São Caetano Do Sul 2021
São Caetano Do Sul 2021
São Caetano Do Sul 2021
Profa. Dra. Sueli Soares dos Santos Batista (Centro Paula Souza)
Dedico este trabalho ao meu querido marido, Lauro, e à minha amada filha Stella.
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida e por sempre guiar meu caminho com tanto amor,
sabedoria e por ter me proporcionado condições para eu chegar até aqui.
À minha mãezinha (in memoriam), por me ensinar, entre tantas coisas, a importância
dos estudos. Sempre me incentivou a estudar, mesmo com pouco estudo, pois
cursou apenas o primário, mas com muita sabedoria tratava os estudos como
primordial na minha vida e na vida da minha irmã.
Amor eterno! Muitas saudades mãezinha!
Ao meu marido Lauro, que muito me apoiou com carinho e paciência, ficando ao
meu lado em todos os momentos durante o desenvolvimento desse trabalho. Nunca
mediu esforços para me ajudar, sempre me encorajando e incentivando. Amo você!
À minha filha Stella, razão do meu viver, luz da minha vida que me deu energia
todas às vezes, que achava que não seria capaz de finalizar esta dissertação. Quero
agradecer a sua compreensão pelas vezes que deixei de dar a atenção merecida.
À minha amada irmã Carla, que sempre me apoiou e apoia com uma palavra amiga
quando necessito. Você mora no meu coração!
À minha querida orientadora, Profa. Dra. Sanny Silva da Rosa, por suas valiosas
contribuições e orientações em todo o percurso do Mestrado Profissional, pela sua
paciência, compreensão e carinho, nos momentos mais difíceis que passei ao longo
desses 2 anos e por me fazer acreditar que seria possível chegar até aqui. Muito
obrigada por todo seu empenho e dedicação!
Ao meu amigo Rodolfo, meu parceiro nesta caminhada, obrigada por sempre estar
disposto em me ouvir nos momentos de angústia, choro, risos, enfim pela força de
sempre. Você é o irmão que a vida me presenteou.
À Rosângela, pelo incentivo, para eu ingressar o Mestrado, bem como pelo seu
acolhimento e ajuda durante todo esse período. Obrigada Rô!
Ao meu amigo Ademir, que sempre acreditou em mim, bem como contribuiu com a
minha pesquisa, no levantamento dos dados na unidade escolar ETEC Jorge Street.
Ao Prof. Dr. Paulo Sérgio Garcia, por acompanhar o desenvolvimento deste trabalho
desde os workshops até a banca examinadora com contribuições valiosas que
enriqueceram este trabalho.
A Profa. Dra. Sueli Soares dos Santos Batista, pelos caminhos apontados e pelas
preciosas contribuições e sugestões para o prosseguimento deste trabalho.
À Equipe da ETEC Jorge Street que teve uma participação especial neste caminho,
muito obrigada por toda colaboração.
O amor recíproco - entre quem aprende - e - quem
ensina é o primeiro e mais importante degrau para
se chegar ao conhecimento.
(Erasmo de Roterdã)
RESUMO
Esta dissertação teve por finalidade estudar a evasão escolar. A temática foi analisada
por meio de um estudo de caso realizado em uma das unidades escolares de nível
médio e técnico da instituição Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula
Souza. O objetivo geral foi identificar as principais causas intra e extraescolares que
levam os alunos a evadirem-se do Curso Técnico em Administração em uma ETEC
do município do ABC Paulista. A questão-problema que conduziu a pesquisa foi:
Quais os fatores influenciadores e determinantes da evasão escolar no Curso Técnico
em Administração nas Escolas Técnicas do Centro Paula Souza? O referencial
teórico pautou-se nas contribuições de Cunha, Koritiake, Manfredi, Mota e Frigotto,
Motoyama, e Schwartzman sobre a história do ensino técnico. Vale salientar que as
legislações e os documentos oficiais da instituição também contribuíram nesse
percurso, assim como os estudos correlatos, considerando ainda os trabalhos de Ball,
Dore e Lücher, Lück, Patto e Paro, referentes aos conceitos e causas da evasão
escolar, bem como à importância da gestão escolar nesse contexto. Trata- se de um
estudo qualitativo que se valeu dos seguintes procedimentos metodológicos para a
coleta de dados: análise documental; aplicação de questionários e a realização de um
grupo de discussão. Os resultados evidenciaram que as principais causas da evasão
declaradas pelos alunos são as extraescolares, tais como: dificuldade de conciliar o
trabalho com os estudos; problemas de saúde e pessoais. Já na visão da equipe
gestora, as causas intraescolares elencadas foram: descompasso educacional; aulas
não motivadoras. Com relação aos fatores extraescolares, destacam-se: problemas
financeiros; localização da unidade escolar; ingresso no nível superior; dificuldade de
conciliar o horário do curso com o trabalho. Constatou-se que a unidade escolar
desenvolve ações orientando o corpo docente sobre as consequências da evasão e
sobre o planejamento das aulas, assim como esclarecendo aos alunos a importância
do curso para o mercado de trabalho. Por fim, a partir dos achados desta pesquisa,
como produto final, serão organizados materiais de conscientização destinados à
equipe gestora, em especial à coordenação de curso e professores, por meio da
plataforma PADLET. O propósito é subsidiar novas estratégias e ações que a unidade
escolar continuará a desenvolver para controlar e amenizar o índice da evasão.
This dissertation aimed at studying school dropout. The theme was analyzed through
a case study carried out in one of the high school and technical school units of the
institution Paula Souza State Center of Technological Education. The general objective
was to identify the main in-school and out-of-school causes that lead students to drop
out of the Technical Course in Administration at a high school in the ABC Paulista
region. The problem question that led the research was: What are the influential and
determining factors of school dropout in the Technical Course in Administration in
Technical Schools of the Paula Souza Center? The theoretical framework was based
on the contributions of Cunha, Koritiake, Manfredi, Mota and Frigotto, Motoyama, and
Schwartzman about the history of technical education. It is worth mentioning that the
legislation and official documents of the institution also contributed, as well as related
studies, considering also the works of Ball, Dore and Lücher, Lück, Patto, and Paro,
referring to the concepts and causes of school dropout, as well as the importance of
school management in this context. This is a qualitative study that made use of the
following methodological procedures for data collection: document analysis,
questionnaires, and a focus group. The results showed that the main reasons for
dropping out of school declared by the students are extracurricular, such as: difficulty
in reconciling work and studies; health and personal problems. In the view of the
management team, the intra-school causes listed were: educational mismatch; non-
motivating classes. As for the out-of-school factors, the most important are: financial
problems, location of the school unit, entry into higher education, and difficulty in
reconciling the course schedule with work. It was found that the school unit develops
actions guiding the teaching staff about the consequences of dropping out and about
class planning, as well as explaining to the students the importance of the course for
the job market. Finally, based on the findings of this research, as a final product,
awareness materials will be organized for the management team, especially for the
course coordination and teachers, through the PADLET platform. The purpose is to
subsidize new strategies and actions that the school unit will continue to develop to
control and reduce the dropout rate.
APRESENTAÇÃO
Street, localizada na cidade de São Caetano do Sul, para início imediato. Para minha
alegria, fui aprovada nas duas unidades.
Assim, comecei a lecionar na ETEC Jorge Street como professora
indeterminada para o curso técnico modular em Administração, no componente
curricular Gestão Empresarial, com apenas cinco aulas semanais no período noturno.
Logo em seguida, ampliei minha carga horária para a ETEC Juscelino Kubitschek de
Oliveira, onde atribui aulas no curso de Administração e Logística, lecionando nos
componentes Administração Jurídica, Planejamento Financeiro Orçamentário,
Processo de Suprimentos e Logística Reversa.
Em 2012, consegui compor a carga horária total permitida pelo Centro Paula
Souza na época, ou seja, 35 horas semanais, atuando nos cursos técnicos modulares.
Além de lecionar na ETEC Jorge Street e na ETEC Juscelino Kubitschek de Oliveira,
atribui aulas na ETEC Júlio de Mesquita localizada na cidade de Santo André e na
ETEC Getúlio Vargas, localizada no bairro do Ipiranga, na cidade de São Paulo. Foi
uma ótima experiência, na qual tive coordenadores excelentes, que contribuíram com
a minha formação nesse período inicial da minha carreira docente.
Nesse mesmo ano, retomei os estudos, agora rumo à licenciatura, uma vez que
o Centro Paulo Souza incentiva todos os seus professores a participarem do
Programa Especial de Formação Pedagógica para as Disciplinas do Currículo da
Educação de Nível Médio, isto é, equivalente à Licenciatura Plena. Essa formação foi
realizada na Faculdade de Tecnologia de São Bernardo do Campo “Adib Moises Dib”
- FATEC. Foi um período de grande aprendizado, e as várias disciplinas ministradas
contribuíram muito para o meu desenvolvimento em sala de aula.
O ano de 2012, como já citado, foi repleto de grandes surpresas e realizações
profissionais, pois iniciei minha carreira em algumas ETECs ministrando aulas para
os cursos técnicos modulares, cuja periodicidade é de 18 meses, ou seja, cada módulo
tem duração de seis meses. Sendo assim, ao final do primeiro semestre de 2012, fui
convidada pela direção da ETEC Juscelino Kubitschek de Oliveira para trabalhar na
coordenação dos cursos de Gestão – Administração e Logística. Na época, a unidade
contava com seis salas do curso de Administração e seis salas do curso de Logística,
sendo três no período vespertino e três no período noturno, com total de
aproximadamente 480 alunos e 50 professores. Foi um grande desafio, que
enriqueceu minha vida profissional e pessoal. Nesse período, tive a oportunidade de
conhecer a rotina da Gestão Escolar, organizando e documentando todos os
23
1 INTRODUÇÃO
Visto que, a evasão escolar se manifesta de diversas maneiras, fica claro que
há dificuldades em identificar as causas e motivos desta problemática. Conforme
Nascimento (2019, p.14) “[...] falar de evasão não é uma tarefa simples, pois envolve
muitos fatores como a escola, aluno, família, questões sociais, econômicas e culturais
[...]”.
Segundo Zeneratto (2017), a evasão escolar é um problema enfrentado pelo
ensino técnico profissional. Em seu entendimento, trata-se de um fenômeno complexo
de identificar, bem como minimizar, pois, são inúmeros os motivos que levam o aluno
a evadir e, embora as instituições tenham uma grande preocupação com o tema,
poucos são os resultados concretos.
De acordo com Caldas (2006) “a evasão escolar é um problema complexo e se
relaciona com outros importantes temas da pedagogia [...]”. Dessa maneira, ressalta-
se a importância de entender as causas que levam o aluno a evadir-se, bem como de
conhecer os motivos da evasão e de identificar qual atividade o aluno realizará ao
deixar os bancos escolares.
Entendemos que, para combater a evasão escolar, é necessário desenvolver
algumas ações de responsabilidades da gestão escolar. Assim, uma ação imediata
seria controlar a frequência do aluno diariamente, além de tentar resgatar o aluno
evadido, verificando as causas que têm levado os estudantes a deixarem os estudos.
Outra ação seria analisar a estrutura interna, o que implica a capacitação e a
27
São inúmeros os motivos que podem levar o jovem à evasão escolar. Eles
podem derivar de fatores pessoais, que se referem ao desenvolvimento
psíquico do indivíduo, assim como de fatores sociais, como a condição
socioeconômica na qual está inserido. Pode ser ainda, desencadeada a partir
do modelo de escola atual, que não desperta interesse capaz de motivar os
alunos em partilhar seus conhecimentos.
O ensino técnico no Brasil passou por várias mudanças até chegar ao que é
oferecido no presente momento. Para que se possa entender sua trajetória, suas
alterações e seu desenvolvimento, faz-se necessário apresentar, nesta seção, uma
retrospectiva histórica da sua evolução, caracterizando as mudanças – principalmente
a partir dos anos 1950 – e enfatizando as legislações pertinentes. Ademais, aqui
também discorremos sobre o Centro Paula Souza e a ETEC Jorge Street, nosso
objeto de estudo, bem como sobre o município de São Caetano do Sul, isto é, o
contexto da pesquisa.
1
Gustavo Capanema foi o homem que representou a política e os ideais do Estado Novo na cultura e
na educação brasileiras nesse período. Foi ministro da Educação e Saúde de Vargas, de 1934 a 1945,
quando realizou obras importantes, entre as quais se destaca a criação de órgãos nacionais como a
Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Secretaria do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) e o Instituto do Livro. (MEDEIROS NETA et al., 2018,
p. 227).
34
[...] o direito de matrícula nos cursos clássico e científico (2º ciclo do ensino
médio, ramo secundário) aos egressos no curso industrial, comercial ou
agrícola do 1º ciclo de ensino médio, mas estabeleceu restrições como a
aprovação em exames das matérias do ginásio não estudadas naqueles
cursos – eram os “exames de complementação”. Esses exames seriam
realizados em escolas federais, reconhecidas ou equiparadas. Os concluintes
do 1º ciclo do ensino normal continuavam podendo se candidatar apenas ao
2º ciclo do mesmo ramo (CUNHA, 2005, p. 156).
