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Resultados do tratamento endovascular da

estenose da anastomose venosa nas fístulas


arteriovenosas com prótese de PTFE: Análise
comparativa entre fístulas permeáveis e
trombosadas.
20/03/2023
Ferrán Plá Sáncheza,∗, Guillermo Moñux Ducajúb, Oscar Uclés Cabezac, Rodrigo Rialb, Adriana Baturone Blancoc, Julio Reina Barrerac, Antonio Martín
Conejerocy Francisco Javier Serrano Hernandoc
.
a: Servicio de Angiología y CirugíaVascular, Hospital Universitario de Gran Canaria Doctor Negrín, Las Palmas de Gran Canaria,Espanã
b: Servicio de Angiología y Cirugía Vascular, Hospital Universitario HM Torrelodones, Madrid, Espanã
c: Servicio de Angiología y Cirugía Vascular, Hospital Clínico San Carlos, Madrid, Espanã
.

12 de agosto de 2021.
Revista da Sociedade Espanhola de
Nefrologia
INTRODUÇÃO

Devido a sua menor morbidade e maior permeabilidade, os acessos autólogos são os acessos
vasculares ideais e recomendáveis.

No entanto, uma porcentagem elevada de pacientes realiza hemodiálise através de fístulas protéticas
de PTFE.

Este acesso tem uma elevada taxa de fracasso nos primeiros 18 meses de sua realização
principalmente devido à hiperplasia intimal na anastomose venosa.

Por esse motivo, diversas sociedades recomendam o seguimento para detecção precoce de
alterações.

Sua reparação de forma preventiva é controversa, já que existem dúvidas sobre os benefícios que traz
no que diz respeito a permeabilidade e durabilidade da fístula a longo prazo.
OBJETIVO

Analisar os resultados do tratamento endovascular da estenose da anastomose


venosa na fístula arteriovenosa com prótese de PTFE, comparando sua utilidade ao
realizar em fístulas permeáveis frente a trombosadas.
MÉTODOS

ESTUDO RETROSPECTIVO

Todos os pacientes que foram submetidos a intervenção endovascular na FAV com


prótese por estenose na anastomose venosa, excluindo-se aqueles que não
realizaram seguimento posterior.

Hospital Clínico San Carlos (HCSC)

JAN/2009 DEZ/2019
MÉTODOS

GRUPO A GRUPO B

FAVp trombosada como FAVp permeável com


consequência de estenose na anastomose
estenose na anastomose venosa.
venosa detectada no
intraoperatório.
MÉTODOS

A detecção da estenose se realizou com base no surgimento de problemas durante a hemodiálise e/ou
alterações ecográficas, utilizando-se como critérios de gravidade e alto risco de trombose as
seguintes combinações:

REDUÇÃO DA LUZ VASCULAR > 50% + VPS > 2

FLUXO ML/MIN < 600 OU REDUÇÃO > 25% DO FLUXO EM RELAÇÃO A


UMA MEDIDA PRÉVIA
MÉTODOS

GRUPO B: Realizado flebografia no intra-operatório que confirmou os achados.

GRUPO A: Trombectomia cirúrgica + flebografia para detecção da estenose.

Em todos os casos foi utilizado stent primário, sendo três tipos de dispostivos:

Stent autoexpansível Stent revestido Stent farmarcológico


MÉTODOS

ÊXITO TÉCNICO

Estenose residual < 30%

ÊXITO CLÍNICO

Hemodiálise efetiva imediata

Capaz de reestabelecer a euvolemia

Corrigir alterações metabólicas

Melhorar alterações sistêmicas da síndrome urêmica


MÉTODOS

SEGUIMENTO

SEMESTRAL COM DOPPLER SURGIMENTO DE PROBLEMAS DURANTE A HD

PATÊNCIA PRIMÁRIA PATÊNCIA SECUNDÁRIA

Período entre a realização do Intervalo desde a intervenção até


procedimento e a trombose da a trombose definitiva da FAVp
fístula ou a necessidade de
procedimentos terapêuticos ou
preventivos para seu resgate.
MÉTODOS

OBJETIVO PRIMÁRIO

Comparar a patência primária e secundária entre os dois grupos

OBJETIVO SECUNDÁRIO

Identificar quais fatores, tanto pré quanto intraoperatórios, poderiam estar


associados à maior patência.
RESULTADOS

2009 2019

Confeccionadas 204 FAVp

91 abordadas por estenose na anastomose venosa

8 tratados com cirurgia aberta 6 não tiveram seguimento 77 incluídos no estudo


RESULTADOS

2009 2019

77 incluídos no estudo

55 casos por trombose da FAVp 22 casos que apresentavam a


(71,4%) FAVp pérvia no momento da
intervenção
(28,6%)

