Didáctica Da Educação Musical
Didáctica Da Educação Musical
Didáctica Da Educação Musical
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INDE
INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
Testagem 2012
Duração: 96 horas
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Índice
Introdução .................................................................................................................................. 4
Avaliação ................................................................................................................................. 16
Pulsação ................................................................................................................................... 19
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Unidade Temática 4: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Auditiva .......................... 21
Intervalos.................................................................................................................................. 34
Escalas...................................................................................................................................... 35
Acordes .................................................................................................................................... 36
Bibliografia obrigatória:........................................................................................................... 41
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Introdução
A Didáctica da Educação Musical para a formação de professores, pretende que os formandos
sejam capacitados para ensinar os aspectos fundamentais da música no ensino primário e
aprendam valorizar a música como manifestação artística na sociedade. Assim, nesta unidade
curricular, o futuro professor conhecerá o programa de Educação Musical do Ensino Primário
e desenvolverá metodologias e estratégias de ensino de Educação Musical. Associado a este
item, pretende-se que o formando construa instrumentos, para que posteriormente, na sua
prática profissional, o consiga efectuar individualmente. Da mesma forma que tem sucedido
em qualquer didáctica, igualmente nesta, se objectiva que o formando planifique
adequadamente de acordo com o programa e preveja instrumentos de avaliação, contribuindo,
para a recreação, hábitos de apreciação e prática musical na escola e na comunidade.
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Avaliar o progresso dos alunos, analisar os resultados e usá-los para melhorar
o seu desempenho e dos alunos;
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Rítmica
Desenvolvimento
O Formador deve ter sempre em conta que a música, como as outras artes, é um valioso
meio de comunicação e de expressão de sentimentos humanos e que contribui para
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educação estética a que todo o cidadão deve ter acesso, auxiliando o desenvolvimento
integral e harmonioso da personalidade do indivíduo.
Produz um portfólio onde enuncia as múltiplas vantagens de alunos que são expostos
à música durante a sua vida estudantil.
Recursos de aprendizagem:
Educação Musical é a disciplina curricular que introduz o indivíduo a uma formação inicial
em música enquanto arte, linguagem e conhecimento.
A educação musical, ainda, não é a formação musical propriamente dita mas é um processo
de construção do conhecimento que tem como objectivos, despertar e desenvolver o gosto
pela música, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do
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prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, auto-disciplina, do
respeito ao próximo, da socialização e afectividade.
Deste modo, as actividades musicais realizadas na escola não visam a formação de músicos,
porém, através da vivência e compreensão da linguagem musical, elas propiciam a abertura
de canais sensoriais do indivíduo que por sua vez, facilitam-no na expressão das suas
emoções.
Desenvolvimento cognitivo/linguístico
Nesse sentido, as experiências rítmico musicais que permitem uma participação activa
(vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos da criança:
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Desenvolvimento psicomotor
As actividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua
habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. O ritmo
tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda
expressão musical activa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reacção
motora e aliviando as tensões.
Desenvolvimento sócio-afectivo
A criança, pouco a pouco, vai formando a sua identidade, apercebendo-se diferente dos
outros e ao mesmo tempo tenta integrar-se com os outros. Nesse processo, a auto-estima e a
auto-realização desempenham um papel muito importante. Através do desenvolvimento da
auto-estima ela aprende a se aceitar como é, com suas capacidades e limitações.
A música na criança, ainda em tenra idade, é um elemento que auxilia o processo de ensino e
aprendizagem, pois, através dos órgãos de audição a criança possui o contacto com os
fenómenos sonoros, pois, desenvolve o raciocínio lógico, a criatividade e outros dons e
aptidões.
A música é um elemento sempre presente na socialização do homem e auxilia na construção
do equilíbrio emocional e espiritual como por exemplo:
Desperta emoções, equilibra o metabolismo e interfere na receptividade sensorial
diminuindo os efeitos de fadiga.
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Desperta no indivíduo o espírito de satisfação, alegria e contribui para a imaginação e
criatividade.