Esta lei, embora ainda não promovesse a equivalência plena, também tornou
possível aos concluintes do 2º ciclo dos cursos industrial, agrícola e normal,
bem como aos egressos de seminários religiosos a inscrição nos exames
vestibulares de quaisquer cursos. Tornaram-se claros quais eram os
denominados cursos relacionados para efeito de ingresso no ensino superior
dos concluintes da escola técnica: engenharia, química industrial, arquitetura,
36
Por meio do decreto nº 34.330 ficou estabelecido que: “[...] os egressos dos
cursos técnicos industriais poderiam se candidatar apenas aos cursos das escolas de
engenharia, de química e de desenho, estes últimos das faculdades de filosofia,
ciências e letras” (BRASIL, 1953).
De acordo com Medeiros Neta et al. (2018), há percepções claras de avanços
e retrocessos no caminho da total equivalência dos cursos técnicos. Sobre isso, os
autores constatam que:
Conforme Medeiros Neta et al (2018, p. 233), o objetivo era” [...] garantir uma
formação técnica e propedêutica mais flexível e de acordo com os anseios do seu
alunado”.
Nota-se que, até a primeira metade dos anos 1950, a industrialização foi
limitada aos segmentos de alimentos, vestuário, calçados, higiene e limpeza.
Contudo, na segunda metade desta década, realmente ocorre o crescimento da
industrialização na região do ABC, ainda conforme Ramalho, Rodrigues e Conceição
(2009, p.151):
Os autores também afirmam que, a partir dos anos 1950, a região do ABC
tornou-se a maior concentração industrial da América Latina e, desde então, contou
com a presença de importantes empresas multinacionais, constituindo uma classe
operária, um sindicalismo ativo e promovendo o crescimento urbano e populacional.
As multinacionais automobilísticas escolheram a região do ABC Paulista para
se instalarem por vários motivos, entre eles:
1961, por exemplo, entrou em vigor a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), de nº 4024, da qual tratamos a seguir.
além disso, teve uma passagem na política, atuando como deputado, presidente da
Câmara Estadual e também ministro no governo do presidente Floriano Peixoto (1891
-1894) (GOMES, 2010).
Sendo assim, o Centro Paula Souza iniciou suas atividades em 1970 com os
cursos na área da construção civil e mecânica. Em 1971, começaram as atividades
das Faculdades Tecnológicas, FATEC Sorocaba, e, no ano seguinte, a FATEC São
Paulo.
É importante salientar que a instituição iniciou suas atividades em meio à
reforma universitária e à promulgação da Lei de Diretrizes e Bases, de 1971. Sendo
assim, após a realização da reforma universitária, em 1968, emergiu a necessidade
de reformular o ensino de 1º e 2º graus. Dessa maneira, em 11 de agosto de 1971, o
governo promulgou uma nova Lei de Diretrizes e Bases – a Lei nº 5692 –, que
promoveu uma nova modificação no sistema educacional brasileiro, constituindo a
nova legislação para o ensino de 1º e 2º graus. Conforme Koritiake (2011, p. 12), ela
“[...] vem romper com a dualidade do ensino, substituindo em um único sistema o
antigo ramo propedêutico e o profissionalizante. O objetivo era a iniciação profissional
no 1º grau e a profissionalização no 2º grau para todos”.
Segundo Schwartzman (2016, p.99) essa lei “[...] é frequentemente discutida
na literatura educacional como um diploma legal de inspiração tecnicista, elaborada
de maneira não participativa e aprovada pelo Poder Legislativo sem debate.”
De acordo com Azevedo, Shiroma e Coan (2012, p. 29), a Lei nº 5.692,
promulgada durante o Governo Médici (1969-1974)2 “[...] tornou compulsório o ensino
técnico em todo o currículo do 2º grau, com o intuito de formar técnicos com urgência”.
Nesse mesmo período, as Escolas Técnicas Federais aumentaram expressivamente
o número de matrículas e implantaram novos cursos:
2
Além do aspecto de dura repressão, no contexto da ditadura, seu governo ficou conhecido pelo
“Milagre Econômico” brasileiro, que, a despeito do crescimento econômico, ampliou a concentração da
riqueza nas mãos de poucos. Apesar de ter gerado milhares de empregos, aumentou a disparidade
social e o endividamento externo (AZEVEDO; SHIROMA; COAN, 2012, p. 38).
3
O governo de Costa e Silva (1967-1969), mediante o Decreto-Lei nº 547, de 18 de abril de 1969, abriu
a possibilidade de Escolas Técnicas Federais serem autorizadas a organizar e manter esses tipos de
cursos (AZEVEDO; SHIROMA; COAN,, 2012, p. 38).
44
Wargaftig (2013, pg. 107) argumenta que “o cunho tecnicista da LDB de 1971
conferiu vigor às escolas técnicas. Seu antigo caráter de formação profissional, nem
sempre valorizado pela comunidade, tornou-se obrigatório para o ensino de segundo
grau [...]”.
Conforme a Lei 5.692/71, o 1º grau passou a ser de oito anos, com a iniciação
para o trabalho nas últimas séries (7ª e 8ª). Para o 2º grau, instituiu-se a
obrigatoriedade da educação profissional, prevalecendo sobre a educação geral.
Segundo Koritiake (2011, p.13) “[...] Os resultados não foram satisfatórios, em função
da necessidade de recursos exigidos para dotar todas as escolas com máquinas,
equipamentos e recursos humanos”. De acordo com Silva (1998, p. 231),
ANEXO B – GLOSSÁRIO
[...]
Iniciação para o trabalho -Atividades desenvolvidas pelos educandos no
ensino de 1º grau, na escola e na comunidade, com o fim de orientá-los no
sentido de conhecerem os diversos campos de trabalho existente [...];
Aprendizagem - Processo pelo qual os jovens, com idade entre 14 a 18
anos, em complementação da escolaridade regular, adquirem, em centros de
formação ou na combinação de atividades na empresa e na escola, a prática
metódica de execução de tarefas típicas de determinada ocupação [...];
Qualificação profissional – Condição resultante da aprendizagem ou de
cursos adequados à formação profissional de adultos, caracterizada pela
comprovação efetiva de que o trabalhador está realmente capacitado para o
exercício completo da ocupação bem definida na força de trabalho [...]; e
45
Para atender a essa legislação, bem como a um maior número de alunos que
procuravam o ensino profissional, as escolas técnicas muitas tiveram de ser
reorganizadas, por exemplo a escola Getúlio Vargas em São Paulo.
Contudo, de acordo com Piagetti Júnior (2019, p.49-50) “ao perceber que a
política educacional, com relação ao 2o grau, era a maior fomentadora de conflitos, o
Ministro da Educação, Coronel Ney Braga, em 18 de outubro de 1982, promulgou a
Lei Federal No 7.044/1982 [...].”
Dessa forma, com a promulgação da Lei nº 7.044/1982, a obrigatoriedade da
profissionalização do 2º grau deixou de existir, e segundo Koritiake (2011, p.16):
Essa nova medida legal veio liberar as escolas que não desejavam ou que
não tinham condições de ministrar o ensino profissional aos seus alunos,
possibilitando dar um tratamento mais adequado à clientela que procurava
por um ensino propedêutico, visando o ingresso na universidade.
Foi nos anos 1980 que os cursos técnicos de nível médio passaram a fazer
parte do Centro Paula Souza. Segundo Motoyama (1995), foram incorporadas ao
Centro Paula Souza seis unidades escolares mantidas pelo Estado, mas que tinham
autonomia própria e, dessa maneira, eram consideradas unidades particulares. Dentre
as escolas incorporadas, estava a Unidade Escolar Jorge Street, objeto de estudo
desta pesquisa, a Lauro Gomes e a Júlio de Mesquita, todas instaladas na região do
ABC, respectivamente em São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo e Santo
André.
Em entrevista concedida a Motoyama (1995, p. 262), José Ruy Ribeiro4
discorre como foi essa transição:
4
José Ruy Ribeiro – Engenheiro Civil, implantou a Fatec Sorocaba, da qual foi diretor. Também foi
chefe de gabinete, vice-superintendente e superintendente do Centro Paula Souza.
47
A partir do qual o MEC externaliza a sua visão e a sua ação sobre esse tipo
de ensino, ao declarar que os cursos técnicos de nível médio, ou seja, os
técnicos são formados “para se incorporarem aos processos produtivos e à
prestação de serviços à população e para atuarem como força auxiliar às
equipes de pesquisa de desenvolvimento tecnológico” (BRASIL, 1990, p. 27),
não deixando nenhuma dúvida sobre seu caráter instrumental (AZEVEDO;
SHIROMA; COAN, 2012, p. 29).
Figura 1: A reestruturação do ensino médio e profissional (de acordo com a Lei n. 9.394/96 e o
Decreto n. 2.208/97
Segundo Ferreira (2017, p. 298), no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva,
foram realizadas “discussões em torno de educação e trabalho, buscando a
superação da dicotomia entre formação geral e educação para o trabalho”. No ano de
2003, o Ministério da Educação (MEC) “chegou a organizar dois grandes seminários
visando discutir políticas de educação integrada, reunindo sistemas públicos e
privados de ensino, sindicatos e comunidade acadêmica”.
Em 23 de julho de 2004, o Decreto nº 2.208/1997 foi substituído pelo Decreto
nº 5.154/2004, que trouxe de volta a possibilidade de integrar o Ensino Médio à
Educação Profissional Técnica de Nível Médio, bem como outras formas de
organização e oferta dessa modalidade de Educação Profissional e Tecnológica,
concomitante e subsequente, conforme §1º do artigo 4º do referido decreto.
A partir do Decreto nº 5154/2004, o ensino profissional técnico de nível médio
foi reestruturado e, conforme o artigo 4º § 2º, para o ensino integral, a carga horária
do curso deveria ser ampliada, a fim de contemplar tanto a formação geral quanto a
específica.
Sobre os Decretos nº 2.208/97, do governo FHC, e 5154/2004, do governo Lula,
Piagetti Júnior (2019, p.53 -54) argumenta:
[...]
Artigo 35 – A Educação Profissional Técnica de Nível Médio será
desenvolvida em articulação com o Ensino Médio, podendo ser oferecida de
forma:
I – integrada;
II – concomitante;
III – subsequente.
§ 1º - Na Educação Profissional Técnica de Nível Médio na forma integrada,
o curso será desenvolvido de modo a assegurar, simultaneamente, o
cumprimento das finalidades estabelecidas para a formação geral e as
condições de preparação para o exercício de profissões técnicas, observada
a legislação vigente.
§ 2º - Os cursos e programas de Educação Profissional Técnica de Nível
Médio poderão ser organizados por módulos e estruturados em etapas com
terminalidade, articulados entre si, compondo itinerários formativos
construídos a partir de perfis profissionais de conclusão.
[...]
5
CEU – Centro Educacional Unificado – Escolas de Ensino infantil e fundamental, mantidas pela
Secretaria da educação do município do São Paulo.
53
O discurso que defende a “reforma do ensino médio” urgente, por MP, suprime
o debate social e a manifestação democrática (MOURA; LIMA FILHO, 2017). Nesse
sentido, os autores assinalam que os principais argumentos justificadores são
“nitidamente de caráter ideológico e viés neoliberal, apoiando-se, sobretudo, em três
aspectos”, quais sejam:
[...]
13. Isso é reflexo de um modelo prejudicial que não favorece a aprendizagem
e induz os estudantes a não desenvolverem suas habilidades e
competências, pois são forçados a cursar, no mínimo, treze disciplinas
obrigatórias que não são alinhadas ao mundo do trabalho, situação esta que,
aliada a diversas outras medidas, esta proposta visa corrigir, sendo notória,
portanto, a relevância da alteração legislativa.
[...]
Outra proposta da Lei do “Novo” Ensino Médio diz respeito ao ensino em tempo
integral e, de acordo com Gonçalves (2017, p. 137), há algumas ressalvas, entre elas:
6
Entende-se por formação integral a formação humana, com base na integração de todas as
dimensões da vida no processo educativo, visando à formação omnilateral dos sujeitos. Essas
dimensões são o trabalho, a ciência e a cultura. O trabalho, compreendido como realização humana
inerente ao ser (sentido ontológico) e como prática econômica (sentido histórico associado ao modo de
produção); a ciência, compreendida como os conhecimentos produzidos pela humanidade, que é o
contraditório avanço das forças produtivas; e a cultura, que corresponde aos valores éticos e estéticos
que orientam as normas de conduta de uma sociedade (BRASIL, 2007, p. 40-41).
57
Como já dissemos, a ETEC Jorge Street é uma das unidades do Centro Paula
Souza. Ademais, é importante ressaltar que a instituição é uma autarquia do Governo
do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
Atualmente com 46 anos de existência, a ETEC Jorge Street, localizada na
cidade de São Caetano do Sul, município da região do ABC Paulista, tem uma longa
trajetória até sua inauguração em 20 de maio de 1975. Foi no ano de 1961 que o
candidato à Prefeitura de São Caetano do Sul, Hermógenes Walter Braido,
pronunciava, em campanha política, seus planos para a cidade. Dentre eles, estava a
construção da primeira universidade operária do país. Naquele ano, Braido não foi
eleito, o que veio a ocorrer em 1965, quando novamente concorreu à Prefeitura. Com
isso, ele inicia seus planos e, em 1967, começa a construção do prédio onde deveria
funcionar uma escola ou faculdade de tecnologia. Inicialmente, foi denominada
Faculdade de Tecnologia Alfredo Rodrigues e, posteriormente, Colégio Técnico
Industrial de Vila São José. Entretanto, esses nomes não foram oficializados. No final
do primeiro mandato de Braido (1965-1969), a construção do até então Colégio foi
finalizada, porém, nos anos seguintes, sob a administração de Oswaldo Samuel
Massei, o prédio não foi utilizado. Em 1973, ano em que Braido retorna à
administração da cidade como Prefeito e com a colaboração do Professor João José
Dario, na época Diretor da Educação e Cultura, a escola foi definitivamente instalada,
com o nome oficial Colégio Técnico Industrial Estadual Jorge Street.
