Projeto de Ensino Peda

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UNIVERSIDADE PITAGORAS UNOPAR ANHANGUERA

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


LICENCIATURA PEDAGOGIA

GABRIELLE DOS SANTOS SCOPEL

PROJETO DE ENSINO
EM LICENCIATURA PEDAGOGIA

Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade

Alta floresta
2024
GABRIELLE DOS SANTOS SCOPEL

PROJETO DE ENSINO
EM LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Projeto de Ensino apresentado Universidade


UNOPAR Pitágoras anhanguera, como
requisito parcial à conclusão do Curso de
licenciatura em PEDAGOGIA.

Docente supervisor: Prof Nathalia Barbosa


Limeira

Alta floresta
2024
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................3
1 TEMA....................................................................................................................4
2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................6
3 PARTICIPANTES.................................................................................................8
4 OBJETIVOS......................................................................................................... 9
5 PROBLEMATIZAÇÃO........................................................................................10
6 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................12
7 METODOLOGIA.................................................................................................18
8 CRONOGRAMA.................................................................................................20
9 RECURSOS....................................................................................................... 21
10 AVALIAÇÃO....................................................................................................... 22
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................23
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 24
3

INTRODUÇÃO

A literatura infantojuvenil ocupa um lugar de destaque no processo educativo,


sendo uma ferramenta essencial para o desenvolvimento integral dos alunos. Desde
a alfabetização, as obras literárias voltadas para crianças e jovens não apenas
auxiliam na aquisição de habilidades de leitura e escrita, mas também promovem a
formação de leitores críticos e reflexivos. Através das narrativas, os estudantes têm
a oportunidade de explorar diferentes culturas, valores e perspectivas, o que
enriquece seu repertório cultural e contribui para a construção de sua identidade.
No ambiente escolar, a literatura infantojuvenil vai além de seu papel lúdico,
desempenhando uma função pedagógica ao abordar temas complexos de maneira
acessível. Ela facilita o entendimento de questões sociais, emocionais e éticas,
proporcionando aos alunos uma compreensão mais profunda do mundo ao seu
redor. Além disso, como destaca Vygotsky (1984), o contato com textos literários
promove a internalização de valores e conceitos, influenciando positivamente o
desenvolvimento cognitivo e emocional dos jovens. Dessa forma, a literatura
infantojuvenil deve ser integrada ao currículo escolar como uma estratégia didática
fundamental, capaz de potencializar o processo de ensino e aprendizagem. Este
trabalho busca explorar como essa forma de literatura pode ser utilizada de maneira
eficaz na educação, contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes,
criativos e preparados para os desafios da sociedade contemporânea.
4

1 TEMA

O tema escolhido foi A Utilização da Literatura Infantojuvenil no Processo


de Ensino e Aprendizagem. O presente projeto de ensino visa explorar a
literatura infanto juvenil como uma ferramenta essencial no processo educativo,
com o objetivo de enriquecer a capacidade dos alunos de ler e interpretar
diversos textos. Ao valorizar a leitura e a escrita, o projeto busca não apenas
despertar o interesse dos alunos pela literatura, mas também destacar a
importância do ato de ler na aquisição de conhecimentos e na compreensão
cultural. Nesse sentido, o projeto tem como enfoque valorizar a capacidade de
leitura e interpretação dos alunos de novos tipos de textos, quais
sejam, motivando cada vez mais o gosto pela leitura e escrita, percebendo
assim a importância do ato de ler e também de adquirir novos conhecimentos a
respeito da cultura, refletindo sobre questões a respeito da produção e
criação dos textos, promovendo uma interação com os grupos
A literatura infantojuvenil desempenha um papel crucial no
desenvolvimento das competências interpretativas dos alunos. Ao estimular o
gosto pela leitura, o objetivo é promover um hábito contínuo de leitura entre os
estudantes, apresentando livros e textos adequados à sua faixa etária. A leitura
não só ajuda a aprimorar as habilidades interpretativas necessárias para o
sucesso acadêmico, mas também facilita a comunicação eficaz e a expressão
criativa.
Além disso, visa utilizar a literatura como um meio para explorar e refletir
sobre questões culturais e sociais, ampliando a visão dos alunos sobre o mundo.
Através de discussões e análises de textos, os alunos serão incentivados a
compartilhar e debater suas ideias, promovendo um ambiente de aprendizagem
colaborativo.
A metodologia inclui atividades como leituras compartilhadas, onde os
alunos participarão de sessões de leitura em grupo seguidas de discussões para
promover a compreensão crítica dos textos. Serão realizadas atividades
específicas para desenvolver habilidades interpretativas, incluindo análise de
personagens, enredos e temas. Além disso, incentiva a produção textual,
permitindo que os alunos criem seus próprios textos baseados nas leituras
realizadas. O uso de tecnologias digitais também é de grande importância,
5

