Transferencia Da Aprendizagem PA5b

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Idelson Brito Emídio


Márcia Adriano Macassa
Mateus Pedro
Pedro Feijão Mazenga
G5b Comentado [u1]: 15.0

Transferência de Aprendizagem

Licenciatura em Ensino Básico

Universidade Pedagógica
Maxixe
2018
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Introdução

O meio social em que vivemos faz parte de nossa vida e contribuiu de maneira significativa
para o desenvolvimento humano. O presente trabalho subordina-se ao tema Transferência de
Aprendizagem e visa descrever em linhas gerais, os procedimentos a ter em conta para a sua
efectivação do processo de ensino e aprendizagem.

De salientar que para a realização do presente trabalho foi necessário a realização de pesquisa
bibliográfica que consistiu na leitura de diversas obras que falam de Transferência de
Aprendizagem. Em termos de estrutura, o presente trabalho encontra-se dividido em três
partes, nomeadamente:

• Introdução – onde apresentamos, em linhas gerais, o objectivo do trabalho, bem como


da metodologia utilizada;
• Desenvolvimento – onde apresentamos conceitos sobre aprendizagem, aprendizagem,
transferência de aprendizagem, seus tipos, bem como dos procedimentos para a sua
efectivação;
• Conclusão – onde apresenta-se a percepção daquilo que foi o trabalho realizado.
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1. Conceitos Básicos

1.1. Transferência

De acordo com MACHADO (2000:31), a transferência não é um termo da psicanálise. É um


vocábulo utilizado em diversos campos, denota-se, sempre uma ideia de transporte, de
deslocamento, de substituição de um lugar para o outro. Freud aponta-o como um fenómeno
psíquico que se encontra presente em todos os âmbitos das relações entre os homens. Ele
reconheceu a possibilidade de que a transferência acontecia na relação professor-aluno.

Segundo CHAMAT (1997:27), na relação professor-aluno, está implicada uma relação de


amor, uma relação afectiva. Uma relação de confiança de valorização do conhecimento, da
revelação das habilidades e potencialidades do outro, só é possível através da afectividade.

Com o afecto a criança se redescobre, se percebe, se valoriza, aprende a se amar transferindo


este afecto em suas vivências e consequentemente na aprendizagem escolar. A noção de
transferência pode contribuir para entender esta relação que envolve interesses e intenções,
pois a educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental e
agregação de valores nos membros das espécies humanas.

1.2. Aprendizagem

Segundo o pensamento de PILETTI (2004:31), aprendizagem é um processo de aquisição e


assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser,
pensar e agir.

A aprendizagem corresponde, portanto, ao processo através do qual as nossas experiências


geram mudanças relativamente permanentes no nosso comportamento ou nos processos
mentais (BERNZ, 2012:16).

Na mesma linha de análise, NERICI (1991:27) define aprendizagem como sendo um acto de
modificação do comportamento do educando, resultante do seu envolvimento em um estímulo
ou situação.

Em jeito de comentário, podemos dizer que a aprendizagem trata-se de um processo através


do qual o indivíduo adquire certo conhecimento novo e, consequentemente, muda o seu
comportamento. Isto quer dizer que diz-se que ocorreu uma aprendizagem se o aprendente
mudar o seu comportamento em função do aprendizado.
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1.3. Transferência de aprendizagem

Na perspectiva de DAVID (2004:18), transferência de aprendizagem é a influência da


experiência anterior no desempenho de uma habilidade num novo contexto ou na
aprendizagem de uma nova habilidade.

1.4. Tipos de transferências de aprendizagem

De acordo com FILLS (2001:62), a transferências de aprendizagem pode ser de três tipos,
nomeadamente:

• Transferência positiva;
• Transferência negativa;
• Transferência zero.

Transferência positiva: A experiência com a habilidade ajuda ou facilita o desempenho da


habilidade em um novo contexto ou na aprendizagem de uma nova habilidade.

A transferência positiva ocorre quando a experiência com a habilidade ajuda ou facilita o


desempenho da habilidade em um novo contexto ou na aprendizagem de uma nova
habilidade

Transferência negativa: A experiência com a habilidade impede ou interfere no desempenho


da habilidade em um novo contexto ou na aprendizagem de uma nova habilidade.

Transferência nula: A experiência com a habilidade não afecta o desempenho da habilidade


em um novo contexto ou na aprendizagem de uma nova habilidade.

1.5. Importância da transferência de aprendizagem

Na óptica de MARTINS (2014:5), a transferência de aprendizagem apresenta a seguinte


importância:

• Base do desenvolvimento dos programas e da metodologia educacional;


• Ajuda a entender os processos envolvidos na aprendizagem e no controle de
habilidades motoras.
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1.6. Técnicas para melhorar o processo de transferência da aprendizagem

Segundo WAGNER (2007:22), existem seis técnicas que podem ser utilizadas para melhorar
o processo de transferência de aprendizagem. Essas técnicas são:

1.6.1. Ensinar os alunos quando e como utilizar uma habilidade


Não mantenha o foco apenas no “como fazer”. Ao longo da aprendizagem os alunos podem
ter adquirido novas habilidades e aprendido novos conceitos, mas tudo isso terá sido inútil se
eles não souberem “quando”, ou seja, em que situações aplicar esses novos conceitos e
habilidades. É por isso que a aprendizagem precisa fornecer um contexto para os problemas.
O professor deve dar exemplos de situações de actividades claras e específicas, de modo que
os alunos possam fazer a ponte entre as aulas e o seu contexto social.