Com relação ao patrono da instituição, Jorge Luís Gustavo Street (1863–1939)
nasceu no Rio de Janeiro e, posteriormente, mudou-se para São Paulo, onde veio a
falecer. Iniciou seus estudos em colégios do Rio de Janeiro e fez curso de
humanidades na Alemanha. Quando retornou para o Brasil, ingressou na faculdade
onde cursou medicina e formou-se em 1886. Em seguida, foi para Europa realizar
cursos de aperfeiçoamento. Em sua segunda volta, trabalhou como médico na cidade
do Rio de Janeiro, porém por um período pequeno, pois ingressou na indústria têxtil
dedicando toda a sua carreira à área industrial. Fundou várias indústrias, tanto no Rio
de Janeiro quanto em São Paulo. Para a época, tinha um olhar diferenciado sobre os
7
As informações apresentadas neste item foram extraídas do site da escola, no qual há uma seção
intitulada “Memórias”. Disponível em: http://memorias.jorgestreet.com.br/25_cursos_iniciais.html.
Acesso em: 16 set.2020
59
operários e, nas suas empresas, adotou uma administração cuja modalidade era a de
assistência social, ou seja, métodos de higiene e proteção aos operários. Além disso,
chegou a instalar, em uma de suas fábricas, uma creche, um jardim de infância e um
grupo escolar. A visão paternalista de Jorge Street e sua preocupação com os
trabalhadores foi bastante comentada e evidenciada na ocasião.
A inauguração do Colégio Jorge Street, conforme já citado, ocorreu no dia 20
de maio de 1975 e, nessa oportunidade, compareceram à solenidade várias figuras
importantes, entre elas o Prefeito Hermógenes Walter Braido, o Presidente da Câmara
Municipal de São Caetano, o Secretário de Administração do Estado de São Paulo, o
Secretário da Educação do Estado de São Paulo, o Presidente da Ordem dos
Advogados da cidade de São Caetano do Sul e o diretor na empresa General Motors
do Brasil.
O Colégio Técnico Industrial Estadual Jorge Street iniciou suas atividades
oferecendo três cursos de nível médio de segundo grau nas habilitações profissionais
de Mecânica e Eletromecânica, no período diurno e noturno, disponibilizando 40
vagas por curso e período, além de 40 vagas para o curso de Instrumentação, ofertado
apenas no período noturno. Para tanto, os cursos disponíveis estavam de acordo com
a disposição da Lei nº 5.692/1971.
Vale ressaltar que, naquela oportunidade, tal como acontece hoje, para
ingressar nos cursos técnicos, o aluno deveria inscrever-se no exame de seleção,
atualmente conhecido como “vestibulinho”. Em 1975, o número de inscrições chegou
a 837 candidatos, distribuídos da seguinte maneira: 341 inscritos para o curso de
Mecânica; 138 para o curso de Eletromecânica; e 358 inscritos para o curso de
Instrumentação.
O Colégio começou suas atividades em parceria com o Governo do Estado de
São Paulo, por meio da Secretaria de Estado dos Negócios da Educação e da
Prefeitura da cidade de São Caetano do Sul. Logo, as responsabilidades das partes
foram divididas da seguinte maneira: ao Governo do Estado de São Paulo cabia a
administração do corpo docente, do material de consumo, dos serviços de terceiros,
dos encargos diversos e das transferências correntes; já à Prefeitura de São Caetano
do Sul foi designada a administração dos funcionários técnico-administrativos, das
obras, dos reparos gerais, da urbanização e da segurança do patrimônio.
Ademais, o Colégio se constituía de um Conselho Técnico Administrativo –
CTA, concebido antes da inauguração, ou seja, no mês de março de 1975, a fim de
60
Descentralizada CEU – Parque Bristol, que até então pertencia à ETEC Getúlio
Vargas, passou a ser de responsabilidade da ETEC Jorge Street em 2017. No início
desse ano, houve uma reestruturação das Classes Descentralizadas para melhor
organização e controle dessas unidades; logo, o CEU – Parque Bristol passou a
pertencer a ETEC Jorge Street e atualmente oferece os cursos técnicos modulares
em Administração e Recursos Humanos no período noturno.
Neste momento, tratamos da Classe Descentralizada E. E. Professora Maria
Trujilo Torloni, onde este estudo foi realizado, localizada no Jardim São Caetano, na
cidade de São Caetano do Sul, próximo à Sede. Essa Extensão, nome que também é
dado para as Classes Descentralizadas, oferece os cursos técnicos modulares em
Administração e Serviços Jurídicos no período noturno. A escola tem um total de 189
alunos, e o curso técnico em Administração conta com 94 alunos, distribuídos da
seguinte maneira: no primeiro módulo, 38 alunos; no segundo módulo, 31 alunos; e
no terceiro módulo, 25 alunos.
Quanto à estrutura, há um Coordenador de Classe Descentralizada, que
representa a direção da unidade escolar, e, de acordo com a Deliberação nº 005, de
05 de dezembro 2013, artigo 3º “[...] deve exercer, no âmbito de sua atuação, funções
pedagógico-acadêmicas, gerenciais e institucionais [...]”, e ainda o coordenador de
curso.
Vale salientar que as outras duas Classes Descentralizadas não foram objeto
deste estudo pelas seguintes razões: com relação à Extensão E.E. Coronel Bonifácio
de Carvalho, ela iniciou suas atividades em 2020, e, dessa maneira, ainda não existem
indicadores suficientes para análise; com relação à Extensão CEU -Parque Bristol, ela
oferece o curso técnico em Administração, alternando, a cada semestre, com o curso
técnico em Recursos Humanos, o que torna o presente estudo inviável.
São Caetano do Sul é uma das sete cidades do Grande ABC, fazendo divisa,
ao norte e ao oeste, com o município de São Paulo, ao sul, com São Bernardo do
Campo e, ao leste, com Santo André.
A Figura 2 apresenta a localização do município de São Caetano do Sul.
São Caetano do Sul é o município com a menor área das sete cidades do
Grande ABC: 15,331 km². Segundo os dados de 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística - IBGE (2020), a população era de 149.263 habitantes, o que
resulta numa densidade demográfica de 9,7 hab./km². Segundo a Fundação Sistema
Estadual de Análise de Dados (SEADE), a população, em 2020, era de 151.244,
porém, de acordo com o IBGE, a estimativa era de 161.957 pessoas. A projeção para
2020 é a de que a população tenha um aumento de 8,5% com relação ao último censo
do IBGE, realizado em 2010. A distribuição por faixa etária se configura conforme
demonstrado na Tabela 1:
8
Disponível em: https://ufabcsocial.wordpress.com/sobre-o-abc/. Acesso em: 20 set.2020
64
Fonte: Elaborada pela autora, com base nos dados do IBGE (2010)
1.000
0.900
0.800
0.700
0.600
0.500
0.400
0.300
0.200
0.100
0.000
1991 2000 2010
Quanto aos níveis econômicos, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita de São
Caetano do Sul é R$ 82.119,69, ficando em 89º lugar, comparado ao nível Brasil, em
26º no Estado de São Paulo e em 1º lugar na microrregião. Nota-se que a renda per
capita média cresceu 84,53% nas últimas décadas, passando de R$ 1.107,53, em
1991, para R$ 2.043,7,4, em 2010. A extrema pobreza (medida pela proporção de
pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 70,00) foi medida em 0,09% no
ano de 2010.
A educação foi a área que mais se destacou nos últimos anos no município, e
o índice de escolaridade da população com 18 anos ou mais mostra que 76,21%
completaram o Ensino Fundamental e 62,46% completaram o Ensino Médio.
Quanto ao número de matrículas totais no Município, segundo o Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – (INEP), na Educação
Infantil, no Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional, de 2010-
2020, os dados são os seguintes:
25,000
20,000
15,000
10,000
5,000
-
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados do INEP (2010 – 2020)
66
70
60
50
40
30
20
10
-
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados do INEP (2010 – 2020)
aumentou para 51 escolas, porém o número de escolas de Ensino Médio caiu para
26. No caso da Educação Profissional, mantiveram-se as 6 unidades escolares. Como
estamos tratando da educação técnica profissional, é importante mencionar que,
dentre as 6 unidades escolares, existem as seguintes dependências administrativas:
2 escolas são estaduais, 2 municipais e 2 privadas.
Apesar da educação ter sido a área que mais se sobressaiu nos últimos anos
em São Caetano do Sul, como já mencionamos anteriormente, o município apresenta
abandono escolar. De acordo com os dados do INEP, estes são os resultados para o
Ensino Fundamental e Médio:
Tabela 2: Taxa de Abandono (%) – Ensino Fundamental Anos Iniciais - Rede Municipal
Já para Riffel e Malacarne (2010, p. 1), o termo evasão significa “[...] o ato de
evadir-se, abandonar, sair, desistir, não permanecer em algum lugar”. Quando se trata
de evasão escolar, entende-se “a fuga ou abandono da escola em função da
realização de outra atividade”. Sendo assim, as autoras trazem, ao mesmo tempo, um
significado simples, porém amplo sobre a evasão escolar, mas que vem ao encontro
do que realmente vem acontecendo não somente no ensino técnico, mas em todos os
níveis educacionais, com relação à não permanência do aluno na escola.
Marchesi e Gil (2004, apud FIGUEIREDO, 2015, p. 70) consideram que a
evasão escolar:
É um fenômeno complexo, global, que não pode ser resolvido com medidas
simplistas e superficiais. Às vezes, quando um fenômeno complicado
ultrapassa as barreiras, tende-se a buscar soluções imediatas que, em longo
prazo, podem ser relativamente ineficazes. É preciso ir além, talvez até a raiz
dos problemas. O que tem que ficar claro é que não basta apenas
democratizar o acesso às salas de aula, é preciso assegurar condições para
que estes alunos concluam seus estudos, garantindo-lhes uma formação
educacional e profissional adequada.
73
Dore, Sales e Silva (2017, p.113) afirmam que “desde o início deste século, é
significativo o crescimento da educação profissional no Brasil, propiciando novas
oportunidades de formação e inserção no mundo do trabalho para jovens e adultos”.
No entanto, ainda de acordo com as autoras,
De acordo com a autora, existem vários motivos que levam à evasão. Em suas
considerações, observamos que alguns são intraescolares, e a autora sinaliza a
dificuldade de se evidenciarem tais fatores. Todavia, entendemos que é sobre eles
que unidade escolar deve atuar, a fim de solucioná-los.
Para tanto, o MEC (2014) designa como causas da evasão os seguintes
fatores: individuais, internos às instituições e externos às instituições. Ademais,
caracteriza cada um deles: inicialmente, diz que “os fatores individuais destacam
aspectos peculiares às características do estudante” (MEC, 2014, p.19); na
77
Nas palavras de Silva Filho et al. (2007, p. 642) “[...] as perdas de estudantes
que iniciam, mas não terminam seus cursos são desperdícios sociais, acadêmicos e
econômicos.” Por isso, de acordo com a Benvindo (2010 apud Meira, 2015 p.53,54),
os autores, “tal incapacidade das escolas e dos professores em lidar com os alunos e
suas diferenças permitiam, em muitos casos, que as desigualdades sociais se
transformassem em desigualdades escolares, gerando o fracasso escolar” (GARCIA
et.al, 2019, p.105).
Bruno e Almeida (2006, p. 246) têm a seguinte visão sobre o fracasso e a
evasão escolar:
Nas palavras das autoras, o fracasso escolar é provocado pela escola, que
deixou de realizar ações, ou seja, não desempenhou as devidas funções que lhe
competem, a fim de garantir a permanência do aluno para a continuidade de seus
estudos.
Ainda sobre o fracasso escolar, Souza (1999, apud MADALÓZ et al., 2012, p.
2-3) assim se pronuncia:
O autor afirma que tais causas são concorrentes, e não exclusivas, pois a
evasão escolar se dá na somatória de vários fatores, e não exclusivamente em razão
de um único fator.
Dore e Lüscher (2011, p. 778) entendem que a evasão escolar no ensino
técnico vai ao encontro do difícil acesso dos jovens ao curso técnico, devido ao
fracasso escolar na educação básica, bem como à evasão. Mais especificamente,
afirmam que: “A relação entre a educação básica (ensino fundamental e médio) e a
educação técnica é um dos contextos mais significativos da pesquisa sobre evasão
na educação técnica do Brasil”.
Ainda segundo Dore e Sales (2017, p. 115), em razão de o processo de evasão
estudantil ser um fenômeno complexo multifacetado, ele pode se expressar como
“retenção e repetência, saída da escola ou do sistema de ensino, não conclusão de
algum nível de ensino ou até abandono e posterior retorno à escola”.