oferecendo uma alternativa enriquecedora à leitura tradicional e promovendo um


equilíbrio saudável entre mídias tradicionais e modernas. Para ajudar a
harmonizar o estudo e a leitura com o cada vez maior uso de celular e televisão,
os livros são uma boa alternativa. A utilização da literatura infanto juvenil no
ensino é uma abordagem eficaz para fomentar o desenvolvimento cognitivo,
emocional e social dos alunos. Ao estimular o interesse pela leitura e pela
escrita, contribui para a formação de indivíduos críticos, criativos e culturalmente
conscientes, preparados para interagir de maneira significativa com o mundo ao
seu redor.
6

2 JUSTIFICATIVA

O tema da utilização da literatura infantojuvenil no processo de ensino e


aprendizagem surge como uma resposta às demandas contemporâneas de um
mundo cada vez mais digitalizado e multicultural. Com a crescente diversidade
cultural e o acesso a diferentes tipos de mídia, torna-se essencial proporcionar
aos alunos ferramentas que os ajudem a interpretar, compreender e interagir de
forma crítica com essas diferentes fontes de informação. Nesse sentido, a
literatura infantojuvenil oferece uma abordagem lúdica e envolvente para o
desenvolvimento dessas competências, possibilitando uma conexão mais
profunda com temas sociais e culturais.
O projeto se justifica pela necessidade de integrar práticas pedagógicas
que valorizem a literatura não apenas como uma fonte de conhecimento, mas
como um espaço de diálogo e interação entre o aluno e o texto. A escolha pela
literatura infantojuvenil se apoia na sua capacidade de abordar temas relevantes
para o desenvolvimento cognitivo e emocional dos alunos, como a empatia, a
criatividade e o pensamento crítico, que são habilidades essenciais para a
formação de cidadãos conscientes e participativos.
Além disso, a leitura literária proporciona aos alunos uma oportunidade
única de refletir sobre suas próprias realidades, questionar valores e construir
novas formas de entender o mundo. O estudo aqui proposto busca investigar
como essas práticas literárias podem ser integradas de maneira eficaz no
ambiente escolar, oferecendo uma base sólida para o desenvolvimento de uma
educação mais crítica e inclusiva.
A relevância deste estudo também se encontra no fato de que ele busca
propor soluções pedagógicas que equilibrem o uso das tecnologias digitais com
a leitura literária, garantindo que os alunos desenvolvam competências tanto no
campo da interpretação de textos quanto na leitura crítica das mídias digitais. A
literatura, assim, é apresentada como uma ponte entre o mundo tradicional da
palavra escrita e o mundo contemporâneo da informação digital, promovendo
uma educação mais holística e integrada.
Por fim, a proposta deste trabalho é contribuir para o campo da educação,
oferecendo uma perspectiva renovada sobre a importância da literatura
infantojuvenil no currículo escolar. Ao investigar a utilização dessa ferramenta
7

pedagógica no processo de ensino e aprendizagem, espera-se gerar reflexões e


diretrizes que promovam uma educação mais criativa, crítica e conectada às
necessidades e desafios do mundo atual
8

3 PARTICIPANTES

Este projeto é destinado aos alunos dos anos iniciais, quando acontece
o processo de alfabetização e início nas práticas de leitura e de escrita, a partir
de uma relação com a linguagem. Nesse sentido, partindo-se das vivências do
aluno, o projeto pretende ampliar seu conhecimento de leitura e escrita a partir
da interação coma palavra escrita ou falada. Sendo assim, serão aplicadas
atividades relativas ao conteúdo dos textos trabalhados, de uma forma dinâmica,
lúdica, com rodas de conversas, leituras, análise de textos, imagens e
apresentações para toda escola.
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4 OBJETIVOS

