POP 43 - Preparo de Medicamentos
POP 43 - Preparo de Medicamentos
POP 43 - Preparo de Medicamentos
Emissão: 07/16
Título: Preparo de medicamentos
Revisão: 02/18 e 10/21
1. Definição
A prática de medicação em uma organização hospitalar pode ser definida como um sistema
complexo, com vários processos interligados, interdependentes e constituído por profissionais de
diferentes áreas do conhecimento (médicos, equipe da farmácia, de enfermagem etc.) que
compartilham como objetivo comum prestar uma assistência segura, eficaz e de qualidade aos
pacientes.
A enfermagem é capaz de interceptar até 86% dos erros na medicação, provenientes dos
processos de prescrição, transcrição e dispensação, ao passo que apenas 2% dos erros na
administração são interceptados. Dessa forma, torna-se imprescindível uma visão ampliada do
sistema de medicação e de cada um dos seus processos (MIASSO et al., 2016).
2. Objetivo
Descrever o procedimento de preparo de medicamentos.
3. Público-Alvo
Equipe de enfermagem.
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• Etiqueta de identificação;
• Seringas de acordo com a necessidade de diluição do medicamento;
• Flaconetes de soro fisiológico a 0,9%, de água destilada ou diluente próprio da medicação
prescrita;
• Ampola e/ou frasco ampola da medicação prescrita;
• Agulhas para diluir o medicamento;
• Caixa para descarte de material perfuro-cortante.
5. Recomendações
O Preparo das medicações deve obedecer a uma técnica asséptica, isto é, o mais limpa
possível, denominada Técnica Asséptica Sem Toque (TAST) (INS, 2021).
A técnica asséptica “sem toque” é aquela que visa à ausência de microorganismos patogênicos
que se encontram em quantidade suficiente para causar infecção.
Para atingir a assepsia na prática, é necessário atentar para proteger as partes mais
importantes dos dispositivos médicos utilizados, que entrarão em contato com o paciente. Uma
parte importante se conecta assepticamente a outra parte.
Sítios importantes: são qualquer porta de entrada para microorganismos no paciente. Inclui:
sítio de punção, sítio de injeção, ou ferida aberta.
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Exemplo de Partes Importantes
(Hallam e Denton,
2020)
Exemplo de Sítios Importantes
TAST Padrão
• Usar em procedimentos onde for simples atingir e manter a assepsia, como por exemplo,
na administração de medicamentos por via endovenosa.
• Requer EPIs simples.
• Dois tipos de campos assépticos são usados durante a TAST padrão para proteger
partes importantes independentemente:
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1. Espaço Asséptico Geral: uma superfície descontaminada e desinfetada, ou kit de
procedimentos/barreira de uso individual. Usado para fornecer um espaço de trabalho
controlado, promovendo, mas não assegurando, a assepsia.
6. Descrição do Procedimento
1. Higienizar as mãos (POP 39);
2. Verificar a prescrição médica atualizada;
3. Verificar a identidade da criança no seu identificador em seu leito e na sua pulseira de
identificação atentando para o número de prontuário, nome completo e data de
nascimento, e compare com a prescrição e medicação;
4. Verificar no prontuário da criança, e confirme com o responsável, a presença de alertas
como alergias medicamentosas ou alimentares;
5. Checar os nove certos: paciente certo, medicamento certo, via certa, hora certa, dose
certa, anotação certa, orientação ao paciente/acompanhante certa, compatibilidade
medicamentosa, direito do paciente a recusar a medicação;
6. Obter a medicação certa para conferir com a prescrição e verificar a data de validade, se
estiver expirada, não administrar;
7. Realize a desinfecção da bancada e da bandeja com gaze e álcool a 70%. Utilizar
movimentos unidirecionais durante a desinfecção;
8. Reúna todo o material necessário;
9. Faça o rótulo de identificação contendo:
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- Paciente certo
- Nome do medicamento
- Dose
- Horário
- Via de administração
10. Colar o rótulo em cada recipiente/seringa onde será colocado o medicamento, colocando-
os em embalagens individuais;
11. Realizar a dupla checagem de medicamentos de alta vigilância;
12. Higienizar as mãos (conforme POP 39);
13. Colocar EPIs;
14. Preparar a medicação prescrita:
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Para frascos liofilizados (contendo pó) de medicamentos que precisam ser
reconstituídos:
• Remover a capa que protege o frasco da medicação;
• Realizar a desinfecção com gaze e álcool a 70%, aguardando secagem espontânea;
• Aspirar a quantidade do diluente conforme prescrição do paciente e orientações do
fabricante;
• Inserir a agulha no centro do selo de borracha do frasco;
• Injetar o diluente no frasco;
• Remover a agulha;
• Misturar a medicação completamente, rolando entre as palmas das mãos;
• Não agite para evitar bolhas;
• Aspirar a dose da medicação conforme prescrição do paciente;
• Rediluir a medicação quando necessário, conforme a prescrição do paciente;
• Remova a agulha que foi utilizada para a aspiração do medicamento e substitua-a por
outra estéril e adequada à via de administração prescrita;
15. Coloque o material na bandeja;
16. Leve a bandeja para perto do paciente, sobre a mesinha de cabeceira;
17. Explique o procedimento à criança/responsável de maneira adequada à sua
compreensão;
18. Aplique o medicamento;
19. Recolha o material, deixe a unidade do paciente em ordem e despreze os resíduos em
local apropriado;
20. Remova os equipamentos de proteção individual, ao término do preparo das medicações
e/ou fluídos a serem administrados por via intravenosa;
21. Higienize as mãos (POP 39);
22. Checar e registrar a ação realizada na folha de prescrição médica e/ou prontuário, bem
como possíveis eventos adversos. Em caso de administração a critério médico, em
horário diferente do prescrito ou não administração do medicamento por recusa ou outros,
anote o motivo.
