Trabalho Metodologia de Ensino

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Universidade Aberta ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Curso de Licenciatura em Ensino de História

A Construção da Ciência Histórica

Azarate Ismael Inacio: 71230885

Quelimane, Março de 2024


Universidade Aberta ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino de História

A Construção da Ciência Histórica

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura
em Ensino de História da UnISCED.
Discipliona: Metodologia de Ensino e
aPrendizagem DE História I
Turma: E
Tutor:

Azarate Ismael Inácio: 71230885

Quelimane, Março de 2024


Índice
1. Introdução...............................................................................................................................4

1.1. Objectivo geral.....................................................................................................................4

1.2. Objectivos específicos.........................................................................................................4

1.3. Metodologia.........................................................................................................................4

2. A construção da Ciência Histórica..........................................................................................5

2.1. Antiga Grécia e o Advento da História................................................................................5

2.2. Positivismo e a História Metódica.......................................................................................5

2.3. O Marxismo e a História Estruturalista e Evolucionista......................................................6

2.4. Escola dos Annales e a História Nova.................................................................................6

3. Conclusão................................................................................................................................8

4. Referencias Bibliográficas......................................................................................................9
1. Introdução

O trabalho em epígrafe relata sobre a construção de Historia como ciência do conhecimento,


onde com este tema iremos caracterizar as construções da história. As construções históricas
se relacionam directamente com o contexto e a organização da produção científica e aos
paradigmas da produção científica em determinada temporalidade histórica. A História
enquanto área de conhecimento científico e disciplina escolar possui uma grande
responsabilidade em educar para o fomento do indivíduo capaz de pensar e reflectir por si
mesmo, de traçar seus próprios delineamentos, sobretudo no desenvolvimento do espírito
crítico e autónomo. A História como ciência se materializa na sala de aula a partir da reflexão
em torno dos discursos políticos, económicos, sociais e culturais, em suas especificidades e
temporalidades históricas.

1.1. Objectivo geral

Explicar a construção da ciência histórica.

1.2. Objectivos específicos

Identificar as fases ou etapas pelas quais a sociedade passou


Descrever os principiais marcos e olhar sobre a ciência histórica
Identificar os principais defensores deste período

1.3. Metodologia

A metodologia do presente trabalho tem como fundamento a pesquisa exploratório-descritiva


e, utilizando-se como procedimento, a pesquisa bibliográfica. De acordo com Lakatos e
Markoni (2010, p. 142), “a pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais
trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados
actuais e relevantes relacionados com o tema”.

4
2. A construção da Ciência Histórica

2.1. Antiga Grécia e o Advento da História

Proença (1989), afirma que o discurso historiográfico, tal como hoje em dia se manifesta,
constituiu-se ao longo de séculos, como produto de diversas condicionantes políticas,
religiosas, culturais ou científicas.
A História como conhecimento humano surgiu na antiga Grécia em que cingia-se na
valorização dos feitos extraordinários do homem, o que catapultou o advento da história como
disciplina escolar, de modo a preservar a memória dos grandes eventos e dos heróis nacionais.
Posteriormente a História ganha outro ímpeto, é apropriada pelos estados Nacionais na
promoção do Patriotismo e do nacionalismo e, é transmitida a gerações novas com intuito de
manter a hegemonia das elites políticas no poder. Marrou, citado por Proença (1989), diz que
o contributo cristão e árabe transmitiu uma filosofia da história, ao considerar o papel da
providência como motor da evolução.
Paulatinamente a História eminentemente política sofre desvalorização em detrimento duma
história baseada nas produções culturais de relevância e nas acções humanas do seu dia-a-dia,
tornando-se neste caso como objecto de estudo da história, as experiencias sociais diárias,
conhecido como o período de renascimento e movimento iluminista.

2.2. Positivismo e a História Metódica

No Século XIX a História baseou-se nos parâmetros metodológicos claros e na abordagem


objectiva dos factos históricos dando azo as fontes documentadas embora sem rigor crítico, o
progresso e desenvolvimento da técnica e da indústria.
Esta história linear baseada na observação passiva do passado, no relato do historiador e no
distanciamento ao objecto investigado, enquanto disciplina escolar se estrutura objectiva-se na
narrativa do passada que era expressa na preservação da memória politica e cultural. Nesta
perspectiva, o objectivo pedagógico é de dotar os alunos de competências para buscar o
passado como fonte da evolução humana, para o efeito o professor faz abordagens dos factos
e objectos de forma extrínseca com maior destaque aos assuntos de carácter moral e cívico.
Assim, a disciplina de História tornou-se elemento primordial de produção e reprodução da
identidade nacional, da eternização de eventos extraordinários no presente através de
conhecimentos inspirados do passado.

