Didáctica Da Educação Musical

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 41

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Módulo da Didáctica da Educação Musical

Formação de Professores do Ensino Primário


Elaborado por: Agostinho Francisco Rombe Seifane

“Construindo competências profissionais para um ensino e aprendizagem de qualidade”

INDE
INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Testagem 2012

Duração: 96 horas

1
Índice

Introdução .................................................................................................................................. 4

Competências a desenvolver no módulo.................................................................................... 4

Resultados de aprendizagem do módulo.................................................................................... 4

Visão geral dos conteúdos e temas a tratar no módulo .............................................................. 5

Unidade Temática 1: Introdução à Didáctica da Educação Musical ......................................... 6

Introdução da unidade temática: ................................................................................................ 7

Evidências requeridas da unidade temática ............................................................................... 7

Conceito da Educação Musical .................................................................................................. 7

Importância da Música na formação da personalidade do indivíduo ........................................ 8

Desenvolvimento cognitivo/linguístico ..................................................................................... 8

Desenvolvimento psicomotor .................................................................................................... 9

Desenvolvimento sócio afectivo ................................................................................................ 9

Unidade Temática 2: Métodos e Técnicas de Ensino de Educação Musical ........................... 11

Introdução da unidade temática ............................................................................................... 11

Evidências requeridas da unidade temática ............................................................................. 11

Métodos e Técnicas do ensino de Educação Musical .............................................................. 11

Dosificação das Aulas .............................................................................................................. 13

Planificação de Aulas ............................................................................................................... 15

Avaliação ................................................................................................................................. 16

Unidade Temática 3: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Rítmica ........................... 18

Introdução da unidade temática: .............................................................................................. 18

Evidências requeridas da unidade temática ............................................................................. 18

Metodologia da Educação Rítmica .......................................................................................... 18

Jogos rítmicos populares .......................................................................................................... 18

Representação gráfica do ritmo ............................................................................................... 19

Pulsação ................................................................................................................................... 19

2
Unidade Temática 4: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Auditiva .......................... 21

Introdução da unidade temática: .............................................................................................. 21

Evidências requeridas da unidade temática ............................................................................. 21

Metodologia da Educação Auditiva ......................................................................................... 21

Jogo 1 minuto de sons .............................................................................................................. 22

Timbres corporais .................................................................................................................... 23

Propriedades do som (duração, intensidade e altura)............................................................... 23

Representação gráfica do movimento sonoro .......................................................................... 25

Sentido do movimento sonoro ................................................................................................. 25

Solfejo melódico ...................................................................................................................... 26

Unidade Temática 5: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Vocal e Canto ................. 28

Introdução da unidade temática: .............................................................................................. 28

Evidências requeridas da unidade temática ............................................................................. 28

Recursos de aprendizagem ....................................................................................................... 28

Metodologia da Educação Vocal e Canto ................................................................................ 28

Como ensinar uma canção ....................................................................................................... 30

Unidade Temática 6: Métodos e Técnicas de Ensino da Notação Musical ............................. 32

Introdução da unidade temática: .............................................................................................. 32

Evidências requeridas da unidade temática ............................................................................. 32

Metodologia do ensino da Notação Musical ............................................................................ 32

Intervalos.................................................................................................................................. 34

Escalas...................................................................................................................................... 35

Acordes .................................................................................................................................... 36

Bibliografia obrigatória:........................................................................................................... 41

3
Introdução
A Didáctica da Educação Musical para a formação de professores, pretende que os formandos
sejam capacitados para ensinar os aspectos fundamentais da música no ensino primário e
aprendam valorizar a música como manifestação artística na sociedade. Assim, nesta unidade
curricular, o futuro professor conhecerá o programa de Educação Musical do Ensino Primário
e desenvolverá metodologias e estratégias de ensino de Educação Musical. Associado a este
item, pretende-se que o formando construa instrumentos, para que posteriormente, na sua
prática profissional, o consiga efectuar individualmente. Da mesma forma que tem sucedido
em qualquer didáctica, igualmente nesta, se objectiva que o formando planifique
adequadamente de acordo com o programa e preveja instrumentos de avaliação, contribuindo,
para a recreação, hábitos de apreciação e prática musical na escola e na comunidade.

Competências a desenvolver no módulo


O presente módulo pretende desenvolver as seguintes competências gerais do formando:
(1) Promove o espírito patriótico e de cidadania, regras de convivência
democrática e valores universais;
(3) Age de acordo com os princípios éticos e deontológicos associados à profissão
de professor;
(4) Demonstra domínio dos conhecimentos científicos do ensino primário;
(6) Promove o auto – desenvolvimento profissional e envolve-se num trabalho
cooperativo, colaborativo e articulado;
(8) Avalia necessidades, interesses e progressos dos alunos, adaptando o processo
de ensino aprendizagem à individualidade e ao contexto;

Resultados de aprendizagem do módulo


 Dominar o uso do programa de Educação Musical do Ensino Primário;

 Agir como facilitador do PEA demonstando capacidade de gestão do plano de


lição, dos meios de apoio ao PEA (particularmente do livro escolar), da
participação activa dos alunos, da disciplina na turma e de auto-avaliação da
prática pedagógica;

4
 Avaliar o progresso dos alunos, analisar os resultados e usá-los para melhorar
o seu desempenho e dos alunos;

 Produzir ou adaptar e avaliar recursos didácticos que estimulam a


aprendizagem;

 Utilizar a análise e reflecção permanente sobre a sua prática pedagógica e dos


colegas como base para a solução dos problemas do PEA;

 Aplicar os direitos e deveres da criança;

 Analisar criticamente manuais escolares do Ensino Primário actualmente


utilizados em contexto escolar;

 Avaliar as suas necessidades e dificuldades profissionais de modo a


administrar a sua aprendizagem e formação contínua.

Visão geral dos conteúdos e temas a tratar no módulo


UNIDADE CONTEÚDOS EVIDÊNCIAS REQUERIDAS CARGA
TEMÁTICA HORÓRIA
Conceito da Educação Musical Aplica o conceito, objecto e 6
Introdução à Importância da Música na importância da Educação Musical no
Didáctica da formação da personalidade do PEA.
Educação homem Relaciona o conceito de música e a
Musical sua importância com o programa de
ensino básico.
Métodos e Métodos e Técnicas do ensino Aplica métodos e técnicas do ensino 20
Técnicas de Dosificação das Aulas de educação musical.
Ensino de Planificação das Aulas Dosifica os conteúdos
Educação Avaliação programáticos.
Musical Elabora planos de aulas.
Aplica técnicas de avaliação
(continua e formativa).
Métodos e Jogos rítmicos populares Aplica as técnicas de ensino de 19
Técnicas de Representação gráfica do Jogos rítmicos populares
Ensino da ritmo Compassos musicais e Representação gráfica do ritmo e
Educação pulsação de Compassos musicais e pulsação

5
Rítmica

Métodos e Fontes sonoras Aplica as técnicas de ensino 19


Técnicas de Som e suas propriedades Fontes sonoras
Ensino da Representação gráfica da Som e suas propriedades
Educação duração do som Representação gráfica da duração
Auditiva Solfejo melódico do som
Solfejo melódico
Métodos e Normas e regras de canto Aplica as técnicas do ensino de 19
Técnicas de Canções (métodos de ensino) canções.
Ensino da Conhece e respeita as normas e
Educação regras de canto.
Vocal e Canto
Métodos e Escalas Aplica as técnicas de ensino de: 19
Técnicas de Acordes Escalas
Ensino da Intervalos Acordes
Notação Figuras de valor rítmico Intervalos
Musical Figuras de valor rítmico

Desenvolvimento

Unidade Temática 1: Introdução à Didáctica da Educação


Musical
O programa de Metodologia do ensino de Educação Musical para os Institutos de Formação
de Professores, destina-se a formação musical dos Professores para o Ensino Primário e tem
por objectivos não só fazer compreender a importância do Ensino de Educação musical no
currículo do Ensino Básico mas sobretudo habilitá-lo a ensinar os aspectos fundamentais da
música num contexto e vivência multidisciplinares.

