Revista de Informação Legislativa: Abril A Junho de 2021
Revista de Informação Legislativa: Abril A Junho de 2021
Revista de Informação Legislativa: Abril A Junho de 2021
e-ISSN 2596-0466
REVISTA DE
INFORMAÇÃO
LEGISLATIVA
Ano 58
230
abril a junho de 2021
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2021 – 2022
Senador Romário
SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE
Senador Irajá
PRIMEIRO-SECRETÁRIO
Senador Weverton
QUARTO-SECRETÁRIO
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Jorginho Mello
Senador Luiz do Carmo
Senadora Eliziane Gama
Senador Zequinha Marinho
ISSN 0034‑835X
e-ISSN 2596-0466
REVISTA DE
INFORMAÇÃO
LEGISLATIVA
Brasília – DF
Ano 58
230
abril a junho de 2021
Missão
A Revista de Informação Legislativa (RIL) é uma publicação trimestral, produzida pela Coordenação
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Sua missão é contribuir para a análise dos grandes temas em discussão na sociedade brasileira
e, consequentemente, em debate no Congresso Nacional.
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Isaac Brown, Secretário-Geral da Presidência – 1946-1967
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Alegre, RS, Brasil / Dr. Adrualdo de Lima Catão, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL,
Brasil / Dr. Alexandre Coutinho Pagliarini, Centro Universitário Internacional UNINTER, Curitiba,
PR, Brasil / Dr. Alexandre Gustavo Melo Franco de Moraes Bahia, Universidade Federal de Ouro
Preto, Ouro Preto, MG, Brasil / Dra. Aline Sueli de Salles Santos, Universidade Federal do
Tocantins, Palmas, TO, Brasil / Dr. Álvaro Augusto Camilo Mariano, Universidade Federal de
Goiás, Goiânia, GO, Brasil / Dr. Álvaro José Bettanin Carrasco, Procuradoria-Geral Federal,
Canoas, RS, Brasil / Dra. Ana Beatriz Ferreira Rebello Presgrave, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, RN, Brasil / Dra. Ana Carla Bliacheriene, Universidade de São Paulo, São
Paulo, SP, Brasil / Dra. Ana Claudia Santano, Centro Universitário Autônomo do Brasil, Curitiba,
PR, Brasil / Dra. Ana Virginia Moreira Gomes, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil /
Dr. André Felipe Canuto Coelho, Faculdade Damas, Recife, PE, Brasil / Dr. André Guilherme
Lemos Jorge, Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP, Brasil / Dr. André Saddy, Universidade
Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil / Dr. André de Souza Dantas Elali, Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil / Dra. Anelise Coelho Nunes, Rede Metodista de Educação,
Porto Alegre, RS, Brasil / Dr. Antonio Celso Baeta Minhoto, Universidade Cruzeiro do Sul, São
Paulo, SP, Brasil / Dr. Antonio Henrique Graciano Suxberger, UniCEUB, Brasília, DF, Brasil /
Dr. Antonio Sergio Cordeiro Piedade, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil /
Me. Antonio de Holanda Cavalcante Segundo, Leandro Vasques Advogados Associados,
Fortaleza, CE, Brasil / Dr. Artur Stamford da Silva, Universidade Federal de Pernambuco, Recife,
PE, Brasil / Dra. Beatriz Schettini, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil /
Dr. Benedito Cerezzo Pereira Filho, Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil / Dr. Benjamin
Miranda Tabak, Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF, Brasil / Dra. Betina Treiger
Grupenmacher, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dra. Betânia de Moraes
Alfonsin, Fundação Escola Superior do Ministério Público, Porto Alegre, RS, Brasil / Me. Bruno
Cavalcanti Angelin Mendes, Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Dr. Bruno
Meneses Lorenzetto, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Me. Caio
Alexandre Capelari Anselmo, Ministério Público Federal, São Paulo, SP, Brasil / Dr. Caio Gracco
Pinheiro Dias, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil / Dr. Camilo Zufelato,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil / Dr. Carlos Augusto Daniel Neto, Centro de
Estudos de Direito Econômico e Social, São Paulo, SP, Brasil / Dr. Carlos Eduardo Silva e Souza,
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil / Me. Carlos Henrique Rubens Tomé
Silva, Senado Federal, Brasília, DF, Brasil / Dr. Carlos Magno Spricigo Venerio, Universidade
Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil / Ma. Caroline Somesom Tauk, Tribunal Regional Federal
da 2a Região, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Dr. Celso de Barros Correia Neto, Universidade Católica
de Brasília, Brasília, DF, Brasil / Dr. Cláudio Araújo Reis, Universidade de Brasília, Brasília, DF,
Brasil / Dr. Claudio Ferreira Pazini, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil /
Dr. Cristiano Gomes de Brito, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil /
Dr. Cristiano Heineck Schmitt, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS, Brasil / Dr. Cristiano Lange dos Santos, Laboratório de Análise de Políticas Públicas e
Sociais, Porto Alegre, RS, Brasil / Dra. Cynthia Soares Carneiro, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, SP, Brasil / Dr. Dani Rudnicki, Universidade La Salle, Canoas, RS, Brasil /
Dra. Daniela de Melo Crosara, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil /
Dra. Danielle Annoni, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil /
Dra. Danielle Souza de Andrade e Silva Cavalcanti, Universidade Federal de Pernambuco, Recife,
PE, Brasil / Dr. Danilo Fontenele Sampaio Cunha, Centro Universitário 7 de Setembro, Fortaleza,
CE, Brasil / Dr. Davi Augusto Santana de Lelis, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Belo Horizonte, MG, Brasil / Me. Devanildo Braz da Silva, Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul, Campo Grande, MS, Brasil / Dr. Dircêo Torrecillas Ramos, Fundação Getulio Vargas, São
Paulo, SP, Brasil / Dr. Edinilson Donisete Machado, Universidade Estadual do Norte do Paraná,
Jacarezinho, PR, Brasil / Dr. Eduardo Modena Lacerda, Senado Federal, Brasília, DF, Brasil /
Dr. Eduardo Rocha Dias, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil / Dra. Eneida Desiree
Salgado, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dr. Eriberto Francisco Bevilaqua
Marin, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil / Dr. Eugênio Facchini Neto, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil / Dra. Fabiana Santos
Dantas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil / Me. Fábio Feliciano Barbosa,
Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil / Dra. Fabíola Albuquerque Lobo,
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil / Dr. Federico Nunes de Matos,
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil / Dr. Felipe Lima Gomes, Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil / Dra. Fernanda Dalla Libera Damacena, Ambrósio e Dalla
Libera Advogados Associados, Porto Alegre, RS, Brasil / Dr. Fernando Angelo Ribeiro Leal,
Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Dr. Fernando Antonio Nogueira Galvão da
Rocha, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil / Dr. Fernando Boarato
Meneguin, Instituto Brasiliense de Direito Público, Brasília, DF, Brasil / Dr. Fernando Gaburri de
Souza Lima, Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Mossoró, RN, Brasil / Dr. Fernando
Laércio Alves da Silva, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil / Dr. Fernando Nagib
Marcos Coelho, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dr. Fernando de Brito
Alves, Universidade Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho, PR, Brasil / Dr. Flávio Barbosa
Quinaud Pedron, Faculdade Guanambi, Guanambi, BA, Brasil / Dr. Francisco Antônio de Barros e
Silva Neto, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil / Me. Frederico Augusto
Leopoldino Koehler, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil / Dr. Guilherme
Brenner Lucchesi, Centro Universitário Curitiba, Curitiba, PR, Brasil / Dr. Guilherme Tanger Jardim,
Fundação Escola Superior do Ministério Público, Porto Alegre, RS, Brasil / Me. Guilherme da
Franca Couto Fernandes de Almeida, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil / Dr. Gustavo Costa Nassif, Instituto de Defesa da Cidadania e da Transparência,
Belo Horizonte, MG, Brasil / Dr. Gustavo Ferreira Ribeiro, UniCEUB, Brasília, DF, Brasil / Dr. Gustavo
Saad Diniz, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil / Dr. Gustavo Schneider Fossati,
Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Me. Gustavo Silva Calçado, Universidade
Tiradentes, Aracaju, SE, Brasil / Dra. Heloisa Fernandes Câmara, Centro Universitário Curitiba,
Curitiba, PR, Brasil / Dr. Henrique Aniceto Kujawa, Faculdade Meridional, Passo Fundo, RS,
Brasil / Dr. Henrique Fernando de Mello, Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, São José do
Rio Preto, SP, Brasil / Dra. Iara Antunes de Souza, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro
Preto, MG, Brasil / Dr. Ielbo Marcus Lobo de Souza, Universidade Federal da Paraíba, João
Pessoa, PB, Brasil / Dr. Ilzver Matos de Oliveira, Universidade Tiradentes, Aracaju, SE, Brasil /
Dr. Ivar Alberto Martins Hartmann, Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Dr. Jahyr-
Philippe Bichara, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil / Dr. Jailton
