Psicologia Dos Desastres

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UNIDADE CENTRAL DE EDUCAÇÃO FAEM FACULDADE LTDA - UCEFF

FACULDADE EMPRESARIAL DE CHAPECÓ – FAEM

PSICOLOGIA

RELATÓRIO DE EXTENSÃO SOBRE PSICOLOGIA DOS DESASTRES

Alexandre Kozerski Rigo


Barbara Francis Fiedler Scatolin Filippini
Giovana Santos da Silva
Jeruza Casagrande Mezacasa
Luana Oliveira dos Santos

CHAPECÓ/SC, 2024
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FACULDADE EMPRESARIAL DE CHAPECÓ - FAEM

CURSO Psicologia

PERÍODO 1º

DISCIPLINA Projeto de Extensão

COORDENADOR DE CURSO Prof. Domingos Palma

PROFESSOR DISCIPLINA Prof. Domingos Palma

PROFESSORA DE METODOLOGIA Prof.ª Juliana Eliza Benetti

RELATÓRIO DE EXTENSÃO SOBRE PSICOLOGIA DOS DESASTRES

Alexandre Kozerski Rigo


Barbara Francis Fiedler Scatolin Filippini
Giovana Santos da Silva
Jeruza Casagrande Mezacasa
Luana Oliveira dos Santos

Professor Orientador: Prof. Me. Domingos Palma

CHAPECÓ/SC, 2024
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RELATÓRIO E EXTENSÃO

1. INTRODUÇÃO:

- Marco teórico de referência para a experiência (teorias sobre a Psicologia dos


Desastres)

- A psicologia dos desastres surgiu como uma resposta necessária e prática às crises e
eventos traumáticos que afetam grandes populações, combinando elementos de várias
subdisciplinas da psicologia para compreender e reduzir os efeitos psicológicos desses
eventos, tendo base e correlação a psicologia social, que investiga a influência do grupo
social no indivíduo e a influência do indivíduo na sociedade, juntamente com a psicologia
ambiental, que transitou por duas fases, a primeira fase se caracteriza por estudos
científicos das relações entre o ambiente físico e objetivo e a influência do ambiente social
nos comportamentos. A segunda fase é representada por estudos sistemáticos visados na
compreensão e o combate à degradação ambiental que coloca em risco o futuro da
humanidade, conceito interligado a heurística do medo, onde são explorados como as
percepções e respostas humanas aos riscos e ameaças ambientais influenciam o
comportamento e a tomada de decisão do sujeito (Abramovay, 2016).

- Há um conceito relevante de risco ambiental em uma proporção em que os desastres não


são desvinculados do contexto social, ou seja, é considerado um fator predominante nas
populações que se encontram em situações de carência e vulnerabilidade social, apresentam
maior suscetibilidade aos impactos dos desastres naturais, onde os danos causados
desfavorecem a ocupação em áreas de risco, caracterizando o processo cíclico de
desastres-danos e reparação-desastre (Braga et al, 2018).

- Outra perspectiva que possui expressiva importância determinando o evento em si, ou seja,
o fator que denomina o desastre na categoria ambiental, como as enchentes, chuvas,
deslizamentos de solo e rochas de grande projeção, impactando diretamente essa população
em estado de vulnerabilidade, mas podendo abranger as demais classes sociais, dependendo
do grau e impacto gerado. Desta forma, não se relaciona apenas a um desastre ambiental, a
influência é diretamente interligada nas condições sociais, econômicas, culturais,
psicológicas, geográficas e políticas (Braga et al, 2018).

- Objetivos Principais da vivência

Conhecer a Psicologia dos Desastres;

Entender os desastres naturais ambientais ocorridos no Rio Grande do Sul.

-Objetivos Específicos

Investigar e compreender o papel e a ação do psicólogo em um momento de desastre natural;

Explorar intervenções imediatas e a longo prazo do psicólogo para recuperação psicossocial


das pessoas afetadas.
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- Justificativa

Os desastres naturais ambientais vêm afetando cada vez mais pessoas em todo o mundo.
Ouvimos com frequência, notícias de desastres e tragédias que causam vítimas e
consequentemente muito sofrimento às pessoas envolvidas.

