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1

APRESENTAÇÃO
Desigualdade e tensões têm caracterizado a sociedade brasileira, exigindo das
instituições públicas o comprometimento com o bem coletivo. As enormes pro-
porções da pobreza tornam necessários projetos coletivos dotados de susten-
tação ética, de cidadania e de espiritualidade.

As incertezas que surgem, quando são avaliadas estratégias para a superação


da desumanidade historicamente estabelecida, são resultantes da percepção
da complexidade dos problemas vividos no contexto com o qual o Instituto Vida
Videira interage.

Essas incertezas merecem tanto mais atenção, quanto mais tomamos consci-
ência das responsabilidades diretas e indiretas associadas às tomadas de po-
sições diante dos problemas com que nos defrontamos.

Sendo assim o Programa Reinício tem como objetivo capacitar cada aluno para
de forma efetiva e colaborativa possa desempenhar o seu papel na sociedade,
através do eixo cidadania. Bem como, disporá de ferramentas que o ajudarão a
desenvolver a sua fé, no eixo espiritualidade.

O Eixo Cidadania irá dispor sobre Identidade e Propósito que o ajudará a res-
gatar os valores de sua identidade, bem como traçar propósitos e sonhos para
sua vida; Inteligência Emocional que irá te ajudar a desenvolver questões ba-
silares para que você possua autoconhecimento e desenvolva habilidade para
ter controle sobre as suas emoções; Cidadania e Voluntariado que te ajudará a
fortalecer os princípios e valores necessários para uma vida em sociedade de
forma colaborativa e ativa; Fortalecendo Vínculos te mostrando a importância
dos relacionamentos na sua vida e como você poderá fortalecê-los; Empre-
endedorismo e Mercado de Trabalho que te ajudará a desenvolver o passo a
passo para ser inserido ou reinserido no mercado de trabalho, ou ainda come-
çar seu próprio negócio; e Finanças dispondo de orientações para uma educa-
ção financeira.

No Eixo espiritualidade, você será levado a uma jornada de conhecimento da


pessoa de Jesus e seus princípios. Toda jornada tem um ponto de partida, e
a jornada com Deus não é diferente. Tudo começa quando ouvimos o mesmo
convite que Mateus ouviu: “Siga-me”. E respondemos com a mesma prontidão
de espírito, indo após Ele.

O convite ao qual você atendeu não é para seguir uma religião, para tornar-se
3
evangélico. O chamado de Jesus é para assumirmos um compromisso pessoal
com Sua Pessoa a fim de vivermos o mais fascinante projeto de vida: sermos
discípulos do Cristo.

Ser discípulo é ser aluno, é aprender a andar nas pegadas do Mestre. No nosso
caso, aprender a andar nos passos de Jesus de Nazaré. Sendo assim, deve-
mos estar abertos a desconstruirmos muitos de nossos conceitos e verdades
próprias, e redesenhar o nosso viver daqui para frente à luz do que vemos em
Jesus.

Ao longo dessa jornada, você será incentivado nos hábitos que o conduzirão
ao crescimento na fé, como a leitura bíblica diária e a oração. Esteja aberto a
mudar paradigmas, a rever conceitos que você tem carregado com você até
hoje, a ser desafiado nas mudanças de hábitos e de pensamentos.

Lembre-se: esse não é apenas um curso sobre INFORMAÇÃO. É, acima de tudo,


uma caminhada de TRANSFORMAÇÃO.
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6 EIXO CIDADANIA

7 IDENTIDADE E PROPÓSITO

13 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

20 CIDADANIA E VOLUNTARIADO

26 FORTALECENDO VÍNCULOS

30 EMPREENDEDORISMO E
MERCADO DE TRABALHO

38 FINANÇAS
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44 EIXO ESPIRITUALIDADE

45 A CRUZ

60 O ESPÍRITO

74 A ORAÇÃO

80 A PALAVRA: INTRODUÇÃO A
BÍBLIA

90 A VIDA E O MINISTÉRIO DE
JESUS

97 NOVO DE NOVO
6

EIXO
7

ENCONTRO

IDENTIDADE
E
PROPÓSITO
8
IDENTIDADE E PROPÓSITO

Quem é você? Você tem uma resposta para essa pergunta? Grande parte das
pessoas tem dificuldade de saber quem são por isso iremos aprender um pouco
sobre identidade e propósito.

Uma das definições mais precisa sobre identidade é “consciência que alguém
tem de si mesmo”. Nesse ponto, identidade é diferente de reputação que cor-
responde ao que os outros pensam de alguém.

Identidade é o que pensamos sobre o indivíduo que está diante de nós quando
olhamos para um espelho.

A razão pela qual precisamos tratar do assunto identidade é devido à forma de


como nos vemos determina como viveremos, e mais, define nossa capacidade
de alcançar nossos propósitos.

Muitos possuem uma compreensão equivocada de suas identidades porque


estão se enxergando a partir de lentes erradas:

• Alguns se veem pela lente do passado e por isso se veem condenados;


• Outros se veem pelas lentes do pecado e se veem acusados;
• Há quem se veja pelas lentes das suas capacidades e se veem osci-
lando entre insegurança (baixa estima exacerbada) e soberba (auto
estima além do que convém).

Somente uma compreensão correta da nossa identidade nos salvará dos ex-
tremos da autocomiseração e do orgulho humanista. É com uma identidade
curada que alcançamos os propósitos de Deus, pois uma identidade firme sig-
nifica uma pessoa confiante em quem é em Cristo e, portanto, segura de que
em Cristo possui todos os recursos necessários para cumprir o chamado de
Deus em sua vida.

1. Revelação e identidade

A Bíblia nos revela que há uma clara associação entre nossa revelação acerca
de Deus e nossa compreensão sobre nossa identidade.

Quando Jesus questiona seus discípulos sobre quem ele era a resposta de
Pedro foi:

“Simão Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Respondeu


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Jesus: “Feliz é você, Simão, filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por
carne ou sangue, mas por meu Pai que está nos céus. E eu lhe digo que você
é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não
poderão vencê-la”. (Mt 16:16-18)

Quando Pedro tem uma revelação acerca de quem Jesus era, recebe, também,
uma revelação acerca de quem ele mesmo era na ótica de Deus. Uma revelação
sobre Deus produziu uma revelação sobre ele.
Vemos o mesmo princípio acontecer com outras pessoas nas Escrituras. Isaías
ao ver o Senhor teve uma nova percepção de si mesmo (Is 6:5); Pedro da mesma
forma (Lc 5:8).

Nossa verdadeira identidade será compreendida e vivida à medida que nos


aprofundamos na revelação de quem Deus é.

A consequência disso será um poder de realização ampliado para cumprir os


propósitos de Deus.

“O povo que conhece o seu Deus é forte e fará proezas”. (Daniel 11:32b)

REVELAÇÃO – IDENTIDADE – PROPÓSITO


2. Vivendo com propósito

“Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim
mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que
o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus.”
(Atos 20:24)

As palavras de Paulo exalam paixão e convicção. Ele era um homem intensa-


mente entregue a obra de Deus.
O propósito de sua vida era muito claro para ele, o apóstolo sabia a corrida que
precisava terminar e, por isso, vemos em sua história um espírito incansável.

Há um poder surpreendente quando vivemos com um senso de propósito. Isto


nos move em tempos difíceis (foco), dá sentido aos nossos sacrifícios (visão) e
nos inspira a ir além do que pensamos ser naturalmente possível (fé).

Mas como podemos viver com propósito?

Primeiro devemos discernir três dimensões de propósitos:


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a. Propósito geral – Aquele para o qual todos os crentes foram chamados, a
carreira da Fé (Hb 12:1-2):
• Pregar o evangelho – Mateus 28:19-20;
• Amar a Deus e servir ao próximo – Mateus 22:34-40;
• Servir sacrifícios de louvor – 1 Pedro 2:5;
• Etc...

b. Propósito específico – Aquele para o qual Deus nos deu graça para coope-
rar com o corpo de Cristo:

• Os cinco ministérios – Efésios 4:11;


• A diversidade de dons e ministérios – 1 Co 12:28-31;
• As diferentes esferas de ação – 1 Pe 4:10-11.

c. Propósito pessoal – Aquele para o qual Deus separa um indivíduo


em específico ou um conjunto de pessoas afim de cumprir certa tarefa:

• Paulo na Macedônia – Atos 16:6-10;


• A orientação de Paulo a Arquipo – Cl 4:17.

Um exemplo de como funcionam esses três níveis de propósito está na forma


como Paulo entendia seu chamado:

“Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo, separado para o
evangelho de Deus.” (Romanos 1:1)

Servo de Jesus Cristo PROPÓSITO GERAL


Chamado para ser apóstolo PROPÓSITO ESPECÍFICO
Separado para o evangelho de Deus e PROPÓSITO PESSOAL
pregar o evangelho aos gentios

Como podemos discernir cada um desses níveis de propósito?

Propósito GERAL Encontramos o propósito comum a


todo crente em Cristo nas Escrituras.
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Propósito ESPECÍFICO Encontramos nosso propósito


específico analisando em quais áreas
frutificamos e em quais áreas temos
uma inclinação (“querer”) no nosso
coração para atuar. Segundo Filipenses
2:13 Deus opera em nós “o querer e o
realizar...” sendo assim Deus inclina
nossa vontade na direção daquilo que
ele quer que realizemos.

Muitas vezes, buscamos discernimento


para o nosso propósito em sinais
externos, quando na verdade. Deus
geralmente nos aponta esse caminho
através de sinais internos. Para onde
seus desejos e vontade apontam? (1
Tm 3:1, 1 Co 14:12 – Deus trabalha com
desejos).
Propósito PESSOAL Para discernimento um propósito pes-
soal que Deus quer que realizemos
precisamos de revelação do Espírito.
Nesse ponto vale lembrar as palavras
do profeta Jeremias:
“Clama a mim, e responder-te-ei, e
anunciar-te-ei coisas grandes e firmes
que não sabes.” (Jeremias 33:3) Deve-
mos buscar em oração resposta sobre
propósitos pessoais. Deus nos dire-
cionará pela sua palavra, pelo seu Es-
pírito, por intervenções sobrenaturais
e até por meio de c i r c u n s -
tâncias quando desejamos fazer sua
vontade.

3. Lutando pelos sonhos de Deus para nós

“O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem
do SENHOR” (Provérbios 16:1)

O ser humano é um ser sonhador. Concebemos planos e projetos em nosso co-


ração e não é raro orarmos pedindo a Deus que abençoe nossos sonhos.
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Estabelecemos, anteriormente, a verdade bíblica que Deus tem propósitos pes-
soais para cada um de nós (Ester 4:14, Jo 18:37). Com isso em mente, quanto
aos nossos sonhos, fica claro que devemos alinhá-los com os propósitos de
Deus. Coloquemos assim: não adianta pedir a Deus que abençoe os nossos
planos se estes não correspondem a propósitos divinos.

Um grande teste para saber se nossos sonhos pessoais são propósitos de Deus
é perceber a motivação por detrás desse sonho. Quando a nossa busca é servir
pessoas através de recursos dado por Deus (Fl 2:4) estamos tendo o mesmo
sentimento que permeou a vida de Jesus e orientou sua caminhada na terra.

Mas quando nossos sonhos são centrados em nós mesmos, focados no tempo-
ral e terreno a Escritura nos adverte a termos cuidado com esses sonhos, pois,
na verdade, todo sonho egoísta (1 Tm 6:9,10; o caso de Simão Atos 8:9- 18) e
que nos enche de nós mesmos procede do diabo que é o pai de toda soberba
(Is 14:12-15, Ex 28:11-18).

PARA FIXAR
• Escreva o que você acha que é o seu chamado geral, específico e
pessoal.
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ENCONTRO

INTELIGÊNCIA
EMOCIONAL
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INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Você já ouviu falar sobre inteligência emocional?

Sem dúvida alguma, uma pessoa para ter certo êxito [na vida, precisa saber o
que é inteligência emocional e aprender como desenvolvê-la. Há uma referên-
cia bíblica que diz o seguinte:

“Meu filho, guarde consigo a sensatez e o equilíbrio, nunca os perca de vista”.


(Provérbios 3:21)

Podemos ver a importância de ter inteligência emocional, que é você ter o equi-
líbrio nas suas emoções e agir com sensatez em relação as emoções do seu
próximo.

Nesse material, vamos te ajudar a desenvolver a sua e colocá-la em prática.

2.1 Afinal, o que é inteligência emocional?

Para entender o conceito, vamos ver um exemplo de inteligência emocional na


prática.

Alguma vez você já ficou irritado com alguém, mas conseguiu controlar a sua
raiva para não piorar a situação?

Se sim, parabéns, você provou ter inteligência emocional. Ou seja, soube respi-
rar fundo e controlar os seus impulsos.
Com a lembrança desse cenário, deu para ter uma ideia do que se trata a inte-
ligência emocional?

A inteligência emocional é um conceito da psicologia usado para designar a


capacidade do ser humano de lidar com as emoções ou de reconhecer suas
emoções e a dos outros aprendendo a lidar com elas de forma adequada.

Para administrar as emoções e conquistar a inteligência emocional é preciso


haver equilíbrio entre as áreas presentes nos dois hemisférios do cérebro: o
esquerdo e o direito. (sim, o nosso cérebro é dividido em duas partes).
O hemisfério cerebral esquerdo comanda as tarefas analíticas e lógicas.Ou seja,
o pensamento linear, a matemática, a linguagem e a escrita. Em outras palavras,
todo o nosso lado racional.

Já o hemisfério cerebral direito é responsável pelas atividades emocionais.Isso


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inclui a capacidade de síntese, de intuição, compreensão da linguagem, música
e gestos, entre outras.
2.2 Por que é importante desenvolver a inteligência emocional?

A inteligência emocional está diretamente ligada ao sucesso pessoal ou profis-


sional, às relações interpessoais (relacionamentos uns com os outros) e à auto-
motivação (capacidade de se manter motivado).

Pessoas que conseguem ter o controle sobre as suas emoções também têm
mais autogestão sobre suas vidas, ter mais domínio próprio.Tudo isso contribui
para alcançar os propósitos estabelecidos, sonhos e objetivos.

Assim, a realização plena é mais fácil e rápida de ser conquistada.A inteligência


emocional também é essencial para se adaptar a muitas situações da vida.

PARA FIXAR
• Em sua opinião, por que é importante ter inteligência emocional?

2.3. Quais são os benefícios da inteligência emocional?

Só de entender a importância de desenvolver a inteligência emocional é possí-


vel perceber alguns de seus benefícios.

Mas, se você ainda tem dúvidas de que vale aprimorar essa habilidade, confira
a lista de vantagens para a sua vida:

Os principais benefícios da inteligência emocional são:

• Melhora da relação com as pessoas;


• Equilíbrio emocional diante de situações de estresse e desafiadoras;
• Mais poder de decisão;
• Diminuição da ansiedade;
• Definição de metas mais inteligentes;
• Foco e determinação no cumprimento dos objetivos;
• Crescimento da produtividade;
• Melhor gerenciamento do tempo;
• Mais responsabilidade e comprometimento;
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2.4. Quais são os pilares da inteligência emocional?

Daniel Goleman, em seu livro, defende que a inteligência emocional só é alcan-


çada quando o indivíduo consegue equilibrar o lado racional e emocional.

Ou seja, os dois hemisférios cerebrais. A partir dos seus estudos, o psicólogo


elencou cinco pilares para conseguir esse feito. São eles:

1. Conhecer suas emoções

O passo número um é conhecer a si mesmo, identificando as suas próprias


emoções e sentimentos.
Para tanto, procure se lembrar de situações passadas e da forma que você
reagiu em cada uma delas.Isso vai ajudar a reconhecer os gatilhos, o que faz
você sentir algo que disparam padrões de comportamento.

2. Controlar suas emoções

Conseguiu observar as suas emoções? Então, a próxima etapa é aprender a


controlá-las.

Aqui, o processo fica um pouco mais difícil, mas lembre-se de que você não
está partindo do zero. Portanto, sempre que as emoções vierem à tona, recor-
de-se da importância do autocontrole, do seu percurso e tente manter a calma.
Se for necessário, mantenha um bom fluxo de respiração e conte até 10.

3. Desenvolver a automotivação

O terceiro pilar consiste na habilidade da automotivação. Ou seja, de conse-


guir manter a motivação mesmo diante das adversidades e daquela vontade de
deixar tudo para depois.

Encarar os tropeços de forma positiva, como uma lição aprendida, é uma boa
estratégia para evitar que os impulsos tomem à frente.

A motivação ajuda a recuperar a força mais rápido para continuar firme em


busca dos propósitos.Assim, você consegue alcançar seus resultados muito
mais rápido.

4. Desenvolver a empatia

O quarto pilar da inteligência emocional é a empatia, que pode ser definida


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como a habilidade de se colocar no lugar do outro.

É preciso abrir a mente para o fato de que não somos donos da razão e os sen-
timentos alheios também precisam ser considerados.

Quando nos tornamos pessoas empáticas, automaticamente passamos a ser


mais compreensivas. Com isso, nossas emoções ficam em segundo plano.

5. Desenvolver o relacionamento interpessoal

O último pilar de Goleman diz respeito às interações humanas e tudo o que elas
representam.

