Intervencao em Crise e em Desastres
Intervencao em Crise e em Desastres
Intervencao em Crise e em Desastres
MUTHINI
Tema:
Discentes: Docente:
Olinda Sambo
Olinda Sambo
Olinda Sambo
Percida Domitila
Capítulo I Introdução.......................................................................................................................1
1.2. Objectivos do estudo.................................................................................................................2
1.2.1. Geral......................................................................................................................................2
1.2.2. Específicos.............................................................................................................................2
1.2. 3. Metodologia.....................................................................................................................2
Capítulo II Revisão da literatura......................................................................................................3
1.3. Crise......................................................................................................................................3
1.4. Tipos de crises......................................................................................................................3
1.5. Intervenção em crise.............................................................................................................3
1.6. princípios clínicos são usados para a prática da intervenção em crise.................................4
1.7. PERFIL DO PSICÓLOGO DE INTERVENÇÃO NA CRISE............................................5
1.8. características do psicólogo na intervenção em crise...............................................................7
2. Conclusão....................................................................................................................................8
3. Bibliografia..................................................................................................................................9
Capítulo I Introdução
1.1. Introdução
O presente trabalho tem como tema Intervenção em crises e desastres. A cada dia que passa
assistimos ao desenrolar de novas catástrofes naturais ou crises humanitárias. Não se trata
apenas do efeito de uma comunicação mais eficaz que nos permite conhecer o que se passa do
outro lado do planeta em escassos minutos. Essas catástrofes fazem parte da vida de um
planeta, a que se somam as que são criadas pela mão dos seres humanos, seja indirectamente
pelas consequências da actividade na natureza ou pelas crises políticas geradoras de tantas
crises humanitárias de proporções imensas. Num mundo com 60 milhões de refugiados o
espaço da crise humanitária toma o lugar de muitas crises naturais. Em qualquer dos casos, os
danos causados afectam dramaticamente a vida das pessoas, com as perdas e traumas que daí
derivam.
Os danos psicológicos de longo prazo são uma realidade, podendo estender-se por toda uma
vida, afectando todas as pessoas em qualquer etapa do seu desenvolvimento. Quando jovens o
dano compõe-se pela possibilidade de condicionar os seus futuros, porque o dano não é
apenas momentâneo, repete-se interiormente, condiciona a vida, impede o avanço, diminui o
potencial. Quantas possibilidades perdidas por não se ter superado o trauma, o sofrimento, a
perda, e possibilitado a adaptação e o desenvolvimento. intervenção destinados a minimizar
ou mesmo a eliminar o dano psicológico, permitindo às pessoas a continuidade da sua vida
com um mínimo de afectação e consequências posteriores. Sabemos que é importante actuar a
tempo, diferenciando quem necessita de intervenção e providenciado ajuda e continuidade de
auxílio. Desenvolvemos formas de intervenção testadas e que se têm revelado de grande
utilidade.
Por isso, deveria ser natural a utilização dos recursos disponíveis, mas estamos ainda longe de
um plena utilização. O desconhecimento sobre o impacto de longo prazo pode explicar como
não utilizamos um mínimo de cuidados psicológicos, que podem ter um benefício enorme na
vida das pessoas após passarem por uma crise ou catástrofe.
Este trabalho está estruturado da seguinte maneira: Parte introdutiva, objectivos geral e
específicos, metodologia, revisão bibliografica e a parte conclusiva.
1
1.2. Objectivos do estudo
Para a realização de um trabalho de pesquisa, é imperioso a formulação de objectivos que irão
nortear cada passo a se seguir, e da mesma forma apontar o nível de desempenho, isto é, o
grau de cumprimento das tarefas. O presente trabalho não foge da regra, sendo que, a seguir
encontram-se patentes os objectivos (geral e específicos).
1.2.1. Geral
Compreender o processo da Intervenção em crises e desastres .
1.2.2. Específicos
Identificar os tipos de crises
1.2. 3. Metodologia
Para a realização deste trabalho o grupo recorreu a manuais e artigos ciêntificos que
versam sobre o tema em destaque.
2
Capítulo II Revisão da literatura
O presente capítulo apresenta as definições de alguns conceitos que achamos mais
apropriados para o estudo. A apresentação das definições visa essencialmente, clarificar as
concepções teóricas fundamentais, que permitam a compreensão das ideias-chave que
corporizam esta pesquisa.
1.3. Crise
É necessário distinguir as crises evolutivas das crises traumáticas. As primeiras são as que se
produzem á chegada de novas etapas previstas; as segundas são conseqüência de um acidente
inesperado. Para percorrermos uma vida devemos atravessar muitas crises.
