Modelo Petição Inicial Inexistencia de Débito

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AO JUIZO DO JUIZADO ESPEDIAL CIVIL DA COMARCA DE CIDADE/ESTADO

Com pedido de Antecipação de Tutela e Assintência


judiciária Gratuita

FULANA DE TAL,qualificação completa vem


respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor:

AÇÃO DECLARATÓRIAA DE INEXISTENCIA DE


DÉBITO COMULADA COM AÇÃO DE INDENISAÇÃO
POR DANOS MORAIS COM PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA

em face de VISA DO BRASIL EMPREENDIMENTOS LTDA,


denominada “VISA”,pessoa juridica de direito privado,
inscrito sob CNPJ nº 31.551.765/0001-43, localizada na
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1909, 3º andar, CONJ
31 PAVMTO2 daTorre Norte, Vila Nova Conceição, Cidade
de São Paulo, CEP: 04.543-907, e REALIZE CRÉDITO,
FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A., pessoa jurídica
de direito privado, inscrito sob CNPJ nº 27.351.731/0001-
38, com sede na Avenida Dolores Alcaraz Caldas, 90,
ANDAR 9 e 10 -, Bairro Praia de Belas, Porto Alegre/ RS,
CEP: 90.110-180, pelos fatos e fundamentos jurídicos que
passa a expôr.
I. DOS FATOS

1. A Autora, buscando ter um cartão de credito para suas despesas diárias, pois é
aposentada e nem sempre tem dinheiro em mãos, buscou as Lojas RENNER, e
solicitou um cartão de Crédito, sendo liberado um cartão da bandeira VISA.

2. Na mês de outubro, foi surpreendida com a fatura mensal, onde constava uma
compra de R$1600,00 ( hum mil e seiscentos reais), cuja compra desconhece,
pois conforme informado acima, e tambem atravéz da fatura, se observa que
suas compras são de valores mínimos.

3. Como desconhecia a compra, se deslocou até as lojas RENER, buscando uma


resposta, sendo informada que deveria entrar em contato com o número
informado no Cartão de Crédito. Sua filha entrou em contato com a
empresa,informado o ocorrido, solicitando o cancelamento da compra, pois
sua mãe não iria e nem teria dinheiro para pagar tal valor, já que desconhece
tal compra.

4. Ocorre que mesmo entrando em contato com a empresa, nada foi


providenciado, e a dívida permanece em aberto, pois a Autora efetuou o
pagamento somente do valor das compras que ela reconhece como sua.

5. Diante do fato de não ter seus problema solucionado extrajudicialmente, não


encontou outra saída que não fosse buscar o judiciário para ter seu problema
resolvido, pois não pode ser responsabilizada por algo que não deu causa,
restando inadimplente, correndo o risco de ter seu nome inscrito nos orgãos de
proteção ao crédito.

6. Além disso, insta salientar o histórico de compras no cartão de crédito, objeto


da presente demanda, haja vista que a discrepância entre as compras
eventualmente realizadas com o referido cartão e aquela efetuada à vista, não
condiz com a atitude da Autora, vez que este cartão é utilizado apenas para
compras de valores muito baixos, como fruteira, roupas, o que é facilmente
constatado por uma análise superficial da fatura em anexo.

7. Portanto, estamos diante de um caso em que faltou diligência do Requerido em


conferir os fatos antes de autorizar a compra do cartão de crédito

8. Diante do exposto a autora vem pedir que seja determinado o fim da cobrança
material e determinado o pagamento de danos morais pelo dano a sua imagem.

II. DO DIREITO

Da Aplicação do Código de Defesa do Consumidor

A presente ação deve ser dirimida sob a égide do Código de Defesa do Consumidor
(CDC), uma vez que se trata de evidente relação de consumo, em que a Requerida
figura como fornecedor de serviços, nos exatos termos do artigo 3º do CDC, ao passo
que a Requerente satisfaz as características de consumidor, consoante artigo 2º do
mesmo diploma legal.

Artigo 3º do CDC – Fornecedor é toda pessoa física ou


jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem
atividade de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Artigo 2º do CDC – Consumidor é toda pessoa física ou


jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.

