Impugnação Banco Pan GRAÇA
Impugnação Banco Pan GRAÇA
Impugnação Banco Pan GRAÇA
I – DAS PRELIMINARES
DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
Alegou o requerido que não possui legitimidade para constar no polo passivo da presente
demanda, eis que não deu causa a qualquer dano alegado pela parte autora.
Ora Excelência, os documentos acostados nos autos monstra de forma clara que a
parte ré é cedente do empréstimo objeto da lide, além disso, as pessoas que entraram
em contato com a autora informou ser representante do Banco Pan, logo, em todo
momento a parte autora tratou ou pelo menos acreditou estar tratando com o Requerido,
vide (fls.3 e 4.)
Ainda ao consultar o portal “MEU INSS” consta empréstimo realizado pelo réu no dia
09/05/2022, n° do contrato 356294116-5 no valor de R$ de 35.616,00 divididos em 84
parcelas de 424,00, dessa forma, o Requerido é parte legítima para integrar o polo
passivo da demanda.
Os argumentos do requerido não merecem prosperar, haja vista, que a Autora juntou nos
autos comprovantes dos descontos, bem como, de devolução do valor.
Pois bem Excelência, a ré se mostra contraditória a todo momento, vez que, alega
perda do objeto haja vista que o contrato foi liquidado em 08/12/2022, no entanto,
em sede de contestação fls.46 alegou ser a autora ainda devedora do Banco, veja:
Se o contrato foi liquidado, como pode ser a autora ainda devedora do Banco?
Todavia, o contrato pode até ter sido liquidado em 08/12/2022, porém os valores
descontados só foram devolvidos em janeiro de 2023 depois do protocolo desta ação
em 15/12/2022, portanto não há perda do objeto, ademais os descontos indevidos não
foram devolvidos em dobro como é de direito da requerente.
Diante, desse impasse confuso, onde a ré alega que a requerente é devedora, ao mesmo
tempo informa que contrato foi liquidado, se faz necessário seguir para que seja declarada
a inexegibilidade do débito, a devolução correta (em dobro) dos descontos, bem como, o
dano moral.
Ante ao esxposto, requer que seja afastada a preliminar suscitada pelo requerido.
FALTA DE INTERESSE DE AGIR - Ausência de Pretensão Resistida
Pontuou ainda o réu, que a parte autora não buscou solucionar administrativamente, por
fim, requereu o indeferimento da inicial.
Contudo, não assiste razão as alegações do requerido, pois a requerente buscou resolver
diretamente com o Banco, só que de nada adiantou, foram seis meses de espera da
resolução, conforme prints de mensagens (vide fls.6, 9, 10) onde consta vários protocolos.
Todavia, Excelência, O art. 320, CPC/15 determina que na petição inicial deverão ser
acostados os documentos considerados essenciais, falha esta que, se não sanada no prazo
de quinze dias, deveria acarretar a extinção do feito por indeferimento da peça de
ingresso. Nas palavras de MISAEL MONTENEGRO FILHO:
Diante disso, não deve ser acolhida a preliminar suscitada pelo requerido.
II – DO MÉRITO
DA INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO.
Aduziu o réu, que o contrato discutido pela parte autora trata-se na verdade de contrato
formalizado digitalmente, alegando validade do negócio jurídico realizado entre ele e a
autora.
Ao mesmo tempo diz que a contratação foi mediante assinatura próprio punho (contrato
físico), ou seja, qual é a verdade real?
O art. 171, inciso II do Código Civil, é claro em dizer que é anulável o negócio jurídico
por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores. Veja-se:
Portanto, é anulável o negócio jurídico realizado entre o Banco Pan com a autora, pois se
trata de fraude, a autora não contratou empréstimo nenhum, tanto é verdade que devolveu,
nestes autos possuem provas de que ocorreu fraude.
Quanto as telas de sistema que a ré apresentou trata-se de prova unilateral, a autora nem
sabe do que se trata, nem como foi parar sua foto no sistema, pois nunca realizou nenhum
contato com o réu solicitando empréstimos.
Importante ressaltar que a requerente não possui nenhum empréstimo, por sua vez, viu o
réu grande oportunidade de comprometer 35% da margem consignável do benefício dela,
e nem se quer tomou os devidos cuidados ao liberar valores na conta da autora,
sabendo, que o que mais tem ocorrido é fraude, tanto é verdade que o requerido
informa em sede de contestação a apartir de fls. 63 que possuem canal exclusivo para
orientar e alertar seus clientes sobre os golpes.
Em fls.45, o réu alegou que “contrato com o PAN é legítimo, formalizado através do
Correspondente Bancário WL CASAQUI”. Veja bem Excelência, o Correspondente
Bancário acima citado é alvo de inúmeras reclamações no portal RECLAME AQUI no
mesmo sentido. Veja:
https://www.reclameaqui.com.br/empresa/wl-casaqui-servicos-administrativos/
Seguindo adiante, para que não resta ainda dúvidas sobre a responsabilidade do réu, que
ao nosso ver, também participou da fraude, a pergunta que se faz é as seguintes:
Por qual motivo o Banco Pan teria LIQUIDADO (pago, cuja dívida foi
completamente quitada), o contrato da autora, bem como, devolvido os valores
descontados em seu benefício (vide fls.47)???