Um ponto fundamental da abordagem deste programa, a realçar logo de início, é que o


ensino da música deve ser feito de maneira comum e universal.

O Formador deve ter sempre em conta que a música, como as outras artes, é um valioso
meio de comunicação e de expressão de sentimentos humanos e que contribui para

6
educação estética a que todo o cidadão deve ter acesso, auxiliando o desenvolvimento
integral e harmonioso da personalidade do indivíduo.

Assim, o Formador deve preocupar-se em desenvolver nos formandos a capacidade de


ensinar a música partindo do fenómeno sonoro a nível físico e psicossociológico, para a
prática musical activa como uma manifestação artística, nas vertentes técnica e expressiva,
e para a ligação desta com as outras expressões artísticas, especialmente a Dança, Teatro e
com as outras áreas do saber.

Introdução da unidade temática:


Esta unidade temática vai debruçar-se sobre o conceito da Educação Musical, dando algumas
das definições de conceito sobre esta disciplina. De seguida ira abordar ou procurar dar a
conhecer alguns dos grandes ganhos que a música oferece a formação da personalidade dos
indivíduos que são expostos a ela.

Evidências requeridas da unidade temática


 Aplica o conceito da Educação Musical.

 Conhece o objecto do estudo da música e sua importância no PEA e na formação da


personalidade do indivíduo.

 Produz um portfólio onde enuncia as múltiplas vantagens de alunos que são expostos
à música durante a sua vida estudantil.

Recursos de aprendizagem:

Conceito da Educação Musical

Educação Musical é a disciplina curricular que introduz o indivíduo a uma formação inicial
em música enquanto arte, linguagem e conhecimento.

A educação musical, ainda, não é a formação musical propriamente dita mas é um processo
de construção do conhecimento que tem como objectivos, despertar e desenvolver o gosto
pela música, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do

7
prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, auto-disciplina, do
respeito ao próximo, da socialização e afectividade.

Deste modo, as actividades musicais realizadas na escola não visam a formação de músicos,
porém, através da vivência e compreensão da linguagem musical, elas propiciam a abertura
de canais sensoriais do indivíduo que por sua vez, facilitam-no na expressão das suas
emoções.

Nas aulas de educação musical, quando as crianças cantam, desenvolvem a coordenação


motora através de gestos diversos e constroem alguns instrumentos musicais, ampliam seu
vocabulário básico, desenvolvem ritmo através das diversas formas de expressão musical e
desenvolvem, ainda mais, o convívio social de cada indivíduo, elemento essencial para o
seu enquadramento na comunidade onde vive e na sociedade em geral.

Importância da Música na formação da personalidade do indivíduo

As actividades musicais permitem que a criança conheça melhor a si mesma, desenvolvendo


sua noção de esquema corporal e, também, permitem a comunicação com o outro. Vários
estudos defendem que essas actividades podem contribuir de maneira indelével como reforço
no desenvolvimento cognitivo/ linguístico, psicomotor e sócio afectivo da criança, da
seguinte forma:

Desenvolvimento cognitivo/linguístico

A fonte de conhecimento da criança, são as situações que ela tem oportunidade de


experimentar no seu dia-a-dia. Dessa forma, quanto maior a riqueza de estímulos que ela
receber melhor será seu desenvolvimento intelectual.

Nesse sentido, as experiências rítmico musicais que permitem uma participação activa
(vendo, ouvindo, tocando) favorecem o desenvolvimento dos sentidos da criança:

 Ao trabalhar com os sons ela desenvolve sua acuidade auditiva;


 Ao acompanhar gestos ou dançar ela está trabalhando a coordenação motora e a
atenção;
 Ao cantar ou imitar sons ela está descobrindo suas capacidades e estabelecendo
relações com o ambiente em que vive.

8
Desenvolvimento psicomotor

As actividades musicais oferecem inúmeras oportunidades para que a criança aprimore sua
habilidade motora, aprenda a controlar seus músculos e mova-se com desenvoltura. O ritmo
tem um papel importante na formação e equilíbrio do sistema nervoso. Isto porque toda
expressão musical activa age sobre a mente, favorecendo a descarga emocional, a reacção
motora e aliviando as tensões.

Qualquer movimento adaptado a um ritmo é resultado de um conjunto completo (e


complexo) de actividades coordenadas. Por isso, as actividades como cantar fazendo gestos,
dançar, bater palmas, bater os pés, são experiências importantes para a criança, pois elas
permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, factores importantes
também para o processo de aquisição da leitura e da escrita.

Desenvolvimento sócio-afectivo

A criança, pouco a pouco, vai formando a sua identidade, apercebendo-se diferente dos
outros e ao mesmo tempo tenta integrar-se com os outros. Nesse processo, a auto-estima e a
auto-realização desempenham um papel muito importante. Através do desenvolvimento da
auto-estima ela aprende a se aceitar como é, com suas capacidades e limitações.

As actividades musicais colectivas favorecem o desenvolvimento da socialização,


estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Dessa forma a criança vai
desenvolvendo o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-se musicalmente em
actividades que lhe dêem prazer, ela demonstra seus sentimentos, liberta suas emoções
desenvolvendo um sentimento de segurança e auto-realização.

A música na criança, ainda em tenra idade, é um elemento que auxilia o processo de ensino e
aprendizagem, pois, através dos órgãos de audição a criança possui o contacto com os
fenómenos sonoros, pois, desenvolve o raciocínio lógico, a criatividade e outros dons e
aptidões.
A música é um elemento sempre presente na socialização do homem e auxilia na construção
do equilíbrio emocional e espiritual como por exemplo:
 Desperta emoções, equilibra o metabolismo e interfere na receptividade sensorial
diminuindo os efeitos de fadiga.

9
 Desperta no indivíduo o espírito de satisfação, alegria e contribui para a imaginação e
criatividade.
 Amplia e facilita a aprendizagem, pois, ensina o indivíduo a escutar de maneira activa
e crítica.
 Contribui para o desenvolvimento da sensoriedade e motricidade através do ritmo,
som e de melodia.
 Proporciona no indivíduo sentimentos de alegria, de tristeza, de sensualidade e de
calma, factores importantes na formação do carácter.

Sumarizando, a música na infância é um poderoso instrumento que desenvolve, além da


sensibilidade à música, factores como concentração, memória, coordenação motora,
socialização, acuidade auditiva e disciplina.

Actividades obrigatórias
1. Usando a biblioteca, as tecnologias de comunicação e informação ou outros meios
disponíveis, deverá produzir um texto de, pelo menos 5 páginas, compulsando sobre as
múltiplas vantagens de expor as crianças à música durante a sua escolaridade.

Autoavaliação:1
1. Depois de toda informação e conhecimento que tem sobre a música e a educação musical,
defina o que é educação Musical?
2. A educação musical, ainda, não é a formação musical propriamente dita mas é um processo
de construção do conhecimento que tem como objectivos, despertar e desenvolver o gosto
pela música. Comente esta afirmação.
3. Que habilidades as crianças desenvolvem nas aulas de educação musical?
4. Qual é o impacto das actividades musicais colectivas na personalidade da criança?

10
Unidade Temática 2: Métodos e Técnicas de Ensino de Educação
Musical

Introdução da unidade temática

Esta unidade vai apresentar diversas abordagens e concepções metodológicas para o ensino
da educação musical em diferentes contextos e suas aplicações práticas na produção do
conhecimento. Deste modo, espera-se que o futuro professor venha a ser um depositário de
métodos e técnicas de ensino, pois, vão habilitá-lo a saber lidar cabalmente com os alunos
durante o processo de ensino e aprendizagem.

Para além das metodologias e técnicas de ensino, esta unidade vai debruçar-se, ainda, sobre a
dosificação, planificação e avaliação das aulas de Educação Musical.

Evidências requeridas da unidade temática


 Aplica métodos e técnicas do ensino de educação musical.

 Dosifica a matéria e elabora planos de aulas.

 Medeia o processo de ensino e aprendizagem no ensino básico.