Macena de Araújo, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil / Dr. Jair Aparecido
Cardoso, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil / Ma. Janaína Gomes Garcia de
Moraes, Tilburg University, Haia, Países Baixos / Dr. Jayme Benvenuto Lima Junior, Universidade
Federal da Integração Latino-Americana, Foz do Iguaçu, PR, Brasil / Dr. Jefferson Aparecido Dias,
Procuradoria da República de São Paulo, Marília, SP, Brasil / Me. Jordan Vinícius de Oliveira,
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Dr. Jorge Luís Mialhe,
Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil / Dr. José Carlos Evangelista Araújo,
Faculdades de Campinas, Campinas, SP, Brasil / Dr. José Filomeno de Moraes Filho, Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza, CE, Brasil / Dr. José Tadeu Neves Xavier, Fundação Escola Superior
do Ministério Público, Porto Alegre, RS, Brasil / Dr. José dos Santos Carvalho Filho, Instituto
Brasiliense de Direito Público, Brasília, DF, Brasil / Dr. João Aparecido Bazolli, Universidade
Federal do Tocantins, Palmas, TO, Brasil / Me. João Pedro Kostin Felipe de Natividade, Natividade
Sociedade de Advogados, Curitiba, PR, Brasil / Me. João Vicente Rothfuchs, Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil / Dra. Julia Sichieri Moura,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil / Dra. Juliane Sant’Ana Bento,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil / Dr. Júlio César Faria Zini,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil / Ma. Larissa Lauda Burmann,
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil / Dr. Lauro Ishikawa, Faculdade
Autônoma de Direito, São Paulo, SP, Brasil / Ma. Lavínia Cavalcanti Lima Cunha, Universidade
Federal de Alagoas, Maceió, AL, Brasil / Dra. Leila Giandoni Ollaik, Ministério da Economia,
Brasília, DF, Brasil / Dra. Leila Maria da Juda Bijos, Universidade Católica de Brasília, Brasília, DF,
Brasil / Me. Leonardo Geliski, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,
Brasil / Dr. Leonardo Martins, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil /
Ma. Licemar Vieira Melo, Unisinos, Passo Fundo, RS, Brasil / Ma. Lilian Barros de Oliveira Almeida,
Advocacia-Geral da União, Brasília, DF, Brasil / Ma. Lorena Abbas, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil / Dr. Lucas Catib de Laurentiis, Pontifícia Universidade Católica
de Campinas, Campinas, SP, Brasil / Dr. Lucas Rodrigues Cunha, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil / Dra. Luciana Cordeiro de Souza Fernandes, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas, SP, Brasil / Dra. Luciana Cristina de Souza, Faculdade Milton
Campos, Nova Lima, MG, Brasil / Dra. Luciana de Souza Ramos, Centro Universitário de Ensino
Superior do Amazonas, Manaus, AM, Brasil / Dr. Luciano Santos Lopes, Faculdade Milton
Campos, Nova Lima, MG, Brasil / Dr. Luiz Caetano de Salles, Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia, MG, Brasil / Dr. Luiz Carlos Goiabeira Rosa, Universidade Federal de Uberlândia,
Uberlândia, MG, Brasil / Dr. Luiz Felipe Monteiro Seixas, Universidade Federal Rural do Semi-
Árido, Mossoró, RN, Brasil / Dr. Luiz Fernando Afonso, Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, São Paulo, SP, Brasil / Dr. Luiz Fernando do Vale de Almeida Guilherme, Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil / Dr. Luís Alexandre Carta Winter, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dra. Lídia Maria Lopes Rodrigues Ribas,
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, Brasil / Dr. Marcelo Antonio
Theodoro, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil / Dr. Marcelo Casseb
Continentino, Procuradoria-Geral do Estado de Pernambuco, Recife, PE, Brasil / Dr. Marcelo
Schenk Duque, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil / Dr. Marcelo
Weick Pogliese, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil / Dr. Marcilio Toscano
Franca Filho, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil / Dr. Márcio Alexandre da
Silva Pinto, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil / Dr. Marcio Iorio Aranha,
Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil / Dr. Marco Bruno Miranda Clementino, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil / Dr. Marco Félix Jobim, Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil / Dr. Marcos Augusto de Albuquerque
Ehrhardt Júnior, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, AL, Brasil / Dr. Marcos Jorge Catalan,
Universidade La Salle, Canoas, RS, Brasil / Dr. Marcos Roberto de Lima Aguirre, Verbo Jurídico,
Porto Alegre, RS, Brasil / Dra. Maria Auxiliadora Minahim, Universidade Federal da Bahia,
Salvador, BA, Brasil / Dra. Mariah Brochado Ferreira, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, MG, Brasil / Ma. Mariana Cirne Barbosa, UniCEUB, Brasília, DF, Brasil / Ma. Marina
Soares Marinho, Advocacia-Geral da União, Belo Horizonte, MG, Brasil / Me. Martin Pino, Escola
Superior de Advocacia da OAB, São Paulo, SP, Brasil / Dra. Maurinice Evaristo Wenceslau,
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, Brasil / Dr. Mauro Fonseca
Andrade, Fundação Escola Superior do Ministério Público, Porto Alegre, RS, Brasil /
Me. Maximiliano Vieira Franco de Godoy, Senado Federal, Brasília, DF, Brasil / Dra. Micheli Pereira
de Melo, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, PA, Brasil / Dra. Monica
Paraguassu Correia da Silva, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ, Brasil / Dra. Mônica
Herman Salem Caggiano, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil / Dr. Nestor Eduardo
Araruna Santiago, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, CE, Brasil / Dr. Neuro José Zambam,
Faculdade Meridional, Passo Fundo, RS, Brasil / Dr. Nilson Tadeu Reis Campos Silva, Universidade
Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho, PR, Brasil / Dra. Nina Trícia Disconzi Rodrigues,
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil / Dr. Osvaldo Ferreira de Carvalho,
Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil / Dr. Pablo Georges Cícero Fraga
Leurquin, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil / Dra. Patrícia Borba Vilar
Guimarães, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil / Dr. Paul Hugo
Weberbauer, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil / Dr. Paulo César Busato,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dr. Paulo César Pinto de Oliveira,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil / Dr. Paulo Fernando Soares
Pereira, Advocacia-Geral da União, São Luís, MA, Brasil / Dr. Paulo Henrique da Silveira Chaves,
Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil / Dr. Paulo Lopo Saraiva, Faculdade
Maurício de Nassau, Natal, RN, Brasil / Dr. Paulo Roberto Iotti Vecchiatti, Universidade Santa
Cecília, Santos, SP, Brasil / Ma. Priscilla Cardoso Rodrigues, Universidade de Coimbra, Coimbra,
Portugal / Me. Rafael Diogo Diógenes Lemos, UniFanor, Aracaju, RN, Brasil / Me. Rafael Reis
Ferreira, Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, RR, Brasil / Me. Rafael Santos Soares,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil / Dr. Rafael Silveira e Silva,
Instituto Legislativo Brasileiro, Brasília, DF, Brasil / Dr. Raoni Macedo Bielschowsky, Universidade
Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil / Dr. Raphael Peixoto de Paula Marques, Advocacia-
Geral da União, Brasília, DF, Brasil / Dra. Regina Stela Corrêa Vieira, Universidade do Oeste de
Santa Catarina, Chapecó, SC, Brasil / Dra. Renata Rodrigues de Castro Rocha, Universidade
Federal do Tocantins, Palmas, TO, Brasil / Dr. Ricardo Sontag, Universidade Federal de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil / Dra. Rita de Cássia Corrêa de Vasconcelos, Pontifícia
Universidade Católica do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dra. Roberta Correa de Araujo, Faculdade
de Olinda, Olinda, PE, Brasil / Dr. Roberto Gomes de Albuquerque Melo Júnior, Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil / Dr. Roberto Henrique Pôrto Nogueira, Universidade
Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil / Dr. Rodrigo Grazinoli Garrido, Universidade
Católica de Petrópolis, Petrópolis, RJ, Brasil / Dr. Rodrigo Leite Ferreira Cabral, Ministério Público
do Estado do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dr. Rodrigo Nóbrega Farias, Universidade Estadual da
Paraíba, Guarabira, PB, Brasil / Me. Rodrigo da Silva Brandalise, Universidade de Lisboa, Lisboa,
Portugal / Dra. Rosalice Fidalgo Pinheiro, Centro Universitário Autônomo do Brasil, Curitiba, PR,
Brasil / Dr. Rubens Beçak, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil / Dr. Rubens Valtecides
Alves, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, Brasil / Dra. Rubia Carneiro Neves,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil / Dra. Salete Oro Boff,
Faculdade Meridional, Passo Fundo, RS, Brasil / Dra. Sandra Mara Campos Alves, Fundação
Oswaldo Cruz, Brasília, DF, Brasil / Dr. Sandro Marcelo Kozikoski, Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dr. Saulo Nunes de Carvalho Almeida, Centro Universitário Católica
de Quixadá, Fortaleza, CE, Brasil / Dra. Sônia Letícia de Méllo Cardoso, Universidade Estadual de