Os indivíduos precisam uns dos outros e devem aprender a conviver em harmo-


nia. Desenvolver as habilidades sociais faz toda a diferença quando o assunto é
conquistar a inteligência emocional.

PARA FIXAR
• Quais dos 5 pilares da inteligência emocional você possui mais dificul-
dade para desenvolver?

2.5. Como desenvolver minha inteligência emocional?

É claro que os pilares de Goleman constituem os caminhos a serem seguidos


até a conquista da inteligência emocional, mas, para facilitar ainda mais a sua
trajetória até esse destino, vale adotar algumas dicas práticas.

5. práticas para desenvolver a sua IE

Comece hoje mesmo a empregar os seguintes hábitos:

1. Saia do piloto automático, desacelere e preste atenção nas suas


emoções.
2. Descubra maneiras de diminuir os sentimentos negativos acumula-
dos.
3. Expresse as suas emoções para pessoas confiáveis ou profissionais
especializados.
4. Volte o olhar para dentro de si e observe as suas reações e relações
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com os outros.
5. Aprenda a confiar em si mesmo e seja paciente durante esse pro-
cesso de desenvolvimento da inteligência emocional.

2.6. Autoconhecimento e inteligência emocional: entenda a relação


dos dois

Não existe inteligência emocional sem autoconhecimento. Afinal, como você vai
aprender a administrar as suas emoções se você não as conhece e não conhe-
ce o seu jeito de lidar com os sentimentos?

Impossível, não é mesmo? Por isso, antes de tudo, é preciso mergulhar nesse
processo de autorreflexão, a fim de descobrir todo o necessário sobre si mesmo
para buscar melhorias.

E é importante lembrar ainda que o autoconhecimento é algo contínuo, ou seja,


que deve ser praticado sempre.

PARA FIXAR
• Faça uma agenda das emoções, ela consiste em no final do dia você
fazer uma autoavaliação dos seus sentimentos, identificando os ga-
tilhos que te fizeram sentir triste, com raiva, feliz, te ajudando nesse
processo de autoconhecimento.

2. 7. A inteligência emocional no trabalho

A Inteligência emocional é uma habilidade indispensável em qualquer âmbito


da vida. Nas questões pessoais, por exemplo, ela é essencial para preservar e
fortalecer relacionamentos.

Mas e no trabalho? Qual é o peso dela? Se pararmos para pensar, de certo


modo, é ainda maior.

Um amigo pode até compreender e perdoar um episódio de descontrole, mas


e um empregador, como trataria o acontecimento? Dependendo do caso, a de-
missão é aplicável, não é verdade?

A inteligência emocional é uma competência primordial para os profissionais, e


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não só por essa razão que citamos. Funcionários mais equilibrados tendem a
tomar melhores decisões, que podem trazer resultados mais produtivos para a
empresa. E, consequentemente, sentem-se mais felizes no ambiente de traba-
lho.

Até por isso é que a inteligência emocional está entre as habilidades mais pro-
curadas pelo mercado de trabalho. A grande maioria das pessoas não é dispen-
sada por conta da falta de conhecimento técnico, mas pela falta de habilidade
de se relacionar bem com as pessoas.

Outras habilidades sociais que podem ser melhoradas e/ou desenvol-


vidas a partir da inteligência emocional.

• Assertividade;
• Comunicação;
• Relacionamento Interpessoal;
• Espírito de equipe;
• Colaboração;
• Gestão do tempo;
• Liderança;
• Persuasão;
• Resiliência;
• Criatividade;
• Pensamento crítico;
• Visão estratégica;
• Positividade;
• Resolução de problemas;
• Empatia;
• Inteligência emocional;
• Proatividade;
• Adaptabilidade.

2.8. Conclusão

Viu só o que é inteligência emocional e a influência dela na vida pessoal e pro-


fissional? Colocando em prática, dia a dia os direcionamentos dados nesse ma-
terial, certamente você se tornará uma pessoa ainda melhor para si e para os
outros que convivem com você.
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ENCONTRO

CIDADANIA
E
VOLUNTARIADO
21
CIDADANIA E VOLUNTÁRIADO

Viver em sociedade é viver o coletivo, é entender que faço parte de um povo


onde devo exercer meus deveres, usufruir dos meus direitos e respeitar o direi-
to das outras pessoas.

“Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, sejam obe-


dientes, estejam sempre prontos a fazer tudo o que é bom, não caluniem a nin-
guém, sejam pacíficos e amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para
com todos os homens.” Tito 3:1,2

A Bíblia nos traz princípios que nos ensina a exercer a nossa cidadania de ma-
neira honrosa perante os homens. Portanto, vejamos como ser cidadão e como
construir uma cultura de voluntariado.

1. O que é cidadania?

A palavra cidadania origina-se do latim civitas, que significa cidade. Origi-


nalmente essa palavra era usada para indicar que a pessoa tinha nascido
em determinado lugar e também a sua situação política, ou seja, os direi-
tos e deveres dessa pessoa em uma sociedade.

Ser cidadão é possui direitos e deveres dentro de um sociedade. O Estado


é representado pelos cidadãos, sendo assim, cada cidadão deve zelar
pelo bem público e participar de maneira ativa dentro da sociedade.

Cada cidadão deve buscar viver de forma harmoniosa em sociedade,


cumprindo e respeitando os direitos impostos para que se possa viver
em comunidade.

A cidadania pode ser exercida através do voto, onde cada cidadão esco-
lherá alguém que represente os seus ideais. Bem como pode exercê- la
buscando seus direitos e respeitando os direitos de cada pessoa.

2. A cultura do voluntariado

Uma cultura é definida através dos valores, princípios e crenças que você va-
loriza e não abre mão. É a forma como transmitimos a nossa visão de forma
prática e é aquilo que atrai ou afasta as pessoas completamente, sendo assim,
é a forma em que pensamos e fazemos as coisas.

Para criar uma cultura é necessário investir tempo, ensinar com eficácia, ter
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constância e disciplina e muita intencionalidade, sendo assim, é saber porque
se faz o que se faz.

Vamos fazer um exercício que irá ajudá-lo a definir uma cultura:

1. Descreva o que você pensa sobre quem você é.

2. Descreva o que você pensa sobre o seu próximo.

3. Descreva o que você pensa sobre a sua família.

4. Descreva o que você pensa sobre o seu futuro.

Isso determinará a sua visão para sua vida e quanto mais você visualizar e pra-
ticar isso, se tornará uma cultura.

• VOLUNTARIADO
O voluntariado deve ser encarado como um estilo de vida e não uma obrigação.
É o meio pelo qual outras pessoas e se beneficiarão através do seu serviço. É
a forma que você pode demonstrar o quanto você se importa, pois não neces-
sariamente receberá algo em troca, mas terá a oportunidade de responder a
necessidade de outras pessoas.

“Servir é ser um instrumento de graça para suprir as necessidades das pesso-


as, sejam elas emocionais, físicas ou materiais. Costumo dizer que servir não
é uma questão de ter para fazer, e sim uma atitude daquilo que somos. Muitas
vezes se espera ter para então fazer. No entanto, quando servimos, sempre
temos o que dar. É impressionante como jamais faltam recursos para quem age
por compaixão. Na verdade, são essas pessoas que Deus procura para dar aos
necessitados por intermédio delas.” Costa Neto

O seu serviço voluntário deve ser fruto do seu amor, pois quando você reali-
za com amor o seu serviço não se tornará pesado. Há uma passagem bíblica
que diz o seguinte: “Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue
o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá [...]
Assim, permanecem agora três: a fé, a esperança e amor. O maior deles porém,
é o amor.” (1 Coríntios 13:1,13).

Quando nosso voluntariado é movido por amor, fazemos o que nos é proposto
com excelência. Fazer mais do que bem feito, dando o melhor. E isso é uma
questão de decisão.
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O voluntariado te dará a oportunidade em crescer e desenvolver em várias áreas
da sua vida. Vejamos algumas delas:

1. Liderança

Todo voluntário pode desenvolver um espírito de liderança. Liderar é inspirar


outros extraindo ao máximo de cada um para cumprir a sua missão de vida.

Você poderá desenvolver essa habilidade dentro do voluntariado, pois dentro


da atividade que você irá executar você notará a necessidade em formar uma
equipe.

2. Disciplina

Você precisará ter disciplina para começar e terminar a tarefa ao qual foi de-
signado, bem como estar no horário, seguir o processo, ter meta clara, estar
focado, todas são características de ter excelência e coração no que faz.

Outra forma de enxergar a disciplina, é que nem sempre você vai poder fazer
somente aquilo que gosta, mas também será desafiado a encarar trabalhos que
exigirão esforço físico e emocional e você se comprometerá independente do
que irá lhe custar.

3. Criatividade

O serviço voluntário na maioria das vezes dispõe de poucos recursos, então a


criatividade será algo indispensável. Podemos definir criatividade como a capa-
cidade de fazer algo que todo mundo gostaria de fazer, mas não faz.

Pessoas criativas são informadas, conectadas, sabem a diferença de copiar e


de se inspirar em outros trabalhos. São profundas sem ser complicadas, fazem
com excelência sem a necessidade de luxo, são simples sem perderem a beleza
da leveza e não se importam com a crítica, pois sabem bem quem são. A criati-
vidade nasce, quando não há medo de errar.

4. Estratégias

O trabalho voluntário deve ser desenvolvido com metas, clareza e estratégias


bem definidas de onde querem chegar. Desenvolver treinamentos e habilidades
para sustentar o trabalho ao qual se propôs.
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5. Altruísmo e empatia

No trabalho voluntário você terá a oportunidade de conhecer pessoas e his-


tórias que irá requerer de empatia, ou seja, a habilidade de você se colocar
no lugar da pessoa, e só com isso você irá conseguir prestar o seu serviço de
forma excelente.

6. Espírito de equipe

No trabalho voluntário você terá a oportunidade de trabalhar em equipe, de


perceber que não dará conta de fazer tudo sozinho e que toda ajuda é bem
vinda, poderá ensinar as pessoas com as suas habilidades e também aprender
novas habilidades com elas.

7. Autorresponsabilidade

O verdadeiro voluntariado não é um peso, mas é aquele que assume o compro-


misso pelos seus erros e acertos.

8. Capacidade

Em um trabalho voluntário você terá a oportunidade de ser capacitado. Cer-


tamente você chegará sabendo pouca coisa e sairá totalmente capacidade e
desenvolvido em diversas áreas da sua vida.

PARA FIXAR
• Quais dessas áreas você gostaria de desenvolver mais quando se
dedicar a um serviço voluntário

CONCLUSÃO
É muito importante entendermos que cada um de nós temos um papel valioso
dentro da sociedade, podendo de alguma forma, através de um serviço volun-
tariado, mudar a vida das pessoas.

Quando mudamos a nossa perspectiva, de que devemos ser responsáveis por


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cada uma de nossas ações e que podemos nos posicionar para mudar o nosso
futuro através das escolhas que faremos no presente, poderemos ver uma es-
perança para viver aquilo que hoje está apenas na visão de nossas vidas.

PARA APROFUNDAR
Amar e Servir – A cultura do Voluntariado. Costa Neto(Livro)
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ENCONTRO

FORTALECENDO
VÍNCULOS
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FORTALECENDO VÍNCULOS

Os vínculos que você criou e desenvolveu durante a sua vida desempenham


um papel de extrema importância em sua vida. Devido aos percalços da vida
esses vínculos podem ter se enfraquecido e agora você terá a missão de buscar
fortalecê-los.Talvez seja com seus pais, seu cônjuge ou ex-cônjuge, seus filhos,
familiares e amigos.

No entanto, essa tarefa não será fácil, pois talvez você tenha que lidar com
algumas marcas como a solidão, o abandono, a vergonha, mas lembre-se que
para todas as ocasiões sempre há uma possibilidade de recomeço.

“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutu-


amente, assim como Deus os perdoou em Cristo”. Efésios 4:32

Portanto, se há alguma ferida em seu coração, chegou o momento de curá-


-la através do perdão, esteja aberto para receber e para oferecer o perdão.
Lembre- se o perdão não é um sentimento, é uma escolha. Então, não se prenda
a desculpa de esperar sentir em perdoar alguém, mas decida por isso.

PARA FIXAR
• Escreva uma carta para as pessoas que você precisa liberar perdão
ou pedi perdão, sinta-se a vontade para entregar para pessoa ou usar
esse momento só para acolher os seus sentimentos.

Sete Atitudes que te ajudarão a fortalecer seus vínculos familiares e o senti-


mento de pertencimento

1. Seja grato por sua família

Comece cultivando e expressando esse sentimento de gratidão, tendo em mente


que nenhuma família é perfeita, todas possuem desafios. No entanto, fortalecer
esse sentimento de gratidão te ajudará a fortalecer seus vínculos familiares e o
sentimento de pertencer a sua família.
Cultive esse hábito de gratidão tanto com palavras como através de atitudes.

2. Seja intencional quando encontrá-los


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Tenha tempo de qualidade quando encontrar seus familiares, elimine as dis-
trações que podem roubar a sua atenção e esteja presente para ouvir, acolher,
compartilhar e brincar.

Construir um relacionamento com intimidade leva tempo e dedicação, então se


comprometa a fazer isso por eles e por vocês, lembre-se que o tempo perdido
não pode ser recuperado, mas o que você irá construir no presente terá forte
impacto no futuro.

3. Construa memórias

Promova momentos em que você e sua família possam realizar algo juntos.
Vocês podem jogar juntos, fazer um picnic, ir à um parque, assistir um filme, use
sua criatividade nem tudo precisa de grandes recursos para realizado, comece
com o básico, a sua presença já fará toda diferença e você estará construindo
memórias com quem ama.

4. Promova um relacionamento de acolhimento mútuo

Se coloque a disposição em acolher e a ajudar seus familiares nos desafios que


eles estiverem passando, sua presença nesses momentos difíceis fortalecerá o
vínculo entre vocês. Mas também permita-se ser acolhido em seus momentos
difíceis, não se anule e nem tenha vergonha de pedir ajuda.

5. Tenha conversas profundas

Crie um ambiente onde vocês possam compartilhar os seus sentimentos, desa-


fios, conquistas. Abra o seu coração de como você está se sentindo, os apren-
dizados que você adquiriu e permita como eles tenham espaço para fazer o
mesmo.

6. Reconheça os seus erros e peça perdão

A confiança é algo que pode ser reconstruída, desde que haja arrependimento
e transformação. E essas duas coisas exigirão de você humildade para reco-
nhecer os seus erros e pedir perdão.

Reconstruir e fortalecer vínculos que se perderam ou enfraqueceram exigirá de


você compromisso e dedicação. Não espere um resultado rápido de um proces-
so que exigirá tempo, afinal, você não pode controlar os sentimentos das outras
pessoas. Mas pode escolher como será suas ações.
29

PARA FIXAR
• Como você pretende fortalecer seus vínculos familiares?
30

ENCONTRO

EMPREENDEDORISMO
E TRABALHO DE
MERCADO
31
EMPREENDEDORISMO E TRABALHO DE MERCADO

Antes de falar de forma prática sobre empreendedorismo e mercado de traba-


lho, precisamos falar sobre o porquê isso é tão importante. Através do trabalho
você consegue “crescer e contribuir”. Esse é um princípio importante e que vale
a pena ter atenção.

Na Bíblia aprendemos sobre o mandamento de “amar o próximo como a si


mesmo” (Marcos 12:31 NVI). Quando trabalhamos crescemos em responsabili-
dade, em maturidade, em experiências. Assim como crescemos financeiramen-
te. Muitas vezes o trabalho só é visto como forma de ganhar dinheiro, mas e se
formos para além disso, que é essencial, para ver o trabalho como uma forma
de crescer, mas também de contribuir?

Contribuir com o chefe, contribuir com os clientes, contribuir com os colegas,


contribuir com a família, contribuir com uma missão. Uma mudança de olhar nos
faz enxergar um mundo de oportunidades.

Você pode escolher ver o trabalho apenas como algo sacal e obrigatório para
ganhar dinheiro e pagar as contas ou você pode ver o trabalho como forma de
crescer e contribuir.

Quem só ama a si mesmo é como um “parasita” que só age em favor e bene-


fício próprio, muitas vezes as custas dos outros. Resultando em uma vida de
escassez. Mas tem também quem só ama ao próximo, esquecendo de si, es-
quecendo de crescer, com a boa intenção de ajudar os outros, acaba vivendo
uma vida estagnada e limitada em todos os sentidos, incluindo a condição de
poder ser ainda mais generoso com o próximo. Resultando igualmente em uma
vida de escassez. Isso acontece com quem quer contribuir, mas não se dedica
em crescer.

A questão está em viver uma vida onde tanto o crescer (cuidar de si, me-
lhorar seus relacionamentos e resultados, ganhar mais dinheiro etc.) como
o contribuir (ajudar alguém financeiramente, ter um impacto positivo na vida
de alguém, servir quem não pode te retribuir) crescem juntos em harmonia
e intencionalidade.

Ao invés de priorizarmos um em detrimento do outro devemos saber que


ambos, juntos e na mesma intensidade, nos aproximam de uma vida verda-
deiramente abundante.