Este projeto tem como principais objetivos incentivar a leitura e a


escrita entre os alunos, promovendo o contato com diferentes tipos de textos
literários. Busca-se despertar o interesse e a imaginação dos estudantes,
inserindo-os no contexto das obras trabalhadas de maneira envolvente. Ao
mesmo tempo, pretende-se elaborar uma contextualização sociocultural que
desenvolva capacidades de investigação, permitindo que os alunos estabeleçam
conexões entre o uso das linguagens e as diversas realidades socioculturais em
que estão inseridos.
A inclusão da literatura no processo de ensino e aprendizagem, desde a
Educação Infantil até o Ensino Fundamental, é vista como uma ferramenta
crucial para a formação de indivíduos capazes de raciocinar frente a desafios e
propor soluções criativas para problemas. Além disso, o projeto visa ampliar o
repertório literário dos alunos, explorando tanto a literatura brasileira clássica e
moderna quanto obras estrangeiras, por meio de atividades lúdicas e
desafiadoras que tornam o aprendizado mais dinâmico e significativo. Assim, o
projeto almeja formar leitores críticos e conscientes, preparados para atuar de
forma reflexiva na sociedade.
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5 PROBLEMATIZAÇÃO

No contexto atual, em que a tecnologia e as informações digitais dominam


a vida dos estudantes, observa-se que o interesse pela leitura tradicional tem
diminuído. Muitas vezes, os alunos encontram dificuldades para se engajar com
a leitura literária, o que impacta negativamente no desenvolvimento de
habilidades fundamentais como a interpretação crítica, a criatividade e a
construção de valores culturais e emocionais. A questão que surge é: como a
literatura infantojuvenil pode ser utilizada de forma eficaz no processo de ensino
e aprendizagem para desenvolver essas habilidades, especialmente em um
ambiente onde a tecnologia digital predomina? Essa questão nos convida a
refletir sobre o papel da literatura no desenvolvimento cognitivo e cultural dos
alunos, sobretudo em uma era onde a interação com as tecnologias digitais é
intensa e constante. Paulo Freire, em sua obra A IMPORTÂNCIA DO ATO DE
LER (1982), destaca que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, o que
sugere que a literatura não é apenas um exercício acadêmico, mas uma prática
social que ajuda os indivíduos a compreenderem e a se posicionarem no mundo.
Nesse sentido, a literatura infantojuvenil, com seu poder de narrativas
envolventes e temas ricos, pode oferecer uma alternativa poderosa para
complementar e enriquecer o aprendizado. Além de a leitura de textos literários
promove benefícios cognitivos e emocionais, como o desenvolvimento da
capacidade interpretativa, a ampliação do vocabulário e o estímulo à
criatividade. Vygotsky, em A Formação Social da Mente (1978), argumenta que
o desenvolvimento cognitivo dos indivíduos é mediado por interações sociais e
culturais, e a literatura infantojuvenil serve como um importante meio para essas
interações, permitindo que os alunos internalizem conhecimentos e valores
transmitidos através dos textos.
No entanto, a eficácia dessa prática depende de como ela é integrada ao
currículo escolar e da maneira como os alunos são incentivados a interagir com
os textos. A escola deve ser um espaço que não apenas ensine a ler, mas que
incentive o gosto pela leitura, criando condições para que os alunos se tornem
leitores autônomos e críticos.
A literatura infantojuvenil, ao abordar temas que ressoam com as
experiências e curiosidades dos jovens, tem o potencial de criar uma ponte entre
11

o universo digital e o mundo dos livros, nesse sentido, oferecer textos que
dialoguem com a realidade dos alunos é crucial para engajá-los no processo de
leitura.
Por fim, é essencial discutir a relação entre a literatura e a formação de
um pensamento crítico. Em um mundo onde a informação está amplamente
disponível, mas nem sempre é confiável, a capacidade de interpretar e
questionar textos se torna uma habilidade vital, a leitura crítica da realidade é
fundamental para a emancipação do sujeito.
Portanto, a integração da literatura infantojuvenil no processo de ensino e
aprendizagem não é apenas uma estratégia para desenvolver habilidades
acadêmicas, mas também uma forma de preparar os alunos para interagir de
maneira mais profunda e reflexiva com o mundo ao seu redor. A pergunta inicial
nos leva a explorar como a escola pode, de fato, utilizar a literatura como uma
ferramenta para não apenas complementar o ensino tradicional, mas também
para criar um espaço onde os alunos possam desenvolver plenamente suas
capacidades, em equilíbrio com as influências tecnológicas contemporâneas.
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6 REFERENCIAL TEÓRICO