Esses acontecimentos causam impactos psicológicos diversos, tendo consequências


devastadoras na saúde das pessoas afetadas.

Compreender como os indivíduos reagem diante destas situações e como podem ser
apoiados é imprescindível para uma intervenção de maneira eficaz promovendo a
recuperação psicológica e o bem estar das pessoas.

A Psicologia dos Desastres contribui também, para o desenvolvimento de políticas


públicas voltadas para as crises e emergências garantindo uma melhor resposta a eventos
catastróficos.

A partir dos desastres ambientais ocorridos em maio de 2024 no estado do Rio Grande do
Sul, se faz necessário entender a ação dos psicólogos no momento de desastres naturais
ambientais, analisando a sua postura profissional e suas ações no momento de crise, uma
vez que é tarefa do psicólogo intervir para promover a recuperação e o bem estar da
pessoas.

2. INTERVENÇÃO REALIZADA

- Descrição da experiência realizada (intervenção, observação, organização): a experiência


realizada foi uma palestra assistida dia 23/05/2024 às 19h00 no auditório da Uceff Santa
Maria. Foram arrecadados mantimentos para as vítimas das enchentes do Rio Grande do
Sul/BR. Nesta quinta-feira fomos liberados da primeira parte da aula de História e
Epistemologia da Psicologia ministrada pela professora Maria Lúcia para que pudéssemos
participar da palestra.

- Detalhes metodológicos: participamos da palestra assistindo e ao final fazendo perguntas e


interagindo com o material apresentado pela psicóloga Ana Claudia Yamashiro Arantes
durante a palestra.

- Indicar a carga horária realizada no relatório de extensão: 10h

3. RELATO DE EXPERIÊNCIA
3.1 ANÁLISE TEÓRICO-PRÁTICA
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Na experiência que tivemos com a palestra “Psicologia dos desastres: os desafios da


atuação do psicólogo frente ao novo paradigma posto pela área e em resposta às demandas
da contemporaneidade” pudemos ver relação com nossas disciplinas desse semestre.

História e epistemologia da Psicologia: a relação entre a Psicologia dos desastres e História e


Epistemologia da Psicologia apresenta como a psicologia tem evoluído para atender às
necessidades emergentes da sociedade, especialmente em momentos de crise. A psicologia
dos desastres é inerentemente interdisciplinar, combinando conhecimentos de psicologia
clínica, social, comunitária e de saúde. Isso reflete uma abordagem epistemológica que
valoriza a integração de múltiplos campos para compreender fenômenos complexos.

Neuro-anatomo-fisiologia aplicado à Psicologia: a Psicologia dos Desastres não atua só no


momento em que recém ocorreu a catástrofe, ela também atua no pós. E nesse momento
após a tragédia podem ocorrer danos que são efetivamente vistos no cérebro, tais como
TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático). Na matéria de Neuro-Anatomo aprendemos
sobre o SNC, SNP e SNA e sua ligação com a atuação do cérebro. Em ressonâncias é
possível ver os danos causados ao cérebro quando alguém passa por um grande trauma. “O
transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) se caracteriza por sintomas persistentes de
revivência, evitação e entorpecimento, e excitabilidade aumentada, após a exposição a um
evento traumático. Estudos epidemiológicos mostram que, entre os transtornos de
ansiedade, o TEPT é o terceiro mais prevalente.”