Amplia e facilita a aprendizagem, pois, ensina o indivíduo a escutar de maneira activa
e crítica.
Contribui para o desenvolvimento da sensoriedade e motricidade através do ritmo,
som e de melodia.
Proporciona no indivíduo sentimentos de alegria, de tristeza, de sensualidade e de
calma, factores importantes na formação do carácter.
Actividades obrigatórias
1. Usando a biblioteca, as tecnologias de comunicação e informação ou outros meios
disponíveis, deverá produzir um texto de, pelo menos 5 páginas, compulsando sobre as
múltiplas vantagens de expor as crianças à música durante a sua escolaridade.
Autoavaliação:1
1. Depois de toda informação e conhecimento que tem sobre a música e a educação musical,
defina o que é educação Musical?
2. A educação musical, ainda, não é a formação musical propriamente dita mas é um processo
de construção do conhecimento que tem como objectivos, despertar e desenvolver o gosto
pela música. Comente esta afirmação.
3. Que habilidades as crianças desenvolvem nas aulas de educação musical?
4. Qual é o impacto das actividades musicais colectivas na personalidade da criança?
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Unidade Temática 2: Métodos e Técnicas de Ensino de Educação
Musical
Esta unidade vai apresentar diversas abordagens e concepções metodológicas para o ensino
da educação musical em diferentes contextos e suas aplicações práticas na produção do
conhecimento. Deste modo, espera-se que o futuro professor venha a ser um depositário de
métodos e técnicas de ensino, pois, vão habilitá-lo a saber lidar cabalmente com os alunos
durante o processo de ensino e aprendizagem.
Para além das metodologias e técnicas de ensino, esta unidade vai debruçar-se, ainda, sobre a
dosificação, planificação e avaliação das aulas de Educação Musical.
Recursos de aprendizagem:
A palavra método significa caminho ou processo racional para atingir um dado fim. Agir com
um dado método supõe uma prévia análise dos objectivos que se pretendem atingir, as
situações a enfrentar, assim como os recursos e o tempo disponíveis e, por último, as várias
alternativas possíveis.
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Por sua vez, técnica de ensino é um conjunto de actividades sistematicamente organizadas,
que tem por objectivo propiciar ao aluno uma aprendizagem eficaz, contribuindo para o seu
aperfeiçoamento individual e/ou do grupo, ou seja, é a operacionalização do método.
d) Aulas Práticas são um meio pelo qual se mostra o lado prático de uma disciplina.
Elas não só devem ocorrer na sala de aulas mas, também, em qualquer espaço do
recinto escolar que reúna condições para a sua realização.
Sumarizando, pode se dizer que, métodos e técnicas de ensino são os procedimentos usados
para levar a cabo o processo de transmissão dos conhecimentos entre o professor e o aluno.
Dalcroze, na Suíça;
Zoltán Kodály, na Hungria;
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Carl Orff, na Alemanha;
Suzuki, no Japão;
Heitor Villa-Lobos, no Brasil;
Willems, na Bélgica e outros.
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Exemplo de uma dosificação do 1º Trimestre (6ª classe)
Carga
Semana Unidade temática Conteúdo Evidências requeridas
horária
Aplica o conceito, o
Conceito, objecto do
17.01.11 a Introdução à objecto do estudo e
estudo e importância 02
21.01.11 Educação Musical conhece a importância
da música.
