Aula Dos Pré - Identidade Humana
Aula Dos Pré - Identidade Humana
Aula Dos Pré - Identidade Humana
Introdução:
Introdução:
Aula 1 - O consolador
Aula 2 - O Espírito da Vida
Aula 3 - O Espírito da promessa
Aula 4 - O intercessor
Aula 5 - Espírito da profecia
Aula 6 - Ele é Alguém
Aula 7 - Ele mora em mim
Aula 8 - Ele ora
Aula 9 - Ele fala
Aula 10 - O Conselheiro
AULA 1 - EU SOU UMA CRIATURA
A grande pergunta para cada um de nós: Quem sou eu? Essa é a proposta que
vamos trabalhar agora, nesse segundo módulo sobre a nossa identidade.
A Bíblia declara que somos seres criados por Deus. Somos seres exclusivamente
dependentes de Deus. Salmos 145.15,16 nos diz: “Em ti esperam os olhos de todos,
e tu, a seu tempo, lhes dás o alimento. Abres a mão e satisfazes os desejos de
todos os viventes.” Animais e seres humanos dependem da provisão de Deus.
Isso indica então que antes de tudo nós somos uma criatura, ou seja, seres
dependentes. Por isso que compartilhamos de limitações que são únicas das
criaturas, exemplos:
Quando dizemos que o ser humano é uma coisa criada, estamos colocando o ser
humano lado a lado com todas as outras coisas criadas. Nesse sentido, o ser
humano e todo o restante da criação compartilham de uma necessidades e não são
autossuficientes.
Porém, como vimos antes, o ser humano foi criado à imagem e semelhança de
Deus de um modo que nenhum outro animal foi. Isso torna o ser humano uma
criatura diferente no seguinte sentido:
1. Ele tem uma consciência moral que as outras criaturas não tem.
Assim, o ser humano é uma criatura, mas não exatamente igual a formiga e ao
cavalo.
Depois do pecado o ser humano perdeu todo o equilíbrio e a noção clara de quem
ele é. E por isso há uma série de deturpações sobre a visão que temos de nós, ora
exagerando a diferença entre o ser humano e as criaturas, ora menosprezando
essas diferenças.
“Que obra-prima, o homem! Quão nobre pela razão! Quão infinito pelas faculdades!
Como é significativo e admirável na forma e nos movimentos! Nos atos quão
semelhante aos anjos! Na apreensão, como se aproxima aos deuses, adorno do
mundo, modelo das criaturas!
Essa é uma visão do ser humano que ignora as limitações que lhe são próprias por
ser uma criatura. Por outro lado, veja essa ideia de Schopenhauer, um filósofo
alemão:
Essa ideia - que está presente em filmes como “O livro de Eli”, “O experimento de
aprisionamento de Stanford” entende o homem como apenas mais uma criatura da
natureza, sem distinção.
Uma visão equilibrada e bíblica permite que o ser humano tenha consciência tanto
do seu valor quanto da sua limitação.
Perguntas para Reflexão:
4| De acordo com o estudo de hoje, como você entende aquelas pessoas que
declaram: “Venci na vida com meus próprios esforços”, ou “Nunca precisei de
ninguém, me fiz sozinho na vida”.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES:
Texto base: Antes da fundação do mundo, Deus nos escolheu, nele, para sermos
santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para ele, para
sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o propósito
de sua vontade”. Efésios 1.4-5 (NAA)
TEXTO DA AULA
Estar em Cristo é a identidade mais básica do cristão, de tal modo que todas as
demais respostas à pergunta “Quem sou eu?” baseiam-se a partir dessa identidade.