81
Araújo e Santos (2012) apontam uma série de motivos à não permanência dos
alunos na escola. Em suas palavras,
A questão da escola não atrativa que por diversos fatores internos não
favorece um ambiente de acolhimento e principalmente, de aprendizagem
aos alunos, corresponde como fator de exclusão dos estudantes. A escola
com currículos desatualizados, que não apresenta o perfil do curso e sua
importância para o mercado, a falta de apresentação da demanda em
empregabilidade na área do aluno, falta de ações pedagógicas em disciplinas
com altas taxas de retenção, a falta de apresentação coerente dos critérios e
do sistema de avaliação do desempenho do aluno, a falta de formação
didático pedagógica dos professores, professores desmotivados, poucas
visitas técnicas, poucas ou nenhuma aula prática, pouca divulgação de vagas
de estágio, a falta de parcerias e convênios com empresas para o estímulo
da aprendizagem contextualizada, a falta de estágios e empregos aos alunos,
a falta de adequação de plano de carreira do professor, a falta de estrutura
na escola, a falta de laboratórios, de equipamentos de informática, de
recursos humanos para apoio aos alunos, como psicólogos, assistentes
sociais, orientadores educacionais, além de apoio e reforço para os alunos
com dificuldades (ARAÚJO;SANTOS, 2012, p.8).
[...]
Artigo 57 – As matrículas iniciais e as renovações, em continuidade, serão
efetuadas em época prevista no calendário escolar.
[...]
§ 3º - Será admitido, em qualquer das séries e módulos, o trancamento de
matrícula, a critério da Direção de Escola Técnica, ouvido o Conselho de
Classe, uma vez por série/módulo, ficando o retorno do aluno condicionado:
1 – à renovação da sua matrícula no período letivo seguinte;
2 – à existência do curso, série ou módulo, no período letivo e turno
pretendido; e
3 – ao cumprimento de eventuais alterações ocorridas no currículo.
[...]
De acordo com Vieira (2007, p 61) “a LDB de 1996 foi a primeira das leis de
educação a dispensar atenção particular à gestão escolar, atribuindo um significativo
número de incumbências às unidades de ensino.’’ As incumbências mencionadas são
as seguintes:
pensamento livre e aberto, para que o estudante tenha uma formação para a vida em
sociedade e não só para o trabalho” (SILVA, 2019, p. 61).
Nas ETECs, o gestor coordena os assuntos administrativos, faz a gestão dos
recursos, acompanha a gestão pedagógica e estabelece pontes entre toda a
comunidade escolar, o que subtrai potencialmente a função pedagógica dessa função.
Tais instituições são compostas pelos seguintes membros da equipe de gestão
escolar: o Diretor da Unidade Escolar, o Diretor Administrativo – que trata de
infraestrutura e recursos humanos, o Diretor Acadêmico – responsável pela vida
escolar do aluno, o Coordenador Pedagógico, o Coordenador de Curso e o Assistente
Técnico Administrativo (ATA). É importante salientar que os membros da equipe
podem assumir a unidade escolar na ausência do diretor, e todos devem conhecer e
interpretar o regimento.
Alarcão (2003, apud SILVA, 2019, p. 63) deixa claro que:
[...]
Art. 2º. [...]
[...]
III – acompanhar cada aluno da rede individualmente, mediante registro da
sua frequência e do seu desempenho em avaliações, que devem ser
realizadas periodicamente; [...]
V – combater a evasão pelo acompanhamento individual das razões da não-
frequência do educando e sua superação; [...]
VII – ampliar as possibilidades de permanência do educando sob
responsabilidade da escola para além da jornada regular; [...]
IX – garantir o acesso e a permanência das pessoas com necessidades
educacionais especiais nas classes comuns do ensino regular, fortalecendo
a inclusão educacional nas escolas públicas; [...]
XXII – promover a gestão participativa na rede de ensino; [...]
XXVII – firmar parcerias externas à comunidade escolar, visando a melhoria
da infra-estrutura da escola ou a promoção de projetos socioculturais e ações
educativas;
[...] (BRASIL, 2007).
Ressaltamos que todos os itens citados no Art. 2º são importantes para todos
os níveis educacionais e devem ser controlados. Entretanto, o item V, que versa sobre
a evasão escolar, tem sido um grande desafio para a educação, com relação ao
controle e à redução desse fenômeno que atinge, como já dito, todos os níveis de
ensino, inclusive o ensino técnico, foco desta pesquisa.
De acordo com Rosa e Aquino (2019, p. 7), os prejuízos causados pela evasão
no ensino técnico vão além do financiamento, perpassando o social:
Meira (2015) pontua que os índices de evasão escolar nos cursos técnicos têm
preocupado a gestão das unidades escolares, pois, segundo autora, afetam as metas
relacionadas ao número de concluintes, sendo que não é resposta a vaga do aluno
evadido, devido o curso estar em andamento. Além disso, são afetados a sociedade,
as indústrias, o aluno e sua família, ao passo que dificulta o acesso a melhores
oportunidades de trabalho. Dessa maneira, entendemos que a comunidade escolar
tem papel fundamental na garantia do sucesso na aprendizagem dos alunos e sua
permanência na unidade escolar. Para tanto, é essencial que haja uma gestão
democrática, da qual tratamos na sequência.
90
Vale ressaltar o termo participação, pois entendemos que vai além da presença
da comunidade escolar. Em se tratando de gestão democrática, participar está
associado a exercer a cidadania. Segundo Libâneo (2003, p.328),
[...]
92
Conforme o Art. 3º, percebemos que o CPS tem a preocupação de levar para
todas as unidades escolares os princípios da gestão democrática que, entre outros
componentes, evidencia a importância do diálogo, bem como a participação de todos
nas tomadas de decisões nos órgãos colegiados, a fim de que a unidade escolar
desenvolva suas atividades com transparência e mantenha um bom relacionamento
entre toda a comunidade escolar. Sendo assim, ainda no Regimento Comum, os
artigos 10 e 11 dispõem sobre o Conselho de Escola onde trata sobre a composição
dos integrantes, esclarecendo que é composto por representantes da comunidade
escolar e extraescolar, e ainda explica também as atribuições deste órgão, sendo uma
delas, aprovar o Plano Plurianual de Gestão e o Plano Escolar, bem como deliberar o
Projeto Político Pedagógico. Ademais, o Conselho participa nos assuntos
pedagógicos, que entendemos serem um dos assuntos mais importantes para efetivar
a aprendizagem do aluno.
Alves (2017) trata da importância do Conselho de Escola, desta maneira
entende que:
como ele é apresentado para toda a equipe geralmente transmite uma visão
imobilizada e estática de documento burocrático. Nesse sentido, Freitas (2004, p. 69)
ressalta que:
ressaltar que o Plano Plurianual de Gestão (PPG) tem vigência de cinco anos, com
processos de replanejamento, no mínimo, anuais.
O PPP é um instrumento que organiza o trabalho pedagógico da unidade
escolar e, por meio dele, são elencadas ações escolares, bem como são
estabelecidas diretrizes relacionadas ao processo de ensino aprendizagem. Além
desses fatores, a evasão escolar é um assunto recorrente encontrado no PPP das
unidades escolares do Centro Paula Souza.
“A educação profissional técnica de nível médio tem vivenciado nos últimos
anos ampla expansão na oferta de vagas; no entanto, esse processo vem sendo
acompanhado também por um velho problema conhecido – o fenômeno da evasão
escolar” (ROSA; AQUINO, 2018, p. 1).
Nessa perspectiva, Silva (2019, p.21) afirma que “[...] é inegável o fato de que
houve avanços em relação à oferta de vagas escolares, porém ainda há muito a
avançar no sentido da garantia da qualidade de ensino que favoreça o desejo dos
estudantes de permanecer na escola.” Com isso, o autor considera, ainda, que não
adianta ter uma grande oferta de vagas, se não forem tomadas providências
adequadas e pertinentes para que o aluno permaneça na escola e finalize seus
estudos.
Sobre a democratização da educação, em relação ao acesso e permanência
dos alunos, segundo Conae (2010),
Fonte: Elaborado pela autora, com base nos dados encontrados no Plano de Curso Administração
(2019)
Carga Horária /
Módulo Componente Curricular
Horas Aula
Linguagem, Trabalho e Tecnologia 50
Planejamento Empresarial 50
Planejamento e Organização de Rotinas
50
Administrativas
Estudos e Desenvolvimento das Ações de
50
I Marketing
Cálculos Financeiros e Estatísticos 100
Ética e Cidadania Organizacional 50
Aplicativos Informatizados 50
Estudos de Economia e Mercado 50
Planejamento e Organização de Rotinas de
50
Departamento Pessoal
Total - I Módulo 500
Planejamento de Marketing Institucional 50
Legislação Empresarial 50
O gráfico 4 mostra que 79% dos alunos que iniciaram o curso Técnico em
Administração são do sexo feminino, e apenas 21%, do sexo masculino. Essa
variação pode ser explicada devido à unidade escolar oferecer outros cursos técnicos
no eixo de Controle e Processos Industriais, que acaba sendo a opção de maior
interesse para os meninos.
Conforme apresentado no gráfico 5, a faixa etária dos alunos ingressantes é
bem diversificada: 21% com idade de 15 a 17 anos e, dentro desse percentual, temos
alunos que estão cursando o Ensino Médio concomitantemente com o Ensino
Técnico; na sequência, temos 49% com idade entre 18 à 24 anos e 30% acima de 25
9
A covid-19 é uma infecção respiratória aguda causa pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente
grave, de elevada transmissibilidade e de distribuição global. O SARS-CoV-2 é um betacoronavírus
descoberto em amostras de lavado bronco-alveolar, obtidas de pacientes com pneumonia de causa
desconhecida na cidade de Wuhan, província de Hubei, China, em dezembro de 2019. Pertence ao
subgênero Sarbecovírus da família Coronaviridae e é o sétimo coronavírus conhecido a infectar seres
humanos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).
104
anos. A última faixa etária apresentada é composta por alunos que finalizaram o
Ensino Médio e retornaram aos estudos depois de alguns anos, no curso técnico. Com
isso, percebe-se que as turmas do Curso Técnico em Administração são
heterogêneas. Por isso, é importante o acompanhamento dos professores, bem como
da equipe gestora, para que todos possam acompanhar o conteúdo, desenvolvendo
as competências e habilidades propostas no decorrer dos semestres, a fim de que o
aluno permaneça no curso até a sua conclusão.
Dando continuidade, a seguir, apresentamos, nos gráficos 6 e 7,
respectivamente, os percentuais de cor / etnia e escolaridade dos alunos.
Embora a unidade escolar ETEC Jorge Street – Extensão Maria Trujillo Torloni
esteja inserida na cidade de São Caetano do Sul, observamos que apenas 34% dos
alunos residem na cidade. Logo, 66%, ou seja, mais da metade deles, residem nas
cidades da região do ABCDM, e alguns, ainda, na cidade de São Paulo.
A composição familiar representada no gráfico 9 mostra que 41% das famílias
dos alunos são formadas por até 3 pessoas e 35% são compostas por quatro a seis
integrantes.
A seguir, apresentamos os dados socioeconômicos dos alunos. Sendo assim,
mostramos o número de pessoas da família que exercem atividades remuneradas,
bem como a renda em salários mínimos.
A primeira questão que envolve a caracterização dos alunos evadidos foi a faixa
etária dos participantes. Logo, a maioria dos alunos evadidos (31%) encontra-se em
duas faixas etárias, a saber: de 21 a 24 anos e acima de 35 anos, sendo grande parte
do sexo masculino (62%)
No que tange à cor / etnia (gráfico 15), 46% dos alunos são brancos. Quanto
ao estado civil (gráfico 16), a metade dos alunos é solteira, e a outra metade, casada,
ambas representando um percentual de 46%.
Referente à escolaridade dos pais (gráfico 17), a maioria tem o ensino médio
completo (46%). A renda familiar (gráfico 18) encontra-se entre um a três salários
mínimos – 62% dos alunos. Reforçamos que o valor do salário mínimo, para o ano de
2021, é de R$ 1.100,00.
Gráfico 17: Escolaridade dos pais - Evadidos Gráfico 18: Renda Familiar - Evadidos
Eixo B – Dados sobre Evasão Escolar Declarados pelos Alunos Evadidos no ano
2019
Neste eixo, os conteúdos das perguntas foram sobre a evasão escolar. Nelas,
os alunos declararam os motivos e as causas que levaram a evadirem, bem como a
percepção sobre o Curso Técnico em Administração, elencando os pontos positivos e
negativos. Além disso, os participantes informaram as atividades atualmente
realizadas por eles.
Vale salientar que, neste eixo, as questões foram mescladas, ou seja, houve
questões fechadas e abertas. No próximo gráfico, registramos as atividades
atualmente desenvolvidas pelos respondentes.
Percebemos que a maioria dos alunos (69%) evadiu quando cursava o primeiro
módulo. Nos próximos gráficos (21, 22 e 23), registramos o período que cada aluno
frequentou o respectivo módulo, antes da evasão.
Com base no gráfico 24, observamos que a principal causa foi o trabalho, visto
que 4 alunos deram essa resposta. Em seguida, foram apontados problemas pessoais
e de saúde, totalizando 6 alunos. Diante disso, fica claro que a natureza das causas
e motivos da evasão é extraescolar. Contudo, para compreendermos melhor os
motivos da evasão, a próxima questão trata de outros fatores que também
contribuíram para que o aluno desistisse do curso. Essa questão foi fechada, e os
respondentes puderam assinalar mais de uma alternativa, como se vê no próximo
gráfico.