5
2.3. O Marxismo e a História Estruturalista e Evolucionista

A História no pensamento Marxista fundamenta-se na investigação das contradições da


formação social que são condicionantes das estruturas políticas e ideológicas de uma
sociedade. A Historia alicerça-se num prisma de desenvolvimento evolutivo das organizações
sociais, os modos de produção e nas estruturas materiais da organização social.
De acordo com Oliveira (S/A) A História sob ponto de vista Marxista é debruçada tendo em
conta duas perspectivas de análise. Dentro de uma perspectiva científica - Marxista de análise
histórica, capital e trabalho estão em constante oposição, (Burguês e proletariado; patrão e
empregado).
Na perspectiva Marxista e evolucionista de análise histórica o modo de produção socialista
seria uma etapa de evolução histórica onde o proletariado, através da revolução seria
conduzido ao papel da classe dominante, onde este devia socializar os meios de produção e
acabar com a alienação do indivíduo enquanto sujeito e com a alienação no processo
produtivo.
O ensino da história inspirado no marxismo, valoriza as análises estruturalistas da dinâmica
evolutiva dos modos de produção. O marxismo é uma teoria que se estabelece no século XIX,
num momento em que as ciências se fundamentavam em paradigmas evolucionistas e
progressistas no que concerne a sua epistemologia.
Assim, a educação seria uma praxis social determinada pelas condições estruturais de uma
determinada sociedade, procurando sempre investigar as contradições existentes no meio de
uma formação económico-social. A história marxista traça um caminho evolucionista e um
movimento de transformação histórica, ou seja, uma fase a ser alcançada, por meio da luta de
classes.

2.4. Escola dos Annales e a História Nova

A História a partir do século XX, foi marcada por mudanças patentes no conhecimento
histórico. A Escola Metódica, dita positivista, que valorizava o documento estático, na qual o
papel do historiador assemelhava-se a de um mero cronista dos fatos passa a ser amplamente
questionada, em detrimento da valorização da interdisciplinaridade, da pluralidade das fontes
e documentação e principalmente as relações político-sociais os sujeitos, nas suas
complexidades, nuances e sobretudo na produção de mentalidades.

6
Com o aparecimento da Escola dos Annales a construção histórica torna-se dinâmica,
hermenêutico, as fontes e os documentos históricos são analisadas de forma crítica pelo
historiador. Esta concepção histórica relaciona intrinsecamente o sujeito e objecto histórico.
A História torna-se uma ciência social, baseando-se na análise do presente e no
questionamento selectivo do passado. “O historiador é necessariamente um seleccionador.”
(Carr, 1987,in Oliveira, S/A:46).
Os historiadores da Escola dos Annales rompem com o tradicionalismo estruturalista, o tempo
evolutivo linear, trabalhando uma perspectiva dialógica entre o tempo sincrónico e o tempo
diacrónico, a História é composta por permanências e rupturas e não mediante uma evolução
linear.
Os processos históricos são tangenciados pelo fazer humano que não se constitui como uma
linearidade evolutiva, mas sim como um fazer plural, norteado por questões económicas,
sociais, políticas culturais.
O conhecimento histórico se torna interdisciplinar através diálogo com diversas ciências
sociais como a antropologia, a sociologia, a psicologia a economia entre outras. A História
ganha uma conotação cultural e social enquanto disciplina, sendo que a partir desse novo
olhar acerca do conhecimento histórico, o termo cultura passa a ser utilizado para referenciar
a produção humana, no que tange as mentalidades, patentes ou latentes em cada civilização.
A história enquanto disciplina escolar ganha uma dimensão social, no tocante ao
entendimento do homem em sua humanidade construída através do tempo, pois “o
conhecimento histórico tem uma legitimidade intelectual: interessa ao homo sapiens, que quer
se conhecer e se reconhecer, e quer conhecer por conhecer o que o rodeia e a ele mesmo.”
(Reis, 2004,in Oliveira, S/A).
A história enquanto disciplina distancia-se do conhecimento do passado estático, da ideia de
progresso civilizacional, para organizar o passado em função do presente.
Proença (1989), acrescenta que no séc. XX, Lucien Fevbre e Marc Bloch, empreenderam uma
forte renovação no conhecimento histórico, conhecido como a História Nova, onde
introduziu-se a noção da história total, a história problema, alargamento do campo do
documento, a interdisciplinaridade e tantos outros aspectos, relevantes até ao presente
momento, que ela é estudada como disciplina escolar.

7
3. Conclusão

Durante o desenvolvimento do trabalho, foi possível compreender, que o conhecimento


histórico sempre existiu na sociedade, isto é, a História é construída com base nas relações
humanas, sociais, culturais, educacionais, políticas, económicas, entre outras. No trabalho
discutimos fundamentalmente das etapas da História como uma forma de conhecimento e o
seu desdobramento como uma ciência de construção histórica em termos de conhecimento
relacionada com esta ciência. A História enquanto disciplina escolar procurou estabelecer a
relação com a produção científica em diversas temporalidades, ressaltando o carácter
dinâmico e contínuo da construção histórica, a interdisciplinaridade, a pluralidade das fontes e
documentação histórica, enfatizando as relações político-sociais dos sujeitos, nas suas
complexidades formas sobretudo na produção e desenvolvimento das mentalidades. O tema
apresentado remeteu-se a compreender a construção da ciência de História no processo de
ensino-aprendizagem no contexto escolar sobre tudo as suas fases que lhes compõem.

8
4. Referencias Bibliográficas

Marconi, M. de. A.; Lakatos, E. M. (1992). Técnicas de pesquisa. São Paulo: Atlas.

Oliveira, T. (S/A). A historiografia francesa dos séculos XVIII e XIX: as visões iluministas e
romântica da Idade Média. Acta Scientiarum.

Proença. M. C. (1989). Didáctica de História textos complementares. Lisboa: Universidade


Aberta

Você também pode gostar