 Aplica técnicas de avaliação (continua e formativa) no ensino básico.

Recursos de aprendizagem:

Métodos e Técnicas do ensino de Educação Musical

A palavra método significa caminho ou processo racional para atingir um dado fim. Agir com
um dado método supõe uma prévia análise dos objectivos que se pretendem atingir, as
situações a enfrentar, assim como os recursos e o tempo disponíveis e, por último, as várias
alternativas possíveis.

Na área da educação, método é um modo de conduzir a aprendizagem, buscando o


desenvolvimento integral do aluno, através de uma organização precisa de procedimentos que
favoreçam a consecução dos propósitos estabelecidos. Portanto, método pedagógico é
definido como uma forma específica de organização dos conhecimentos tendo em conta os
objectivos do programa de formação, as características dos formandos e os recursos
disponíveis.

11
Por sua vez, técnica de ensino é um conjunto de actividades sistematicamente organizadas,
que tem por objectivo propiciar ao aluno uma aprendizagem eficaz, contribuindo para o seu
aperfeiçoamento individual e/ou do grupo, ou seja, é a operacionalização do método.

As principais técnicas de ensino utilizadas na área de Educação Musical são:

a) Aula de Elaboração Conjunta é a forma de procedimento pedagógico onde se


advoga os métodos participativos, isto é, o ensino é centrado no aprendente e a
construção do conhecimento parte das experiências dos próprios alunos. Ela consiste
na interacção activa entre o professor e o aluno visando a obtenção de novas
competências (conhecimentos, habilidades e atitudes).

b) Aula Expositiva é a forma mais tradicional, simples e flexível. Este método é


auditivo e visual, permite ao professor transmitir aos alunos experiências e
observações pessoais. O exemplo prático utilizado pelo professor facilita ao aluno a
memorização, compreensão e a utilidade da matéria. A desvantagem é que o professor
é o agente activo em vez do aluno no processo de ensino-aprendizagem, por isso
recomenda-se que use com moderação.

c) Ensino Individualizado é um meio eficiente para o aluno alcançar os objectivos da


aprendizagem e de preparação para tornar-se um estudante independente. Assim, sob
a orientação e direcção do professor, ele pode estudar sozinho por meio da utilização
de livros, artigos, aplicativos práticos, entre outros.

d) Aulas Práticas são um meio pelo qual se mostra o lado prático de uma disciplina.
Elas não só devem ocorrer na sala de aulas mas, também, em qualquer espaço do
recinto escolar que reúna condições para a sua realização.

Sumarizando, pode se dizer que, métodos e técnicas de ensino são os procedimentos usados
para levar a cabo o processo de transmissão dos conhecimentos entre o professor e o aluno.

Desde o aparecimento do homem moderno, especialmente no século XX, o mundo conheceu


diversos métodos e técnicas de ensino de Educação Musical, criados por grandes especialistas
desta área do saber, tais como:

 Dalcroze, na Suíça;
 Zoltán Kodály, na Hungria;

12
 Carl Orff, na Alemanha;
 Suzuki, no Japão;
 Heitor Villa-Lobos, no Brasil;
 Willems, na Bélgica e outros.

Dosificação das Aulas


A dosificação é uma prática corrente das escolas. É através da dosificação que se organizam
os conteúdos a leccionar ao longo do ano escolar. Geralmente as escolas organizam esta
actividade aos fins-de-semana (sábado), onde os grupos de disciplina se juntam para a
planificação e discussão da prática docente.

Para dosificar é preciso ter em conta dois elementos fundamentais:

 Programa do ensino da disciplina; e

 OTEOs (orientação de tarefas escolares obrigatórias).

No programa do ensino, o grupo de professores duma determinada disciplina, organiza os


conteúdos a leccionar dando lhes uma sequência mais ou menos lógica, pois nem sempre os
conteúdos estão organizados em unidades temáticas e obedecendo uma sequência lógica.
Assim cabe aos professores criar esse ordenamento lógico.

No programa é preciso também ter em conta, o número de unidades temáticas, os objectivos,


as competências e o número de aulas.

Após o ordenamento segue a vez de encaixar as unidades temáticas, conteúdos obedecendo o


calendário escolar que geralmente está contigo nas OTEOs. É neste documento aonde estão
inseridas as orientações a seguir para um determinado ano lectivo.

Ao distribuir os conteúdos ao longo do ano lectivo escolar é preciso observar as semanas de


aulas, avaliação, os dias úteis e não úteis incluindo os feriados.

A dosificação pode, ser semanal, mensal, trimestral, semestral ou mesmo anual.

A dosificação é um elemento chave para a boa planificação de aulas para o professor.


Observa abaixo o exemplo de uma dosificação

13
Exemplo de uma dosificação do 1º Trimestre (6ª classe)

Carga
Semana Unidade temática Conteúdo Evidências requeridas
horária
Aplica o conceito, o
Conceito, objecto do
17.01.11 a Introdução à objecto do estudo e
estudo e importância 02
21.01.11 Educação Musical conhece a importância
da música.
da música no PEA
Realiza exercícios
24.01 11 a Compassos simples e
Educação Rítmica rítmicos em compassos 02
28.01.11 compostos
simples e compostos
Representação Representa graficamente
31.01 a
Educação Rítmica grafica do ritmo o ritmo 02
40.02
Solfejo ritmico Realiza solfejo rítmico
07.02 a Escalas Pentatónica e Entoa e distingui a escala
Educação Auditiva 02
11.02 diatónica Pentatónica da diatónica
14.02 a
Educação Auditiva Noções de intervalos Pratica intervalos 02
18.02
Figuras de valor
21.02 a rítmico (semibreve, Desenha as figuras de
Notação musical 02
25.02 mínima, semínima e valor rítmico
colcheia
Conhece tonalidades até
28.02 a
Notação musical Tonalidades 1 acidente (sol-mi e Fa- 02
04.03
re)
Exercícios de técnica Pratica exercícios de
07.03 a Educação Vocal vocal técnica vocal
02
11.03 e Canto Canções a duas ou Pratica o canto colectivo
mais vozes e individual
14.03 a
etc Etc etc 02
18.03
21.03 a
Etc Etc etc 02
25.03
28.03 a
Etc etc etc 02
01. 04
04.04 a
Etc Etc etc 02
08.04
11.04 a
02
15.04

14
Planificação de Aulas
A planificação pode definir-se como o que previamente se pensa fazer. A finalidade de
planificação é evitar a improvisação e o desnorteamento da actividade do professor. Fazem
parte da planificação, os conteúdos, competências, objectivos, estratégias e a avaliação.

Ter um plano detalhado que registe todos aqueles itens acima descritos, proporciona uma
estratégia que ajuda na avaliação do sucesso ou não do processo de ensino aprendizagem.

Dar uma aula sem nenhum plano é quase que impossível, pois um bom plano pode oferecer
ao professor a segurança necessária para que a actuação seja eficiente, justamente por
delimitar o que será desenvolvido na sala de aula.

O plano de lição é a previsão dos conteúdos e actividades de uma aula e articula-se com a
planificação geral do que será ensinado num determinado período, a maneira como ocorrerá e
como será feita a avaliação.

Resumindo pode se dizer que o plano engloba:

Tema: o que será dado,

Tempo: o que vai proporcionar a organização dos conteúdos a leccionar.

Objectivos: o que os alunos devem aprender.

Conteúdos: conjunto de matéria a ensinar.

Competências: o que os alunos devem saber fazer.

Materiais didácticos/meios didácticos: conjunto de recursos a serem usados durante o PEA.

Procedimentos didácticos/Estratégias de ensino: o que está relacionado aos objectivos


propostos.

As intervenções a serem feitas durante a aula podem ser numa sequência didáctica
encadeando as actividades de acordo com os interesses e necessidades de cada faixa etária, ou
seja, de acordo com o estágio de desenvolvimento dos alunos.

Avaliação: a avaliação é fundamental no PEA, pois permite verificar as aprendizagens


realizadas pelos alunos. É a através da avaliação que se pode tirar conclusões sobre o sucesso
do trabalho desenvolvido.