114
Observando o gráfico 25, novamente fica evidente que grande parte dos alunos
(6 alunos) evadiu do curso por causa do trabalho, ou seja, pela incompatibilidade entre
o horário de trabalho e o horário do curso. A segunda causa principal foram os
problemas familiares, apontados por 3 alunos. Vale salientar que nenhum aluno
assinalou problemas financeiros como um dos motivos da sua evasão. Analisando os
fatores declarados, verificamos que, além dos fatores extraescolares, apareceram os
fatores intraescolares, tais como a didática e a metodologia dos professores e, ainda,
o relacionamento com os colegas da sala.
O Gráfico 26 demonstra que 77% dos alunos informaram que a escola não
entrou em contato para saber os motivos e as causas que os levaram a evadir do
curso. Já 23% disseram que, após desistirem do curso, a escola entrou em contato
para conhecer os motivos da sua desistência.
115
O gráfico em questão registra as ações que, na visão dos alunos, poderiam ter
sido desenvolvidas pela escola para evitar a evasão. Logo, a flexibilização no horário
de entrada do curso foi a ação mais evidenciada. Na sequência, temos a orientação
sobre mercado de trabalho assinalada por 4 alunos.
116
.
Fonte: Elaborado pela autora
Sobre os pontos positivos do curso, a maioria dos alunos declarou que são os
professores. Ademais, afirmaram que os docentes são bem preparados e pacientes
com os alunos. Em seguida, outro ponto positivo de destaque concernia à qualidade
do curso, das aulas e dos conteúdos ministrados. Os demais pontos positivos, como
podemos observar, receberam um voto de cada aluno, por item.
Já com relação aos pontos negativos, apresentados no gráfico 29, as opiniões
dos alunos foram bem diversas. 3 alunos declararam não enxergar pontos negativos;
3 disseram não se lembrar, não ter opinião ou simplesmente não informaram tais
pontos; 2 não tiveram como opinar, em virtude de terem permanecido por pouco tempo
no curso; e outros 2 alegaram muitas aulas perdidas, faltando organização.
117
Você gostaria
de retornar à Explique o porquê da sua escolha na
escola para questão anterior.
terminar o
curso?
Porque é sempre bom aumentar currículo e
Sim
estudar.
Gosto de aprender. Gosto de estudar e não
Sim gosto de deixar um curso pela metade. Não
gosto de começar algo e não finalizar
Eu gostaria muito de voltar e terminar o curso,
Sim porém no momento não é possível pra mim,
tenho um bebê pequeno e quem cuida dele sou
eu mesma.
Porque ainda tenho vontade de cursar
administração e porque me sinto frustrado em
Sim
não ter concluído um curso que me esforcei para
entrar.
Sim Porque hoje estou em um trabalho que permite
voltar a estudar.
118
.
121
O Gráfico 34 ilustra que 92% dos alunos concluíram o Ensino Médio e, neste
momento, estão cursando somente o Ensino Técnico. Apenas 8% dos cursantes,
estão fazendo Ensino Médio concomitantemente com o Técnico.
123
seguidos de 38% que completaram o Ensino Médio. Com relação à renda familiar
(gráfico 37), 77% informaram que a renda familiar gira em torno de um a três salários
mínimos.
Gráfico 36: Escolaridade dos pais - Cursantes Gráfico 37: Renda Familiar - Cursantes
Com relação aos pontos positivos do curso (gráfico 42), a maioria dos alunos
cursantes declarou que são os bons professores, evidenciando o seu preparo, a sua
paciência e experiência. É importante ressaltar que os alunos evadidos também
consideraram os professores um ponto positivo. Na sequência, foram elencadas as
matérias que, segundo os alunos, são bem desenvolvidas. Além de relacioná-las às
rotinas de trabalho, foi apontado que o curso possibilita a aprendizagem sobre todos
os segmentos de uma empresa. Ademais, foram citados a qualidade e o
reconhecimento do curso.
127
Como podemos observar, 6 alunos apontaram que não veem pontos negativos
no curso. Em seguida, temos 4 alunos que declararam, como ponto negativo, as aulas
on-line, pois afirmaram que dificultou o aprendizado. É importante ressaltar que,
128
Questão 1 2 3 4 5
Os professores dominam muito bem
os conteúdos das disciplinas que - - - 23,1% 76,9%
lecionam.
Os professores dominam a didática
da disciplina e utilizam diferentes - - 15,4% 53,8% 30,8%
metodologias para facilitar a
compreensão dos conteúdos.
129
Questão 1 2 3 4 5
Percebo que a Diretoria da escola é
muito atenta ao bom andamento dos - 7,7% 30,8% 30,8% 30,8%
cursos.
Acho que a Diretoria não é muito
cuidadosa com a infraestrutura da 46,2% 7,7% 30,8% 15,4% -
escola.
Observo que a Direção mantém as
famílias bem informadas sobre os
assuntos da escola e valoriza o 7,7% 7,7% 46,2% 15,4% 23,1%
diálogo com os pais e/ou
responsáveis pelos alunos.
Sinto que o(a) Diretor(a) está sempre
presente na escola e se preocupa - 7,7% 38,5% 30,8% 23,1%
muito em manter um bom
relacionamento com os alunos.
Observo que a Diretoria só se
envolve com assuntos 23,1% 15,4% 53,8% 7,7% -
administrativos da escola.
Sinto que a Direção da escola não se
preocupa com a desistência dos 38,5% 23,1% 23,1% 15,4% -
alunos do curso
Fonte: Elaborado pela autora.
não podemos deixar de sinalizar que 31% preferiram ficar neutros, nem concordando,
nem discordando. No que concerne à infraestrutura da escola, 54 % dos alunos
discordaram total ou parcialmente da assertiva, ou seja, do fato de a direção não ser
cuidadosa nesse quesito. Na sequência, 31% não se posicionaram, assinalando a
alternativa 3 (nem concordo, nem discordo).
Com relação à postura da direção de manter as famílias informadas sobre os
assuntos da escola, identificamos que parte significativa dos respondentes (46%)
preferiu não se posicionar, assinalando a alternativa 3. Contudo, 39% concordam total
ou parcialmente com essa afirmativa, assinalando as alternativas 4 e 5.
Referente à presença da direção na unidade escolar, bem como ao
relacionamento com os alunos, observamos novamente que uma boa parte dos
respondentes (39%) assinalou a alternativa 3, permanecendo neutra diante dessa
afirmação. Entretanto, 31% escolheram a alternativa 4 (concordo parcialmente) que,
somada à alternativa 5 (concordo totalmente), indica 54% dos respondentes.
A próxima afirmação refere-se ao envolvimento da direção somente com
assuntos administrativos da escola. Nesse quesito, observamos que o maior número
de respostas, ou seja, 54% concentra-se na alternativa 3 (nem concordo, nem
discordo). Houve também 39% dos respondentes que assinalaram as alternativas 1 e
2, discordando total ou parcialmente do item. No que concerne à direção escolar não
se preocupar com a desistência dos alunos do curso, 62% indicaram as alternativas 1
e 2 (discordo total e parcialmente) e 23% ficaram neutros.
O que nos chamou a atenção na análise deste eixo é que, em todas as
afirmações referentes à direção da escola, obtivemos um percentual considerável de
alunos que não expressaram sua opinião, permanecendo neutros, isto é, escolhendo
a alternativa 3. No próximo Eixo, apresentamos a percepção dos alunos, referente à
coordenação pedagógica e à coordenação de curso.
Este eixo tem como objetivo ilustrar os resultados das percepções dos alunos
referentes às coordenações pedagógica e de curso, enfatizando o andamento do
curso, a infraestrutura, os recursos pedagógicos, a relação com as famílias e com os
alunos, o empenho para o desenvolvimento do curso e, ainda, as desistências dos
132
alunos. Por se tratar de questões fechadas, continuamos a utilizar a escala Likert para
verificar o grau de concordância, bem como de discordância dos alunos, tal como
observamos no quadro 8.
Questão 1 2 3 4 5
Percebo que a Coordenação
Pedagógica da escola é muito atenta - 15,4% 23,1% 15,4% 46,2%
ao bom andamento dos cursos.
Observo que o(a) Coordenador(a)
Pedagógica trabalha junto com
Coordenadores para melhorar a - 15,4% 30,8% 15,4% 38,5%
infraestrutura e os recursos
pedagógicos do curso.
Observo que a Coordenação
Pedagógica mantém um bom diálogo
com as famílias dos alunos e as - 23,1% 38,5% 15,4% 23,1%
mantém sempre bem informadas
sobre as atividades do curso.
Sinto que o(a) Coordenador(a)
Pedagógico(a) está sempre presente
na escola e se preocupa em manter - - 46,2% 7,7% 46,2%
um bom relacionamento com os
alunos.
Para ser sincero(a), não sei muito bem
qual é o trabalho da Coordenação 46,2% 15,4% 7,7% 7,7% 23,1%
Pedagógica da escola.
Sinto que a Coordenação Pedagógica
da escola não se envolve com a 46,2% 15,4% 23,1% 15,4% -
desistência dos alunos do curso.
Percebo que o(a) Coordenador(a) do
Curso incentiva e se empenha no - 7,7% 30,8% 23,1% 38,5%
desenvolvimento de atividades para
melhorar o curso de Administração.
Sinto que o(a) Coordenador(a) do
Curso está sempre disponível ouvir e
encaminhar os problemas que surgem - - 23,1% 15,4% 61,5%
no dia a dia do curso (aprendizagem,
indisciplina, relacionamento com os
professores, com os colegas, etc.)
Para ser sincero(a), não sei muito bem
qual é trabalho do(a) Coordenador(a) 53,8% 23,1% 23,1% - -
do curso.
133
Questão 1 2 3 4 5
Observo que o(a) Orientador(a) se
preocupa em auxiliar os alunos que
possuem dificuldades de - 7,7% 15,4% 46,2% 30,8%
aprendizagem e/ou de rendimento
escolar.
Não vejo o(a) Orientadora
Educacional preocupado(a) com os
problemas emocionais ou de 30,8% 15,4% 38,5% 7,7% 7,7%
relacionamento interpessoal dos
alunos.
Observo que o(a) Orientador(a)
Educacional da escola se comunica e
mantém um diálogo aberto com as - 23,1% 46,2% 7,7% 23,1%
famílias dos alunos atendidos pelo
setor.
Para ser sincero(a), não sei muito
bem qual é trabalho do(a) 30,8% 7,7% 23,1% 15,4% 23,1%
Orientador(a) Educacional.
Sinto que o(a) Orientador
Educacional também se empenha
7,7% - 30,8% 23,1% 38,5%
para que os alunos não abandonem o
curso.
Já em relação aos pontos negativos, a maioria não enxerga que o curso tenha
algo ruim, porém as aulas on-line foram citadas como uma dificuldade para o
aprendizado e assimilação do conteúdo.
Quanto à direção da escola, percebemos que os respondentes declararam que
ela acompanha o andamento dos cursos, está presente na unidade escolar e tem a
preocupação de manter um bom relacionamento com os discentes. Contudo, quanto
ao relacionamento com as famílias, apenas uma parte dos alunos acredita que a
direção mantém as famílias informadas sobre os assuntos da escola, e a maioria não
se posicionou sobre essa questão
No quesito infraestrutura, os participantes afirmaram que a direção está
sempre atenta a esse aspecto e se preocupa com a desistência dos alunos. Com
relação ao trabalho desenvolvido pela direção, percebemos que os estudantes não
conhecem o suficiente, pois mais da metade não se posicionou sobre o assunto. Aliás,
este é um fato observado em todas as outras afirmações.
Referente à coordenação pedagógica e de curso, mais da metade afirmou que
conhece o trabalho de ambas, bem como acredita que elas estão atentas para o bom
andamento dos trabalhos, realizando atividades em conjunto para melhoria do curso,
bem como solucionando os problemas que aparecem no dia a dia. Vale salientar que
pouco mais da metade dos respondentes (54%) afirmou que a coordenação
pedagógica está sempre presente na escola e tem como preocupação manter um bom
relacionamento com os alunos. Em contrapartida, quase a metade dos respondentes
(46%) não se posicionou sobre esse item.
Sobre o diálogo e o relacionamento da coordenação pedagógica com as
famílias dos alunos, observamos que as respostas ficaram bem distribuídas, ou seja,
os alunos não conseguiram identificar essa afirmação. No que concerne à desistência
do curso, os respondentes acreditam que a coordenação pedagógica a coordenação
de curso e a orientação educacional desempenham atividades para minimizar esse
problema.
A maioria dos respondentes acredita que a orientação educacional auxilia os
estudantes com dificuldades de aprendizagem. Já em relação aos problemas
emocionais ou de relacionamento interpessoal, apenas uma parte dos respondentes
entende que existe preocupação acerca desse aspecto. Quando questionados sobre
o relacionamento da orientação educacional com as famílias, praticamente a metade
dos respondentes ficou neutra, e uma pequena parte discordou desse item. Por fim, a
139
maioria tem dúvidas sobre o trabalho, bem como sobre as atividades desenvolvidas
pela orientação educacional.
Na próxima subseção, apresentamos a comparação dos dados entre os alunos
evadidos e os cursantes.
dos pontos positivos elencados pelos cursantes, quais sejam: professores, aulas
interativas, matérias e visão ampla sobre todas as áreas de uma empresa.