A literatura infantil pode ser considerada uma porta de entrada para o


fascinante mundo da leitura. Compreender a relevância dessa literatura na
formação humana exige uma análise cuidadosa da diversidade de textos que a
constituem, como fábulas, contos de fadas, contos maravilhosos, mitos, lendas,
adaptações de grandes clássicos da literatura mundial, parlendas, trava-línguas,
adivinhas, além de narrativas e poesias de autores contemporâneos. Este vasto
acervo literário é rico em histórias, memórias, diversidade cultural, fantasia,
encantamento e valores humanos, oferecendo um material valioso para o
desenvolvimento intelectual e emocional das crianças.
No campo da crítica literária, há uma corrente de pensamento que
questiona a segmentação da literatura por faixas etárias. Defensores dessa
visão argumentam que a boa literatura transcende barreiras de idade, sendo
capaz de ressoar com leitores em qualquer fase da vida. Segundo esses
críticos, a divisão etária, especialmente no caso da literatura infantil, é motivada
principalmente por interesses mercadológicos, visando a segmentação do
público para impulsionar vendas. Contudo, as grandes obras literárias,
especialmente aquelas que desempenham um papel significativo na formação
emocional e intelectual dos leitores, continuam a ser relevantes
independentemente da idade do leitor.
A partir do momento em que a criança passou a ser percebida como um
indivíduo em desenvolvimento, com necessidades específicas de educação e
orientação, surgiu a preocupação em criar uma literatura direcionada a esse
público específico. Essa literatura não só deveria respeitar a percepção de
inocência da infância, mas também assumir uma função pedagógica,
transmitindo valores morais e ensinamentos importantes. Um exemplo clássico
desse enfoque são as fábulas, narrativas curtas, frequentemente protagonizadas
por animais, que utilizam metáforas para ensinar lições sobre comportamento e
ética.
No entanto, a literatura infantil desempenha um papel que vai além da
mera instrução moral. Ela pode ser vista como uma porta de entrada para o
vasto e fascinante universo da leitura, proporcionando às crianças não apenas
entretenimento, mas também a oportunidade de desenvolver habilidades
13

cognitivas, emocionais e sociais.


Nelly Novaes Coelho, uma das principais estudiosas da literatura infantil
no Brasil, aponta que essa literatura tem historicamente oscilado entre os
mundos literário e pedagógico. Muitas vezes, seu aspecto pedagógico foi
supervalorizado, resultando em obras com um tom moralista acentuado,
enquanto seu valor literário foi subestimado e pouco apreciado pela crítica
tradicional (Coelho, 2000). Essa tendência de subvalorização pode ser atribuída
à visão de que a literatura infantil é algo inferior em relação à "grande literatura".
No entanto, essa visão não faz justiça à riqueza e à complexidade que muitas
dessas obras apresentam.
Apesar dascríticas, o acervo da literatura infantil é vasto e rico, composto
por histórias que exploram memórias, diversidade cultural, fantasia e valores
humanos fundamentais. Esse conjunto de obras oferece um material inestimável
para o desenvolvimento integral das crianças, não apenas como leitores, mas
também como indivíduos capazes de compreender e interpretar o mundo ao seu
redor. Ao conectar o literário e o pedagógico, a literatura infantil não apenas
educa, mas também encanta, abrindo portas para o conhecimento, a imaginação
e a formação de uma visão crítica do mundo.
Assim, enquanto alguns críticos defendem a universalidade da literatura,
outros reconhecem a importância de obras específicas para o desenvolvimento
infantil. O desafio reside em equilibrar o valor literário e pedagógico dessas
obras, de modo a enriquecer a experiência de leitura para todas as idades.
Quando o elemento pedagógico ou moralista domina a obra, o resultado
são textos que tendem a impor a visão adulta, direcionando o pensamento da
criança de maneira restritiva. Esses textos frequentemente enfatizam uma visão
racional e ideológica do mundo, baseada nos conceitos que os adultos
consideram importantes. Por outro lado, quando a obra valoriza o aspecto
literário, a linguagem se molda de forma a dialogar com a criança, permitindo
que ela interprete livremente o que lê. Como destaca Cademartori (2010), "A
verdadeira literatura infantil incentiva a criança a explorar a linguagem e seus
efeitos, em vez de limitá-la às intenções do autor" (p. 12).
Essa vocação moralizante e pedagógica tem sido uma constante ao longo
da história da literatura infantil e continua presente em muitas obras
contemporâneas, refletindo os valores de cada época. Ao mesmo tempo, essa
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literatura também carrega o potencial de ir além da moralidade, oferecendo às