da música no PEA
Realiza exercícios
24.01 11 a Compassos simples e
Educação Rítmica rítmicos em compassos 02
28.01.11 compostos
simples e compostos
Representação Representa graficamente
31.01 a
Educação Rítmica grafica do ritmo o ritmo 02
40.02
Solfejo ritmico Realiza solfejo rítmico
07.02 a Escalas Pentatónica e Entoa e distingui a escala
Educação Auditiva 02
11.02 diatónica Pentatónica da diatónica
14.02 a
Educação Auditiva Noções de intervalos Pratica intervalos 02
18.02
Figuras de valor
21.02 a rítmico (semibreve, Desenha as figuras de
Notação musical 02
25.02 mínima, semínima e valor rítmico
colcheia
Conhece tonalidades até
28.02 a
Notação musical Tonalidades 1 acidente (sol-mi e Fa- 02
04.03
re)
Exercícios de técnica Pratica exercícios de
07.03 a Educação Vocal vocal técnica vocal
02
11.03 e Canto Canções a duas ou Pratica o canto colectivo
mais vozes e individual
14.03 a
etc Etc etc 02
18.03
21.03 a
Etc Etc etc 02
25.03
28.03 a
Etc etc etc 02
01. 04
04.04 a
Etc Etc etc 02
08.04
11.04 a
02
15.04
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Planificação de Aulas
A planificação pode definir-se como o que previamente se pensa fazer. A finalidade de
planificação é evitar a improvisação e o desnorteamento da actividade do professor. Fazem
parte da planificação, os conteúdos, competências, objectivos, estratégias e a avaliação.
Ter um plano detalhado que registe todos aqueles itens acima descritos, proporciona uma
estratégia que ajuda na avaliação do sucesso ou não do processo de ensino aprendizagem.
Dar uma aula sem nenhum plano é quase que impossível, pois um bom plano pode oferecer
ao professor a segurança necessária para que a actuação seja eficiente, justamente por
delimitar o que será desenvolvido na sala de aula.
O plano de lição é a previsão dos conteúdos e actividades de uma aula e articula-se com a
planificação geral do que será ensinado num determinado período, a maneira como ocorrerá e
como será feita a avaliação.
As intervenções a serem feitas durante a aula podem ser numa sequência didáctica
encadeando as actividades de acordo com os interesses e necessidades de cada faixa etária, ou
seja, de acordo com o estágio de desenvolvimento dos alunos.
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É de referir que um plano não é um modelo rígido e estanque, pois, está sujeito a mudanças
ocasionais segundo as circunstâncias.
Avaliação
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Actividades obrigatórias:
1. Baseando-se em conhecimentos que adquiriu nesta unidade temática planifica uma aula de
elaboração conjunta cujo tema é sobre as escalas musicais.
2. Elabora uma proposta de dosificação semanal e apresenta ao seu formador.
Autoavaliação:
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Unidade Temática 3: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Rítmica
Recursos de aprendizagem:
Por isso, o professor ao abordar este tema, deve em primeiro lugar motivar as crianças para a
percepção dos diversos ritmos, desenvolvendo a capacidade física dos alunos assim como a
saúde e a qualidade de vida. Deste modo, deverá propiciar aos alunos a descoberta do seu
próprio corpo e de suas possibilidades de movimento possibilitando o desenvolvimento da
criatividade para descoberta do estilo pessoal.
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2º Grupo marca semínimas;
No princípio cada grupo entra sozinho, depois podem todos começar ao mesmo tempo.
É importante que o professor estimule a criatividade das crianças para que elas contribuam
com mais jogos infantis.
Pulsação
A aprendizagem da pulsação por parte dos alunos poderá se realizar através da audição de
diversas músicas ou canções. Em seguida, o professor poderá explicar que pulsação é
aquele batimento regular que se sente numa música. Este batimento, as vezes, provoca uma
vontade espontânea de acompanhar a música batendo com o pé no chão ou noutra parte do
corpo.
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Usando a voz ou um aparelho reprodutor do som, o professor pode vivenciar a pulsação
pondo alguns alunos a cantar enquanto outros batem as palmas regularmente. Depois
poderá explicar que os alunos que estiveram a bater as palmas estavam, realmente, a marcar
a pulsação da canção ou música.
Por fim, o professor deve elucidar aos alunos que a pulsação não varia, pois, sente-se e
marca-se em todos tipos de compassos (ritmos).
Actividades obrigatórias:
1. Usando a biblioteca, a Internet ou outros meios disponíveis descreva um jogo rítmico
popular que da sua comunidade e apresenta ao seu formador.
Autoavaliação:
1. Usando tracinhos faça a representação gráfica dos seguintes ritmos:
a) Som longo;
b) Som longo seguido de um curto;
c) Três sons curtos seguidos de dois longos.