Vamos neste estudo aprofundar nosso conceito de identidade em Cristo, falando
sobre justificação. Como posso explicar o conceito justificação e como alguém pode
ser justificado? Ser justificado significa que alguém foi declarado “justo” de acordo
com a devida lei. Paulo define o termo como alguém que foi declarado justo por
Deus “sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim
mediante a fé em Cristo Jesus...” Gl. 2.15. Podemos aprofundar o tema justificação
nos capítulos 3 e 4 de Romanos onde esse termo reflete a maneira como Deus nos
aceita, e como somos tratados por ele. A grande pergunta quando meditamos sobre
a justificação é: Como Deus pode declarar pecadores, que merecem a condenação,
em justos? Em primeiro lugar, precisamos entender que não somos justificados,
aceitos por Deus, devido a nossa própria obediência. Outra questão: Por que não
podemos ser justificados nem considerado justos por Deus pela obediência à sua
lei? Resposta: “Pois todos os que são das obras da lei estão debaixo de maldição,
porque está escrito: “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas
escritas no Livro da Lei, para praticá-las” (Gl. 3.10). Paulo estabelece aqui neste
texto um padrão absoluto: podemos esperar ser justificados pelas obras da lei
através da perfeita obediência a todas as exigências da lei de Deus. Chegamos aqui
em um ponto crucial, somente Cristo, de maneira substitutiva, pode satisfazer
plenamente a exigência de perfeição que nós seres humanos nunca alcançaríamos.
Basicamente, temos dois caminhos, se quisermos ser considerados justos: Primeiro,
podemos confiar em nossa própria justiça; segundo, podemos exercitar a fé em
Cristo. Quando Paulo nos mostra a respeito das “obras da lei”, ele garante que o
resultado desta opção é que seremos amaldiçoados por Deus, pois é claramente
impossível cumprirmos as exigências de Deus. Podemos considerar a segunda
opção, onde somos justificados por Deus, este é o caminho bíblico indicado por
Paulo em 2ªCo. 5.21 “Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por
nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. Em resumo, ser justificado
significa: nossos pecados são perdoados porque são imputados a Cristo; a perfeita
justiça de Cristo nos foi totalmente creditada. Podemos pensar da seguinte forma a
justificação: “como se eu sempre tivesse obedecido a Deus”. Esse é o modo pelo
qual Deus o vê vestido com a perfeita justiça de Cristo.
Para darmos início a este assunto, duas definições são importantes aqui:
A justificação assegura nosso relacionamento legal com Deus na função de juiz.
Na justificação, Deus declara que somos justos em Cristo. A adoção assegura
nosso relacionamento familiar com Deus. Por meio da adoção, Deus nos faz seus
filhos.
A adoção espiritual é, essencialmente, o que Deus fez por nós. Ele nos perdoou,
esquecendo-se dos nossos pecados. Ele nos vestiu da perfeita justiça de seu Filho
e nos adotou em sua família. Geralmente se faz distinção entre justificação e
adoção, mas jamais devemos separá-las. Elas sempre estão juntas nas ações de
Deus em relação a nós. A adoção não pode ocorrer sem a justificação, e a
justificação sempre resulta em adoção.
Uma história pode ilustrar nosso tema: imagine um assassino em série que está
preso e sentado no corredor da morte. Ele está condenado, culpado de todas as
acusações pelos quais foi julgado. Em determinado dia o guarda chega à sua cela e
anuncia que ele foi perdoado, está livre. O guarda diz que a ele que, não foi apenas
perdoado, mas também adotado pelo governador que lhe perdoou. Dali em diante
aquele que merecia a morte, agora irá morar na casa do governador, terá o seu
nome e será seu herdeiro!
A adoção eleva o nosso relacionamento com Deus a um nível superior. Olhando
para nossa ilustração, o governador pode perdoar o assassino com apenas alguns
movimentos de sua caneta. Não é necessário um envolvimento pessoal com o
criminoso. Mas para adotar um assassino ele tem que se envolver pessoalmente, se
tornar responsável por seu bem estar e comportamento. É interessante acrescentar
nessa ilustração que uma autoridade pode até perdoar com apenas alguns
movimentos de caneta, sem muito custo. Deus nos perdoa a um custo infinito para
si mesmo, ao enviar seu único Filho para viver e morrer em nosso lugar.