crianças a oportunidade de engajamento crítico com o texto e o desenvolvimento
de sua própria autonomia intelectual.
Ricardo Azevedo (2001) observa que a categorização da literatura por
faixas etárias busca sugerir diferentes níveis de amadurecimento e estágios
cognitivos, além de refletir os papéis sociais que os indivíduos assumem ao
longo da vida, como filho, aluno ou professor. Embora essa divisão seja útil, ela
não deve ser aplicada rigidamente, pois os contextos sociais e culturais variam
significativamente, e cada indivíduo traz sua própria experiência para o processo
de leitura.
Além disso, o acesso aos mais diversos tipos de texto, como livros,
jornais e revistas, tornou-se mais fácil com a expansão das bibliotecas, escolas
equipadas e o advento da internet. No entanto, a habilidade de ler e interpretar
textos continua a ser um desafio para muitas crianças e adolescentes, o que
reforça a necessidade de uma abordagem educacional eficaz que utilize a
literatura infantil como ferramenta central. A escola desempenha um papel
fundamental nesse processo, pois é o ambiente onde muitas crianças têm seu
primeiro contato significativo com a leitura. Introduzir textos literários desde cedo
não só desperta o interesse pela leitura, mas também facilita a compreensão de
diferentes gêneros textuais, ajudando a formar leitores críticos e autônomos.
No entanto, um problema comum é que muitas crianças associam a
leitura exclusivamente ao contexto escolar e aos livros didáticos, o que pode
levar à percepção de que todos os livros são enfadonhos ou exigem trabalho
intelectual exaustivo. Os livros didáticos, embora importantes, são projetados
para transmitir informações específicas e conduzir o leitor a conclusões
predeterminadas, necessitando de atualizações periódicas. Em contraste, a
leitura literária, especialmente a ficcional, oferece uma experiência emocional e
criativa, permitindo que os leitores se identifiquem com os personagens,
explorem novos mundos e experimentem diferentes emoções.
Quando falamos de literatura, nos referimos à ficção, ao discurso poético,
à imaginação e à subjetividade. A literatura não é apenas uma ferramenta
pedagógica, mas uma forma de arte que permite a exploração do imaginário e
da verdade através da fantasia. Como destaca o uso criativo da língua, a
literatura desafia verdades estabelecidas, aborda conflitos éticos e pessoais, e
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permite que os leitores se conectem com questões universais, como a


passagem do tempo, o autoconhecimento, os conflitos entre gerações, e até
mesmo a luta entre a ordem e o caos. Obras como as fábulas de Esopo, "Peter
Pan" e outras narrativas clássicas utilizam essas temáticas para incentivar a
reflexão, a identificação e o questionamento.
No Brasil, a literatura infantil começou a se consolidar no final do século
XIX, influenciada pelos modelos europeus e marcada por traduções e
adaptações de contos clássicos. Nesse período, com a recente transição para a
república e a busca por reformas sociais e educacionais, a nova classe média
urbana demandava mais liberdade política e mudanças na educação. Como
aponta Regina Zilberman (2014), foi nesse contexto que surgiram os primeiros
livros infantis brasileiros. Sem uma tradição literária estabelecida, os autores
recorreram a estratégias como traduções, adaptações e reutilização de material
popular e didático. A verdadeira originalidade na literatura infantil brasileira
começou a surgir nas obras de Monteiro Lobato, que abriram caminho para
produções mais diversificadas nas décadas seguintes. Hoje, a literatura infantil
no Brasil é rica, diversa e adaptada a diferentes faixas etárias, abrangendo
ilustrações inovadoras e abordagens criativas que continuam a evoluir.
Assim, a literatura infantil desempenha um papel crucial na formação de
leitores, oferecendo tanto uma janela para o mundo quanto uma ferramenta
poderosa de reflexão e desenvolvimento cognitivo.
Na literatura infantil contemporânea, a ilustração adquiriu um papel
crucial, muitas vezes sendo tão importante quanto o próprio texto escrito. O
ilustrador, nesse sentido, assume um protagonismo que rivaliza com o do autor,
pois é responsável por colaborar ativamente na construção dos sentidos da
obra. A relação entre texto e imagem não é meramente decorativa, mas sim uma
interação complexa e significativa que enriquece a experiência do leitor. Essa
integração visual-verbal é especialmente relevante no contexto pedagógico, pois
estimula múltiplas formas de compreensão e interpretação, tornando-se uma
ferramenta eficaz para o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças.
As ilustrações podem desempenhar diversos papéis dentro da narrativa.
Em alguns casos, elas funcionam de maneira autônoma, contando sua própria
história paralelamente ao texto ou oferecendo uma perspectiva visual que
complementa ou até contradiz a narrativa escrita. Isso possibilita ao leitor,
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especialmente à criança, uma leitura mais ativa e crítica, já que a interpretação