2. O que entende por pulsação?
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Unidade Temática 4: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Auditiva
Recursos de aprendizagem:
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1° Ciclo (1ª e 2ª classes)
Neste nível, dentro da sala de aulas, o professor ou educador pode pedir para que as crianças
fiquem em silêncio e observem (escutem) os sons ao seu redor e depois pedir que descrevam,
desenhem ou imitem o que ouviram.
Continuando a exploração do som, o professor pode pedir que as crianças façam um passeio
pelo pátio da escola para descobrir novos sons, ou aproveitar um passeio fora dela a fim de
descobrir sons característicos de cada lugar.
Usando aparelhos estereofónicos, o professor pode reproduzir diversos sons e pedir que as
crianças identifiquem cada um. Também, pode produzir sons sem que elas vejam os objectos
utilizados e pedir para que os identifiquem, ou descubram de que material são feitos (metal,
plástico, vidro, madeira) ou como o som foi produzido (agitado, esfregado, rasgado, jogado
no chão).
A localização da fonte sonora e a distância em que o som foi produzido (perto ou longe) são
de grande importância para as actividades de exploração sonora. Para isso o professor pode
pedir para que as crianças fiquem de olhos vendados (fechados) e indiquem de onde veio o
som produzido por ele, ou ainda, o professor pode caminhar entre os alunos utilizando um
instrumento ou outro objecto sonoro e as crianças vão acompanhando o movimento do som
batendo as mãos. De seguida apresentam-se alguns jogos:
Assim, num determinado lugar ou momento (sala de aulas, pátio, corredor, etc) em silêncio,
escuta-se e anotam-se os sons que se ouvem durante um minuto. Cada criança, por sua vez,
tentará imitar os sons que ouviu, pela sucessão em que os ouviu. Em seguida, todos ao
mesmo tempo, cada um imitando os sons que ouviu, tentarão reproduzir todos os sons que
ouviram durante um minuto. Finalmente, o professor pode pedir que os alunos desenhem as
fontes de proveniência dos sons seleccionados.
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Jogo o que é, quem é?
Todas as crianças fecham os olhos. O professor produz alguns sons com objectos sonoros.
Quem adivinhar a fonte vai por sua vez produzir sons com outros objectos para os colegas
adivinharem. Esta actividade também pode ser realizada com o jogo da “cabra cega”, em que
uma criança tem os olhos vendados e um ou mais colegas, pronunciam nomes ou frases com
a ajuda das quais ela deverá reconhecer as suas vozes.
Timbres corporais
A exploração da voz e do corpo como instrumento de percussão deve ser o ponto de partida e
o aspecto fundamental para o desenvolvimento da expressão musical da criança.
Os timbres corporais mais agradáveis são o bater das palmas, os estalos (cliques) com os
dedos, com a língua, o bater nas pernas com as mãos, o bater com os pés no chão e o assobio.
O professor deve fazer as crianças reproduzirem com a voz e com os timbres corporais, sons
curtos e longos, fortes e fracos, altos e baixos, diferentes vozes de animais e outros ruídos e
sons musicais.
Deve realizar jogos de entoação vocal, jogando com nomes das próprias crianças, vocábulos,
palavras, etc. Também pode sugerir que as crianças entoem canções conhecidas, com
fonemas, com a boca fechada, etc.
Para desenvolver a lateralidade nas crianças, o professor pode emitir sons à sua direita, à sua
esquerda, em cima, em baixo, à frente e atrás, devendo as crianças saberem situá-los.
Seguindo o programa do Ensino básico, neste nível e para dar continuidade das actividades
realizadas no nível anterior, o professor deverá trabalhar as propriedades ou qualidades do
som:
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Altura: som agudo, médio e grave.
Devido ao nível de abstracção das crianças deste ciclo, aconselha-se que o professor use sons
de animais domésticos para facilitar a compreensão desta matéria. Por exemplo, o som
produzido por um gato é agudo e o produzido pelo cão é grave. Um som produzido pelo gato
(miauuuu) é longo que o do cão (hu…hu.) que é curto.