Quer uma vida plena, cheia de resultados e com um impacto positivo no


32
mundo? Cresça e contribua! O trabalho é uma oportunidade perfeita para
isso. Quanto mais eu cresço, mais eu posso contribuir. Quando mais eu con-
tribuo mais eu cresço.

Agora que você entendeu sobre o valor do trabalho, será disponibilizado para
você algumas ferramentas que o ajudarão nessa caminhada.

5.1 Como elaborar um currículo

O currículo é um documento que registra o que você sabe (conhecimento) ou


faz (habilidade) que pode ajudar naquele trabalho. Nem toda vaga precisa e
nem toda empresa, mas a seguir estar um exemplo inicial.

Currículo
33
Mais importante do que ter um bom currículo é ter uma boa atitude. Ou seja,
querer fazer e dar o seu melhor nas oportunidades que surgirem.

Onde cadastrar seu currículo

Existem vários sites que você pode fazer isso, mas você também pode imprimir
algumas cópias e deixar em algumas empresas. Ou até tentar contato pelas
redes sociais. Hoje em dia muitas empresas utilizam esses meios para divulgar
suas vagas.

Como se portar em uma entrevista

1. Seja pontual;
2. Mostre cuidado através da sua higiene;
3. Seja interessado;
4. Mostre como você poderia ajudar/contribuir ao fazer parte daquela
equipe;
5. Respeite o processo.

Como se portar no ambiente de trabalho

1. Proatividade: Ver e agir, sem que seja preciso pedir;


2. Discrição: Ver, ouvir e saber, mas fazer de conta que não viu, que não ouviu
e que não sabe;
3. Serviço: Ir além do requerido para alcançar o desejável;
4. Autorresponsabilidade: Compartilhar o sucesso da vitória com a equipe e
assumir a responsabilidade pela falha individualmente;
5. Zelo: Cuidar e agir como se fosse meu;
6. Gentileza: Tratar os outros como eles gostariam de ser tratado;
7. Produtividade: Fazer focado no resultado e não na tarefa;
8. Constância: Manter um ritmo sustentável e crescente de excelência;
9. Liderança: Crescer sabendo que isso significa o crescimento das pessoas ao
meu redor. Sucesso é sucessão;

Como ter sucesso no mercado de trabalho:

1. Não pare de aprender: Aprender é crescer. Use todas as oportu-


nidades para continuando aprendendo e crescendo. Na prática, veja
vídeos no YouTube, faça cursos, peça para alguém te ensinar, seja vo-
luntário para aprender.
2. Seja proativo: Não faça apenas o que é pedido e quando for pedido.
34
Faça mais e faça sem que precisem te pedir.
3. Seja de confiança: Cumpra sua palavra. Faça o que é certo. Honre
a Deus. Dê o seu melhor.
4. Faça como se fosse para o Senhor: “Tudo o que fizerem, façam
de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sa-
bendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo,
o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3:23-24 NVI). Dê o
seu melhor.
5. Pense em formas de colaborar com o todo: Em uma equipe você
é parte de algo maior do que você e a sua parte precisar colaborador
com o sucesso do todo. Quem entende isso faz a diferença.
6. Seja esforçado: “O homem esforçado mandará nos outros, mas o
preguiçoso se tornará escravo” (Provérbios 12:24 NTLH).
7. Não dê desculpas: “Quem é bom em dar desculpas, geralmente
não é bom em mais nada (autor desconhecido). Seja responsável pela
sua vida e pelos seus resultados.

1.2 EMPREENDEDORISMO: Transformando uma ideia em um negócio

O mundo está dividido em dois grandes grupos: os que fazem as coisas aconte-
cerem e os que esperam essas coisas acontecerem. Os empreendedores estão
no primeiro grupo. Imagine um negócio ou um país sem eles. Eles são pessoas
ativas e arrojadas, são seres realizadores. Esperar, definitivamente, não é com
eles.

Ser empreendedor não é somente vender algo ou ter uma empresa. Empre-
ender não é fácil, não é apenas uma ação, é um estilo de vida. Vamos ter que
acordar mais cedo, se dedicar um pouco mais, lidar com problemas, adaptar
às mudanças, superar obstáculos, resistir às tentações momentâneas para ser
recompensado a longo prazo.

A jornada empreendedora se torna mais fácil quando fazemos o que gostamos


e o que temos talento para fazer, pois será mais fácil acordar cedo, o foco não
será apenas a recompensa financeira. O seu trabalho é um serviço público para
deixar o mundo melhor. Seu retorno virá na mesma proporção do valor que você
agrega para a sociedade.

Você, como empreendedor, precisa estar o tempo inteiro planejando e monito-


rando sua empresa. Sem isso, você não chegará a lugar nenhum e ainda poderá
perder muito dinheiro.
35
Mobilizar é assegurar que o seu empreendimento contará com recursos finan-
ceiros, humanos e/ou materiais de forma a permitir que o futuro desejado
aconteça. Não sendo possível assegurar esses recursos, o empreendedor não
inicia o negócio.

Todo organismo vivo tende a se deteriorar, ou seja, perde a produtividade e or-


ganização com o passar dos tempos. Cabe ao empreendedor revitalizar e reor-
ganizar os negócios de forma que se tornem perenes e competitivos.

A seguir temos alguns dados porque pequenos negócios são essenciais para a
economia:

1. Movimentam mais de dois bilhões de reais em exportações.


2. Representam 98% das empresas do setor de serviço.
3. Representam 99% das empresas do setor do comércio.
4. Geram 40% dos empregos formais do setor de serviços no país.
5. Geram 70% dos empregos formais do setor de comércio no país.
6. Promovem 90% das vendas online.
7. Constituem-se em relevante instrumento de inclusão econômica e social.
8. Contribuem com 28% do PIB (Produto Interno Bruto).
Fonte: Sebrae/2022.

Mas como colocamos meu serviço/produto a venda? Como transformo uma


ideia em um negócio?

1.2.1 Conhecendo o território

Uma das atividades que muitos não fazem antes de montar um negócio, é co-
nhecer o mercado em que você irá atuar. A palavra mercado é muito utilizada
no ramo dos negócios. Mas, afinal, o que ela significa?

Mercado é o “local” onde ocorrem as relações entre a oferta e a procura de


produtos e serviços, através de vendedores e compradores, de tal forma que
ocorra a transferência de propriedade da mercadoria por meio de operações
de compra e venda. O mercado tende a equilibrar-se por essa lei de oferta e
de procura. Funciona ao agrupar muitos vendedores interessados, e ao facilitar
que os potenciais compradores os encontrem. Ou seja, uma economia que de-
pende sobretudo das interações entre compradores e vendedores.

Mas do que ele é constituído? E como é formado esse mercado?


36
Para uma boa ideia virar um negócio, requer muita pesquisa e pouco, ou quase
nenhum, investimento.

O primeiro passo ao iniciar um novo negócio é pesquisar, colocar no papel tudo


relacionado a sua ideia, ao seu serviço/produto. Quanto mais informações em
mãos, mais você conseguirá focar nas estratégias para colocar sua ideia na rua.

Captar essas informações ajudará você nos seguintes aspectos:

a. Para conhecer o segmento em que você atuará.


b. Para entender o perfil do seu cliente.
c. Para engajar seus primeiros clientes.
d. Para o seu olhar ser criado a partir do ponto de vista do cliente.
e. Para verificar se o problema (ou dor) realmente existe.

Como faço uma pesquisa? A seguir, colocamos algumas perguntas para você
escrever e começar a pensar sobre sua ideia.

1. Qual o seu mercado? Por exemplo, artesanato, restaurante, confeitaria.

2. Defina um público-alvo: para quem você vai vender?

3. Crie um espaço de problemas X espaço de soluções: Problemas — Dores


do seu cliente (Porquê/Como); Soluções — descrições do seu produto ou
serviço na forma como ele é usado.

4. Quem são os possíveis concorrentes?

5. Liste tudo que o seu serviço tem de bom.

6. Quais as oportunidades que podem ser bem aproveitadas para alavancar


as vendas do seu produto/serviço?

7. Quais os problemas internos, os pontos-fracos do meu produto/serviço?

8. Quais os problemas externos, as ameaças que devem ser controlados?

9. Qual o valor meus clientes estão realmente dispostos a pagar pelos meus
produtos ou serviços? Pelo que pagam atualmente? Como preferem fazer o
pagamento?

10. Quais os custos envolvidos para que o produto/serviço possa ser entre-
37
gue aos seus clientes? As vendas são suficientes para cobrir os meus custos?

Colocar sua ideia na rua vai ajudar a você captar essas informações. Por exem-
plo, se você quer ter uma loja de roupas, coloque a mochila nas costas e vá
oferecer algumas roupas a seus amigos mais próximos. Se você quer ter um
restaurante ou uma loja de bolos, prepare algumas marmitas/bolos para os vizi-
nhos ou para a empresa mais próxima. Use as suas mídias sociais para divulgar.
Quanto mais gente você conversar, melhor. Anote tudo em um caderno. Encon-
tre padrões.

1.2.2.Vendas

“Vender não é trocar produtos e serviços por dinheiro. É entregar o intangível


por trás de toda oferta.” Alfredo Soares.

Toda grande empresa começou com a primeira venda. Tudo tem um início, e
esse início é quando o primeiro cliente decide comprar aquilo que você oferece.

A venda ocorre quando você ajuda o seu cliente com o produto ou serviço que
você oferece com um lucro. Você satisfaz a necessidade do seu cliente com
uma boa experiência. Se você apenas satisfizer a necessidade do seu cliente,
você não gera a fidelização, ele não volta a comprar e nem ajuda a divulgar. Por
isso a importância de uma boa experiência.

Além da ação, vender representa encantamento. Sempre vai existir um produto/


serviço mais barato que o seu, ou até um pouco melhor. Por isso que entregar
uma boa experiência ao seu cliente é fundamental. Essa boa experiência signi-
fica um bom atendimento, uma embalagem diferenciada, uma emoção que seu
produto passa ou pode até ser um posicionamento social.

• A importância de planejar as vendas

Planejar as vendas é necessário para determinar a quantidade de produtos ou


serviços que são vendidos. Por meio desse planejamento, é possível obter a
previsão das vendas para a soma de receitas que se espera receber em um
determinado período. Pode ser que você descubra alguns outros objetivos que
não se encaixam no propósito.

O planejamento indica o tamanho do mercado a ser explorado e dá condições


a você para determinar estrutura necessária: o ponto comercial, as máquinas,
os móveis, os equipamentos e o quadro de colaboradores necessário para um
bom funcionamento do negócio e ainda, determina as estimativas financeiras
de custos e de faturamentos. Tudo acaba tendo custos, diretos ou indiretos.
38

ENCONTRO

FINANÇAS
39
COMO ESTABELECER UMA ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA DE FORMA BÁSI-
CA E SIMPLES

Finanças não são somente sobre planilhas e contas, é sobre vida. Quando en-
tendemos essa afirmativa, passamos a enxergar nossa vida como um todo e a
entender que a vida financeira é o resultado das escolhas, decisões diárias que
tomamos.

“O dinheiro ganho com desonestidade diminuirá, mas quem o ajunta aos poucos
terá cada vez mais”. Provérbios 13:11

A nossa vida é formada de histórias, vivências, experiências, boas e ruins e com


isso vamos formando e construindo a nossa forma de tratar com as situações
da vida.

Segue algumas maneiras de estabelecer a organização financeira na prática:

1. Anote suas despesas e receitas

Anote em um caderno, aplicativo ou planilha. Não esqueça dos pequenos va-


lores que são gastos diariamente, eles podem ser grandes vilões no seu orça-
mento.

2. Compre somente o que você precisa

Faça uma lista com os itens que você precisa comprar e compre somente o que
estiver na lista.

3. Compare preços antes de comprar

Pague a vista quando tiver desconforto, só compre com o cartão de crédito so-
mente quando tiver benefícios.

4. Tenha metas

Saiba quais são suas prioridades. Estabeleça metas financeiras para realizar um
desejo, começar um negócio, comprar algum item de desejo, fazer uma viagem.
Saber o que de fato você deseja faz total diferença para as decisões diárias de
como utilizar o seu dinheiro.
40

5. Acompanhe seus resultados

Olhe sua conta e acompanhe se os recursos estão sendo gastos conforme o


planejado.

Refaça a rota se algo estiver saindo do objetivo, redirecionar não é problemas,


o que não pode é parar! E Comemore seus resultados.

6. Gaste menos do que você ganha

Não comprometa toda sua renda com os custos mensais. Aprenda a ganhar
mais e precisar menos. Para isso crie uma reserva com pelo menos 10% do que
você ganha mensalmente.

7. Seja grato(a)

Não reclame do que você ainda não tem, agradeça o que você já tem disponível.
Pratique o exercício da gratidão todos os dias pela manhã. (Exercício: escrever
10 motivos de gratidão).
Aprenda a agradecer pelas dificuldades, porque elas te deixam mais forte e
mais preparado para algo ainda melhor.

8. Conversa sobre dinheiro

Converse com sua família sobre dinheiro, com seus filhos, fale abertamente da
importância de ter/saber gerir recursos e o que ele significa para vocês. Dinhei-
ro não precisa ser um assunto chato, pode e deve ser uma oportunidade de
crescimento.

9. Estabeleça metas de curto, médio e longo prazo

Metas para realizar nos próximos 3/6 meses – Curto prazo. Metas para realizar
daqui a 2 ou 3 anos – Médio prazo. Metas para daqui a 5 ou 8 anos – Longo
prazo.

Escreva suas metas, releia sempre elas, mantenha em um lugar de fácil acesso.
Estabeleça mini metas que vão te ajudar a chegar nas grandes.

10. Aumente sua renda

Encontre opções para aumentar sua renda, aumente o seu valor, com conheci-
41
mento, com treinamento e principalmente apresentando resultados. Crie fontes
de renda extra.

Segue abaixo algumas ferramentas para que você analise sua vida financeira

MODELO DE PLANILHA FINANCEIRA:


Entradas/
mês
Jan
Fev
Mar
Abr
Total de
entradas

Despesas/mês
Custos fixos - - - - - -
Aluguel
Energia
Água
Internet
Escola

Custos
variaveis
Supermercado
Salão de beleza
Roupa
Lazer

Total despesas - - - - - -

Saldo - - - - - -
(receitas-
despesas)
42
RODA FINANCEIRA
Estabeleça uma nota de 0 a 10 para cada área.

RENDA PRINCIPAL
(referente a renda que
você recebe pela atividade
que você faz) RENDA EXTRA
10
(referente a renda de
ESTABELECER atividades extras)
METAS
10 10

SONHOS 10 10 GRATIDÃO

10 10
CONTROLE DO
ACOMPANHAMENTO
CONSUMI
DE RESULTADOS
10

ACOMPANHAMENTO
DE DESPESAS

hoje e para iniciar sua organização.


Estabeleça 3 áreas que serão foco de desenvolvimento pelos próximos 3
meses:
Área 1:

Área 2:

Área 3:
43

DICA DE OURO:
Comece hoje! Os frutos virão ao longo do tempo, é um processo. A mudança
para hábitos positivos que te agregam que trazem benefícios para sua vida
muitas vezes não são fáceis, mas são valiosos, a rotina nas finanças te leva a
consciências em muitas outras áreas da sua vida.
44

EIXO
45

ENCONTRO

A CRUZ:
O GRANDE
RESGATE
46

• SONDANDO O TERRENO
“Se a cruz não for o centro da nossa religião, a nossa religião não é a de
Jesus.” John Stott

• LANÇANDO OS FUNDAMENTOS
1. A condição pecadora do homem e a resposta da cruz

A Bíblia pode ser descrita como um romance que tem como tema central
um Deus de amor em busca do homem pecador.

Para entender esse romance, faz-se necessária uma breve explanação do


que seria “pecado”.

A Bíblia faz distinção entre “o pecado” e “os pecados”. No antigo testa-


mento, aprendemos na Lei de Moisés, com os famosos dez mandamentos e
outras ordenanças, que todo ato humano que transgrida um princípio divino é
pecado (1 Jo 3:4). Nesse sentido, entendendo que as leis de Deus (não matar,
não roubar etc...) refletem o caráter do próprio Deus, podemos definir pecado
como todo comportamento humano que contraria o caráter do criador.

Jesus vai além e traz a questão do pecado para o nível do coração. Segun-
do Jesus, não precisamos matar ou roubar para cometermos um pecado, basta
cobiçarmos em nosso coração ou odiarmos em nossos pensamentos (Marcos
7:21-23). Jesus trouxe o pecado para o nível da interioridade e das motivações.

O apóstolo Paulo aprofunda a concepção de pecado afirmando que pecar


é bem mais do que um problema comportamental ou motivacional. O apóstolo,
escrevendo segundo o Espírito Santo, ensina que o pecado é uma condição na
qual o ser humano se encontra, uma condição escravizadora, uma espécie de
força que nos impede de fazer a vontade de Deus (Romanos 7:15-24).

Assim, o homem comete pecados por que está no pecado, ou seja, porque
se encontra nessa condição escravizadora chamada “pecado”.