GRUPO A GRUPO B
MÉTODOS

Tempo médio para reabordagem da fístula


desde sua confecção

GRUPO A: 9 meses GRUPO B: 7,84


meses
MÉTODOS

SUCESSO TÉCNICO

GRUPO B: 100%

GRUPO A: 94,5%

1 caso: O reparo endovascular após trombectomia foi descartado devido às


características da lesão

2 casos: Não foi obtida abertura adequada do stent após pós-dilatação por se
tratar de estenoses longas com severa desestruturação do material protético
MÉTODOS

SUCESSO CLÍNICO

GRUPO B: 100%

GRUPO A: 91%

5 casos: apresentaram oclusão imediata ou durante a primeira


sessão de hemodiálise.
RESULTADOS

Quanto ao tipo de dispositivo utilizado, não existiram diferenças com significância estatística em ambos os grupos

TAXAS DE REINTERVENÇÃO

GRUPO A: 32,7% GRUPO B: 36,4%

O stent não revestido se associou à menor patência em relação aos


outros.
RESULTADOS

GRUPO A - PATÊNCIA PRIMÁRIA

1 mês: 81,8% 6 meses: 22,4% 12 meses: 15,7%

GRUPO B - PATÊNCIA PRIMÁRIA

1 mês: 100% 6 meses: 85,9% 12 meses: 76,4%


RESULTADOS

GRUPO A - PATÊNCIA SECUNDÁRIA

1 mês: 85,2% 6 meses: 45,8% 12 meses: 31,3%

GRUPO B - PATÊNCIA SECUNDÁRIA

1 mês: 100% 6 meses: 95,2% 12 meses: 95,2%


DISCUSSÃO

A trombose é a complicação mais frequente e a principal causa de perda definitiva da fístula.

Ela condiciona uma série de consequências negativas para o paciente em terapia renal
substitutiva, aumentando a morbimortalidade, a frequência de hospitalização e o
gasto governamental.

Embora a recuperação do acesso nem sempre seja possível e diferentes autores tenham
descrito maior permeabilidade naqueles abordados preventivamente antes da trombose,
não há um consenso nas últimas diretrizes sobre a utilidade do acompanhamento.
DISCUSSÃO

O grupo espanhol de Gruss y cols., publica resultados semelhantes ao nosso estudo que
indicam que a FAV reparada após sua oclusão apresenta maior risco de perda definitiva em
comparação àquelas tratadas para estenose patente.

Da mesma forma, Sands et al., comprovaram em uma série de 97 FAVp maior


permeabilidade daquelas reparadas preventivamente em comparação àquelas que
estavam trombosadas (1.023 vs. 689 dias, p=0,01).

Quanto ao método de detecção, Malik et al., publicaram um estudo prospectivo


controlado no qual demonstraram maior patência das FAV submetidas à monitorização
ultrassonográfica; compararam a vigilância clínica com a ultrassonografia permitindo maior
detecção de acessos disfuncionais e aumento da permeabilidade.
DISCUSSÃO

Dember et al., conduziram um ensaio clínico que incluiu 64 pacientes randomizados


entre o grupo intervenção e o grupo observação.

Embora não tenha havido diferenças significativas no tempo até a perda definitiva do acesso,
vale ressaltar que foi observada maior taxa de trombose no grupo de observação (72% vs.
44%).

Da mesma forma, 8% das tromboses no grupo intervenção ocorreram antes do tratamento


e, do total de acessos perdidos ao final do acompanhamento, apenas 16% foram
secundárias à trombose, em comparação com 34% no grupo observação.
DISCUSSÃO

TAXA DE TROMBOSE NOS DISPOSITIVOS NÃO RECOBERTOS

HIPERPLASIA INTIMAL ESTENOSE JUSTANASTOMÓTICA STENT REVESTIDO

É razoável supor que, excluindo o tecido endotelial, os resultados


melhorem em comparação com a angioplastia simples ou com um stent
não revestido, como nossos resultados parecem indicar.
DISCUSSÃO

LIMITAÇÕES

A natureza retrospectiva do trabalho impediu que os dados funcionais do grupo A


estivessem disponíveis antes de sua inclusão no estudo.

O que representa uma limitação importante para saber quais FAVp estavam
previamente disfuncionais e qual o método adequado para sua detecção precoce.
CONCLUSÃO

O tratamento endovascular aplicado sobre uma FAV patente apresenta maior permeabilidade
do que aquele realizado após sua oclusão.

Apesar da heterogeneidade dos estudos publicados e da ausência de evidências sobre a


utilidade do monitoramento para a detecção precoce da estenose na anastomose venosa,
nossos resultados sugerem que seria aconselhável estabelecer programas de monitoramento
que fossem capazes de detectar a estenose antes da trombose.

A utilização de stents revestidos poderia melhorar os resultados frente aos dispositivos não
revestidos na recuperação de uma FAV disfuncionante.
Obrigada!

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