Para trabalhar a noção de duração, o professor pode pedir para que as crianças façam
tracinhos curtos ou longos conforme o som produzido.
Por fim, para desenvolver a noção de timbre, o professor pode pedir para que uma criança
fique de costas para a turma enquanto as outras cantam uma canção. Ao sinal do professor
todas param de cantar e apenas uma criança continua, para que a criança de costas voltadas
possa adivinhar quem continuou a cantar.
A partir destas actividades o professor poderá perceber quais são os pontos fortes e fracos das
crianças, principalmente quanto à capacidade de memória auditiva, observação,
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discriminação e reconhecimento dos sons podendo, assim, trabalhar melhor o que estiver
menos apurado.
Neste nível a exploração sonora encontra-se numa fase desenvolvida, por isso, o professor
poderá usar as metodologias e técnicas de ensino preconizadas nos manuais do professor da
6ª e 7ª classes.
Depois, poderá explicar que o movimento do som pode ser ascendente, descendente,
ondulatório, linear e pode-se representar através de gráficos.
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A partir desta melodia poderá fazer alguns gráficos que indicam a tendência do som. Isso
vai ajudar os alunos a compreender os diferentes momentos de movimento sonoro como
subida, descida ou quando se mantém na mesma altura.
Solfejo melódico
No solfejo melódico é onde o professor desenvolve a literacia musical dos seus alunos. Por
isso, ao abordar este tema deve explicar que solfejar é o acto de ler e entoar as notas musicais
usando os monossílabos (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si) obedecendo o desenho rítmico da
melodia.
Antes de começar a solfejar qualquer exercício melódico, o professor deve exercitar as vozes
dos alunos através de pequenos vocalizos para permitir que se consiga atingir a altura real das
notas na pauta.
Ao realizar esta actividade, o professor poderá, juntamente, com os alunos praticar a leitura
das notas com o respectivo ritmo sem entoação, isto é, fazer o solfejo rezado.
Actividades obrigatórias:
1. Nas metodologias e técnicas de ensino de fontes sonoras apresentou-se o jogo sobre 1
minuto de sons, onde o professor ou educador pede aos alunos para ficarem em
silêncio e observarem (escutar) os sons ao seu redor e para depois descrever. Planifica
uma aula similar sobre audição e identificação de sons incluindo todos procedimentos
previstos, tanto do professor assim como dos alunos.
2. Faça um trabalho de pesquisa descrevendo os procedimentos seguidos numa aula
onde o professor introduz os alunos sobre os timbres corporais e exercita-nos a
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produzir sons curtos e longos, fortes e fracos e altos e baixos (propriedades ou
qualidades do som).
Autoavaliação:
1. Enumere os vários tipos de timbres corporais.
2. Que importância tem o ensino do solfejo?
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Unidade Temática 5: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Vocal e Canto
A voz é um dos principais instrumentos de trabalho do professor, por isso, deve usá-la de
forma educada para evitar alguns distúrbios que têm como causa fundamental a falta de
orientação para o uso correcto da voz e os cuidados a ter com o aparelho fonador.
Nesta unidade temática espera-se que o professor aperfeiçoe os conhecimentos que tem sobre
educação vocal e aprenda alguns métodos e técnicas de ensino de educação vocal e canto no
ensino primário.
Recursos de aprendizagem
Na escolha de canções exige-se uma análise cuidadosa que tome em conta a idade e o
interesse dos alunos. Assim, o professor deve aprender a cantar e ou conhecer a
música/canção que vai ensinar, estudar a partitura da canção e treinar muito. Deve entender a
mensagem central da letra da canção e planear em que momento deve ensinar a canção de
modo a fazer uma boa integração no tempo.
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O professor deve proceder de diferentes maneiras para ensinar. Dependendo do nível do
desenvolvimento das crianças deverá usar diferentes estratégias para ensinar crianças que
ainda não saibam ler e para crianças que já sabem ler ou escrever.
Existem muitos métodos de ensino de canções como: Método Global ou Eco, Método de
Aprendizagem por Frase Musical e Método do Ritmo de Linguagem.