O pecado produz três consequências na vida do homem:


47

A separação de Deus É simbolizada pela expulsão do primeiro Adão


do Éden. Devido ao pecado, o homem deixou de
estar em comunhão com Deus para permanecer
em estado de rebeldia em
relação a Deus. (Gn 3:22-24, Rm 3:23).
A corrupção da natureza O pecado mancha a imagem e a semelhança de
humana Deus no homem. De modo que, cada vez mais,
nos parecemos menos com o Criador, em Suas
virtudes e qualidades morais. Além disso, passa-
mos a estar escravos do pecado, de modo que
nossa inclinação natural deixa de ser para o que
é bom e justo e volta-se para o que
é egoísta e vão (Rm 6:16, 7:19-21).

A sujeição ao diabo O pecado do primeiro Adão colocou a humani-


dade sob o domínio de Satanás e dos espíritos
malignos (Efésios 2:1-3), de modo que o mundo
“jaz no maligno” (I Jo 5:19), pois Satanás tornou-
-se o “príncipe deste mundo” (II Co 4:4), o qual
age com ferocidade em seu projeto
de “roubar, matar e destruir” a humanidade (Jo
10:10).

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

1 João 3:4: Toda pessoa que vive costumeira-


mente pecando também vive em rebeldia con-
tra a Lei, pois o pecado é a transgressão da Lei.

Marcos 7:21-23: Pois é de dentro do coração


dos homens que procedem aos maus pensa-
mentos, as imoralidades sexuais, os furtos, os
homicídios, os adultérios, 22 as ambições des-
medidas, as maldades, o engano, a devassidão,
a inveja, a difamação, a arrogância e a insensa-
tez. 23 Ora, todos esses males procedem do in-
terior, contaminam a pessoa humana e a tornam
impura.
48
Romanos 7:15-24: Pois não compreendo meu
próprio modo de agir; porquanto o que quero,
isso não pratico; entretanto, o que detesto, isso
me entrego a fazer. 16 Ora, e se faço o que não
desejo, tenho que admitir que a Lei é boa. 17
Nesse sentido, não sou mais eu quem deter-
mina o meu agir, mas sim o pecado que habita
em mim. 18 Porque sei que na minha pessoa,
isto é, na minha carne, não reside bem algum;
porquanto, o desejar o bem está presente em
meu coração, contudo, não consigo realizá-lo.
19 Pois o que pratico não é o bem que almejo,
mas o mal que não quero realizar, esse eu sigo
praticando. 20 Ora, se faço o que não quero, já
não sou eu quem o realiza, mas o pecado que
reside em mim. 21 Assim, descubro essa Lei em
minha própria carne: quando quero fazer o bem,
o mal está presente em mim. 22 Pois no íntimo
da minha alma tenho prazer na Lei de Deus;
23 contudo, vejo uma outra lei agindo nos mem-
bros do meu corpo, guerreando contra a lei da
minha razão, tornando- me prisioneiro da lei do
pecado que atua em todos os meus membros.
24 Miserável ser humano que sou! Quem me li-
bertará deste corpo de morte?

Gênesis 3:22-24: Então declarou Yahweh Deus:


“Eis que agora o ser humano tornou-se como
um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não de-
vemos permitir que ele também estenda a sua
mão e tome do fruto da árvore da vida e co-
mendo-o possa viver para sempre!” 23 Por isso
o SENHOR expulsou o ser humano do jardim do
Éden e fez que ele lavrasse a terra da qual havia
sido formado. 24 Deus baniu Adão e Eva e no
lado leste do jardim do Éden estabeleceu seus
querubins e uma espada flamejante que se mo-
via em todas as direções, evitando assim que
alguém tivesse acesso à árvore da vida.

Romanos 3:23: “Porque todos pecaram e des-


tituídos estão da glória de Deus,
49
Romanos 6:16: “Não estais informados de que
ao vos entregardes a alguém como escravos
para lhe obedecer, sois escravos deste a quem
obedeceis, seja do pecado para a morte, seja
da obediência que leva à justiça?”

Romanos 7:19-21: Pois o que pratico não é o


bem que almejo, mas o mal que não quero re-
alizar, esse eu sigo praticando. 20 Ora, se faço
o que não quero, já não sou eu quem o reali-
za, mas o pecado que reside em mim. 21 As-
sim, descubro essa Lei em minha própria carne:
quando quero fazer o bem, o mal está presente
em mim.

Efésios 2:1-3: Ele vos concedeu a vida, estando


vós mortos nas vossas transgressões e peca-
dos, 2 nos quais andastes no passado, confor-
me o curso deste sistema mundial, de acordo
com o príncipe do poder do ar, o espírito que
agora está atuando nos que vivem na desobedi-
ência. 3 Anteriormente, todos nós também ca-
minhávamos entre eles, buscando satisfazer as
vontades da carne, seguindo os seus desejos e
pensamentos; e éramos por natureza destina-
dos à ira.”

1 João 5:19: ''Estamos cientes de que somos de


Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno.”

2 Coríntios 4:4 “O deus, desta presente era


perversa, cegou o entendimento dos descren-
tes, a fim de que não vejam a luz do Evangelho
da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”

João 10:10 “O ladrão não vem, senão para rou-


bar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas
tenham vida, e vida em plenitude.”
50
Regras, normas e mandamentos nunca foram capazes de resgatar o homem
dessa condição pecadora. As leis reveladas por Deus apenas ressaltaram a in-
capacidade humana de agir à altura do padrão divino (Rm 5:20).

Esse é o problema da religião, ela busca oferecer um caminho para o homem se


religar a Deus, fazendo boas obras:

Porém, sendo o pecado uma condição na qual o homem se encontra, ele preci-
sa de SALVAÇÃO.

• Como você descreveria a situação espiritual de uma pessoa sem Je-


sus? (Efésios 2:1-3, Rm 3:23).

2. A obra da cruz e a resposta do homem

O abismo que existe entre a humanidade e Deus só pode ser vencido por uma
pessoa: Jesus.

“Existe um só Deus e uma só pessoa que une Deus com os seres humanos, o
homem Cristo Jesus” (1Timóteo 2:5).

A cruz foi a resposta divina ao problema do pecado. As consequências do


pecado são remediadas pela cruz de Jesus.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Romanos 5:20: “A Lei foi instituída para que a


transgressão fosse ressaltada. Mas onde abun-
dou o pecado, superabundou a graça, “

Romanos 3:23: “Porque todos pecaram e desti-


tuídos estão da glória de Deus,

Efésios 2:1-3: “Ele vos concedeu a vida, estan-


do vós mortos nas vossas transgressões e pe-
cados, 2 nos quais andastes no passado, con-
forme o curso deste sistema mundial, de acordo
com o príncipe do poder do ar, o espírito que
agora está atuando nos que vivem na desobedi-
ência. 3 Anteriormente, todos nós também ca-
51
minhávamos entre eles, buscando satisfazer as
vontades da carne, seguindo os seus desejos e
pensamentos; e éramos por natureza destina-
dos à ira.”

João 8:44 “Vós pertenceis ao vosso pai, o Dia-


bo; e quereis realizar os desejos de vosso pai.
Ele foi assassino desde o princípio, e jamais se
apoiou na verdade, porque não existe verdade
alguma nele. Quando ele profere uma mentira,
fala do que lhe é próprio, pois é um mentiroso e
pai da mentira.”

Romanos 7:19-20 “Pois o que pratico não é o


bem que almejo, mas o mal que não quero re-
alizar, esse eu sigo praticando. 20 Ora, se faço
o que não quero, já não sou eu quem o realiza,
mas o pecado que reside em mim. “

Isaías 59:2 “No entanto, são as vossas malda-


des que fazem separação entre vós e o vosso
Deus. Os vossos pecados nublaram e esconde-
ram de vós a face do SENHOR, e por isso ele
não lhes dará ouvidos!”

Tiago 1:14 “Cada um, porém, é tentado pelo


próprio mau desejo, sendo por esse iludido e
arrastado.”

Efésios 2:8-9 “Porquanto, pela graça sois sal-


vos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus; 9 não vem por intermédio das
obras, a fim de que ninguém venha a se orgu-
lhar por esse motivo.”
52
A condição pecadora do homem A resposta da cruz

A separação de Deus Jesus, tomou nosso lugar de culpado


na cruz (Lucas 22.19; João 10.11,15;
Romanos 5.8; Efésios 5.2;
1Tessalonicenses 5.10; Tito 2.13,14).
Com Sua morte, nosso pecado foi
condenado (Rm 8:3), a justiça de Deus
foi satisfeita (Rm 3:23-24) e, assim, Ele
abriu uma nova possiblidade para mim
e para você: ter um relacionamento
pessoal com Deus.
“Como pode?” Vocês perguntam. Em
Cristo, eu respondo. Deus O conside-
rou culpado, Ele que nunca fez nada
errado, para que pudéssemos ser
considerados sem pecado perante
Deus." (II Coríntios 5:21 - Tradução A
MENSAGEM).
Fomos reconciliados com Deus pela
cruz (II Co 5:19).
A corrupção da natureza humana A corrupção da natureza humana
Em Cristo, não apenas fomos perdo-
ados e justificados dos nossos peca-
dos, mas nEle somos novas criaturas
(II Co 5:17), capacitados a fazer boas
obras (Efésios 2:10), tendo assim em
nós a imagem e semelhança de Deus
progressivamente restaurada
(II Co 3:18).
A sujeição ao Diabo Jesus se manifestou para desfazer as
obras do Diabo (I Jo 3:8). Cristo tem
poder de nos resgatar do domínio das
trevas; pois, na cruz, Ele despojou os
poderes da maldade (Cl 2:13-15).

• Se alguém perguntasse a você o que Jesus Cristo fez na cruz, como você
explicaria?

O que preciso fazer para me apropriar da obra da cruz?


A resposta vem em quatro partes: Confiar, receber, voltar-se e entregar-
53

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Lucas 22:19 “E, tomando um pão, havendo dado


graças, o partiu e o serviu aos discípulos, reco-
mendando: “Isto é o meu corpo oferecido em
favor de vós; fazei isto em memória de mim”

João 10:11 “Eu Sou o bom pastor. O bom pastor


dá a sua vida pelas ovelhas.”
João 10:15 “assim como o Pai me conhece e Eu
conheço o Pai; e entrego minha vida pelas ove-
lhas”

Romanos 5:8 “Porém, Deus comprova seu amor


para conosco pelo fato de ter Cristo morrido em
nosso benefício quando ainda andávamos no
pecado”

Efésios 5:2 “e andai em amor como Cristo, que


também nos amou e se entregou por nós a Deus
como oferta e sacrifício com aroma suave.”
Tessalonicenses 5:10 “Ele morreu por nós para
que, quer estejamos acordados quer dormindo,
vivamos unidos a Ele.”

1 Tessalonicenses 5:10 “Ele morreu por nós


para que, quer estejamos acordados quer dor-
mindo, vivamos unidos a Ele.”

Tito 2:13-14 “enquanto aguardamos a bendita


esperança: o glorioso retorno de nosso grande
Deus e Salvador, Jesus Cristo. 14 Ele, que se en-
tregou a si mesmo por nós para nos remir de
toda maldade e purificar para si um povo todo
seu, consagrado às boas obras.

Romanos 8:3 “Porquanto, aquilo que a Lei fora


incapaz de realizar por estar enfraquecida pela
natureza pecaminosa, Deus o fez, enviando seu
próprio Filho, à semelhança do ser humano pe-
54
cador, como oferta pelo pecado. E, assim, con-
denou o pecado na carne,”

Romanos 3:23-24 “Porque todos pecaram e


destituídos estão da glória de Deus, 24 sendo
justificados gratuitamente por sua graça, me-
diante a redenção que há em Cristo Jesus”

2 Coríntios 5:21 “Deus fez daquele que não ti-


nha pecado algum a oferta por todos os nossos
pecados, a fim de que nele nos tornássemos
justiça de Deus. “

2 Coríntios 5:19 “Pois Deus estava em Cris-


to reconciliando consigo mesmo o mundo, não
levando em conta as transgressões dos seres
humanos, e nos encarregou da mensagem da
reconciliação.”

2 Coríntios 5:17 “Portanto, se alguém está em


Cristo, é nova criação; as coisas antigas já pas-
saram, eis que tudo se fez novo!”

Efésios 2:10 “Pois somos criação de Deus, rea-


lizada em Cristo Jesus para vivermos em boas
obras, as quais Deus preparou no passado para
que nós as praticássemos hoje. A nova humani-
dade em Cristo”

2 Coríntios 3:18 “Mas todos nós, que com a face


descoberta contemplamos, como por meio de
um material espelhado, a glória do Senhor, con-
forme a sua imagem estamos sendo transfor-
mados com glória crescente, na mesma imagem
que vem do Senhor, que é o Espírito. O apóstolo
é fiel ao ministério”

1 João 3:8 “Aquele que vive habitualmente no


pecado é do Diabo, pois o Diabo peca desde o
princípio. Para isto, o Filho de Deus se manifes-
tou: para destruir as obras do Diabo.
55
Colossenses 2:13-15 “E a vós outros, que está-
veis mortos pelas vossas transgressões e pela
incircuncisão da vossa carne; vos deu vida jun-
tamente com Ele, perdoando todos os nossos
pecados; 14 e cancelou a escrita de dívida, que
consistia em ordenanças, e que nos era contrá-
ria. Ele a removeu completamente, pregando-a
na cruz; 15 e, despojando as autoridades e po-
deres malignos, fez deles um espetáculo públi-
co, triunfando sobre todos eles na cruz.
Colossenses 3:10 “e vos revestistes do novo ho-
mem, que se renova para o pleno conhecimen-
to, segundo a imagem daquele que o criou;”

1 Pedro 3:18 “Pois Cristo também foi sacrifica-


do uma única vez por nossos pecados, o Justo
pelos injustos, com o propósito de conduzir-nos
a Deus; morto, de fato, na carne, mas vivificado
no Espírito”

Colossenses 1:13 “Ele nos resgatou do domínio


das trevas e nos transportou para o reino do seu
Filho amado
56
• Confiar completamente naquilo que Jesus Cristo fez por nós em sua morte
e ressurreição.

“A salvação foi ideia e obra Dele. Nossa parte em tudo isso é apenas confiar
nele o bastante para permitir que Ele aja em nossa vida. É um imenso presente
de Deus! Não somos protagonistas nessa história. Se fosse o caso, andaríamos
por aí nos vangloriando do que fizemos. Não! Nada fizemos, nem nos salvamos.
Deus faz tudo e nos salva.” (Efésios 2:8-9 – A MENSAGEM).

• Receber Jesus como Senhor e Salvador de nossas vidas.


“Aos que O receberam, aos que creram em Seu nome, deu-lhes o direito de se
tornarem filhos de Deus.” (João 1:12).

• Voltar-se para Deus e deixar de viver a vida do “nosso jeito”. A Bíblia chama
isso de arrependimento.
Ele dizia: “Arrependam-se, porque o reino dos céus está próximo”. (Mateus 3:2)

• Entregar o controle de nossas vidas a Deus, permitindo que o Senhor aja em


nós.

“Entregue o seu caminho ao Senhor; confie Nele, e Ele agirá” (Salmos


37:5)

CONCLUSÃO
Nossa confiança em JESUS nos leva a este relacionamento vivo, pessoal e
eterno com Deus. Deus está comprometido com esse relacionamento. Suas
promessas são que Ele jamais nos deixará (Hebreus 13:5; Jo 10:27,28).

PARA FIXAR
• Como a salvação, graça e fé estão relacionadas? Efésios 2:8-9
•Quem pode estar seguro da salvação? (I Jo 5:11-12)
57

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Hebreus 13:15 “Sendo assim, por intermédio


dele, ofereçamos continuamente a Deus um sa-
crifício de louvor, que é o fruto de lábios que
confessam o seu Nome.

João 10:27-28 “As minhas ovelhas ouvem a mi-


nha voz; Eu as conheço, e elas me seguem. 28
Eu lhes dou a vida eterna, e elas nunca perece-
rão; tampouco ninguém as poderá arrancar da
minha mão.”

Efésios 2:8-9 “Porquanto, pela graça sois sal-


vos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus; 9 não vem por intermédio das
obras, a fim de que ninguém venha a se orgu-
lhar por esse motivo.”

João 5:24 “Em verdade, em verdade vos asse-


guro: quem ouve a minha Palavra e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna, não entra em
juízo, mas passou da morte para a vida.”

1 João 5:11-12 “E o testemunho é este: que Deus


nos concedeu a vida eterna, e essa vida está em
seu Filho! 12 Quem tem o Filho, tem a vida; quem
não tem o Filho de Deus, não tem a vida.

3. A cruz e o discipulado

Vimos até o momento que somente a obra sal-


vadora da cruz pode salvar o homem de sua
condição pecadora, trazendo perdão para os
nossos pecados, transformação de nossa na-
tureza pecaminosa e libertação do poder das
trevas.