João Calvino deixa essa ideia registrada com clareza da seguinte forma:
Esta é a permuta que, em sua bondade infinita, ele quis fazer
conosco: recebeu nossa pobreza, e nos transferiu suas riquezas;
levou sobre si a nossa fraqueza, e nos fortaleceu com o seu poder;
assumiu a nossa mortalidade, e fez nossa a sua imortalidade;
desceu à terra, e abriu o caminho para o céu; fez-se Filho do
homem, e nos fez filhos de Deus.
Segundo, sermos adotados por Deus nos faz incluir as pessoas nessa família
Se eu sou adotado por Deus, não posso ser uma pessoa que cria divisões. Deus
teve um espírito acolhedor comigo, então eu também preciso ser uma pessoa
igualmente acolhedora.
Para aproximar os alunos do texto bíblico, sugerimos que você faça um exercício
com eles de aproximação da leitura bíblica. Sugere-se que seja um exercício de
leitura individual e que depois seja compartilhado entre os alunos as considerações
feitas por eles. Você pode usar apenas um ou os dois textos.
Porque vocês não receberam um espírito de escravidão, para viverem outra vez
atemorizados, mas receberam o Espírito de adoção, por meio do qual clamamos:
"Aba, Pai." O próprio Espírito confirma ao nosso espírito que somos filhos de Deus.
E, se somos filhos, somos também herdeiros; herdeiros de Deus e coerdeiros com
Cristo, se com ele sofremos, para que também com ele sejamos glorificados.
1. Faça uma pergunta sobre algo que você não entendeu no texto de Paulo.
2. Destaque qual palavra/expressão mais chama sua atenção nesse texto.
Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei, 5 para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que
recebêssemos a adoção de filhos. 6 E, porque vocês são filhos, Deus enviou o
Espírito de seu Filho ao nosso coração, e esse Espírito clama: "Aba, Pai!" 7 Assim,
você já não é mais escravo, porém filho; e, sendo filho, também é herdeiro por
Deus.
1. Faça uma pergunta sobre algo que você não entendeu no texto de Paulo.
2| Como filhos de Deus e salvos em Cristo Jesus somos adotados em sua família de
fé, a igreja. Como tem sido sua participação nessa nova família? Você se considera
um “parente chegado” ou um “parente distante” de seus irmãos?
4| Comente com suas palavras o que você entende por justificação e adoção?
AULA 3 - SOU UMA NOVA CRIAÇÃO
Texto base: “Eu lhes darei um coração novo e porei dentro de vocês um espírito
novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei
dentro de vocês o meu Espírito e farei com que andem nos meus estatutos,
guardem e observem os meus juízos”. Ezequiel 36.26,27 (NAA)
Texto da aula
Texto bíblico base: Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda
iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à
prática de boas obras”. Tito 2.14 (NAA)
Texto da aula:
Vamos começar o nosso estudo hoje analisando a declaração de Paulo em Rm 1.1
“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o
evangelho de Deus...”. A palavra utilizada neste texto, e traduzida por servo,
significa literalmente escravo. Na sua opinião, o que Paulo quis dizer com sua
autodescrição? Hoje vamos meditar sobre o serviço cristão. Analisando a vida de
Paulo, é muito fácil imaginar o apóstolo servindo ao Senhor em suas viagens
missionárias e implantando igrejas em vários lugares. Mas e quanto à maioria de
nós, que nunca esteve a serviço direto do evangelho de maneira integral e tão
intensa? Por exemplo, será que um encanador cristão, no desempenho de sua
profissão, pode dizer “Sou servo de Cristo?” Ou um programador de computador,
um contador ou um chefe de cozinha? Paulo dá a resposta a todas essas perguntas
quando dirige aos servos (escravos) em Colossenses 3.22-24. Três referências
merecem destaque no texto: Os servos devem trabalhar com sinceridade, “temendo
ao Senhor”. Devem trabalhar de coração, “como se fizessem ao Senhor”. E por
último “É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo”. Esse é o parâmetro que
qualquer carreira vocacional deve ser vivida. Qualquer um que busque um chamado
de Deus pode e deve ver a si mesmo, em cada aspecto, como servo de Jesus
Cristo, como foi o apóstolo Paulo. Devemos ver nossas profissões como meio de
servir a Deus e proclamar o evangelho. Não podemos cair no erro de achar que só
aqueles que servem a Deus de forma integral é que são os verdadeiros chamados
do Senhor. O objetivo deste estudo é ajudar pessoas a responder à pergunta “Quem
sou eu?” Ajudar-nos a perceber que nossa verdadeira identidade deve ser
encontrada apenas em Cristo, em todos os relacionamentos que temos com ele.