Processos de Observação: a observação não é uma atividade nova, ela ocorria até entre os
filósofos antigos. Atualmente, de forma científica, tem-se o protocolo de observação e ele é
utilizado nas atividades referentes às diversas vertentes de Psicologia. Como simples
observação podemos afirmar que o instrumento do psicólogo é também o ouvir e isso está
presente nas atuações do Psicólogo dos Desastres, ele deve ouvir e amparar os indivíduos
atingidos por tragédias e urgências. Como uma observação científica há o além do ouvir, há
também o estabelecer de forma teórica o que se é visto e experienciado, para isso há o
protocolo de observação.
O protocolo de observação é a folha na qual o observador irá registrar os dados coletados.
Conforme Danna e Matos (2011), os itens de um protocolo estão relacionados basicamente
a três conjuntos de informações: 1) a identificação geral - indica o nome do observador e o
objetivo da observação; 2) a identificação das condições em que a observação ocorre -
inclui especificações com relação a “quando” e “onde” a observação foi realizada, assim
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como “quem” foi observado; 3) o registro de comportamentos e circunstâncias ambientais -


indica o que foi observado ou, melhor, o registro propriamente dito.

Bases Filosóficas e Sociológicas da Psicologia: Com o avanço das tecnologias e da ciência


lutamos diariamente por melhores condições de vida, muitas vezes com práticas que
intervém na sociedade humana, não prevendo com segurança os resultados dessa
intervenção. A teoria de Hans Jonas, Heurística do Medo, se refere às decisões tomadas
referentes a uma ação podem ter consequências ruins e trazerem riscos às pessoas, por isso
devemos agir cuidadosamente. O ser humano tem o poder de tomar decisões e considerar o
impacto da ação.
Problemas sociológicos: Como consequência do desabrigo e impacto ocasionado pelos
desastres ambientais severos, os refugiados climáticos são obrigados a deixar suas casas e
região habitual, muitas vezes pela destruição total das habitações e pelo risco iminente dos
fenômenos climáticos.

Bases para o trabalho acadêmico em Psicologia: o trabalho está sendo realizado dentro das
normas da ABNT conforme estudado na disciplina.

Psicologia, Ciência e Profissão: segundo os slides apresentados pela psicóloga Ana tem-se
como criação da profissão de Psicólogo do Desastres o ponto de partida psicólogo clínico,
indo para o psicólogo social, ambiental e aí para a atuação de psicólogo dos desastres. Isso
tem muita ligação com a matéria de Psicologia, Ciência e Profissão, pois é uma nova
vertente que se cria dentro da profissão de Psicólogo. É uma ciência a ser estudada e
desenvolvida.
Podemos entender que foi a partir da década de 70 que tivemos uma maior atuação da
Psicologia. E é a partir de mais ou menos 2020 que aqui no Brasil tem-se falado mais em
Psicologia dos Desastres. Para Pereira e Neto (2003), nos anos de 1970 e 1980, existiam três
grandes áreas na Psicologia: educação, trabalho e clínica. Nem se falava em Psicologia dos
Desastres.

3.2 REFLEXÃO DA EXPERIÊNCIA

Tem-se como aprendizado a noção de antecedência. Pensar o que antecede um desastre e


tentar se precaver no sentido de que as pessoas e os animais precisam estar seguros no
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momento em que o desastre vem. Também é importante depois que ocorre um desastre
estabelecer políticas que forneçam a visualização de um cenário de solução de problemas caso
isso venha a ocorrer novamente. Um exemplo muito bom de prevenção de desastres está na
barreira construída no rio Tâmisa, que protege Londres de enchentes há 40 anos. Foi
necessário construí-la após uma das maiores enchentes do país, que deixou 500 mil pessoas
desabrigadas e matou 300.

O que se aprendeu foi isso já dito e também o fato de que temos que aprender a lidar com
as pessoas nesses momentos, estarmos prontos e despertos para situações como essa e termos
a noção de que se não conseguirmos agir perante um momento desse então que ajudemos de
outras formas ou então seremos apenas mais um necessitando de ajuda.

O que mais gostamos está no fato de que a psicóloga focou bastante no fato da atuação
do psicólogo e de como ele tem que estar para poder ajudar. O que não gostamos foi que a
psicóloga não adentrou em temas políticos por achar inadequado, sendo que isso de se
adentrar a questão política é totalmente adequado pois grande parte da tragédia é ocasionada
por falta de políticas públicas.