Mas a cruz não apenas nos resgatou do pecado,


resgatou-nos também do nosso eu.
58
O que isso significa? A cruz não é apenas o meio pelo qual Deus providenciou
para nos salvar, mas também o novo paradigma que norteia a vida do discípulo.
Jesus nos convoca a responder ao Seu convite de amor da seguinte maneira:

“(...) Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a
sua cruz, e siga-Me.” (Lucas 9:23)

Vamos analisar esses três imperativos que constituem o caminho do discípulo:

Negue-se a si mesmo O pecado nos conduz a colocarmos


o nosso eu acima de Deus. Sendo as-
sim, nada mais coerente para o discí-
pulo do que subjugar o eu em nome
de Deus. O
caminho do discípulo é marcado por
um retorno a submissão completa a
Deus.
Tome, a sua cruz a cada dia A cruz não pertence apenas a Jesus.
Fomos incluídos por Jesus em sua
cruz ou, na linguagem de Paulo, “já
estou crucificado com Cristo; e vivo,
não mais eu, mas Cristo vive em mim”
(Gálatas 2:20). O discípulo lembra-se
constantemente: “tome a cada dia...”
Que ele é um com Jesus, pois morreu
com Cristo na cruz.
Siga-me Ao colocar o nosso eu em submissão
a Deus e cultivar a consciência de que
fomos crucificados com Cristo, im-
plicamo-nos em seguir os passos do
Mestre, de modo a sermos discípulos,
e isso não é apenas uma decisão pon-
tual que acontece em um dado mo-
mento no nosso passado, e sim, uma
jornada que
se constrói todos os dias, lado a lado
com o nosso Salvador.
59

CONCLUSÃO
Fundamentalmente, ser discípulo de Jesus é seguir os passos Dele a partir
de uma atitude de submissão, de identificação com a cruz e de seguir o modelo
de humanidade revelado na vida do Cristo.

Mais adiante, veremos em que consiste essa novidade de vida e como


podemos nos aprofundar nela. Por enquanto, a reflexão que deve martelar em
nossos corações é:

A salvação e o senhorio de Cristo estão interligados:

Jesus como nosso SALVADOR nos Jesus como nosso SENHOR


resgatou da...
Separação de Deus. Negar a nós mesmo.
Corrupção de nossa natureza. Tomar a nossa cruz.

Sujeição ao Diabo. Seguir após Ele.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES


Mateus 7:21 “Nem todo aquele que diz a mim:
‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos céus,
mas somente o que faz a vontade de meu Pai,
que está nos céus

Lucas 6:46 “E por que me chamais:


‘Senhor, Senhor’, e não praticais o que Eu vos
ensino?

PARA APROFUNDAR
LEWIS, C.S. Cristianismo puro e simples. Mar-
tins Fontes: São Paulo,

STOTT, John. Cristianismo Básico. Viçosa, MG:


Ultimato, 2007. LUCADO, Max . Seu nome é
Jesus. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.
60

ENCONTRO

O ESPÍRITO:
A VIDA DE
DEUS
61

SONDANDO O TERRENO
“Se eu fosse Satanás e meu objetivo fosse frustrar os propósitos de Deus e
seu reino, uma das minhas principais estratégias seria levar os frequentadores
de igreja a ignorar o Espírito Santo.” Francis Chan.

“A vida cristã, em todos seus aspectos – intelectual, ético, devocional, re-


lacional, nas explosões de adoração e no testemunho público, - é uma vida so-
brenatural; apenas o Espírito pode dar início e sustentação a ela. Por isso é que,
longe Dele, não só deixam de existir cristãos vivos e congregações vivas, como
também deixam de existir quaisquer tipos de cristãos e congregações.” J.
I. Packer.

LANÇANDO OS FUNDAMENTOS
1. A vida no Espírito

Até o momento, aprendemos sobre a condição pecadora do homem e a


maravilhosa obra da cruz que nos resgata de tal condição.

Todavia, precisamos frisar que não podemos reduzir a cruz apenas uma
solução para o problema do pecado humano. A cruz e a ressurreição de Cristo
abriram caminho para que a humanidade saísse dessa condição pecadora para
viver uma nova vida, uma vida à semelhança do Cristo. Aquele em que vemos a
verdadeira expressão de sermos humanos.

Assim, a fé cristã não é apenas uma crença de que nossos pecados foram
perdoados, mas também de que, agora, fomos capacitados a viver nossa hu-
manidade segundo o padrão revelado em Jesus através de uma comunhão ge-
nuína com Deus.

“Deus tornou-se homem para transformar criaturas em filhos; não simples-


mente para produzir homens melhores da antiga espécie, mas para produzir
uma nova espécie de homens”. C.S. Lewis

Essa nova vida em Cristo é chamada de “vida no Espírito” (Rm 8:9), pois só
pode ser experimentada através do Espírito Santo.

Mas quem é o Espírito Santo? Vamos conhecê-lo para então compreender-


mos como Ele nos conduz a essa nova vida em Cristo.
62
2. Quem é o Espírito Santo?

Através da Bíblia, vemos que o Espírito Santo é revelado não como uma
força ou um poder, mas sim como uma pessoa divina (II Co 3:17,18; Hb 9:14; I Pe
1:2), como o Pai e o Filho (Atos 5:5), ou seja, a Terceira Pessoa da Trindade. Ele
pensa (Rm 8:27), sente (Rm 15:30), tem vontade (I Co 12:11) e foi enviado pelo
Pai para ser o conselheiro (no grego paracletos, aquele que se coloca ao lado
de alguém. Ver Jo 16:5-15) que nos conduz a uma íntima comunhão com Jesus
(Jo 14:16-18,26) e, por meio dessa comunhão, faz-nos mais e mais semelhantes
a Cristo. Nas palavras do teólogo francês João Calvino: “O Espírito Santo é o elo
pelo qual Cristo eficazmente nos une a si mesmo”.

3. A obra do Espírito Santo


3.1 O Espírito Santo nos faz nascer de novo

Os gregos usavam duas palavras para se referir a vida: bios e zoé. Bios
refere-se a vida natural, é de onde vem a palavra biologia ou biológica. Zoé re-
fere-se à vida espiritual, a própria vida de Deus.

Certa vez, Jesus disse: “Eu vim para que tenhais vida e vida em abundân-
cia” (Jo 10:10). Ele faz referência não à vida bios, pois está todo ser vivo tem.
Ele define Sua missão como trazer a vida zoé para nós. Por essa razão, vemos,
repetidas vezes nos escritos do apóstolo João, citações como:

“...Para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”
(Jo 3:16)

“Na verdade, na verdade, digo-vos que quem ouve a Minha palavra, e crê
Naquele que Me enviou, tem a vida eterna.” (João 5:24).

“E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em
Seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem
a vida.” (1 João 5:11,12)

A vida eterna mencionada não é uma vida após a morte, é a vida zoé, a vida
do próprio Deus a qual temos acesso aqui e agora por meio do novo nascimento.

Assim, o novo nascimento é uma obra sobrenatural que o Espírito Santo re-
aliza no homem por meio da qual a vida eterna de Deus (Zoé) é dada ao homem
e, tornamo-nos coparticipantes da natureza divina. (I Pe 1:4).

Esse novo nascimento é experimentado por todos aqueles que recebem,


63
com fé genuína e arrependimento sincero, Jesus como Senhor e Salvador. (II
Co 5:17).

Recebendo a vida de Deus em nós, somos libertos da escravidão do pecado


(Rm 8:36, 1 Jo 3:9) e capacitados a viver para a glória de Deus.

EDIFICANDO
1. Qual a diferença entre a vida bios e zoé? E como isso reflete no seu novo
nascimento?

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Efésios 5:18 “E não vos embriagueis com vinho,


que leva à devassidão, mas deixai-vos encher
pelo Espírito,”

João 14:26 “Mas o Advogado, o Espírito Santo,


a quem o Pai enviará em meu Nome, esse vos
ensinará todas as verdades e vos fará lembrar
tudo o que Eu vos disse.”

João 16:8 “Quando, então, Ele vier, convencerá


o mundo do seu pecado, da justiça e do juízo.”
Romanos 8:16 “O próprio Espírito testemunha ao
nosso espírito que somos filhos de Deus.”

Romanos 8:26 “Do mesmo modo, o Espírito nos


auxilia em nossa fraqueza; porque não sabemos
como orar, no entanto, o próprio Espírito inter-
cede por nós com gemidos impossíveis de se-
rem expressos por meio de palavras”

Romanos 8:14 “Porquanto, todos os que são


guiados pelo Espírito de Deus são filhos de
Deus.”
64
2 Coríntios 5:17 “Portanto, se alguém está em
Cristo, é nova criação; as coisas antigas já pas-
saram, eis que tudo se fez novo!”
Romanos 8:36 “Como está escrito: “Por amor de
ti somos entregues à morte todos os dias; fomos
considerados como ovelhas para o matadouro”.

1 João 3:9 "Todo aquele que é nascido de Deus


não se dedica à prática do pecado, porquanto
a semente de Deus permanece nele e ele não
pode continuar no pecado, pois é nascido de
Deus.”
3.2 O Espírito Santo nos santifica

Uma vez que nascemos do Espírito, começa um processo de andarmos no


Espírito (Gl 5:25), isto é, gradativamente, somos conduzidos pelo Espírito a fim
de nos tornarmos mais e mais semelhantes a Jesus:

“Até que todos nós alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do


Filho de Deus, e cheguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de
Cristo.” (Efésios 4:13).

Esse processo de transformação pessoal, até que nos tornemos semelhan-


tes a Cristo, chama-se de santificação.

No caminho da santificação, o discípulo tem um papel fundamental para


que o Espírito atue livremente.

O cristão tem a responsabilidade de empenhar-se para submeter sua vida


ao agir do Espírito e, assim, experimentar toda a vida espiritual que já é dele em
Cristo (Fp 2:12,13; Col. 3:1-5, Ef 4:22-24).

Quando o Espírito atua em nossas vidas, há um resultado marcante: o fruto


do Espírito (Gálatas 5:22-23) que corresponde ao caráter de Cristo em nós.

EDIFICANDO
I. Como podemos mortificar as obras da carne em nossa vida? O esforço pró-
prio é suficiente? (Gálatas 5:16, Rm 8:13)

II. Como submeter nossa vida ao agir do Espírito? Escreva as três respostas
oferecidas pelos versículos em Efésios 5:18-20:
65

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Gálatas 5:25 “Se vivemos pelo Espírito, ande-


mos de igual modo sob a direção do Espírito. “

Filipenses 2:12-13 “Sendo assim, meus ama-


dos, como sempre obedecestes, não somente
na minha presença, porém muito mais agora na
minha ausência, colocai em prática a vossa sal-
vação com reverência e temor a Deus, 13 pois é
Deus quem produz em vós tanto o querer como
o realizar, de acordo com sua boa vontade.”

Colossenses 3:1-5 “Portanto, visto que fos-


tes ressuscitados com Cristo, buscai o conhe-
cimento do alto, onde Cristo está assentado à
direita de Deus. 2 Pensai nos objetivos do alto,
e não nas coisas terrenas; 3 pois morrestes, e a
vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
4 Quando Cristo, que é a vossa vida, for mani-
festado, também vos manifestareis com Ele em
glória. 5 Sendo assim, fazei morrer tudo o que
pertence à natureza terrena: imoralidade sexu-
al, impureza, paixão, vontades más e a ganân-
cia, que também é idolatria.

Efésios 4:22-24 “Quanto à antiga maneira de


viver, fostes instruídos a vos despirdes do velho
homem, que se corrompe por desejos engano-
sos, 23 a serdes renovados no vosso modo de
raciocinar e 24 a vos revestirdes do novo ho-
mem, criado para ser semelhante a Deus em
justiça e em santidade provenientes da Verda-
de.”

Gálatas 5:19-21 “Ora, as obras da carne são ma-


nifestas: imoralidade sexual, impureza e liberti-
nagem; 20 idolatrias e feitiçarias; ódio, discór-
dia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções
e 21 inveja; embriaguez, orgias e tudo quanto
66
se pareça com essas perversidades, contra as
quais vos advirto, como já vos preveni antes:
os que as praticam não herdarão o Reino de
Deus!”

Gálata 5:22-23 “Entretanto, o fruto do Espírito


é: amor, alegria, paz, paciência, benignidade,
bondade, fidelidade, 23 mansidão e domínio
próprio. Contra essas virtudes não há Lei.”

Gálatas 5:16 “Portanto, vos afirmo: Vivei pelo


Espírito, e de forma alguma satisfareis as von-
tades da carne! “

Romanos 8:13 “Porque, se viverdes de acordo


com a carne, certamente morrereis; no entanto,
se pelo Espírito fizerdes morrer os atos do cor-
po, vivereis.”

Efésios 5:18-20 “E não vos embriagueis com


vinho, que leva à devassidão, mas deixai-vos
encher pelo Espírito, falando entre vós com sal-
mos, hinos e cânticos espirituais, cantando e
louvando de coração ao Senhor, 20 e co-
tidianamente dando graças por tudo a Deus, o
Pai, em Nome de nosso Senhor Jesus Cristo,”
67
3.3 O Espírito nos dá dons espirituais

O Espírito Santo, além de trazer para nós a vida de Deus no novo nascimen-
to e de produzir em nós o caráter de Cristo por meio da santificação, também
dá a cada discípulo capacidades para servir o corpo de Cristo (Rm 12:5- 8; I Co
12:7-11, Ef 4:11-16, I Pe 4:10-11). Chamamos essas capacidades de dons espiritu-
ais ou dons do Espírito Santo.

3.4 O Espírito Santo nos concede poder

O ministério do Espírito Santo não para aí. A nova vida em Cristo é uma vida
de missão. Precisamos ser testemunhas de Cristo nesse mundo, para tanto, o
Espírito concede poder ao discípulo.

“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão
Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os con-
fins da terra”. (Atos 1:8).

O livro de Atos fala, inúmeras vezes, que pessoas ao ouvirem o evange-


lho e serem salvas, nascendo de novo e recebendo o Espírito Santo, recebiam
oração dos discípulos a fim de ganhar a plenitude do Espírito Santo, como eles
experimentaram no Pentecostes, e sinais como falar em línguas e profetizar se
manifestavam.

Exemplos:
-Pedro e João oram pelos convertidos em Samaria (Atos 8:14-24);
-Paulo ora pelos crentes em Éfeso (Atos 19:1-6);
-Pedro, ainda durante sua pregação, vê o Espírito descendo sobre o
povo (Atos 10:44-47).

Chamamos a experiência de ser cheio do poder do Espírito Santo pela pri-


meira vez de batismo no Espírito Santo. Veja que Atos fala, inúmeras vezes, dos
discípulos sendo cheios do Espírito (At 4.8, At 4.31, At 7:55, At 9.17, At 13.9), nem
sempre com a evidência de falar em línguas, logo, o falar em línguas não é im-
prescindível para o batismo no Espírito, mas também não pode ser desprezada,
pois é uma manifestação bíblica.

Ao ler as referências acima, você verá que a evidência bíblica do recebi-


mento do poder do Espírito é a ousadia para testemunhar Jesus, é ter uma sede
crescente por Deus e de viver Seu evangelho.

Não há como vivermos a nova vida em Cristo sem o poder do Espírito


Santo.
68

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Romanos 12:5-8 “assim também nós, embora


muitos, somos um só corpo em Cristo, e cada
membro está ligado a todos os outros. 6 Temos
diferentes dons, de acordo com a graça que nos
foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar,
use-o na proporção da sua fé. 7 Se o teu dom
é servir, sirva; se é ensinar, ensina; 8 se é en-
corajar, aja como encorajador; o que contribui,
coopere com generosidade; se é exercer lide-
rança, que a ministre com zelo; se é demonstrar
misericórdia, que a realize com alegria. O amor
é a base dos dons”

1 Coríntios 12:7-11 “A cada um, contudo, é con-


cedida a manifestação do Espírito, com a fina-
lidade de que todos sejam beneficiados. 8 Pelo
Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria;
a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de co-
nhecimento. 9 A outro, pelo mesmo Espírito, é
outorgada a fé; a outro, pelo único Espírito, dons
de curar; 10 a outro, poder para operar milagres;
a outro, profecia; a outro, discernimento de es-
píritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a
outro, interpretação de línguas. 11 Entretanto,
o mesmo e único Espírito realiza todas essas
ações, e Ele as distribui individualmente, a cada
pessoa, conforme deseja. Unidade na diversi-
dade”

Efésios 4:11-16 “Assim, Ele designou alguns


para apóstolos, outros para profetas, outros
para evangelistas e outros para pastores e mes-
tres, 12 com o propósito de aperfeiçoar os san-
tos para a obra do ministério, para que o Corpo
de Cristo seja edificado, 13 até que todos al-
cancemos a unidade da fé e do conhecimento
do Filho de Deus, e cheguemos à maturidade,
atingindo a medida da estatura da plenitude de
Cristo. 14 O objetivo é que não sejamos mais
69
como crianças, levados de um lado para o outro
pelas ondas teológicas, nem jogados para cá e
para lá por todo vento de doutrina e pela ma-
lícia de certas pessoas que induzem os incau-
tos ao erro. 15 Longe disso, seguindo a verdade
em amor, cresçamos em tudo naquele que é a
cabeça, Cristo. 16 Dele todo corpo, ajustado e
unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e
edifica-se a si mesmo em amor, na medida em
que cada parte realiza a sua função. Como de-
vem agir os crentes

1 Pedro 4:10-11 “Servi uns aos outros de acordo


com o dom que cada um recebeu, como bons
administradores da multiforme graça de Deus.
11 Se algum irmão prega, fale como quem comu-
nica a Palavra de Deus; se alguém serve, sirva
conforme a força que Deus provê, de maneira
que em todas as atitudes Deus seja glorifica-
do mediante Jesus Cristo, a quem pertencem a
glória e o pleno domínio por toda a eternidade.
Amém!