23. Carimbe e assine o que foi registrado por você.
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7. Cuidados de Enfermagem com a diluição dos medicamentos
1. Medicamentos amargos podem ser diluídos em água, diminui-se o amargor colocando
gelo na boca antes e depois da medicação, caso não haja contraindicação.
2. Certifique-se do tipo de diluente recomendado, verificando se é adequado ao
medicamento;
3. Medicamentos incompatíveis não devem ser misturados entre si ou em solução, devendo
ser evitada a administração simultânea no mesmo horário ou via.
4. Caso seja necessária a administração simultânea de dois medicamentos injetáveis,
intravenosos, prepare cada um separadamente, e entre a administração do primeiro
medicamento e do segundo solicitar a orientação do médico/enfermeiro sobre o volume
permitido de solução fisiológica para lavar o acesso venoso.
5. Não é recomendável a administração simultânea de qualquer medicamento com
hemoderivados e hemocomponentes;
6. Quando o medicamento for administrado pela via IM não realize a mistura de
medicamentos na mesma via, salvo seja prescrito pelo médico.
7. Após a diluição, alguns medicamentos podem ser guardados para serem utilizados
posteriormente, nestes casos, identifique corretamente o frasco do medicamento com
nome da medicação, data e hora da diluição, volume, diluente utilizado e nome do
responsável pela diluição. Acondicione-o corretamente, conforme indicações do
fabricante.
8. NUNCA administre um medicamento previamente diluído sem certificar-se de que este
ainda está dentro do período de validade da sua diluição ou reconstituição, e que contém
todas as informações sobre sua diluição escritas na etiqueta de identificação.
9. Não utilize agulhas como respiros em frascos de soro ou de soluções, pois esta prática
leva à contaminação da solução.
10. Medicação injetável com determinado volume por hora deverá ser administrada por
Bomba Infusora.
8. Informações Importantes
• Todo medicamento deverá estar escrito de forma legível e carimbado pelo médico;
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médica o motivo, para as devidas providências.
• Certificar-se sobre a prescrição médica: controle hídrico, dietas, jejum, suspensão de
medicamentos antes de prepará-los.
• Todos os produtos fotossensíveis deverão ser protegidos da luz durante a sua infusão,
para tanto, deve ser utilizado o equipo fotossensível apropriado;
• Antes de administrar qualquer medicamento, assegure-se de que ele está na
temperatura ambiente. Se durante a reconstituição, diluição e administração dos
medicamentos observar qualquer mudança de coloração e formação de precipitado ou
cristais, interrompa o processo e comunique ao enfermeiro que notificará à farmácia.
9. Referências
• BARE BG; SUDDARTH DS. Brunner - Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 12ª
Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
• BRASIL. Parecer COREN – BA Nº 021/2013, que dispõe sobre dosagem de
medicamentos como responsabilidade do enfermeiro. Disponível em:
<http://ba.corens.portalcofen.gov.br/parecer-coren-ba-0212013_8112.html>.
• COREN. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Parecer 040/2013 – CT.
Ementa: Dupla-checagem. São Paulo, 2013. Disponível em: < https://portal.coren-
sp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_2013_40.pdf>. Acesso em: 11/09/2020.
• GORSKI, LA, et al. Infusion Therapy Standards of Practice. Infusion Nurses Society. 8th
Edition revised. 2021.
• HALLAM C, DENTON A. Vessel health and preservation 2: inserting a peripheral
intravenous cannula. Nursing Times [online]; 116: 8, 38-41.2020
• HOCKENBERREY J.M; WILSON D. Wong-Fundamentos de enfermagem
pediátrica.8°Ed.Rio de Janeiro: Elsevier,2011.
• MIASSO, AI. O processo de prepare e administração de medicamentos: identificação
de problemas para propor melhorias e prevenir erros de medicação. Rev. Latino-Am.
Enfermagem vol.14 no.3 Ribeirão Preto May/June 2016.
• POTTER, PA; PERRY AG. Guia completo de procedimento e competências de
enfermagem.8° ed Rio de Janeiro: Elsevier,2015.
• SILVA LD, PEREIA SRM, MESQUITA AMF. Procedimentos de enfermagem:Semiotécnica
para o cuidado. Rio de Janeiro: Medsi; 2005
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HISTÓRICO DE ALTERAÇÕES
Data Versão Elaborado ou Revisado por Aprovado por
Fev/14 1 Lia Mara dos S.Victorino - Coren-RJ 38649 Enaldo Goes -
Coren/RJ 49783
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