O Método Global ou Eco consiste em o professor cantar um extracto de uma frase e logo de
seguida pedir aos alunos repetir. Assim, o professor ensina a canção até a última estrofe. No
fim deverá cantar estrofe por estrofe e pedindo, depois, para que os alunos realizem a mesma
actividade através da imitação.
O Método de Aprendizagem por Frase Musical consiste no ensino de uma canção por frases.
O professor canta uma frase musical completa e os alunos repetem. Este método é semelhante
ao anteriormente visto, porém recomenda-se usar para a aprendizagem de canções que
contenham dificuldades melódicas ou letra comprida.
No ensino das canções, as crianças devem aprender as técnicas vocais, ou seja o treinamento
das cordas vocais para evitar o atrofiamento da voz. Assim o professor deve ensinar as
crianças a dominar e a usar correctamente a respiração, a articulação e a pronúncia correcta
das palavras para melhor obter emissão dos sons sem muito esforço e com clareza.
Para um trabalho vocal eficaz, o professor deve observar as regras básicas do tratamento da voz, devendo
exercitar os alunos na respiração, emissão da voz, articulação, dicção, interpretação colectiva e individual.
Sendo o canto coral a base de toda a educação musical no Ensino Básico, o formador deverá levar os
alunos a conhecer e dominar o repertório seleccionado de canções escolares, recorrendo também às
experiências dos alunos, assim como das comunidades locais.
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a) Relaxamento, que tem por objectivos criar uma sensação de calma e tranquilidade interior, diminuir a
tensão física e mental, preparar o aluno para receber novas impressões, livre de tensões e reflexos
nocivos;
b) Respiração, que tem por objectivos fortalecer o músculo do diafragma e recuperar a força
estimuladora deste músculo;
c) Vocalizos, que tem por objectivos fortalecer as cordas vocais, desenvolver sua elasticidade, para
possibilitar maior extensão e ampliar a tessitura da voz.
Se tiver coro ou refrão, iniciar por essa parte, pois é a mais fácil de memorizar e é
repetitiva.
De seguida apresenta-se, em detalhe, alguns passos a ter em conta no ensino duma canção:
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c). Execução da canção em partes
Como se referiu anteriormente, o professor deve passar a música no quadro. Ao ensinar deve
repartir em partes, salientando sempre o coro e as partes difíceis da mesma e só depois é que
poderá associar o ritmo à melodia.
Actividades obrigatórias:
1. Usando os métodos de ensino de canções que aprendeu, planifica uma aula de canto
sem esquecer os procedimentos pedagógicos previstos.
Autoavaliação:
1. Quais são os métodos de ensino de canções que conhece?
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Unidade Temática 6: Métodos e Técnicas de Ensino da Notação Musical
Recursos de aprendizagem:
Como o senhor professor deve se lembrar, as figuras de valor rítmico e suas pausas no
sistema musical são sete: Semibreve, Mínima, Semínima, Colcheia, Semicolcheia, Fusa
e Semifusa. Estas figuras de valor rítmico, quando colocadas na pauta, transmitem duas
informações fundamentais na música: a altura e a duração dos sons. Os valores positivos ou
figuras indicam a duração dos sons e os valores negativos ou pausas indicam a duração dos
silêncios.
Para o professor ensinar as figuras de valor rítmico deve recorrer a tabela de figuras que
abaixo se apresenta.
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O professor, sempre que possível, deve usar os vários manuais escolares que se debruçam
sobre música e não se esquecendo de escrever no quadro.
Ao iniciar o ensino das figuras de valor rítmico, o professor deve escrever os nomes das
mesmas no quadro e estabelecer a relação que existe entre elas.
O professor deve chamar atenção aos alunos sobre os diferentes passos ou momentos a ter
em conta durante a escrita das figuras. Ele poderá informar, por exemplo, que algumas
figuras de valor rítmico são formadas por três partes:
a) Cabeça, que é a bolinha arredondada. Esta pode ser vazia ou cheia conforme a sua
duração;
Como sabe, a escrita ou grafia das figuras de valor rítmico tem regras ou normas e devem
ser claras para na hora de escrever a música não criarem confusão. Assim, o professor ao
ensinar a escrita ou grafia musical deve fazer com que os seus alunos obedeçam a estas
regras.