Propõe-se nove, de acordo com a idade em que aproximadamente se dão, a saber: o parto o
desmame (com um ano), o ingresso á escola (e simultaneamente a crise edípica) (aos cinco
anos), a puberdade (aos doze anos), a crise da metade da vida (midlife crisis) (aos quarenta
anos), a jubilação (aos sessenta anos), a decrepitude a e morte.
De todas essas transições as mais importantes do ponto de vista das situações de emergência
psicológicas a que dão lugar são a exogamia (que, às vezes se produz com muito atraso
cronológico) e a crise da metade da vida; que são: a passagem da idade adulta e ao
amadurecimento, respectivamente.
1.5. Intervenção em crise
Cabe lembrar que, no momento da crise, as defesas do indivíduo estão falhas, desativadas, de
tal forma que ele se encontra mais receptivo à ajuda e os mínimos esforços podem ter
resultados máximos (Wainrib & Bloch, 2000; Liria & Veja, 2002).
Toda terapia que visa lidar com situações traumáticas passa necessariamente por recordar e
rememorar a situação. É muito importante o relato verbal como elemento primeiro, visando
clarificar e organizar o processo terapêutico. Dito de outra forma, para enfrentar um trauma, a
primeira condição é enfrentá-lo, pois em termos de comportamento humano, salvo algumas
exceções, a tendência é tentar reduzir o que é doloroso e desagradável, tentar esquecer o
quanto antes.Os profissionais que atuam com este tipo de intervenções devem ser ativos e
diretos, orientados a obter objetivos rápidos diferentemente dos profissionais que intervém em
situações que não são de emergência. (Moreno et AL; 2003).
O profissional deve ser ágil e flexível para colocar em prática ações para a resolução de
problemas e para a superação das múltiplas dificuldades que possam surgir no processo de
atenção, procurando satisfazer as necessidades imediatas do afetado colocando em
funcionamento ações com os recursos disponíveis, tudo num período de tempo reduzido.
Três princípios clínicos são usados para a prática da intervenção em crise: o primeiro ele
chama de “oportunidade” em que o objetivo é calcular e reduzir o perigo, avaliando também a
motivação do paciente para encontrar uma nova estratégia de enfrentamento com as
circunstâncias atuais de vida. O segundo princípio é a “meta”, que consiste em ajudar o
indivíduo a recuperar o nível de equilíbrio que tinha antes ou a atingir um nível que permita
superar o momento crítico. O último princípio descrito por este autor diz respeito a uma
avaliação que englobe tanto os “aspectos fortes”, como as “debilidades” de cada um dos
sistemas implicados na crise, bem como informações do que está funcional e disfuncional na
vida do indivíduo. Esse autor ainda propõe um modelo amplo de intervenção, dividindo-a em
primeira e segunda instância (Slaikeu; 1996).
4
A intervenção de primeira instância refere-se aos primeiros auxílios psicológicos, ou seja, a
assistência imediata, que em geral leva uma sessão que pode durar de minutos a horas.
5
2. Consultório 2. Em casa, no local de trabalho
3. Instalações hospitalares 3. Onde for necessário
Propósito 1. Crescimento pessoal 1. Primeiros socorros emocionais
2. Mudança na experiência de vida 2. Mitigar o impacto do evento
3. Alteração do comportamento 3. Voltar a um estado de funcionamento
adaptativo
4. Redução da disfunção familiar
4. Melhorar a coesão e performance quando a
intervenção é com grupos
Foco Temporal 1. Passado 1. O presente imediato
2. Algum presente 2. No aqui e agora
3. Algum futuro
Interventores 1. Profissionais de saúde mental 1. Profissionais de saúde mental
2. Leigos com formação para acompanhar a
pessoa em crise
3. Profissionais de serviços de emergência e
socorro
4. Clero
Papel do 1. Orientar 1. Proteger
Interventor
2. Colaborar 2. Ouvir em escuta activa
3. Consultar 3. Oferecer alternativas
4. Observar 4. Facilitador
5. Comentar 5. Educador
Janela Temporal 1. Tipicamente semanas ou meses após o 1. Durante o evento crítico ou logo após a
acontecimento que provoca sofrimento exposição ao evento
2. Distante do stressor 2. Próximo do stressor
Duração 1. Tipicamente de 8 a 12 sessões (de 45 min.) 1. 3 a 5 contactos que podem ter a duração de
para processos breves ou o tempo que for poucos minutos
necessário
Objectivos 1. Reduzir os sintomas 1. Estabilizar
2. Reduzir as dificuldades 2. Mitigar o impacto
3. Tratar da psicopatologia 3. Reduzir as dificuldades
4. Desenvolvimento Pessoal 4. Mobilizar recursos
5. Reconstruir 5. Normalizar a experiência
6. Restabelecer o funcionamento adaptativo
6
7. Resolver o estado imediato de crise
8. Referenciar para o próximo nível de
cuidados
Reflexos Mentais Rápidos – Na intervenção em crise o factor tempo é crucial, pelo que
requer do psicólogo mais actividade e maior directividade na intervenção. Face aos assuntos
que emergem e à quantidade de temas muitas vezes abordados, é necessário que possua
rápidos reflexos mentais. O psicólogo que não consiga pensar rapidamente e objectivamente
terá muitas dificuldades a gerir a crise.