passa a envolver tanto os aspectos literários quanto os imagéticos. Nesse
sentido, a ilustração pode atuar como um contraponto ao texto, oferecendo uma
camada adicional de significado que enriquece a compreensão da história.
Por outro lado, há também obras em que as ilustrações confirmam o que
é narrado no texto, reforçando elementos-chave da história e ajudando a fixar
conceitos ou emoções que podem ser mais difíceis de captar apenas pela
palavra escrita. Em ambos os casos, a interação entre texto e imagem na
literatura infantil oferece uma abordagem multimodal, que não só facilita a leitura
para os mais jovens, como também contribui para o desenvolvimento de
habilidades visuais, estéticas e interpretativas.
No âmbito pedagógico, essa dualidade entre texto e imagem pode ser
utilizada de maneira estratégica para ampliar o letramento das crianças. Ao lidar
simultaneamente com diferentes formas de linguagem — a escrita e a visual —,
o aluno é incentivado a desenvolver uma leitura mais crítica e reflexiva. Segundo
estudiosos como Maria Nikolajeva e Carole Scott (2001), essa interação entre
palavra e imagem cria uma dinâmica de leitura mais rica e complexa, na qual as
crianças não são apenas receptoras passivas de informações, mas participantes
ativas no processo de construção de significado.
Além disso, o uso da ilustração na literatura infantil é particularmente
importante para crianças que ainda estão em processo de alfabetização. As
imagens podem servir como um recurso de apoio, ajudando-as a compreender o
contexto e a narrativa, mesmo quando sua capacidade de leitura do texto escrito
ainda não está completamente desenvolvida. Assim, as ilustrações tornam-se
não apenas um atrativo visual, mas também um recurso pedagógico essencial
para a introdução das crianças ao mundo da leitura.
Ao reconhecer o papel das ilustrações, educadores e pedagogos podem
utilizar essas obras de forma mais eficaz, estimulando tanto o prazer pela leitura
quanto o desenvolvimento de habilidades críticas e interpretativas.
A mediação dos educadores, desempenha um papel essencial no
processo de formação de leitores proficientes e críticos. O ato de mediar a
leitura vai além de simplesmente ler um livro em voz alta; trata-se de conduzir as
crianças através da experiência de leitura de maneira que promovam a reflexão
e a construção de sentidos. Perguntas bem elaboradas, acessíveis e não muito
17

complexas, criam oportunidades para o diálogo entre o texto, o mediador e os


leitores, estimulando tanto a interpretação individual quanto a coletiva, a
literatura infantil tem o potencial de auxiliar na formação emocional e moral das
crianças, o que reforça a importância da mediação ativa e sensível por parte dos
educadores. Nesse sentido, o papel do professor é fundamental, e responsável
por apresentar a literatura de forma atraente, tornando a experiência de leitura
desafiadora, porém acessível às diferentes faixas etárias. Ao mediar a leitura de
textos literários, o educador deve considerar as experiências prévias dos alunos,
suas vivências culturais e sociais, pois, conforme afirma Vygotsky (1984), o
aprendizado é mais significativo quando se conecta aos contextos socioculturais
dos indivíduos. Portanto, a mediação eficaz da leitura deve envolver uma troca
ativa entre as ideias trazidas pelo texto e as percepções e experiências dos
alunos, facilitando uma construção conjunta de significado.
Apesar das inúmeras vantagens do contato precoce com a literatura,
muitos alunos ainda enfrentam dificuldades em compreender e interpretar textos,
o que pode ser atribuído à falta de hábito de leitura e à mediação pedagógica
insuficiente. A leitura é, por natureza, um ato social que envolve uma interação
entre o leitor e o texto, para que essa interação ocorra de maneira eficaz, é
necessário que o leitor ative seus conhecimentos prévios e desenvolva a
capacidade de construir sentidos a partir do que lê.
A literatura infantojuvenil exerce um papel fundamental na formação,
conforme destaca Ezequiel Theodoro da Silva (1999), "a leitura literária é uma
das principais formas de desenvolver a criticidade e a autonomia dos
estudantes, uma vez que os textos literários frequentemente apresentam
questões complexas e desafiadoras que estimulam a reflexão" (SILVA, 1999, p.
78). Ao propor dilemas morais, questionamentos éticos e uma diversidade de
experiências humanas, a literatura desafia os alunos a refletirem sobre a
realidade de maneira mais profunda e crítica.
Como Freire (1987) sugere, a leitura não é apenas um ato mecânico, mas
um processo de descoberta que exige a ativação de conhecimentos prévios e a
construção de novos sentidos. Portanto, cabe ao educador criar um ambiente de
leitura que seja acessível e desafiador, fornecendo estratégias que ajudem os
alunos a fazer conexões entre o texto literário, seu contexto sociocultural e suas
próprias experiências.
18