Assim como todo cristão é santo, também todo cristão é, como Paulo, servo de
Jesus Cristo. Como é servir a Cristo no trabalho secular? Uma simples ilustração
pode nos ajudar: Um homem passou boa parte de sua vida vendendo automóveis. A
partir do momento que foi alcançado pela graça de Deus, ele mudou sua
perspectiva: “Antes de me tornar cristão, eu vendia automóveis. Depois de me
tornar cristão, eu ajudava as pessoas a comprar automóveis.” O que mudou de fato
nesse coração? Antes ele não estava preocupado com os desejos e as
necessidades do possível comprador, mas com a comissão que receberia se
vendesse o automóvel. Estava pensando simplesmente no seu lucro. Mas após se
tornar cristão, seu principal interesse era auxiliar seu cliente a encontrar o
automóvel que melhor atendesse às suas necessidades e que estivesse dentro de
seu orçamento. Sua motivação deixou de servir a si mesmo e se tornou servir o
cliente. Ele aprendeu a servir a Cristo, servindo às pessoas. Servimos a Cristo ao
servir as pessoas. Podemos servir empregados, clientes, pacientes ou até mesmo
companheiros de trabalho. Quais oportunidades estão diante de nós? A declaração
“Sou servo de Cristo” deve fazer parte de nossa nova identidade em Deus.
Para aproximar os alunos do texto bíblico, sugerimos que você faça um exercício
com eles de aproximação da leitura bíblica. Sugere-se que seja um exercício de
leitura individual e que depois seja compartilhado entre os alunos as considerações
feitas por eles. Você pode usar apenas um ou os dois textos.
Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa
para que, renegadas a impiedade e às paixões mundanas, vivamos neste mundo de
forma sensata, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e a manifestação
da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo. Ele deu a si mesmo por
nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo
exclusivamente seu, dedicado à prática de boas obras. Ensine estas coisas.
Também exorte e repreenda com toda a autoridade. Que ninguém despreze você.
1. Faça uma pergunta sobre algo que você não entendeu no texto de Paulo.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES:
Estação 1: Identidade como Servo de Cristo
Objetivo: Compreender o significado de ser um servo de Cristo em nossa vida
cotidiana.
Atividade:
Debate em Grupo: Divida os adolescentes em pequenos grupos para discutir o que
significa ser um servo de Cristo em diferentes contextos, como escola, família, ou
atividades diárias. Peça aos grupos que compartilhem exemplos práticos de como
podem expressar serviço a Cristo em suas vidas.
Texto-base da aula:
O Senhor fez tudo para seu devido propósito.
Provérbios 16.4 (parte A).
Texto da aula:
Na teologia sobre a natureza humana existem dois termos que são muito
importantes para o nosso estudo: direção e estrutura. Essas são duas palavras que
resumem a constituição do ser humano
Quando dizemos estrutura estamos afirmando que Deus criou no ser humano um
conjunto de características que permitem a vida e que também modelam as
possibilidades que temos.