Em seguida observa algumas propostas de passos que o professor poderá usar ou seguir no
desenho ou escrita das figuras de valor rítmico.
Passo 1
Ao ensinar a desenhar uma semibreve, mínima ou Semínima, primeiro lugar, deve começar
pela parte da cabeça ou bolinha (oca ou sombreada) e depois, deve colocar a haste do lado
direito, quando se tratar de mínima ou semínima.
Passo 2
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É de realçar que o professor não deverá esquecer de chamar atenção aos alunos que as notas
colocadas na parte inferior da pauta, até a terceira linha, a haste deve estar virada para cima
enquanto as notas colocadas depois da terceira linha, têm a haste virada para baixo.
Intervalos
No processo de ensino e aprendizagem dos intervalos, o professor poderá propor a leitura do
texto do livro do aluno que dá o conceito de intervalo.
O conhecimento e distinção dos intervalos podem ser praticados usando algumas melodias ou
canções. Em primeiro lugar, poderá escrever a melodia ou a canção no quadro para os alunos
identificar os diferentes intervalos nela contidos. Depois, poderá levá-los a entoar um a um
até concluir a entoação.
É muito importante que o professor tenha uma cartolina com a escala diatónica ou desenhada
no quadro para a visualização, audição e entoação correcta dos intervalos por parte dos
alunos.
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Escalas
Na aprendizagem da escala, no 1º e 2° ciclos, o professor poderá começar por sistematizar a
consciência da altura e do movimento sonoro (subida e descida) através da entoação das notas
da escala diatónica natural.
Depois de apresentar aos alunos que a escala musical resulta das sete notas musicais com a
repetição da primeira (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e Dó) poderá realizar a entoação com os
nomes das notas (sozinho) e com o movimento da mão indicando a altura de cada som (nota),
em forma de escadaria (ascendente e descendente).
Depois poderá levar os alunos a fazer a entoação das notas escala segundo a proposta que se
segue:
d) Finalmente, entoar todas as notas da escala diatónica natural de Dó. Por exemplo:
De seguida, o professor poderá chamar a atenção para diferença de altura entre os diferentes
sons ou notas da escala. Usando os sons dos motivos da formação da escala, o professor pode
propor a cada aluno que descubra o ritmo do seu nome e em seguida que o entoe. Por
exemplo:
Para facilitar a memorização das notas da escala, o professor poderá recorrer a muitas
canções pedagógicas como “Minha canção” do cancioneiro do Ministério da Saúde ou a
outras que contenham a abordagem das notas da escala musical. Por exemplo
Minha Canção
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Resta um coração Silenciosa
Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si-Dó
I - II–III-IV–V-VI-VII-VIII
Para aprendizagem dos graus da escala, poderá escrever as notas da escala e os seus
respectivos graus na sua forma ascendente e descendente para que os alunos se habituem.
É de referir que no ensino das escalas, o professor deverá prestar muita atenção na afinação
das vozes dos alunos de forma a não criar maus hábitos na entoação das mesmas.
Para a aprendizagem e entoação das escalas diatónicas dos modos maior e menor, o professor
poderá escrever as escalas de Dó maior e de Lá menor no quadro, assinalar os graus e a
posição dos tons e meios-tons.
Nas classes subsequentes como 5ª, 6ª e 7ª classes, o professor poderá recorrer aos manuais do
professor disponíveis.
Acordes
No ensino dos acordes, o professor poderá usar o texto do livro do aluno para explicar o
conceito e características de um acorde.
Depois da explicação teórica sobre o acorde perfeito maior, o professor juntamente com os
alunos poderá entoá-lo melodicamente, ou seja, de forma sucessiva. Inicialmente podem
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entoar colectivamente o acorde ascendente e descendente, empregando diferentes figuras de
valor rítmico.
De seguida poderá pedir a um aluno para entoar a nota Dó, um outro entoar a nota Mi e o
terceiro entoar a nota Sol, assim sucessivamente até completar a turma. Por exemplo.