Maringá, Maringá, PR, Brasil / Dr. Tarsis Barreto Oliveira, Universidade Federal do Tocantins,
Palmas, TO, Brasil / Dr. Thiago Rodrigues Silame, Universidade Federal de Alfenas, Alfenas, MG,
Brasil / Dr. Tiago Cappi Janini, Universidade Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho, PR,
Brasil / Dr. Tiago Ivo Odon, Senado Federal, Brasília, DF, Brasil / Dr. Túlio Chaves Novaes,
Universidade Federal do Oeste do Pará, Santarém, PA, Brasil / Dra. Valéria Ribas do Nascimento,
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil / Dr. Vallisney de Souza Oliveira,
Justiça Federal, Brasília, DF, Brasil / Dr. Valter Rodrigues de Carvalho, Universidade Cruzeiro do
Sul, São Paulo, SP, Brasil / Dra. Vanessa Spinosa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Natal, RN, Brasil / Dra. Veridiana Pereira Parahyba Campos, Fundação Carlos Chagas, Caxingui,
SP, Brasil / Dr. Vicente Riccio Neto, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG,
Brasil / Dr. Vicente de Paula Ataide Junior, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil /
Dr. Vinicius Pinheiro Marques, Universidade Federal do Tocantins, Palmas, TO, Brasil / Dr. Vladimir
da Rocha França, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, Brasil / Dra. Vânia
Siciliano Aieta, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil /
Dr. Wagner Silveira Feloniuk, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, RS, Brasil /
Dra. Walkiria Martinez Heinrich Ferrer, Universidade de Marília, Marília, SP, Brasil / Dr. Walter
Claudius Rothenburg, Instituição Toledo de Ensino, Bauru, SP, Brasil / Dr. Walter Guandalini
Junior, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil / Dr. William Soares Pugliese, Centro
Universitário Autônomo do Brasil, Curitiba, PR, Brasil / Me. Wlademir Paes de Lira, Universidade
de Coimbra, Coimbra, Portugal
Autores
Alexandre Travessoni Gomes Trivisonno é doutor e mestre em Filosofia do Direito pela Faculdade
de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil; professor
do programa de pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
Belo Horizonte, MG, Brasil; professor titular de Teoria e Filosofia do Direito da Faculdade de
Direito da UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil. / Ana Tereza Marques Parente é mestra em Direito
pela Universidade de Salamanca, Salamanca, Espanha; pesquisadora do Centro de Estudos
em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. / Bruno
Dantas é doutor e mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo, SP, Brasil; pós-doutor em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Rio
de Janeiro, RJ, Brasil; pesquisador visitante na Benjamin N. Cardozo School of Law, EUA, no Max
Planck Institute for Regulatory Procedural Law, Luxemburgo, e no Institut de Recherche Juridique
de l’Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, França; professor adjunto da graduação, do mestrado
e doutorado em Direito da UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; professor associado do mestrado
e doutorado em Direito da Regulação da Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil;
professor titular do mestrado e doutorado em Direito da Universidade Nove de Julho, São Paulo,
SP, Brasil; ministro do Tribunal de Contas da União, Brasília, DF, Brasil. / Bruno Gomes Borges da
Fonseca é doutor e mestre em Direitos e Garantias Fundamentais pela Faculdade de Direito de
Vitória (FDV), Vitória, ES, Brasil; pós-doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil, e pela Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória,
ES, Brasil; professor da graduação e da pós-graduação em Direito da FDV, Vitória, ES, Brasil;
procurador do Trabalho na 17a Região, Vitória, ES, Brasil. / Carla Reita Faria Leal é doutora e
mestra em Direito das Relações Sociais, subárea Direito do Trabalho, pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; professora de Direito associada da Faculdade de
Direito da Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil; juíza aposentada do Tribunal
Regional do Trabalho da 23a Região, Cuiabá, MT, Brasil. / Dulcely Silva Franco é mestra em
Direito Agroambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil; professora
substituta do curso de Direito da Universidade do Estado de Mato Grosso, Diamantino, MT,
Brasil. / Evandro Caldas é mestre em Direito da Regulação pela Fundação Getulio Vargas, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil; pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito de Campos,
Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil; procurador-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis. / Fernanda Martins é mestra em Direito da Regulação pela Fundação
Getulio Vargas (FGV), Rio de Janeiro, RJ, Brasil; bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior; pesquisadora do Centro de Pesquisa em Direito e Economia da
FGV, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. / Júlio Aguiar de Oliveira é doutor e mestre em Filosofia do Direito
pela Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil;
professor do programa de pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; professor associado do Departamento de Direito da
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil. / Leonel Pires Ohlweiler é doutor
e mestre em Direito pela Unisinos, São Leopoldo, RS, Brasil; pós-doutor pela Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil; desembargador do Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil; professor da graduação e da pós-graduação da
Universidade La Salle, Canoas, RS, Brasil. / Lucas Fucci Amato é doutor e bacharel em Direito
pela Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil; pós-doutor pela USP, São Paulo,
SP, Brasil, com estágio pós-doutoral na Universidade de Oxford, Oxford, Reino Unido, e estágio
doutoral na Harvard Law School, Cambridge, Massachusetts, EUA; professor da graduação e da
pós-graduação (mestrado e doutorado) do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito
da Faculdade de Direito da USP, São Paulo, SP, Brasil; pesquisador associado da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. / Natasha Schmitt Caccia
Salinas é doutora e mestra em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo, São Paulo, SP, Brasil; master of Laws pela Yale Law School, New Haven, Connecticut,
EUA; professora da graduação e da pós-graduação da Escola de Direito do Rio de Janeiro da
Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. / Patrícia Regina Pinheiro Sampaio é doutora
e mestra em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP,
Brasil; professora da graduação e da pós-graduação da Escola de Direito do Rio de Janeiro da
Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. / Ricardo de João Braga é doutor em Ciência
Política pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil; mestre em Ciência Política pela Universidade de Brasília, Brasília,
DF, Brasil; mestre em Ciência Política pela Universität Siegen, Siegen, Nordrhein-Westfalen,
Alemanha; pós-graduado em Políticas Públicas e Gestão Governamental pela Escola Nacional
de Administração Pública, Brasília, DF, Brasil; professor do programa de pós-graduação do Cefor
da Câmara dos Deputados, Brasília, DF, Brasil; analista legislativo da Câmara dos Deputados,
Brasília, DF, Brasil. / Roberto Campos da Rocha Miranda é doutor e mestre em Ciência da
Informação pela Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil; pós-graduado em Psicologia Clínica
pela Universidade de Araraquara, Araraquara, SP, Brasil; pós-graduado em Administração de
Recursos Humanos no Setor Público pela Universidade Cândido Mendes, Brasília, DF, Brasil;
professor do programa de pós-graduação do Cefor da Câmara dos Deputados, Brasília, DF,
Brasil; analista legislativo da Câmara dos Deputados, Centro de Documentação e Informação,
Brasília, DF, Brasil. / Tarsila Ribeiro Marques Fernandes é doutora em Direito pela Radboud
University, Nijmegen, Gelderland, Países Baixos; mestra em Direito Tributário pela Universidade
Católica de Brasília, Brasília, DF, Brasil; professora da pós-graduação do Instituto Brasiliense de
Direito Público, Brasília, DF, Brasil; procuradora federal, Brasília, DF, Brasil; assessora de ministro
do Supremo Tribunal Federal, Brasília, DF, Brasil. / Thiago Álvares Feital é mestre em Direito
pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil; doutorando em
Direito na UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil; especialista em Direito Tributário pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; professor de Direito Tributário
nas Faculdades Milton Campos, Belo Horizonte, MG, Brasil. / Vitor Salino de Moura Eça é
doutor e mestre em Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil; pós-doutor em Direito Processual Comparado pela
Universidad Castilla-La Mancha, Ciudad Real, Espanha, e em Direito Processual Internacional
pela Universidad de Talca, Talca, Chile; professor do programa de mestrado e doutorado em
Direito na área de Direito Processual da PUC-MG, Belo Horizonte, MG, Brasil; juiz do Trabalho no
Tribunal Regional do Trabalho da 3a Região, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Sumário
Autores convidados
Artigos
29 Fake news
Regulação ou metarregulação?
