Metodologia Da Pesquisa
Metodologia Da Pesquisa
Metodologia Da Pesquisa
CAMPUS JAGUARÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO
JAGUARÃO
2021
EDELVIRA SILVA DA SILVA
JAGUARÃO
2021
Dedico este trabalho a todas as pessoas
que contribuíram de alguma forma na
minha trajetória enquanto mulher negra,
professora, mãe, filha, irmã e tia. E
também aos meus entes queridos que
não se encontram mais fisicamente entre
nós – em especial meu pai Adair, minha
mãe Euzébia Maria e meu afilhado Rafael
Teixeira.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu pai Oxalá e aos meus guias por terem me protegido,
amparado e conduzido até aqui.
Ao meu pai Adair e minha mãe Euzébia Maria (in memoriam), por todo amor,
esforço e dedicação dispensados à minha criação e educação.
Ao meu filho amado Pablo, que, com seu pensamento positivo, me incentivou
a seguir em frente mesmo nos momentos mais difíceis da minha vida.
À minha família, que é o meu porto seguro e que posso contar para o que der
e vier.
Às minhas amigas de longa data Aline, Luciane Costa, Isabel, Magda e
Márcia, que, professoras como eu, vibram com cada conquista minha.
À amiga Luciane Pinheiro, que tão amorosa e pacientemente ajudou-me com
a concretização deste sonho, através das suas observações, leituras e experiências.
Às professoras e a equipe diretiva da E.M.E.F. Ministro Fernando Osório, pela
generosidade, disponibilidade e compreensão da relevância desta pesquisa para a
instituição de ensino mencionada.
A todos os professores que seguem firmes na luta por uma escola pública de
qualidade para todos, mesmo com todos os reveses da nossa profissão.
Aos meus colegas do curso de mestrado, que foram muito parceiros e
acolhedores.
Aos funcionários e aos professores da UNIPAMPA – Campus Jaguarão, que
tão gentil e respeitosamente me trataram.
Ao meu orientador Prof. Dr. Alessandro Bica, que, para além do cuidado
pedagógico, teve o olhar humano e a paciência de esperar “o meu tempo” para
retomarmos nossos estudos.
E, por fim, aos professores da banca examinadora, Prof.ª Drª. Ana Cristina da
Silva Rodrigues e Prof. Dr. Lúcio Jorge Hammes, que tão gentilmente se dispuseram
a colaborar com seus conhecimentos para a qualificaçãodeste trabalho.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 17
2 Contexto da investigação: cidade de Pelotas ................................................... 23
2.1 Local do projeto de pesquisa: Escola Municipal de Ensino Fundamental
Ministro Fernando Osório ...................................................................................... 24
3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 27
3.1 Aspectos históricos e legais da Educação Inclusiva no Brasil .................... 30
4 CAMINHO METODOLÓGICO ............................................................................... 35
4.1 Instrumentos de coleta de dados .................................................................... 36
4.1.1 Ações da pesquisa ........................................................................................ 38
4.1.2 Sujeitos ........................................................................................................... 38
4.1.2.1 Conhecendo as professoras ...................................................................... 39
4.1.3 Avaliação do plano de ação .......................................................................... 55
4.1.4 Procedimentos de análise ............................................................................. 56
5 RODAS DE CONVERSA VIRTUAL ...................................................................... 57
5.1 Roda de conversa virtual 01 - dia 24 de março de 2021: Apresentação do
projeto de pesquisa ................................................................................................ 61
5.2 Roda de conversa virtual 02 - dia 31 de março de 2021: Adaptação e
flexibilização curricular – caminhos, discussões e possibilidades ................... 63
5.3 Roda de conversa virtual 03 – dia 07 de abril de 2021: Estudo de caso 01 . 66
5.4 Roda de conversa virtual 04 – dia 14 de abril de 2021: Estudos de caso 2 e 3
.................................................................................................................................. 69
5.5 Roda de conversa virtual 05 – dia 28 de abril 2021: Apresentação dos
planos de intervenção e encerramento da formação .......................................... 72
6 AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DO PROJETO ............................................ 77
6.1 Os olhares das professoras sobre as rodas de conversa virtuais ............... 78
6.2 Recorte da pesquisadora ................................................................................. 82
7 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................... 84
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 88
APÊNDICE A – Questionário ................................................................................... 94
APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................ 97
APÊNDICE C – Autorização para realização da pesquisa de intervenção ............... 98
APÊNDICE D – Autorização para realização da pesquisa de intervenção – SMED 99
APÊNDICE E – Caso 1 – Transtorno do Espectro Autista: Aluno E.M.S. – 13 anos/5°
anodo Ensino Fundamental .................................................................................... 100
APÊNDICE F – Caso 2 – Transtorno do Espectro Autista:Aluno L.L.S – 12 anos/4°
ano do Ensino Fundamental .................................................................................... 102
APÊNDICE G – Caso 3 – Deficiência Múltipla (Paralisia Cerebral e Deficiência
Intelectual) ............................................................................................................... 104
APÊNDICE H – Plano de Intervenção – Caso 1 ..................................................... 106
APÊNDICE I – Plano de Intervenção – Caso 2 ....................................................... 109
APÊNDICE J –Plano de Intervenção – Caso 3 ....................................................... 111
APÊNDICE K – Avaliação dos encontros de formação .......................................... 113
APÊNDICE L – Cronograma do Projeto de Pesquisa ............................................. 114
17
1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa foi pensada para ser realizada no espaço escolar, no final do
ano de 2019 – mas, em virtude de uma enfermidade que me exigiu um afastamento
maior para dedicação ao tratamento, não foi possível dar continuidade às atividades
acadêmicas e profissionais. Concomitante a esse episódio de origem particular, o
mundo foi surpreendido pela pandemia de Covid-191, ocasionando mudanças nos
mais diversos segmentos da sociedade. E, como não haveria de ser diferente, a
educação também sofreu com esse impacto.