1.6.2. Enfatizar os significados, e não apenas os factos


Uma aula ou aprendizagem que se baseia fortemente em memorização não é apenas
cansativo, também impede o aluno de ver a aplicação de uma habilidade no mundo real ou de
perceber a relevância social de um determinado tópico. Em vez de apenas expor os factos,
busque os significados. O professor deve ajudar os alunos a entender a importância das aulas
para a melhoria de seu desempenho em outros contextos da vida. Uma compreensão mais
profunda de determinado tópico ajuda o aluno a transferir a aprendizagem.

1.6.3. Utilizar exemplos realistas


Os alunos aprendem melhor e transferem mais facilmente as suas aprendizagens quando
estudam exemplos realistas. Isto é especialmente verdadeiro quando o novo problema em
estudo parece similar a problemas já conhecidos. Os alunos podem notar os elementos
comuns existentes, e, mesmo assim, ser capazes de resolver criativamente o novo problema.
Ensinar com base em exemplos realistas é melhor para a transferência da aprendizagem, pois,
os conceitos são mais fáceis de aprender no contexto de um problema real do que em
contextos teóricos ou abstractos.

1.6.4. Ajudar os alunos a fazer as conexões necessárias


O professor deve fornecer informações de modo que os alunos percebam como o novo
conhecimento se conecta ao já existente. Eles serão capazes de transferir com sucesso as suas
novas aprendizagens apenas se conseguirem juntar todos os pontos, ou seja, se forem capazes
de integrar aquilo que estão aprendendo com aquilo que já sabem.
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1.6.5. Estimular a aprendizagem activa


Segundo WAGNER (2007:31), os alunos precisam estar envolvidos com o processo de
aprendizagem. Isto é essencial para que qualquer transferência ocorra. Uma vez envolvidos,
eles serão capazes de reconhecer e solucionar problemas em outros contextos, que não o de
treinamento. Por exemplo, eles poderão ser orientados a aplicar em situações de trabalho, sob
supervisão de um tutor ou mentor, as novas habilidades aprendidas e discutir os resultados.

1.6.6. Ajudar os alunos a reter as informações mais importantes


Na maior parte das vezes, os participantes de uma aprendizagem estão interessados em
utilizar, em seu contexto social, as novas habilidades aprendidas. O problema é que eles não
conseguem, porque já não se lembram mais daquilo que aprenderam. O trabalho do professor
é desenvolver estratégias que facilitem a recuperação de informações quando a aprendizagem
tiver terminado. Organizar grandes porções de conteúdo do curso em passos, secções,
capítulos, estágios etc. A ideia é simplificar informações complexas de modo a facilitar a sua
recuperação e utilização em outros contextos.
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Conclusão

Com a realização deste trabalho, conclui-se que a disseminação da importância do conceito de


transferência para o professor pode promover mudanças de atitude de sua parte que resultem
em uma melhor relação com seus alunos, viabilizando assim a construção interactiva das
condições adequadas para a consecução dos objectivos de favorecer a utilização das
aprendizagens em outros contextos da vida dos alunos, assim como sua inserção cidadã na
sociedade e no mercado de trabalho.

Nesta ordem de ideia, seria bom, se todos os professores conhecessem o conceito de


transferência de aprendizagem, para melhor entender a sua relação com o aluno e a forma de
transmissão dos conteúdos, pois ele pode ser um suporte dos investimentos de seu aluno,
porque é objecto de uma transferência. Privilegiar a singularidade do aluno é um aspecto que
deve merecer atenção central por parte dos professores.
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Referências Bibliográficas

BERNZ, Daniel. Factores e Processos de Aprendizagem. São Paulo, Global Editora, 2012.

CHAMAT, Leila Sarah. Relações Vinculares e Aprendizagem:um enfoque Psicopedagógico.


São Paulo: Editora Vector, 1997.

DAVID, Henriques. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: USP, 2004.

FILLS, Richard. Transferência de aprendizagem. Porto: Artmed, 2001.

MACHADO, Maria Cristina. Educação para o futuro: Psicanálise e Educação. São Paulo:
Escuta, 2000.

MARTINS, Gisele Maria Viana. Relação transferencial entre professor e aluno na educação
de jovens e adultos. Rio de Janeiro: ISSN, 2014.

NÉRICE Emídio Guiseppe. Introdução a didáctica geral, 16ª edição, editora atlas, São Paulo,
1991.

PILETTI, Claudino. Didáctica Geral. 3ª ed. São Paulo, Cortez, 2004.

WAGNER, Alex. Transferência da aprendizagem: seis chaves para o sucesso. São Paulo:
Atlas, 2007.

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