15
É de referir que um plano não é um modelo rígido e estanque, pois, está sujeito a mudanças
ocasionais segundo as circunstâncias.

Avaliação

Avaliar é o acto de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para


produzir o melhor resultado possível. Por isso, deve ser diagnóstica e inclusiva e não
classificatória nem selectiva.

Deste modo, a avaliação é muito fundamental no processo de ensino e aprendizagem,


pois, permite a verificação do trabalho do professor e as aprendizagens realizadas pelos
alunos.

A avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um processo mediador na


construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem
dos alunos.

A avaliação do processo de ensino e aprendizagem é realizada de forma contínua, cumulativa


e sistemática na escola, com o objectivo de diagnosticar a situação de aprendizagem de cada
aluno, em relação à programação curricular. Assim, ela não deve dar prioridade apenas ao
resultado ou o processo, mas deve como prática de investigação, interrogar a relação ensino
aprendizagem e identificar os conhecimentos construídos e as dificuldades encontradas.

Assim, a avaliação em Educação Musical, destina-se a fornecer indicadores acerca dos


progressos no processo de ensino aprendizagem dos conteúdos através de testes que, de uma
maneira geral, medem as habilidades de diferenciação sensorial da altura do som, da duração,
do timbre, ritmo, acordes, intervalos, formas musicais e outras, bem como a respectiva
memorização.

O professor poderá recorrer a diferentes exercícios e actividades para avaliar a capacidade de


identificar, relacionar, completar e fixar, por escrito, exemplos sonoros aprendidos. Todos os
testes devem contemplar exercícios trabalhados durante as aulas anteriores.

Na avaliação final, o professor poderá também considerar, em certa medida, determinadas


capacidades vocais e de execução de instrumentos.

16
Actividades obrigatórias:
1. Baseando-se em conhecimentos que adquiriu nesta unidade temática planifica uma aula de
elaboração conjunta cujo tema é sobre as escalas musicais.
2. Elabora uma proposta de dosificação semanal e apresenta ao seu formador.

Autoavaliação:

1. O que entende por dosificação?


2. Que importância tem a planificação das aulas?
3. Quais são os métodos e técnicas de ensino de educação musical que conhece?

17
Unidade Temática 3: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Rítmica

Introdução da unidade temática:


Nesta unidade temática vai-se debruçar-se sobre algumas técnicas de ensino de Jogos
rítmicos populares, Representação gráfica do ritmo, Compassos musicais e a pulsação.

Evidências requeridas da unidade temática


 Aplica as técnicas de ensino de Jogos rítmicos populares

 Aplica métodos e técnicas do ensino dos Compassos musicais e da pulsação.

 Ensina como se representa graficamente o ritmo.

Recursos de aprendizagem:

Metodologia da Educação Rítmica

O ritmo, no ensino primário, é uma habilidade importante, pois dá a criança a noção de


duração e sucessão no que diz respeito à percepção dos sons no tempo.

Por isso, o professor ao abordar este tema, deve em primeiro lugar motivar as crianças para a
percepção dos diversos ritmos, desenvolvendo a capacidade física dos alunos assim como a
saúde e a qualidade de vida. Deste modo, deverá propiciar aos alunos a descoberta do seu
próprio corpo e de suas possibilidades de movimento possibilitando o desenvolvimento da
criatividade para descoberta do estilo pessoal.

Jogos rítmicos populares


Ao abordar este tema, o professor poderá levar as crianças a prática de variados exercícios
rítmicos, podendo dispor a turma em 2, 3 ou mais grupos conforme a natureza do jogo.

a) Exemplo de um jogo rítmico em mínimas, semínimas e colcheias no compasso


quaternário

Divide-se a turma em quatros grupos.

1º Grupo marca mínimas;

18
2º Grupo marca semínimas;

3º Grupo marca pausa da semínima seguida de uma semínima (2 vezes);

4º Grupo marca colcheias.

No princípio cada grupo entra sozinho, depois podem todos começar ao mesmo tempo.

Ao ensinar qualquer jogo, o professor pode dispor a turma em pequenos grupos de 2, 3 ou


mais elementos, conforme a exigência do jogo rítmico, devendo depois escolher uma ou
duas crianças para exemplificar todo ritmo. Em seguida deverá pedir a todos os grupos
formados para repetirem o jogo.

É importante que o professor estimule a criatividade das crianças para que elas contribuam
com mais jogos infantis.

Representação gráfica do ritmo


A representação gráfica do ritmo no 1º ciclo deve proporcionar às crianças momentos para
se exprimirem graficamente, representando com traços, os sons curtos (– – –) e longos(––).
Assim, o professor explorando a natureza que o rodeia, poderá produzir vocalmente sons
curtos e longos e as crianças deverão representá-los com tracinhos curtos ou longos
conforme a duração do som.

As actividades rítmicas exploradas durante o 1º ciclo deverão ser consolidadas no 2º e 3º


ciclos. Assim, o professor deverá continuar a desenvolver nas crianças as habilidades rítmicas
dentro dos temas propostos através de outras variantes de jogos rítmicos. Deverá exercitar a
pulsação, células rítmicas diversificadas, danças, a escrita e leitura da duração do som com
maior profundidade.
Usando o quadro, o professor poderá fazer a representação do ritmo, pulsação e duração dos
sons (ritmo).

Pulsação
A aprendizagem da pulsação por parte dos alunos poderá se realizar através da audição de
diversas músicas ou canções. Em seguida, o professor poderá explicar que pulsação é
aquele batimento regular que se sente numa música. Este batimento, as vezes, provoca uma
vontade espontânea de acompanhar a música batendo com o pé no chão ou noutra parte do
corpo.

19
Usando a voz ou um aparelho reprodutor do som, o professor pode vivenciar a pulsação
pondo alguns alunos a cantar enquanto outros batem as palmas regularmente. Depois
poderá explicar que os alunos que estiveram a bater as palmas estavam, realmente, a marcar
a pulsação da canção ou música.

Após o trabalho do reconhecimento da pulsação numa música pelos alunos, o professor


poderá introduzi-los a representação gráfica da mesma usando tracinhos verticais. Por
exemplo.

Por fim, o professor deve elucidar aos alunos que a pulsação não varia, pois, sente-se e
marca-se em todos tipos de compassos (ritmos).

Actividades obrigatórias:
1. Usando a biblioteca, a Internet ou outros meios disponíveis descreva um jogo rítmico
popular que da sua comunidade e apresenta ao seu formador.

2. Elabora um plano de aula cujo tema é pulsação.

Autoavaliação:
1. Usando tracinhos faça a representação gráfica dos seguintes ritmos:
a) Som longo;
b) Som longo seguido de um curto;
c) Três sons curtos seguidos de dois longos.
2. O que entende por pulsação?

20
Unidade Temática 4: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Auditiva

Introdução da unidade temática:


Esta unidade temática vai debruçar-se sobre alguns método e técnicas de ensino de conteúdos
programáticos do Ensino Básico como as fontes sonoras, o som e suas propriedades, a
representação gráfica do som assim como o ensino do solfejo melódico.

Evidências requeridas da unidade temática


 Aplica as técnicas de ensino de Fontes sonoras

 Distingue as propriedades do som.

 Aplica os métodos do ensino do da representação gráfica da duração do som

 Aplica os métodos do ensino do solfejo melódico


 Produz um portfólio com algumas fontes sonoras como a natureza, máquinas e o
objectos

Recursos de aprendizagem:

Metodologia da Educação Auditiva


Fontes sonoras

Som e suas propriedades (Altura, Intensidade, Duração e Timbre) e Timbres corporais e


de objectos

As actividades de exploração sonora por parte da criança começam em casa (ambiente


familiar), pois, desde a nascença ouve sons que a rodeiam, passando depois para ambientes
diferentes.

Na escola, a criança continua a exploração sonora já com mais profundidade através da


audição e identificação de diversos sons e suas fontes.

21
1° Ciclo (1ª e 2ª classes)

Neste nível, dentro da sala de aulas, o professor ou educador pode pedir para que as crianças
fiquem em silêncio e observem (escutem) os sons ao seu redor e depois pedir que descrevam,
desenhem ou imitem o que ouviram.