Subitamente, as escolas foram fechadas de acordo com as recomendações
das autoridades de cada país, e as aulas presenciais foram igualmente suspensas.
Com isso, foi preciso acelerar o processo de inserção das Tecnologias Digitais (TD)
na experiência escolar, conforme a Portaria nº 343, de 17 de março de 2020, que
“[...] dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais
enquanto durar a situação de pandemia do Novo Coronavírus – Covid-19” (BRASIL,
2020). Em um curto período, os espaços físicos das escolas passaram a dispor das
ferramentas digitais, fazendo com que todos pudessem estudar mesmo com a nova
determinação no processo de aprendizagem. Continuam sendo grandes os desafios
diante do ensino a distância, mesmo que esta tenha sido a forma adotada para
enfrentar as barreiras erguidas pela pandemia.
O cenário atual propiciou novas e diversas experiências, inclusive na
formação de professores. Porém, não basta a vivência de novas práticas, é preciso
refletir de forma crítica acerca delas. Entende-se que, portanto, para uma
aprendizagem consolidada, é preciso incorporar novos saberes, mas sempre
priorizando a reflexão sobre eles. O trabalho desenvolvido com as professoras
(sujeitos da pesquisa) teve como base suas trajetórias de vida, as experiências
vivenciadas ao longo de suas carreiras como educadoras e os desafios que são
enfrentados diariamente, que acabam por impulsioná-las em busca de um
conhecimento que respalde suas práticas pedagógicas e que tenha significado.
Para que tais aprendizagens fossem significativas dentro da proposta de
formação, utilizou-se a tecnologia digital com ênfase no pensamento crítico das
professoras no momento da formação em serviço, de maneira que suas ideias
1
De acordo com o Ministério da Saúde, a COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus,
denominado SARS-CoV-2, que apresenta um espectro clínico variando de infecções assintomáticas a
quadros graves (BRASIL, 2020).
18
[...] o adulto aprende pela experiência; o adulto é movido pelo desafio, mais
especificamente na superação desse desafio; o adulto professor aprende de
forma deliberada, ou seja, se ele assim desejar; aprende quando o objeto
do conhecimento está relacionado à sua prática e quando é experimentada
em seu contexto (PLACCO; SOUZA, 2006, p.48).
[...] foi elaborada segundo os preceitos de uma escola em que cada aluno
tem a possibilidade de aprender, a partir de suas aptidões e capacidades, e
em que o conhecimento se constrói sem resistência ou submissão ao que é
selecionado para compor o currículo, resultando na promoção de alguns
alunos e na marginalização de outros do processo escolar (ROPOLI et al.,
2010, p. 6).
Acredito que ainda tenho muito que avançar nesse trabalho, pois em todos
esses anos em que atuo como professora, sinto necessidade de buscar mais
elementos pedagógicos e teóricos que contribuam para minha prática nos
atendimentos e nas discussões junto ao corpo docente. Penso que a minha inserção
no Mestrado Profissional em Educação venha ao encontro dos meus anseios de
tornar mais efetiva a proposta de um trabalho inclusivo dentro da escola. Isto para
que consiga pensar, junto com os meus colegas, ações efetivas para que os nossos
alunos consigam apropriar-se das diferentes formas de aprendizagem e evoluir
como ser humano.
Ao longo de cinco anos atuando como professora do AEE foi possível
perceber algumas inquietações na fala de alguns colegas, principalmente quanto à
como proceder com alunos com deficiência e atentar para os demais alunos, a
20
2
Foi usado o termo “professoras” em referência aos sujeitos da pesquisa.
23
3
As informações sobre a cidade de Pelotas, local onde foi realizado o estudo, foram retiradas na
íntegra da Wikipédia, a enciclopédia livre, e do Portal Encontra RS, ambos disponíveis online, com a
intenção de situar o leitor do contexto da pesquisa.
24
Sou navegador
Lá no fundo da lembrança
Dorme um resto de esperança
De voltar à vida à toa
À beira da lagoa
Só molhando o pé
Seja em Tapes, São Lourenço
Barra do Ribeiro ou Arambaré
Lagoa dos Patos
Dos sonhos, dos barcos
Mar de água doce e paixão [...].
4
A ação de preparar um mate também é conhecida como “cevar um mate”, “fechar um mate”, “fazer
um mate”. A palavra amargo é bastante utilizada também no lugar de mate ou chimarrão (PORTAL
SÃO FRANCISCO, 2020).
25
5
Disponível em: <http://site.pelotas.com.br/educacao/portal/escolas/escola.php?id_escola=18719>.
Acesso em: 16 jun. 2020.
27
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Por sua vez, Nóvoa (2010) aborda o debate sobre a formação de professores
numa perspectiva centrada no espaço profissional, ao dizer que
Nóvoa (1999, p. 18) afirma “[...] ser impossível imaginar alguma mudança que
não passe pela formação de professores, que situe o desenvolvimento pessoal e
29
profissional dos professores, ao longo dos diferentes ciclos da sua vida”. Entendo
que ao longo da nossa profissão é impossível pensar em mudanças na educação
sem participar de formações docentes, que quando qualificadas, nos oportunizam
um maior aprofundamento de nossos saberes, concepções e crescimento pessoal.
Imbernón (2011) defende que os professores se assumam como
protagonistas, que trabalhem juntos e desenvolvam uma identidade profissional.
Para tanto, é urgente abolir com a ideia de que o trabalho docente tem um caráter
individual. A formação continua em ambiente escolar proposta oportunizou o
rompimento do individualismo dos professores.
6
A curatela é um mecanismo de proteção para aqueles que, mesmo maiores de idade, não
possuem capacidade de reger os atos da própria vida. Estabelecida por meio de um processo de
“interdição” com base no artigo1767doCódigo Civil Brasileiro, atualizado pela Lei nº13.146 de 2015,
a qual institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência) (FARIAS; ROSENVALD, 2014, online).
32
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade [...] (BRASIL, 1988).
4 CAMINHO METODOLÓGICO
Para tanto, foi fundamental registrar as observações para evitar a perda das
ideias expostas e das intervenções realizadas ao longo da pesquisa. Todos os
acontecimentos, reflexões e ações foram registrados em um diário de campo, o qual
serviu como outro instrumento importante para a coleta de dados. O diário de
campo, também chamado de nota de campo, é “[...] o relato escrito daquilo que o
investigador ouve, vê, experiencia e pensa no decurso da recolha, refletindo sobre
os dados de um estudo qualitativo” (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 150).
Por fim, a fotografia, como instrumento de pesquisa, serviu de coadjuvante
para as incursões. A fotografia, segundo Monteiro (2006), é conceituada como
4.1.2 Sujeitos
Gráfico 1 – Idade
7
Caixa de seleção: o campo pode ser utilizado para selecionar mais de uma opção dentre as várias
disponíveis. Para questões que utilizam caixas de seleção, o número total de opções de respostas
selecionadas de uma questão pode ser maior do que o número de questionados que responderam à
questão. Isto pode fazer com que os percentuais totais de respostas excedam 100%.Disponível em:
<https://help.surveymonkey.com/articles/pt_BR/kb/Checkbox#:~:text=Caixas%20de%20sele%C3%A7
%C3%A3o%20%C3%A9%20um,uma%20lista%20definida%20de%20op%C3%A7%C3%B5es>.Aces
so em: 13 jun. 2021.
46
9), em que, assim como na questão anterior, era possível marcar três itens, obteve-
se as seguintes respostas: 91% das entrevistadas sugeriram que os encontros de
formação tratassem de questões relacionadas ao currículo adaptado, flexibilização
de conteúdo e processo de avaliação, enquanto 75% apontaram para a formação de
professores dentro de uma proposta de educação inclusiva. As professoras
demonstraram pouco interesse em saber mais sobre as questões relacionadas à
políticas públicas e educação inclusiva, com uma relevância de apenas 33% para as
entrevistadas. Quanto à temática que diz respeito ao histórico da Educação
Especial, nenhuma professora apresentou interesse em estudar esse assunto.
Busco fazer uma articulação de várias leituras que alicerçam meu projeto
pessoal-profissional: criar condições favoráveis para a formação das
pessoas do ponto de vista delas, e não para serem controladas por outros.
Sublinho, nesse contexto, a importância da formação dos professores no
seu próprio ambiente de trabalho: a escola (WARSCHAUER, 2001, p.124).
Disponibilidade 05 Necessidade de
de tempo. se aproveitar
Agrupamentos Tempo melhor os
semelhantes horários de
Disponibilidade 01 formação dentro
de carga horária. da carga horária
disponível na
escola.
Organização e 02 Necessidade de
planejamento, construir
Agrupamentos conciliar Organização e espaços de
semelhantes formação com o planejamento planejamento e
trabalho. oportunizar aos
professores a
liberação para
participar de
formação sem
prejuízo aos
alunos e
professores.
8
Dias Toffoli, Ministro do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a eficácia do decreto em decisão
liminar, proferida em ação direta de inconstitucionalidade que será submetida a referendo do Plenário.
Disponível em: <http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=456419&ori=1>.
Acesso em: 05 mar. 2021.
54
Entende-se que, ao propor essa formação continuada que teve como um dos
seus principais objetivos a criação de estratégias visando uma inclusão efetiva de
alunos da educação especial e dos demais alunos com dificuldade de
aprendizagem, também estão sendo instituídas condições favoráveis na escola para
que o professor nutra sua ação pedagógica, refletindo e criando situações que
apostem na capacidade de todas as crianças de aprender. Cabe destacar que a
proposta de formação sustenta, em alguns de seus objetivos específicos, o refletir
sobre o fazer pedagógico no ensino regular sob a ótica de uma perspectiva
inclusiva, além de identificar o que é preciso realizar na prática cotidiana para a
efetiva inclusão, e planejar coletivamente estratégias de intervenção no processo de
ensino e aprendizagem. Nesse sentido,
[...] revela a dinâmica da escola como organismo vivo marcado por tensões
entre acomodação e transformação, conformismo e resistência, interesses
individuais e interesses coletivos, conservação e inovação, senso comum e
proposições teóricas, espontaneísmo e organização, dentre outros aspectos.
A gestão do cotidiano pressupõe, portanto, a atuação no sentido de diminuir
o espaço das contradições e promover as articulações necessárias para
favorecer a superação de diferenças, sem perder a riqueza da diversidade
(LÜCK, 2011, p. 89).
[...] focalizar o cotidiano escolar representa ver a escola como ela é em seu
dia a dia, de modo a se poder ajudá-la a tornar-se o que deve ser para
desempenhar seu papel social. Representa vê-la em sua historicidade e em
sua contextualização, a partir de seus embates diários, superando a
tendência de vê-la a partir de idealizações.
propostas e práticas referentes à gestão da escola pública contribui ainda mais para
o desenvolvimento do seu trabalho, na busca pela qualidade da aprendizagem dos
alunos. Considerando ainda que no extremo oposto de toda a política pública está o
professor, que é quem operacionaliza e coloca em prática a política educacional,
Lück (2009) defende o estímulo à gestão compartilhada em diferentes âmbitos da
organização escolar. Segundo a autora, esse estímulo gera um ambiente favorável
ao trabalho educacional, que valoriza os diferentes talentos e faz com que todos
compreendam seu papel na organização e assumam novas responsabilidades.
Ainda segundo Lück (2009), num sentido mais amplo, a gestão compartilhada
envolve professores, alunos, funcionários e pais de alunos, configurando uma
maneira mais aberta de dirigir a instituição. Para isso funcionar, é preciso que todos
os envolvidos assumam e compartilhem responsabilidades nas múltiplas áreas de
atuação da escola; num contexto como esse, as pessoas têm liberdade de atuar e
intervir, e, por isso, sentem-se à vontade para criar e propor soluções para os
diversos problemas que surgem, sempre no intuito de atingir os objetivos da
organização.
É sabido que esta ainda não é uma prática comum nas escolas, nas quais a
gestão e o compartilhamento das responsabilidades ainda estão muito centrados na
figura dos diretores e/ou equipe diretiva. Por isso, parece ainda mais urgente a
proposta de pesquisas como essa, que atribuem o protagonismo aos professores,
com o intuito de pensar e propor soluções para os problemas que enfrentam no dia a
dia da unidade escolar. Essa pesquisa-ação reforça que a escola é um lugar de
ensinar, mas também de aprender. Aprender juntos, buscando sempre lutar por
educação pública inclusiva e de qualidade para todos.
A roda de conversa9 como instrumento metodológico abre espaço para que os
sujeitos envolvidos no processo de formação estabeleçam espaços de diálogos e
interações no contexto da formação, ampliando suas percepções sobre si e sobre o
outro, estabelecendo relações de reciprocidade e de colaboração em um movimento
de compreensão sobre a voz do outro. A proposta de formação através da
plataforma Google Meet oportunizou a inserção metodológica da roda de conversa
9
As rodas de conversa têm sua referência nos “Círculos de Cultura de Paulo Freire”, que
proporcionam momentos de fala e de escuta. Ao escutar o outro, colocamo-nos no lugar de sujeitos
que aprendem entre si, com o outro, exercitando o diálogo entre a prática e a teoria. Para Freire
(1983), os “Círculos de Cultura” são o diálogo, é a pronúncia do mundo – ou seja, é o processo de ler
o mundo, problematizá-lo, compreendê-lo e transformá-lo.
60
10
Nas falas da análise, utilizou-se a convenção “P” para professores e para equipe diretiva da escola.
64
O momento pelo qual estamos passando é muito complicado para todos nós,
seja adultos, jovens, idosos ou crianças. Ter que lidar com o distanciamento
daqueles com quem convivíamos diariamente ou quase que diariamente é muito
sofrido, e isso também se refletiu em todos os segmentos da sociedade, como
também nas instituições de ensino. O conviver com o outro diferente de mim
possibilita crescer como ser humano, aceitando-o e aceitando-se como um ser
inacabado em constante formação.
Em seguida, foram discutidos os conceitos de adaptação curricular, de
conteúdos e suas diferenças quanto à concepção. Para isso, amparou-se nos
autores que tratam das questões de currículo, como Carvalho (2010) e Minetto
(2008). Procurou-se deixar claro que a adaptação curricular não significa trocar a
atividade por outra que não tenha nenhuma ligação com o que foi proposto, mas sim
transformá-la em uma atividade viável dentro das capacidades do aluno em situação
de deficiência. Ao propor uma atividade não considerando as dificuldades e
diferenças dos alunos com deficiência, o currículo torna-se inadequado às respostas
que o aluno necessita ter. Não se trata de empobrecimento ou banalização curricular,
mas sim, segundo Carvalho (2010, p. 114) “[...] encontrar caminhos que permitam
flexibilizar os conteúdos do currículo e proporcionar a todos, relações com saber”.
Já Minetto (2008, p. 55) diz que “[...] as adaptações curriculares necessitam
como base para sua organização um currículo flexível e a estruturação da escola
para oferecer condições reais de aprendizagem”. Há um consenso entre as duas
autoras ao colocar a necessidade da adequação da proposta curricular, em que o
Projeto Político Pedagógico extrapola a burocracia e vai identificar a escola como
inclusiva ou não, uma vez que corresponde ao pensamento dos que estarão
envolvidos nela.
Foram trazidas também sugestões de intervenções pedagógicas e de ações
que se fazem necessárias, em pequenas, médias e grandes adaptações, tanto no
currículo como nos conteúdos escolares. Diante do exposto, iniciou-se uma
conversa a partir do relato do trabalho com um aluno com Transtorno do Espectro
Autista (TEA), que nos inquieta e angustia bastante, visto que há muito buscamos
caminhos pedagógicos que propiciem uma interação desse aluno com sua turma e
seus professores.
66
O que posso abordar com ele? Como vou chegar nesse aluno, ainda mais
com a função dessa distância, desse distanciamento? O que poderia
trabalhar com ele que fosse acessível? Como começar um trabalho?
Precisarei de dicas de como trabalhar com um aluno autista de tamanha
complexidade. Não é nem flexibilização do conteúdo, é uma adaptação
específica para ele (P3).
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, e nas cartilhas: Autismo: uma realidade
(2013) e Autismo & educação (2013).
Nossa experiência no AEE baseia-se na defesa de uma escola inclusiva que
atenda os alunos na sua integralidade, através de propostas educativas que
valorizem suas potencialidades, minimizando suas dificuldades. Acredita-se que
essa modalidade de pesquisa possa aprofundar os conhecimentos sobre a
educação inclusiva e, assim, oferecer subsídios que nos permitam qualificar nossa
prática, partindo do estudo de casos concretos.
A reinvindicação das professoras de se realizar estudos de caso como
proposta formativa foi expressa nas respostas ao questionário aplicado nessa
pesquisa, que tinha como objetivo identificar as modalidades formativas que mais
interessavam às professoras. Entendo que os sujeitos da pesquisa, ao optarem pelo
estudo de caso como uma das propostas formativas, estariam expondo suas
inseguranças e angústias diante das suas ações pedagógicas. Os encontros de
formação seriam uma oportunidade dos sujeitos da pesquisa falarem das suas
tentativas sem sucesso com alguns casos mais complexos de alunos com
deficiência; e a possibilidade de socializar com o grupo o trabalho que está sendo
realizado, mesmo que, em alguns momentos, solitariamente, para atender os alunos
com deficiência, especialmente os alunos com deficiências graves e Transtorno do
Espectro Autista - TEA inseridos em suas turmas regulares. Como bem diz Macedo
(2005, p. 38),
descrição dos casos discutidos nesse encontro encontra-se nos apêndices desse
trabalho.
Esse encontro foi iniciado com a apresentação do caso do aluno E.S.M, o
qual apresenta Transtorno do Espectro Autista, e que foi muito mencionado até
então por algumas professoras que o conhecem. Foram trazidas para a roda de
conversa algumas considerações históricas sobre o aluno, embasadas na ficha de
anamnese, como: conversas com a mãe, aspectos socioafetivos e de comunicação,
aspectos relacionados à aprendizagem do aluno, sugestões de atividades e um
material sobre TEA que foi disponibilizado para as professoras como suporte
pedagógico.
À medida que os slides foram sendo apresentados, foram feitas algumas
reflexões junto aos sujeitos da pesquisa: como pensar um currículo adaptado para
um aluno como E.S.M, que possui dificuldades de comunicação e apresenta muitas
defasagens na aprendizagem? De que forma podemos pensar uma proposta de
trabalho que não desvincule toda a proposta do professor e que não saia do
contexto que o professor está pensando para os demais, mas que também tenha um
olhar especial para aquele aluno que ele sabe que tem um caminhar diferenciado?
Após essas reflexões, a P9 interviu com o seguinte: “Eu não sei nem por onde
começar com ele, também preciso de ajuda”. No mesmo instante, a P7 comentou:
[...] de fato, em uma escola que se quer para todas as crianças é muito
importante a prática do planejamento escolar não só na primeira semana de
cada semestre como também ao longo de todo ano. Neste novo cenário, há
muitos problemas sobre os quais nossa reflexão e experiências habituais
não mais dão conta de resolver.
[...] as únicas coisas que a gente viu, tanto eu quanto a estagiária é que, de
acordo como era relatado no ano anterior, ele já estava conseguindo entrar
na sala, sentar um pouquinho e participou de duas atividades que a
estagiária fez que era um jogo (P1).
70
De acordo com o que foi dito pela professora, esses avanços que o aluno teve
poderão parecer insignificantes para pessoas que não têm um olhar sensível e uma
postura empática e acolhedora diante das questões do processo inclusivo nos
espaços escolares. É importante salientar as potencialidades do aluno e o que ele
consegue realizar, sempre valorizando os pequenos avanços.
Após esse comentário, a P1 também salientou que a professora do AEE, que
já vinha acompanhando o aluno desde o ano de 2019, notou que ele havia tido um
grande avanço no processo de desenvolvimento, uma vez que, no ano anterior, ele
não entrava na sala de aula. E que, nesse momento, estavam aguardando o retorno
da mãe para saber o que poderiam fazer em termos de proposta pedagógica, já que
o aluno estava passando por exames médicos devido a uma convulsão.
No que diz respeito à forma de como proceder com os nossos alunos com
deficiência e dificuldades de aprendizagem, de uma maneira geral, o processo ainda
é pautado no diagnóstico clínico, no laudo médico e psicológico. Com propriedade,
Carvalho (2004, p. 127) afirma que
se conversar com a mãe da aluna, para que ela pudesse fornecer mais informações
sobre ela, de modo a contribuir com outros elementos para a construção de seu
plano de intervenção.
Em seguida, pediu-se a contribuição das professoras da aluna que estavam
ali presentes. A professora P2 interviu dizendo o seguinte:
[...] como foi importante poder contar com a ajuda da colega que já conhecia
mais a aluna e o quanto a troca de experiências entre elas contribuiu no
planejamento das atividades para a aluna. Esse caso é bem complexo (P2).
11
Disponível em: <https://paratodosinclusao.wordpress.com/2013/12/17/escola-para-todos-mesmo/>.
73
Edelvira, acho que muito do que foi lido aí dá para se perceber, boa parte
das coisas que foram ditas pelo pessoal ao longo dos encontros, uma coisa
construída bem coletivamente. Sei que as gurias ajudaram muito, mas acho
que vai bem ao encontro de tudo que a gente discutiu ao longo dessas
noites (P12).
[...] A gente falou muito que tinha que conversar com a família, para ver se
por acaso, se a família tem algum tipo de comunicação que eles usam com
ele, não é? E se não tivessem a gente teria que pensar em algum meio de
se comunicar com ele. E que a família seguisse essa mesma forma, para
que a gente não ficasse tão distante do que acontece em casa. Na verdade,
só que tudo vai partir depois da conversa com a mãe, com a família, pra
74
gente ver a questão do que ele gosta, o que ele não gosta, o que chama a
atenção. Essa questão da comunicação (P1).
[...] Que esses encontros não se esgotem por aqui, foi só o pontapé inicial
para algumas coisas que a gente precisava discutir que estavam lá atrás e
que acho que a partir daí, qualquer caso que se apresente, que a gente
entenda que precise parar pra conversar, discutir, para repensar ou pensar
uma prática que se adapte a um pensamento de uma educação inclusiva, a
gente está aí, não é? Eu estou aqui, as gurias. Eu sei que a gente aprende
umas com as outras então qualquer momento que se precise, a gente está
aí (DIÁRIO DE CAMPO, 2021).
Foi muito bom ter compartilhado um pouco do que faço e penso com as
professoras, que também fazem belos trabalhos e sonham com uma escola melhor.
Esperamos ter suprido as demandas que as colegas trouxeram para a formação,
considerando também os estudos teóricos sobre a inclusão. Precisamos de mais
pesquisas e de conexão com as escolas, e de mais professores refletindo e
compartilhando suas práticas.
Fonte: A autora(2021).
77
das questões perguntava se o que havia sido proposto para os encontros havia
atendido às expectativas das professoras.
A professora P3 respondeu o seguinte: “Sim, foram além inclusive. Achei
muito bom termos a oportunidade de poder falar de cada caso, bem específico”.
No mesmo sentido, o comentário da professora P11 acrescentou: “Sim, foi um
espaço gostoso de discussão e aprendizagem que foi além da proposta inicial”.
Ambos os depoimentos fazem referência ao que foi estabelecido inicialmente
pelos sujeitos da pesquisa, ou seja, o debate sobre os casos dos nossos alunos
com deficiência, mais especificamente, e o compartilhamento das nossas
experiências pedagógicas desprovidas de qualquer crítica ou preconceito com
relação ao que foi relatado por elas.
Também foi perguntado às professoras se haveria algo que devesse ser
ajustado ou mantido de tudo que fora conversado e discutido. Nesse sentido, as
professoras registraram o seguinte: “Acredito que, quanto mais exemplos práticos,
melhor podemos aproveitar. Teoria é importante, sim, mas a prática, a troca de
experiências é mais objetivo” (P3). Já a professora P12 pontuou o seguinte: “Tudo
é crescimento. Mas alguns minutos a troca de experiências é mais interessante,
que muito tempo de leitura de slides, que torna se cansativo”.
Nas ideias expressas pelas professoras acima, a prática, ou seja, “o pôr as
mãos na massa”, parece ter tido uma relevância maior naquele momento. O uso
de slides como recurso não atingiu o seu objetivo de proporcionar um momento de
reflexão sobre a teoria que estava sendo apresentada para o grupo de
professoras. Enquanto professora pesquisadora, entendo que a teoria e a prática
devam andar sempre juntas, uma contribuindo com a outra.
Nas palavras de Macedo (2005, p. 39),
Foi muito importante fazer esta reflexão e discussão com os colegas para
uma prática escolar realmente includente, onde equipe diretiva,
coordenação pedagógica, AEE e professores da classe comum andam na
mesma direção. Com certeza os materiais estudados e desenvolvidos
foram muito importantes.
A professora P9, por sua vez, disse: “Acho que sempre irá contribuir para
melhorar nosso olhar inclusivo e aprimorar nossa prática. É bom trocar
experiências, práticas e saberes”. A professora P8 considerou que a proposta de
formação trouxe “um olhar diferenciado diante das dificuldades”, assim como a
professora P3, que identificou na formação “[...] coisas importantes, a começar
pela forma de observar o aluno, de ver quais as necessidades reais desse aluno
para melhor adequação da proposta pedagógica”.
Acredito que tenha conseguido sensibilizar as professoras, de forma a
aguçar seus olhares sobre aqueles que necessitam e precisam apenas de uma
oportunidade para aprender no sentido mais amplo da palavra – ou seja, para
além dos conhecimentos historicamente construídos. O aprender a viver e
conviver com o outro com suas semelhanças e, principalmente, diferenças, o
aprender a amar-se e respeitar-se e, da mesma forma, amar e respeitar aquele
81
[...] foi muito bom ver a equipe diretiva participando ativamente, pelo
espaço de discussão, reflexão e sugestão de atividades para o
atendimento dos alunos com deficiência. Com certeza houve um grande
avanço. Importante que se estabelecesse como prática mensal este tipo
de encontro.
Já a P8 analisou “[...] que falta uma equipe na rede que funcione, o sistema
é precário e os alunos ficam sem recursos”. Diante do que foi dito pelas
professoras, acredita-se que um primeiro passo foi dado em direção ao propósito
maior, que é contribuir para a qualidade do ensino e da aprendizagem de todos os
alunos.
Como afirma Lück (2011, p. 41),
7 CONSIDERAÇÕES
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Rosita Edler. Escola Inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre:
Mediação, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 18. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
LÜCK, Heloísa. Heloísa Lück fala sobre os desafios da liderança nas escolas.
[Entrevista concedida a] Paula Nadal. Nova Escola Gestão, 01 abr. 2009.
Disponível em: <https://gestaoescolar.org.br/conteudo/787/heloisa-luck-fala-sobre-
os-desafios-da-lideranca-nas-escolas>. Acesso em:10mar. 2021.
91
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli Elisa Dalmazo Afonso de. Pesquisa em Educação:
abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Entre pontos e contrapontos. In: MANTOAN, Maria
Teresa Eglér; PRIETO, Rosângela Gavioli; ARANTES, Valéria Amorim (Orgs.).
Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006. p. 91-103.
PLACCO, Vera Maria Nigro de Souza; SOUZA, Vera Lúcia Trevisan de. (Orgs.).
Aprendizagem do adulto professor. São Paulo: Loyola, 2006.
SANTOS, Maria Terezinha Teixeira dos. Bem-vindo à escola: a inclusão nas vozes
do cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2006.
APÊNDICE A – Questionário
Prezada professora:
O presente questionário faz parte da minha dissertação de Mestrado Profissional em
Educação pela Universidade Federal do Pampa, cuja finalidade é conhecer a sua
opinião acerca da formação continuada realizada em serviço. Sua identidade será
preservada e o resultado do questionamento será usado tão somente para a
pesquisa. Agradeço antecipadamente a sua disponibilidade e colaboração nesse
importante estudo.
IDADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1 – Nome:
.......................................................................................................................
7 – Área de formação
( )Educação Física ( ) Pedagogia ( )Letras ( )Geografia ( ) História
( ) Matemática ( ) Ciências ( )Artes ( )Outras
7. A sua formação inicial contribui ou não para a sua ação pedagógica junto aos
seus alunos? Justifique sua resposta.
......................................................................................................................................
......................................................................................................................................
97
Senhora Diretora:
Ao cumprimentá-la cordialmente, solicitamos a Vossa Senhoria autorização
para realizar a pesquisa “Uma proposta de intervenção de Educação Inclusiva para
professoras dos anos iniciais da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ministro
Fernando Osório”. A pesquisa está sendo desenvolvida pela mestranda Edelvira
Silva da Silva, estudante do Curso de Mestrado em Educação da Universidade
Federal do Pampa, e tem como orientador o professor Dr. Alessandro Carvalho Bica.
A pesquisa tem como objetivo geral realizar uma formação continuada com as
professoras dos anos iniciais da E.M.E.F. Ministro Fernando Osório que atuam com
alunos com deficiência, transtorno do espectro autista e altas
habilidades/superdotação, voltada para a criação de estratégias para a inclusão
efetiva de alunos da Educação Especial e dos demais alunos com dificuldade de
aprendizagem. E, como objetivos específicos: sensibilizar as professoras dos anos
iniciais do ensino fundamental para a relevância do trabalho, principalmente com os
alunos com deficiência; refletir sobre o fazer pedagógico no ensino regular sob a
ótica de uma perspectiva inclusiva; identificar o que é preciso realizar na prática
cotidiana para a efetiva inclusão; planejar coletivamente estratégias de intervenção
no processo de ensino e aprendizagem; acompanhar, através de registros, o
processo investigativo; e avaliar tudo o que foi feito para a obtenção dos resultados.
Colocamo-nos à disposição para eventuais esclarecimentos.
Atenciosamente,
___________________ ___________________
Edelvira Silva da Silva Prof. Dr. Carvalho Bica
Mestranda em Educação Orientador
___________________
Diretora da Escola
___________________ ___________________
Edelvira Silva da Silva Prof. Dr. Carvalho Bica
Mestranda em Educação Orientador
___________________
Cristiane Quiumento
Diretora Pedagógica
Sugestões:
– Atividades de motricidade fina como punção, modelagem, pintura a dedo e
com pincel, rasgar e colar papéis de diferentes texturas com ajuda;
101
Considerações históricas:
– As informações relativas ao desenvolvimento do aluno foram obtidas através
da ficha de anamnese e conversas com a mãe. Família constituída pelo aluno,
mãe e pai.
Sugestões
– Estabelecer um elo de comunicação entre a família e a escola;
– Usar imagens como forma de comunicação com o aluno;
– Organizar uma rotina de atividades para que o aluno consiga previamente
fazê-las.
– Organiza a rotina do aluno de forma a evitar que ele passe por um processo
de aprendizagem por tentativa e erro, o que contribuirá para o
desenvolvimento de suas potencialidades.
104
Objetivos:
– Promover encontro virtual com a família para nos inteirarmos de como o aluno
está, do que ele gosta, se tem algum fator que tenha provocado algum
estresse nesse momento, se está sendo atendido por algum especialista, se
está tomando alguma medicação e se mantém vínculo com Centro de
Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura, etc.;
– Ampliar sua interação e socialização com os colegas nos diferentes espaços
da escola;
– Introduzir formas alternativas de comunicação, mesmo que não seja a fala;
– Criar uma rotina com previsibilidade em seu ambiente escolar;
– Reforçar positivamente comportamentos desejados.
OBS: É relevante salientar também uma estratégia que pode contribuir para
minimizar a ocorrência de comportamentos agressivos, acessos de birra e apatia,
bem como evitar que crianças com TEA aprendam uma habilidade de forma
incorreta e que tenham que ser ensinadas novamente. Para tal, o professor trabalha
com o repertório que a criança sabe ou assuntos do seu interesse, sem que o aluno
tenha que passar por um processo de aprendizagem por tentativa e erro. Conhecer
bem o seu aluno contribui muito para a sociabilidade e a aprendizagem.
109
Objetivos:
– Realizar um contato mais efetivo com a família a fim de obter informações
sobre o aluno fora do ambiente escolar (comunicação, medicações, manejo,
preferências, quais fatores são estressores, o que o agrada e o que o
desagrada, atendimento com especialistas da área da saúde e no Centro de
Atendimento ao Autista Dr. Danilo Rolim de Moura, etc.);
– Ampliar sua interação e socialização com os colegas nos diferentes espaços
da escola;
– Introduzir formas alternativas de comunicação, mesmo que não seja a fala;
– Criar uma rotina com previsibilidade em seu ambiente escolar;
– Reforçar positivamente comportamentos desejados.
OBS: É relevante salientar também uma estratégia que pode contribuir para
minimizar a ocorrência de comportamentos agressivos, acessos de birra e apatia,
bem como evitar que crianças com TEA aprendam uma habilidade de forma
incorretae quetenham que ser ensinadas novamente. Para tal, o professor trabalha
com o repertório que a criança sabe ou assuntos do seu interesse, sem que o aluno
tenha que passar por um processo de aprendizagem por tentativa e erro. Conhecer
bem o seu aluno contribui muito para a sociabilidade e a aprendizagem.
111
Objetivos:
– Promover um encontro com a mãe para saber do que a aluna gosta, do que
não gosta,se está fazendo algum tratamento,se toma alguma medicação, se
possuí uma rotina em casa, como está enfrentando esse período de
afastamento da escola devido a pandemia do Covid-19, etc.;
– Acessar as diferentes formas de comunicação alternativa para melhor atender
as necessidades da aluna;
– Estabelecer um vínculo com a escola e com os seus colegas da turma.
Queridas colegas, estou muito feliz por ter conseguido realizar essa formação
em serviço. Gratidão a vocês por terem me acompanhado até aqui. Hoje, quero
pedir para vocês que realizem essa etapa extremamente necessária: a avaliação
dos nossos encontros. As percepções e observações trazidas por vocês serão
essenciais para avaliar essa importante etapa do meu projeto.
1.O que foi estabelecido como proposta para as discussões nos nossos encontros
atendeu às suas expectativas? Sim ou não, e por quê?
2.De tudo o que foi conversado e discutido, o que podemos ajustar e o que é melhor
descartar?
3.Durante a formação oferecida, quais foram as temáticas tratadas que podem
influenciar na tua prática de sala de aula?
4.No que essa proposta de formação em serviço ajudará na tua reflexão e
redirecionamento do trabalho com os teus alunos da inclusão?
5.Qual(is) o(s) impactos de nossa formação para as Políticas de gestão e da(s)
política(s) de educação da escola?
114