O que pode ser melhorado como palestra está no sentido de que é importante também
além de se falar da atuação do psicólogo também falar da atuação do poder público junto ao
psicólogo, nas contratações pelo governo e também até por parte de ongs.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As impressões gerais sobre a palestra foram as melhores, pudemos ter vários


questionamentos. Um dos pontos colocados foi o fato de as pessoas vítimas das
enchentes do Rio Grande do Sul serem posteriormente migradas para outros estados do
país. Por ficarem sem local e terras para voltar, elas teriam que se abrigar em outras
localidades. Os sentimentos são mistos, de pena, tristeza e também indignação. A
tristeza tem-se clara: várias pessoas perderam tudo, várias pessoas perderam parentes,
filhos, sobrinhos, esposos e esposas. Reconstruir tudo é difícil e doloroso, para tanto é
preciso, e muito, auxílio para a saúde mental que nesses casos fica em frangalhos. A
indignação fica para a parte de que grande parte dessa tragédia poderia ter sido evitada
com políticas públicas adequadas.
Os benefícios da atividade do psicólogo para a comunidade são grandes. A saúde
mental necessita de muito auxílio e são os psicólogos os capacitados a auxiliar as
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pessoas que sofreram grandes baques.


Citando os slides da Psicóloga Ana, o que podemos fazer?
“1) Necessidade de Plano Estratégico Climático: PL 4.129/2021, aprovado pela
Comissão de Constituição e Justiça no dia 15/05/2024: Projeto de lei que cria normas
para elaboração de planos de adaptação à mudança do clima, elaborando estratégias
de desenvolvimento local nos níveis estadual, regional e nacional. As ações de
adaptação devem estar ligadas aos Planos de redução de emissão de gases de efeito
estufa, e alinhadas às estratégias assinadas em 2015 no Acordo de Paris (Convenção
das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima)
2) Atuação em Equipes de Treinamento: Prevenção: treinamento de equipes; cadastro
de sistemas de alarmes locais, regionais e nacionais. Demanda Investimento do Setor
Público e Participação do Setor Privado.”

REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, Ricardo. A heurística do medo, muito além da precaução. 2016.


Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/jRpfLjkCWY4dYLPGcXxGHrc/?lang=pt.
Acesso em: 09 jun. 2024.

BRAGA, Ana Paula de Araújo, et al. Produção científica sobre psicologia dos desastres:
Uma revisão da literatura nacional. 2018. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1413-294X2018000200009&script=sci_arttext.
Acesso em: 09 jun. 2024.

PEREIRA, Fernanda Martins; NETO, André Pereira. O psicólogo no Brasil: notas sobre
seu processo de profissionalização. Psicologia em Estudo, Maringá, v.8, n2, p. 19-27,
2003.

SBARDELLOTO, Gabriela; SCHAEFER, Luiziana Souto; JUSTO, Alice Reuwsaat;


KRISTENSEN, Christian Haag. “Transtorno de estresse pós-traumático: evolução dos
critérios diagnósticos e prevalência”. in
https://doi.org/10.1590/S1413-82712011000100008. Acesso em: 09 jun. 2024.

DANNA, F.M.; MATOS, M.A. Aprendendo a observar. 2.ed. São Paulo: Edicon, 2011.

ANEXOS (imagens e registro de carga horária) /Obrigatório


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REGISTRO DE CARGA HORÁRIA PROJETO INTEGRADOR

Acadêmico(s):

● Alexandre Kozerski Rigo


● Barbara Francis Fiedler Scatolin Filippini
● Giovana Santos da Silva
● Jeruza Casagrande Mezacasa
● Luana Oliveira dos Santos

Professor responsável: Domingos Palma

Semestre: 1°

Assinatura do professor responsável Assinatura da coordenação

Assinatura do(s) aluno(s):

DATA: 11/06/2024

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