O corpo, por exemplo, é uma estrutura que Deus criou. Ele permite a vida e também
estabelece os limites das possibilidades. Por termos esse corpo (e não asas, por
exemplo) somos limitados a um tipo de locomoção. E além do corpo Deus inseriu
em nós outros aspectos estruturais, por exemplo:
- Racionalidade
- Afetividade
- Sexualidade
- Desejos
- Limites biológicos do corpo (sono, fome, cansaço).
Estas coisas (e muitas outras que não dá tempo de listar) compõe a nossa
estrutura. E junto com a estrutura, Deus também inseriu uma direção. De modo
geral podemos dizer que toda a nossa estrutura foi criada por Deus para ser
direcionada para a vontade Dele. E de modo específico, podemos dizer que cada
uma das nossas estruturas, nas suas capacidades, tem uma direção específica
pensada pelo Criador.
A razão/inteligência por exemplo. Deus nos deu razão/inteligência com o objetivo de
entendermos as coisas e sabermos lidar com a criação de Deus. A razão é a
estrutura e entender o mundo é uma das direções que Deus deu para a razão.
Podemos então resumir que nós, seres humanos, temos uma estrutura que segue
uma direção.
A questão é que tudo se complica a partir da Queda. Com a influência do pecado,
tanto a estrutura quanto a direção foram afetadas. Após a queda, todas as nossas
estruturas foram manchadas de novos limites impostos pelo pecado. O corpo, por
exemplo, fica doente. A memória começa a falhar.
Mas principalmente as direções foram deturpadas pela Queda. Quando o ser
humano se tornou pecador, a maldade começou a direcionar as estruturas para
lugares diferentes do que Deus tinha desejado. Vamos observar isso em alguns
casos:
O que observamos então é que o ser humano após a queda teve sua estrutura, mas
principalmente sua direção, deturpados pelo pecado.
Uma pessoa sente sono durante uma madrugada que está jogando algum jogo.
Esse é o limite natural dela (uma estrutura). Mas então, como ela não quer parar de
jogar, o que ela faz? Se abastece com um energético para aguentar mais algumas
horas de jogo e no outro dia ela fica bastante devagar. Sabe o que aconteceu nessa
situação? O corpo dela (estrutura) estava pedindo por descanso. Mas a pessoa
direcionou tudo para mais trabalho. O problema não é o corpo que se cansa, é a
direção que está errada.
Vamos para mais um exemplo. Uma pessoa que sai por aí “ficando” com todo
mundo. Ela tem uma estrutura (o corpo) e está direcionando isso para alguma
direção (seu prazer pessoal). O problema não está no corpo dela (a boca, por
exemplo), mas na direção que ela está seguindo (seu prazer pessoal sem
compromisso).
Muitas vezes nos deparamos com perguntas sobre certo e errado, por exemplo:
- é certo ou errado ouvir música do mundo?
- é certo ou errado investir na bolsa de valores?
- é certo ou errado ter essa amizade?
- é certo ou errado “rachar” de estudar?
- é certo ou errado ganhar muito dinheiro?
Se a direção for a minha glória pessoal, o meu prazer pessoal e não a glória de
Deus e alegrar o coração de Deus, então está errado, mesmo que parece aos olhos
da pessoa ser uma coisa boa.
Aliás, isso nos permite uma definição muito interessante sobre santidade: ser santo
significa direcionar do jeito que Deus quer as estruturas que Deus nos deu.
Perguntas/atividades de aplicação:
3. Quais são as consequências de seguir uma direção não pensada por Deus?
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
Para essa aula sobre estrutura e direção na vida cristã, podemos criar quatro
atividades práticas que ajudarão os participantes a refletirem e aplicarem os
conceitos abordados. Aqui estão algumas sugestões:
Objetivo: Avaliar a direção dada a diferentes áreas da vida em relação aos padrões
bíblicos.