Lucas Fucci Amato
BRUNO DANTAS
EVANDRO CALDAS
FERNANDA MARTINS
Abstract: The Audit Court of the Union has carried out an operational
audit in order to evaluate the Local Content Policy in the oil and gas market
bids, as well as the implications and impacts of the absence of adequate
regulation on the subject within the National Agency for Petroleum,
Natural Gas and Biofuels. The Court has made recommendations and
determinations to the Agency and the Ministry of Mines and Energy and
ended up by effectively contributing to the regulatory improvement of the
matter. This paper investigates whether it is possible to have a coordinated
action of a regulating agent and its controller, or if invariably one can
assume a dose of conflict between them.
Autores convidados
Introdução
2
Atualmente “o núcleo de validade do princípio concentra-se, em última análise, no
processo de separações de funções” (MOREIRA NETO, 2006, p. 414).
3
“Além das competências constitucionais e privativas do TCU que estão estabelecidas
nos artigos 33, § 2o, 70, 71, 72, § 1o, 74, § 2o e 161, parágrafo único, da Constituição Federal
de 1988, outras leis específicas trazem em seu texto atribuições conferidas ao Tribunal. Entre
essas estão a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2001), a Lei de Licitações e Contratos
(8666/93) e, anualmente, a Lei de Diretrizes Orçamentárias” (COMPETÊNCIAS, [20--]).
9
A minuta final da resolução foi analisada pelo Parecer no 00198/2018/PFANP/PGF/AGU
e pelo Despacho no 00467/2018/PFANP/PGF/AGU, elaborados pela Procuradoria Federal
Especializada − ANP.
Evandro Caldas é mestre em Direito da Regulação pela Fundação Getulio Vargas, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil; pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito de Campos,
Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil; procurador-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis.
E-mail: [email protected]
Fernanda Martins é mestra em Direito da Regulação pela Fundação Getulio Vargas (FGV),
Rio de Janeiro, RJ, Brasil; bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior; pesquisadora do Centro de Pesquisa em Direito e Economia da FGV, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil.
E-mail: [email protected]
(APA)
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de-11-de-abril-de-2018-10101127. Acesso em: 15 abr. 2021.
1 Introdução
Quadro
Forma de
Meios de
diferenciação Característica
disseminação
social
Disseminação de informação restrita, baixa e lenta,
Comunicação
Segmentária basicamente entre conhecidos (membros da mesma
oral face a face
comunidade).
Disseminação mais ampla, sobretudo entre elites
Centro-periferia Escrita
letradas.
Nascimento da opinião pública, impulsionada pelos
Hierárquica Imprensa
meios de comunicação de massa.
Poucos controles de seleção e certificação da infor-
Funcional Meios digitais mação; disseminação descentralizada em massa, de
conhecidos a estranhos.
Fonte: elaborado pelo autor.
2
Ver Caldeira (2015, p. 44).
3 Regulação ou metarregulação?
6
Ver Teubner (2012).
7
Ver Neves (2009).
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1 Introdução
1
“Comunicações – Lei Geral no 9.472/97 – controle concentrado – admissibilidade
parcial da ação direta de inconstitucionalidade e deferimento em parte da liminar ante
fundamentos retratados nos votos que compõem o acórdão. […] o Tribunal, apreciando
normas inscritas na Lei no 9.472, de 16 de julho de 1997, resolveu: […] 3) deferir, em parte,
o pedido de medida cautelar para: a) quanto aos incisos IV e X do art. 19, sem redução
de texto, dar-lhes interpretação conforme à Constituição Federal, com o objetivo de fixar
exegese segundo a qual a competência da Agência Nacional de Telecomunicações para
expedir normas subordina-se aos preceitos legais e regulamentares que regem a outorga,
prestação e fruição dos serviços de telecomunicações […], vencido o Ministro Moreira
Alves, que o indeferia” (BRASIL, 1998, p. 127-128).
2
Ver, por todos, a obra coordenada por Aragão (2011), na qual vários doutrinadores
escreveram a respeito do exercício do poder normativo das agências reguladoras. Em 2000,
Aragão (2000, p. 292) defendia o poder normativo das agências reguladoras: “Fixada a le-
gitimidade da atribuição de competência normativa a órgãos específicos da Administração
Direta ou a entidades da Administração Indireta, notadamente se titulares de autonomia
propriamente dita – descentralização material, independência –, a ingerência do Chefe
do Poder Executivo neste campo normativo consistirá em violação da respectiva norma
legal ou constitucional”.
Das 130 medidas adotadas pela Anvisa4, 116 (77,8% do total) tinham o
objetivo de prevenir o contágio e disciplinar o tratamento da doença. No
entanto, para que elas pudessem ser adotadas de forma célere, a Agência
teve de renunciar a ritos e processos ordinários, entre os quais se inclui
4
Das 130 medidas adotadas pela Anvisa em resposta à pandemia, 116 tratam diretamente
da prevenção e tratamento da doença e 27 flexibilizam normas pré-existentes. Uma única
ação pode ter como objetivo simultâneo o enfrentamento da doença e a flexibilização de
normas pré-existentes, razão pela qual a soma das duas categorias é superior ao número
total de medidas adotadas pela Anvisa.
Gráfico 1
ANVISA 130
ANAC 37
ANS 26
ANEEL 25
ANP 24
ANTT 21
ANTAQ 14
ANATEL 11
ANCINE 8
ANM 6
ANA 5
0 20 40 60 80 100 120 140
5
Neste artigo, foram selecionadas para a análise apenas as normas produzidas pela
Anvisa durante a pandemia com efeitos diretos sobre agentes econômicos, consumidores
ou usuários dos serviços prestados.
6
A Anvisa é a segunda agência reguladora federal que mais realizou consultas públicas
no Brasil. Até dezembro de 2019, foram 1.368 consultas públicas (dados obtidos no portal
de consultas públicas da Agência).
7
Dado coletado em banco de dado desenvolvido pelo projeto Regulação em Números
da FGV Direito Rio.
8
Para embasar essa informação, analisamos todos os atos publicados pela Agência no
DOU durante o período da pandemia, incluindo os avisos de consulta pública e de análise
de impacto regulatório. Nenhuma convocação para participar de consulta pública ou de
AIR dizia respeito às normas produzidas pela Anvisa em resposta à Covid‑19.
Gráfico 2
140
116
120
100
80
60
40
20 12
2 0 0 2 4 4 2 3 4
9
Lei no 13.848/2019, art. 9o, “§ 2o Ressalvada a exigência de prazo diferente em legislação
específica, acordo ou tratado internacional, o período de consulta pública terá início após
a publicação do respectivo despacho ou aviso de abertura no Diário Oficial da União e no
sítio da agência na internet, e terá duração mínima de 45 (quarenta e cinco) dias, ressal-
vado caso excepcional de urgência e relevância, devidamente motivado” (BRASIL, 2019c).
10
Decreto no 10.411/2020, art. 4o, caput: “A AIR poderá ser dispensada, desde que haja
decisão fundamentada do órgão ou da entidade competente, nas hipóteses de: I – urgência”
(BRASIL, 2020b).
12
A RDC no 356/2020 previu também que equipamentos de proteção individual doados
a órgãos públicos e serviços de saúde públicos e privados podem ser dispensados até mesmo
de regularização por autoridade de jurisdição membra do IMDRF.
Gráfico 3
30 27
25
20 18
15
10 8 8
4
5 2 2
0 0 0 0
0
Quadro 1
Por fim, cabe destacar que todas as 27 normas que reduziram exi-
gências e obrigações dos regulados para a outorga de atos de liberação
econômica diretamente relacionados ao enfrentamento da pandemia não
foram precedidas de AIR e consulta pública.
13
A discussão de fundo consistia em qual seria a interpretação adequada a ser conferida
à palavra source constante de uma lei ambiental. A Corte decidiu que a Environmental
Protection Agency havia exarado uma interpretação razoável da lei, de modo que não cabia
ao Poder Judiciário a revisão de seu teor.
14
Sobre a relevância do processo administrativo para a redução de riscos de captura e
aprimoramento da qualidade da regulação, ver Croley (2008, p. 73-74).
22
“A Anvisa lamenta a sanção, por parte do presidente Em mercados como os relacionados à vi-
da República em exercício, deputado federal Rodrigo Maia,
do Projeto de Lei 2.431/2011, que autoriza a produção,
gilância sanitária, a regulação justifica-se, em
a comercialização e o consumo de medicamentos à base grande parte, pelo reconhecimento de profunda
das substâncias anorexígenas sibutramina, anfepramona,
femproporex e mazindol. Essa lei, além de inconstitucional, assimetria informacional entre produtores e ad-
pode representar grave risco para a saúde da população.