Quanto aos pontos negativos, as opiniões foram bem diversificadas,
principalmente as citadas pelos alunos evadidos. Neste momento, elencamos apenas
as que foram comuns para ambos. Uma parte dos evadidos, bem como dos cursantes
citou que não enxerga pontos negativos no curso. Outros ainda informaram que não
tinham opinião sobre o assunto. É importante ressaltar que, quando perguntamos aos
evadidos sobre oportunidades perdidas em razão da desistência do curso, alguns
mencionaram não terem perdido oportunidades, já que desistiram do curso para
trabalhar. Com relação aos cursantes, ao serem questionados se, ao iniciar o curso,
tiveram alguma oportunidade de emprego, quase a metade informou ter começado a
trabalhar. Desse modo, entendemos que o curso contribui, sobremaneira, para o
ingresso no mercado de trabalho.
A próxima seção apresentamos a percepção da equipe gestora sobre a evasão
escolar.
141
Sujeito “A”: [...] queria ser desenhista de qualquer jeito porque eu era muito
tímida não gostava de falar e eu achava que a prancheta era minha vida né,
então eu fiz Desenho e Projetos de Mecânica o sonho era ser Engenheira né
não deu certo porque naquela época um sofri muito Bullying[...] [...] na ETE na
Lauro Gomes a noite nós éramos em 12 turmas de Desenho Mecânico e 4
meninas só né[...]
[...] mas no fim quando eu fui prestar faculdade já via que não ia dar muito certo
né eu já tinha ali uma frustração que eu não ia ter muita chance [...] [...] e aí
acabei fazendo Comércio Exterior e me identifiquei bastante né é uma área que
eu gosto área da administração uma área que eu gosto bastante[...]
Vale salientar que o ingresso de docente no Centro Paula Souza se dá por meio
de concurso público ou, nos casos de contratação por tempo determinado, por meio
de processo seletivo simplificado, tendo como sede a unidade escolar onde é
realizado o concurso. No entanto, o docente poderá ampliar aulas em qualquer outra
ETEC.
Dessa maneira, o sujeito “A” iniciou sua trajetória ministrando aulas apenas no
período noturno, na ETEC Lauro Gomes, bem como na Extensão da ETEC Jorge
Street, no colégio Celga, localizado no Rudge Ramos. Em 2009, recebeu uma
proposta da direção da ETEC Jorge Street para assumir a coordenação do curso de
administração da Extensão Celga, onde ficou por alguns anos e, em 2012, assumiu a
coordenação pedagógica da ETEC Jorge Street, na qual relata sua experiência:
Posto isso, observamos que o sujeito “A” teve um longo percurso até assumir
a direção da unidade escolar, passando pelos cargos de coordenação de curso e
pedagógica e, por essa razão, conhecendo as atividades destas funções.
Neste momento, é relevante, ressaltarmos as atribuições que competem à
direção escolar, que constam no Art. 17 do Regimento Comum (DELIBERAÇÃO
CEETEPS Nº 003, de 18-7-2013). Algumas delas vão ao encontro da fala do sujeito
“A”, quando discorre sobre seu perfil profissional ser voltado para a área
administrativa.
[...]
Artigo 17 - A Direção da Etec, sem prejuízo de outras constantes em
documento próprio do CEETEPS e da legislação, terá as seguintes
atribuições:
III - gerenciar os recursos físicos, materiais, humanos e financeiros para
atender às necessidades da escola a curto, médio e longo prazos;
VII - assegurar o cumprimento da legislação, bem como dos regulamentos,
diretrizes e normas emanadas da administração superior;
VIII - expedir diplomas, certificados e outros documentos escolares,
responsabilizando-se por sua autenticidade e exatidão;
X - administrar o patrimônio da escola, observadas as normas e diretrizes
estabelecidas;
XIV - integrar as ações dos serviços prestados pela escola;
XVI - gerir a execução de ajustes administrativos que envolvam atividades
nas dependências da Etec;
[...]
144
Sujeito “B”: [...] desde que eu entrei na ETEC Jorge Street eu comecei também
a implantar alguns projetos né a gente trabalha a Jorge Street tem uma
característica de trabalho com projetos né que foi um motivador da minha tese
de mestrado também “n” atividades que a gente faz lá na escola como a
Professora “F” já acompanha né como a Excute que é uma vitrine da nossa
escola né da apresentação dos projetos dos alunos [...]
[...]
Artigo 25 – A Coordenação Pedagógica é responsável pelo suporte didático-
pedagógico do processo de ensino e aprendizagem.
Parágrafo único - Cabe à Coordenação Pedagógica, além do previsto em
documento próprio do CEETEPS:
1 – planejar as atividades educacionais;
2 – coordenar com a Direção a construção do Projeto Político-Pedagógico;
3 – promover a formação contínua dos educadores;
4 – coordenar atividades pedagógicas;
5 – orientar ou assistir o orientando individualmente ou em grupo;
6 – implementar a execução do Projeto Político-Pedagógico; e
7 – avaliar o desenvolvimento do Projeto Político-Pedagógico.
145
Sujeito “C”: [...] então eu optei pela educação também pelo desafio né, as
máquinas que a gente consertava na Volkswagen quando eu fiz estágio elas
não falavam se tava boa ou se não tava e o ser humano fala né então aí meu
Deus do céu vou para o ser humano que é um pouco menos complicado eu
achava, mas foi um grande desafio, então eu realmente optei pela educação
e não me arrependo não faria tudo de novo né [...]
Sujeito “C”: [...] as duas coisas acontecem é acontece sim a gente percebe
quando você precisa que o aluno tem alguma, tá descompensado né vamos
dizer assim a gente percebe essa parte tenta acalma-lo, tenta mostrar que
não é só ele né que a gente também passou por estas dificuldades e que isso
vai passar, mas que ele tem que ter a persistência né naquilo que ele tá
querendo naquele sonho né, então a gente bastante incentiva né incentiva a
rapaziada tanto da noite principalmente da noite né[...][...] e a outra é a parte
técnica né meio que a gente tenta fazer com que ele perceba um livro
diferente uma.., entra na internet pra vê determinado assunto pra poder
acompanhar né então a gente faz essa, mas o resgate do aluno é esse é essa
insistência, o professor ora me dá uma dica fala liga lá pro Zezinho ou o
coordenador já fez isso me ajuda nisso também, então a gente também cerca,
conversa, chama é incentiva, mostra pra família que a escola está do lado
deles né não existe uma escola contra mesmo com as nossas dificuldades
que alguns professores as vezes apresentam de falta de tato vamos dizer
assim né a gente percebe e mostra pra eles que na verdade o professor quer
que ele seja alguma coisa[...]
vão ao encontro daquilo que diz o Sujeito “C”. Ele procura encorajar e incentivar o
aluno a estudar e a permanecer no curso para que obtenha sucesso profissional,
indicando livros e sites para estudo. Ademais, quando existe algum problema de
ordem pessoal, faz contato com as famílias para que, juntos, consigam administrar o
problema e tentar solucioná-lo. Por fim, o Sujeito” C” falou sobre o trabalho que faz
com os coordenadores de curso e professores para orientar cada estudante em suas
necessidades.
Para finalizarmos as apresentações, neste momento, caracterizamos o Sujeito
“D”, gênero masculino, com 50 anos, graduado em administração, pós-graduado em
Marketing e Docência para o Ensino Superior. Cursou o Esquema I - Programa
Especial de Formação Pedagógica para as Disciplinas do Currículo da Educação de
Nível Médio, oferecido pelo Centro Paula Souza. Iniciou sua carreira na área
financeira trabalhando em bancos como o Itaú, o Mercantil de São Paulo e o BMG, na
área de crédito para pessoa física. Sua trajetória na educação começou no ano de
2011, quando entrou no Centro Paula Souza, ministrando aula na ETEC Jorge Street.
Informou ainda que, no início, sua carga horária era pequena; ministrava uma ou outra
aula, pois conciliava suas atividades de bancário com a escola. Após sua saída do
banco, dedicou-se totalmente à educação e, a partir do ano 2012, assumiu a
coordenação de curso de Administração da Extensão Maria TrujiloTorloni, a convite
da coordenação pedagógica, que atualmente se encontra na direção da unidade
escolar. A seguir, transcrevemos a fala do sujeito “D”, enfatizando seu início na
educação:
seguir, destacamos algumas falas dos participantes que mais se aproximaram desse
tema:
Sujeito “B” [...] é então e, mas é uma questão meio que é que não pontual né
é um problema é realmente nosso, do Brasil né essa questão, então sempre
foi um problema agora muito mais né, mas sempre foi um problema então
esse era uma oportunidade o que a gente procurava trabalhar naquilo que a
gente efetivamente tinha condição de o que tava sob controle né [...]
Sujeito “D”: [...] então é desde de quando eu acho que no segundo dia que
em entrei na ETEC a gente já ouvia falar de evasão né a minha entrevista a
minha primeira entrevista para entrar na ETEC Jorge Street foi com o
professor coordenador da Extensão né ele explicando como funciona a ETEC
Jorge Street quais são os objetivos né e eu lembro que nessa síntese que ele
falou, ele falou de evasão que é a grande preocupação principalmente na
Extensão né era a evasão então a gente sempre é conviveu com este
problema de evasão de aluno né [...]
Sujeito “D”: [...]então eu acho que essa questão de evasão eu acho que desde
quando eu tô lá desde quando eu entrei há 10 anos eu escuto falar de evasão
e é uma briga diária né é uma luta diária nessa questão de evasão escolar né
[...]
Sujeito “C”: [...] mas é muito grande esse gap então os meninos precisariam
aprender a ler ter o gosto pela leitura [...]
Sujeito “C”: [...] mas é uma perseguição nossa muito grande com relação a
evasão escolar e esse gap educacional [...]
(1) a primeira diz que o mesmo é atribuído ao aluno ‘fracassado’, aquele que
não progrediu praticamente nada durante seus anos escolares, nem no
âmbito de seus conhecimentos, nem do seu desenvolvimento pessoal e
social; (2) diz que o problema central reside no fato de que o termo qualifica
uma imagem negativa do aluno, afetando a autoestima e sua confiança; (3) a
terceira ideia centro no aluno o problema do fracasso e distância a
responsabilidade de outros agentes e instituições, como os indicadores
sociais, a família, o sistema educacional ou a própria escola (MARCHESI;
PÉREZ, 2004, p. 17).
Sendo assim, ao analisarmos as falas dos sujeitos “A” e “C”, verificamos que
na sua visão, um dos fatores que motivam o aluno a evadir é a dificuldade e o medo
de acompanhar o curso, já que muitos são oriundos do EJA e outros estão sem
estudar há alguns anos, gerando uma desmotivação.
Sobre o descompasso educacional que gera a dificuldade do aluno em
acompanhar os estudos, Bourdieu (1966) entende que essa situação é desencadeada
devido à desigualdade entre as classes sociais. Os alunos favorecidos trazem, de
151
berço, um capital cultural, diferentemente dos desfavorecidos, que não tiveram acesso
ao mesmo capital. Desse modo, os desfavorecidos não conseguem dominar os
mesmos códigos culturais valorizados pela escola, o que torna o aprendizado muito
mais difícil para eles. Nas palavras de Bourdieu (2007):
Sujeito “D” [...] nós temos casos de aluno que não tem dinheiro para condução
né então, o aluno ele tem vergonha de falar olha eu não tenho dinheiro pra
condução[...]
Uma das causas da evasão apontada pelo Sujeito “D” refere-se à falta de
recursos financeiros. Dore e Sales (2017) entendem-na como um motivo para que o
estudante não conclua seus estudos.
Sujeito “C” [...] e lá na orientação quando o jovem ele, ele senta lá pra
conversar comigo (risos) ele fala em outras coisas também tá é em função
dessa dificuldade né que eles têm para entender o componente curricular
enfim esse, esse desgaste desse gap ele é começa algumas vezes é colocar
a culpa no outro né que culpar em que, que culpar o professor, porque as
vezes o professor não teve muita paciência com ele né [...]
Sujeito “C” [...]e nós temos alguns professores que não tem essa paciência
né de entender esse aluno e as vezes dá uma cata e aí o cara fica bravo né
o aluno fica bravo com o professor é, é fala aquele professor é isso é aquilo
onde já se viu ele tem que ter mais tato, não como eu estou falando pra vocês
tá as vezes (risos) aos palavrões que eles falam né fica bravo mesmo fala
que, que aquele cara que não sei o que, que eu não tô entendendo aqui e ele
em vez de me explicar, quando na verdade existe o erro das duas partes
deficiência do aluno que realmente é complicado e talvez um pouco da falta
de tato né de alguns professores em achar que o aluno ler (enfatizou) tem
que entender quando na verdade não vai acontecer isso né [...]
Sujeito “B”: [...] que é os nossos pontos falhos que seriam o quê, talvez uma
aula não motivadora né, talvez o profissional não, não, não colocarmos o
profissional correto na, na aula correta né aonde ele tinha domínio, onde ele
tinha uma prática que pudesse realmente é trazer uma aprendizagem
significativa para o aluno né [...]