Para entoar o acorde harmonicamente, o professor poderá dividir a turma em três grupos.
Assim, um grupo pode entoar a nota Dó, o outro, a nota Mi e o outro, ainda, a nota Sol. Esta
actividade poderá ser continuada mudando o ordenamento dos grupos para que os mesmos
exercitem a entoação dos três sons ou notas do acorde, rotativamente. Por exemplo.
Quando os alunos tiverem assimilado o acorde perfeito maior, o professor pode introduzir os
acordes principais da escala que se formam no I, IV e V graus e explicar-lhes que é com estes
acordes que se cria toda a música, e é por isso que são considerados acordes principais da
escala porque estão harmonicamente mais perto um do outro.
Actividades obrigatórias:
1. Planifica uma aula de notação musical cujos temas são intervalos musicais. É de
realçar que não deve esquecer os procedimentos pedagógicos previstos.
2. Faz um trabalho de pesquisa onde descreve as figuras de valor rítmico e suas pausas e
sua importância na representação gráfica da música.
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Autoavaliação:
1. As figuras de valor rítmico, quando colocadas na pauta, transmitem duas informações
fundamentais na música. Quais são?
2. Explique os diversos métodos de desenho da semibreve, mínima e semínima.
3. O que entende por intervalo?
Chave de correcção:
Auto Avaliação 1:
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2-A dosificação é uma prática corrente das escolas. É através da dosificação que se
organizam os conteúdos a leccionar ao longo do ano escolar. Geralmente as escolas
organizam esta actividade aos fins-de-semana (sábado), onde os grupos de disciplina
se juntam para a planificação e discussão da prática docente
Auto Avaliação 3:
1-Sim, de facto a criança, desde a nascença ouve sons que a rodeiam, passando depois para
ambientes diferentes.
2- Os timbres corporais mais agradáveis que eu conheço são: o bater das palmas, os estalos
(cliques) com os dedos, com a língua, o bater nas pernas com as mãos, o bater com os pés no
chão e o assobio.
3-As propriedades ou atributos do som podem ser trabalhados por meio de comparação,
diferenciando um som agudo de um grave, um forte de um fraco, um longo de um curto ou
som de um carro ao de uma motorizada
4-A importância do solfejo visa desenvolver a literacia musical dos seus alunos ou seja,
ensina a leitura e entoação das notas musicais usando os monossílabos (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol,
Lá, Si) obedecendo o desenho rítmico da melodia.
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Auto Avaliação 5
Se tiver coro ou refrão, iniciar por essa parte, pois é a mais fácil de memorizar e é
repetitiva.
2- Ao ensinar crianças não alfabetizadas, ou seja, aquelas que ainda não sabem ler e
nem escrever, o professor de nenhuma forma deve passar no quadro a letra ou música
da canção
Auto Avaliação 6
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Bibliografia obrigatória:
Chipanga, Juvêncio, Arlindo Siquisse e Pedro Sitoe, 2004, Ritmos e Sons (6ª classe). Maputo:
Macmillan.
Chipanga, Juvêncio, Arlindo Siquisse e Pedro Sitoe, 2004, Ritmos e Sons (5ª classe). Maputo:
Macmillan.
Chipanga, Juvêncio, Arlindo Siquisse e Pedro Sitoe 2004 Ritmos e Sons (1ª-5ª classe).
Maputo: Macmillan.
Fão, Artur S.D. Teoria Musical. Lisboa: Sassete.
Med, Bohumil 1996 Teoria da Música. Brasília: Musimed.
Károlyi, Ottó 1965 Introdução à Música, 2ª Edição. Lisboa: Publicações Europa e
América.
Brasileira SAEC-Editores.
Perrenoud, Philippe 1999 Construir competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed.
Fullan, M. et al. 2000 A escola como organização aprendente. Porto Alegre: Artmed.
Coll C. 1998 Psicologia e currículo. Trad. Cláudia Schilling. 3ª. ed. São Paulo:
Ática.
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