Descrição: Distribua folhas de papel e peça aos participantes para fazerem uma lista
de várias áreas de suas vidas (como trabalho, estudo, relacionamentos, lazer) e
escreverem ao lado de cada área qual direção percebem estar seguindo. Em
seguida, eles devem refletir se essa direção está alinhada com a vontade de Deus,
conforme ensinado nas Escrituras.
Texto base: Ele deu a si mesmo por nós, a fim de nos remir de toda iniquidade e
purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, dedicado à prática de boas
obras”.
Texto da aula:
Não se assuste com essa informação! Todo o crente é santo. O sentido básico desta
polêmica palavra é separado. Infelizmente existe uma deturpação no sentido original
dessa palavra. Não existe uma elite no cristianismo que podem ser considerados
“santos”, ou uma hierarquia entre os filhos de Deus. Sabendo disto, qual seu
entendimento sobre isso? Santo é uma das palavras mais mal compreendidas do
nosso vocabulário cristão. Houve um equívoco em determinado ponto da história
cristã, onde algumas pessoas passaram a chamar os primeiros apóstolos de santos,
contrariando o significado puro da palavra utilizada no Novo Testamento. Até hoje,
no pensamento de muitas pessoas o termo santo é aplicado para algumas pessoas
que são consideradas excepcionalmente devotadas e santificadas. Um olhar atento
ao Novo Testamento, vemos Paulo utilizando normalmente em suas cartas algo
como “...aos santos e fiéis em Cristo Jesus que estão em Éfeso” (Ef 1.1 veja
também Co 1.2; Fp 1.1; Cl 1.2). Algo muito importante para entender: de fato, a
santidade não é uma aquisição espiritual ou um reconhecimento dessa aquisição.
Em vez disso, é um estado ou condição à qual Deus leva cada crente. Todos os
cristãos são santos. Vamos analisar o que realmente significa ser santo: Precisamos
associar à palavra santo, as palavras santificar e santificação. Com base no texto de
2Co 1.2 “...aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos...”
Assim, santo é aquele que foi santificado. Mas alguém poderia questionar: “Mas a
santificação não é um processo, o processo de se tornar mais santo”. Sim, vamos
entender esse processo. O significado básico do verbo santificar é “separar”. O
santo é alguém que foi separado. Separado para quê? A pergunta correta é:
“Separado para quem?” E a resposta é: “Separados para Deus”. Pedro em sua
primeira carta nos diz: “Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação
santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes
daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9). Assim
entendemos que aquele que foi alcançado pela graça de Deus é alguém que não
pertence a si mesmo, nem é “dono de si mesmo”. O cristão tem um proprietário, que
é Jesus Cristo. Esse é o significado de Cristo ser o seu Senhor. Infelizmente em
nossa cultura, geralmente falamos que podemos escolher dar alguma coisa para
Deus. Posso dar parte do meu tempo ou do meu dinheiro para Deus. Essa visão
está equivocada, biblicamente falando. Revela alguém que é inteiramente dono de
sua própria vida e de seus recursos, e que pode escolher como usar o seu tempo e
posses. A Bíblia tem uma perspectiva completamente diferente: nenhuma dessas
coisas é realmente sua. Se fomos comprados pelo sacrifício de Cristo e o preço foi
seu sangue, já não pertencemos a nós mesmos. É claro que Deus nos deu
liberdade em nossas decisões diárias, a respeito de como utilizar nosso tempo e
dinheiro. Mas devemos ponderar sobre nossas ações se de fato estão agradando
ao nosso “proprietário”, o Senhor Jesus Cristo.
Concluindo, a Bíblia diz: “Portanto, se vocês comem, ou bebem ou fazem qualquer
outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). O que quer que eu faça,
devo fazê-lo para a glória de Deus. Isso inclui todo o viver.