Legalmente, cabe à Agência a regulação sobre o registro
sanitário dessas substâncias, após rigorosa análise técnica 24
Esse conceito foi expressamente empregado pelo STF
sobre sua qualidade, segurança e eficácia. Assim ocorre já em 2016, ao suspender cautelarmente os efeitos da Lei
em países desenvolvidos e significa uma garantia à saúde no 13.269/2016, que autorizava a comercialização da “pílula
da população. O Congresso não fez, até porque não é seu do câncer”. Segundo entendimento do ministro Barroso
papel nem dispõe de capacidade para tal, nenhuma análise nesse julgamento, a “Lei no 13.269/2016, ao substituir uma
técnica sobre esses requisitos que universalmente são reque- escolha técnica e procedimental da Agência por uma de-
ridos para autorizar a comercialização de um medicamento” cisão política do Legislador, interferiu de forma ilegítima
(MEDICAMENTOS…, 2018). no funcionamento da Administração Pública, em afronta à
23
A ação foi proposta em 13/9/2017, não tendo sido reserva de administração e à separação de Poderes” (BRASIL,
julgada até o momento de conclusão deste artigo. 2016c, p. 46-47).
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c62f14df2699. Acesso em: 15 mar. 2021.
1 Introdução
2.4 Descrição
3 Estudo bibliométrico
Gráfico 1
Informação Cidadã; 37
Informação Eleitoral; 40
Gráfico 2
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1970-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2009 2010-2019
Inf. Legislativa Inf. Política Inf. Parlamentar Inf. Eleitoral Inf. Cidadã
1
O levantamento total inicia-se em 1960 e estende-se até 2020. Para padronizar a vi-
sualização, nos gráficos apresentam-se dados relativos apenas ao período entre 1970 e 2019.
Excluiu-se, assim, um total de seis obras, uma referente à década de 1960 e cinco de 2020.
Gráfico 3
100
80
60
40
20
0
Inf. Legislativa Inf. Política Inf. Parlamentar Inf. Eleitoral Inf. Cidadã
Quadro 1
Tipo de
Autor Título Suporte Ano
informação
Indexação de textos legislativos: a experiên-
artigo de
cia da Subsecretaria de Análise do Senado 1977
revista
Federal
Automação e formação de uma rede de
artigo de
Dutra, informação jurídico-legislativa: experiência 1983
Informação revista
Yamil e no Senado Federal
Legislativa
Sousa Automação e formação de uma rede de
capítulo
informações jurídico-legislativas: experiência 1985
de livro
no Senado Federal
capítulo
O legislativo e a informação: uma introdução 1985
de livro
Figura 1
Inf.
LEGISLATIVA
Inf. Inf.
POLÍTICA PARLAMENTAR
Inf. Inf.
ELEITORAL CIDADÃ
2
A predição implica utilizar dados e informações do passado para se conformar o futuro
desejado ou vislumbrado; a prospecção busca delinear cenários futuros com base em tendên-
cias de evolução das principais variáveis que impactam o futuro desejado ou vislumbrado.
Figura 2
Eleitoral
Informação
Política Cidadã
Legislativa
Parlamentar
5 Considerações finais
Quadro 3
Tipo de
Referências na literatura Conceitos primários Variáveis
informação
Figura 3
INFORMAÇÃO POLÍTICA
INFORMAÇÃO LEGISLATIVA
Sistema político
Processo político
Informação jurídica
Informação parlamentar
Parlamentar (pessoa)
Parlamento (instituição)
Sobre os autores
Roberto Campos da Rocha Miranda é doutor e mestre em Ciência da Informação pela
Universidade de Brasília, Brasília, DF, Brasil; pós-graduado em Psicologia Clínica pela
Universidade de Araraquara, Araraquara, SP, Brasil; pós-graduado em Administração
de Recursos Humanos no Setor Público pela Universidade Cândido Mendes, Brasília,
DF, Brasil; professor do programa de pós-graduação do Cefor da Câmara dos Deputados,
Brasília, DF, Brasil; analista legislativo da Câmara dos Deputados, Centro de Documentação
e Informação, Brasília, DF, Brasil.
E-mail: [email protected]
(APA)
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1 Introdução
5 Conclusão
Sobre as autoras
Dulcely Silva Franco é mestra em Direito Agroambiental pela Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá, MT, Brasil; professora substituta do curso de Direito da Universidade do
Estado de Mato Grosso, Diamantino, MT, Brasil.
E-mail: [email protected]
Carla Reita Faria Leal é doutora e mestra em Direito das Relações Sociais, subárea Direito
do Trabalho, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil;
professora de Direito associada da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato
Grosso, Cuiabá, MT, Brasil; juíza aposentada do Tribunal Regional do Trabalho da 23a
Região, Cuiabá, MT, Brasil.
E-mail: [email protected]
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da cultura canavieira na região de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde
Recebido em 17/8/20
Aprovado em 18/9/20
1
No original: “Democracy was unable to forbid the enemies of its very existence the
use of democratic instrumentalities. Until very recently, democratic fundamentalism and
legalistic blindness were unwilling to realize that the mechanism of democracy is the Trojan
horse by which the enemy enters the city. To fascism in the guise of a legally recognized
political party were accorded all the opportunities of democratic institutions”.
Sobre a autora
Tarsila Ribeiro Marques Fernandes é doutora em Direito pela Radboud University, Nijmegen,
Gelderland, Países Baixos; mestra em Direito Tributário pela Universidade Católica de
Brasília, Brasília, DF, Brasil; professora da pós-graduação do Instituto Brasiliense de Direito
Público, Brasília, DF, Brasil; procuradora federal, Brasília, DF, Brasil; assessora de ministro
do Supremo Tribunal Federal, Brasília, DF, Brasil.
E-mail: [email protected]
Referências
ACCETTI, Carlo Invernizzi; ZUCKERMAN, Ian. What’s wrong with militant democracy?
Political Studies, [s. l.], v. 65, n. 1, p. 182-199, Apr. 2017. Supplement. DOI: https://doi.
org/10.1177/0032321715614849.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Nova ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2004.
BOURNE, Angela. Why ban Batasuna?: political parties and terrorism. Comparative European
Politics, [s. l.], v. 13, n. 3, p. 325-344, May 2015. DOI: https://doi.org/10.1057/cep.2013.28.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
Brasília, DF: Presidência da República, [2019a]. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 18 ago. 2020.
______. Congresso Nacional. Ato Declaratório do Presidente da Mesa do Congresso Nacional
no 66, de 2020. Diário do Congresso Nacional: edição extraordinária, Brasília, DF, ano 75,
1 Introdução
1
Ser o advogado da causa ou um advogado que atua no escritório do advogado da causa
inimigo do juiz da causa também se enquadraria no conceito geral “ter relacionamento
pessoal” com o juiz. Neste trabalho, não analisaremos, contudo, essa situação.
11
Nesse sentido, ver Riedel (1980, p. 14).
12
Ver Aristóteles (1991).
13
Com isso o juiz tende a considerar com mais atenção os argumentos de apenas uma
das partes, perdendo a capacidade de se colocar no lugar da outra. Assim, o princípio da
reciprocidade e consequentemente o princípio da universalizabilidade, que determina que
as consequências de uma decisão devem poder ser aceitas por todos, ficam comprometidos
(ALEXY, 1996, p. 250-254).
14
Bobbio (2010, p. 309) afirma que princípios são normas “generalíssimas” do orde-
namento jurídico.
15
Raz (1972, p. 838-841) parece não adotar a generalidade como único critério, mas em
sua visão ela certamente desempenha um papel na caracterização de princípios, pois prin-
cípios são razões mais gerais que regras e incorporam valores e objetivos gerais no Direito.
16
Larenz (1979, p. 458) afirma ainda que princípios não são regras generalíssimas.
17
Essa tese de Dworkin não nos parece correta. Contudo, ela não será analisada em
detalhes aqui, pois isso nos desviaria do escopo deste trabalho. Para uma análise desse tema,
ver Oliveira (2009) e Trivisonno (2013).
18
Para evitar essa confusão, em vez de ser denominado princípio da imparcialidade, ele
poderia ser denominado máxima da imparcialidade ou, como faz Riedel (1980), postulado
da imparcialidade.
19
Ver Gaier, Wolf e Göcken (2020).
20
No original: Ҥ 19 Antrag auf Zulassung bei einem Gericht (1) Die Zulassung bei einem
Gericht wird auf Antrag erteilt. (2) Über den Antrag entscheidet die Landesjustizverwaltung.
