TJPB 1a669515
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Vistos etc.
Aduz a promovida que é uma empresa Franqueadora e a detentora exclusiva dos direitos que possibilitam
a exploração do uso da MARCA e o conceito do sistema de franquia “ACQIO” em todo o Brasil e não
Assinado eletronicamente por: JOSE IRLANDO SOBREIRA MACHADO - 09/02/2021 17:26:08 Num. 39241982 - Pág. 1
https://pje.tjpb.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21020917260727900000037405430
Número do documento: 21020917260727900000037405430
realiza a venda de máquinas de cartão de débito e crédito. Os produtos comercializados na franquia são
disponibilizados através de fornecedores homologados.
Alega, ainda, que a empresa demandada não é responsável pelos terminais de transação de cartões de
crédito ou débito, pois, como dito acima, o seu objeto é vender franquias, e, da análise dos documentos
anexados ao autos é possível identificar que a Autora a princípio celebrou um contrato com “Rodrigo”,
cujo cartão traz a marca SERASA EXPERIAN, que em nada tem a ver com a promovida.
Da análise dos autos, entendo que razão assiste à promovida, pois analisando a documentação
acostada à inicial e contestação não antevejo suporte jurídico a embasar a legitimidade da
promovida a compor o polo passivo desta demanda. É que no contrato anexado aos autos não
percebi uma só referência à participação da demandada, mas, ao contrário, percebi que há sim,
um contrato entre a promovente e um representante comercial, chamado "Rodrigo Silva", o
qual está sendo questionado nesta ação.
Ora, o contrato a que se refere a inicial (ID nº. 34541529), não faz qualquer referência ao nome
fantasia, CNPJ, endereço, logomarca ou qualquer outro elemento que nos faça crer que a
demandada participava da relação comercial.
Ora, mesmo a parte autora tendo sido intimada para se reportar em relação a preliminar em
tela, certamente, para que se desejasse, retificasse o polo passivo desta demanda, ou, mesmo
nele incluísse o Sr. Rodrigo Silva (em homenagem ao princípio da primazia do mérito), que
certamente poderia trazer ao processo maiores informações sobre o contrato ora questionado,
preferiu trilhar caminho inverso, continuando a demandar contra a promovida, somente.
Aliás, como se sabe, a legitimidade ad causam constitui condição indispensável para a análise
do mérito pelo juiz e a sua inobservância, acarreta a carência de ação e, consequentemente a
extinção do processo, conforme prevê o art. 485, VI, do novo CPC.
No caso dos autos, percebe-se que no contrato apresentado pela promovente não há como se
aquilatar se entre o promovido e o Sr. Rodrigo Silva existia autorização para comercialização
dos produtos, atuando, assim, como um representante comercial da marca, até mesmo porquê
o próprio cartão de contato do mesmo faz referência ao Serasa Experian (ID nº. 34541531).
Por outro lado, também entendo não ser o caso de se aplicar, na espécie, o entendimento
através do qual o simples fato de ter participado da cadeia negocial (relação de consumo), deva
a parte ré figurar nesta ação, e, assim entendo porque para mim, somente pode ser aplicado tal
entendimento quando resta clara a participação de todos os envolvidos na relação comercial,
sendo que neste caso, não se comprova que entre o autor e o promovido houvesse essa
relação, diferentemente quando você adquire um produto numa loja comercial com a garantia
de fábrica, pois neste caso já está implícita, em tese, a responsabilização de ambos,
garantindo-se a quem se achar prejudicado, naturalmente, o direito de regresso.
Portanto, ante tais argumentos, no meu entender, como dito antes, deve a preliminar em
testilha ser acolhida.
POR TODO O EXPOSTO, acolho a preliminar arguida pela promovida, e, por via de consequência,
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julgo extinto o processo, sem análise de mérito, o que faço com fulcro no inciso VI, do art. 485 , do
CPC vigente.
Sem custas processuais nem honorários, nos termos do art. 55, da Lei nº. 9.099/95.
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https://pje.tjpb.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=21020917260727900000037405430
Número do documento: 21020917260727900000037405430
Certificado o trânsito em julgado, arquivem-se os autos, independentemente de novo
despacho.
P. R. I e Cumpra-se.
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