As obras são a evidência e a confirmação de nossa vida com Deus. As obras são
fruto de nossa fé em Jesus Cristo.
Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá:
“Você tem fé, e eu tenho obras.” Mostre-me essa sua fé sem as obras, e eu, com as
obras, lhe mostrarei a minha fé. – Tiago 2.17-18
Os crentes foram escolhidos para as boas obras.
Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de
Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. – Efésios 2.8, 9
Nossas boas obras são fruto da nossa salvação e não a causa.
Esse texto me lembra de Noé construindo, pela fé, a arca. Noé vivia em meio a um
povo incrédulo.
Noé mostrou o tamanho da sua fé quando, em obediência ao Senhor, construiu a
arca para salvar a sua família das chuvas do dilúvio.
Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se
viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa;
pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé. –
Hebreus 11.7
Noé construiu a arca que salvaria sua família e pares de animais que repovoariam a
terra. Ele com suas obras mostrou a sua fé em Deus e em suas promessas.
3| Estamos meditando sobre a pergunta: “Quem sou eu?” Nesta série de estudos
concentramos boa parte deles na responsabilidade de sermos santos. Você
conseguiria listar os privilégios de sermos santos em um mundo onde muitos
desconhecem a Deus?
Sugestão de atividades
Objetivo: Desenvolver estratégias práticas para viver uma vida que glorifica a Deus.
Descrição: Incentive os participantes a criar um plano de ação pessoal com metas
específicas para viver de acordo com o princípio de fazer tudo para a glória de Deus
(1 Coríntios 10.31). Eles podem identificar áreas de suas vidas onde desejam mais
conscientemente viver em santidade e expressar sua fé por meio de obras. Os
participantes devem estabelecer passos práticos e realistas para implementar essas
mudanças em suas vidas diárias.
AULA 7 - APLICAÇÕES DA IDENTIDADE BÍBLICA
Introdução
Ao longo destas seis aulas nós trabalhamos com os principais temas de discussões
da identidade bíblica. E agora, após toda essa exposição, é válido termos na última
aula um espaço para observar as aplicações destas verdades bíblicas na vida
prática. Vamos dividir estas aplicações nas seguintes áreas: aspecto pessoal,
aspecto familiar e aspecto sócio-ambiental.
Somos uma unidade de corpo e alma. E como isso deve afetar o nosso culto
pessoal a Deus?
A partir do que vimos sobre unidade de corpo e alma podemos perceber que em um
aspecto pessoal é impossível fugir desta unidade. Isso significa que não há uma
área da vida que deve ser dedicada a Deus. Só a alma ou só o corpo. Na verdade é
com esta unidade de corpo e alma que servimos a Deus. Isso nos permite ver o
trabalho pessoal e as metas pessoais como espaço para cultuar a Deus e servi-lo.
Assim, um médico cristão faz medicina para a glória de Deus e deve se perguntar:
como posso ser fiel ao meu Jesus no exercício da medicina? O mesmo vale para
todas as outras profissões.
Somos ao mesmo tempo imagem de Deus e queda de Adão. Como isso afeta o
nosso senso de valor?
Essa visão não incorre nem no excesso de valor sobre o ser humano, nem na
destituição de valor no ser humano. Ao longo da história estes dois movimentos
(exagerar ou desprezar) foram defendidos pelas pessoas que não defendem a
antropologia bíblica. Do ponto de vista dos que exageram o valor humano, temos
uma declaração de Shakespeare no contexto do renascimento:
2. Quais das principais utopias vistas na última seção da aula você percebe serem
mais comuns no seu contexto local? Como essa aula pode te ajudar a lidar com
essas utopias de uma perspectiva bíblica?
“Ser descendente de Adão e Eva honra suficientemente grande para que o mendigo mais
miserável possa andar de cabeça erguida, e também vergonha suficientemente grande para
fazer vergar os ombros do maior imperador da Terra.”