Ainda sobre as possíveis causas da evasão escolar, o Sujeito “B”, entende que
algumas aulas não motivam os alunos, e com isso não acontece o processo de ensino
aprendizagem, já que elas são atribuídas a alguns professores sem domínio para
ministrar determinado componente curricular. Nesse sentido, é necessário salientar
que, de acordo com a deliberação CEETEPS nº 23 de 17 de setembro 2015 - artigo
2º, uma das etapas do procedimento de atribuição de aula é por classificação
docente. Ademais, o artigo 3º esclarece que “a classificação docente objetiva fixar a
posição dos docentes em relação aos demais na Escola Técnica, escalonando-os em
uma pontuação numérica decrescente[...]”. Dessa maneira, é importante ressaltar que
os professores que têm uma pontuação elevada são os primeiros a escolherem as
aulas e eventualmente eles podem escolher aulas que não tenham tanta facilidade
em ministrar. Contudo, eles estão resguardados pela deliberação, e torna-se difícil
para a direção não atribuir a aula para o docente.
153
Sujeito “B”: [...] eu não sei efetivamente eu não sei dizer é estatisticamente é
quais dos motivos são os principais o os mais pertinentes aí, mas o que me
passa a impressão é que é a os motivos externos as ameaças é que
realmente são os fatores mais preponderantes né na questão da evasão dos,
dos cursos, é muitos alunos a gente era até atraído pela nossa própria
eficiência porque, os alunos começavam a fazer o curso e já conseguiam
melhorar a sua situação só pelo fato de estar fazendo o curso e com isso eles
acabavam largando a escola pelo trabalho né que de um certo lado a gente
fica feliz e por outro lado a gente se entristece porque ele não fechou o ciclo
né, mas ele conseguiu é ele conseguiu o emprego e tá num turno lá que ele
vai ter que trabalhar a noite sei lá ou em outra cidade ele não consegue
chegar a tempo pra, pra escola ele tem que parar com o curso né e o que a
gente pode fazer com relação a isso né absolutamente nada né, então é, mas
a nossa busca né de, de entender os motivos da evasão é uma busca
constante, no meu caso é um trabalho um pouco mais complexo porque eu
tenho situações muito diferentes né nos vários cursos da nossa escola né,
então alguns cursos eu consigo identificar melhor né o que como é que é o
movimento qual que era a deficiência maior naquele curso específico né, é e
quais são e quais eram os pontos fortes e as oportunidades também em
cada curso específico [...]
O Sujeito “A” acredita que alguns alunos evadem, pois, ao retornarem aos
estudos, adquirem confiança em si próprios e acabam iniciando os estudos no nível
superior, deixando, consequentemente, o curso técnico.
Sujeito “A”: [...] acho o que vocês esqueceram de falar é muitos dos nossos
alunos é o que o Sujeito “B” falou né, a gente peca as vezes pelo sucesso né,
ele fica muito tempo fora da sala de aula aí ele vem , faz um módulo aí ele
percebe que ele é capaz ele ganha confiança e aí ele presta uma faculdade
né que hoje também digamos não é nem um bicho de sete cabeças né não é
tão difícil de entrar numa faculdade como era há 20 ,25 anos atrás né e aí ele
passa nessa universidade nessa faculdade que tem um sistema de PROUNI
de financiamento e aí ele fala né, muitas vezes o aluno fala ai então
professora eu resolvi fazer faculdade acho que vai ser melhor pra mim e aí
até esse sucesso esse gosto pelos estudos é a dedicação a qualificação
profissional faz ele evadir né que é um dos casos dos cursos modulares do
noturno né[...]
Sujeito “A”: [...] à medida que o Centro Paula Souza também fez uma
campanha é de expansão e aí praticamente a cada 5 quilômetros você tem
uma ETEC que oferece um curso na área de gestão você popularizou demais
né então nesse sentido é o aluno sabe, ah foi tão fácil eu entrar aqui , então
eu largo depois o semestre que vem eu presto de novo e entro né, então isso
deixa um pouco assim a falta de compromisso do aluno com aquela matrícula
né porque o semestre que vem ele presta de novo entra e aí se ele quiser ele
volta pro curso eu acho que isso também de certa forma compromete né é
em relação a evasão porque não existe muito esse comprometimento né.
Sujeito “D”: [...] e a gente sabe que a sociedade ela tem carência por um curso
de administração né eu costumo dizer em sala de aula que administração tem
um leque muito grande onde depois você pode direcionar qual é o seu
objetivo né, a gente tem muito alunos lá que eles tão lá pra fazer tão fazendo
o curso de técnico de administração, mas o objetivo é outro é ser veterinário
é ser engenheiro , ser empreendedor então eu costumo falar que em todos
os segmentos ele vai precisar usar administração né mesmo que seja dentro
da casa dele ela vai precisar saber administrar ela vai precisar saber
administrar suas finanças, seus gastos, seus custos, sua renda então ela vai
precisar, então o curso de administração pra ele não vai ser em vão né, então
esse é um dos discursos a gente começa a falar para tentar reduzir a evasão
mostrar a importância do curso pra esses alunos né [...]
Ao analisar a fala do Sujeito “D”, entendemos que ela vai ao encontro daquilo
que preconizam (Rosa, Aquino, 2019), onde evidenciam algumas ações necessárias
para diminuir a evasão escolar no ensino técnico:
Sujeito “D”: [...] a gente tenta fazer parcerias né com empresas[...], [...] então
a gente tenta fazer isso né mostrar né colocar o aluno o adolescente no
mercado de trabalho através de estágio de jovem aprendiz né que nós temos
essa capacidade [...]
157
Ações preventivas de diálogo com os alunos que pensam em evadir, bem como
o entendimento das causas da evasão são outros recursos que os Sujeitos “C” e “D”
afirmaram desenvolver na unidade escolar. Silva (2019, p.104) enfatiza que “evitar
um problema é menos doloroso do que conviver depois que ele surge”.
Sujeito “C”: [...] é o apoio mesmo é chamar os meninos conversar estar com
eles entender qual é o problema tentar sugerir algumas saídas né para as
mães dos meninos, mas as vezes ocorre sim que a mãe ela, ela quer que a
escola crie o aluno a educação é a escola se virá [...]
Sujeito “D”: [...] então é assim a primeira coisa que eu tento fazer, tento não,
eu vou atrás para fazer né e aí eu dependo de um feedback do aluno é
entender porque ele tá, está querendo desistir do curso ou desistiu do curso
né então a primeira coisa que a gente faz é entrar em contato com o alunos
buscar ele, trazer ele, ele pra dentro da escola pra gente tentar entender qual
é problema dele né, é desmotivação, a gente pode mudar alguns fatores pra
que ele volte a ter motivação né [...]
Sujeito “D”: [...]ah a gente tenta saber se é por questão de motivação, lado
financeiro né tem aluno que é, é só vai pra escola com a intenção da merenda
por incrível que pareça né ele tem, ele tem fome né é, é, então com esse bate
papo a gente tenta descobrir qual é o problema pra gente poder tentar ajuda-
lo né pra que , pra que ele continue no curso né pra que ele continue né e aí
a gente [...] , [...]costumo trazer ex-alunos né ex-alunos que , que hoje ocupam
até cargo de gestão né a gente eu costumo trazer pedi para esses ex-alunos
virem até a escola né e conversar com, com os alunos ingressantes né e aí
eu coloco também esse aluno que está pensando em parar, está
desmotivado, está com problema né a gente coloca e fala assim olha tá aqui
oh essa pessoa ela é um exemplo [...] leva ele pra uma visita técnica né aí
ele fala oh professor aquilo que você falou tá acontecendo aqui na empresa
olha lá que legal aí ele começa acreditar então essa também é um modelo
que a gente faz que pra tentar minimizar essa questão da evasão né [...]
Sujeito “D”: [...] esta questão financeira né muitas vezes a gente recorre lá
pra direção fala ohh, não tem né então aí ela consegue lá através da, da, da,
da, da Associação o que é da APM né da APM né ajudar esse aluno pelo
menos com a condução, então, ou seja, é, é entender o problema é entender
o problema [...]
158
Sujeito “B”: [...] agora como pontos como oportunidades o que a gente viu
também no caso específico do curso de administração foi a empregabilidade
né foi o que a gente tava procurando mostrar pro aluno é que valia a pena ele
continuar no curso que com isso ele vai ter uma é essa questão muito mais
aprimorada né, então a empregabilidade no curso de adm. a gente achou
que era um, uma oportunidade era uma forma da gente poder trazendo
profissionais, e, e porque a gente via isso o número de estágios que
apareciam na área né.
Sujeito “B”: não porquê a gente praticamente não tem repetência nos cursos
técnicos, entendeu, modulares, é por realmente por desistência né o aluno
desiste de dar continuidade ao curso, mas intenção não era fazer com o aluno
passasse sem ter condições, a intenção era que o professor criasse a sua
aula como uma aula motivadora, uma aula de aplicação, como uma aula
buscando situações é do mercado né pra trazer pra, pra sala de aula é os
coordenadores sempre procuraram trazer é palestras é do pessoal externo
né, ex-alunos como o próprio Sujeito “D” colocou trazendo a sua experiência
né, a importância que foi ele ter feito o curso técnico né para sua vida
160
Sujeito “B”: olha, o que, o que eu posso dizer com certeza que a gente
conseguiu fazer foi sensibilizar uma boa parte dos professores para este
problema né, então, ou seja, é não, não sei te dizer é numericamente a gente
não consegue estabelecer muito bem isso o, por conta do que, esse é um
problema que ele vai aumentando durante o tempo entendeu, apesar de ter
como metas e melhorando e minimizando este problema o que acontece
historicamente é que este problema vai aumentando porque é por causa das
situações específicas que a gente vai a, a, vai tendo as dificuldades que a
gente vai tendo durante do tempo, então pra mim manter a evasão já era
lucro entendeu, já era.. não aumentar o índice já era lucro.
Sujeito “A”: então a gente dá suporte para tudo isso que os meninos falam
né, então quando precisa dá apoio financeiro lá para o aluno que precisa
realmente, a gente intermedia lá junto com a APM, ah um aluno chega vem
do serviço cedo e aí o coordenador percebe que ele tá com problema né
assim fome né[...], [...] a gente conversa com o rapaz da cantina, a gente não
tem janta na escola né tem só merenda seca e aí fornece lá um, um pratinho
lá, um arroz com feijão pra ele ter um gás pra conseguir terminar o estudo
né e então a gente dá suporte a tudo isso é tenta dá a parte estrutural[...]
Sujeito “A”:[...] mas acho que o que a gente faz é isso né dá ferramentas aí
pro pessoal poder é segurar os alunos na sala de aula dá motivação, tentar
161
Sujeito “B”: [...] ele chegou a ser bloqueado, mas entramos com recurso e ele
não efetivaram bloqueio, entendeu ele chegou a atingir os índices de evasão
que causaria um bloqueio né, é que tem dois níveis de bloqueio né tem o
bloqueio que sujeito a recurso e tem o bloqueio que não é sujeito a recurso a
gente não tem como entrar com recurso entendeu [...]
Sujeito “D”: teve, teve uma vez que tivemos que entrar com o recurso e as
demais ficava só em é em análise.
Sujeito “A”: o que pesou muito no recurso que a gente fez pro curso de
administração né, né Sujeito “D” quando foi bloqueado, foi a quantidade de
alunos no primeiro módulo que conseguiu, já entraram na escola e um mês,
dois meses depois já estavam já contratados como estágio ou jovem aprendiz
né a gente tinha quase 100% da turma trabalhando né em atividade
profissional, então isso pesou muito na época [...]
10
O GSE é um departamento da Unidade do Ensino Médio e Técnico – Cetec do Centro Estadual de
Educação Tecnológica Paula Souza, que é responsável pela supervisão das Escolas Técnicas - ETECs
do Estado.
162
3 semestres Suspensão de um
consecutivos com semestre (oferta
índice de anual).
concluintes igual ou Se, após a
Bloqueado I inferior a 60% Não se aplica suspensão, tiver
Nesta situação, índice de concluinte
cabe recurso da maior que 60%,
Unidade a ser poderá ofertar o
analisado pelo GSE. curso
semestralmente.
Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados do Ofício circular nº 025/2015 – Cetec / GSE
Sujeito “B”: [...] quando veio a pandemia as demanda foram outras né, então
nós estamos até agora querendo colocar coisa para funcionar né (risos),
querendo fazer com que dê certo é que a gente consiga dá continuidade ao
nosso trabalho com todas essas situações adversas né com a falta de
equipamentos dos alunos, com a falta de afinidade do professor com as
ferramentas né, com a dificuldade que a gente tem de monitorar e
acompanhar o processo né que a gente, ainda estamos tentando traçar um
caminho bom pra isso né ih desculpe o desabafo, mas a situação agora piorou
né porque agora é tem aquela situação de volta presencial não volta
presencial a gente se adapta para isso depois suspende e a gente não sabe
o que vai acontecer na próxima semana na outra e na outra [...]
Sujeito “B”: [...] porque hoje em dia o que a gente tá fazendo tentando deixar
o barco não afundar (risos) tentando fazer com que as coisas possam ocorrer
da melhor maneira possível dentro das condições que temos né e
efetivamente a gente não tem condições de se fazer nenhum projeto né o
projeto que a gente tem é dá continuidade e fazer a coisa funcionar colocar o
professor dentro do Teams, porque ele não está conseguindo, porque o e-
mail dele não funciona porque o Teams trava ,aí o Teams para de gravar a
aula né e a gente tem que colocar uma coisa alternativa [...]