Continuando a exploração do som, o professor pode pedir que as crianças façam um passeio
pelo pátio da escola para descobrir novos sons, ou aproveitar um passeio fora dela a fim de
descobrir sons característicos de cada lugar.

Usando aparelhos estereofónicos, o professor pode reproduzir diversos sons e pedir que as
crianças identifiquem cada um. Também, pode produzir sons sem que elas vejam os objectos
utilizados e pedir para que os identifiquem, ou descubram de que material são feitos (metal,
plástico, vidro, madeira) ou como o som foi produzido (agitado, esfregado, rasgado, jogado
no chão).

A localização da fonte sonora e a distância em que o som foi produzido (perto ou longe) são
de grande importância para as actividades de exploração sonora. Para isso o professor pode
pedir para que as crianças fiquem de olhos vendados (fechados) e indiquem de onde veio o
som produzido por ele, ou ainda, o professor pode caminhar entre os alunos utilizando um
instrumento ou outro objecto sonoro e as crianças vão acompanhando o movimento do som
batendo as mãos. De seguida apresentam-se alguns jogos:

Jogo 1 minuto de sons


Neste jogo, o professor deve despertar as crianças para o mundo sonoro em que vivemos,
motivando-lhes vivências de carácter explorativo e actividades criadoras.

Assim, num determinado lugar ou momento (sala de aulas, pátio, corredor, etc) em silêncio,
escuta-se e anotam-se os sons que se ouvem durante um minuto. Cada criança, por sua vez,
tentará imitar os sons que ouviu, pela sucessão em que os ouviu. Em seguida, todos ao
mesmo tempo, cada um imitando os sons que ouviu, tentarão reproduzir todos os sons que
ouviram durante um minuto. Finalmente, o professor pode pedir que os alunos desenhem as
fontes de proveniência dos sons seleccionados.

22
Jogo o que é, quem é?

Todas as crianças fecham os olhos. O professor produz alguns sons com objectos sonoros.
Quem adivinhar a fonte vai por sua vez produzir sons com outros objectos para os colegas
adivinharem. Esta actividade também pode ser realizada com o jogo da “cabra cega”, em que
uma criança tem os olhos vendados e um ou mais colegas, pronunciam nomes ou frases com
a ajuda das quais ela deverá reconhecer as suas vozes.

Timbres corporais
A exploração da voz e do corpo como instrumento de percussão deve ser o ponto de partida e
o aspecto fundamental para o desenvolvimento da expressão musical da criança.

Os timbres corporais mais agradáveis são o bater das palmas, os estalos (cliques) com os
dedos, com a língua, o bater nas pernas com as mãos, o bater com os pés no chão e o assobio.

O professor deve fazer as crianças reproduzirem com a voz e com os timbres corporais, sons
curtos e longos, fortes e fracos, altos e baixos, diferentes vozes de animais e outros ruídos e
sons musicais.

Deve realizar jogos de entoação vocal, jogando com nomes das próprias crianças, vocábulos,
palavras, etc. Também pode sugerir que as crianças entoem canções conhecidas, com
fonemas, com a boca fechada, etc.

Propriedades do som (duração, intensidade e altura)


Usando as vozes dos animais, sons de máquinas e meios de transporte, o professor pode levar
os seus alunos a vivenciar, diferenciar e distinguir sons curtos e longos, fortes e fracos,
agudos (altos) e graves (baixos). Para além das propostas anteriores, o professor pode
também usar sons de objectos e instrumentos musicais.

Para desenvolver a lateralidade nas crianças, o professor pode emitir sons à sua direita, à sua
esquerda, em cima, em baixo, à frente e atrás, devendo as crianças saberem situá-los.

2º Ciclo (3ª a 5ª classes)

Seguindo o programa do Ensino básico, neste nível e para dar continuidade das actividades
realizadas no nível anterior, o professor deverá trabalhar as propriedades ou qualidades do
som:

23
Altura: som agudo, médio e grave.

Intensidade: som forte e fraco.

Duração: som longo e curto.

Timbre: a característica de cada som ou o que faz diferenciar as vozes e os instrumentos.

As propriedades ou atributos do som podem ser trabalhados por meio de comparação,


diferenciando um som agudo de um grave, um forte de um fraco, um longo de um curto ou
som de um carro ao de uma motorizada.

Devido ao nível de abstracção das crianças deste ciclo, aconselha-se que o professor use sons
de animais domésticos para facilitar a compreensão desta matéria. Por exemplo, o som
produzido por um gato é agudo e o produzido pelo cão é grave. Um som produzido pelo gato
(miauuuu) é longo que o do cão (hu…hu.) que é curto.

No jogo de Esconde-Esconde as crianças escolhem um objecto a ser escondido. De seguida,


uma delas retira-se da sala enquanto as outras escondem o objecto. Depois, a criança que saiu
retorna para procurar o objecto e as outras devem ajudá-la a encontrar produzindo sons de
maior intensidade quando estiver perto, e de menor intensidade quando estiver longe. Estes
sons podem ser produzidos com a boca, palmas ou da forma que acharem melhor. Esta
actividade (brincadeira) leva a criança a controlar a intensidade sonora e desenvolve a noção
de espaço.

Para trabalhar a noção de duração, o professor pode pedir para que as crianças façam
tracinhos curtos ou longos conforme o som produzido.

Por fim, para desenvolver a noção de timbre, o professor pode pedir para que uma criança
fique de costas para a turma enquanto as outras cantam uma canção. Ao sinal do professor
todas param de cantar e apenas uma criança continua, para que a criança de costas voltadas
possa adivinhar quem continuou a cantar.

A partir destas actividades o professor poderá perceber quais são os pontos fortes e fracos das
crianças, principalmente quanto à capacidade de memória auditiva, observação,

24
discriminação e reconhecimento dos sons podendo, assim, trabalhar melhor o que estiver
menos apurado.

Representação gráfica do movimento sonoro


O movimento sonoro pode ser ascendente ou descendente, ou seja subir ou descer, podendo
ser representado por linhas (ascendentes e descendentes). Também pode ser contínuo,
destacado ou ondulatório.

3º Ciclo (6ª e 7ª classes)

Neste nível a exploração sonora encontra-se numa fase desenvolvida, por isso, o professor
poderá usar as metodologias e técnicas de ensino preconizadas nos manuais do professor da
6ª e 7ª classes.

Sentido do movimento sonoro


Ao ensinar este tema, o professor precisa de, em primeiro lugar, despertar a atenção dos
alunos sobre o sentido que os sons podem tomar numa determinada melodia. Dando
exemplos do movimento do som, poderá levar os alunos a perceber que, por exemplo, quando
um avião está a descolar, o som que produz parte de baixo para cima e quando aterra, o som
parte de cima para baixo. Poderá, também, explicar que quando um carro ou motorizada está
em movimento o som que produz também desloca-se conforme a direcção do carro ou
motorizada.

Depois, poderá explicar que o movimento do som pode ser ascendente, descendente,
ondulatório, linear e pode-se representar através de gráficos.

Usando a canção “Somos crianças”, o professor pode fazer os gráficos do sentido do


movimento sonoro da primeira frase da melodia.

25
A partir desta melodia poderá fazer alguns gráficos que indicam a tendência do som. Isso
vai ajudar os alunos a compreender os diferentes momentos de movimento sonoro como
subida, descida ou quando se mantém na mesma altura.

Solfejo melódico
No solfejo melódico é onde o professor desenvolve a literacia musical dos seus alunos. Por
isso, ao abordar este tema deve explicar que solfejar é o acto de ler e entoar as notas musicais
usando os monossílabos (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si) obedecendo o desenho rítmico da
melodia.

Antes de começar a solfejar qualquer exercício melódico, o professor deve exercitar as vozes
dos alunos através de pequenos vocalizos para permitir que se consiga atingir a altura real das
notas na pauta.