Em suma, a inclusão da literatura infantojuvenil no processo de ensino e


aprendizagem nos anos iniciais é fundamental para o desenvolvimento de uma
série de habilidades essenciais. Por meio de uma mediação cuidadosa e da
seleção de obras que favoreçam a reflexão crítica, é possível não apenas
superar as dificuldades de leitura e interpretação enfrentadas pelos alunos, mas
também fomentar a formação de leitores autônomos e críticos. Esses leitores,
por sua vez, serão capazes de interagir de forma significativa tanto com a
linguagem escrita quanto com o mundo à sua volta, exercendo sua cidadania de
maneira consciente e participativa.
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7 METODOLOGIA

A metodologia deste projeto é estruturada em duas etapas principais:


planejamento e execução, utilizando metodologias ativas, tecnologias digitais, e
abordagens práticas para o desenvolvimento da alfabetização nos anos iniciais.
Planejamento
O planejamento envolve a organização das práticas pedagógicas, criando
uma conexão entre os conteúdos literários, as metodologias aplicadas e o
contexto sociocultural dos alunos. Essa fase é crucial para definir claramente as
atividades a serem desenvolvidas, as estratégias a serem implementadas, e os
recursos necessários para atingir os objetivos do projeto.
Inicialmente, serão planejadas atividades como rodas de leitura, análises
de textos e imagens, dramatizações e apresentações escolares. Essas práticas
serão desenhadas para despertar o interesse dos alunos pela leitura e escrita,
abordando o processo de alfabetização de maneira lúdica e envolvente. A
implementação das atividades será embasada em metodologias ativas, as quais
incentivam a participação dos alunos e promovem o pensamento crítico,
integrando também o uso de recursos digitais.
A equipe pedagógica, composta por professores, coordenadores e
gestores, desempenhará um papel fundamental no planejamento, orientando as
atividades e assegurando que os objetivos pedagógicos sejam alcançados. Essa
colaboração será essencial para o sucesso do projeto, garantindo que todas as
etapas sejam organizadas e executadas de maneira eficaz.
Na etapa de execução, as atividades planejadas serão colocadas em
prática, com o objetivo de criar um ambiente de aprendizagem ativo e
significativo para os alunos. As rodas de leitura acontecerão semanalmente,
incentivando a interação dos alunos com textos literários adequados à faixa
etária. Após a leitura, serão organizadas rodas de conversa onde os estudantes
terão a oportunidade de discutir suas interpretações e reflexões, promovendo o
desenvolvimento das habilidades interpretativas e críticas.
Além disso, os alunos realizarão análises de textos e imagens,
desenvolvendo sua capacidade de interpretar e relacionar as histórias com suas
próprias vivências. Essas atividades irão aproximar os alunos do universo
literário, ao mesmo tempo em que fortalecem a compreensão de diferentes
20

linguagens.
Dramatizações baseadas nas histórias lidas serão incentivadas,
proporcionando aos alunos a oportunidade de expressar sua criatividade e
aprimorar suas habilidades orais. Essas dramatizações culminarão em
apresentações para toda a escola, fortalecendo a confiança dos alunos em suas
capacidades de leitura e escrita.
Atividades lúdicas e jogos educativos também serão implementados para
tornar o processo de alfabetização mais agradável e envolvente. Tais atividades
proporcionarão um aprendizado mais dinâmico, no qual os alunos poderão criar
histórias e personagens, desenvolvendo sua imaginação e habilidades
linguísticas de forma divertida.
.
21

8 CRONOGRAMA

ETAPAS DO PROJETO PERIODO


1. PLANEJAMENTO Três dias no mês de agosto
2. EXECUÇÃO Um dia útil (19 de agosto)
3. AVALIAÇÃO Um dia útil (21 de agosto)