Atos 8:14-24 "Então, os apóstolos de Jerusa-


lém, ouvindo que o povo de Samaria havia aco-
lhido a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro
e João. 15 Estes, assim que desceram até eles,
oraram para que recebessem o Espírito Santo,
16 porquanto o Espírito ainda não havia sido
derramado sobre nenhum deles; tinham apenas
sido batizados em Nome do Senhor Jesus. 17
Sendo assim, à medida em que Pedro e João
lhes impunham as mãos, recebiam estes o Espí-
rito Santo. 18 Observando Simão que o Espírito
era concedido por meio da imposição das mãos
dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, 19 pro-
pondo: “Dai-me também a mim este poder, para
que a quem eu impuser as mãos, ganhe o Espí-
rito Santo!” 20 Diante disto, replicou-lhe Pedro:
“Que o teu dinheiro siga contigo para tua per-
dição, pois intentaste comprar, por meio dele, o
dom gratuito de Deus! 21 Tu não tens parceria
70
nem porção neste ministério, porque o teu co-
ração não é honesto perante Deus.
22 Arrepende-te, portanto, dessa tua maligni-
dade e ora ao Senhor; é possível
que te seja perdoada a intenção do teu coração;
23 pois vejo que estás cheio de amargura e ata-
do pelos laços do pecado”. 24 Entretanto, Simão
lhes respondeu: “Orai vós por mim ao Senhor,
para que nada do que dissestes sobrevenha a
mim”.

Atos 19:1-6 “E aconteceu que, enquanto Apolo


estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões
altas, e chegando a Éfeso, encontrou ali alguns
discípulos 2 e lhes indagou: “Recebestes o Es-
pírito Santo na época em que crestes?” Ao que
eles replicaram: “De forma alguma, nem sequer
soubemos que existe o Espírito Santo!” 3 Diante
disso, Paulo questionou: “Ora, em que tipo de
batismo fostes batizados, então?” E eles decla-
raram: “No batismo de João”. 4 Então Paulo lhes
explicou: “O batismo realizado por João foi um
batismo de arrependimento. Ele ordenava ao
povo que cresse naquele que viria depois dele,
ou seja, em Jesus!” 5 E, compreendendo isso,
eles foram batizados no Nome do Senhor Jesus.
6 Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre
eles o Espírito Santo e começaram a falar em
línguas e a profetizar.”

Atos 10:44-47 “E aconteceu que enquanto Pe-


dro ainda pronunciava estas palavras, o Espíri-
to Santo desceu de repente sobre todos os que
ouviam a mensagem. 45 Aqueles crentes ju-
deus que vieram com Pedro ficaram admirados
de que o dom do Espírito Santo estivesse sendo
derramado inclusive sobre os gentios, 46 por-
quanto, os ouviam se expressando em línguas
estranhas e exaltando a Deus. Diante disso, ex-
clamou Pedro: 47 “Será possível que alguém
ainda recuse água e impeça que estes sejam
batizados? Eles, assim como nós, receberam o
71
mesmo Espírito Santo!”

Atos 4:8 “Então Pedro, cheio do Espírito Santo,


lhes declarou: “Autoridades e líderes do povo!”

Atos 4:31 “E assim que terminaram de orar, tre-


meu o lugar onde estavam reunidos; todos fi-
caram plenos do Espírito Santo e, com toda a
coragem saíram anunciando a Palavra de Deus.

Atos 7:55 “Contudo, Estevão, cheio do Espírito


Santo, ergueu seus olhos em direção ao céu e
contemplou a glória de Deus, e Jesus em pé, à
direita de Deus, “

Atos 9:17 “Então, Ananias foi e, entrando na


casa, impôs sobre ele as mãos, declarando: “Ir-
mão Saulo, o Senhor Jesus que lhe apareceu no
caminho por onde vinhas, enviou-me a ti para
que tornes a ver e fiques pleno do Espírito San-
to!”

Atos 13:9 “Contudo, Saulo, que traduzido é Pau-


lo, cheio do Espírito Santo, olhando atentamente
para Elimas o repreendeu dizendo
72

EDIFICANDO
Se você tem o desejo em seu coração de receber o batismo no Espírito Santo,
ore intensamente sobre isso e busque em Deus ser revestido do poder que vem
dele.

PARA APROFUNDAR
CHAN, Francis. O Deus esquecido. São Paulo: Mundo Cristão, 2010. BEVERE,
John. O Espírito Santo. São Paulo: EDILAN, 2013.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Lucas 11:11-13 “Qual pai, dentre vós, se o filho


lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma
cobra? 12 Ou se pedir um ovo, lhe dará um es-
corpião? 13 Ora, se vós, apesar de serdes maus,
sabeis dar o que é bom aos vossos filhos, quan-
to mais o Pai que está nos céus dará o Espírito
Santo àqueles que lho pedirem!” Uma casa divi-
dida não prospera

Atos 2:1-4 “E ao completar-se o dia de Pente-


coste, estavam todos reunidos num só lugar. 2
De repente, veio do céu um barulho, semelhante
a um vento soprando muito forte, e esse som
tomou conta de toda a Casa onde estavam as-
sentados. 3 Então, todos viram distribuídas en-
tre eles línguas de fogo, e pousou uma sobre
cada um deles. 4 E todas as pessoas ali reuni-
das ficaram cheias do Espírito Santo, e começa-
ram a falar em outras línguas, de acordo com o
poder que o próprio Espírito lhes concedia que
falassem.”

Atos 19:1-6 E aconteceu que, enquanto Apolo


estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões
altas, e chegando a Éfeso, encontrou ali alguns
73
discípulos 2 e lhes indagou: “Recebestes o Es-
pírito Santo na época em que crestes?” Ao que
eles replicaram: “De forma alguma, nem sequer
soubemos que existe o Espírito Santo!” 3 Diante
disso, Paulo questionou: “Ora, em que tipo de
batismo fostes batizados, então?” E eles decla-
raram: “No batismo de João”. 4 Então Paulo lhes
explicou: “O batismo realizado por João foi um
batismo de arrependimento. Ele ordenava ao
povo que cresse naquele que viria depois dele,
ou seja, em Jesus!” 5 E, compreendendo isso,
eles foram batizados no Nome do Senhor Jesus.
6 Quando Paulo lhes impôs as mãos, veio sobre
eles o Espírito Santo e começaram a falar em
línguas e a profetizar.
74

ENCONTRO

A ORAÇÃO:
AMANDO FALAR
COM DEUS
75

SONDANDO O TERRENO
“As orações são ferramentas; porém, com este esclarecimento: as orações não
são ferramentas para fazer ou obter, mas para ser e tornar-se”. Eugene Peter-
son.

“O crescimento para nos tornarmos semelhante aos nosso Senhor e Salvador


Jesus Cristo será na mesma proporção do tempo e da paixão que empregamos
em oração.” R. A. Torrey

“Orar é mudar. A oração é a principal via usada por Deus para nos transformar.
Se não tivermos dispostos a mudar, deixaremos a oração de lado, e ela não
será uma característica perceptível em nossa vida. Quanto mais próximos che-
garmos do coração pulsante de Deus, mais enxergaremos a necessidade de
sermos conformados a Cristo e mais desejaremos isso”. Richard Foster

LANÇANDO OS FUNDAMENTOS
1. A essência da oração

Jesus chamou os discípulos para “estarem com Ele” (Marcos 3:13-14); assim,
esse é, sem dúvida, o nosso primeiro chamado enquanto discípulos de Cristo.

Jesus priorizava estar com o Pai (Mc 1:35, Lc 6:12), pois sabia que a fonte
de tudo aquilo que fazia estava em Sua comunhão com Ele. Da mesma forma
conosco, exercitamos o “estar com Deus”, na oração, pois sem Ele, nada pode-
mos fazer (João 15:5).

EDIFICANDO
I. Complete a frase:

Um obstáculo que enfrento para orar é...

2. Como devemos orar?

Jesus nos ensina princípios importantes sobre a oração:


76
a. ação requer sinceridade e simplicidade.

A oração não conhece fórmulas e nem palavras mágicas (Mateus 6:5-8). Ao


orarmos, o mais importante não é a estética das palavras e sim a sinceridade
do coração. Os fariseus eram muito preocupados com a aparência das coisas
(Mateus 6:5) e os pagãos acreditavam que o poder estava em falar as palavras
certas.

Jesus nos ensina que orar é relacionamento, não uma fórmula. Seja sincero,
fale com suas palavras, mas fale de coração.

2. ação envolve adoração e gratidão (Mateus 6:9).

É importante que lembremos da grandeza de Deus quando oramos, pois isso


nos ajuda a ter fé na capacidade d’Ele em responder e em trazer mudança
nas demandas de nossas vidas. Assim também, em oração, temos uma grande
oportunidade para agradecer a Deus por cada dádiva que Ele nos concede.

3. ação inclui petição ou súplica.

Pedir pelo nosso pão diário, isto é, pelas coisas que os outros ou que nós mesmos
precisamos (Mateus 6:11), é legítimo (Fp 4:6).

4. ação inclui confissão do pecado e recebimento de perdão (Ma-


teus 6:12).

Em oração, podemos confessar os nossos pecados e experimentar o poder re-


novador da misericórdia de Deus (I Jo 1:9).

5. ação inclui guerra espiritual.

Devemos clamar por proteção contra o pecado, a tentação e as obras do Diabo


(Mateus 6:13), revestindo-nos de toda armadura de Deus. Oração é uma grande
arma na guerra contra as forças das trevas (Efésios 6:18).

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Marcos 3:13-14 “Jesus subiu a um monte e con-


vocou para si aqueles a quem Ele queria. E eles
foram para junto dele. 14 E escolheu doze, quali-
ficando-os como apóstolos, para que convives-
77
sem com Ele e os pudesse enviar a proclamar.”

Marcos 1:35 “De madrugada, em meio a escu-


ridão, Jesus levantou-se, saiu da casa e retirou-
-se para um lugar deserto, onde ficou orando”
Lucas 6:12 “E ocorreu naquela ocasião que Je-
sus se retirou para um monte a fim de orar, e
atravessou toda a noite em oração a Deus”
João 15:5 “Eu Sou a videira, vós os ramos. Aque-
le que permanece em mim, e Eu nele, esse dará
muito fruto; pois sem mim não podeis realizar
obra alguma. “

Mateus 6:5-8 “E, quando orardes, não sejais


como os hipócritas, pois que apreciam orar em
pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para
serem admirados pelos outros. Com toda a cer-
teza vos afirmo que eles já receberam o seu
galardão. 6 Tu, porém, quando orares, vai para
teu quarto e, após ter fechado a porta, orarás a
teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê
em secreto, te recompensará plenamente. 7
E, quando orardes, não useis de vãs repetições,
como fazem os pagãos; pois imaginam que de-
vido ao seu muito falar serão ouvidos. 8 Portan-
to, não vos assemelheis a eles; porque Deus, o
vosso Pai, sabe tudo de que tendes necessida-
de, antes mesmo que lho peçais.”

Mateus 6:9 “Por essa razão, vós orareis: Pai


nosso, que estás nos céus! Santificado seja o
teu Nome.”

Mateus 6:11 “Dá-nos hoje o nosso pão diário.”

Filipenses 4:6 “Não andeis ansiosos por motivo


algum; pelo contrário, sejam todas as vossas so-
licitações declaradas na presença de Deus por
meio de oração e súplicas com ações de graça.”

Mateus 6:12 “Perdoa-nos as nossas dívidas, as-


sim como perdoamos aos nossos devedores.”
78
1 João 1:9 “Se confessarmos os nossos peca-
dos, Ele é fiel e justo para nos perdoar todos os
pecados e nos purificar de qualquer injustiça.”

Mateus 6:13 “E não nos conduzas à tentação,


mas livra-nos do Maligno. Porque teu é o Reino,
o poder e a glória para sempre. Amém.

Efésios 6:18 “Orai no Espírito em todas as cir-


cunstâncias, com toda petição e humilde insis-
tência. Tendo isso em mente, vigiai com toda a
perseverança na oração por todos os santos. “

Não precisamos ficar ansiosos por coisa alguma; contudo, tomar consci-
ência do cuidado de Deus por nós (I Pe 5:8). Deus sempre nos despede de Sua
presença com a Sua paz. A nossa preocupação deve ficar aos pés de Jesus (Fp
4:9).

Em resumo, quando orar, um bom norte é adorar, agradecer, pedir, confes-


sar, guerrear e descansar.

3. Dicas para ter um momento diário com Deus em oração.

1. Escolha um momento calmo do seu dia e reserve-o para encontrar-se


com Deus. Não dedique a Deus apenas o tempo que lhe sobra, faça d’Ele sua
prioridade e doe um momento do dia em que você está cheio de energia.

2. Comece com 10 minutos. Todos têm dez minutos para dar a Deus. Basta
disciplina e compromisso.

3. Faça disso um hábito prazeroso. Se o seu momento com Deus se tornar


uma mera atividade religiosa, feita por obrigação, então a essência do relacio-
namento com Deus já se foi.

Lembre-se:

“Não devemos esperar a vontade de orar antes de orar por alguém. A


oração é como um trabalho qualquer: pode ser que não tenhamos vontade
de trabalhar, mas depois de algum tempo, ela aparece. Talvez não sintamos
desejo de praticar piano, mas depois que tocamos um pouco, sentimos vonta-
de de praticar. De igual modo, os músculos da oração precisam ser alongados.
Quando o fluxo sanguíneo da intercessão começa, descobrimos que estamos
79
com vontade de orar.” (Richard Foster)

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

1 Pedro 5:8 “Sede sensatos e vigilantes. O Dia-


bo, vosso inimigo, anda ao redor como leão, ru-
gindo e procurando a quem devorar”

Filipenses 4:9 “Tudo o que aprendestes, rece-


bestes, ouvistes e vistes em mim, isso praticai;
e o Deus de paz estará convosco. Paulo é grato
à Igreja em Filipos “

4. Uma boa sugestão é manter um diário de oração onde você escreve se-
manalmente:

Pedidos Agradecimentos
Escreva motivos para pedir por você e Louve e agradeça por respostas já re-
por outros. cebidas.

EDIFICANDO
I. Faça um plano de como você pretende reservar tempo para dar atenção
ao hábito da oração.
80

ENCONTRO

INTRODUÇÃO
À
BÍBLIA
81

SONDANDO O TERRENO
“Os cristãos alimentam-se das escrituras. As escrituras sagradas nutrem a
comunidade santa assim como o alimento nutre o corpo humano. Os cristãos
não aprendem, estudam ou usam as escrituras, simplesmente; nós a as-
similamos, apropriando-nos dela em nossa vida de maneira tal que ela se me-
taboliza em atos de amor, copos de água fria, missões a todo o mundo, cura,
evangelismo e justiça em nome de Jesus, mãos levantadas em adoração ao Pai,
pés lavados em comunhão com o Filho.” Eugene Peterson.

“O Cristianismo é peculiarmente religião de um só livro. Elimine a Bíblia, e


você terá destruído o meio pelo qual Deus decidiu apresentar Sua revelação
ao homem através de sucessivas eras. Segue- se, pois, que o conhecimento
da Bíblia é requisito indispensável para o crescimento da vida cristã.” Frank. E.
Gaebelein.

“A Bíblia não nos foi dada para aumentar nosso conhecimento, mas para
mudar nossas vidas.” D. L. Moody

LANÇANDO OS FUNDAMENTOS

1. O propósito da Bíblia

“Deus decidiu colocar suas verdades eternas dentro de jarros tão frágeis
chamados palavras.” (Abraham Joshua Heschel)

Qual o propósito das Escrituras Sagradas? Seria a Bíblia um livro de histórias


inspiradoras e grandes lições morais a serem seguidas? Ou será que podemos
assumir a Bíblia como um oráculo no qual consultamos em tempos de dificul-
dade, esperando encontrar uma passagem que nos dê a orientação divina para
uma decisão importante que precisamos tomar?

Antes de estudar “como” a Bíblia foi formada, “qual” o seu conteúdo e “como”
podemos nos apropriar desse conteúdo, devemos entender o propósito deste
livro: “para que” temos a Bíblia diante de nós.

O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, nos dá essa resposta de forma


clara: “Por que desde criança você conhece as Sagradas Letras, que são capa-
82
zes de torna-lo sábio para a salvação mediante a fé em Cristo Jesus” (2 Timóteo
3:15).

Segundo Paulo, as Sagradas Letras têm uma finalidade: fazer-nos entender


(“...torna-lo sábio...” v.15) a salvação (“...para a salvação...” v.15), que está centra-
da em Cristo (“...em Cristo Jesus...” v.15) e que só pode ser vivida mediante a fé
(“...mediante a fé...” v.15) no Cristo.