Sujeito “C”: [...] então as vezes eles não abrem a câmera porque vai ter 2 ou
3 pessoas, porque as vezes ele mora numa casa muito simples é eles tão na
cozinha e na cozinha tem alguém lavando louça tem uma televisão ligada tem
os outros filhos tudo que estão também querendo a participação deles, então
além desse problema desse gap educacional, esse problema sério hoje [...]
Ademais, a participante informou que alguns alunos desistem do curso, alegando que
não estão aprendendo neste modelo de aula on-line.
Sujeito “A”: [...] é concordo com os meu colegas aí tudo que a gente tem
passado né é infelizmente essa pandemia virou a escola de ponta cabeça né
a gente não tem mais como medir mensurar nada em relação a evasão
porque tá muito fácil pro aluno né assim, ah eu não tô acessando o Teams aí
você tente, tenta, tenta, tenta, aí ele manda um e-mail e fala assim, ah então
quando voltar no presencial eu volto agora eu não tô a fim não, porque eu
não consigo acompanhar então do período da pandemia pra cá a gente não
consegue mensurar nada em relação a evasão pelo contrário a gente tá
nesse tsunami de evasão dos cursos que é um absurdo inclusive coisa que a
gente nunca teve ou tinha muito pouco né dos cursos do Ensino Médio né e
é assim o que é pior o que eu enxergo pior com aval dos pais [...]
O Sujeito “B” reafirmou a fala do Sujeito “A”, com relação ao aumento do índice
de evasão na pandemia. Ademais, disse que há turmas que atualmente têm formado
apenas 20% do número de alunos matriculados, ou seja, 8 de 40 estudantes.
Esclareceu, ainda, que a pandemia, além de ter ocasionado o aumento da evasão,
interferiu também na demanda dos alunos, já que, neste ano de 2021, a unidade
escolar realizou o processo de vagas remanescentes para completar o número de
alunos nas turmas dos primeiros anos e módulos.
Sujeito “B”: [...] o que a gente tá vendo agora né, a gente deve estar hoje com
o índice absurdo de evasão né, porque nós temos, eu vejo lá classes na
escola com 8 alunos né, a gente nunca teve isso né, nunca, nunca a gente
teve isso, uma classe se formando com 8 alunos de 40 né é uma evasão que
a gente nem imaginava a ter né, a gente tá com problemas de demanda no
ensino médio né tivemos que fazer vagas remanescentes, isso é uma coisa
absurda (risos) não cabe na nossa cabeça né porque a gente trabalha lá com
uma.., nós nunca tivemos uma demanda muito alta na Jorge Street eu acho
que também justamente pelo fato da localização é um dos problemas mais
graves que a gente tem lá, então a gente nunca teve uma demanda que tem
uma Lauro Gomes que tem uma Júlio de Mesquita é, mas é nós nunca é
ficamos nessa situação de ter que abrir processo de vaga remanescente que
não tinha número suficiente para encher uma classe de 1º ano de ensino
médio técnico né, então é uma situação realmente totalmente diferente que a
gente tá vivendo agora, não serve de referência [...]
Sujeito “A”: é o Centro ele orientou desde janeiro que a gente retornasse com
as aulas presenciais né, mas aí depende de cada escola né eu vou ser
sincera eu nós fizemos uns relatórios eu, o coordenador pedagógico e o
orientador educacional em janeiro pra gente não retornar porque eu não me
166
sinto segura não tenho condição de dar 100% de segurança pro o aluno e pro
professor retornar as atividades presenciais né[...]
Sujeito “A”: [...] a pandemia também tem o seu contrassenso né, não deixei
uma semana do ano passado pra cá de assinar um contrato de estágio, hoje
por exemplo assinei três né e o que é assim que eu venho percebendo né
desde o ano passado ,é muito estágio na área de industrial né que é uma
coisa estranha porque se você tem uma pandemia tem uma redução né de
produção na grande parte das empresas né que a gente vem observando
isso até por falta de material de matéria-prima né as empresas tão reduzindo
não porque tão preocupada com a pandemia muitas vezes é porque não tem
matéria-prima pra trabalhar, mas eu venho assinando muitos contratos de
estágio dos alunos né é teve aluna nossa né Sujeito “D” (coordenador do
curso Administração) que assinou contrato já começando a trabalhar em
home-office né é do curso[...]
Como já citado, o alto índice de evasão pode causar implicações para o curso,
ou seja, ele pode deixar de ser oferecido na unidade escolar. Nesse sentido, o Sujeito
“A” informou que o novo percentual de evasão escolar por curso, estabelecido pelo
Centro Paula Souza devido à pandemia é de 34%. Porém, enfatizou que, mesmo com
o aumento, será difícil cumprir o percentual, visto que a evasão cresceu muito, desde
o início da pandemia.
Sujeito “A”: [...] deixa eu só te dar uma informação semana passada a gente
teve uma reunião com a supervisão é eles é baixaram assim na verdade
subiram a régua né a gente falava de evasão em termos de 18% e 20% né
de cada curso agora eles vão bloquear curso com 34,com 34% de evasão é,
mas ainda pra nós é um valor que não tá satisfatória né porque igual o Sujeito
“B” falou nós temos curso que tão com 8 alunos né e aí 34 ficou pra trás a
muito tempo.
167
Sujeito “B”: agora com a pandemia tá muito mais claro assim os motivos da
evasão né ou é falta de adaptação ao modelo[...], [...] então a dificuldade do
equipamento e a falta de adaptação ao modelo né, então essas são as duas
principais, os dois principais motivos da evasão.
Sujeito “B”: sim, sim exatamente, acresceu, [...] então, muito alunos
interessados, motivados, envolvidos acabaram entrando é nesta outra
questão, [...] neste outo rol e engrossou aí o índice por conta disso né.
Desse modo, fica evidente que apesar das aulas estarem acontecendo de
maneira virtual, professores, alunos e demais funcionários dos
estabelecimentos de ensino precisam trabalhar em conjunto para atingir um
objetivo permanente, a aprendizagem dos estudantes, e também para
enfrentarem todas as dificuldades impostas no sistema educacional durante
a pandemia. Além disso, é necessário o apoio de diferentes órgãos e,
sobretudo, melhorias constantes tanto no ensino remoto quanto no presencial
(VITOR et al., 2020, p.6)
Dessa maneira, ficou claro, que o cenário atual e inesperado trouxe muitos
desafios para a unidade escolar, entre eles o treinamento e auxílio aos docentes para
ministrarem as aulas, o suporte aos alunos para conseguirem assistir às aulas e,
ainda, o aumento do índice da evasão escolar. No entanto, é importante ressaltar que
essa problemática já era presente antes da pandemia na unidade escolar.
Diante da apresentação dos resultados da terceira etapa da pesquisa, ficou
claro que a evasão escolar é um assunto que sempre foi uma preocupação para o
Centro Paula Souza, bem como para a unidade escolar. Segundo a equipe gestora,
trata-se de uma luta diária para minimizar esta problemática.
Os participantes elencaram as principais causas e motivos da evasão escolar
na unidade, sendo as intraescolares: dificuldade dos alunos em acompanhar os
estudos devido à base escolar deficiente, citando, como exemplo a dificuldade na
leitura e interpretação de texto e resolução de cálculos; aulas não motivadoras, em
168
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 PRODUTO
11
Disponível em: https://site.geekie.com.br/blog/padlet-como-criar-murais-para-suas-
aulas/#:~:text=Escolha%20um%20modelo%20para%20seu,mesmo%20como%20salas%20de%20co
nversa. Acesso em: 19 maio 2021.
174
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Paula Souza, 2013.
XAVIER, Maria Elizabete; RIBEIRO, Maria Luisa; NORONHA, Olinda Maria. História
da Educação: a escola no Brasil. São Paulo: FTD, 1994.
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
1.2 Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino ( ) Outro ( ) Prefiro não informar
2.2 Informe o módulo que estava cursando quando você deixou de frequentar a
escola.
( ) 1º módulo ( ) 2º módulo ( ) 3º módulo
2.4 Qual o principal motivo que o (a) levou a deixar o curso Técnico em
Administração?
_______________________________________________________________
2.5 Que outros fatores contribuíram para você interromper o curso (você pode
assinalar mais de uma alternativa)
2.6 A escola entrou em contato com você para saber o porquê da sua
desistência?
( ) Sim ( ) Não
2.12 Você acha que perdeu oportunidades (de trabalho ou de estudos) por
desistir do curso? Por que?
_______________________________________________________________
197
QUESTIONÁRIO
Endereço de e-mail:
___________________________________________________________________
1.8 Caso tenho respondido “sim” na questão anterior, informe quanto tempo
você está sem estudar após ter concluido o Ensino Médio?
( ) 01 a 02 anos ( ) 03 a 04 anos ( ) 04 a 05 anos ( ) Acima de 05 anos
( ) Terminou o Ensino Médio e em seguida começou o Curso Técnico.
( ) Outro: ___________________
2.1 Qual foi o PRINCIPAL motivo de sua ESCOLHA pelo curso de Administração
do Centro Paula Souza? (Assinale o motivo mais IMPORTANTE para essa
escolha)
Se você assinalou "outro" na questão anterior, diga qual foi esse motivo:
_______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
4.1 Percebo que a Diretoria da escola é muito atenta ao bom andamento dos
cursos.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
4.2 Acho que a Diretoria NÃO é muito cuidadosa com a infraestrutura da escola.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
4.4 Sinto que o(a) Diretor(a) está sempre presente na escola e se preocupa muito
em manter um bom relacionamento com os alunos.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
4.6 Sinto que a Direção da escola NÃO se preocupa com a desistência dos
alunos do curso.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
5.5 Para ser sincero(a), NÃO SEI muito bem qual é o trabalho da Coordenação
Pedagógica da escola.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
5.8 Sinto que o(a) Coordenador(a) do Curso está sempre disponível ouvir e
encaminhar os problemas que surgem no dia a dia do curso (aprendizagem,
indisciplina, relacionamento com os professores, com os colegas, etc.)
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
5.9 Para ser sincero(a), NÃO SEI muito bem qual é trabalho do(a) Coordenador(a)
do curso.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
Esta sexta e última seção refere-se à sua percepção sobre a Orientação Educacional.
6.4 Para ser sincero(a), NÃO SEI muito bem qual é trabalho do(a) Orientador(a)
Educacional.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
6.5 Sinto que o(a) Orientador Educacional também se empenha para que os
alunos não abandonem o curso.
1 2 3 4 5
Discordo totalmente Concordo totalmente
204
EQUIPE GESTORA
2º Bloco temático: Um dos primeiros sinais de uma possível evasão escolar são as
faltas consecutivas. Na ETEC Jorge Street as faltas são registradas no Novo Sistema
Acadêmico – NSA, desta maneira, comente sobre qual é o procedimento da unidade
escolar, quando detectado faltas consecutivas de algum aluno. Ademais como são
tratados os dados da evasão escolar pela unidade, comente sobre como vocês
acessam esses dados, bem como, se são sistematizados. E por fim , mas não menos
importante , sabemos que as causas e motivos da evasão podem ser diversos, desta
maneira é do conhecimentos de vocês as possíveis causas da evasão no curso
técnico em Administração.
3º Bloco temático: A evasão escolar é um assunto que tem sido discutido muito pelo
Centro Paula Souza, comente como a unidade escolar tem tratado sobre este
fenômeno, ou seja, está nas pautas de discussões das reuniões com a equipe gestora,
nas reuniões pedagógicas e nos planejamentos de área/curso. Em caso positivo
comente quais ações concretas têm sido realizadas para evitar, enfrentar, controlar e
reduzir este problema. O alto índice de evasão pode causar sérios problemas para o
aluno evadido, para a sociedade e para a escola, logo para o curso técnico em
Administração quais as consequências que ocorreram por conta da evasão e relate
se o curso em algum momento foi bloqueado em decorrencia da evasão.
205
APÊNDICE E
Por meio deste Termo de Consentimento, solicitamos sua participação nesta atividade
de pesquisa cujo objetivo é identificar as possíveis causas que levam os alunos à
evasão escolar no curso técnico em Administração. Essa atividade faz parte do projeto
de pesquisa “A Evasão Escolar e os Desafios da Gestão: um estudo de caso em uma
ETEC do ABC Paulista”, desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional de
Educação da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, área de concentração:
Política e Gestão da Educação, sob orientação da Professora Dra. Sanny Silva da
Rosa, RG 17.128.786-1. Sua participação é voluntária, sendo que tem o direito e a
liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento, independente do motivo
e sem nenhum prejuízo à sua pessoa. Esclarecemos que a identidade dos
respondentes será mantida sob anonimato, que todas as informações fornecidas
serão mantidas sob absoluto sigilo e que os dados obtidos serão utilizados para fins
estritamente acadêmicos. Caso esteja de acordo, solicitamos que assine este Termo
de Consentimento, cuja cópia ficará com o(s) participante(s). Caso você seja menor
de idade, é obrigatória a autorização de seu/sua responsável legal, que deverá assinar
este Termo e informar o nome completo e o nº R.G. no campo abaixo.
Para qualquer outra informação, o (a) Sr. (a) poderá entrar em contato com a
pesquisadora Cláudia Aparecida Siola Fiorotti, R.G. nº 19.800.391-2 , endereço Rua
Bela Vista, nº 641, apto 11 – Centro – São Bernardo do Campo - São Paulo 09715-
030, e-mail: [email protected]; telefone: (11) 9-9466-3831.