidade de vírus no sangue. Consequentemente, essas
doenças podem se tornar crônicas, levando a danos irreversíveis
e, em alguns casos, à morte do paciente.
A resistência microbiana e a
responsabilidade profissional:
mecanismos, impactos e riscos
A resistência microbiana é fonte de centenas de estudos
que buscam elucidar os mecanismos dessa resistência e
desenvolver drogas antimicrobianas, com o intuito de erradicar os
microrganismos no ambiente de saúde.
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doenças causadas por esses patógenos, muito
menos do que era disponível há um século.
(Tortora; Funke; Case, 2012, p. 553)
A microbiota humana
Além dos microrganismos patogênicos presentes nos
doentes e que podem ser transmitidos às pessoas saudáveis
(geralmente encontrados na microbiota de nosocômios), nos
organismos vivos existe uma flora naturalmente presente que
pode, em situações específicas, ser responsável por doenças. A esse
conjunto de microrganismos dá-se o nome de microbiota humana.
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anatômicos, por bactérias e fungos que compõem uma microbiota
numerosa, diversa e complexa, estimada em cem trilhões de
células microbianas, o que representa dez vezes o número das
células humanas do corpo (Tortora; Funke; Case, 2012).
Pele Staphylococcus
Malassezia
Corynebacterium
Micrococcus
Propionibacterium
Pityrosporum
Hemophilus
Neisseria
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resistência microbiana desafia os pesquisadores
da saúde por representar um risco de
impossibilidade de tratamento de infecções com
os antibióticos disponíveis, levando a um alto risco
de complicações e morte.
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Fonte: Freepik
• Klebsiella spp.;
• Enterobacter spp.;
• Proteus spp.;
• Citrobacter spp.;
• Pseudomonas aeruginosa;
• Acinetobacter baumannii.
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natural, um conjunto de microrganismos que
contribui para o funcionamento normal do corpo.
Em situações específicas de imunodepressão e em
áreas estéreis do corpo, esses microrganismos
podem desenvolver infecções.
2000.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂCIA SANITÁRIA. Infecção
relacionada à Saúde: vigilância epidemiológicas das infecções
hospitalares. São Paulo, 2004. Disponível em: http://www.saude.
mt.gov.br/upload/controle-infeccoes/pasta4/mod_2_vig_epid_
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AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resistência
microbiana: mecanismos e impacto clínico. Brasília, DF: Anvisa,
2017.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução da
Diretoria Colegiada (RDC) n. 50, de 21 de fevereiro de 2002. Diário
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Paulo, v. 50, n. 3, p. 505-511, jun. 2016.
OPPERMANN, C. M.; PIRES, L. Manual de biossegurança para
serviços de saúde. Porto Alegre: PMPA/SMS/CGVS, 2003.
PAULA, A. O.; SALGE, A. K. M.; PALOS, M. A. P. Infecções relacionadas
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uma revisão integrativa. Rev. Enfermería Global, n. 45, jan. 2017.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 10.
ed.Porto Alegre: Atmed, 2012.
TRABULSI, L.R. Microbiologia. São Paulo: Atheneu, 2008.