Vor der Entscheidung ist der Vorstand der Rechtsanwaltskammer, in deren Bezirk der
Bewerber als Rechtsanwalt zugelassen werden will, zu hören. (3) Ein Antrag darf nur
aus den in diesem Gesetz bezeichneten Gründen abgelehnt werden. § 20 Versagung der
Zulassung (1) Die Zulassung bei dem im Antrag bezeichneten Gericht soll in der Regel
versagt werden, 1. wenn der Bewerber innerhalb der letzten fünf Jahre in dem Bezirk des
Landgerichts, in dem er zugelassen werden will, als Richter oder Beamter auf Lebenszeit
angestellt war; 2. wenn der Ehegatte des Bewerbers an diesem Gericht tätig ist, auch wenn
die Ehe nicht mehr besteht; 3. wenn der Bewerber mit einem Richter dieses Gerichts in
gerader Linie verwandt oder verschwägert, in der Seitenlinie bis zum dritten Grad verwandt
oder bis zum zweiten Grad verschwägert ist oder war; 4. wenn der Bewerber bei einem
Oberlandesgericht zugelassen werden will, ohne daß er bereits fünf Jahre lang bei einem
Land- oder Amtsgericht als Rechtsanwalt tätig gewesen ist. (2) Die Zulassung darf nicht
deshalb versagt werden, weil bei dem im Antrag bezeichneten Gericht ein Bedürfnis für
die Zulassung weiterer Rechtsanwälte nicht besteht”.
21
No original: Ҥ 7 Versagung der Zulassung. Die Zulassung zur Rechtsanwaltschaft
ist zu versagen: 1. wenn die antragstellende Person nach der Entscheidung des
Bundesverfassungsgerichts ein Grundrecht verwirkt hat; 2. wenn die antragstellende
Person infolge strafgerichtlicher Verurteilung die Fähigkeit zur Bekleidung öffentlicher
Ämter nicht besitzt; 3. wenn die antragstellende Person durch rechtskräftiges Urteil aus der
Rechtsanwaltschaft ausgeschlossen ist und seit Rechtskraft des Urteils noch nicht acht Jahre
verstrichen sind, Nummer 5 bleibt unberührt; 4. wenn gegen die antragstellende Person
im Verfahren über die Richteranklage auf Entlassung oder im Disziplinarverfahren auf
Entfernung aus dem Dienst in der Rechtspflege rechtskräftig erkannt worden ist; 5. wenn
die antragstellende Person sich eines Verhaltens schuldig gemacht hat, das sie unwürdig
erscheinen läßt, den Beruf eines Rechtsanwalts auszuüben; 6. wenn die antragstellende Person
die freiheitliche demokratische Grundordnung in strafbarer Weise bekämpft; 7. wenn die
antragstellende Person aus gesundheitlichen Gründen nicht nur vorübergehend unfähig
ist, den Beruf eines Rechtsanwalts ordnungsgemäß auszuüben; 8. wenn die antragstellende
Person eine Tätigkeit ausübt, die mit dem Beruf des Rechtsanwalts, insbesondere seiner
Stellung als unabhängiges Organ der Rechtspflege nicht vereinbar ist oder das Vertrauen
§ 41
Exclusão do Exercício da Função Jurisdicional
Um juiz está excluído do exercício da função jurisdicional por força de lei:
1. nos casos em que ele próprio é parte ou nos quais ele seja credor soli-
dário, devedor solidário ou devedor regressivo junto à parte;
2. nos casos de seu cônjuge, mesmo quando o casamento não exista mais;
2a. nos casos de seu companheiro, mesmo quando a união não mais existe;
22
No original: “§ 41 Ausschluss von der Ausübung des Richteramtes. Ein Richter
ist von der Ausübung des Richteramtes kraft Gesetzes ausgeschlossen: 1. in Sachen,
in denen er selbst Partei ist oder bei denen er zu einer Partei in dem Verhältnis eines
Mitberechtigten, Mitverpflichteten oder Regresspflichtigen steht; 2. in Sachen seines
Ehegatten, auch wenn die Ehe nicht mehr besteht; 2a. in Sachen seines Lebenspartners,
auch wenn die Lebenspartnerschaft nicht mehr besteht; 3. in Sachen einer Person, mit der
er in gerader Linie verwandt oder verschwägert, in der Seitenlinie bis zum dritten Grad
verwandt oder bis zum zweiten Grad verschwägert ist oder war; 4. in Sachen, in denen er als
Prozessbevollmächtigter oder Beistand einer Partei bestellt oder als gesetzlicher Vertreter einer
Partei aufzutreten berechtigt ist oder gewesen ist; 5. in Sachen, in denen er als Zeuge oder
Sachverständiger vernommen ist; 6. in Sachen, in denen er in einem früheren Rechtszug oder
im schiedsrichterlichen Verfahren bei dem Erlass der angefochtenen Entscheidung mitgewirkt
hat, sofern es sich nicht um die Tätigkeit eines beauftragten oder ersuchten Richters
handelt; 7. in Sachen wegen überlanger Gerichtsverfahren, wenn er in dem beanstandeten
Verfahren in einem Rechtszug mitgewirkt hat, auf dessen Dauer der Entschädigungsanspruch
gestützt wird; 8. in Sachen, in denen er an einem Mediationsverfahren oder einem anderen
Verfahren der außergerichtlichen Konfliktbeilegung mitgewirkt hat. § 42 Ablehnung eines
Richters (1) Ein Richter kann sowohl in den Fällen, in denen er von der Ausübung des
Richteramts kraft Gesetzes ausgeschlossen ist, als auch wegen Besorgnis der Befangenheit
abgelehnt werden. (2) Wegen Besorgnis der Befangenheit findet die Ablehnung statt, wenn
ein Grund vorliegt, der geeignet ist, Misstrauen gegen die Unparteilichkeit eines Richters
zu rechtfertigen. (3) Das Ablehnungsrecht steht in jedem Fall beiden Parteien zu”. O § 48,
não reproduzido literalmente aqui e que trata da “autorrecusa” do juiz, determina que o
juiz deve ser considerado suspeito, mesmo não havendo requerimento da parte, quando
ele revelar ter uma relação que justifique sua exclusão ou quando ele externar outro motivo
que justifique ser ele considerado excluído por força de lei.
§ 22
§ 23
(2) [1] Um juiz que tiver participado de uma decisão impugnada atra-
vés de requerimento por novo julgamento está excluído, por força de
lei, da participação em decisões no processo de novo julgamento. [2]
Se a decisão impugnada tiver sido tomada em uma instância superior,
também o juiz que participou da decisão original na instância inferior
está excluído. [3] As proposições 1 e 2 aplicam-se respectivamente para
a participação em decisões referentes à preparação de um processo de
novo julgamento.
§ 24
(1) Um juiz pode ser recusado tanto no caso em que ele estiver excluído
do exercício de sua função jurisdicional por força de lei quanto no caso
de suspeição por parcialidade.
23
No original: “§ 22 Ausschließung von der Ausübung des Richteramtes kraft Gesetzes.
Ein Richter ist von der Ausübung des Richteramtes kraft Gesetzes ausgeschlossen, 1. wenn
er selbst durch die Straftat verletzt ist; 2. wenn er Ehegatte, Lebenspartner, Vormund oder
Betreuer des Beschuldigten oder des Verletzten ist oder gewesen ist; 3. wenn er mit dem
Beschuldigten oder mit dem Verletzten in gerader Linie verwandt oder verschwägert, in
der Seitenlinie bis zum dritten Grad verwandt oder bis zum zweiten Grad verschwägert ist
oder war; 4. wenn er in der Sache als Beamter der Staatsanwaltschaft, als Polizeibeamter, als
Anwalt des Verletzten oder als Verteidiger tätig gewesen ist; 5. wenn er in der Sache als Zeuge
oder Sachverständiger vernommen ist; § 23 Ausschließung eines Richters wegen Mitwirkung
an der angefochtenen Entscheidung (1) Ein Richter, der bei einer durch ein Rechtsmittel
angefochtenen Entscheidung mitgewirkt hat, ist von der Mitwirkung bei der Entscheidung in
einem höheren Rechtszug kraft Gesetzes ausgeschlossen. (2) Ein Richter, der bei einer durch
einen Antrag auf Wiederaufnahme des Verfahrens angefochtenen Entscheidung mitgewirkt
hat, ist von der Mitwirkung bei Entscheidungen im Wiederaufnahmeverfahren kraft Gesetzes
ausgeschlossen. Ist die angefochtene Entscheidung in einem höheren Rechtszug ergangen,
so ist auch der Richter ausgeschlossen, der an der ihr zugrunde liegenden Entscheidung
in einem unteren Rechtszug mitgewirkt hat. Die Sätze 1 und 2 gelten entsprechend für die
Mitwirkung bei Entscheidungen zur Vorbereitung eines Wiederaufnahmeverfahrens. § 24
Ablehnung eines Richters; Besorgnis der Befangenheit (1) Ein Richter kann sowohl in den
Fällen, in denen er von der Ausübung des Richteramtes kraft Gesetzes ausgeschlossen ist,
als auch wegen Besorgnis der Befangenheit abgelehnt werden. (2) Wegen Besorgnis der
Befangenheit findet die Ablehnung statt, wenn ein Grund vorliegt, der geeignet ist, Mißtrauen
gegen die Unparteilichkeit eines Richters zu rechtfertigen. (3) Das Ablehnungsrecht steht
der Staatsanwaltschaft, dem Privatkläger und dem Beschuldigten zu. Den zur Ablehnung
Berechtigten sind auf Verlangen die zur Mitwirkung bei der Entscheidung berufenen
Gerichtspersonen namhaft zu machen”.