As etapas do projeto a partir do planejamento foi realizado em três dias uteis


do mês de agostos 19 a 21 (segunda, terça, quarta) do qual foram abordados os
principais contextos, que poderia ser desenvolvidos ao longo dessa temática, os
recursos previstos, a execução seria no dia 19 de agosto, a avaliação seria no dia 21
de agosto , a partir da análise dos resultados que seriam alcançados.
22

9 RECURSOS

Os recursos principais utilizados para o projeto de ensino, sobre A


utilização da literatura infantojuvenil para o processo de ensino e aprendizagem
seria principalmente com a parte de recursos humanos da equipe pedagógica
que atua no campo da experiencia além dos alunos dos anos iniciais.
Os matérias foram EVA para fabricação de fantoches cartolinas para
montagem de cenário, pen drive e caixa de som, para fundo sonoro para as
contações de histórias, serão utilizados como recursos materiais os
ambientes, onde se acomodam livros, jornais e revistas que a escola detém; os
computadores na sala de informática, bem como seus componentes e
acessórios.
23

10 AVALIAÇÃO

A avaliação será contínua e processual, ocorrendo em todas as fases do


projeto, desde o primeiro contato com os alunos até o encerramento das
atividades. Conforme destaca Luckesi (2011), a avaliação deve ser
compreendida como um processo formativo, que visa acompanhar e auxiliar o
desenvolvimento do aluno, e não apenas mensurar resultados finais. Nesse
sentido, este projeto adota uma abordagem avaliativa voltada para o progresso
individual de cada aluno, sem estabelecer comparações entre eles.
Ao longo dos encontros, será observada a participação dos alunos em
diversas atividades, com especial atenção à oralidade, leitura e escrita. Serão
realizadas anotações detalhadas sobre o desempenho de cada aluno, levando
em consideração sua interação durante as rodas de leitura, a coleta de
materiais, e nas atividades orais e escritas. Essa avaliação qualitativa permitirá
identificar avanços, dificuldades e necessidades específicas de cada aluno,
orientando o planejamento de intervenções pedagógicas adequadas.
Luckesi (2011) também enfatiza que a avaliação formativa permite ao
professor não só identificar o que o aluno aprendeu, mas também ajustar as
estratégias de ensino conforme necessário, para garantir que o aprendizado seja
contínuo e significativo. Por isso, a avaliação deste projeto será um componente
reflexivo, tanto para os alunos quanto para os educadores, proporcionando um
olhar aprofundado sobre o desenvolvimento dos alunos nos aspectos cognitivos,
linguísticos e socioemocionais.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto desenvolvido destaca a relevância da leitura e escrita de textos


literários como ferramentas essenciais para a aprendizagem e o desenvolvimento
cultural dos alunos do Ensino Fundamental. A proximidade dos estudantes com a
literatura não só facilita a interpretação e aquisição cultural, mas também
desempenha um papel fundamental na formação de leitores críticos e engajados.
Este projeto surgiu da necessidade de enfrentar a defasagem na prática de leitura e
escrita nas escolas, e buscou abordar essa questão com um planejamento
cuidadoso e estratégias inovadoras.
Durante a elaboração do projeto, foram enfrentados desafios significativos,
como a integração eficaz de metodologias ativas e tecnologias digitais com práticas
pedagógicas tradicionais. A resistência à mudança e a necessidade de adaptar o
conteúdo literário às diferentes realidades dos alunos exigiram um esforço contínuo
e flexível. No entanto, essas dificuldades foram superadas com a adoção de um
planejamento estratégico e uma abordagem adaptativa.
O projeto trouxe várias contribuições valiosas. Ele promoveu o fortalecimento
da competência leitora dos alunos, ao introduzir diferentes gêneros literários e
atividades dinâmicas que estimulam a criatividade e o pensamento crítico. A
combinação de metodologias inovadoras com práticas tradicionais enriqueceu o
processo educativo, tornando-o mais relevante e atraente. Além disso, a abordagem
proposta ajudou a desenvolver a empatia e o entendimento social dos alunos, ao
explorar temas importantes através da literatura.
Conclui-se que a integração eficaz da literatura no currículo escolar não
apenas melhora o desempenho acadêmico dos alunos, mas também contribui para
sua formação pessoal e social. O projeto evidenciou que investir na prática da leitura
e escrita é fundamental para preparar os alunos para enfrentar os desafios de um
mundo em constante mudança. Assim, é crucial que os educadores continuem a
adotar e aprimorar práticas pedagógicas que valorizem a literatura como um
componente central da educação.
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REFERÊNCIAS
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Disponível em:
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