Neste ponto o requerido CONFESSOU que o contrato foi liquidado entre as partes,
ou seja, aqui fica claro que a autora devolveu o dinheiro corretamente, ou o réu
participou diretamente da fraude, convenhamos que caso o Banco não houvesse
recebido não teria liquidado o contrato, simples assim.
Embora o requerido tenha juntado provas unilaterais, fato é que a autora não contratou,
tudo foi realizado mediante fraude, pois ela mal sabe ler, não sabe nem como ocorreu
todo esse procedimento demonstrado pelo requerido.
Outrossim, considerando as alegações do réu que o contrato é legítimo, poderia cobrar da
autora sem problemas nenhum, mas do nada o contrato foi liquidado, quem liquidouu???
Nobre Julgador, trata-se de verdadeira conduta ilícita do réu perpetrada com extrema má-
fé, com o fito de lesar a boa-fé objetiva.
Neste viés, já se encontra sedimentado o entendimento dos Tribunais no sentido de
condenar a instituição financeira ao pagamento de danos morais, quando do desconto
indevido de empréstimos consignados não contratados, sendo o dano moral in re ipsa, ou
seja, o dano é presumido, consoante segue:
Súmula 479 do STJ – As instituições financeiras respondem objetivamente pelos
danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias.
Destarte, configurado está o direito da autora aplicável à legislação acima referenciada,
devendo o banco requerido ser responsabilizado e condenado ao dever de indenizar.
O Banco alega que possui um canal de comunicação que visa evitar que as pessoas caiam
em golpes.
Contudo, isso não isenta o fato do banco contribuir diretamente para que esses golpes
ocorram, eis que não cuida de impedir o vazamento de seus dados cadastrais, bem como
não adota nenhuma medida de segurança efetiva para impedir que isso ocorra.
O que causa estranheza é a liquidação do contrato, já que o réu afirma que não recebeu a
devolução!
Ora, não assiste razão o réu, pois basta analisar os prints das mensagens do suposto
atendente do banco e o comprovante de transferência para verificar que a conta é a mesma.
Diante do expoxto, não merece prosperar os argumentos do réu.
O réu alegou que, se houve pagamento de documento oriundo de fraude, tal fato somente
ocorreu por desídia da parte autora. Pontuou que a parte autora agiu com inegável
imprudência, tendo, claramente, efetuado transferência de valores em favor de CLEBER
SANTOS REIS, e, através de procedimentos com fortes indícios de falsidade, atuando
com desídia e deixando de utilizar-se de todas as cautelas necessárias para
transações bancárias, fls.62.
Nota-se que o requerido aqui reconhece que se trata de fraude devido aos fortes
indícios, assim sendo, requer sua responsabilização, conforme dispõe a Súmula 479
do STJ;
Alega que o fato se trata de um fortuito externo, não tendo responsabilidade pelo ocorrido.
Sem razão. Conforme já narrado, as atividades do Banco contribuíram diretamente para
que a fraude ocorresse, não havendo o que se falar em “descaracterização do fortuito
interno”.
Ademais, pelo mesmo fato, o Banco também deverá responder por seus atos, sendo
evidente o defeito na prestação do serviço.
INEXISTÊNCIA DE SOLIDARIEDADE
Informou o réu que a relação jurídica que a autora reclama, NÃO foi firmado com o
Banco PAN nem com qualquer parceiro comercial deste, e, desta forma, não pode ser
responsável por algo ao qual não se vinculou.
Ora Excelência, já está mais que provado que foi o réu que disponibilizou o empréstimo
na conta da autora, bem como, em todas as tratativas da fraude, a requerente tratou ou
acreditou estar tratando unicamente e exclusivamente com o réu, portanto, é o único
responsável.
Importante ressaltar, que não se trata de descontos de valores irrisórios, mas sim de
valor alto, considerando o ganho da autora, para o réu essa quantia não é nada, mas
pra requerente esses descontos lhe causaram enormes danos e isso deve ser
considerando para indenização.
PEDIDO CONTRAPOSTO
Pois bem, Excelência, primeiramente não há e nem nunca houve enrriquecimento ilícito
da parte autora, tendo em vista, que devolveu o empréstimo assim que teve conhecimento,
ademais, a requerente teve muito prejuízos em razão dos decontos indevidos que
permaneceram por seis meses.
Todavia, o réu mais uma vez se mostra perdido em sua defesa, não quer que seja anulado
um contrato que inclusive já foi até liquidado, que não se sabe nem quem pagou, por sí
só ao liquidar o contrato assumiu plenamente a culpa, portanto não faz jus a devolução
de nenhuma quantia.
Portanto, quando se pesquisa BANCO PAN no google, o site possui a mesma logo que
os supostos fraudadores usam, logo, não se pode exigir que uma pessoa que mal sabe ler
identifique selo de verificação. Veja;
Ainda, não menos importante, destaca-se que o réu já não sabe nem mais o que alega, em
fls.69, muda sua versão, diz que o empréstimo foi contratado mediante assinatura de
próprio punho!!!
Nestes Termos,
Pede Deferimento.