24
A respeito dessa distinção, ver Zwiehoff (2013, p. 5).
25
Essa diretriz do Tribunal vai ao encontro da ideia de que “a justiça não só precisa ser
realizada, mas também precisa ser percebida como realizada” (“justice must not only be
done: it must also be seen to be done”); a esse respeito, ver Kierzkowski (2016, p. 17-20).
Sobre os autores
Alexandre Travessoni Gomes Trivisonno é doutor e mestre em Filosofia do Direito pela
Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte,
MG, Brasil; professor do programa de pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; professor titular de Teoria e Filosofia
do Direito da Faculdade de Direito da UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.
E-mail: [email protected]
Júlio Aguiar de Oliveira é doutor e mestre em Filosofia do Direito pela Faculdade de
Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; professor
do programa de pós-graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil; professor associado do Departamento de Direito da
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG, Brasil.
E-mail: [email protected]
(APA)
Trivisonno, A. T. G., & Oliveira, J. A. de (2021). Suspeição do juiz por relacionamento pessoal
ou relação de parentesco com advogado no Direito alemão. Revista de Informação Legislativa:
RIL, 58(230), 149‑174. Recuperado de https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/58/230/
ril_v58_n230_p149
Referências
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direito. Organização, tradução e estudo introdutório de Alexandre Travessoni Gomes
Trivisonno. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014. p. 163-198.
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Taschenbuch Wissenschaft, 582).
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als Theorie der juristischen Begründung. 3. Aufl. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1996.
(Suhrkamp Taschenbuch Wissenschaft, 436).
______. Zum Begriff des Rechtsprinzips. In: KRAWIETZ, Werner; OPAŁEK, Kazimierz;
PECZENIK, Aleksander; SCHRAMM, Alfred (hrsg.). Argumentation und Hermeneutik in
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OLIVEIRA, Júlio Aguiar de. Sistema de regras?: uma crítica à concepção positivista do
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RAZ, Joseph. Legal principles and the limits of law. The Yale Law Journal, [New Haven],
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STEINFATT, Gabriele. Die Unparteilichkeit des Richters in Europa im Lichte der Rechtsprechung
des europäischen Gerichtshofes für Menschenrechte. Baden-Baden: Nomos, 2012. (Europa-
Institut (Saarbrücken). Sektion Rechtswissenschaft: Schriften des Europa-Instituts der
Universität des Saarlandes - Rechtswissenschaft, 87).
Abstract: This article, based on the dialectical method and the indirect
documentary research technique, analyzed the main ideas defended by
Oliveira Vianna and, from them, an alleged constitutional theory was
extracted supposedly adapted to the Brazilian reality, without prejudice
to the claim of absence of originality and the presence of oscillations
and weaknesses. The State, theorized by Oliveira Vianna, was unitary,
centralizing, intervening, authoritarian and corporatist. On the other hand,
Recebido em 7/7/20 it rejected the existence of the federation, the greater autonomy of the
Aprovado em 10/8/20 federated states, democracy based on political parties and communist and
1 Introdução1
1
Alguns trechos desta pesquisa, com adaptações, foram extraídos de Fonseca (2019).
da participação mediada pelos partidos po- lisar propostas religiosas com cientificidade.
líticos. Nesse rol corporativo, eram incluídos Há defesa explícita da doutrina social da igreja
conselhos técnicos, conselhos de classe, repre- católica. Oliveira Vianna, contudo, a todo ins-
sentações classistas e, sobretudo, associações tante ressalta a neutralidade e a objetividade de
sindicais profissionais e patronais, cujo papel
seria consultivo, normativo e de julgamento 3
A defesa da democracia cristã encontra-se em Vianna
de determinadas questões. A inserção dessas (1951, p. 165-179).
7
Sobre essa conclusão, ver Santos (2010, p. 286-287).
8
Antes de 1930, o povo estaria ausente do Estado. A representação política resumia-se
à representação por partidos. A grande obra da Revolução de 1930 teria sido introduzir as
forças vivas do povo na estrutura estatal (VIANNA, 1951, p. 88-91).
9
A questão da raça foi abordada por Oliveira Vianna, com mais profundidade, em pelo
menos duas obras; ver Vianna (1933, 1934). No prefácio da 2a edição da primeira obra, de
certa forma reconheceu seu equívoco após ser criticado sobre sua tese acerca da necessidade
de branqueamento do brasileiro com vistas ao maior desenvolvimento social e político. A
partir de então, registrou sua despreocupação com esse enfoque racial.
10
A estruturação de categorias analíticas é uma proposta de abordagem encontrada
em Aristóteles (2011, p. 29-30).
Sobre os autores
Vitor Salino de Moura Eça é doutor e mestre em Direito Processual pela Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Belo Horizonte, MG, Brasil; pós-
doutor em Direito Processual Comparado pela Universidad Castilla-La Mancha, Ciudad
Real, Espanha, e em Direito Processual Internacional pela Universidad de Talca, Talca, Chile;
professor do programa de mestrado e doutorado em Direito na área de Direito Processual da
PUC-MG, Belo Horizonte, MG, Brasil; juiz do Trabalho no Tribunal Regional do Trabalho
da 3a Região, Belo Horizonte, MG, Brasil.
E-mail: [email protected]
Bruno Gomes Borges da Fonseca é doutor e mestre em Direitos e Garantias Fundamentais
pela Faculdade de Direito de Vitória (FDV), Vitória, ES, Brasil; pós-doutor em Direito
pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil, e pela
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil; professor da graduação e da
pós-graduação em Direito da FDV, Vitória, ES, Brasil; procurador do Trabalho na 17a
Região, Vitória, ES, Brasil.
E-mail: [email protected]
(APA)
Eça, V. S. de M., & Fonseca, B. G. B. da (2021). Teoria constitucional do Direito do Trabalho
brasileiro na perspectiva de Oliveira Vianna. Revista de Informação Legislativa: RIL, 58(230),
175‑193. Recuperado de https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/58/230/ril_v58_n230_
p175
Referências
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CESARINO JUNIOR, Antonio Ferreira. Direito social brasileiro. 5. ed. ampl. e atual. com
a colaboração de M. A. Cardone. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1963. v. 1.
FONSECA, Bruno Gomes Borges da. Direito humano e fundamental ao trabalho. Curitiba:
CRV, 2019.
LEÃO XIII, Papa. A condição dos operários: Carta Encíclica Rerum Novarum. 15. ed. São
Paulo: Paulinas, 2005.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 7. ed. rev. e
ampl. São Paulo: Atlas, 2010.
PAIM, Antonio. Apresentação. In: VIANNA, Oliveira. História social da economia capitalista
no Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; Niterói: Eduff, 1988. v. 1, p. 13-15. (Coleção Reconquista
do Brasil, 2. Série, v. 109-110).
1 Introdução
1
Para Gordillo (2003, p. v-2), o aditamento poder na expressão poder de polícia é des-
necessário, considerando que o poder do Estado é um só, sendo que a divisão de poderes se
relaciona a funções e órgãos. A polícia administrativa não é um órgão do Estado, mas apenas
parte de uma de suas funções. Por outro lado, destaca a utilização ideológica do termo. Ao
se adotar poder de polícia, inicia-se o exame pela questão do poder e não dos indivíduos.