Podemos, então, concluir que: a Bíblia é um livro de SALVAÇÃO que aponta


para CRISTO e que convoca seus leitores à FÉ! Vamos, então, analisar cada um
destes elementos separadamente.

1.1 A Bíblia revela o plano divino para a SALVAÇÃO da humanidade

A Bíblia é muito mais do que um livro contendo princípios éticos e histórias


inspiradoras. O cerne da mensagem bíblica é o plano de Deus para a salvação
da humanidade. Neste ponto, é importante explicar o que queremos dizer por
“salvação”:

“A Salvação é muito mais do que meramente o perdão dos pecados. Ela


inclui o amplo alcance do propósito de Deus de redimir e recuperar a
humanidade e de fato, toda a criação. O que sustentamos a respeito da
bíblia é que ela revela o plano integral de Deus.” (John Stott)

Na Bíblia identificamos que o plano integral de Deus para a redenção de


sua criação está disposto como uma peça contendo quatro atos:

• Criação: Deus criou todas as coisas para a Sua glória, em plena har-
monia com Ele e uns com os outros;

• Queda: A humanidade se rebelou contra Deus, o pecado passou a ser


uma força operante sobre a criação, rompendo a comunhão entre a
criatura e o criador e trazendo caos e desordem para as relações entre
as criaturas;

• Redenção: O Deus criador decide sustentar a existência da criação


rebelada e, por meio de Suas alianças, da escolha do povo de Israel e
finalmente por meio do Messias, Jesus Cristo dá passos para readqui-
rir para si a criação caída, sendo o ápice desse processo redentor a
cruz e ressurreição de Jesus Cristo;

• Consumação: Este é o clímax da história redentora, o ato que ainda


83
não aconteceu, mas que se dará quando o Cristo estabelecer de forma
definitiva o seu Reino, julgar, banir todo o mal do universo e restaurar
a plenitude que Deus sempre intentou para a sua criação.

Podemos afirmar que aqui temos quatro palavras que resumem o drama Bíblico
da salvação: criação, queda, redenção e consumação.

1.2 A Bíblia aponta para Cristo como o centro do plano da salvação

Do início ao fim das Escrituras bíblicas, perceberemos que o plano redentor


de Deus está centrado na figura do Messias, Jesus Cristo. De modo que, não
importa a porção da Bíblia que estamos lendo, seu propósito último será nos
conduzir a Cristo.

“De cada aldeia minúscula na Inglaterra — não importa em que região —


sempre sai, com toda a certeza, uma estrada para Londres. Embora talvez não
haja estrada para outros lugares, certamente haverá uma estrada para Londres.
Da mesma forma, de cada texto na Bíblia há uma estrada que leva a Jesus
Cristo” (C.H. Spurgeon)

“A Bíblia é essencialmente Cristocêntrica. O Antigo Testamento prenuncia e


prefigura Cristo de muitas e diferentes maneiras; os evangelhos contam a his-
tória do seu nascimento, da sua vida, das suas palavras e obras, da sua morte
e ressurreição. Atos descreve o que ele continuou fazendo e ensinando atra-
vés dos apóstolos que escolheram especialmente a propagação do evangelho
e o estabelecimento da igreja, de Jerusalém a Roma; as epístolas expõem a
ilimitada glória da pessoa e da obra de Cristo, aplicando-a à vida do cristão e
da Igreja; O Apocalipse, por sua vez, descreve Cristo agora no trono de Deus,
prestes a vir para consumar a sua salvação e o seu julgamento.” John Stott

1.3 A Bíblia convoca os seus leitores à fé

As escrituras testemunham de Cristo, não para satisfazer nossa curiosidade,


mas para extrair de nós uma resposta de fé (cf. Jo 20:31). Portanto, à medida
que lemos a Bíblia, compreenderemos o plano redentor de Deus que
nos levará inevitavelmente a Jesus; e diante dEle, a confissão do leitor deverá
ser “nós cremos e sabemos que és o santo de Deus” (João 6:68).

2. A importância da bíblia para o discípulo de Jesus

A Bíblia consiste nas sagradas escrituras que revelam quem Deus é, Seu
caráter, Sua vontade e Seus propósitos. Essa revelação se deu historicamente
84
por meio do registro do relacionamento de Deus com seu povo (Israel no Antigo
Testamento, a Igreja no Novo Testamento) e, principalmente, por meio de Jesus,
que é a revelação mais exata de Deus. (Hebreus 1.3).

Ao todo, a Bíblia é composta de 66 livros, escrita por cerca de 40 autores,


ao longo de 16 séculos.

Contudo, apesar de escrita por autores humanos, a Bíblia foi inspirada por
Deus (2 Timóteo 3:16). A inspiração implica que Deus supervisionou os autores
humanos da Bíblia de tal forma que, enquanto cada um usou o seu próprio estilo
de escrever e personalidade, eles ainda registraram exatamente o que Deus
queria que dissessem. A Bíblia não foi ditada por Deus, mas foi perfeitamente
guiada e inspirada por Ele. Por isso ela deve ser lida, estudada, crida e obedeci-
da como palavra de Deus, como regra de fé e como conduta da vida do discípu-
lo. Por meio dela, experiência, conceito, tradição e opinião devem ser avaliadas.

Ninguém pode submeter-se ao senhorio de Cristo sem estar submis-


so à Sua palavra como autoridade máxima (João 8:31,32,37). Como disse
Calvino: “A Bíblia é o cetro pelo qual o Rei celestial governa sua igreja.

EDIFICANDO
I. Que lugar a bíblia tem ocupado hoje em sua vida? Que importância você tem
dado as escrituras?

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Hebreus 1:3 “Ele, que é o resplendor da glória e


a expressão exata do seu Ser, sustentando tudo
o que há pela Palavra do seu poder. Depois de
haver realizado a purificação dos pecados, Ele
se assentou à direita da Majestade nas alturas”

João 8:31-32 “Então, disse Jesus aos judeus


que haviam crido nele: “Se permanecerdes na
minha Palavra, verdadeiramente sereis meus
discípulos. 32 E conhecereis a verdade, e a ver-
dade vos libertará.”
85
João 8:37 “Eu sei que sois a descendência de
Abraão, entretanto, procurais matar-me, porque
a minha Palavra não tem lugar dentro de vós.”

João 17:17 “Santifica-os pela tua verdade; a tua


Palavra é a verdade.”

2 Timóteo 3:16-17 ” Toda a Escritura é inspirada


por Deus e proveitosa para ministrar a verdade,
para repreender o mal, para corrigir os erros e
para ensinar a maneira certa de viver; 17 a fim
de que todo homem de Deus tenha capacida-
de e pleno preparo para realizar todas as boas
ações.”

Josué 1:8 “Que o livro da Torá, Lei, esteja sem-


pre nos teus lábios: medita nele dia e noite, para
que tenhas o cuidado de agir em conformida-
de com tudo que nele está escrito. Deste modo
serás vitorioso em todas as tuas empreitadas e
alcançarás bom êxito! “

Salmo 19:7-8 “A lei do SENHOR é perfeita, e


revigora todo o ser. As palavras que vêm do
SENHOR são dignas de confiança, e transfor-
mam os mais humildes em sábios. Os preceitos
do SENHOR são justos, e proporcionam alegria
ao coração. Os mandamentos do SENHOR são
cristalinos e iluminam o entendimento.”

João 8:32 “E conhecereis a verdade, e a verda-


de vos libertará.”

3. A composição da Bíblia

A Bíblia é composta por duas grandes sessões: O Antigo Testamento e o


Novo Testamento.

O Antigo Testamento, a primeira metade da Bíblia, foi coletado pelos judeus


e traça a história da relação de Deus com a nação de Israel. Essa história se deu
por aproximadamente dois milênios em um período anterior a Cristo. O Novo
Testamento não é tão antigo. Ele foi escrito no primeiro século Depois de Cristo
86
e recorda a história da vida de Jesus e da formação da igreja primitiva.
Observe o diagrama na página seguinte.

4. Como ler a Bíblia

Para começar a ler a Bíblia de forma eficiente, deve-se atentar para alguns
princípios:

• Escolher um lugar e um momento onde não haja distrações. Concentra-


ção é importantíssimo no processo de estudar a Bíblia;
• Pedir ao Espírito Santo que ilumine seu entendimento (Salmo 119:18);
• Escolher uma boa tradução da Bíblia; de preferência, uma tradução que
seja de fácil compreensão para você;
• Ter uma Bíblia de estudo e outras ferramentas como comentários bíblicos
e concordâncias são úteis para esclarecer passagens mais complexas;
• Por fim, estabelece o hábito de ler diariamente, seguir um plano de lei-
tura e escrever suas observações.

Sugerimos o modelo abaixo para suas leituras:


Método devocional
Escritura bíblica Selecione um plano de leitura ou um texto bíblico

Meditação Escreva: o que Deus está falando comigo?


Aplicação Escreva: o que eu farei a respeito?
Oração Escreva: o que devo orar e pedir para Deus a
partir disso que estou ouvindo de Deus?

Lembre-se: o alvo da leitura bíblica não é acúmulo de INFORMAÇÃO e sim


TRANSFORMAÇÃO pessoal.
87

BÍBLIA = Biblioteca (66 LIVROS)


ANTIGO TESTAMENTO (39 LIVROS ANTIGO TESTAMENTO (39 LIVROS
Gênesis Mateus Atos dos Apóstolos
Êxodo Marcos
Levítico Lucas
Números João
Deuteronômio
Pentateuco (5) Evangelho (4) e Atos(1)
Livros que falam do nascimento do Os evangelhos falam da vida de Jesus e
povo de Israel, a saída do Egito e a de seus ensinos, Atos dos apóstolos narra
lei de Moisés o início da igreja.
Josué Romanos
Juízes I, II Coríntios
Rute Gálatas
I, II Samuel I, II Reis Efésios
I, II Crônicas Filipenses Colossenses
Esdras I, II Tessalonicenses I, II Timóteo
Neemias Tito
Ester Filemon
Livros Históricos (12) Epístolas Paulinas (autoria de Paulo)
Livros que narram a história do Epístolas ou cartas são os escritos dos
povo de Israel, do surgimento da apóstolos para as igrejas
monarquia ao Exílio Babilônico.
Jó Hebreus Tiago
Salmos I, II Pedro
Provérbios I, II, III João
Eclesiastes Judas
Cantares
Poéticos (5) Epístolas Gerais ou não Paulinas (8)
Livros que tratam da sabedoria, ora- Epístolas que não foram escritas por
ções e poesia do povo de Israel Paulo.

Profetas Maiores (5): Profetas Menores Apocalipse


Isaías, Jeremias (12): Oseias, Joel, Amós, Obadias,
e Lamentações de Jonas,
Jeremias, Ezequiel, Miqueias, Naum,
Daniel. Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias e
Malaquias.
88
Proféticos (17) Profético (1)
Os profetas eram os pregadores do O livro do apocalipse é uma carta de
antigo testamento caráter profético

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Tiago 1:22:25 “Sede praticantes da Palavra e


não simplesmente ouvintes, iludindo a vós mes-
mos. 23 Porquanto, se alguém é ouvinte da Pala-
vra e não praticante, é semelhante a um homem
que contempla o próprio rosto no espelho; 24
e, depois de admirar a si mesmo, sai e logo se
esquece da sua aparência. 25 Porém, a pessoa
que observa atentamente a lei perfeita, a lei da
liberdade, e nela persevera, não sendo ouvin-
te negligente, mas praticante zeloso, será muito
feliz em tudo o que empreender.”

Salmos 119:18 “Abre meus olhos para que veja


as maravilhas que resultam de tua Lei.”

EDIFICANDO
Leia o texto Salmo 119:9-11 e preencha o quadro a seguir conforme o modelo
aprendido:

Escritura bíblica Salmo 119:9-11


Meditação
O que Deus está falando comigo?
Aplicação
O que eu farei a respeito?
Oração
O que devo orar e pedir para Deus
a partir disso que estou ouvindo de
Deus?
89

PARA APROFUNDAR
STOTT, John. Para entender a bíblia. Viçosa, MG: Ultimato, 2014.
Warren, Rick. 12 maneiras de estudar a Bíblia sozinho. São Paulo: Vida,
2003.

REFERÊNCIAS BÍBLICAS E ANOTAÇÕES

Salmos 119:9-11 “Como pode um jovem con-


servar puro o seu caminho? Vivendo-o de acor-
do com a tua Palavra. 10 De todo o coração eu
te procurei: não deixes que me afaste de teus
mandamentos 11 Em meu coração conservei tua
promessa para não pecar contra ti.”
90

ENCONTRO

A VIDA E O
MINISTÉRIO DE
JESUS
91

SONDANDO O TERRENO
Neste encontro iremos entender a vida de Jesus de forma cronológica e com-
preender o ministério de Jesus: seus milagres, seus ensinos e sua paixão.

LANÇANDO OS FUNDAMENTOS
1. A vida e o ministério de Jesus: Uma introdução

Chegamos ao clímax da nossa jornada nas Escrituras: Jesus Cristo. A lei


apontava para a necessidade de um salvador, os profetas anunciavam a vinda
futura do Messias, os Judeus aguardavam o ungido de Deus que inauguraria
o Reino de Deus. De repente, em uma pequena cidade chamada Belém, nasce
Jesus, o Cristo.

Os evangelhos não são biografias completas da vida de Jesus. Por exem-


plo, pouco se sabe de sua infância e muitos fatos até mesmo de seu ministério
não são relatados nos evangelhos. Mas eles contêm o que precisamos saber a
fim de assimilar um retrato fidedigno da pessoa de Jesus Cristo.

Na presente aula, iremos estudar em ordem cronológica a vida de Jesus,


enfatizando os seus três anos de ministério.

2. Um panorama da vida e do ministério de Jesus

2.1 O começo da vida de Jesus: Da infância ao batismo

Jesus é concebido de forma milagrosa por Maria, em Belém da Judeia.


Depois de uma excursão ao Egito para salvá-lo da tentativa de Herodes de
matá- lo, Maria e José vão com Jesus a Nazaré. Ali Jesus cresce, aprende o
ofício de carpinteiro e vive uma infância e adolescência normal, até seus 30
anos quando então é batizado no Rio Jordão por seu primo João Batista.

No batismo, os céus se abrem, o Espírito vem sobre ele e a voz do Pai é


ouvida dos céus dizendo “este é o meu filho amado” (Mateus 3).

Após isso, Jesus é levado ao deserto pelo Espírito onde jejua por 40 dias
e é tentado pelo diabo.
92
2.2 O começo do ministério público: o ano da obscuridade

O início do ministério de Jesus foi um período de transição, durante o qual


ele substituiu seu percussor João Batista.

Jesus retorna do deserto, onde foi tentado, para a Galileia onde realiza seu
primeiro milagre nas bodas de Caná.

Depois vai a Jerusalém para a páscoa, e, em uma atitude profética, expul-


sa os mercadores do templo confrontando o sistema religioso e sua corrupção.
Nicodemos, um fariseu renomado, fica interessado em conhecer Jesus (João 3)
e vai ao seu encontro na surdina da noite.

No mais, muitos discípulos de João Batista começam a seguir Jesus, as


multidões começam a se avolumar, João reconhece que “convém que ele cresça
e que eu diminua” (João 3:30) e Jesus logo volta a Galileia passando por Sama-
ria e encontrando a mulher que precisava beber da água viva que o Cristo tinha
para dar (João 4).

2.3 A continuação do ministério de Jesus: o ano da popularidade

Jesus de volta a Galileia prega na sinagoga de Nazaré um discurso que não


foi muito bem recebido pelos Judeus (Lucas 4:18-22). Ele logo deixa Nazaré, vai
a Cafarnaum e começa incontáveis jornadas pela Galileia pregando o evangelho
do Reino e fazendo muitos sinais.

“E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregan-


do o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o
povo.” (Mateus 4:23).

Jesus ensinava com autoridade sobre como era a vida debaixo do Reinado
de Deus (Mateus 5-7) e testificava da chegada do Reino ao libertar pessoas dos
poderes que as oprimiam:

“Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é


chegado o reino de Deus.” (Lucas 11:20).

O clímax da popularidade de Jesus foi quando ele multiplicou pães e peixes


e alimentou 5000 homens e incontáveis mulheres e crianças. A multidão come-
çou a afirmar “verdadeiramente este é o profeta que devia vir ao mundo” (João
6:14). À medida que o rumor se espalhava, as pessoas se determinavam em
torná-lo o Rei que os libertaria do domínio Romano, mas esse não era o projeto
93
de Jesus logo ele tratou de fugir disso e “retirou-se novamente, sozinho, para o
monte” (Jo 6:14-15).

2.4 O fim do ministério de Jesus: o ano da adversidade

Não demorou para Jesus sair do clímax de ser entronizado para a tendên-
cia de ser rejeitado. Ele retorna a Cafarnaum após os milagres da multiplicação
e faz um duro discurso sobre ele ser o pão da vida e que aquele que cresse
nele deveria “comer de sua carne”. Não foi de se admirar que muitos o deixaram
(João 6:52, 66).

A popularidade estava aos poucos se convertendo em adversidade.

Jesus, gradualmente, revela a seus discípulos sua vocação messiânica e as


implicações disso:

“Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem
sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos
chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois
ressuscitasse.” (Marcos 8:31).