Sempre que o professor dispor de um instrumento melódico, deverá realizar exercícios de


afinação com os alunos, na tonalidade de cada exercício, para que possam vivenciar e tomar
consciência do tom em que está a melodia de cada exercício.

Em seguida e juntamente com os alunos, o professor pode fazer a análise musical do


exercício por solfejar para determinar ou visualizar o compasso, os elementos de expressão,
as partes de maior dificuldade rítmica ou melódica e a tonalidade.

Ao realizar esta actividade, o professor poderá, juntamente, com os alunos praticar a leitura
das notas com o respectivo ritmo sem entoação, isto é, fazer o solfejo rezado.

Actividades obrigatórias:
1. Nas metodologias e técnicas de ensino de fontes sonoras apresentou-se o jogo sobre 1
minuto de sons, onde o professor ou educador pede aos alunos para ficarem em
silêncio e observarem (escutar) os sons ao seu redor e para depois descrever. Planifica
uma aula similar sobre audição e identificação de sons incluindo todos procedimentos
previstos, tanto do professor assim como dos alunos.
2. Faça um trabalho de pesquisa descrevendo os procedimentos seguidos numa aula
onde o professor introduz os alunos sobre os timbres corporais e exercita-nos a

26
produzir sons curtos e longos, fortes e fracos e altos e baixos (propriedades ou
qualidades do som).

Autoavaliação:
1. Enumere os vários tipos de timbres corporais.
2. Que importância tem o ensino do solfejo?

27
Unidade Temática 5: Métodos e Técnicas de Ensino da Educação Vocal e Canto

Introdução da unidade temática:


Cantar é uma habilidade que pode ser desenvolvida depois de adquiridos alguns parâmetros a
nível de memória auditiva, rítmica e conhecimentos de técnica vocal.

A voz é um dos principais instrumentos de trabalho do professor, por isso, deve usá-la de
forma educada para evitar alguns distúrbios que têm como causa fundamental a falta de
orientação para o uso correcto da voz e os cuidados a ter com o aparelho fonador.

Nesta unidade temática espera-se que o professor aperfeiçoe os conhecimentos que tem sobre
educação vocal e aprenda alguns métodos e técnicas de ensino de educação vocal e canto no
ensino primário.

Evidências requeridas da unidade temática


 Aplica as técnicas do ensino de canções.

 Conhece e respeita as normas e regras de canto.

Recursos de aprendizagem

Metodologia da Educação Vocal e Canto


A música tem características de envolver, unir, encantar, despertar emoções e desejos nas
crianças. Por intermédio dela a criança extravasa os seus sentimentos o que contribui para o
desenvolvimento do seu potencial criativo que incide directamente na aprendizagem.

Na escolha de canções exige-se uma análise cuidadosa que tome em conta a idade e o
interesse dos alunos. Assim, o professor deve aprender a cantar e ou conhecer a
música/canção que vai ensinar, estudar a partitura da canção e treinar muito. Deve entender a
mensagem central da letra da canção e planear em que momento deve ensinar a canção de
modo a fazer uma boa integração no tempo.

Deve envolver todas as crianças no processo de ensino aprendizagem e encoraja-las a cantar


não só na escola mas também em casa, pois, as crianças aprendem facilmente a partir da
repetição e porque as mesmas são agradáveis. Por isso, o professor deve seleccionar canções
com ritmo alegre, melodia simples e de fácil memorização.

28
O professor deve proceder de diferentes maneiras para ensinar. Dependendo do nível do
desenvolvimento das crianças deverá usar diferentes estratégias para ensinar crianças que
ainda não saibam ler e para crianças que já sabem ler ou escrever.

Existem muitos métodos de ensino de canções como: Método Global ou Eco, Método de
Aprendizagem por Frase Musical e Método do Ritmo de Linguagem.

O Método Global ou Eco consiste em o professor cantar um extracto de uma frase e logo de
seguida pedir aos alunos repetir. Assim, o professor ensina a canção até a última estrofe. No
fim deverá cantar estrofe por estrofe e pedindo, depois, para que os alunos realizem a mesma
actividade através da imitação.

O Método de Aprendizagem por Frase Musical consiste no ensino de uma canção por frases.
O professor canta uma frase musical completa e os alunos repetem. Este método é semelhante
ao anteriormente visto, porém recomenda-se usar para a aprendizagem de canções que
contenham dificuldades melódicas ou letra comprida.

O Método do Ritmo da Linguagem consiste no ensino de canções que ofereçam ou


contenham dificuldades rítmicas. Desde modo, o professor deve executar o ritmo da canção
com o texto sem a melodia, ou seja, retira a melodia e usa apenas a parte rítmica da canção.
Este procedimento permite o domínio rápido do desenho rítmico e da letra da canção e
facilita a aprendizagem final da canção quando associa-se o ritmo e letra à melodia.

No ensino das canções, as crianças devem aprender as técnicas vocais, ou seja o treinamento
das cordas vocais para evitar o atrofiamento da voz. Assim o professor deve ensinar as
crianças a dominar e a usar correctamente a respiração, a articulação e a pronúncia correcta
das palavras para melhor obter emissão dos sons sem muito esforço e com clareza.

Para um trabalho vocal eficaz, o professor deve observar as regras básicas do tratamento da voz, devendo
exercitar os alunos na respiração, emissão da voz, articulação, dicção, interpretação colectiva e individual.

Sendo o canto coral a base de toda a educação musical no Ensino Básico, o formador deverá levar os
alunos a conhecer e dominar o repertório seleccionado de canções escolares, recorrendo também às
experiências dos alunos, assim como das comunidades locais.

Deste modo, o professor pode observar as seguintes propostas de actividades:

29
a) Relaxamento, que tem por objectivos criar uma sensação de calma e tranquilidade interior, diminuir a
tensão física e mental, preparar o aluno para receber novas impressões, livre de tensões e reflexos
nocivos;
b) Respiração, que tem por objectivos fortalecer o músculo do diafragma e recuperar a força
estimuladora deste músculo;

c) Vocalizos, que tem por objectivos fortalecer as cordas vocais, desenvolver sua elasticidade, para
possibilitar maior extensão e ampliar a tessitura da voz.

Como ensinar uma canção


De entre as várias formas de ensinar uma canção, optámos pela que se segue, por ser a que
dificilmente induz em erro e cansa menos.

 Passar o texto (letra) da canção no quadro dividido em estrofes

 Se tiver coro ou refrão, iniciar por essa parte, pois é a mais fácil de memorizar e é
repetitiva.

 Canto da canção/música pelo professor sozinho do inicio ao fim.

 Repetição da canção/música por estrofes pelos alunos.

De seguida apresenta-se, em detalhe, alguns passos a ter em conta no ensino duma canção:

b). Apresentação da canção (por partes ou estrofes e começando pelo coro)


Tratando-se de alunos que já saibam ler e escrever o professor deve passar o texto (letra) da
canção, dividindo-o em estrofes. Se tiver coro ou refrão, deverá iniciar por essa parte, pois é a mais
fácil de memorizar e é repetitiva. É nesta fase que pode explorar o texto da canção e orientar os alunos
para o tema da própria canção, realçar as palavras e partes difíceis.
b). Exploração rítmica e melódica da canção

Para a fácil aprendizagem da canção o professor pode recorrer ao método do ritmo da


linguagem. O professor deve escrever a música no quadro em seguida retirar a parte do ritmo
da canção estudando a em parte e só depois poderá encaixar a parte da melodia o que vai
permitir o domínio rápido do desenho rítmico e da letra da canção e posterior associação à
melodia.

30
c). Execução da canção em partes
Como se referiu anteriormente, o professor deve passar a música no quadro. Ao ensinar deve
repartir em partes, salientando sempre o coro e as partes difíceis da mesma e só depois é que
poderá associar o ritmo à melodia.

d). Execução global da canção


Esta é a fase de cantar toda a canção do início ao fim. O professor não deve se esquecer de
observar a postura dos alunos, ou seja a forma como eles cantam e ou pronunciam as sílabas e
a respectiva concordância das palavras com o ritmo.
N.B. Ao ensinar crianças não alfabetizadas, ou seja, aquelas que ainda não sabem ler e nem
escrever, o professor de nenhuma forma deve passar no quadro a letra ou música da canção.

