Doação
Doação
Doação
CDU 347(072)
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CONTRATO DE DOAÇÃO
1. DOAÇÃO
1.1. Conceito
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do
seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
1.2. Características
Contratualidade: o nosso Código Civil considerou expressamente a
doação como um contrato, exigindo para sua formação a
intervenção do doador e do donatário. Dessa maneira, temos a
distinção do testamento que é uma liberalidade causa mortis, ato
unilateral.
“Animus donandi”: é a vontade do doador de fazer uma
liberalidade, que proporciona ao donatário vantagem à custa do
patrimônio daquele. O ato do doador deve ser espontâneo.
Transferibilidade: consiste na transferência de bens ou de direito
do patrimônio do doador para o donatário. É necessário que o
donatário enriqueça e o doador empobreça.
Aceitação do donatário: o contrato só se aperfeiçoa quando o
beneficiário manifesta sua aceitação com relação à doação.
Portanto, de um lado há o animus donandi e do outro a aceitação do
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1.3. Classificação
1.4. Requisitos
a) Subjetivo
É a capacidade ativa e passiva dos contraentes, limitada pelas seguintes
regras:
os absoluta ou relativamente incapazes não podem, em regra,
doar, nem mesmo representados ou assistidos;
os cônjuges não podem fazer doação com os bens e rendimentos
comuns do casal, a não ser que seja remuneratória ou de pequeno
valor (artigo 1.647 do Código Civil);
a doação pelo cônjuge adúltero ao cúmplice gera anulabilidade
(artigo 550 do Código Civil);
o mandatário do doador não pode nomear donatário; a limitação
se dá porque o próprio mandante é obrigado a, no instrumento,
nomear o donatário, pois tal ato é privativo do doador;
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o Aceitação expressa
o Aceitação tácita
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Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade.
Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que
aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
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- É um contrato cujo consentimento merece algumas reflexões.
- Doação de bem alheio
o A doação de bem alheio é nula de pleno direito. Na compra e
venda é válida mas ineficaz, pois fica na dependência da
aquisição do bem no futuro.
- Confusão entre a doação e outros institutos.
o A doação não se confunde com a renúncia à prescrição ou com a
herança. Também não é doação a prestação de serviços que
devendo ser onerosa é gratuita.
- Falecimento do doador
o Se o doador faz uma doação e fixa um prazo de 6 meses para
materializa-la e nesse prazo vem a falecer, os herdeiros estão
obrigados a realizar a doação.
- Doação a nascituro
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante
legal.
- Doação a incapaz
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se
trate de doação pura.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde o caráter de
liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada, no excedente ao valor
dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.
Doação e testamento
Existe uma similitude entre a doação e o
testamento, no direito francês, ambos são tratados
no mesmo livro: o das sucessões.
Favorecidos
O próprio doador
o Dou o imóvel com o encargo do donatário me
prestar alimentos até o fim da vida.
A um terceiro
o Dou o imóvel com o encargo do donatário
prestar alimentos a uma terceira pessoa.
Interesse geral
o Dou o imóvel com o encargo do donatário
instalar um orfanato.
Inadimplemento
Art. 553. O donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do
doador, de terceiro, ou do interesse geral.
Parágrafo único. Se desta última espécie for o encargo, o Ministério Público poderá exigir sua
execução, depois da morte do doador, se este não tiver feito.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio,
se sobreviver ao donatário.
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver
constituída regularmente.
- Doação universal
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda
suficiente para a subsistência do doador.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador,
no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento.
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo
outro cônjuge, ou por seus herdeiros necessários, até dois anos depois de
dissolvida a sociedade conjugal.
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1.8. Revogação
- Vedação à revogação
Nem todas as doações podem ser revogadas: