273-Texto Do Artigo-841-1-10-20191107
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RESUMO
This article presents a study of the legal income criteria used for granting the welfare
benefit payed to welders and disabled people. It starts with a short historical analysis of
the benefit, highlighting the main changes in jurisprudence regarding, especially, the in-
terpretation of the law nº 8742/1993, article 20, §3rd, and the variations on its definition
as legal presumption juris et de jure or juris tantum. Then, the article studies the judgment
given by the Federal Appeal’s Court in the 4th Region (TRF4) in the IRDR 5013036-
79.2017.4.04.0000/RS, stablishing absolute presumption of misery when the family in-
come per capita fits the legal criteria determined by the law.
Keywords: Welfare benefit. Misery. Income per capita. Presuption juris et de jure.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
No caso dos deficientes e idosos pobres, a busca por esta utópica igualdade se materializou
em um plano de ação concreto para o Estado, com a concessão do benefício no valor de
um salário mínimo.
Deste modo, o presente estudo objetiva analisar o conceito de miserabilidade para fins
de concessão do Benefício da Prestação Continuada (BPC/LOAS) e de atualizá-lo com
as recentes interpretações firmadas pelos Tribunais pátrios, em especial considerando a
decisão proferida no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas IRDR 5013036-
79.2017.4.04.0000/RS pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
A assistência social sofreu grandes transformações durante o século XX. Inicialmente vista
como um ato de caridade, ela não constituía um direito individual do cidadão em face
do Estado. Nesta fase inicial, concebida como um ato de benevolência privada ou estatal,
objetivava apenas mitigar uma situação de indigência.
Nestas primeiras décadas do século XX, a visão do Estado Liberal definia a pobreza como
uma falha pessoal, que era, muitas vezes, tratada com repressão pelo Estado.
O primeiro requisito trazido pela norma constitucional e pela Lei estabelece que somente
serão beneficiários pessoas portadoras de deficiência ou idosos com 65 (sessenta e cinco)
anos ou mais.
Com a publicação do Estatuto da Pessoa com Deficiência em 2015, definiu-se que serão
considerados portadores de deficiência as pessoas que apresentarem impedimento de lon-
go prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que possa obstruir sua par-
ticipação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Deste modo, como parte integrante da proteção social básica, exige-se que o critério de
definição de pobreza para fins de concessão do benefício seja condizente com a realidade
nacional e com seus padrões de qualidade de vida média da sociedade.
5
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social. Boletim BPC 2015 - Benefício de Prestação
Continuada da Assistência Social. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/assisten-
cia_social/boletim_BPC_2015.pdf>. Acesso em: 19 de març. 2018.
6
PEREIRA, P. Necessidades Humanas - Subsídios à Crítica dos Mínimos Sociais, 2006, p. 26-27.
A aplicação única deste limite permitia que pessoas em nítida situação de pobreza e isola-
mento social assim permanecessem, em razão de a renda familiar extrapolar minimamen-
te o critério legal. O uso irrestrito desta regra gerou, portanto, desigualdades nas parcelas
mais vulneráveis da população.
A incompatibilidade deste critério restritivo com o quadro constitucional foi questionada
no Supremo Tribunal Federal por meio da ADIN 1232-1/DF, proposta pelo Procurador-
Geral da República. Em 27/08/1998, o Tribunal, por maioria, julgou improcedente a
ação direta7.
Com a entrada em vigor da Lei 10.836/2004, que criou o Programa Bolsa Família, surgiu
novo fôlego no combate ao achatamento socioeconômico trazido pela LOAS. De fato, a
referida Lei considerava em situação de pobreza famílias com renda familiar mensal per
capita de até R$ 120,00 (cento e vinte reais), que à época correspondia à meio salário
mínimo.
Diante das frequentes decisões que afastavam o critério, aplicado de forma absoluta e
7
Ementa: Constitucional. Impugna dispositivo de lei federal que estabelece o critério para receber o
benefício do inciso V do art. 203, da CF. Inexiste a restrição alegada em face do próprio dispositivo constitu-
cional que reporta à Lei para fixar os critérios de garantia do benefício de salário mínimo à pessoa portadora
de deficiência física e ao idoso. Esta Lei traz hipótese objetiva de prestação assistencial do Estado. Ação julgada
improcedente. (Plenário. Relator Min. Ilmar Galvão, Redator para o acórdão Ministro Nelson Jobim)
Em leitura do voto do Ministro Relator Gilmar Mendes, observa-se que esse reconheci-
mento de inconstitucionalidade superveniente da norma decorreu da compreensão de
que o critério legal de ¼ do salário mínimo seria insuficiente para identificar os casos de
8
Benefício assistencial de prestação continuada ao idoso e ao deficiente. Art. 203, V, da Constitui-
ção. A Lei de Organização da Assistência Social (LOAS), ao regulamentar o art. 203, V, da Constituição da
República, estabeleceu critérios para que o benefício mensal de um salário mínimo fosse concedido aos por-
tadores de deficiência e aos idosos que comprovassem não possuir meios de prover a própria manutenção ou
de tê-la provida por sua família. 2. Art. 20, § 3º da Lei 8.742/1993 e a declaração de constitucionalidade da
norma pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 1.232. Dispõe o art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 que considera-
se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal
per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. O requisito financeiro estabelecido pela lei teve
sua constitucionalidade contestada, ao fundamento de que permitiria que situações de patente miserabilidade
social fossem consideradas fora do alcance do benefício assistencial previsto constitucionalmente. Ao apreciar
a Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.232-1/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionali-
dade do art. 20, § 3º, da LOAS. 3. Reclamação como instrumento de (re) interpretação da decisão proferida
em controle de constitucionalidade abstrato. Preliminarmente, arguido o prejuízo da reclamação, em virtude
do prévio julgamento dos recursos extraordinários 580.963 e 567.985, o Tribunal, por maioria de votos, co-
nheceu da reclamação. O STF, no exercício da competência geral de fiscalizar a compatibilidade formal e ma-
terial de qualquer ato normativo com a Constituição, pode declarar a inconstitucionalidade, incidentalmente,
de normas tidas como fundamento da decisão ou do ato que é impugnado na reclamação. Isso decorre da
própria competência atribuída ao STF para exercer o denominado controle difuso da constitucionalidade das
leis e dos atos normativos. A oportunidade de reapreciação das decisões tomadas em sede de controle abstrato
de normas tende a surgir com mais naturalidade e de forma mais recorrente no âmbito das reclamações. É no
juízo hermenêutico típico da reclamação no balançar de olhos entre objeto e parâmetro da reclamação que
surgirá com maior nitidez a oportunidade para evolução interpretativa no controle de constitucionalidade.
Com base na alegação de afronta a determinada decisão do STF, o Tribunal poderá reapreciar e redefinir o
conteúdo e o alcance de sua própria decisão. E, inclusive, poderá ir além, superando total ou parcialmente
a decisão-parâmetro da reclamação, se entender que, em virtude de evolução hermenêutica, tal decisão não
se coaduna mais com a interpretação atual da Constituição. 4. Decisões judiciais contrárias aos critérios
objetivos preestabelecidos e Processo de inconstitucionalização dos critérios definidos pela Lei 8.742/1993.
A decisão do Supremo Tribunal Federal, entretanto, não pôs termo à controvérsia quanto à aplicação em
concreto do critério da renda familiar per capita estabelecido pela LOAS. Como a lei permaneceu inalterada,
elaboraram-se maneiras de contornar o critério objetivo e único estipulado pela LOAS e avaliar o real esta-
do de miserabilidade social das famílias com entes idosos ou deficientes. Paralelamente, foram editadas leis
que estabeleceram critérios mais elásticos para concessão de outros benefícios assistenciais, tais como: a Lei
10.836/2004, que criou o Bolsa Família; a Lei 10.689/2003, que instituiu o Programa Nacional de Acesso
a Alimentacao; a Lei 10.219/01, que criou o Bolsa Escola; a Lei 9.533/97, que autoriza o Poder Executivo a
conceder apoio financeiro a municípios que instituírem programas de garantia de renda mínima associados
a ações socioeducativas. O Supremo Tribunal Federal, em decisões monocráticas, passou a rever anteriores
posicionamentos acerca da intransponibilidade do critérios objetivos. Verificou-se a ocorrência do processo
de inconstitucionalização decorrente de notórias mudanças fáticas (políticas, econômicas e sociais) e jurídicas
(sucessivas modificações legislativas dos patamares econômicos utilizados como critérios de concessão de
outros benefícios assistenciais por parte do Estado brasileiro). 5. Declaração de inconstitucionalidade par-
cial, sem pronúncia de nulidade, do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/1993. 6. Reclamação constitucional julgada
improcedente (STF - Rcl: 4374 PE, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 18/04/2013,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-173 DIVULG 03-09-2013 PUBLIC
04-09-2013).
A medida que se mostrava claro que a constitucionalidade do critério de renda per capita
inferior a ¼ do salário mínimo beirava a ruina, a autarquia previdenciária passou a defen-
der, de forma cada vez mais robusta, a relativização de tal critério, tendência que se conso-
lidou uma vez estabelecida a diretriz jurisprudencial no sentido da inconstitucionalidade
do parâmetro legal, conforme acima assentado.
Dados até então meramente acidentais constantes dos laudos socioeconômicos juntados
às demandas, passaram a ser apontados como fundamento principal para indeferimento
de benefícios. A renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo deixaria de ser indicador
seguro da miserabilidade para se tornar, segundo as conjecturas do INSS, mero dado a ser
considerado em cotejo com outras informações sobre a realidade socioeconômica familiar.
Logo, a autarquia previdenciária passou a apontar elementos dos mais variados como o
estado de conservação da residência, a existência de eletrodomésticos, o fato de se tratar
de imóvel de grandes dimensões, ainda que em péssimo estado de conservação, além de
muitos outros, como indicadores da mais alta relevância para fins de avaliação da situação
socioeconômica familiar, mesmo para aqueles cuja renda per capita era inferior a 1/4 do
salário mínimo.
A limitação do valor da renda per capita familiar não deve ser consi-
derada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros
meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a neces-
sidade, ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade quando
comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo.9
Vale destacar que, no âmbito dos Juizados Especiais Federais, a Turma Nacional de Uni-
formização (TNU) mantinha-se afinada com o entendimento definido pelo STJ sob a
sistemática dos recursos repetitivos, sendo o posicionamento no sentido da presunção
absoluta reafirmado em sede de incidente de uniformização.
Aos poucos a argumentação do INSS passou a encontrar acolhida nos tribunais, ficando
claro, a partir de 2015, o surgimento de tendência jurisprudencial em sentido exatamente
oposto ao até então existente, ou seja, o critério legalmente definido para fins de cons-
tatação da miserabilidade passava a ser relativizado, com o escrutínio das mais diversas
circunstâncias familiares para fins de indeferimento de benefícios assistenciais, mesmo nas
situações nas quais a renda per capita familiar estivesse perfeitamente adequada à hipótese
legal.
9
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial 1.112.557 – MG. Relator: MAIA FI-
LHO, Napoleão Nunes. DJe 20 nov. 2009. Disponível em: < http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repe-
titivos/pesquisa.jsp?&l=10&i=1&tt=T > . Acesso em: 16 mar. 2018.
Não bastasse a admissão da análise de outros critérios além da renda per capita para fins
de avaliação da miserabilidade, transformando uma presunção juris et de jure em juris
tantum, há que se tratar ainda dos itens e valores utilizados para fins de afastar o direito
ao benefício com fundamento na renda. Os indicadores de inadequação à situação de
miserabilidade apontados nos julgados são os mais iníquos possíveis, como o estado de
conservação, higiene e organização do imóvel utilizado como residência familiar ou mes-
mo a qualidade dos bens móveis que guarnecem o domicílio.
A dialética seguida representa afronta inconteste aos mais basilares direitos fundamentais
constitucionalmente estabelecidos. Vale destacar que o critério de renda inferior a 1/4
do salário mínimo foi fixado tendo como meta dar efetividade ao princípio maior da
dignidade da pessoa humana, expressamente previsto como fundamento da República
Federativa do Brasil no art. 1º, III da Constituição de 1988, tratando-se de princípio que,
não raro, é visto como responsável pela uniformidade da sistemática constitucional dos
direitos fundamentais, valendo sobre o tema os esclarecimentos de Guilherme Braga Peña
de Moraes:
Umbilicalmente atrelado ao princípio da dignidade da pessoa humana, eis que dela de-
corrente, e de fundamental importância para a definição e compreensão do critério de
miserabilidade legalmente estabelecido, é o princípio do mínimo existencial. Na definição
de Ingo Wolfgang Sarlet o mínimo existencial pode ser compreendido “como todo o
10
BRASIL. Turma Nacional de Uniformização. Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei
Federal 5000493-92.2014.4.04.7002/ PR. Relator: ROCHA, Daniel Machado da. DJe: 15 abr.2016. Dispo-
nível em: < https://www2.jf.jus.br/phpdoc/virtus/uploads/JwGl7Z4K.pdf >. Acesso em 16 mar.2018
11
MORAES, G. B. P de. Dos Direitos Fundamentais: contribuição para uma teoria, 1997, p.89
A renda per capita familiar média dos domicílios brasileiros em 2017, segundo dados do
IBGE, foi de R$ 1.268,00. No mesmo período o idoso ou deficiente que comprovassem
renda per capita familiar inferior a R$ 234,25, teria direito, nos termos da lei, ao benefício
assistencial, ou seja, referida parcela da população possui uma renda per capita inferior
em mais de 5 vezes à média nacional. Não bastasse tal fato, é composta por pessoas que
por natureza possuem gastos mais elevados para sobrevivência, já que estamos falando de
idosos e deficientes, verdadeiros sobreviventes em um pais no qual o sistema de saúde,
outro componente da seguridade social, encontra-se em precário estado.
12
SARLET, I. W. Direitos fundamentais sociais, “mínimo existencial” e direito privado: breves notas
sobre alguns aspectos da possível eficácia dos direitos sociais nas relações entre particulares. In: GALDINO,
Flávio; SARMENTO, Daniel (Org.). Direitos Fundamentais: Estudos em Homenagem ao Professor Ricar-
do Lobo Torres, 2006, p.572
13
SARLET, I. W. Opus citatum, p.567
14
EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. TRF4. IRDR 12. PROCESSO EM
TRAMITE NOS JEFs. IRRELEVÊNCIA. ADOÇÃO DA TÉCNICA DO PROCESSO-MODELO E
NÃO CAUSA-PILOTO. ART. 20, § 3º, DA LEI 8.742/93. PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE MISERABI-
LIDADE.
1. É possível a admissão, nos Tribunais Regionais Federais, de IRDR suscitado em processo que tramita nos
Juizados Especiais Federais.
2. Empregada a técnica do julgamento do procedimento-modelo e não da causa-piloto, limitando-se o TRF
a fixar a tese jurídica, sobretudo porque o processo tramita no sistema dos JEFs.
3. Tese jurídica: o limite mínimo previsto no art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 (‘considera-se incapaz de pro-
ver a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a
1/4 (um quarto) do salário-mínimo’) gera, para a concessão do benefício assistencial, uma presunção ab-
soluta de miserabilidade. (Tribunal Regional Federal da 4ª região. Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas 5013036-79.2017.4.04.0000/RS. Relator: VAZ, Paulo Afonso Brum. DJe. 22 fev. 2018. Dis-
ponível em: < https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&do-
c=41519316579114041103755743360&evento=41519316579114041103763884660&key=c77582b-
3750c0fb34a2dc9e91da249c339a651e3f38dfa230cfef7531f2e20f8 >. Acesso em 18 mar.2018)
Na primeira hipótese, a ocultação de receita permite concluir que a renda per capita de
fato, era superior à declarada, razão pela qual o indeferimento deveria ter se dado com
fundamento na inadequação da renda familiar ao critério legal, posto ser superior ao parâ-
metro estabelecido pelo legislador.
Seguindo o exame das razões para fixação da tese sufragada no IRDR objeto de aprecia-
ção, pode-se observar como fundamento a literalidade do dispositivo legal, que, segundo
a técnica legislativa adotada, visa permitir à autarquia a concessão administrativa de bene-
fícios de forma objetiva, sendo imposta a análise do critério de renda, porém, dissociado
de qualquer outro elemento socioeconômico, o que dispensa a avaliação de peculiaridades
de cada requerente. Até mesmo porque, conforme conclui o relator, uma vez demandado
um estudo detalhado, inviabilizada estaria a atuação administrativa, que viria a dispender
maiores valores com os procedimentos para diagnóstico da situação socioeconômica dos
requerentes, do que com a concessão de benefícios indevidos. Em tal ponto, compara a
presunção contida no §3º do art. 20 da lei 8742/93 àquela contida no art.16, I da lei
8213/91, que fixa presunção absoluta de dependência entre o segurado e os dependentes
de primeira classe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A garantia de um salário mínimo àqueles que, devido aos mais diversos fatores, não pos-
suem cobertura previdenciária de eventos como a velhice e a deficiência e não apresen-
tam condições de sobrevivência digna, em razão da insuficiência de renda familiar ou
ausência de aparato primário de suporte, viabiliza a concretização de caros princípios de
estirpe constitucional, como a dignidade da pessoa humana e o mínimo existencial, que
funcionam, ou deveriam funcionar, como diretrizes da atuação estatal, seja na elaboração
de legislação, na definição de políticas públicas ou no viés interpretativo das disposições
legais levado à efeito não somente, mas em grande parte, pelo poder judiciário pátrio.
15
GAVIÃO, J. V. N. A proibição de proteção deficiente. Revista do Ministério Público do RS,
2008, p. 102.
______. Supremo Tribunal Federal. Reclamação 4374/ PE. Relator: MENDES, Gil-
mar. DJe 04 set.2013. Disponível em: < http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/lis-
tarJurisprudenciaDetalhe.asp?s1=000213697&base=baseAcordaos >. Acesso em: 18
mar. 2018.