Actividades obrigatórias:
1. Usando os métodos de ensino de canções que aprendeu, planifica uma aula de canto
sem esquecer os procedimentos pedagógicos previstos.

Autoavaliação:
1. Quais são os métodos de ensino de canções que conhece?

2. Descreva o método global ou eco.

31
Unidade Temática 6: Métodos e Técnicas de Ensino da Notação Musical

Introdução da unidade temática:


Esta unidade temática debruça-se sobre métodos e técnicas de ensino da notação musical.
Assim, dará alguns exemplos de como se pode ensinar as figuras de valor rítmico, intervalos
musicais, escalas e acordes de três sons.

Evidências requeridas da unidade temática


 Aplica as técnicas de ensino de Escalas, Acordes, Intervalos e Figuras de valor rítmico

Recursos de aprendizagem:

Metodologia do ensino da Notação Musical


Figuras de valor rítmico

Como o senhor professor deve se lembrar, as figuras de valor rítmico e suas pausas no
sistema musical são sete: Semibreve, Mínima, Semínima, Colcheia, Semicolcheia, Fusa
e Semifusa. Estas figuras de valor rítmico, quando colocadas na pauta, transmitem duas
informações fundamentais na música: a altura e a duração dos sons. Os valores positivos ou
figuras indicam a duração dos sons e os valores negativos ou pausas indicam a duração dos
silêncios.

Para o professor ensinar as figuras de valor rítmico deve recorrer a tabela de figuras que
abaixo se apresenta.

32
O professor, sempre que possível, deve usar os vários manuais escolares que se debruçam
sobre música e não se esquecendo de escrever no quadro.

Ao iniciar o ensino das figuras de valor rítmico, o professor deve escrever os nomes das
mesmas no quadro e estabelecer a relação que existe entre elas.

O professor deve chamar atenção aos alunos sobre os diferentes passos ou momentos a ter
em conta durante a escrita das figuras. Ele poderá informar, por exemplo, que algumas
figuras de valor rítmico são formadas por três partes:

a) Cabeça, que é a bolinha arredondada. Esta pode ser vazia ou cheia conforme a sua
duração;

b) Haste, ou seja, o traço vertical; e

c) Colchete ou bandeirola (terminação da haste das figuras de colcheia, semicolcheia,


fusa e semifusa).

Como sabe, a escrita ou grafia das figuras de valor rítmico tem regras ou normas e devem
ser claras para na hora de escrever a música não criarem confusão. Assim, o professor ao
ensinar a escrita ou grafia musical deve fazer com que os seus alunos obedeçam a estas
regras.

Em seguida observa algumas propostas de passos que o professor poderá usar ou seguir no
desenho ou escrita das figuras de valor rítmico.

Passo 1

Ao ensinar a desenhar uma semibreve, mínima ou Semínima, primeiro lugar, deve começar
pela parte da cabeça ou bolinha (oca ou sombreada) e depois, deve colocar a haste do lado
direito, quando se tratar de mínima ou semínima.

Passo 2

Ao ensinar a colcheia, semicolcheia, fusa ou semifusa deve, em primeiro lugar,


desenhar a cabeça (bolinha sombreada) e depois colocar a haste do lado direito e por
fim a bandeirola.

33
É de realçar que o professor não deverá esquecer de chamar atenção aos alunos que as notas
colocadas na parte inferior da pauta, até a terceira linha, a haste deve estar virada para cima
enquanto as notas colocadas depois da terceira linha, têm a haste virada para baixo.

Intervalos
No processo de ensino e aprendizagem dos intervalos, o professor poderá propor a leitura do
texto do livro do aluno que dá o conceito de intervalo.

O Intervalo é geralmente definido de duas maneiras. Primeiro é definido como a diferença de


altura entre dois sons e, em segundo lugar é definido como a distância que se percorre de uma
nota a outra. Usando estas duas definições, poderá levar os alunos a perceber o alcance das
mesmas tomando em conta exemplos que poderão ajudar a alcançar o objectivo preconizado.

De seguida e baseando-se na escala diatónica de Dó maior, o professor poderá realizar,


juntamente com os alunos, algumas actividades de aprendizagem e entoação dos intervalos,
tanto melódicos assim como harmónicos. Poderá dividir a turma em pequenos grupos. Um
grupo entoa por exemplo a nota Dó, e o outro a nota Mi, sucessivamente, e explicar que se
trata de um intervalo melódico. Na aprendizagem dos intervalos harmónicos, os dois grupos
podem entoar simultaneamente as mesmas notas (Dó e Mi).

Deverá, ainda, explicar que os intervalos classificam-se em segundas, terceiras, quartas,


quintas, sextas, sétimas oitavas conforme o número de graus que os formam e em maiores,
menores ou perfeitos pelo número de tons e meios-tons que possuem. Por exemplo:

Dó – Ré, é um intervalo de 2ª Maior enquanto Mi – Fá, é um intervalo de 2ª menor.

O conhecimento e distinção dos intervalos podem ser praticados usando algumas melodias ou
canções. Em primeiro lugar, poderá escrever a melodia ou a canção no quadro para os alunos
identificar os diferentes intervalos nela contidos. Depois, poderá levá-los a entoar um a um
até concluir a entoação.

É muito importante que o professor tenha uma cartolina com a escala diatónica ou desenhada
no quadro para a visualização, audição e entoação correcta dos intervalos por parte dos
alunos.

A escala diatónica natural e os intervalos poderão ser entoados de forma ascendente e


descendente.

34
Escalas
Na aprendizagem da escala, no 1º e 2° ciclos, o professor poderá começar por sistematizar a
consciência da altura e do movimento sonoro (subida e descida) através da entoação das notas
da escala diatónica natural.

Depois de apresentar aos alunos que a escala musical resulta das sete notas musicais com a
repetição da primeira (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si e Dó) poderá realizar a entoação com os
nomes das notas (sozinho) e com o movimento da mão indicando a altura de cada som (nota),
em forma de escadaria (ascendente e descendente).

Depois poderá levar os alunos a fazer a entoação das notas escala segundo a proposta que se
segue:

a) Entoar em primeiro lugar as notas Sol e Mi;

b) Depois, entoar as notas Lá e Ré;

c) Entoar as notas Dó e Dó (oitava a cima); e,

d) Finalmente, entoar todas as notas da escala diatónica natural de Dó. Por exemplo:

Alguns exemplos da entoação da escla.

De seguida, o professor poderá chamar a atenção para diferença de altura entre os diferentes
sons ou notas da escala. Usando os sons dos motivos da formação da escala, o professor pode
propor a cada aluno que descubra o ritmo do seu nome e em seguida que o entoe. Por
exemplo:

Para facilitar a memorização das notas da escala, o professor poderá recorrer a muitas
canções pedagógicas como “Minha canção” do cancioneiro do Ministério da Saúde ou a
outras que contenham a abordagem das notas da escala musical. Por exemplo

Minha Canção

Dorme a cidade Doce é a música

35
Resta um coração Silenciosa

Misterioso Larga meu peito

Faz uma ilusão Solta-se no espaço

Soletra o verso Faz-se certeza

Larga melodia Minha canção

Singelamente Réstia de luz onde

Dolorosamente Dorme meu irmão

Na quarta classe, o professor já poderá representar a escala numa cartolina ou no quadro em


forma de escadaria, explicando aos alunos que cada nota se denomina grau e se representa em
numeração romana. Por exemplo.

Dó-Ré-Mi-Fá-Sol-Lá-Si-Dó

I - II–III-IV–V-VI-VII-VIII

Para aprendizagem dos graus da escala, poderá escrever as notas da escala e os seus
respectivos graus na sua forma ascendente e descendente para que os alunos se habituem.

É de referir que no ensino das escalas, o professor deverá prestar muita atenção na afinação
das vozes dos alunos de forma a não criar maus hábitos na entoação das mesmas.