A Constituição Federal conferiu ampla tutela ao consumidor, considerando sua


evidente vulnerabilidade em relação aos fornecedores no mercado de consumo,
no artigo 5º, inciso XXXII, conjugada com o artigo 1º, inciso III da CF.

Registra-se que a hipótese deu origem à Súmula 297 do STJ, nos termos que seguem:

Súmula 297 do STJ – O Código de Defesa do Consumidor


é aplicável às instituições financeiras.

Destarte, não subiste a mais mínima dúvida acerca da aplicação do Código de Defesa
do Consumidor, aos contratos firmados entre as instituições financeiras e seus clientes.

Portanto, faz-se necessária seja julgada a presente ação observando os preceitos


ditados pelo referido diploma legal, sendo certo que a Requerente é cliente do
Requerido, a instituição financeira REALIZE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E
INVESTIMENTO S.A

Da Inversão do Ônus da Prova


Por derradeiro, consigna-se a inversão do ônus da prova, nos ditames do Código de
Defesa do Consumidor.

A Requerente junta a estes autos os documentos que comprovam o montante do


prejuízo decorrente da compensação dos valores da compra feita com os dados do seu
cartão de crédito.

Assim, ressalta que não possui outros meios de comprovar o seu direito, de modo que
requer a inversão do ônus da prova, a fim de que a parte Ré demonstre caso encontre
alguma evidência de que as compras foram realizadas pela Autora, sendo está à única
razão para não a ressarcir do prejuízo suportado.

Desse modo, no contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversão


do ônus da prova ante a verossimilhança das alegações, conforme disposto no artigo
6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor.

Art. 6º, inciso VIII, CDC: a facilitação da defesa de seus


direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for
verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências.

Nota-se que, cabe ao Requerido demonstrar provas em contrário ao que foi exposto
pela empresa autora, tendo em vista que esta comprovou nestes autos todos os fatos
alegados.

Com isso, requer-se a inversão do ônus da prova, a fim de que a instituição financeira
seja intimada a apresentar, nestes autos, documentos que demonstrem qualquer fato
diverso dos alegados pelo Requerente, inclusive o parecer da agência favorável ao
estorno das compras realizadas.

Desta forma, a Requerente requer a inversão do ônus da prova, a fim de que a parte
Ré apresente, nestes autos, documentos que demonstrem a ocorrência dos fatos
expostos, em decorrência da reconhecida vulnerabilidade e até mesmo
impossibilidade da parte autora em relação à instituição financeira para produzir
demais provas.
Da falha na prestação dos serviços pelo Requerido

Diante do caso suso narrado, é preciso reconhecer a falha na prestação dos serviços
pelo Requerido, tendo em vista que, mesmo entrando em contato com a empresa que
forneceu o cartão de crédito e contato telefônico, não ocorreu o cancelamento da
compra efetuada e, por consequência, não houve estorno do valor dispendido, ou
seja, a Autora continua devedora.

Neste sentido, deve-se observar o disposto no artigo 14 do Código de Defesa do


Consumidor.

Art. 14. O fornecedor de serviços responde


independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.

Resta claro que, ao não cancelar a compra realizada por terceiro desconhecido, a parte
Ré quedou-se inerte e falhou na prestação dos seus serviços como instituição
financeira.

Tal circunstância denota vício de segurança e justifica, por si só, a obrigação da parte
Ré de cancelar a compra efetuada, de modo a não onerar a parte Autora, por compras
que não foram realizadas por ela.

Da Responsabilidade Objetiva do Requerido

Além disso, a responsabilidade objetiva do Requerido pelos danos materiais, impostos


a Requerente, é patente, mormente tratar-se de relação jurídica consumerista.

Conforme abordado anteriormente, a relação jurídica existente entre as partes possui


natureza consumerista, consoante disposição expressa do parágrafo 2º, artigo 3º do
Código de Defesa do Consumidor, bem como entendimento jurisprudencial já
sedimentado no âmbito da Suprema Corte brasileira.
Ademais, tratando-se o Requerido de Instituição Financeira cuja personalidade jurídica
é eminentemente pública, cabível, no caso em comento, aplicação do artigo 37, §6º da
Constituição Federal, o qual dispõe:

6º – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão
pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.