Assertividade – Muitas pessoas em crise têm por vezes comportamentos agressivos, pelo que
é da máxima importância que o psicólogo consiga ajudar, ao mesmo tempo que mantém os
limites de forma a não se deixar agredir verbalmente ou fisicamente.
7
Capacidade para aceitar tarefas que inicialmente não pareçam ligadas à saúde mental;
Capacidade para identificar sinais de stress (em si próprio e nos outros) e de implementar
estratégias activas que minimizem as suas consequências.
2. Conclusão
Findo trabalho concluimos que a intervenção em crise é uma estratégia de ajuda indicada para
auxiliar uma pessoa e/ou família ou grupo, no enfrentamento de um evento traumático,
amenizando os efeitos negativos, tais como danos físicos e psíquicos e incrementando a
possibilidade de crescimento de novas habilidades de enfretamento e opções e perspectivas de
vida. O tipo de crise não importa, pois o evento é emocionalmente significativo e gera uma
mudança radical na vida da pessoa. A intervenção terapêutica no momento da crise é tão
eficaz quanto a intervenção de um para-médico ao proporcionar suporte de vida a um ferido
grave.Assim, as metas durante a superação da crise devem ser focadas em ajudar as pessoas a
lidar com o evento traumático, a ajustar-se à nova situação, a devolver-lhe seu nível anterior
de funcionamento, diferente do tratamento na psicologia clínica que enfoca uma mudança
profunda do paciente ou uma revisão da origem dos seus conflitos infantis.
Estas metas são desenvolvidas através de um convite ao indivíduo para que fale de sua
experiência, fazendo com que observe o evento à distância ou perspectiva, ajudando-o a
ordenar e reconhecer seus sentimentos associados; e, também, ajudar na resolução de
problemas, começando pelas metas mais práticas e imediatas. Em geral, os indivíduos que se
encontram em crise são inundados por pensamentos e sentimentos que dificultam o
estabelecimento de prioridades; acabam preocupando-se mais com as coisas que não podem
resolver imediatamente e ignoram os problemas mais imediatos e de mais fácil solução,no
momento. Por isso, é necessário também que o técnico o ajude a organizar os pensamentos em
dois grupos: um de metas em curto prazo e outro em longo prazo. As metas de curto prazo
incluem, de acordo com o fato ocorrido, tranqüilizar o paciente, manejar o medo, falar sobre o
ocorrido, etc. Já as de longo prazo, dizem respeito a ajudar o paciente na retomada de planos
8
de vida como a busca por trabalho; de uma terapia de longa duração, se for necessário, etc. O
técnico precisa ser ativo e direto ajudando o paciente a definir estes tipos de metas, bem como
executá-las, tanto as de curto, como as de longo prazo (Benveniste, 2000).A necessidade de
apoio emocional, de intervenção na dor e no sofrimento é de fundamental importância para
evitar seqüelas que possam se generalizar, temporal e espacialmente, provocando transtornos
psicológicos
3. Bibliografia
Liria, A. F. & Veja, B. R. (2002). Intervención en Crisis. Madrid: Editorial Sintesis.
Moreno, R. R.; Peñacoba, C. P.; González-Gutiérrez, J. L. & Ardoy, J. C. (2003).
Intervención Psicológica en Situaciones de crisis y emergencias.Madrid: Dykinson.
Poseck, B. V.; Baquero, B. C. & Jiménez, M. L. V. (2006). La Experiencia
Traumática desde la Psicología Positiva: Resiliencia y Crecimiento Postraumático.
Papeles del Psicólogo
Raffo, S. L. (2005). Intervención en crisis. Apuntes para uso exclusivo de docencia.
Departamento de Psiquiatria y Salud – Campus Sur.
Rodríguez, A. C. (2003). Los Cinco Componentes de los Primeiros Auxilios
Emocionales en la Intervención en Crisis.