Para a aprendizagem e entoação das escalas diatónicas dos modos maior e menor, o professor
poderá escrever as escalas de Dó maior e de Lá menor no quadro, assinalar os graus e a
posição dos tons e meios-tons.

Nas classes subsequentes como 5ª, 6ª e 7ª classes, o professor poderá recorrer aos manuais do
professor disponíveis.

Acordes
No ensino dos acordes, o professor poderá usar o texto do livro do aluno para explicar o
conceito e características de um acorde.

Depois da explicação teórica sobre o acorde perfeito maior, o professor juntamente com os
alunos poderá entoá-lo melodicamente, ou seja, de forma sucessiva. Inicialmente podem

36
entoar colectivamente o acorde ascendente e descendente, empregando diferentes figuras de
valor rítmico.

De seguida poderá pedir a um aluno para entoar a nota Dó, um outro entoar a nota Mi e o
terceiro entoar a nota Sol, assim sucessivamente até completar a turma. Por exemplo.

Para entoar o acorde harmonicamente, o professor poderá dividir a turma em três grupos.
Assim, um grupo pode entoar a nota Dó, o outro, a nota Mi e o outro, ainda, a nota Sol. Esta
actividade poderá ser continuada mudando o ordenamento dos grupos para que os mesmos
exercitem a entoação dos três sons ou notas do acorde, rotativamente. Por exemplo.

Quando os alunos tiverem assimilado o acorde perfeito maior, o professor pode introduzir os
acordes principais da escala que se formam no I, IV e V graus e explicar-lhes que é com estes
acordes que se cria toda a música, e é por isso que são considerados acordes principais da
escala porque estão harmonicamente mais perto um do outro.

Exemplo de Acordes principais da escala

Actividades obrigatórias:

1. Planifica uma aula de notação musical cujos temas são intervalos musicais. É de
realçar que não deve esquecer os procedimentos pedagógicos previstos.
2. Faz um trabalho de pesquisa onde descreve as figuras de valor rítmico e suas pausas e
sua importância na representação gráfica da música.

37
Autoavaliação:
1. As figuras de valor rítmico, quando colocadas na pauta, transmitem duas informações
fundamentais na música. Quais são?
2. Explique os diversos métodos de desenho da semibreve, mínima e semínima.
3. O que entende por intervalo?

Chave de correcção:

Auto Avaliação 1:

1– Educação Musical é a disciplina curricular que introduz o indivíduo a uma formação


inicial em música enquanto arte, linguagem e conhecimento.

2-a)– De facto, a música favorece o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso


rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, auto-
disciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afectividade.

3- Nas aulas de educação musical, quando as crianças cantam, desenvolvem a coordenação


motora através de gestos diversos e constroem alguns instrumentos musicais, ampliam seu
vocabulário básico, desenvolvem ritmo através das diversas formas de expressão musical e
desenvolvem, ainda mais, o convívio social de cada indivíduo, elemento essencial para o seu
enquadramento na comunidade onde vive e na sociedade em geral.

4-As actividades musicais colectivas favorecem o desenvolvimento da socialização,


estimulando a compreensão, a participação e a cooperação. Dessa forma a criança vai
desenvolvendo o conceito de grupo. Além disso, ao expressar-se musicalmente em
actividades que lhe dêem prazer, ela demonstra seus sentimentos, liberta suas emoções
desenvolvendo um sentimento de segurança e auto-realização
Auto Avaliação 2:

1- As principais técnicas de ensino utilizadas na área de Educação Musical são:


a) Aula de Elaboração Conjunta - -
b) Ensino Individualizado.
c) Aulas Práticas –.
d) Aula Expositiva

38
2-A dosificação é uma prática corrente das escolas. É através da dosificação que se
organizam os conteúdos a leccionar ao longo do ano escolar. Geralmente as escolas
organizam esta actividade aos fins-de-semana (sábado), onde os grupos de disciplina
se juntam para a planificação e discussão da prática docente

3-A planificação tem uma grande importância, pois, evita a improvisação e o


desnorteamento da actividade do professor. Fazem parte da planificação, os
conteúdos, competências, objectivos, estratégias e a avaliação

4- Devemos fazer avaliação

Auto Avaliação 3:

1- O ritmo, na criança, é uma habilidade importante, pois dá nela a noção de duração


e sucessão no que diz respeito à percepção dos sons no tempo
2- 2- Depende do professor
3- 3- Tracinhos longos: ____ ____ ___ ___
4- 4- Pulsação é aquele batimento regular que se sente numa música. Este batimento,
as vezes, provoca uma vontade espontânea de acompanhar a música batendo com
o pé no chão ou noutra parte do corpo.
Auto Avaliação 4:

1-Sim, de facto a criança, desde a nascença ouve sons que a rodeiam, passando depois para
ambientes diferentes.

Na escola, a criança continua a exploração sonora já com mais profundidade através da


audição e identificação de diversos sons e suas fontes.

2- Os timbres corporais mais agradáveis que eu conheço são: o bater das palmas, os estalos
(cliques) com os dedos, com a língua, o bater nas pernas com as mãos, o bater com os pés no
chão e o assobio.

3-As propriedades ou atributos do som podem ser trabalhados por meio de comparação,
diferenciando um som agudo de um grave, um forte de um fraco, um longo de um curto ou
som de um carro ao de uma motorizada

4-A importância do solfejo visa desenvolver a literacia musical dos seus alunos ou seja,
ensina a leitura e entoação das notas musicais usando os monossílabos (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol,
Lá, Si) obedecendo o desenho rítmico da melodia.

39
Auto Avaliação 5

 1-a) Passar o texto (letra) da canção no quadro dividido em estrofes

 Se tiver coro ou refrão, iniciar por essa parte, pois é a mais fácil de memorizar e é
repetitiva.

 Canto da canção/música pelo professor sozinho do inicio ao fim.

 Repetição da canção/música por estrofes pelos alunos.

2- Ao ensinar crianças não alfabetizadas, ou seja, aquelas que ainda não sabem ler e
nem escrever, o professor de nenhuma forma deve passar no quadro a letra ou música
da canção

Auto Avaliação 6

1- 1- Transmitem duas informações fundamentais na música que são: a altura e a


duração dos sons.
2- Ao ensinar a desenhar uma semibreve, mínima ou Semínima, primeiro lugar, deve
começar pela parte da cabeça ou bolinha (oca ou sombreada) e depois, deve
colocar a haste do lado direito, quando se tratar de mínima ou semínima
3- O Intervalo é geralmente definido de duas maneiras. Primeiro é definido como a
diferença de altura entre dois sons e, em segundo lugar é definido como a
distância que se percorre de uma nota a outra
4- Os acordes principais que aprendi são:

40
Bibliografia obrigatória:

Chipanga, Juvêncio, Arlindo Siquisse e Pedro Sitoe, 2004, Ritmos e Sons (6ª classe). Maputo:
Macmillan.
Chipanga, Juvêncio, Arlindo Siquisse e Pedro Sitoe, 2004, Ritmos e Sons (5ª classe). Maputo:
Macmillan.
Chipanga, Juvêncio, Arlindo Siquisse e Pedro Sitoe 2004 Ritmos e Sons (1ª-5ª classe).
Maputo: Macmillan.
Fão, Artur S.D. Teoria Musical. Lisboa: Sassete.
Med, Bohumil 1996 Teoria da Música. Brasília: Musimed.
Károlyi, Ottó 1965 Introdução à Música, 2ª Edição. Lisboa: Publicações Europa e
América.

Lacerda, Osvaldo 1966 Compêndio de Teoria Elementar da Música. São Paulo:Ricordi

Brasileira SAEC-Editores.

Perrenoud, Philippe 1999 Construir competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed.
Fullan, M. et al. 2000 A escola como organização aprendente. Porto Alegre: Artmed.
Coll C. 1998 Psicologia e currículo. Trad. Cláudia Schilling. 3ª. ed. São Paulo:
Ática.

Araújo, Dolores 2007 “Noção de Competência e Organização Curricular.” Revista


Baiana de Saúde Pública: 33-34.

41

Você também pode gostar