Resta inequívoco do conjunto jurídico normativo aplicável à matéria que, a


responsabilidade do Requerido, frente aos danos suportados pelos Requerentes,
prescinde da demonstração do comportamento culposo de terceiro, conforme
arcabouço principiológico do CDC, bem como artigo 37, §6º da Constituição Federal,
acima descrito.

Vale mencionar novamente a previsão do artigo 14 do Código de Defesa do


Consumidor, conjugado com os artigos art. 3º, §2º do CDC, bem como artigo 6º, inciso
VI do mesmo diploma legal, os quais prevêem a efetiva prevenção e reparação de
danos patrimoniais e morais suportados por ensejo da relação consumerista.

Nesse mesmo sentido é o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça


na Súmula 479:

Súmula 479 – As instituições financeiras


respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias. (Súmula 479,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/06/2012, DJe
01/08/2012).

Portanto, conclui-se ser o Requerido responsável objetivamente pelo ocorrido, sendo


de sua inteira responsabilidade cancelar as compras efetuadas no cartão da
Requerente, sendo certo que essas foram efetuadas por terceiro desconhecido e,
portanto, não ser cobrada da Autora, ressaltando que em conversa com a atendente
das Lojas Renner, a informação foi de que não era a primeira reclamação em relação
ao nome que consta na fatura, pgt Claudio Kauer, fato que comprova a falta de zelo
por parte da Requerida.

PROVAS

Do cancelamento das compras realizadas

Acerca da responsabilidade civil das instituições financeiras, no tocante a danos


sofridos por clientes em razão de condutas ilícitas praticadas por terceiros, conforme
acima já mencionado, o Superior Tribunal de Justiça sedimentou o entendimento
na Súmula 479, restando claro que, o Requerido deve responder pelo dano patrimonial
suportado pelo Requerente.

Observa-se, desde logo, ser indiscutível o dever do Requerido em evitar os danos


patrimoniais a serem suportados pelos Requerentes, de forma a suspender
integralmente os débitos da fatura do cartão de crédito, que perfaz um montante de
R$ 1600,00(hum mil e seiscentos reais), mas, que em decorrência do não pagamento,
o valor deve estar com valor superior ao valor da compra, uma vez que gera juros e
correções monetárias.

Até o momento o valor em questão, encontra-se em aberto, sendo certo que as


demais compras efetivamente realizadas pela Requerente foram devidamente
adimplidas, a fim de evitar maiores prejuízos até que se resolva a questão.

Já restou claro que a responsabilidade da instituição financeira, ora ré, é objetiva, logo,
em consonância com a legislação, a compra realizada deve ser declarada inexigíveis,
sendo todo o prejuízo suportado pelos Requerentes uma consequência pela
ineficiência dos serviços prestados.

A seguir print de algumas reclamações sobre a mesma situação vivenciada pela Autora,
vejamos:
Vejamos o entendimento do Tribunal de Justiça sobre o tema:

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO POR
DANOS MATERIAIS E MORAIS. COMPRAS REALIZADAS
POR TERCEIROS COM O CARTÃO DE DÉBITO/CRÉDITO
DA EMPRESA DEMANDANTE. FRAUDE EVIDENCIADA.
FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO VERIFICADA.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RÉ VISA AFASTADA.
MATÉRIA UNIFORMIZADA PELAS TURMAS RECURSAIS
CÍVEIS REUNIDAS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA E DA BANDEIRA. DEVIDAA
DEVOLUÇÃO, EM DOBRO, DO VALOR DESCONTADO.
DANO MORAL À PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE
DESDE QUE COMPROVADO O PREJUÍZO. DANO NÃO
DEMONSTRADO. PLEITO INDENIZATÓRIO
DESACOLHIDO. RECURSOS DESPROVIDOS, POR
MAIORIA, VENCIDO O DR. OYAMAASSIS BRASIL DE
MORAES. (Recurso Cível, Nº 71010494151, Quarta Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Nara Cristina
Neumann Cano Saraiva, Julgado em: 22-07-2022)

Nesse diapasão, requer o cancelamento das compras realizadas no cartão da


Requerente, tendo em vista a inexigibilidade dos valores pendentes. DO DANO MORAL

O dano moral é o dano imaterial, aquele que não produz consequências no patrimônio
do ofendido, mas atinge o foro íntimo da pessoa. Converte-se a dor, a vergonha, a
humilhação, em dinheiro como uma compensação.