10
Segundo Weber (2015, p. 234-235), a dominação
escravista, discriminações e conservadorismo, havia muita patrimonial configura-se como caso especial de estruturação
distância entre a dimensão formal do texto da lei e o que de patriarcal de dominação e do poder doméstico descentra-
fato ocorria no campo social, em que diversos cidadãos per- lizado. A administração de caráter patrimonialista teria
maneciam apartados da República, como processo teórico de algumas características, como administração ocasional,
construção da igualdade de todos perante a lei. Existia uma vínculos de caráter pessoal, o capricho como critério último
espécie de habitus cultural no sentido de que a lei não era de orientação das decisões e das relações entre funcionários
de fato aplicada na sua textualidade; e, quando no contexto e dominados, ausência de normas fixas e regulamentos
das ações sanitárias se decide fazer cumprir a legalidade, obrigatórios, ausência de separação entre assuntos públicos
lançando mão de ações arbitrárias, eclode o sentimento e privados, sendo o cargo público compreendido como
popular de revolta (CARVALHO, 2016, p. 159-160). prebenda (WEBER, 2015, p. 253-269).
12
O tema foi desenvolvido por Bourdieu (1989, 2014) no contexto de sua sociologia
reflexiva e aplica-se ao poder de polícia sanitário, identificando o fenômeno da dominação
realizada no exercício do poder simbólico como o poder invisível operado pela autoridade
pública, capaz de conferir-lhe a prerrogativa de controle social em diversos segmentos da
atuação do Estado, inclusive ações oficiais para salvaguardar a saúde pública. A violência
simbólica atua no plano das significações, do sentido que se confere ao mundo social e
à própria construção da realidade, estabelecendo o sentido imediato, as linguagens coti-
dianas, classificações e práticas, por intermédio de sistemas simbólicos que funcionam
como instrumentos de dominação e integração social, bem como por meio de estruturas
estruturadas e estruturantes de controle.
13
A doxa burocrática vincula-se ao senso comum – conjunto de pressupostos admitidos
como evidentes e fora de qualquer discussão (BOURDIEU, 1994b, p. 147) –, no que diz
respeito aos produtos do campo burocrático do Estado. As ações públicas contam com o
efeito da ortodoxia de censura radical, invisível e constitutiva do próprio modo de funcio-
namento do campo (BOURDIEU, 1994b, p. 146). Logo, a verdade oficial em matéria de
saúde pública nada mais é que a imposição legítima de um arbítrio cultural-burocrático,
exprimindo os interesses preponderantes dos agentes que dominam o modo de funciona-
mento das estruturas do Estado.
14
Bourdieu (1994a, p. 61) refere-se ao habitus como “sistemas de disposições duráveis,
estruturas estruturadas predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é,
como princípio gerador e estruturador de práticas e das representações que podem ser
objetivamente reguladas e regulares sem ser o produto de obediência a regras, objetivamente
adaptadas a seu fim sem supor a intenção consciente dos fins e o domínio expresso das
operações necessárias para atingi-los e coletivamente orquestradas, sem ser o produto da
ação organizadora de um regente”. Observando o entendimento do sociólogo, é possível
falar em disposições específicas do exercício de competências administrativas sanitárias
de modo abusivo, por meio das quais o agente público incorpora ações de autoridade ao
15
É útil destacar a referência de Raciti (2009) para caracterizar a vulnerabilidade como
capaz de exprimir a ideia de fragilidade, que impõe o exercício de ações de cuidado nas
relações com pessoas vulneráveis; ainda que não seja crível categorizar os cidadãos, devem-se
compreender os diversos fatores determinantes das situações de desigualdade, pois as pessoas
em contextos vulneráveis (sob o ponto de vista social, econômico, político, jurídico etc.)
são aquelas cuja autonomia e integridade podem ser ameaçadas. A Administração Pública
tem a relevante tarefa de realizar ações sanitárias voltadas para garantir a autonomia por
meio das medidas de emergência de saúde pública.
16
O debate sobre a efetividade do poder de polícia sanitário direciona-se para a questão
do senso prático, como afirma Bourdieu (2004a, p. 99, grifo do autor): “Na maior parte das
condutas cotidianas, somos guiados por esquemas práticos, isto é, princípios que impõem
a ordem na ação (principium importans ordinem ad actum, como dizia a escolástica), por
esquemas informacionais. Trata-se de princípios de classificação, de hierarquização, de di-
visão que são também princípios de visão, em suma, tudo o que permite a cada um de nós
distinguir coisas que outros confundem, operar uma diacrisis, um julgamento que separa”.
Sobre o autor
Leonel Pires Ohlweiler é doutor e mestre em Direito pela Unisinos, São Leopoldo, RS,
Brasil; pós-doutor pela Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil;
desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil;
professor da graduação e da pós-graduação da Universidade La Salle, Canoas, RS, Brasil.
E-mail: [email protected]
Referências
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uma catástrofe a ser evitada. [Rio de Janeiro]: Abrasco, [2020]. Disponível em: https://www.
abrasco.org.br/site/wp-content/uploads/2020/05/PlanodeAcao_COVID19-e-FAVELAS-RJ.
pdf. Acesso em: 6 out. 2020.
Abstract: The link between taxation and human rights is complex. Without
revenue, States cannot meet their human rights obligations. Human rights
treaties, simultaneously, limit the range of permissible tax policies. In
this context, is it possible to apply the principle of non-discrimination
when analysing a tax system compliance with human rights? Is there
any connection between tax regressivity and discrimination? This paper
addresses these questions in the United Nations Human Rights System.
Presenting the Brazilian case as an example, we investigate the relationship
between taxation and the principle of non-discrimination. The analysis of
the structure and effects of Brazilian tax legislation allows us to conclude
that it has a disproportionate impact on the poorest. This shows a failure
to comply with the principle of non-discrimination.
1 Introduction
Over the past decade, the interest of human rights activists in the public
budget has increased. In the vast array of articles, reports, monographs
and toolkits published on the subject, the primary focus is on public
expenditure analysis. These studies have drawn attention to the fact that
(i) human rights have a cost and consequently (ii) by investigating public
spending one can make inferences about the implementation of human
rights obligations. Recently, researchers and practitioners have been
focusing on public revenue, more precisely on taxation. A landmark of
this taxation turn, within the United Nations Human Rights System, is
the Report of the Special Rapporteur on the extreme poverty and human
rights of 2014. Written by Magdalena Sepúlveda Carmona, the report was
the first to address exclusively the subject of taxation and human rights.
According to the former Special Rapporteur, although human rights
obligations do not prescribe specific tax policies, they do “impose limits
on the discretion of States in the formulation of fiscal policies” (para. 4)
(UNITED NATIONS, 2014, p. 3).
Starting from this premise, we examine the principle of non-
discrimination to identify its semantics and the limitations it may
impose on tax policy. We then explore the significance of the principle
for understanding the relationship between taxation and economic and
social rights. This led us to apply the principle to the Brazilian tax system
to assess whether it complies with non-discrimination. Through the study
of the Brazilian case, this paper describes the State responsibility for the
effects of tax legislation and suggests that tax regressivity is an example
of indirect discrimination.
We will structure the article in six main parts. In Section 2, we explore
the normative framework of non-discrimination and its interpretation. To
provide a comprehensive view we consider the authoritative interpretation
of the Committee on Economic, Social and Cultural Rights (CESCR) and
8
For a definition of institution in the sense used here, see Mumford (2019) and Oats
(2012).
9
“L’argent et son inégale répartition constituent l’objet social total par excellence, et
ne peuvent être étudiés d’une façon exclusivement économique” (PIKETTY, 2015, p. 127).
10
For an example of the traditional view that associates taxation with a burden, see
Bentham (1843), Hayek (1948), Jaucourt (2015), Malthus (1836), Musgrave and Musgrave
(1989), Nozick (2012), Rothbard (2009), Say (2003) and Smith (1977).
11
For a discussion in the context of the Optional Protocol to the International Covenant
on Economic, Social and Cultural Rights, see Griffey (2011).
12
See, particularly, Maastricht Guideline No. 15 (INTERNATIONAL COMMISSION
OF JURISTS, 1997).
13
For a critical view of the political nature of taxation, see Alston and Reisch (2019),
Crawford (2014), Infanti and Crawford (2009), Knauer (2014) and Philipps (2009).
Figure 1
33,1
Total tax revenues, % of GDP, 2018
34,3
Brazil OECD
Source: elaborated by the author based on Organisation for Economic Co-operation and Development (2020).
Figure 2
50
40
30 23,3 22,8 22
20,2 21,5 22,7 19,6
17,1 19
20 14,3
9,8
10 5,4
1,4 0 0 0,2 2
0
15
See Alston (2017).
16
On March 18th 2020, human rights organizations submitted a request to suspend
the effects of CA No. 95 to the Brazilian constitutional court (Supremo Tribunal Federal).
17
“any deliberately retrogressive measures in that regard would require the most careful
consideration and would need to be fully justified by reference to the totality of the rights
provided for in the Covenant and in the context of the full use of the maximum available
resources” (para. 9) (UNITED NATIONS, 1990, p. [3]).
18
See Derzi (2014).
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