Mas pediu o segredo dos discípulos, pois seu messianato não deveria ser
tornado público antes do momento devido. Ele começa então uma jornada em
direção a Jerusalém (Lucas 9:51) passando por Jericó onde ele cura o cego
Bartimeu e encontra-se com Zaqueu.

À medida que o tempo passava, as críticas de Jesus e seu embate com o


sistema religioso de sua época tornavam-se mais intensas. Jesus condenou a
hipocrisia dos fariseus (Lucas 11:37-52), repreendeu os saduceus pela sua igno-
rância nas Escrituras (Marcos 12:18-27) e suas afirmações “Eu sou...” (João 7:37-
39, 8:12, 9:5, 8:58, 10:11, 11:25-26) perturbavam os religiosos. Por isso Jesus
passa a ser alvo dos planos de líderes judeus que diversas vezes tentaram
prendê-lo e matá-lo (João 5:18, 7:30, 32; 10:39; 11:53, 57).

Os últimos dias de Jesus foram o clímax da tensão entre Jesus e os líderes


Judeus. Jesus entra em Jerusalém montado em um jumento (cumprindo a pro-
fecia de Zacarias 9:9. Cf. Mateus 21:5) e com gritos de “hosana” é recebido. Os
três dias seguintes foram de embates teológicos entre Jesus e os líderes judeus.
Ele critica duramente os fariseus (Mateus 23) denunciando a perversão de sua
religiosidade.

Jesus sabia que a morte o aguardava (cf. Marcos 10:38, Lucas 12:50, Marcos
94
14:21, Gálatas 3:15, Zacarias 13:7), ele já havia compartilhado com os discípulos
em vários momentos que sua morte era necessária para sua missão (Marcos
9:12, 9:31, 10:33-34, 10:45). À medida que a tensão entre Jesus e os líderes re-
ligiosos aumentava, sua morte se aproximava.

Durante o tempo da festa da páscoa, quando Jesus e muitos outros Judeus


estavam em Jerusalém, os líderes religiosos foram finalmente capazes de pro-
vocar entusiasmo pela crucificação de Jesus. Eles o submeteram a uma série
de julgamentos sob falsas acusações (6 julgamentos ao todo, começando no
sinédrio e culminando em Pôncio Pilatos).

Jesus é então crucificado na sexta, sepultado naquela noite, mas na manhã


de domingo, após três dias no sepulcro, ele ressuscita dos mortos para ser
eternamente o Senhor da Igreja.

3. O Ensino de Jesus

Ao longo de seu ministério, uma das principais atuações de Jesus foi ensi-
nar. Nesse aspecto, ele se assemelhou aos Rabinos (mestres) Judeus que ensi-
navam suas interpretações da Lei para os seus discípulos. O ensino de Jesus ao
mesmo tempo em que foi admirado por muitos, que viam em suas palavras uma
autoridade e revelação jamais vista, mas também foi um dos grandes motivos
de perseguição a Jesus por parte dos líderes religiosos.

Vamos entender então três dos principais temas que Jesus abordou em
seu ensino.

3.1 Jesus e a Lei

Jesus ao mesmo tempo em que afirma que a lei é palavra de Deus, ele a
reinterpreta em alguns pontos.

Podemos colocar assim:

• Jesus obedeceu a Lei (Mateus 17:27, 23:33), apelou para ela em seu
ensino, e enxergou que sua missão realizava a verdadeira finalidade da
Lei (Mateus 5:17);

• Por outro lado, Jesus reinterpretou elementos do judaísmo como: O


sábado (Marcos 2:23-28, 3:1-6, Lucas 13:10-17), rejeitou práticas como
os rituais de purificação (Mateus 15:1-30) e confrontou ensinos da tradi-
ção oral dos Fariseus e escribas.
95
Em suma: Jesus discordou da interpretação farisaica da Lei, que valoriza-
va excessivamente os aspectos externos da religião e acabava desprezando a
essência da Lei.

Além disso, Jesus reinterpreta a Lei enfatizando a justiça que começa no


coração, erguendo assim o padrão de uma mera observância externa da Lei (cf.
Mateus 5) e resumindo a Lei em amar (Mateus 22:34-40).

3.2 Jesus e a graça

Jesus demonstrou perdão (mulher flagrada em adultério - João 8:8, ladrão


da cruz - Lucas 23:30-43, Pedro - Lucas 23:34), aceitou aqueles que a socieda-
de e a religião marginalizava (samaritanos, crianças, mulheres e publicanos – cf.
Lucas 18:9-14) e mostrou que somente cumprimos a Lei quando impulsionados
pela consciência da graça (Zaqueu em Lucas 19:1-10 e a Mulher pecadores de
Lucas 7:36-50 nos mostra isso).

3.3 Jesus e o Reino de Deus

Jesus tinha como mensagem principal que “o reino de Deus está próximo”
(Mc 1:15, Mateus 12:28), em outras palavras, o tão esperado dia da salvação,
predito pelos profetas acabara de chegar em Jesus, mas não como muitos es-
peravam.

Vimos, anteriormente, que havia uma expectativa por parte de muitos


Judeus que o Reino de Deus fosse estabelecido de forma decisiva a partir de
uma intervenção sobrenatural de Deus na história através da vinda do Messias.
O ensino de Jesus sobre o Reino, porém, contrastava com essa expectativa.
Jesus afirmou dois aspectos sobre o Reino:

• O Reino já chegou – mediante a proclamação de Jesus, seu ministé-


rio, morte e ressurreição o Reino se tornou uma realidade que invadiu a
história. Por meio do arrependimento e da fé nos tornamos cidadãos do
Reino (Lc 17:20, 18:28-30; Jo 3).

• O Reino está por vir – O Reino ainda se consumará em um ponto mais à


frente na história, ou seja, aguarda um cumprimento futuro (Lc 21, 22:29).

Conclusão: Na pregação de Jesus o Reino de Deus existe no já, mas ainda não.
96

EDIFICANDO
1. Escolha um dos ensinos de Jesus e compartilhe como isso o ajuda a transfor-
mar a sua vida.
97

ENCONTRO

NOVO
DE
NOVO
98

SONDANDO O TERRENO
Neste encontro buscaremos compreender a importância e o significado do ba-
tismo para aqueles que querem viver suas vidas para Cristo.

LANÇANDO OS FUNDAMENTOS
A origem do Batismo Cristão está no mandamento que Jesus deixa após sua
ressurreição como parte da chamada “grande comissão”:

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome


do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu
lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus
28:19,20

Jesus ordena que onde quer que discípulos seus surjam estes sejam conduzi-
dos ao batismo. Logo, o batismo torna-se uma etapa importante na jornada de
quem decide seguir Jesus.

Mas afinal de contas o que é o batismo? O que este ato significa? Por que bati-
zamos? Qual o modo correto? Quem está apto a ser batizado? Responderemos
essas perguntas no presente estudo.

1. O que é o Batismo?

A palavra batizar é a transliteração da palavra grega “baptidzo”. Esta palavra


era usada no grego clássico com referência às seguintes ações: “lavar, banhar,
mergulhar ou imergir”. Um exemplo de onde ela é usada na bíblia:

“Quando chegam da rua, não comem sem antes se lavarem. E observam muitas
outras tradições, tais como o lavar [baptidzo] de copos, jarros e vasilhas de
metal. ” Marcos 7:4

Historicamente falando, o rito de purificar-se mediante a lavagem do corpo com


água já estava presente na tradição religiosa dos judeus. Vemos, no antigo
testamento, inúmeras vezes a instrução para esses rituais de purificação que
tornavam o indivíduo cerimonialmente puro para cumprir suas tarefas religiosas.

Além das cerimônias de lavagem do corpo, havia também, entre os judeus, o


hábito de batizar os convertidos ao Judaísmo.
99
É nesse contexto que João Batista aparece. Ele era um profeta pregando que o
Messias estava vindo, o Reino de Deus estava próximo e por isso não era sufi-
ciente ser judeu para entrar no Reino. Era preciso arrependimento (Mateus 3:2),
um compromisso genuíno com um novo estilo de vida. Aqueles que aceitavam
sua mensagem:

Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. Mateus
3:6

O batismo era a forma como essas pessoas publicamente se identificavam com


a pregação de João e com a sua pessoa. O próprio Jesus batizou-se a fim de
afirmar publicamente que concordava com a mensagem de João (Mateus 3:13).

Quando Jesus posteriormente ordena o batismo, ele


explicita uma especificação: “batizando-os em nome do Pai, do Filho e do
Espírito”.

Jesus estava dizendo que ao batizar seus discípulos, eles estariam se identifi-
cando com ele, Jesus, e sua mensagem.

Concluímos que:

O batismo é uma declaração pública e pessoal de um compromisso com


alguém e sua mensagem.

No caso, o Batismo Cristão é uma declaração pública e pessoal de identifica-


ção com Jesus e sua mensagem.

Isso fica claro na igreja liderada pelos apóstolos:

Pedro respondeu: “Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em


nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do
Espírito Santo. Atos 2:38

O ato esperado após a conversão na igreja primitiva era o batismo!

2. O significado espiritual do batismo

O Batismo não é condição para a salvação de alguém, ele é evidência da sal-


vação que já aconteceu.

Por isso que na teologia chama-se o batismo de sacramento. Sacramento é um


100
sinal exterior e visível de uma graça interior e invisível. O batismo é um sinal
visível (água) de uma graça invisível. Que graça seria essa?

a O perdão dos pecados


E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome
de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
Atos 2:38

E agora por que te deténs? Levanta-te, e batiza-te, e lava os teus pecados, in-
vocando o nome do Senhor.
Atos 22:16

Diferente da antiga aliança, na qual a pessoa deveria passar por repetidos


banhos a fim de se purificar cerimonialmente, Cristo remove os pecados uma
vez por todas da vida daqueles que o recebem em fé. O batismo simboliza essa
remoção definitiva que já aconteceu no coração do que crê “mediante o lavar
regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3:5).

b A união com Cristo em sua morte e ressurreição


Ou vocês não sabem que todos nós, que fomos batizados em Cristo Jesus,
fomos batizados em sua morte? Portanto, fomos sepultados com ele na morte
por meio do batismo, a fim de que, assim como Cristo foi ressuscitado dos
mortos mediante a glória do Pai, também nós vivamos uma vida nova. Se dessa
forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos
também na semelhança da sua ressurreição. Romanos 6:3-5

Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com ele no batismo, e com ele
foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre
os mortos. Colossenses 2:12

O batismo significa essa união com Cristo em sua morte e ressurreição. Colo-
caremos os significados práticos e bíblicos disso na tabela abaixo:

Morte “Quanto à antiga maneira de Poder para pa- Livres da


O rompimento viver, vocês foram ensinados rar de praticar condenação
com o VELHO a despir-se do velho homem o mal (obras da
HOMEM [...] carne)
Ressurreição [...] a revestir- se do novo Poder para pra- Capacitados
O nascimen- homem, criado para ser se- ticar o bem (o para a obe-
to do NOVO melhante a Deus em justiça e fruto do Espírito) diência
HOMEM em santidade proveniente da
verdade.” Efésios 4:22-24
101
A vida do discípulo de Jesus é, portanto, assim: Somos novas criaturas (II Co
5:17) diariamente aprendendo a romper com a natureza do velho homem que
se inclina para o pecado, por meio da vitória da cruz (Cf. Rom 8:28-29) e nos
apropriar da realidade do novo homem que cresce para ser semelhante a
Jesus.

c A entrada no corpo de Cristo


Pois todos fomos batizados por um só Espírito, a fim de sermos um só corpo,
quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres; e a todos nós foi dado
beber de um único Espírito. I Coríntios 12:13

O batismo sela publicamente nossa união com o corpo, que é a igreja. Somos
membros do corpo, parte da família espiritual, que é a igreja.

3. O que se espera de alguém que passa pelo Batismo?

Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são
do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Colossenses 3:1

a. Assuma a responsabilidade pelo seu crescimento espiritual: “pro-


curem...”

Não se espera de ninguém que o batismo o torne perfeito. O que se espera é


atitude: “...procurem...”.

Precisamos decidir buscar o que irá produzir verdadeiro crescimento espiritual


em nossas vidas. A responsabilidade pelo seu crescimento não é da igreja, dos
pastores ou dos seus líderes. Esse papel é seu!

b. Busque o que gera crescimento: “as coisas do alto...”

A fim de crescer, devemos buscar “as coisas do alto...”. O que seria isso? Pode-
mos destacar três relacionamentos que vão gerar o amadurecimento do novo
homem em sua vida:

c. Intimidade com Deus

Cresça na sua intimidade com Deus. Crie hábitos como meditar na Bíblia, ouvir
a Deus em oração, falar com ele constantemente. Disciplinas espirituais produ-
zem uma fé forte.

d. Conexão com outros membros da igreja


102

Cerque-se de pessoas que o ajudarão a crescer em fé. Plante-se na casa de


Deus e assim você florescerá (cf. Salmo 92:12). Como? Integre-se a um grupo
de crescimento, permita-se conhecer novos amigos, sirva como voluntário nos
domingos, ame a casa e seja parte dessa família.

e. Influência com os de fora

Uma vez que você foi alcançado por Jesus, sua missão é ser um “pesca-
dor de homens”. Você é chamado para influenciar o mundo à sua volta
para Cristo. Comece desde já a orar por amigos, convidá-los para a igreja e
buscar oportunidades de compartilhar sua história de salvação com eles.

4. DÚVIDAS FREQUENTES

a. Quem está apto para o Batismo?

Sendo o batismo uma “declaração pública e pessoal de identificação com Jesus


e sua mensagem” este só faz sentido para aqueles que por convicção pessoal
abraçaram a fé em Jesus. Na igreja primitiva, aqueles que ouviam a mensagem
do evangelho e respondiam com arrependimento e fé eram então convocados
ao batismo (cf. Atos 2:38). No livro de atos, vemos um episódio que retrata esse
princípio claramente:

Prosseguindo pela estrada, chegaram a um lugar onde havia água. O eunuco


disse: “Olhe, aqui há água. Que me impede de ser batizado? “

Disse Filipe: “Você pode, se crê de todo o coração”. O eunuco respondeu:


“Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”.

Assim, deu ordem para parar a carruagem. Então Filipe e o eunuco desceram à
água, e Filipe o batizou.
Atos 8:36-38

b E o batismo de crianças?

Sendo o batismo um sinal visível da graça invisível da conversão, este só faz


sentido ser ministrado na vida de alguém que já provou da graça da salvação
por meio de uma decisão pessoal de fé em Cristo.
103
Bebês em nossa igreja são dedicados (apresentadas a Deus) e não batizados,
pois assumimos que estes ainda não decidiram pela sua fé em Jesus.

c Há um modo correto?

Muitos discutem a forma correta de batismo: Imersão ou aspersão?

Como já estudamos anteriormente a palavra original grega “baptidzo” tanto era


usada para denotar “lavar, banhar” quanto “imergir, mergulhar”. A quantidade
de água não é o que define a veracidade do batismo. Mais importante que o
como é o quando. Com isso quero dizer que o mais importante é ser batizado
quando houver uma convicção em seu coração que Jesus é seu Senhor e Sal-
vador. É isso que faz com que o batismo não seja um mero ritual.

Em nossa igreja nós batizamos por imersão, porque entendemos que o ato
de imergir simboliza melhor o significado central do batismo que é nossa
união com Cristo em sua morte e ressurreição.

d Posso me “rebatizar”?

Há pessoas que já foram batizadas, mas que sentem o desejo de se batizar no-
vamente a fim de reafirmar seu compromisso com Jesus.

Quando isso se dá por que a pessoa reconhece que em sua experiência ante-
rior de batismo ela não tinha tanta convicção de decisão por Jesus, é indicado
que ela seja batizada, já que o que faz do batismo uma experiência espiritual é
a fé em Cristo. Isso acontece bastante na vida daqueles que foram batizados
quando criança.

Se a pessoa quer se batizar novamente por que se afastou do caminho do


Senhor e retornou para a comunhão da igreja recentemente e por isso que ser
“rebatizada” há duas respostas:

• Não há necessidade! Pois em nossa caminhada quando


nos afastamos de Jesus, o remédio é o arrependimento e o abandono do
pecado, (cf. Provérbios 28:13) logo não precisamos nos “rebatizar” para
sermos reconciliados com Jesus e com sua igreja.

• Não é proibido! Se a pessoa sente que o batismo é importante


para que ela aprofunde sua consciência sobre sua decisão de retornar para
Cristo, que ela o faça e se aproprie da graça que há nessa experiência.
104
v Orientações para líderes que irão batizar pessoas

• Dê preferência a pessoas do mesmo sexo;

• Ore pela pessoa encorajando-a para sua jornada com Jesus;

• Não há necessidade de pregar para pessoa nem ensinar o


que é o batismo pois ela já foi ensinada;

• Mergulhe a pessoa de forma suave;


• Cuidado com pessoas de mais idade no ato da imersão;

Uma forma apropriada e bíblica de se expressar antes do ato de imersão


é:

“Tendo em vista sua fé em Jesus Cristo como seu único Senhor e Salvador eu
te batizo selando sua união com Ele em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém”.

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