Esta compensação deve ter o poder de caracterizar uma sanção ao ofensor, já que este
é o intuito do dever de indenizar. Se não tiver carater de penalização, se o valor fixado
for, frente as posses do ofensor, insignificante, incapaz de lhe penalizar, é por si só ,
ineficaz.
A reparação pecuniaária do dano moral é um misto de pena e satisfação
compensatoória. Não se pode negar sua função: penal, constituindo uma sanção
imposta ao ofensor; e compensatória, sendo uma satisfação que atende a ofensa
causada, proporcionando uma vantagem ao ofendido, que poderá, com a soma de
dinheiro recebido, procurar atender as satisfações materiais ou ideais que repute
convenientes, diminuindo assim, em parte, seu sofrimento.

Os artigos 186, 187 e 927 do Código Civil, estabelecem o dever de indenizar, vejamos:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
(grifei)

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito


que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. (grifei)

Desta forma, tendo em vista todo o dissabor e angústia vividos pela Requerente desde
o momento em que teve conhecimento de que haviam usado seu nome através do
cartão de crédito que sempre esteve consigo, gera o dever de indenizar. Salientando
que a Autora, não se negou em pagar o valor gasto por ela, fato este que o fez (comp.
pgto. em anexo), mas que tem causado grande insegurança a Autora, pois tem medo
de novamente, usarem seu nome indevidamente, e ter que arcar com valores que não
dispõem.

De acordo com o entendimento pacífico de nosso tribunal, o dano moral é presumido,


senão vejamos:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM


REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. CARTÃO DE CRÉDITO. DÉBITOS
ORIGINÁRIOS DE COMPRAS REALIZADAS POR TERCEIRO. FALTA DE
DILIGÊNCIA DA ADMINISTRADORA DO CARTÃO E DO
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. DANO MORAL CONFIGURADO.
QUANTUM INDENIZATÓRIO MANTIDO. 1. Constitui-se em falha
operacional do sistema adotado pela instituição financeira
administradora de cartões de crédito, assim como pelos
estabelecimentos comerciais credenciados por ela, a aceitação de
transações com a utilização de cartão de crédito sem conferência da
titularidade. 2. Os danos morais restaram caracterizados pela cobrança
indevida dos valores referentes ao pagamento das faturas, bem como
pela sensação de insegurança gerada no consumidor, pessoa idosa (fl.
55). 3. O quantum fixado na sentença (R$ 3.000,00) merece ser
mantido, pois adequado ao caso concreto e aos postulados normativos
da proporcionalidade e da razoabilidade. Sentença confirmada por
seus próprios fundamentos. Recurso improvido. (Recurso Cível, Nº
71002924264, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais,
Relator: Ricardo Torres Hermann, Julgado em: 28-04-2011) Data de
Julgamento: 28-04-2011

Seria uma demasia, algo até impossivel exigir que a vítima comprove a dor, a tristeza
ou a humilhação, a t r av é z de depoimentos, documentos ou perícia; não teria ela
como demonstrar o descrédito, o repudio ou o desprestigio a t r a v e z dos meios
p r o b a t ó r i o s tradicionais, o que acabaria por ensejar o retorno a fase da
irreparabilidade do dano moral em razão de fatores instrumentais.
Diante do exposto a indenisação pelo dano moral sofrido, tendo em vista se tratar de
pessoa idosa, que teve seu nome usado indevidamente em virtude da falta de cuidado
de quem tem o dever de dar assitencia, quando requerida, salientando que a idosa se
deslocou até o estabelecimento buscando uma solução, mas foi ignorada, tendo que
recorrer a pessoa da família para aliviar a angustia por pensar que iria ter que pagar
mais do que recebe a titulo de aposentadoria, por uma divida contraida por terceiro.

Da Tutela de Urgência Antecipada

Enfim, diante dos fatos, requer seja concedida a medida liminar para suspender a
cobrança indevida pelo Requerido até que sobrevenha decisão terminativa, conforme
motivos a seguir expendidos.

Conforme restou demonstrado, os Requerentes não realizaram a compra que


totalizaram o valor de R$1600,00 (hum mil e seiscentos reais). Porém, com o não
pagamento da fatura, a importância pendente alcançará valores que vão muito aquém
dos rendimentos da Autora.

Sendo assim, lança-se mão do instituto da tutela de urgência antecipada, insculpida


nos artigos 300 e 303, do Novo Código de Processo civil e artigo 84, do Código de
Defesa do Consumidor, permitindo que este MM Juízo garanta ao litigante detentor da
probabilidade do direito, a antecipação dos efeitos do provimento final de modo a
assegurar-lhe a eficácia deste, devendo estar evidenciada a verossimilhança do direito
dos Requerentes e o perigo de a morosidade processual vir a acarretar-lhe danos de
difícil ou de impossível reparação.

A verossimilhança da alegação está devidamente demonstrada pelos documentos,


anexado aos autos, que comprovam que as compras não foram efetuadas pela
Requerente, levando em consideração suas despesas mensais, que são compras de
baixo valor.

Já quanto ao periculum in mora resta este evidenciado pelo risco eminente de prejuízo
que terá a Requerente, em razão da demora na prestação da tutela jurisdicional,
notadamente pelo fato de que poderá ter seu nome incluído nos cadastros
desabonadores, mesmo sendo diligente em seus pagamentos e nesse sentido, ser
punido por uma conduta que não cometeu.
Destarte, por estarem preenchidos os requisitos para a concessão da tutela de
urgência antecipada, consoante os requisitos estabelecidos no Código de Processo
Civil, vem requer a Vossa Excelência a sua concessão, por ser de legítimo direito.

DOS PEDIDOS E DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, pede e requer se digne Vossa Excelência:

1. Seja concedida, liminarmente e inaudita altera pars, a tutela antecipada, de


urgência, com base no artigo 303 do CPC, para que seja suspensa a cobrança do valor
de R$1600,00(hum mil e seiscentos reais) em aberto até que sobrevenha decisão
terminativa e que a parte Ré se abstenha de inscrever o nome da Autora nos órgãos
restritivos de crédito.

2. Requer seja determinada a citação do Requerido para que, querendo, apresente


defesa no prazo legal, sob pena de lhes serem aplicados os efeitos da revelia e da
confissão quanto a matéria de fato;

3. Seja designada audiência de tentativa de conciliação, a fim de que se possa buscar a


composição amigável do litígio;

4. Ao final, requer seja a presente demanda julgada TOTALMENTE PROCEDENTE com o


fim de declarar inexigível a compra efetivadas por terceiro desconhecido no cartão de
crédito da Requerente, estornando, definitivamente, os valores em aberto em face da
Requerente;

5. Seja o Requerido condenado ao pagamento das custas e honorários advocatícios nos


termos do art. 85, §2º, do CPC;

6. Que ao final seja julgada procedente a ação para condenar o demandado ao


pagamento de indenização a título de danos morais, quantia esta a ser arbitrada por
V. Exa em valor não inferior a dois salarios minimos, devidamente corrigidas de
acordo com a súmula 54 do STJ

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em


especial a prova documental, consignando-se a inversão do ônus da prova, nos
ditames do Código de Defesa do Consumidor.
Da-se a causa o valor de R$ 4.240,00 ( quatro mil, duzentos e quarenta reais), nos
termos do art.292, inc. VI do CPC.

Nestes termos, pede deferimento

Cidade, 17 de novembro de 2023

Pp ADVOGADA - OAB/RSxxxx

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